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RESUMED
GABRIELLE NUNES - 2020.1 e 2020.2

IAIS
TOR
ORA
LAB
Gabrielle Nunes | P2| 2020.1 1

[habilidades.laboratoriais]
FATORES PRÉ-ANALÍTICOS

Inclui a indicação do exame, bem como a redação, a leitura e a interpretação da solicitação, a transmissão das instruções ao
paciente, avaliação do seguimento dessas instruções, procedimentos de coleta, acondicionamento, transporte e preservação
da amostra até a realização do exame.

1. Atendimento ao paciente:
- Cadastro
- Instruções de coleta
2. Coleta do material
3. Transporte e separação de amostra
4. Avaliação da qualidade da amostra
5. Distribuição da amostra

POSSÍVEIS CAUSAS PARA VARIAÇOES NOS RESULTADO

ATIVIDADE FÍSICA: a realização de exercícios físicos pode causar aumento na atividade sérica de algumas enzimas,
como a Aspartato aminotransferase. Esse aumento pode persistir por 12 a 14 horas após o fim do exercício.

JEJUM: para a maioria dos exames laboratoriais preconiza-se jejum de 12 a 14 horas, com algumas exceções. A falta
do jejum pode ocasionar lipemia e turbidez do soro, que podem interferir em algumas metodologias e alterar o
resultado final dos exames.

DIETA: na semana de realização do exame, o paciente deve manter sua dieta habitual.

FÁRMACOS E ÁLCOOL: Ambos podem interferir no resultado dos exames, por isso é importante registrar o nome dos
medicamentos utilizados pelo paciente e questioná-lo acerca da ingestão de álcool, pois interfere nas dosagens
de glicose, triglicérides e Gama GT (perfil hepático).

GARROTE: não deve permanecer no braço do paciente por mais de um minuto. Acima desse tempo, ocorre
aumento da pressão intravascular, facilitando a saída de líquido e pequenas moléculas para o espaço intersticial,
provocando hemoconcentração.

HEMÓLISE: é a liberação dos constituintes intracelulares para o plasma ou soro quando ocorre ruptura das células
sanguíneas. Pode interferir na dosagem de alguns analitos e é reconhecida pelo aspecto avermelhado do soro ou
plasma após a centrifugação ou sedimentação devido à hemoglobina proveniente dos eritrócitos rompidos.

ERROS NA FASE PRÉ -ANALÍTICA

Erro de laboratório é a falha de uma ação planejada que não se completou como foi proposta, ou o uso de um plano incorreto
para alcançar uma meta, que pode ocorrer em qualquer parte do ciclo de laboratório (desde o pedido da análise até o laudo
de resultados e sua interpretação e a reação aos erros). A fase pré-analítica é responsável por 70% dos erros ocorridos no
laboratório.

▪ Coleta inadequada do material


→ Material coagulado
→ Material com fibrina
→ Material insuficiente
→ Recipiente errado
→ Material lipêmico
- Material com aspecto leitoso; No caso de sangue apresentaria um soro esbranquiçado;
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→ Material hemolizado
▪ Interpretação incorreta da solicitação médica
▪ Perda da solicitação médica
▪ Erro na identificação do paciente
▪ Coleta em tubo inadequado

COLETA

TIPOS DE AMOSTRA

▪ Soro: sem anticoagulante. Há formação do coagulo e parte líquida


corresponde ao soro; Plasma sem fibrinogênio;
▪ Plasma: com anticoagulante e com centrifugação, divisão da parte líquida,
os corpos celulares (eritrócitos) e a camada leucocitária. O plasma
corresponde a parte liquida.
▪ Sangue total: com anticoagulante mas sem centrifugar
▪ Esfregaço sanguíneo: lâmina

TUBOS

Os tubos se diferenciam pelas substâncias que “reagem” com o sangue. São diferenciados uns dos outros através das cores de
suas tampas.

Tubo com citrato de sódio;


TAMPA AZUL Amostra: plasma
Sangue que precisa passar por uma análise de coagulação: teste de homeostasia. TAP (tempo de
atividade da protrombina), TTPA, fibrinogênio, tempo de coagulação;
Tubo sem anticoagulante: tubo de SORO
TAMPA VERMELHA Sangue para análises bioquímicas e sorológicas, pois contém o ativador de coágulo. A diferença entre
OU AMARELA as duas é que a amarela possui gel e a vermelha não.
Análises imunológicas, colesterol, queratina, sorologia total, HIV, ureia, taxas hormonais;
Tubo com anticoagulante natural (Heparina)
TAMPA VERDE Análises bioquímicas, gasometria, análise de cariótipo, catecolaminas
Tubo com anticoagulante (EDTA)
TAMPA ROXA Tubo ideal para coleta de sangue para investigação de distúrbios sanguíneos: análise hematológica
(morfologia), hemograma, hemoglobina glicada, reticulócitos (hemácias imaturas), VHS, quantidade de
plaquetas

TAMPA CINZA Tubo com fluoreto de sódio (NaF), utilizado para estabelecer o nível de glicose pois inibe a glicólise.
Pode conter anticoagulante ou não
Tubo utilizado para análise da glicemia e da quantidade de lactato.

OBS: Sempre homogeinizar os tubos que apresentam anticoagulante; Quando for transferir a amostra, colocar pela parede do
tubo (evitar contato e hemílise); Fazer esfregaços sem anticoagulante; Não centrifugar a amostra para obter soro antes da
retração do coágulo.

ORDEM DE COLETA:

EXEMPLOS:

1. Icterícia: Hemograma, TAP e TGP, ggT, bilirrubina total e frações,


fosfatase alcalina e sumário de úrina. Quando tubos foram necessários? 3
TUBOS.
- Hemograma (ROXO); TAP (azul); TGP, ggT, bilirrubina (total e frações) e
fosfatase alcalinas (vermelho)
2. Paciente com suspeita de DM: Hemograma, hemoglobina glicada,
glicemia em jejum, glicose pós-prandial, colesterol (total e frações),
triglicerideos, ureia, grupo sanguíneo, creatina, sumário de urina e
parasitológico de fezes.
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- Hemograma, grupo sanguíneo (ROXO) ; hemoglobina glicada, glicemia em jejum, glicose pós-prandial (CINZA);
colesterol, triglicerideo, ureia, creatina (VERMELHO)

PUNÇÃO VENOSA

TIPOS DE PUNÇÃO: Venosa, arterial (gasometria), capilar (teste do pezinho)

PUNÇÃO VENOSA À VACUO

VANTAGENS:

 Facilidade de manuseio
 Quantidade de anticoagulante proporcional ao volume de sangue a ser coletado (coleta com maior qualidade)
 Conforto ao paciente (1 punção é capaz de tirar vários tubos)
 Garantia de qualidade
 Segurança do profissional de saúde e do paciente

PUNÇÃO VENOSA COM SERINGA E AGULHA

VANTAGENS:

 Maior disponibilidade dos materiais


 Menor custo
 Visualização do momento que atinge a veia, permite ajustar a agulha

DESVANTAGENS:

 Maior quantidade de materiais descartados


 Mais propício a ocorres erros pré-analíticos
 Coleta limitada

PROCEDIMENTO DE COLETA

1. Confirmar nome completo, data de nascimento e jejum

PACIENTE NO LEITO: Verificar identificação na pulseira ou no leito (mesmo assim, perguntar seu nome se o paciente estiver
acordado

2. Materiais colhidos fora do laboratório devem ser devidamente identificados por etiquetas com os dados o paciente e
então encaminhados aos setores técnicos;
3. TRANSPORTE: Maletas térmicas ou isopor com gelo.
4. Punção no adulto:
- BRAÇO: veias da fossa antecubital, com agulha ou tubo a vácuo
- MÃO: arco venoso dorsal.

OBS: Evitar áreas com terapias ou hidratação intravenosa, cicatrizes ou hematomas, membro superior perto do local onde foi
realizado procedimentos cirúrgicos, fístulas arteriovenosas, veias que já sofreram trombose.

