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DANIEL MARINHO – HP 7 – PNEUMOLOGIA 1

Começa pelo exame físico geral, como estado de


SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA consciência mucosas, cianose, icterícia, fácies,
turgência jugular, tireóide, gânglios palpáveis e sinais
➢ IDENTIFICAÇÃO vitais, por fim fazemos os dados antropométricos.
➢ QP
➢ HIPOCRATISMO DIGITAL
➢ HDA
• CASO DE DISPNEIA São dedos em baqueta de tambor, com unhas em vidro
de relógio e acropaquia, em que há aumento das partes
Devemos detalhar se ocorre durante crises ou possui moles subungueais dos dedos da mão e do pé, levando
evolução crônica, em que o paciente relata que a falta À perda do ângulo entre a unha e a falange distal.
de ar já o acompanha há um certo período.
Questionamos sobre a possibilidade de dispneia durante Esse achado é comum em doença pulmonar ou cardíaca
o sono, a ponto de causar despertar noturno; indagamos grave, cirrose, doença inflamatória intestinal, tireoide
se o paciente faz uso de beta adrenérgico de alívio, se de Hashimoto, HIV ou pode ser hereditário apenas (sem
possui queixas nasais (nariz entupido) ou dispépticas doenças).
(esofagite) e perguntamos sobre as questões ambientais,
como moradia e condições de higiene.
➔ ESCALA DE DISPNEIA MODIFICADA

0 Falta de ar só com atividade intensa


1 Falta de ar quando anda rápido ou sobe pequena
inclinação
2 Precisa parar pra respirar mesmo andando
devagar ou anda devagar pela falta de ar
3 Precisa parar pra respirar percorrendo pequenas
distâncias ou após uma caminhada leve
4 Sente falta de ar limitante, evita sair de casa ou ➢ VÔMICA
tem dificuldade de fazer atividades básicas
Corresponde à eliminação brusca de um conteúdo
• CASO DE TOSSE
purulento de odor fétido em grande quantidade através
Devemos investigar se é crônica ou aguda, seca ou da glote, comum em formações pulmonares necróticas,
produtiva, possível alteração de timbre da tosse ou como pela presença de abcessos, como demonstrado na
aparecimento recente. Em caso de expectoração, imagem abaixo
devemos caracterizá-la quanto à coloração, consistência
e volume, assim como associação da tosse à febre. Por Abcesso
fim, devemos questionar sobre hemoptóicos ou dor pulmonar
torácica, caso de astenia, anorexia e emagrecimento,
que podem ser sugestivos de tuberculose.
➢ ISDA
➢ ANTECEDENTES PESSOAIS
Aqui é importante questionar sobre atopias, asma,
pneumopatias pregressas (diagnosticadas, tratadas ou
que levaram à internação), assim como outras doenças
sistêmicas ou infecciosas (tuberculose ex) ➢ HEMOPTISE

➢ ANTECEDENTES FAMILIARES Eliminação de sangue proveniente do aparelho


➢ CONDIÇÕES DE MORADIA E HÁBITOS respiratório, sendo comum na expectoração, em que há
presença de hemoptoicos durante a tosse. A
Em caso de tabagismo, devemos calcular a taxa hematêmese se diferencia da hemoptise, em função da
tabágica, como o consumo de maços ou unidades de excreção de um sangue de coloração enegrecida, do tipo
cigarros durante o dia. Cada maço de cigarro tem 20 borra de café, geralmente associado à presença de restos
unidades, então devemos dividir a quantidade do fumo alimentares. Em contrapartida, a hemoptise tem aspecto
por 20 para termos a projeção de maços consumidos mais vivo e “limpo” geralmente associada à muco ou
pelo paciente em dias, meses ou anos. formação purulenta de origem pulmonar
➢ EXAME FÍSICO
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➢ DISPNEIA Pectus carinatum, com


