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CHOQUE
Perfusão:
o Pode ser definida como a irrigação sanguínea contínua de um tecido,
através da rede capilar, no intuito de promover suprimento de oxigênio e
nutrientes;
o Se expressa como o produto do fluxo capilar pelo conteúdo de nutrientes
e de oxigênio oferecidos aos tecidos;
o Depende de variáveis como:
Débito cardíaco;
Distribuição do sangue através da rede circulatória
(principalmente arterial);
Concentração sérica de hemoglobina para levar O2 aos tecidos;
Saturação e pressão parcial de oxigênio arterial.
o Quando as variáveis são comprometidas podem levar o paciente ao
estado de choque (ex: problema cardíaco, problema na rede circulatório,
falta de hemoglobina e incapacidade do próprio tecido de utilizar O2).
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Conceitos Aplicados
o Oferta de oxigênio (DO2): grande objetivo da perfusão. É a quantidade
de oxigênio ofertada para os tecidos, por minuto, determinada pelo
débito cardíaco (DC) e a quantidade total de oxigênio arterial (CaO2);
o Quantidade Total de Oxigênio Arterial: é a quantidade total de
oxigênio no sangue arterial, determinada pela hemoglobina e pela
saturação do oxigênio arterial (SaO2);
o Extração de Oxigênio: é a porcentagem do O2 ofertado que é extraída
pelos tecidos. Em condições normais, os tecidos extraem 25% do O2
oferecido e 75% retorna ao coração (grande reserva e economia);
o Quantidade Total de Oxigênio Venoso: é a quantidade total de
oxigênio que restou no sangue venoso e retorna ao coração. Depende
da hemoglobina e da saturação venosa de O2;
o Saturação Venosa de Oxigênio: é o O2 que retorna ao coração. É
determinada pelo consumo tecidual. Valores abaixo de 60% indicam
aumento da extração de oxigênio, diminuição da oferta e/ou aumento da
necessidade.
Fatores Cardíacos
o O coração precisa manter um débito cardíaco para bombear sangue
adequadamente aos órgãos e tecidos e manter a rede capilar cheia
o Variáveis
Frequência cardíaca
Volume sistólico
Contratilidade miocárdica
Pressão de enchimento
Fluxo livre pelas valvas e câmaras cardíacas
Fatores Vasculares
o Para perfundir bem os tecidos é necessário a integridade dos vasos
sanguíneos sem obstruções e com tônus adequado (contrai e relaxa de
acordo com a necessidade) tanto na macro quanto na microcirculação
o Os sistemas arterial e venoso são responsáveis pela distribuição do
sangue pelos diversos territórios orgânicos
o Variáveis
Tônus vascular, regulado pelos centros bulbares, sistema nervoso
autônomo, SRAA, prostaglandinas, cininas, endorfinas
Microcirculação, regulada pelo tônus adrenérgico e pressões
hidrostática e oncótica
Fatores Sanguíneos
o Determinam a quantidade de oxigênio e de nutrientes oferecida aos
tecidos
o Variáveis
Concentração e atividade da hemoglobina
Saturação arterial de oxigênio
Extração de oxigênio pelos tecidos
Fatores Celulares
o A maioria dos estados de choque não afeta a capacidade da célula de
usar o oxigênio e sim a capacidade do organismo de ofertar oxigênio à
célula não interferem diretamente na perfusão, mas associam-se ao
seu rendimento
o Variáveis
Capacidade de extração de oxigênio pelos tecidos
Atividade mitocondrial
Metabolismo celular global
Choque
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b) Choque Cardiogênico
o Causado pela depressão da contratilidade ou do relaxamento
(diástole) do miocárdio e redução do bombeamento (sístole) de
sangue para a circulação sistêmica;
o A disfunção sistólica provoca hipóxia do tipo estagnante e a
disfunção diastólica provoca congestão pulmonar (represa sangue no
pulmão) e resulta em hipóxia tipo hipóxica;
o Consequências Fisiopatológicas
Aumento das pressões de enchimento cardíaco nos átrios
Redução do transporte de oxigênio aos tecidos
Extração tecidual de oxigênio aumentada
Saturação venosa de oxigênio reduzida
o Causas
Valvopatias
Miocardiopatias / Miocardites
Infarto do miocárdio (grande causa)
Arritmias (bradi ejeta sangue insuficiente e taqui não tem
tempo de enchimento na diástole, menos volume circulante)
Disfunção cardíaca da sepse
c) Choque Distributivo
o Ocorre pela má distribuição do sangue pelo sistema vascular. Há
volume de sangue adequado circulando, mas os vasos dilatam
(aumentando sua capacidade) e o volume disponível não consegue
encher o sistema vascular;
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d) Choque Séptico
o É um tipo de choque distributivo, estudado separadamente porque o
problema esta na microcirculação
o Produtos bacterianos e inflamatórios provocam dilatação da
microcirculação gerando estagnação
o Cursa com disfunção cardíaca, comprometimento intersticial
pulmonar e alterações do metabolismo celular
o Todas as formas de hipóxia podem ocorrer durante a evolução do
processo
o Consequências Fisiopatológicas
Pressões de enchimento ventricular reduzidas, no início, e
aumentadas ao surgir disfunção cardíaca
Redução do transporte de oxigênio aos tecidos
Extração tecidual de oxigênio reduzida
Saturação venosa de oxigênio reduzida ou aumentada
o Causas: infecções por germes gram positivos e negativos oriundos
dos diversos sítios orgânicos (principais: infecções urinárias e
pulmonares)
e) Choque Obstrutivo
o O problema está na chegada do sangue ao coração (não nele) VE
recebe menos sangue ejeta menos diminui a perfusão
o Ou seja, resulta do bloqueio ao fluxo de sangue para o ventrículo e
consequentes quedas do débito cardíaco e do enchimento capilar
o Provoca hipóxia tipo estagnante. No tromboembolismo pulmonar
(circulação pulmonar bloqueada passa menos sangue pelo pulmão
menos sangue p/ VE), poderá haver hipóxia tipo hipóxica
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o Consequências Fisiopatológicas
Pressões de enchimento ventricular aumentadas
Redução do transporte de oxigênio aos tecidos
Extração tecidual de oxigênio aumentada ou reduzida, como
adaptação pela menor oferta
Saturação venosa de oxigênio reduzida
o Causas
Tromboembolismo pulmonar
Tamponamento cardíaco (liquido no saco pericárdico que não
permite a diástole correta)
Pneumotórax hipertensivo (pulmão colabado, ↓ fluxo de sangue)
Obstruções das veias pulmonares
f) Choque Misto
o Associação de duas ou mais formas de choque
o Mais frequente na sepse e nas cardiopatias graves
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Propedêutica Complementar
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