OBS: COMO EVIDENCIAR A VEIA:

 Braço do paciente inclinado para baixo a partir da altura do ombro


 Botar o garrote com o laço para cima e 8cm acima do local da punção
 Abrir e fechar a mão
 Não bater na veia com dois dedos

OBS: ANTISSEPSIA:

 Usar álcool 70%


 Movimentos circulares, do centro para periferia, virar o lado do algodão e repetir o movimento
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 Deixar o local secar por 30s (NÃO soprar ou secar)


 Não tocar no local que foi realizado a antissepsia

EXAMES SEM JEJUM EXAMES COM JEJUM


Hemograma, bilirrubina, beta HCG, tipagem sanguínea, Bioquímica, glicose, cálcio, colesterol total, triglicerídeos,
hemoglobina glicada, eletroforese da hemoglobina (anemia GGT, TGP, TGP, amilase, ácido úrico, ureia, vitaminas,
falciforme) eletroforese lipídica e proteica

PROCEDIMENTO DE COLETA DE SANGUE A VÁCUO

1. Verificar se a cabine da coleta está limpa e guarnecida para iniciar as coletas


2. Solicitar ao paciente que diga seu nome completo para confirmação do pedido médico e etiquetas
3. Conferir e ordenar todo material a ser usado no paciente, de acordo com o pedido médico (tubos, gaze, torniquete). A
identificação dos tubos deve ser feira na frente do paciente;
4. Informá-lo sobre o procedimento;
5. Abrir o lacre da agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo em frente ao paciente;
6. Rosquear a agulha no adaptador do sistema a vácuo
7. Higienizar as mãos
8. Calçar as luvas
9. Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo na altura do ombro
10. Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o paciente abra e feche a mão, faça a escolha
da veia a ser puncionada, e afrouxe-o. Esperar 2 minutos para usa-lo novamente;
11. Fazer a antissepsia
12. Garrotear o braço do paciente
13. Retirar a proteção que recobre a agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo;
14. Fazer a punção numa angulação oblíqua de 30º, com o bisel da agulha voltado pra cima. Se necessário, para melhor
visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão (longe do local onde foi feita a assepsia.
15. Inserir o primeiro tubo à vácuo
16. Quando o sangue começar a fluir para dentro do tubo, desgarrotear o braço do paciente e pedir que abra a mão;
17. Realizar a troca dos tubos sucessivamente
18. Homogeneizar imediatamente após a retirada de cada tubo, invertendo-o suavemente de 5 a 10 vezes;
19. Após a retirada do último tubo, remover a agulha e fazer a compressão no local da punção, com algodão ou gaze seca;
20. Exercer pressão no local, em geral de 1 a 2 minutos, evitando assim a formação de hematomas e sangramentos.
21. Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente
22. Fazer curativo oclusivo no local da punção + orientações + certificar condições do paciente
23. Colocar as amostras em local adequado ou encaminha-las imediatamente para processamento em casos indicados;

DOSAGEM DE PROTEÍNAS TOTAIS E ALBUMINA

O sangue contém duas classes de proteínas: albumina (60% de todo grupo das proteínas) e globulina (40%).

→ Albumina estabelece a pressão coloidosmótica


→ Globulinas importante papel imunológico

FUNÇÕES: Transporte, manutenção da pressão coloidosmótica, imunidade humoral, atividade enzimática, coagulação entre
outras.

TESTE DE PROTEÍNAS TOTAIS

1. Quando fazer este exame? Para determinar o estado nutricional e triagem distúrbios renais e hepáticos, e diversas outras
doenças.
2. Qual a amostra? Sangue, urina, LCR, líquido amniótico, pleura, saliva ou vezes.
3. Qual o método utilizado? Método do biureto, substâncias que possam reagir com íons cúpricos são interferentes nos
resultados.
4. É necessária alguma preparação? Não
5. O que é quantificado neste exame?
 Quantidade de proteínas totais no sangue, em especial quanto ao teor de albuminas e globulinas.
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 Relação entre albumina e globulinas (A/G), sendo normal ligeiramente acima de 1. Quando baixa corresponde
a uma superprodução de globulinas (casos de mieloma múltiplo ou nas doenças autoimunes) ou um déficit de
produção de albumina (problemas hepáticos, como a cirrose) ou, ainda, uma perda seletiva de albumina da
circulação (doenças renais, como a síndrome nefrótica); quando alta sugere um déficit de produção de
imunoglobulinas (doenças genéticas e alguns tipos de leucemia)

6. Teste mais específicos podem ser solicitados quando se pretende obter um diagnostico mais preciso (Dosagem de
albumina, testes das enzimas hepáticas e a eletroforese das proteínas séricas)
- A eletroforese de proteínas separa e mede, além da albumina, quatro ou mais grupos de globulinas, incluindo as
imunoglobulinas (fração gama), que compreendem os anticorpos presentes no plasma.

Níveis baixos de proteínas totais (Hipoproteinemia): Sugerem uma alteração hepática, uma alteração renal o uma doença na
qual as proteínas não são digeridas ou absorvidas corretamente.

- Valores baixos podem ser encontrados em situações de desnutrição grave ou condições de má-absorção (doença celíaca
e a doença inflamatória intestinal), perda renal de proteínas, queimaduras e hipertireoidismo.

Níveis altos de proteínas totais (Hiperproteinemia): Podem ocorrer em situações de inflamação crônica (hepatite ativa
crônica), infecciosas (infecções bacterianas), de doenças da medula óssea,
VALORES DE REFERÊNCIA
desidratação e neoplasia.
Proteínas totais (PT): 6,0-8,0 g/dL
- Elevação das proteínas totais geralmente decorre do aumento da produção de Albumina (Alb): 3,5-5,5 g/dL
anticorpos em algumas doenças infecciosas ou em alguns tipos de câncer, em Globulina: PT - Alb
especial o mieloma múltiplo.

ALBUMINA

Exerce a regulação osmótica do sangue e é responsável pelo transporte e armazenamento de substâncias.

1. Por que fazer este exame? Para avaliar doenças hepáticas ou doenças renais ou o estado nutricional.
2. Quando fazer este exame? Quando há suspeita de doença renal ou hepática; para avaliar o estado nutricional em
casos de desnutrição ou antes de uma cirurgia.

HIPERALBUMINEMIA HIPOALBUMINEMIA

 Diarreia  Redução da síntese (cirrose)


 Desidratação aguda  Ingestão inadequada de proteínas
 Febre reumática  Perda proteica extravascular (síndrome nefrótica)
 Meningite  Hemodiluição (ascite, ICC)
 Estresse

ELETROFORESE DE PROTEÍNAS |ELETROFORESE E IMUNOFIXAÇÃO

Outras nomenclaturas: Eletroforese de proteínas séricas, EPS, EFPS, Eletroforese de proteínas urinárias, EPU, EFPU e EFI
O que está sendo pesquisado? A eletroforese de proteínas é um método para
separação das proteínas encontradas no soro ou na urina. A eletroforese e
imunofixação é um método para detecção de proteínas específicas,
geralmente imunoglobulinas.
- Na eletroforese as proteínas séricas são separadas em cinco ou seis grupos
principais. Essas frações são denominadas albumina, alfa 1, alfa 2, beta e
gama. A fração beta algumas vezes é subdividida em beta 1 e beta 2. A.

ALFA-1 Antripsina; TBG; alfa-fetoproteínas;alfa-1 glicoproteína


ácidas.

ALFA-2 Alfa-2 globulina; haptoglobulina; ceruplasmina;

BETA Transferrina; beta-lipoproteínas; C3;

GAMA Imunoglobinas
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ANÁLISE DOS RESULTADOS

FRAÇÕES VALORES ELEVADOS VALORES BAIXOS


ALBUMINA  Desidratação  Desnutrição e disabsorção
 Gravidez
 Doença renal (especialmente síndrome
nefrótica)
 Doença hepática
 Doenças inflamatórias
 Síndromes com perda proteica
ALFA-1  Doenças inflamatórias agudas ou  Enfisema congênito (deficiência de a1-
crônicas antitripsina, uma doença genética rara)
 Doença hepática grave
ALFA-2  Doença renal (síndrome nefrótica)  Hipertireoidismo
 Doença inflamatória aguda ou  Doença hepática grave
crônica  Hemólise

 Desnutrição
BETA  Hipercolesterolemia  Cirrose
 Anemia ferropriva
 Alguns casos de mieloma múltiplo ou
MGUS
GAMA  Policlonal:  Diversas doenças imunes genéticas
- Doença inflamatória crônica  Deficiência imune secundária
- Artrite reumatoide
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Cirrose
- Dença hepática crônica
- Infecção aguda e crônica
- Imunização recente
 Monoclonal:
- Macroglobulinemia de Waldenström
- Mieloma múltiplo
- Gamopatia monoclonal de significado
clínico indeterminado (MGUS)

DOSAGENS DE GLICOSE SANGUÍNEA E CAPILAR

É o teste bioquímico mais realizado em laboratório e mede a quantidade de glicose no sangue do paciente no momento da
coleta. Utilizado para detectar hiperglicemia e hipoglicemia, para auxiliar no diagnostico de diabetes e para monitorar os
níveis de glicose em pessoas já diagnosticadas.

 A dosagem da glicemia geralmente é feita no soro ou no plasma, mas alguns laboratórios medem-na no sangue total,
que é 10% a 15%mais baixa.
 O método mais utilizado atualmente para a dosagem da glicemia é o enzimático
 O tubo ideal para a coleta deve conter fluoreto (tampa cinza): Devem ser centrifugados em até 4 horas após a
coleta. A coleta sem fluoreto pode ser efetuada, mas deve ser centrifugada logo após a venopunção (em até 2
horas)

OBS: Mas por que há essa diferença? O armazenamento prolongado da amostra, sem centrifugação e sem fluoreto, permite
metabolismo da glicose pelas hemácias, que não necessitam de insulina para captação de glicose

PERFIL GLICÊMICO

▪ Glicemia em jejum: O exame deve ser realizado com um jejum de 8 horas.


