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Pato – SP14

Doença pulmonar obstrutiva crônica


- Bronquite crônica, asma, bronquiectasia, enfisema, fibrose, bronquiolite
- Definição: DPOC é uma doença prevenível e tratável, caracterizada por obstrução persistente e
progressiva ao fluxo aéreo, não totalmente reversível, e associada a resposta inflamatória crônica das
vias aéreas a gases e partículas nocivas. Exacerbações (após esses episódios, o paciente não recupera
totalmente; são fatores agravantes para doença; fatores: aumento da dispneia, aumento do quadro de
tosse e aumento das secreções, principalmente quando muda a tonalidade para um amarelado/esverdeado
indicando infecção) e comorbidades são comuns e contribuem para a gravidade da doença.
- Causas: tabagismo-Principal fator de risco; quanto maior a carga tabágica/IMA (índice de maço anual),
maior o risco; Cigarro tem mais de 4.600 substâncias, muitas delas com potencial para câncer), poluição
atmosférica (indoor – fogão a lenha, queima de lixos, outdoor – fábricas, carvoarias, queimadas),
alérgenos variados, agentes ocupacionais (madereira, extração de amianto, extração da sílica, carvoaria),
infecções respiratórias, dieta, estado nutricional
- Pneumopatias: bronquite crônica, enfisema e asma
- Lesão crônica → doença de pequenas vias aéreas → hiper-responsividade brônquica desencadeada por
alérgenos, infecção etc.
a) Enfisema: destruição da parede alveolar, hiperinsuflação, hipersonoridade; nem todo enfisema é DPOC,
pois nem todos possuem fenômenos obstrutivos – espirometria auxilia disgnóstico; conceito
anatomopatológico (panlobular)
b) Bronquite crônica: tosse produtiva, inflamação das vias aéreas; conceito clínico (3 meses em 2 anos)
c) Asma: obstrução reversível
Bronquite crônica:
- Conceito: É uma condição clínica caracterizada por tosse persistente com produção excessiva de muco
pela árvore brônquica (células caliciformes e glândulas submucosas), na maioria dos dias de um período
de três meses por ano, por dois anos consecutivos, não resultantes de causas aparentes como tuberculose,
bronquiectasia ou outras doenças com sintomas idênticos.
- Achados no exame físico: sibilos, tiragem (se dá por pressão negativa; o gradil expande e o pulmão não
expandiu, a pressão interpleural fica negativa para o ar entrar. Na obstrução pulmonar a pressão negativa
não consegue fazer o pulmão ser puxado para o ar entrar, então puxa o gradil costal/ a musculatura e dá
tiragem)
- Aspectos morfológicos:
• Espessamento da parede brônquica (pela hiperplasia, fibra, infiltrado mononuclear (CD8) e
neovascularização por ser uma doença crônica)
• Hiperplasia de células caliciformes (produção de muco)
• Hiperplasia de glândulas submucosas (índice de Reid > tosse produtiva)
• Acúmulo de secreção intraluminar predispondo a bronquiectasia (bronquite é reversível; bronquiectasia
é irreversível e com secreção MUITO mais abundante, destrói cartilagem, fibras elástica, musculatura...)
• Metaplasia epitelial escamosa (lesão potencialmente cancerígeno; metaplasia é reversível e nem sempre
dá câncer)
• Alteração epitelial displásica
• Aumento do índice de Reid
• Infiltrado inflamatório
• Fibrose
- Bronquiectasia é irreversível, a bronquite pode evoluir para bronquiectasia
- Índice de Reid:

