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RESRPIRATÓRIAS Descontínuos:
1. Crepitantes – sons descontínuos, explosivos
Marília Cabral e de curta duração (<20ms).
• Mecanismos: secreção nas grandes vias
Palpação – Frêmito toracovocal aéreas e reabertura súbita de brônquios
O FTV é usado principalmente para diferenciar previamente colapsados.
consolidação de doenças pleurais. • Crepitações graves variáveis nas duas fases
Aumento do frêmito toracovocal do ciclo: secreções em grandes vias
aéreas – bronquiectasia, bronquite
• Consolidação – preenchimento dos espaços crônica, DPOC, asma, pneumonia, edema
alveolares: líquido (edema pulmonar pulmonar.
cardiogênico), sangue (hemorragia alveolar), • Crepitações graves fixas: fechamento e
muco/secreção (pneumonia), tumores. A reabertura de brônquios –
radiografia deve demonstrar opacidade de bronquiectasias.
padrão alveolar na região consolidada.
• Fibrose pulmonar e edema: crepitante
Diminuição ou desaparecimento do frêmito mais fino (agudo) do que o da secreção,
toracovocal geralmente no final da inspiração.
OBS: toda doença pleural vai gerar redução • Avaliar se muda com a tosse e com o
ou abolição do FTV. decúbito ou não. O crepitante por secreção
melhora com a tosse e expectoração.
• Derrame pleural – velamento homogêneo sem
broncograma aéreo; Contínuos:
• Espessamento pleural; Sons musicais e de longa duração.
• Atelectasia por oclusão brônquica; 1. Roncos (som grave) – som musical, é um
• Pneumotórax e hidropneumotórax; sibilo grave.
• Enfisema pulmonar grave com hiperinsuflação 2. Sibilos (passagem do ar pelo brônquio muito
pulmonar. estreitado, som agudo).
Percussão • Mecanismo: vibração das paredes
brônquicas trazidas ao ponto de oclusão e
• Som claro pulmonar – normal.
impulsionadas por um jato de ar sob uma
• Hipersonoridade – enfisema pulmonar. velocidade crítica.
• Timpanismo – som semelhante ao abdome • Presente na asma e na DPOC.
normal. Traduz pneumotórax ou grande
• O sibilo no começo da doença é expiratório,
cavidade intrapulmonar. O pneumotórax
quando ocorre na inspiração e na expiração
normalmente é unilateral e é acompanhado de
sugere maior gravidade.
dor torácica e abolição do murmúrio vesicular
3. Estridor (som musical presente
na região acometida.
principalmente no pescoço – passagem do ar
• Submacicez – consolidação (pneumonia, por via aérea muito estreitada). Acontece nas
infarto – devido a TEP –, neoplasia), derrame obstruções altas (vias aéreas superiores).
pleural, espessamento pleural.
• Macicez – a partir do 5º ou 6º espaço De origem pleural:
intercostal é normal encontrar macicez Atrito pleural: contínuo, encontrado em fases
referente ao fígado. Fora da área hepática, iniciais ou finais do derrame pleural,
traduz consolidação ou derrame pleural. A predominantemente nos terços inferiores,
diferenciação se faz pelo frêmito. Se houver assemelha-se ao barulho de uma cadeira de
derrame pleural volumoso, a macicez é melhor balanço.
perceptível com o paciente sentado por ação da
Ausculta da voz
gravidade.
A comparação é feita em relação às outras regiões
Ausculta do pulmão ou ao outro pulmão do paciente.
Murmúrio vesicular: som normal com • Ressonância vocal normal
expiração curta.
Alice Mendonça - 108
• Ressonância vocal diminuída – FTV também Avaliar gravidade: VEF1 – 45% do previsto
diminuído, não é necessário fazer palpação. (entre a relação VEF1/CVF, é o parâmetro mais
• Ressonância vocal aumentada alterado no paciente) ➔ grau moderado.