▪ Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): Realiza uma sobrecarga de 75g de glicose e realiza-se uma reavaliação pré e
pós sobrecarga.
▪ Proteína glicada (frutosamina): Albumina glicada. Importante em casos de hemoglobinopatia por representar uma taxa
de glicose de aproximadamente 3 semanas.
▪ Hemoglobina glicada: Vantagens (Estabilidade da amostra, não é necessário jejum, não é afetada por estresse agudo e
reflete o status glicêmico de 3-4meses) e limitações ( Hemoglobinopatias, anemia hemolítica/ hemorragia, uremia, idade
e etnia)
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▪ 1,5-anidroglucitol
▪ Glicemia capilar: é realizada através da coleta de sangue de capilares sanguíneos geralmente do dedo, através da
perfuração cutânea por uma lanceta, sendo o nível de glicose verificado em aparelhos próprios para esse fim. Importante
na auto-monitoração.
 Glicosímetro + fitas reagente
▪ Monitorização contínua: Importante em DM1.
 Chip subcutâneo

PERFIL LIPÍDICO

LÍPIDES

Triglicérides (TG), colesterol, fosfolípides e ácidos graxos. Os principais para a clínica são os triglicerídeos e o colesterol,
quantificados a partir dos níveis de lipoproteínas (lípides + apolipoproteínas).

 Lipoproteínas ricas em triglicerídeos: quilomícrons


 Lipoproteínas ricas em colesterol: VLDL, LDL e HDL

Os níveis de colesterol aumentam por 2 fatores principais: o genético e a dieta, taxas altas no sangue provocam o endurecimento
da parede das artérias, formando placas de gordura que são chamados de ateromas, compondo a patologia aterosclerose.
- LDL está diretamente ligada às doenças de risco coronariano, como aterosclerose porque deposita o excesso de
colesterol na parede das artérias. Por outro lado, a lipoproteína HDL remove o colesterol das paredes, levando-o de volta ao
fígado.

O excesso de triglicérides no soro causa uma cor esbranquiçada e leitosa que chamamos de lipemia.

COLESTEROL TOTAL
▪ Soro ou plasma (heparina) isentos de hemólise.
▪ Após jejum de 12 a 16 horas, o sangue é colhido com o mínimo de estase possível.
▪ O soro ou plasma devem ser separados, no máximo, duas horas após a coleta.
▪ O uso de anticoagulantes como: citrato, EDTA e oxalato, provocam resultados
ligeiramente diminuídos.

VARIÁVEIS ANALÍTICAS:
1. TG +CT +HDL= Método colorimétrico enzimático
2. LDL = Fórmula de Friedewall (TG < 400)
LDL= CT – HDL – TG/5
3. Point-of- Care testing
VALORES DE REFERÊNCIA
Glicemia em jejum < 100 mg/dL HDL
Glicemia aleatória < 200 mg/dL
Deve-se utilizar o soro e paciente
TOTG: Jejum < 100 mg/dL deve estar em jejum obrigatório de 12
Após 2horas < 140 mg/dL hrs.

Hemoglobina glicada (HbA1c) < 5,7% TRIGLICERÍDEOS


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Soro, plasma (colhido com EDTA ou heparina) e outros líquidos biológicos. O sangue deve ser colhido após jejum de 12-14 horas.
Coletas pós-prandiais mostram variações superiores a 100% sobre o triglicéride basal.

 Como o consumo de álcool provoca elevações nos teores dos triglicerídeos, recomenda-se sua não ingestão nas
24 horas antes da coleta.

VALORES DE REFERÊNCIA

ADULTOS > 20 anos CRIANÇAS E ADOLESCENTES

SÍNDROME METABÓLICA
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL:
Homens > 102 cm
Mulheres > 88 cm
TRIGLICERÍDEOS >150 mg/dL
HDL colesterol
Homens < 40 mg/dL
Mulheres < 50 mg/dL
Pressão arterial: PAS > 130mmHg ou PAD > 85mmHg
GLICEMIA DE JEJUM > 110 mg/Dl
OBS: Não é um critério utilizado mas também pode ser analisado> Ácido úrico (VN: 3,4-7,0 mg/dL para homens e 2,4-5,7
mg/dL para mulheres)
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[HEMOGRAMA]
INTRODUÇÃO

HEMOGRAMA: Estuda as células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas), bem como as patologias ligadas
ao mesmo. Está composto pelo eritrograma (série vermelha), leucograma (série branca) e plaquetograma.

ERITROPOIESE

O QUE INTERFERE NOS RESULTADOS?

▪ Fase pré-analítica; coleta/ manipulação da amostra; Razões endógenas;


▪ Tubos: Tubos com a presença de anticoagulante: EDTA (Hemograma); Heparina; Citrato (Coagulograma);
▪ Fase analítica e fase pós-analítica (interpretação dos resultados pelo laboratório);

PATOLOGIAS QUE ALTERAM O HEMOGRAMA

▪ Anemias ferropênicas e megaloblásticas (carenciais);


▪ Anemias de doenças crônicas
▪ Anemias hemolíticas (genéticas)
▪ Infecções bacterianas e virais
▪ Leucemias
▪ Neoplasias
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ERITROGRAMA
Está relacionado ao estudo das anemias e eritrocitoses. Está comporto por parâmetros e índices hematimétricos.

PARÂMETROS:

RBC: Número total de hemácias

Hematócrito: Porcentagem da hemácia no volume total de sangue

Hemoglobina: Proteína responsável pela oxigenação do sangue

ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS:

VCM: Volume corpuscular médio; corresponde ao tamanho das hemácias; VN: 80 a 98 fL

- VCM = Ht x 10 / Hm

HCM: Hemoglobina corpuscular média; corresponde ao peso de hemoglobina presente no sangue; VN: 27-33 pcg

- HCM= Hb x 10/ Hm

CHCM: Concentração da hemoglobina corpuscular média; VN: 31-36 g/dL

- CHCM= Hb x 100/ Ht

RDW: Índice Geral de anisocitose (variação no tamanho das hemácias); Amplitude de distribuição das hemácias; VN: 11-15%

OBS: HCM e CHCM expressam a cor das hemácias;

Nomenclatura usada no eritrograma


Anisocitoses por microcitose ou macrocitose: Anisocitoses são alterações/ diferenças no tamanho das hemácias. Avaliado através
do RDW e é considerado elevado acima de 15%. Quando apresenta valores baixos não tem relevância clínica.

▪ Microcitose: Termo técnico usado para descrever as hemácias diminuídas de tamanho. Corresponde a um VCM
abaixo de 80 fentolitros (adultos)
▪ Macrocitose: Termo técnico utilizado para as hemácias aumentadas de tamanho. Corresponde a um VCM acima
de 100 fentolitros (adultos)

Hipocromia: Redução da coloração do eritrócito. Pode ser citado quando ocorre a diminuição do HCM e/ou do CHCM.
Qualquer condição que provoca microcitose pode vir acompanhada de Hipocromia.

Policromasia: Presença de reticulócitos em sangue periférico (hemograma); o termo é usado para descrever hemácias com
cores diferentes; O significado clínico é que a medula está mandando a célula precursora da hemácia para o sangue
periférico.

▪ Quando a policromasia é descrita no hemograma de um paciente que está fazendo uso de sulfato ferroso, é a
prova que a medula está respondendo ao tratamento.

Anisocromia: Variabilidade acentuada na densidade de cor dos eritrócitos, o que indica um contéudo desigual de Hb entre
as hemácias.

Pecilocitores ou poiquilocitoses: Qualquer formato anormal da hemácia caracteriza uma poiquilocitose. É obrigado a sua
descrição quando encontrada na lâmina do paciente.

▪ Algumas pecilocitoses: esferócitos, dacriócitos (lágrima), codócitos (hemácias em alvo), estomatócito,


drepanócito( hemácias em “foice”), eliptócitos, esquizócitos;
▪ Principais causas: Anemias carenciais e hemolíticas, hepatopatias, patologias gástricas, neoplasias, trauma ou
choque celular;
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VALORES DE NORMALIDADE (VN)

Análise mais importante: POLICITEMIA X ANEMIA

HEMOGRAMA NO DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS

Anemia é a diminuição do volume de hemácias ou de hemoglobina (Hb) por unidade de volume de sangue. Como os valores
de Hb variam de acordo com a idade e gênero, a OMS considera anemia em crianças menores de cinco anos e gestantes
quando os níveis de Hb encontram-se abaixo de 11g/dL. Para crianças entre 5 e 11 anos, quando a Hb for inferior a 11,5g/dL;
em adolescentes de 12 a 14 anos e mulheres não-grávidas, níveis abaixo de 12g/dL; e em indivíduos do sexo masculino acima
de 15 anos e mulheres após menopausa, quando menor que 13g/dL.

Os sinais e sintomas da anemia resultam do estado de hipóxia


tecidual e a magnitude das manifestações clínicas
dependerá de diversos fatores como: se a instalação da
anemia ocorreu aguda ou cronicamente, da causa da
anemia, do tipo de doença associada, idade do paciente,
dentre outras.

Anemia que se desenvolvem insidiosamente permitem que o


organismo de adapte às baixas tensões de oxigênio
causando sintomas mais discretos. Já anemia que se instalam
rapidamente apresentam sintomas evidentes, em geral com
HG entre 9 a 10g/dL.

