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ANA CLARA QUIRINO – 69

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA


PRIMEIRA PROVA DE SEMIOLOGIA II
PROF MARCELO

 Síndromes de condensação pulmonar:


o Substituição do ar que preenche o alvéolo por outro
material causando solidificação do parênquima
pulmonar;
o Doenças que determinam preenchimento alveolar:
 Líquidos: congestão (icc descompensada com
edema pulmonar), aspiração;
 Sangue: hemorragias alveolares (leptospirose);
 Células: neoplasias (carcinoma bronquíolo-
alveolar);
 Exsudatos: processos infecciosos (pneumonia).

1. Pneumonia:

 Definição: doença inflamatória aguda (dias) de causa infecciosa


acometendo os espaços aéreos e podendo ser causada por vírus
(influenza), bactérias (pneumococo) ou fungos (raro).
 Diagnóstico: anamnese com historia clinica compatível (sinais e
sintomas) + exame físico + radiografia do tórax.
 Pneumonia adquirida na comunidade:
o Fora do ambiente hospitalar ou unidades de atenção à saúde ou que
se manifesta até 48 horas da admissão à unidade assistencial;
o Hospitalizados no mínimo dois dias nos últimos 90 dias devem ser
considerados como casos de pneumonia de possível origem
hospitalar;
o Importante para escolha do tratamento.
 Vias de acesso dos patógenos ao parênquima pulmonar:
 Aspiração de secreções da orofaringe: pneumonia aspirativa.
Mais comum em pacientes idosos, acamados e com
rebaixamento do nível da consciência. Lembrar da participação
de bactérias anaeróbicas que povoam a orofaringe;
 Inalação de aerossóis: pneumonias virais (covid) e bacterianas;
 Disseminação hematogênica: por ex, abscesso no membro
inferior que atingiu a corrente sanguínea e chegou ate o pulmão.
Geralmente são pneumonias bilaterais. Infecções de acesso
venoso central também podem disseminar por essa via. No
tratamento é importante fazer a cobertura do antibiótico com
germes de pele (staphylococcus aureus,pneumococos  gram +)
 Disseminação a partir de um foco contíguo e reativação
local: mais comum na tuberculose pulmonar.
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 Mecanismos de defesa do trato respiratório inferior:


o Fechamento da glote;
o Reflexo da tosse;
o Muco brônquico;
o Atividade ciliar do epitélio respiratório;
o Fatores humorais presentes no muco;
o Macrófagos e imunoglobulinas alveolares.

 Fatores de risco:
o Idade: idosos
 Risco aumenta com a idade;
o Doenças crônicas:
 DPOC;
 Bronquiectasia;
 Asma;
 ICC;
 AVC;
 DM;
 Desnutrição;
 Imunossupressão.
o Infecções respiratórias virais: vírus Influenzae (gripe)
o Proteção da via aérea prejudicada: alterações do nível de
consciência e disfagia;
o Tabagismo e alcoolismo;
o Outras condições:
 Aglomerações: prisões e abrigos;
 Baixa condição socioeconômica;
 Exposição a toxinas ambientais: solventes, gasolina e
tintas.

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Gráfico 1 mostrando o impacto do aumento da idade na ocorrência de


pneumonias e no 2 o impacto das comorbidades associadas ao quadro. Página | 2
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 Etiologias mais frequentes: importante para definir tratamento.


o Vírus respiratórios: Influenzae, Rinovírus, Adenovírus, Covid-19;
o Bactérias típicas: Streptococcus pneumoniae (causa bacteriana
mais comum), Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis
o Bactérias atípicas: Legionella spp, Mycoplasma pneumoniae,
Chlamydia pneumoniae  idosos
o Pseudomonas, Staphylococcus aureus MRSA (especialmente
pacientes em hospitalização ou uso de ATB recente, com
bronquiectasia ou DPOC avançado e fibrose cística).

 Condições predisponentes a germes específicos:

 Quadro clinico: agudo (dias);


 Tosse:
 Fase inicial: seca ou produtiva com
expectoração em pequena
quantidade e de aspecto mucóide,
mas que evolui para aspecto
purulento (amarelado);
 Pode haver hemoptise de pequeno
volume e associada à purulência
do escarro;
 Expectoração purulenta;
 Dor torácica:
 Dor pleurítica: localizada, em pontada e piora com a tosse
e inspiração profunda;
 Pode estar ausente em um número significativo dos casos;
 Pneumonias de base pulmonar: a dor pode ser referida no
abdome ou na região escapular  dor abdominal;
 Dispneia:
 Geralmente ausente nos quadros leves;
 Quando presente caracteriza sempre um quadro grave:
pneumonia extensa, presença de doenças subjacentes
descompensadas (pulmonares ou cardiovasculares).