CFV reduzida – subtraí-se o percentual do
Síndromes respiratórias previsto de CFV – VEF1: se maior que 25%,
1. Síndromes brônquicas: asma, bronquite indica hiperinsuflação pulmonar (que é o caso
aguda ou crônica (tosse por mais de 3 meses), do paciente – subtração deu 34%). Se for
bronquiectasias. Pode ter ronco, sibilo, menor ou igual a 12%, indica distúrbio
crepitante. Normalmente a percussão e FTV respiratório restritivo.
não têm alterações. Pós BD: a espirometria após broncodilatador
2. Síndromes pulmonares: consolidação, melhorou 30% CVF, 45% VEF1, 11%
atelectasia (fibrótica ou obstrutiva), congestão VEF1/CVF., corroborando com o diagnóstico
passiva dos pulmões (edema pulmonar), de asma.
caverna pulmonar (TB, neoplasia). Revisão DVO: para diagnosticar distúrbio
3. Síndromes pleurais: pleurite, derrame obstrutivo na espirometria, é necessário ter relação
pleural (atelectasia passiva), pneumotórax. VEF1/CVF abaixo do limite inferior da
DPOC: fator de risco (tabagismo/exposição normalidade (LI) ou 70% e VEF1 abaixo do LI ou
prolongada à fumaça) + sintoma + espirometria normal (em sintomático respiratório).
alterada. DIAGNÓSTICO
História típica ➔ síndrome brônquica – asma
CASOS CLÍNICOS brônquica.
Exsudato Espirometria
Espera-se distúrbio restritivo.
• Relação proteína pleural/sérica > 0,5.
• CVF diminuída característica de restrição –
• Relação DHL pleural/sérica > 0,6.
49% em relação ao esperado indica grau
• DHL pleural acima de 2/3 do limite superior da
acentuado (grave - <50%).
normalidade.
• Relação VEF1/CFV aumentada exclui distúrbio
• Presente em:
obstrutivo.
✓ Pneumonia
✓ Neoplasias DIAGNÓSTICO
✓ Tuberculose Síndrome pulmonar ➔ fibrose pulmonar
✓ Pancreatite idiopática pois não há histórico de exposição a
✓ Embolia pulmonar fatores desencadeantes.
✓ Empiema
✓ Doenças do colágeno
Distúrbio restritivo
✓ Quilotórax • A redução na CPT é o achado definitivo para o
✓ Infecções fúngicas e virais diagnóstico de DVR.
✓ Induzidos por droga • Relação VEF1/CVF normal ou aumentada com
CVF reduzida.
Transudatos
Presentes em: Distúrbio combinado
✓ Insuficiência cardíaca • Há redução de ambas: CVF e razão VEF1/CVF.
✓ Cirrose hepática • Se houver dado clínico de doença restritiva e
✓ Nefropatias CVF(%) - VEF1(%) 12%, considerar
✓ Hipoproteinemia distúrbio misto.
✓ Síndrome da veia cava superior • O ideal é medir a CPT.
✓ Atelectasia
Alice Mendonça - 108
• Se a diferença entre os valores da CVF e VEF1 OBS: Os outros casos do slide a professora não
for maior que 25%, o diagnóstico é de DVO falou em sala.
com CVF reduzida por hiperinsuflação
pulmonar.
Caso espirometria
Masculino, 44 anos, tabagista (50 maços-ano),
tuberculose residual.
Resultados Previsto Limite Pré %Pre
CVF (L) 4,61 3,66 2,98 65
VEF1 (L) 3,77 3,02 2,04 54
VEF1/CVF 0,82 0,74 0,68 83
FEF25-75%
3,93 2,36 1,24 32
(L/s)
PFE (L/s) 8,80 7,00 6,12 70
CV (L) 4,61 3,66 2,98 65
CI (L) 2,80 2,24 1,49 53
Caso clínico 10
Anamnese
• ID: ML, sexo masculino, 15 anos, estudante.
• QPD: Dispneia e chiado torácico há 4 meses.
• HDA: Dispneia diária aos médios esforços,
tosse seca e chiado torácico há 4 meses. Nega
episódios anteriores de dispneia. O fato de a
dispneia ser contínua atrapalha o diagnóstico
de asma, que ocorre em crises.
• HV: Nega tabagismo.
• AP: Tem rinite.
• AF: Asma na família.
Exame respiratório
• Presença de sibilos expiratórios.
Radiografia
Radiografia normal. Quadro indicativo de
acometimento de vias aéreas superiores.
Espirometria
Sugere obstrução alta. Morfologia curva fluxo
volume semelhante à curva e.
Tomografia
Demonstra obstrução da traqueia, sem alterações
pulmonares.
DIAGNÓSTICO
Após realizada broncoscopia ➔ carcinoide
adenoide cístico traqueal. Tumor com bom
prognóstico.