Principais sintomas: Dispneia, cansaço após esforço físico


comum, astenia, palpitações, cefaleia, sonolência, letargia,
vertigens, palidez cutâneo mucosa.

Sinais específicos de algumas anemias: Icterícia, glossite, neuropatias; Unha em colher, queilose angular e língua careca (anemia
ferropriva); Presença de petéquias associadas a trombocitopenias; Esplenomegalia associada a doença hepática crônica;

ANEMIA FERROPÊNICA
FISIOPATOLOGIA: O ferro é um componente estrutural e funcional da hemoglobina, cada Hb é formada por 4 átomos de ferro.
Na ausência ou diminuição do ferro, vai ocorrer uma diminuição na concentração da hemoglobina, a hemácia vai reagir
diminuindo seu tamanho para “segurar” o resto da hemoglobina que está dentro da mesma.

→ Vale a pena lembrar que nos casos de má absorção, também pode ocorrer deficiência combinada de vitamina B12,
sendo que nesses casos o voluma corpuscular médio (VCM) pode estar normal, dificultando o diagnóstico.
→ Não há perda fisiológica do ferro, sendo assim, essa perda pode ser provocado por sangramentos decorrentes de
úlceras, gastrites e miomas, parasitoses, deficiência alimentar e gestação;

CARACTERÍSTICAS DO ERITROGRAMA: Hemoglobina e hematócritos abaixo do valor de referência; VCM e HCM abaixo do valor
de referência; RDM acima do valor de referência; Presença de microcitose, hipocromia e na maioria dos casos pecilocitoses por
eliptócitos e células em alvo; Pode apresentar plaquetose; O número de reticulócitos, assim como em qualquer outra anemia
hipoproliferativa, encontra-se diminuído.
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OBS: Todas estas alterações só aparecem na anemia


ferropênicas instalada. Na anemia em estágio inicial
os índices ainda estão normais.

No início da depleção do ferro, observamos uma


população mista, com hemácias normocíticas e
microcíticas. Com o progredir da deficiência aumenta
a população de hemácias microcíticas, acrescidas de
outras alterações de forma, características de anemia
ferropriva.

A anemia ferropriva faz diagnóstico diferencial com as


alfa e beta talassemias heterozigóticas. Nesses casos
em que ambas cursam com microcitose e Hipocromia,
a cinética do ferro deve ser fundamental para o
diagnóstico final.

EXAMES COMPLEMENTARES P/ DIAGNÓSTICO:

Dosagem da ferritina sérica: Avalia o estoque corporal de ferro, valores abaixo de 15 ng/mL em adultos refletem uma deficiência
de ferro.

Saturação da transferrina: (calculada a partir da relação ferro sérico/capacidade ferropéxica total) reflete a medida de ferro
disponível para eritropoese, independente dos estoques de ferro. O índice de saturação de transferrina abaixo de 15% é
considerado como ferropenia.

OBS: Na talassemia B heterozigótica as hemácias tendem a ser mais microcíticas do que na anemia ferropriva, e
consequentemente, os valores de VCM e HCM tendem a ser mais baixos e o número de hemácias mais altos. Além disso, o
tamanho das hemácias na anemia ferropriva é mais heterogêneo do que na talassemia B heterozigótica, em decorrência das
hemácias produzidas em diferentes fases da deprivação do ferro durante a instalação da anemia ( RDW (+))

Tratamento com reposição de ferro, sendo o sulfato ferroso o melhor quando se leva em consideração custo/benefício.

ANEMIA MEGALOBLÁSTICA

FISIOPATOLOGIA: Resultante do defeito da síntese do DNA causada por deficiência de vitamina B12 e/ ou ácido fólico. O defeito
de síntese de DNA leva a maturação anormal de RBC (déficit na maturação nuclear das hemácias). Devido a falta de
amadurecimento são visualizados os macrócitos ou megaloblastos, além de outras células jovens das outras linhagens.

CARACTERÍSTICAS DO ERITROGRAMA: Hemoglobina e hematócritos diminuídos; VCM e HCM aumentados; RDW acima do valor de
referência; Anisocitose por macrocitose, policromasia, hemácias jovens (eritroblastos). Podendo apresentar alterações em
outras séries sanguíneas, como leucopenia, plaquetopenia ou mesmo pancitopenia.

DEMAIS EXAMES: Nos leucócitos é comum a presença de neutrófilos polissegmentados (5% ou mais de neutrófilos com 5 lobos
ou pelo menos um neutrófilo com mais de 6 lobos). Outras alterações laboratoriais comuns são: aumento de bilirrubina indireta,
DHL alto, devido à eritropoese ineficaz e reticulócitos baixos. No mielograma, a apresentação é típica com hiperplasia da
linhagem vermelha e presença de eritroblastos com maturação megaloblástica, mielócitos e metamielócitos de volume
aumentado, com núcleos gigantes.

A dosagem de vitamina B12 está


diminuída, sendo considerada
deficiência quando os valores se
encontram abaixo de 200pg/ml.

Nos casos de Anemia Perniciosa,


a dosagem de anticorpos (anti-
fator intrínseco e anti-mucosa
gástrica) ajudam na confirmação
diagnóstica.
Gabrielle Nunes | P2 |2020.1 5

ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS

É definida como uma anemia hipoproliferativa e é o tipo mais frequente entre pacientes hospitalizados. Laboratorialmente pode
apresentar-se por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro. Ocorre sempre associada a infecções crônicas
como tuberculosa, HIV, neoplasias, doenças inflamatórias como lúpus e artrite reumatoide, doenças inflamatórias intestinais,
doenças renais, dentre outras.

FISIOPATOLOGIA: Ativação do sistema imune e inflamatório, liberação de citocinas e proteínas de fase aguda provocando:
1. Anormalidades no metabolismo do ferro e deficiente utilização do mesmo;
2. Produção inadequada de eritropoetina (glicoproteína que controla a eritropoiese) e bloqueio na resposta dos
precursores eritróides a EPO;
3. Redução no tempo de vida das hemácias
4. Proliferação e diferenciação inadequada das células eritróides.

Geralmente são anemias normocromicas e normocíticas, mas com a retenção do ferro, pode haver microcitose e hipocromia.
A retenção do ferro ocorre devido a presença das citocinas que reduzem o ferro para a eritropoese, causando uma discreta
ferropenia (ferro sérico), mas com estoques normais. (Ferritina).

HEMOGRAMA: Os índices hematimétricos estão normais; Hemoglobina e hematócritos diminuídos;

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

A deficiência na síntese de eritropoetina decorrente da insuficiência do rim prejudica o processo de eritropoiese, assim como,
toxinas urêmicas e drogas podem contribuir para a inibição da eritopoese, provocando, desta forma, a anemia. Essa anemia
apresenta-se como normo, normo, podendo ser micro/hipo.

HEMOGRAMA: Hemoglobina, HTC, RBC baixos; índices normais; Morfologicamente as hemácias podem apresentar pecilocitoses
como esquizócitos e cremação (equinócitos e acantócitos); Leucograma e plaquetograma geralmente normais, salvo quando
estão associadas a outras patologias infecciosas; Acompanhar a cinética do ferro no paciente: ferro, ferritina, IST;

LEUCOGRAMA
Está relacionado aos estudos das infecções bacterianas e virais e expressa alterações na fisiologia dos leucócitos; Os leucócitos
desempenham suas funções nos tecidos e são células transitoriamente localizadas no sangue e deixam a vasculatura pelas
vênulas e atuam no tecido conjuntivo, linfoide e na medula óssea,

OBS: Blastos (células periféricas que em condições não fisiológicas podem ser identificadas no hemograma); Podendo ser um
processo infeccioso (leucocitose) desvio à esquerda (células imaturas aparecem, e pode ser um desvio escalonado ou não
escalonado):

▪ Escalonado:
▪ Não escalonado:

OBS: Os tipos de linfócitos não são identificados através do leucograma, apenas em exames específicos;

É composto por: WBC (Número total de leucócitos) + contagem diferencial dos leucócitos presentes em sangue periférico.

VALORES DE REFERÊNCIA
Leucócitos: VN= 4000-11000/ mm3
Gabrielle Nunes | P2 |2020.1 6

O QUE É DESVIO A ESQUERDA? Escalonado, quando obedece a maturação das células, ou não escalonado? Quando é
identificado? Bastões > 10% ou > 500/mm3 ; Exames complementares devem ser solicitados para diferenciar a linha dessas células
imaturas.

Nomenclatura usada no leucograma


Leucocitose: Número total de leucócitos elevados.

Leucopenia: Número total de leucócitos diminuídos.

Normal: 4000 a 11000 leucócitos por mm³ de sangue.


Os leucócitos englobam os granulócitos, os monócitos e a série linfocitária. São células responsáveis pela defesa do nosso
organismo contra uma grande diversidade de microrganismos.

GRANULÓCITOS OU POLIMORFONUCLEARES

Estão divididos em neutrófilos, eosinófilos e basófilos.

NEUTRÓFILOS
Maior proporção no sangue periférico. Realizam fagocitose e, por isso, são responsáveis
pela destruição intracelular de bactérias (Presença de enzimas e proteínas no seu
citoplasma);

Pequena vida média na circulação: poucas horas a 6 dias; Núcleo multilobado (3-4
lóbulos), unidos por filamentos finos, pigmentação mais intensa.