abaulamento da região
Sintoma subjetivo, caracterizado pela sensação de falta
esternal
de ar ou desconforto durante a respiração
- Ortopneia➔ Dispneia em decúbito, aliviando quando
o paciente se senta. Esse tipo de dispneia é comum em
insuficiência cardíaca congestiva, visto que o decúbito
permite relaxamento da musculatura e aumento do
volume torácico, diminuindo a contratilidade cardíaca Tórax em tonel, com
já baixa, então há maior acúmulo de volume e diâmetro anteroposterior
compressão do parênquima pulmonar, o que dificulta a maior em relação ao
expansibilidade do órgão e causa a sensação de lateral, comum em
dispneia. paciente com DPOC
- Platipneia➔ Dispneia em posição ortostática (em pé
ou sentado), comum em shunts intrapulmonares, doença
neurológica ou hipovolemia
- Trepopneia➔ Dispneia em algum decúbito lateral, - Dinâmica➔ Retrações, abaulamentos, assimetria de
aliviando quando há mudança da lateralidade, como no movimentos.
caso de derrame pleural unilateral 2) PERCUSSÃO
➢ CORNAGEM OU ESTRIDOR O normal é o som claro pulmonar.
Dificuldade mais pronunciada na INSPIRAÇÃO, Macicez unilateral➔ devemos desconfiar de derrame
produzindo um ruído alto, em função da diminuição de pleural, atelectasia, consolidação pulmonar ou massa.
calibre, o que faz com que o ar emita um som agudo.
Por conseguinte, o estridor ocorre quando há Hipersonoridade➔ Geral é enfisema pulmonar e
diminuição no diâmetro das vias aéreas centrais ou na localizada é pneumotórax ou bolhas de ar.
altura da laringe, comum em laringite, edema de glote,
3) PALPAÇÃO
presença de corpo estranho e tumor.
Pesquisamos o frêmito toracovocal, indicando que o
OBS➔ No exame físico, devemos observar a
paciente deve pronunciar 33. A diminuição do frêmito
respiração bucal, presença de voz anasalada ou
ocorre em todas as condições que dificultam a
aspiração faríngea, assim como o exame físico completo
propagação do som, como no caso de derrame pleural,
do precordio e observação de membros inferiores, onde
pneumotórax e enfisema, visto que eles criam uma
podemos detectar a presença de edemas ou varizes, que
espécie de barreira de ar para o som e isso leva à
podem ser sugestivos de insuficiência no retorno
diminuição das vibrações sentida pelo examinador. Em
venoso.
contrapartida, o aumento do frêmito se relaciona à
➢ EXAME FÍSICO DO TÓRAX aumento na densidade do meio, visto que as ondas se
1) INSPEÇÃO propagam em maior volume no meio sólido, portanto, o
frêmito aumentado é encontrado em caso de
- Estática➔ Tórax em tonel, pectus carinatum, pectus consolidação, como pneumonia. Enquanto isso, os
excavatum, tórax em barril, entre outros frêmitos brônquicos são comuns pela presença de
expectoração, enquanto o frêmito pleural ocorre por
atrito entre os folhetos pleurais
Pectus exacavatum
4) AUSCULTA
Pedimos que o paciente complete um ciclo respiratório
antes de mudar a posição, auscultando toda a região
anterior, posterior e lateral. Assim, a diminuição do
murmúrio vesicular ocorre em casos de DPOC, derram
pleural, obesidade e pneumotórax, visto que todos esses
geram barreiras à propagação das ondas sonoras.
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➢ RUÍDOS ADVENTÍCIOS
A) CONTÍNUOS
1) Sibilos
São sons agudos, principalmente expiratórios. Caso
sejam difusos, estão relacionados à asma ou DPOC,
enquanto os sons localizados são sugestivos de tumores
ou corpo estranho
2) Roncos
Sons graves, presentes nos brônquios maiores e
frequentes na expiração
3) Estridor
Ruído agudo, principalmente inspiratório, comum em
diminuição no diâmetro das vias aéreas, como pela
ingestão de um corpo estranho.
B) DESCONTÍNUOS
1) Estertores crepitantes de finas bulhas
Ocorrem na abertura de pequenas vias aéreas, indicando
a reexpansão pulmonar de áreas previamente colapsadas
na expiração anterior.
2) Estertores crepitantes de grossas bulhas
Ocorrem na abertura e fechamento de vias aéreas com
secreção viscosa e espessa, com sons mais graves e de
maior duração em relação aos estertores finos
(mimetizam um canudo aspirando milk shake), estão
presentes em ambas as fases respiratórias, comum em
bronquiectasias, bronquite crônica e edema agudo de
pulmão
C) ATRITO PLEURAL
Corresponde ao roçar das pleuras inflamadas, produzido
um ruído grosseiro, mais intenso na respiração e que não
modifica com a tosse, semelhante ao atrito entre 2 faixas
de couro, mais pronunciado nas regiões laterais do tórax
OBS➔ Os ruídos adventícios que se modificam com a
tosse são causados pela presença de secreções, as quais
são móveis, conforme a expectoração.

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