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-Podem ser secundários à obstrução endobrônquica

Abcessos pulmonares (neoplasias) ou com a imunossupressão (HIV ou após


-Definição: Abcessos pulmonares é a infecção transplantes e uso de imunossupressores).
necrosante caracterizada por lesão cavitaria
preenchida por pus. Ou seja, é uma lesão cavitaria no
parênquima pulmonar em que existe necrose e essa ➔ Menos comum: complicação da pneumonia
lesão é preenchida por pus. Então, estamos falando de necrosante pela disseminação hematogênica
um processo infeccioso. nos pulmões.

-Lesão cavitaria no parênquima pulmonar em que há Ao contrário da aspiração e obstrução, essas


necrose do tecido e essa lesão é preenchida por pus. condições classicamente provocam abcessos
pulmonares múltiplos, em vez de isolados.
-É quase sempre causado por aspiração de secreções
orais por pacientes que têm comprometimento do -A introdução desses patógenos aos pulmões causam,
nível de consciência. primeiramente, inflamação que, ao longo de uma ou
duas semanas leva à necrose tecidual (morte tecidual)
Então abcessos pulmonares tem muita relação formando uma cavidade que vai ser preenchida por ar
com pacientes que possuem pré-disposição ou alguma e pus (forma um nível hidroaéreo na maioria das
patologia que causam aspiração de cavidade oral ( a vezes).
cavidade oral não é estérea). Pacientes com patologias
esofágicas, neurológicas que predispõe aspiração, -O abcesso rompe-se em um brônquio e o seu
paciente com AVC rebaixou o nível de consciência e conteúdo é expectorado, deixando uma cavidade
caiu tendo maior chance de aspiração, má higiene preenchida por líquido e ar.
bucal são fatores que aumenta a chance de ter -Em cerca de 10% dos casos, pode acontecer desse
infecções pulmonares e, consequentemente, abcessos abcesso romper/ fistulizar, ou seja, abrir a pleura
pulmonares. visceral e cair na pleura parietal. Pus na cavidade
• Etiologia pleural é chamado de empiema.

-Aspiração das secreções orais (mais comum)

-Obstrução endobrônquica: acontece quando algum


tipo de lesão acaba obstruindo o brônquico e que as
secreções não consigam cair na via respiratória e serem
eliminadas. O acúmulo de secreções pode favorecer a
perpetuação de processo infeccioso por necrose e
também causar abcessos. Neoplasias pulmonares, por
exemplo, pode gerar abcessos.

-Disseminação hematogênica dos pulmões (menos


comum). Normalmente nesse tipo de disseminação
costuma-se ter múltiplos abcessos menores em
diferentes focos do pulmão.

→ Maioria do casos: Aspiração de secreções orais -Na imagem pode-se observar uma cavidade necrótica
por pacientes com gengivite ou higiene oral com presença de ar e pus (nível hidroaéreo). Essa
precária. cavidade pode ser completamente preenchida por pus,
então não existirá nível hidroaéreo.
-Normalmente, os pacientes têm alteração da
consciência em decorrência de intoxicação por álcool, -Durante o tratamento espera-se que esse pus seja
drogas ilícitas, anestesia, sedativos ou opioides. drenado para a via aérea superior, para que seja
eliminado, esse processo do abcesso drenar para os
-Pacientes mais idosos e incapazes de lidar com suas brônquios para ser expulso é chamado de vômica.
secreções orais, muitas vezes por causa de doença
neurológica, também estão em risco aumentado.
pneumonia: atenuação dos sons respiratórios,
indicando consolidação ou derrame,
→ Patógenos que podem causar lesões
pulmonares cavitárias temperatura ≥ 38°C, estertores sobre a área
comprometida e macicez à percussão, na vigência de
derrame.

-Em geral, os pacientes apresentam sinais de doença


periodontal e história de enfermidade ou condição que
provocou o comprometimento de consciência.

• Diagnóstico
-História clínica, que não fecha diagnóstico, mas pode
dar uma hipótese de diagnóstico.

-Radiografia de tórax: pode fechar diagnóstico. Tem


imagens de abcessos que são muitos típicas.

-TC de tórax: para obter uma melhor visualização ou se


há a suspeita de obstrução endobrônquica ou
neoplasia.

-Culturas de escarro à procura de bactérias anaeróbias,


-Os patógenos acima podem causar lesões cavitárias, fungos e micobactérias, porque pode ser causado por
podendo ou não formar abcessos nessas cavitações (ter diferentes patógenos. Ajudará no tratamento do
presença de pus na lesão cavitária). abcesso, que normalmente é longo.
-Atenção: não se deve confundir abcesso com -Broncoscopia conforme necessário para excluir
Aspergiloma. No Aspergiloma esse fungo crescendo neoplasia, detectar patógenos incomuns como fungos
dentro da cavitação da tuberculose. ou micobactérias.
-Numa infecção em crianças com abcessos pulmonares -Cultura de qualquer líquido pleural, caso tenha
o patógenos mais comum é o Staphylococcus aureus. derrame pleura. Vai ajudar no diagnóstico e na
realização de um tratamento mais específico. Não é
necessário realizar cultura para diagnosticar abcesso

• Sinais e sintomas
pulmonar, no entanto, vale a pena caso não consiga
fazer o diagnóstico por outros exames.
-Tosse produtiva
-Febre
-Sudorese noturna
-Perda ponderal
-Hemoptise (quando atinge vaso)
-Dor pleurítica (quando atinge a pleura)
-Escarro pode ser purulento ou com hemoptoicos e,
classicamente, apresenta odor e gosto ruins, podem ter
hálito fétido.