(+) Neutrófilos = Neutrofilia; (-) Neutrófilos= Neutropenia

OBS: Passos da fagocitose e destruição de uma bactéria pelo neutrófilo: Bactéria


envolvida por pseudópodes > formação do fagossomo > fusão do fagossomo com
lisossomo do neutrófilo > enzimas do lisossomo digerem a bactéria > produtos de digestão
são liberados;

EUSINÓFILOS
São pouco numerosos (2-5% dos leucócitos) e possuem vida média de 8 a 12 dias.
Apresentam grânulos citoplasmáticos grandes e refráteis que coram-se com eosina, assim
como, núcleo tipicamente bilobulado unido por fino filamento de cromatina.

Migram para tecido conjuntivo em distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos; Diminuem


os efeitos das substâncias vasoativas liberadas por basófilos e mastócitos

Principal proteína de composição: MBP= Proteína básica; Destruição de larvas de parasitas


e células tumorais pelas proteínas MPB;

Essa proteína é citotóxico para o Schistosoma mansoni e induzem a liberação da histamina dos basófilos e mastócitos. Essa
proteína é tóxica para helmintos e bactericida para E. coli e Staphylococcus aureus. Neutraliza a heparina, atuando nos
processos de coagulação e fibrinólise.

BASÓFILOS
São os granulócitos mais escassos do sangue (0 – 1% dos leucócitos). Possuem grânulos
metacromáticos ricos em histaminas, serotonina e leucotrienos. É a principal fonte de
histamina em circulação, que contribui como agente quimiotático para os eosinófilos para
atraí-los para o foco inflamatório.

MASTÓCITOS: Células presentes nos tecidos, análogas aos basófilos


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MONONUCLEADOS OU “AGRANULÓCITOS”

LINHAGEM LINFOCITÁRIA
São o segundo grupo em proporção numérica no sangue periférico (30-35%) e são as
únicas células do organismo capazes de reconhecer especificamente diferentes
antígenos (resposta inata adquirida);

Existem linfócitos grandes e linfócitos pequenos, ambos são células em repouso que
quando estimuladas pelo antígenos são ativadas e estão diretamente ligadas as respostas
imunológicas contra vírus; Linfocitose (+) e leucopenia (-);

PLASMÓCITOS: Linfócito B, produtor de anticorpos e são ativados pelos antígenos.

MONÓCITOS
Correspondem a 3-7% dos leucócitos (macrófagos) do sangue , são as maiores células nos
esfregaço sanguíneo e possuem vida curta: 4 a 8 horas em circulação, onde migram para
os tecidos recebendo o nome de macrófagos ( Constituem o sistema fagocítico
mononuclear: monócitos do sangue e macrófagos dos tecidos).

São células que apresentam: núcleo ovoide (em forma de rim ou ferradura), cromatina
mais frouxa que de linfócitos (mais claro) e citoplasma basófilo (com granulações pouco
visíveis);

Participam de fagocitose de células mortas, bactérias, destruição de células tumorais e


apresentação de antígenos

OBSERVAÇÃO:
OS MONÓCITOS SÃO GERADOS NA MÉDULA ÓSSEA E ESTÃO APENAS DE PASSAGEM NO SANGUE PERIFÉRICO, ONDE
PERMANECEM POR 3 DIAS. ESSAS CÉLULAS DIRIGEM-SE AOS TECIDOS DO CORPO ONDE SE TORNAM MACRÓFAGOS RESIDENTES:
Células de Kupfer (fígado), osteclastos (tecido ósseo), macrófagos alveolares (pulmão), micróglia (sistema nervoso), células
mesangiais (rins);

SANGUE PERIFÉRICO
No sangue periférico é normal encontrarmos os leucócitos maduros durante a contagem diferencial:

1. Neutrófilos segmentados: 40% a 65%


2. Linfócitos: 20% a 40%
3. Monócitos: 02% a 08%
4. Eosinófilos: 01% a 05%
5. Basófilos: 0 a 1%

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS
▪ Granulações tóxicas em neutrófilos
▪ Vacúolos citoplasmáticos em neutrófilos e monócitos
▪ Atipias linfocitária
▪ Presença de blastos
▪ Hipersegmentação de neutrófilos

LEUCOGRAMA DE INFECÇÕES BA CTERIANAS

Alterações do hemograma:

▪ Quadro de leucocitose (WBC: acima de 11.000 leucócitos);


▪ Neutrófilos e bastonetes aumentados;
▪ Linfopenia (linfócitos diminuídos);
▪ Monócitos aumentados ou não;
Gabrielle Nunes | P2 |2020.1 8

▪ Granulações tóxicas nos neutrófilos;


▪ Vacúolos citoplasmáticos em neutrófilos e monócitos

OBS: Os únicos tipos de leucócitos que destroem bactérias são neutrófilos e monócitos, portanto em infecções bacterianas não
existe a necessidade de aumentar outro tipo de leucócito, apenas os dois que fazem fagocitose.

INFECÇÕES POR BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS (PNEUMOCOCOS, ESTAFILOCOCOS E STRE PTOCOCOS)


Mobilização intensa dos neutrófilos, resultando em neutrofilia; granulações tóxicas e vacuolizações; Granulócitos imaturos
(desvio a esquerda até mielócito);

INFECÇÕES POR BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS (PSEUDOMONAS, ESCHERICHIA COLI)


Aderência de neutrófilos ao endotélio causando neutropenia;

INFECÇÕES VIRAIS

Alterações no hemograma:

▪ WBC: Abaixo de 4.000 mm3 de sangue


▪ Neutrófilos diminuídos
▪ Linfócitos aumentados
▪ Podem aparecer atipias nos linfócitos
▪ Podem apresentar plaquetopenias
(Diminuição dos números de
plaquetas)
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PLAQUETOGRAMA
São componentes sanguíneos com vida média de 10 dias, correspondem a pequenos fragmentos citoplasmáticos e em
condições normais são 200 a 400 mil/mL. No processo de eritropoiese são derivados de megacariócitos da medula óssea.

Alterações estão relacionadas com distúrbios de homeostasia.

▪ MPV: Volume plaquetário médio


▪ PDW: Distribuição das plaquetas pelo volume

COMPLEMENTOS

ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE


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SUMÁRIO DE URINA | URINOANÁLISE


HISTÓRICO
▪ Estudo da urina > urinoscopia
▪ Análise desde os primórdios: aspecto, cor, odor, sabor e teste da formiga.

COLETA E ARMAZENAMENTO
Coletar a primeira urina do dia ou 4 horas após a última micção (para avaliar a capacidade de concentração urinária, retenção
urinária mínima de 2 horas).

▪ Analisar imediatamente (após 2 horas o sedimento degenera), é um material de difícil preservação


▪ Em casos preservação na refrigeração por no máximo 12 horas.
▪ Deve-se sempre buscar a contaminação mínima: Desprezo do primeiro jato e se necessário realizar um cateterismo de alívio.
▪ Para a realização do exame pacientes devem evitar a realização de exercícios físicos extenuantes nas últimas 24 hroras,
assim como, evitar o uso de contrastes na última semana.

As principais indicações para a urinálise são investigação e acompanhamento de doença renal, “screening” de doenças
congênitas hereditárias ou assintomáticas, acompanhamento de patologias que podem cursar com acometimento renal (ex:
lúpus eritematoso sistêmico, hipertensão arterial, diabetes mellitus, entre outros), investigação de infecções do trato urinário e
litíase renal.

INDICAÇÕES DO EXAME DE URINA: AVALIAÇÃO RENAL


Doença ou condição Sintomas de infecção Evidências de doença Suspeita de doença renal
frequentemente associada à urinária renal
doença renal
- Lúpus eritematoso sistêmico - Disúria - Albuminúria - Edema
- Vasculite de pequenos vasos - Dor suprapúbica lombar - Diminuição da TFG - Oligúria
-HAS - Aumento das escórias - Hematúria
nitrogenadas
-Diabetes Mellitus
Nomeclatura: EAS, Urina tipo I, sumário de urina, rotina de urina

FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO URINÁRIA


Produção contínua de urina pelos rins através de: ultrafiltração (glomérulo), reabsorção (transporte ativo) e secreção (transporte
ativo). Volume diário (600 a 2000 ml): sendo uma média de 1200 a 1500mL.

• Oligúria: débito urinário inferior a 400mL (vômitos, diarreia, suor e queimaduras)


• Anúria: fluxo de urina ausente
• Poliúria = ou > 2,5L por dia (Diabetis)
• Nictúria: quando há uma inversão da frequência urinária (maior durante a noite do que o dia)

PROBLEMAS NO SETOR DE URINÁLISE

▪ 70% dos erros acontecem na fase pré-analítica


▪ Coleta com mais atenção em idosos, crianças (lactantes), principalmente em relação a assepsia
▪ Transporte e preservação antes da análise

PADRONIZAÇÃO: Requisição > orientação > coleta > entrega da amostra > armazenamento > análise > liberação resultado

COLETA IDEAL: 1ª urina da manhã (É uma urina mais concentrada, sendo o jato médio p/ realizar uma assepsia); 2ª urina da
manhã; coleta isolada aleatória.