- Podemos afirmar que o índice de Reid é sempre menor que 1, em média 0,26;
- Avalia hiperplasia glandular submucosa (aumenta o índice)
- Divisão da espessura da submucosa pela distância entre a membrana basal e pericôndrio;
- Infiltrado inflamatório inespecífico;
- Tumores estão tendendo a ser cada vez mais periférico porque as pessoas estão tragando mais
profundamente;
- Tem atelectasia quando a obstrução é acentuada e, às vezes, total.
- A lógica é a periferia se aproximar do brônquio > macicezes a percussão > consolidação.
- Pode facilitar bronquiectasia;
Enfisema
-René Teófilo de Laennec: ausculta imediada ou mediata: usa ou não estetoscópio ou instrumento;
-Faixa etária mais jovem
-É a ruptura dos septos alveolares
-Bronquite hoje > enfisema centrolobular (acomete só bronquíolo) amanhã > enfisema panlobular depois
de amanhã (acomete parênquima em torno dos bronquíolos);
-Bronquíolo terminal não respiratório > Bronquíolo terminal respiratório de primeira ordem > segunda
ordem > terceira ordem > ducto alveolar > sacos alveolares (ácinos começam no bronquíolo respiratório)
- Conceito: É uma alteração anatômica permanente caracterizada pelo aumento anormal dos espaços aéreo
distais aos bronquíolos terminais não respiratório, acompanhado por alterações destrutivas das paredes
alveolares sem fibrose evidente.
- É um pulmão limpo, hipertransparente no RX, fica muito preto.
-Hiperventilação, hiperinsulflação pode ser também “enfisema vicariante” é compensativo não devia
chamar enfisema, é só hiperinsulflação compensatória.
-Diagnóstico clínico:
a) QP: dispneia (de esforço; inicia aos grandes esforços com destruição de cerca de 30% do parênquima
pulmonar; é progressiva e chega a dispneia até em repouso)
b) Inspeção: Dispneico; Emagrecimento; Fácies angustiada; Ponto de ancoragem (apoia na cadeira e joga
tórax para frente para liberar musculatura para facilitar respiração. Tem elevação com horizontalização
das costelas); Deformidade torácica (em tonel; aumento do diâmetro antero-posterior devido à retenção
de ar); Expansibilidade torácica diminuída (possui volume residual no pulmão e não consegue expandir
– quadro clássico); Respiração tipo torácica em decúbito dorsal (pulmão já tem muito ar, cúpula
diafragmática está desfeita e ele fica retificado e não faz movimento normal de ir e vir; a normal é toraco-
abdominal); Retração dos arcos costais inferiores na inspiração (Sinal de Hoover → os últimos arcos
que são flutuantes também são puxadas pela pressão negativa da pleura na inspiração com a tiragem
intercostal)
c) Palpação: Expansibilidade torácica diminuída; Ictus cordis desviado em direção medial (pulmão
hiperinsulflado empurra o coração e o deixa verticalizado – coração em gota); Ictus cordis pouco intenso
ou impalpável (pulmão hiperinsulflado distancia coração do gradil costal e dificulta); Frêmito
toracovocal diminuído ou abolido (propagação é menor)
d) Percussão: aumento da sonoridade na área enfisematosa (muito ar no pulmão)
e) Ausculta: Hipofonese de bulhas cardíacas (pulmão com muito ar interposta atrapalha condução);
Redução ou ausência do murmúrio vesicular (pressão intralveolar está alta pois já tem muito ar e reduz
o MV); Roncos, sibilos e estertores podem estar presentes (devido a fenômenos obstrutivos; estertores
grossos devido a secreção; é inspiratório e expiratório pois movimenta a secreção nos dois)
-Classificação:
a) Enfisema centrolobular ou centroacinar; pega bronquíolos respiratórios
• Frequentemente associado ao tabagismo e a bronquite crônica;
• Envolvimento da porção central do ácino respiratório (fica preto na TC e periferia fica normal)
• Mais comum em homens entre 50 – 60 anos;
• Envolve sobretudo lobos superiores (é mais fácil a fumaça subir)
b) Enfisema panlobular ou panacinar; pega toda ácino respiratório (bronquíolo e alvéolo)
• Frequentemente associado a deficiência de alfa-1-antitripsina
• Comumente afeta pessoas na faixa etária mais jovens
• Tem preferência por bases pulmonares
• Destruição uniforme de todo lóbulo
• Fenômenos obstrutivos discretos

c) Enfisema parasseptal ou acinar distal; pega ductos alveolares e alvéolos


a. Tem preferência por ápice pulmonar
b. Acomete sobretudo porção distal do ácino
c. Surge em áreas de fibrose, cicatriz ou atelectasia
d. Responsável por formação de bolhas subpleurais
e. Causa frequente de pneumotórax espontâneo em jovens

