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Maria Laura Caetano Tonhon

Síndromes pulmonares
1. Caracterize a síndrome brônquica. atmosférica e infecções); estertores grossos em

R: É decorrente alteração brônquica por constrição, ambos hemitórax; pode-se encontrar roncos e sibilos,

dilatação ou acúmulo de secreção nos brônquios. redução da expansibilidade, hipersonoridade e

Suas manifestações são dispneia acompanhada por redução do FTV e do MV (assim como na asma) em

sensação de constrição ou aperto no tórax, dor indivíduos com enfisema associado.

torácica difusa, tosse e sibilância. A tosse pode ser c) Bronquiectasia: constrição devido infiltrado

seca ou produtiva devido irritação torácica e/ou inflamatório nas vias respiratórias de pequeno e

aumento da produção de muco. médio calibre; dilatação irreversível dos brônquios

2. Caracterize as síndromes brônquicas a seguir: devido destruição das paredes dessas estruturas;

*Em todas se observa constrição brônquica devido podem comprometer segmentos, lobos pulmonares

edema de mucosa brônquica ou aumento do tônus ou vários lobos em ambos pulmões; tosse produtiva

broncomotor. com expectoração mucopurulenta abundante,

a) Asma brônquica: constrição e edema devido especialmente pela manhã; hemoptises são

inflamação brônquica e aumento do tônus frequentes; geralmente exame físico e radiografia são

broncomotor; sibilos, roncos e/ou estertores grossos; normais, mas à medida que a doença se agrava, há

inspeção e palpação podem estar normais, mas pode alterações no exame físico (aumento da FR, redução

haver aumento da frequência respiratória e redução da expansibilidade uni ou bilateral), alteração do

da expansibilidade torácica se paciente estiver frêmito toracovocal (geralmente diminuído devido

hiperinsuflado (em crise), havendo também broncoconstrição associada), hiperssonoridade à

hipersonoridade, redução do FTV e do murmúrio percussão e murmúrio vesicular diminuído; estertores

vesicular bilateralmente. grossos, roncos e sibilos; em bronquiectasias basais

b) Bronquite crônica da DPOC: constrição devido extensas, pode-se achar redução da expansibilidade

resposta inflamatória anormal dos brônquios devido e submacicez nesses locais.

inalação de partículas e gazes tóxicos; acúmulo de d) Infecções traqueobrônquicas: constrição devido

secreção de muco na árvore brônquica; caracterizada liberação de mediadores inflamatórios por agente

por tosse com expectoração mucopurulenta de infeccioso; geralmente infecção viral que tem

pequeno volume, que pode persistir por meses tendo sintomas normais (febre e cefaleia), desconforto

períodos de melhora ou piora (tabagismo, poluição retroesternal, rouquidão, tosse seca que evolui para
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mucoide e depois mucopurulenta se houver infecção abolido; macicez ou submacicez; som

bacteriana secundária; inspeção, palpação e broncovesicular; ressonância vocal diminuída.

percussão normais; ausculta geralmente com c) Hiperaeração: enfisema pulmonar; aumento aéreo

estertores grossos em ambos os lados, podendo-se anormal em regiões distais ao bronquíolo terminal;

ouvir também roncos e sibilos inconstantes; dados dispneia (no início ocorre apenas em grandes

obtidos no exame físico variam de acordo com local e esforços, mas nas fases avançadas ocorre até em

extensão de áreas comprometidas. repouso); na fase final surgem manifestações de

3. Descreva sobre as síndromes parenquimatosas: insuficiência respiratória; expansibilidade diminuída,

a) Consolidação: pneumonias, infarto pulmonar e tórax em tonel nos casos avançados, FTV diminuído,

tuberculose; ocupação dos espaços alveolares por percussão normal no início mas hipersonoridade

células e exsudato; dispneia e tosse seca ou conforme agrava a doença; MV diminuído, fase

produtiva (mucopurulenta, podendo ter sangue – expiratória prolongada, ressonância vocal diminuída

hemoptises – muito frequentes na tuberculose); se d) Congestão passiva dos pulmões: insuficiência

houver comprometimento da pleura, há dor ventricular esquerda e estenose mitral; líquido se

retroesternal e dor em um dos hemitórax com acumula no interstício, causando dispneia de esforço,

característica de dor pleurítica; expansibilidade dispneia de decúbito e dispneia paroxística noturna;

diminuída, FTV aumentado, submacicez ou macicez; tosse seca ou com expectoração rósea e sibilância;

na ausculta tem-se respiração brônquica expansibilidade normal ou diminuída, FTV normal ou

substituindo o MV, sopro tubário, pectorilóquia e aumentado, submacicez nas bases pulmonares e

estertores finos. estertores finos nas bases dos pulmões; ressonância

b) Atelectasia: neoplasias e corpos estranhos; vocal normal.

desaparecimento de ar dos alvéolos, sem ocupação e) Escavação ou caverna pulmonar: eliminação de

por células ou exsudato; se obstrução for em um parênquima em uma área que sofreu necrobiose;

brônquio principal, compromete o pulmão inteiro, abscessos, neoplasias, micoses, tuberculose. Tosse

mas se for em brônquios lobares ou segmentares produtiva e vômica (expectoração purulenta) ou

comprometem apenas uma região; quanto maior o hemoptise, expansibilidade diminuída, FTV

comprometimento, maior as manifestações clínicas aumentado (se houver secreção), percussão normal

(dispneia, sensação de desconforto e tosse seca); ou som timpânico, ausculta com som broncovesicular

retração do hemitórax; tiragem; FTV diminuído ou


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ou brônquico no lugar de MV, RV aumentada ou comprometido, tosse seca e dispneia (intensidade

pectorilóquia. varia com o tanto de ar que está acumulado);

4. Caracterize as síndromes pleurais abaixo: inspeção normal ou abaulamento dos EIC quando

a) Síndrome pleurítica: inflamação dos folhetos quantidade de ar é grande; expansibilidade e FTV

pleurais; tuberculose, pneumonia, moléstia reumática diminuídos, hipersonoridade ou som timpânico, MV e

e outras colagenoses, viroses e neoplasias da pleura RV diminuídos.

e pulmão; presença de atrito pleural; dor, tosse,

dispneia e febre; à medida que a pleurite avança, há

o acúmulo de líquido entre a pleura parietal e visceral,

desaparecendo a dor e o atrito pleural, evoluindo para

derrame pleural; expansibilidade e FTV diminuídos;

sonoridade normal ou submacicez; ausculta atrito

pleural (principal achado).

b) Síndrome de derrame pleural: pleurites,

neoplasias, pneumonias, colagenoses, síndrome

nefrótica e insuficiência cardíaca; pode haver dor sem

característica de dor pleurítica, tosse seca e dispneia,

com intensidade variando de acordo com acúmulo de

líquido; expansibilidade diminuída e FTV diminuído

na área do derrame e aumentado na área do pulmão

em contato com o líquido pleural; macicez, MV

abolido na área do derrame, egofonia e estertores

finos na área do pulmão em contato com o líquido

pleural na parte mais alta do derrame.

c) Síndrome pleural aérea ou de pneumotórax:

acúmulo de ar no espaço pleural, que penetra por

lesão traumática, ruptura de bolha subpleural ou em

certas afecções pulmonares (tuberculose,

pneumoconiose, neoplasias); dor no hemitórax

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