▪ Sempre orientar a assepsia das mãos, do órgão p/ a coleta


▪ Coleta de urina 24 horas: Repetir essa coleta dois dias consecutivos em um frasco adequado (desprezar a primeira
urina e coletar todas as urinas das próximas 24 horas). Como exemplo pode-se citar a depuração de creatinina.
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COMPONENTES DA ANÁLISE

COMPOSIÇÃO DA URINA
95% da composição é do solvente (água) e 5% corresponde aos solutos (sais, uréia, creatinina)

▪ Uréia: Resultado da degradação de proteínas e aminoácidos e corresponde a quase 50% da parte sólida da urina
▪ Creatinina: indicador de lesão renal
▪ Sais inorgânicos: cloretos, sódio e potássio.
FATOORES QUE INFLUENCIAM NA COMPOSIÇÃO DA URINA: Dieta, atividade física, metabolismo corporal, hormônios( ex: Beta
HCG), posição corporal e o uso de medicamentos. Presença de outros elementos: células, cilindros, cristais, muco e bactérias.

EXAME FÍSICO

VALORES DE REFERÊNNCIA

ASPECTO Límpido/ transparente Refere-se transparência da amostra e alterações podem ser correlacionados
com algumas doenças
Turvação/ opaco: piúria, excesso de células epiteliais, muco, fecalúria,
precipitação de fosfatos (urina alcalina) ou ácido úrico (urina ácida).
Ligeiramente turvo; leitoso/ acentuadamente turvo; hemorrágico.

COR Vai do incolor ao amarelo - Tons de amarelo: urocromos endógenos (intensidade varia de acordo com o
escuro grau de hidratação)
- Amarelo claro: urina diluída/ volume aumentado, diabetes mellitus, insipidus
- Amarelo escuro: urina concentrada/ volume diminuído, febre , desidratação
- Vermelha/ rosa: hemácias (no sedimento, após centrifugação), hemoglobina
ou mioglobina
- Cor de coca cola (marrom escura): presença de bilirrubina, icterícia (bilirrubina,
urobilinogênio)
- Corantes e medicamentos (ex.: metildopa, Piridium)
- Preto – presença de melanina
- Verde ou azul – presença de corantes ou medicamentos

DENSIDADE 1.010 a 1025 1.010= isostenúria (densidade urinária = densidade do plasma). < 1.010=
hipostenúria (pode ie até 1.003 – quase “água pura”). Ambas as situações
podem indicar perda da capacidade de concentração urinária (doenças
tubulares, fases iniciais da IRC) ou apenas hiperidratação.

COR
▪ Cor normal da urina: amarelo citrino
▪ Pigmento UROCROMO
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 3

▪ Estima a concentração da urina


▪ UROERITRINA: pigmento rosa, pouco influi na coloração da urina. Refrigeração (urato amorfo)
▪ UROBILINA: pigmentação castanho-alaranjado após um tempo de coleta. Produto da oxidação do urobilinogênio (Normal).

ASPECTO
Elementos que influenciam no aspecto da urina: a presença de células epiteliais, hemácias, leucócitos, cilindros, cristais,
microrganismos, muco e gordura.

DENSIDADE
Mede a concentração de elementos solúveis na urina. A queda na densidade pode ser resultado da incapacidade dos túbulos
renais de concentrar a urina (diabetes insípido).

▪ Pode indicar a relação entre a ingestão e as perdas hídricas

ANÁLISE QUÍMICA

A análise química é realizada através de tiras ou fitas reativas, essa iram reagir com os componentes da urina.

É feita uma análise comparativa cuidadosa com a tabela de cores. São determinados valores semiquantitativos: traços, 1+, 2+,
3+ ou 4+.

São realizadas estimativas em mg/L

TÉCNICA PADRONIZADA:

(1) Mergulhar a tira em amostra homogeneizada, não centrifugada e em temperatura ambiente


(2) Retirar o excesso de urina da borda
lateral e posterior da tira em papel
absorvente (descartável)
(3) Esperar o tempo específico
(4) Comparar a cor produzida com a
tabela fornecida em boa iluminação

PH
▪ VN: 4,5-8,0 (normalmente ácido)
▪ pH ácido: jejum, doenças
respiratórias, diabetes
▪ pH alcalino: vômitos,
hiperventilação; quando
apresenta um pH alcalino
constante pode indicar
sucessíveis infecções urinárias
▪ pH= 9 (repetir coleta)

OBS: Pacientes que apresentam cristais normalmente apresentam pH correspondente à natureza destes.

TEMPO DE COLETA: Uma possível demora ou erra na fase analítica (coleta ou transporte) pode estimular a proliferação de
bactérias e o acúmulo de nitrito na amostra, indicando um falso pH alcalino.

Juntamente com os pulmões, os rins constituem o principal regulador do equilíbrio acidobásico. A determinação do pH fornece
informações valiosas para avaliar e tratar doenças e determinar a propriedade de uma amostra para exame bioquímico. O pH
de uma amostra de urina recentemente eliminada varia de 5,0 a 6,0. O pH da urina pode ser controlado por regulação dietética
e medicação.

PROTEÍNAS
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Normalmente não é eliminada em quantidades detectáveis. Membrana glomerular permite a passagem de moléculas com PM
< 70.000 Da.

▪ Valor de referência: 10mg/dL ou < 100 mg/24H (NEGATIVO no exame)


▪ Quando apresenta valores >100mg/24H é positivo: expresso em + a ++++ ou em mg/dL
▪ Fita reagente: Albumina
▪ Dois mecanismos apresentam proteinúria: aumento da permeabilidade e diminuição da reabsorção
▪ Maior indicador de doença renal no EAS

OBS: Pacientes apresentam variações na quantidade de proteína na dieta, como exemplo muito consumo de carne.

Proteinúria postural: ocorre apenas quando o indivíduo permanece em posição ereta. A excreção diária pode atingir até 1g.
Proteinúria funcional - Excreção de proteínas associada a estados febris, exposição ao calor ou ao frio intensos, exercícios físicos
intensos.

PROTEINÚRIAS POR LESÃO RENAL

PROTEINÚRIAS PRÉ-RENAL Hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, etc


PROTEINÚRIAS GLOMERULAR Glomerulonefrite, síndrome nefrótica de origem infecciosa, tóxica, imunológica ou
problemas vasculares
PROTEINÚRIAS TUBULAR Pielonefrite, necrose tubular aguda, intoxicação por metais pesado

▪ Falso positivo: Urinas alcalinas, densidade, desinfetantes


▪ Falso negativo: Preservativos ácidos (ácido bórico)

GLICOSE
Glicosúria não é fisiológico: Praticamente toda a glicose é reabsorvida, principalmente no tubo contorcido proximal através do
transporte ativo. No entanto, o rim apresenta um limiar de reabsorção de 160 a 180 mg/dL aproximadamente.

▪ Detecção e acompanhamento do diabetes mellitus


▪ Aumento da excreção urinária de glicose associado a diabetes, gravidez, hipertireoidismo, climatério

MÉTODO DE DETECÇÃO DA TIRA REATIVA: Baseado na reação de oxidação da glicose e a formação do ácido glucônico e água
oxigenada

BILIRRUBINAS
A fita reagente detecta o produto da degradação da heme da hemoglobina. Apenas a forma conjugada é solúvel em água
e eliminada pelas vias biliares.

▪ A presença da bilirrubina na urina geralmente é acompanhada de icterícia, hepática ou obstrutiva.


▪ Indicativo de hepatites virais- hepatite A- ou tóxicas.
▪ Resultado: Negativo, traços, 1+, 2+, 3+

UROBILINOGÊNIO
Também é formado pela digestão da hemoglobina. É um pigmento formado no intestino pela ação da bactéria sobre a
bilirrubina conjugada.

▪ Característico de: obstrução hepática, lesão hepática, transtorno hemolítico e constipação (até 10%)
▪ Resultado: Normal, traços, 1+, 2+, 3+, 4+

CORPOS CETÔNICOS
Indicador de desnutrição, desidratação e diabetes mellitus, já que são formados através do metabolismo de lipídios. São eles
ácidos aceto-acético, ß-hidróxido butírico e acetona.

▪ Outras condições: febre, diarreia


▪ Resultado: Negativo, traços, 1+, 2+, 3+, 4+
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SANGUE
Apresenta-se como uma urina vermelha e pode indicar hemácias, hemoglobina ou mioglobina, sendo assim é necessário
investigar as causas e os componentes. RESEULTADO: Negativo, traços, 1+, 2+, 3+

HEMATÚRIA: aspecto turvo avermelhado; HEMOGLUBINÚRIA: aspecto límpido-avermelhado

CAUSAS PATOLÓGICAS CAUSAS FISIOLÓGICAS


▪ Exercício físico extenuante
▪ Origem renal ou geniturinária
▪ Menstrução
▪ Trauma ou dano
▪ Cálculos renais
▪ Doenças glomerulares
▪ Tumores
▪ Traumatismos
▪ Pielonefrite
▪ Intoxicação
▪ Terapia anticoagulante

NITRITO
É um composto formado pela conversão de nitrato a nitrito por bactérias (geralmente bactérias gram-negativas como E. coli,
K.enterobacter Pseudomonas), ainda é possível que infecções bacterianas com bacteriúria não apresente nitrito (ex. bactérias
gram positivas). Além disso, dietas ricas em vegetais podem culminar na presença de nitrito na urina.