-> A história clínica é muito importante, uma vez que


não existe um sinal patognomônico para abcesso
pulmonar. Os sintomas são inespecíficos.

->Os sinais de abcesso pulmonar, quando existentes, -Na imagem acima é possível observar uma lesão
são inespecíficos e assemelham-se àqueles da cavitária com nível hidroaéreo na região apical do
pulmão direito.
-Numa imagem como essa, se a clínica é compatível, já -Essa forma de ver a tomografia, em que o pulmão está
pode fechar o diagnóstico para abcesso pulmonar e já preto, é possível observar os desenhos dos vasos
pode iniciar o tratamento. pulmonares e o mediastino fica branco é chamado de
janela de pulmão.

-Na imagem acima de tomografia é vista na forma de


janela de mediastino (pulmão fica preto). Observa-se
que diferente da imagem anterior, o mediastino ficou
cinza, não é mais possível observar o desenho dos
-Na imagem acima podemos observar uma lesão vasos pulmonares. No entanto fica evidente as
cavitária completamente preenchida por pus. Não diferentes densidades da lesão e os limites da lesão
apresenta nível hidroaéreo. ficam mais nítidas, podendo dizer especificamente o
que compõe cada área.
-Essa imagem deixa dúvida, não dá para dizer com
certeza que é um abcesso. Então, deve ser realizado -Na janela de mediastino a imagem fica com tons de
uma tomografia para distinguir se isso é uma massa ou cinza.
um abcesso. Já não é uma imagem tão típica.
-É possível observar que essa tomografia foi realizada
sem contraste, uma vez que o coração está cinza em
sua totalidade.

-É importante avaliar a tomografia nas duas formas,


tanto na janela de mediastino quanto na janela de
pulmão.

-Do lado esquerdo uma imagem de RX e do lado direito


uma tomografia.

-Na imagem acima observamos uma lesão cavitária


com nível hidroaéreo e com uma consolidação em volta
da lesão. Além disso, também é possível observar a
formação de uma área fibrosa em torno da lesão
-Na imagem acima vemos uma tomografia na forma de
cavitária decorrente do processo inflamatório que está
janela de mediastino.
ocorrendo na região.
-É possível observar que essa tomografia foi realizada -Tempo de tratamento prolongado por cerca de 3 a 6
com contraste, uma vez que fica evidente as câmaras semanas.
do coração, a. aorta e a. pulmonar preenchidas por
-Deve-se avaliar a melhora clínica/laboratorial, do
sangue, essas regiões com sangue ficam brancas.
escarro e radiológica para definir o tempo de duração
-Também é possível observar múltiplos abcessos nos do tratamento.
pulmões, podendo dizer que provavelmente a via de
-Deve-se drenar se houver empiema associado.
disseminação foi hematogênica.
-A conduta cirúrgica é uma conduta de exceção:
Cirurgia é indicada para os casos em que não há
melhora com tratamento clínico, grande abscessos (>6
cm), suspeita de neoplasia associada ou hemoptise
persistente. A cirurgia é indicada para <10% dos
pacientes com abcesso pulmonar.

→ Quando termina o tratamento?

1. Quando se tem melhora clínica (febre, secreção,


aspecto da secreção).

2. Exame laboratorial (melhora de hemograma, PCR)

3. Melhora do escarro e melhora radiológica.


-Na imagem acima possui uma correlação entre lesão
tomográfica e visualização broncoscópica.

-Na imagem “a” é possível observar um abcesso, uma


lesão cavitária com nível hidroaéreo. Já na imagem “b”
é possível observar que houve uma destruição do
parênquima e na imagem “c” observa-se a secreção
purulenta.

-Na imagem “d” é possível observar que houve uma


comunicação entre o brônquio com a área do abcesso.
Então esse abcesso está sendo drenado para a via
respiratória.

• Tratamento
-Não se deve operar e nem drenar todos os abcessos.
Só drena a cavidade pleural quando tiver empiema.

-O tratamento de abcessos, mesmo que eles não


estejam drenando para a via respiratória, é clínico
com antibiótico.
-Na imagem acima observa-se uma lesão cavitária.
-Tratamento clínico com ANTIBIOTICOS resolve cerca
de 85-90% dos casos. O problema disso é que é um
tratamento demorado, com no mínimo 3 semanas.

-Uso de antibiótico de amplo espectro e muitas vezes


associações de medicações devido ao componente
misto (aeróbio/ anaeróbio). Geralmente tem a
presença de vários patógenos diferentes. Por isso,
muitas vezes precisa realizar a associação de
medicamento.

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