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 Febre: presente na maioria dos casos, a exceção de idosos


debilitados e pacientes imunossuprimidos;
 Adinamia: frequente, às vezes com prostração acentuada;
 Outros: mialgia generalizada, suores, calafrios, dor de garganta,
anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, alterações de sensório são
observados com frequência variável.

 Idosos:
o As únicas manifestações da pneumonia podem ser febre e
alteração de sensório, sem sintomas respiratórios;
o Em outros casos surgem quedas ao chão, incontinência urinária,
descompensação da doença de base ou insuficiência cardíaca
clinicamente manifesta.

 Exame físico:
o Palpação: frêmito toracovocal aumentado (causado pela
solidificação do parênquima – preenchimento do alvéolo pelo
exsudato);
o Percussão: macicez ou sub-macicez;
o Ausculta: crepitações (estertores finos) e sopro tubário (o som se
propaga melhor no sólido  na área de pneumonia é ouvido o
som traqueal ou brônquico ao invés do murmúrio vesicular);
o Ausculta da voz: broncofonia (33), egofonia (voz de cabra) e
pectorilóquia afônica;
o Dado mais frequente: crepitações - estertores finos;
o Não é rara a presença de complicações como derrame pleural
parapneumônico com a presença de:
 frêmito tóracovocal diminuído;
 macicez;
 abolição do murmúrio vesicular.
o Contagem da frequência respiratória: taquipneia, principalmente
se acima de 30 irpm (gravidade do quadro e risco de óbito).

 Radiografia de tórax posteroanterior e perfil:


o Usada no diagnóstico para diferenciar a pneumonia de outros
quadros infecciosos do trato respiratório inferior e superior;
o Determinar a gravidade do quadro e a extensão do processo;
o Pode sugerir outras possibilidades, identificar condições
associadas (neoplasias) e verificar a ocorrência de complicações
(derrame pleural);
o Consolidação: área com opacidade e hipotransparência ou
padrão intersticial (sugere pneumonia atípica ou viral);
o Broncograma aéreo: imagem do brônquio na área
hipotransparente  sugestivo de pneumonia.
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 Exames laboratoriais:
 Pedir em caso de pacientes em que se contempla a internação;
 Hemograma, Cr, U, Na, K, glicemia, PCR;
 Em caso de desconforto respiratório: oximetria e gasometria
arterial;
 Pesquisa etiológica: gram e cultura do escarro, hemocultura
(sensibilidade baixa), antígeno urinário para Legionella (germe
atípico, associado à pneumonia grave, ar condicionado e
hiponatremia), ensaios de PCR.

 Avaliação da gravidade: alguns pacientes podem


ser tratados em casa ou no hospital (na enfermaria
ou cti);
o Escore CURB-65:
 Confusão mental
 Uréia > 43mg/dL
 Frequência respiratória > 30irpm
 Pressão arterial sistólica < 90mmHg
ou diastólica ≤ 60mmHg
 Idade ≥ 65 anos
o Pneumonia severity index (PSI;PORT)

 Vacinas:
 Pneumocócica 10V (criança), Pneumocócica
23V (≥60 anos ou pacientes com
comorbidades associadas);
 Influenzae (Gripe): dose única anual.

 Infarto Pulmonar – TEP:


o Também leva o paciente a síndrome de condensação pulmonar
 diagnóstico diferencial para pneumonia;

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o É uma complicação da embolia pulmonar;


o Quadro clinico clássico:
 Dispneia súbita, taquipneia, dor torácica pleurítica e tosse
seca ou presença de hemoptise.
o Exame físico:
 Discretas crepitações, sibilos ou sinais de pequeno
derrame pleural (em apenas 13%).
o Radiografia: consolidações pulmonares em formato de cunha
que correspondem ao infarto pulmonar  sinal de Humpton (base
do triangulo voltado pra periferia do pulmão).

Obs: dica do Marcelo para questões de embolia pulmonar  Escore de Wells

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