d) Enfisema irregular ou paracicatricial; pega ductos e alvéolos, mas de forma irregular a depender do
quadro
a. Está associado a zonas cicatriciais
b. Envolve os ácinos respiratórios de forma irregular
c. Na maioria dos casos apresentam como focos pequenos
d. Geralmente carecem de significado clínico
o Mais comum é paracicatricial > não é o mais significativo do ponto de vista clínico
o Mais significativo clinicamente é o centro lobular (mais associado ao tabagismo também);
Forma BB PP
QP Dispneia (comumente ortopnéia) Dispneia (comumente ortopnéia) – aos
– aos esforços esforços
Tipo Sancho Pança Dom Quixote
Quadro clínico – Mais centrolobular (área central Enfisema panlobular
Forma de do pulmão é área com pressão
apresentação vascular maior) fibrose
comprime vasos;
neovascularização) sobrecarrega
VD que hipertrofia > cor
pulmonale > pode descompensar
e dar sopro, jugular túrgida,
edema, piora da dispinéia
Inspeção Cianose – azul pletórico Hiperventila > não é cianótico
Dispneico Dispneico
Menos emagrecido; Face – Mais emagrecido; Face angustiada
Pletórica (avermelhada)
PCO2 alta > vasoconstrição no PCO2 baixa > soprador rosado
pulmão
Hipertrofia da musculatura acessoria >
dispneia mais acentuada
Respiração torácica > tem muito mais
ar no pulmão e abaixo do diafragma,
fixando o diafragma e impedindo-o de
ter liberdade de movimentação
Fácies angustiada
Também tem deformidade Deformidade torácica (verticalização
torácica pois passa a ter tórax em tonel, PP >
BB) [cuidado que indivíduos na
terceira idade pode ter tórax em tonel
naturalmente]
Palpação Fígado palpável > problema Fígado palpável > diafragma vai
cardíaco > congestão passiva do empurrar o fígado
fígado
Reflexo hepatojugular Ictus com palpação mais difícil
Medialização do coração (PP tem
muito ar, pulmão cresce e comprime o
coração > “tá batendo na boca do
estômago”
Pode ter FTV normal FTV reduzido ou abolido
Expansibilidade normal se Expansibilidade diminuída
estiver sem complicação
Percussão BB puro (sem complicação ou Hipersonoridade
atelectasia) tem precursão
normal porque a periferia está
normal – é centrolobular
Ausculta MV normal MV reduzido ou abolido (tem muito ar
no alvéolo, velocidade que o ar entra no
pulmão é muito lenta > pouco choque
de ar no alvéolo)
Roncos, sibilos e estertores
(bronquítico, tem secreção)
Informações úteis Dedos em baqueta de tambor Diafragma rebaixado dá sensação de
(indica má perfusão periférica) > plenitude pós-prandial
proliferação fibroconjuntiva e
neoformação vascular
Síndrome Obstrutiva Nem sempre é mais idoso > pode ser
deficiência de alfa-1-antitripsina, base
pulmonar, doença relacionada aos
neutrófilos, elastase destrói
componente elástico > precisa de
antitripsina para evitar isso > enfisema
panlobular
Brevelínio, de meia idade, face Longilínio, idoso, tosse discreta e com
pletórica, tosse acentuada e expectoração escassa;
periódica, com expectoração
abundante
Centrolobular Panlobular
Prognóstico muito grave Grave
(presença de turgência jugular e
relacionado a IC)
-Diagnóstico:
Radiológico: incidência póstero anterior e perfil
➢ RX não é bom para enfisema e sim TC.
➢ Diafragma irregular na imagem.
➢ Expande espaço retroesternal, aumenta DAP e aumenta ângulo costo diafragmático.
-Complicações:
• Insuficiência respiratória
• Pneumotórax espontâneo
• Tromboembolia pulmonar
• Poliglobulia > para compensar falta de ar
• Úlcera péptica
• Cor pulmonale

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