OBS: Maioria das infecções urinárias são provocadas por E. coli (+90%)

▪ Resultado: Negativo ou positivo


▪ Triagem para detecção de ITU
▪ Avaliar positividade de esterase leucocitária: enzima liberadas pelos leucócitos

- Detecta a presença de leucócitos, estando presentes a urina apresenta-se alcalina / pouco concentrada. Não serve para
quantificar os leucócitos. Resultado: negativo, 1+, 2+, 3+.

- Varia até 05 por campo (400x)

▪ A quantidade de bactéria influência na quantidade de nitrito

ATENÇÃO ao tempo de reação: Amostras colhidas após armazenamento vesical de 4 horas podem apresentar nitrito por ação
de bactérias externas

SEDIMENTOSCOPIA

SEDIMENTO NORMAL (CITOLOGIA)

Hemácias 0-2 campo


Leucócitos 0-5 campo
Cilindros hialinos 0-2 campo
Células epiteliais raras
renais
Células epiteliais de raras
transição
Células epiteliais raras
pavimentosas
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LEUCÓCITOS
Os leucócitos podem penetrar na urina a partir de qualquer ponto do trato urinário ou de secreções do trato genital. Esses
leucócitos em geral são neutrófilos e indicam inflamação em qualquer ponto do trato urinário, sendo assim, seria observado
microrganismos + leucócitos.

▪ Leucocitúria sem bacteriúria: Trichomonas sp, Chlamydia trachomatis, leveduras, processos inflamatórios renais
▪ Presença de grumos piocitários – grupo de leucócitos- indica infecção aguda.
▪ Presença de cilindros leucocitários indica pielonefrite
▪ Piócitos: leucócitos mortos.

HEMÁCIAS
Quando o paciente apresenta acima de 2 hemácias em campo indica sangramento em qualquer ponto do trato urinário,
coagulopatia ou uso de anticoagulantes.

▪ Presença de hematúria sem proteinúria ou cilindrúria indica origem no trato urinário


▪ Presença de dimorfismo indica origem renal especialmente se acompanhada de proteinúria e cilindrúria

ISOMORFISMO DISMORFISMO

CILINDROS
Os cilindros são elementos exclusivamente renais. A formação ocorre no interior da luz do túbulo contorcido distal e ducto coletor,
é resultado da “solidificação” da proteína (Tamm-Horsfall) e pode incluir qualquer material ou estrutura presente no interior do
túbulo. Servem como proteção imunológica contra infecções.

▪ Formação facilitada pela presença de proteínas plasmáticas, pH ácido e concentração elevada de solutos
▪ Podem ser cristais diferentes: hialino, leucocitário, hemáticos, epitelial, granuloso, céreo

TIPO ORIGEM SIGNIFICADO CLÍNICO


Segregação tubular da proteína agregada às fibrilas Glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal
HIALINO
crônica, ICC, estresse e exercícios físicos
Hemácias ligadas a matriz das proteínas Glomerulonefrite e exercícios físicos intensos
HEMÁTICO
Leucócitos ligados a matriz proteica Pielonefrite e nefrite intersticial aguda
LEUCOCITÁRIOS
Bactérias presas à matriz Pielonefrite
BACTERIANOS
Células ligadas a matriz Lesão do túbulo renal
CÉLULAS EPITELIAIS
Desintegração de cilindros leucocitários. Lisossomos Glomerulonefrite, pielonefrite, estresse e
GRANULAR
das células tubulares e agregados proteicos exercícios intensos
Cilindros hialinos e granulares Estase do fluxo urinário
CÉREOS
ICC
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HIALINO CÉREO LEUCOCITÁRIO

CRISTAIS
CRISTAIS NORMAIS:

URINA ÁCIDA URINA BÁSICA


- Ácido úrico (ex: gota) - Fosfato
- Urato - Carbonato
-Oxalato - Biurato
CRISTAIS ANORMAIS:

▪ Metabolismo: Cistina, tirosina, leucina, colesterol, bilirrubina


▪ Iatrogenia: Sulfonamidas, ampicilina, acyclovir, contraste radiográfico

SINOPSE DIAGNÓTICA ESQUEMÁTICA


NEFRITE AGUDA Hematúria franca; cilindros hialinos, granulosos e hemáticos; presença de alguns leucócitos;
células epiteliais renais;
SÍNDROME NEFRÓTICA Cilindros hialinos, granulosos e epiteliais; corpos graxos ovalados;
PIELITE Leucocitúria/piúria; células epiteliais de vias urinarias; bactérias
PIELONEFRITE Leucocitúria/piúria em graus variáveis; hematúria; bactérias e cilindros leucocitários
CISTITE Leucocitúria/piúria; células epiteliais de descamação; as vezes hemácias; bactérias
URETRITE Leucocitúria/piúria; bactérias
GLOMERULONEFRITE AGUDA Presença de sangue, proteínas e cilindros na urina; infecções por estreptococos A.
GLOMERULO NEFRITE CRÔNICA Lesões redicivantes ou permanentes nos glomérulos; hematúria, proteínas e grandes
variedade de cilindros.
LITÍASE RENAL Hematúria sem indicadores de infecção; Sem leucócito, sem proteínas; pode apresentar
cristais oxalacetato de cálcio

CASOS CLÍNICOS
1. Paciente: M. M. S, sexo : Masculino, 20 anos, realizou um sumário de urina com a seguinte justificativa: Justificativa: Febres,
leucocitose, com neutrofilia e desvio a esquerda, dor ao urinar, poliúria. Resultado: Cor: amarelo claro, Aspecto: turva,
Densidade:1,020, Proteínas: ausente, Glicose: ausente, Acetona: ausente, Sangue: ausente, pH: 6,0, Urobilinogenio: normal, Pig.
Biliares: ausente, Nitrito: presente, Células: várias, Leucócitos: incontáveis, Hemácias: 1-2 p/c, Muco: raros, Bacteriuria: presente,
Cilindros: ausente, Cristais: ausente. Identifique as principais alterações no exame de urina e o possível diagnóstico?

Urina amarelo claro que corresponde a uma urina de volume aumentado, turva, com densidade ideal. Leucocitose, neutrofilia
com desvio a esquerda (bacteriana), poliúria, dor ao urinar
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 8

O paciente apresenta incontáveis leucócitos na urina e bacteriuria, além do quadro clínico de dor ao urinar e poliúria que
correspondem a um processo de infecção do trato urinário por bactérias. Assim como , apresenta hemograma compatível com
infecção bacteriana (leucocitose por neutrofilia e desvio a esquerda).

2. Paciente: M. M. S, sexo : Masculino, 30 anos, realizou um sumário de urina com a seguinte justificativa: Dores articulares,

ácido úrico sanguíneo elevado. Resultado: Cor: amarelo claro, Aspecto: límpida, Densidade:1,018, Proteínas: ausente, Glicose:

ausente, Acetona: ausente, Hemoglobina: ausente, pH: 7,8, Urobilinogenio: normal, Pig. Biliares: ausente, Nitrito: presente,

Células: raras, Leucócitos: 0 a 1 p/c, Hemacias: ausente, Muco: alguns, Bacte riuria: presente, Cilindros: ausente, Cristais:

Numerosos cristais de ácido úrico. Identifique as principais alterações no exame de urina e o possível diagnóstico?

pH=7,8 alcali, presença de nitritos, bactérias presentes, presença de cristais de ácido úrico. Esse exame apresentou uma

inconsistência pela alteração de pH, correspondendo a um erro na fase pré-analítica (alteração no pH > proliferação de

bactérias > aparecimento do nitrito

3. Homem de 25 anos de idade VEGETARIANO, procura o médico queixando-se de micção frequente e dolorosa. A
análise da urina mostra os seguintes resultados: Cor: amarelo escura; aspecto: turva; pH: 8,0; Proteína: negativo; Cetonas:

negativo; Bilirrubina: negativo; Sangue: moderado; Urobilinogênio: 0,1 EU; Nitrito: positivo; Leucócitos: +++; Densidade: 1020.

Qual o provável diagnóstico?

Achados no exame de urina: O paciente apresenta uma urina alcalina, densa, turva, presença, hematúria (a urina tá turva),

leucocitúria e nitrito positivo. Provavelmente esse paciente apresenta uma infecção urinária bacteriana do trato urinário baixo

(uretrite), que na maioria das vezes é provocada pela bactéria E. coli (gram-negativa que produz nitrito)

Devido a dieta vegetariana o paciente o pH é justificado.

REVISÃO LABORATORIAIS
QUESTÕES

1. Bacilo Gram-negativo, não fermentador de glicose, oxidase positiva, tem grande importância clínica em casos de

infecção relacionada à assistência à saúde, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva. Essas são características
da bactéria

a) Pseudomonas aeruginosa.
b) Escherichia coli.
c) Streptococcus agalactiae.
d) Enterococcus faecalis
e) Staphylococcus aureus

2. Paciente: M. M. S, sexo : Masculino, 30 anos, realizou um sumário de urina com a seguinte justificativa: Dores articulares,

acido úrico sanguíneo elevado. Resultado: Cor: amarelo claro, Aspecto: límpida, Densidade:1,018, Proteínas: ausente,

Glicose: ausente, Acetona: ausente, Hemoglobina: ausente, pH: 7,8, Urobilinogenio: normal, Pig. Biliares: ausente, Nitrito:

presente, Células: raras, Leucócitos: 0 a 1 p/c, Hemacias: ausente, Muco: alguns, Bacteriuria: presente, Cilindros: ausente,

Cristais: Numerosos cristais de ácido úrico. Identifique as principais alterações no exame de urina e o possível diagnóstico?
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 9

pH=7,8 alcali, presença de nitritos, bactérias presentes, presença de cristais de ácido úrico. Esse exame apresentou uma

inconsistência pela alteração de pH, correspondendo a um erro na fase pré-analítica (alteração no pH > proliferação de

bactérias > aparecimento do nitrito

3. Ao considerar as possibilidades diagnósticas que os índices hematimétricos trazem na análise da série vermelha, analise

as afirmativas abaixo. 1) O histograma é uma ferramenta gráfica que permite identificar microcitose e macrocitose. 2)

Uma hipocromia denuncia uma concentração de hemoglobina reduzida e a necessidade de cuidados quanto às

funções respiratórias do paciente. 3) O CHCM é um parâmetro que contribui significativamente para um diagnóstico

diferencial. 4) A indicação de uma microcitose ou de uma macrocitose pode ser observada a partir do resultado do

volume corpuscular médio encontrado na análise da série vermelha. Estão corretas, apenas: *
a) 1, 3 e 4
b) 1, 2 e 4
c) 2 e 3
d) 2, 3 e 4.
e) 1 e 3

4. A análise da série leucocitária, sobretudo no que tange à contagem diferencial, é fundamental para alguns diagnósticos

clínicos. Sobre essa questão, analise as afirmativas abaixo.

1) A análise do leucograma mais fiel é realizada a partir dos dados relativos e exige considerar a contagem dos subtipos

dos leucócitos.

2) É necessário aos profissionais de saúde reconhecer a linhagem dos neutrófilos para diagnósticar infeções virais.

3) Achados clínicos como granulações tóxicas, vacúolos ou hipersegmentação nuclear são indicativos de bacteremias.

4) Níveis plasmáticos aumentados de monócitos são indicativos de doenças agudas, normalmente. Estão corretas,

apenas:

a) 1e3
b) 2 e 3.
c) 1e4
d) 1, 2 e 4
e) 1e2

5. Sobre o exame simples de urina ou EAS, assinale a alternativa INCORRETA. *


a) A cor da urina depende da presença e concentração de pigmentos de origem alimentar, medicamentosa e até mesmo
endógena. A urina normal geralmente é amarelada devido à presença de um pigmento chamado urocromo, produto
do metabolismo endógeno e produzido em velocidade constante.
b) A urina normal tem aspecto límpido, porém pode sofrer alterações devido à presença de numerosas células epiteliais,
de leucócitos, hemácias, bactérias e leveduras, filamentos de muco e de cristais.
c) Na coleta da urina deve-se realizar a higiene do local, desprezar o jato inicial e coletar o jato médio em recipiente
adequado.
d) Se for mantida refrigerada, é possível analisar a urina até 48 horas após a coleta.
e) Para verificar possível infecção urinária bacteriana, deve-se levar em conta inicialmente o aspecto quantitativo, pois
sempre haverá bactérias na urina excretada, proveniente da flora normal da uretra.

6. Com relação aos exames laboratoriais de rotina parasitológica, marque a opção incorreta *
a) O método de Baerman-Moraes serve para detecção de larvas e utiliza-se do termotropismo das larvas de Ascaris
lumbricoides para a sua detecção.
b) O método da centrífugo-flutuação foi desenvolvido por Faust e colaboradores e é eficiente tanto para a concentração
de ovos de helmintos quanto cistos de protozoários.
c) O método MIF (Mertilolato-Iodo-Formol) serve para a pesquisa de ovos, cistos e trofozoítos.
d) São exemplos de métodos para concentração de ovos e cistos: Willis; De Rivas; Lutz/Hoffman; e Craig.
e) O método de Hoffman é indicado principalmente para a pesquisa de Schistosoma mansoni. Serve também para
pesquisa de larvas e ovos de outros vermes.
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 10

7. Assinale a alternativa correta. O tipo morfológico bacteriano denominado Estafilococos é caracterizado por: *
a) Grupos de 4 cocos unidos
b) Cocos agrupados 2 a 2
c) Cocos agrupados de forma aleatória, semelhante ao formato de um cacho de uvas
d) Grupos de 8 cocos unidos, de forma semelhante a um cubo
e) Vários cocos dispostos em cadeia similar a um cordão de pérolas

8. A análise da série leucocitária é muito significativa para o diagnóstico de infecções bacterianas, sobretudo em estados

emergenciais. Sobre o leucograma, analise as afirmativas abaixo.

1) Uma leucopenia apenas justifica um estado infeccioso por vírus. (V)

2) Um paciente com neutropenia acompanhada de bastonetes e metamielócitos é um forte candidato a septcemia.

3) Os linfócitos típicos contribuem para a defesa celular, mas as atipias linfocitárias determinam as bacteremias.

4) Níveis plasmáticos aumentados de eosinófilos são indicativos de alergias em adultos e doenças parasitárias em

crianças, normalmente. (V)

Estão corretas, apenas: *


a) 1, 3 e 4
b) 3 e 4.
c) 2 e 4
d) 1 e 2
e) 1, 2 e 4

9. A partir das figuras abaixo, correlacione os tipos de ovos e seus respectivos parasitos. 1) Ascaris lumbricoides infértil (5), 2)

Enterobius vermicularis (2) , 3) Taenia sp( 1 ) , 4) Trichuris truchiura( 3) , 5) Schistosoma mansoni( 4 ) A sequência correta, de

cima para baixo, é: *

a) 5, 3, 2, 1, 4
b) 5, 2, 1, 3, 4.
c) 3, 1, 4, 2, 5
d) 2, 3, 1, 4, 5.
e) 1, 3, 2, 5, 4

10. Um aluno de Medicina realizou a coloração de Gram, que é um método para corar lâminas de vários materiais biológicos

na identificação de bactérias. Observou ao final do método que trocou a ordem dos corantes, colocando primeiro a

fucsina, em seguida o lugol, depois o descorante e por último o cristal violeta. Nesse caso, o que irá acontecer? *
a) As bactérias gram negativas ficarão coradas em rosa.
b) As bactérias gram positivas ficarão coradas de roxo.
c) Ele não conseguirá visualizar nada na lâmina, pois não haverá nenhuma bactéria corada
d) As bactérias gram positivas não irão corar.
e) As bactérias gram negativas ficarão coradas de roxo

*Ambas ficarão roxas


Gabrielle Nunes |P2|2020.1 1

Macroscópica: observa-se os aspectos notáveis sem uso do


[Habilidades.laboratoriais] microscópio, como a consistência e odor das fezes;
elementos como muco, restos de alimentos ou sangue; e se
PARASITOLÓGICO DE FEZES há vermes adultos ou parte deles.

O exame parasitológico de fezes (EPF), também conhecido  A consistência das fezes está diretamente ligada à
como protoparasitológico, é usado para identificar quantidade de água que contém, e são classificadas
alterações gastrointestinais, auxiliando no diagnóstico de em: fezes formadas, semiformadas, pastosas, diarreicas
parasitoses intestinais por meio das fezes. ou líquidas.

 Para que serve? Identificar ovos e lavas de Microscópico: permite identificar ovos e larvas de helmintos,
helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de trofozoítos, oocistos e cistos de protozoários, podendo ser
protozoários. classificado em quantitativo ou qualitativo.

É um exame de baixo custo, não invasivo e de fácil


execução, que pode evitar a realização de exames mais HELMINTOS PROTOZOÁRIO
complexos, como a endoscopia ou outros exames de Ascaris lumbricoides Entamoeba histolytica
(Ascaridíase, lombriga) (Ameba)
imagem.
Ancylostoma duodenale Giardia lamblia
Necator americanos (Giardíase)
O médico poderá solicitar a coleta de três amostras em dias
(Ancilostomíase)
alternados, e para isso, o laboratório fornecerá um frasco Enterobius vermiculares Isospora belli
contendo o conservante para a preservação das fezes. (Oxiuríase) (Diarreia crônica em
pacientes imunossupressos)
COLETA E ARMAZENAMENTO Strongyloides stercolaris Cryptosporidium parvum
(Estrongiloidíase)
Condições do paciente: Trichuris trichiura Cyclospora cayetanensis
Schistosoma mansoni Entamoeba coli
1. O paciente não deve utilizar medicamentos ou (Esquitossomose)
produtos químicos por um período de 7 a 10 dias antes Taenia sp. Endolimax nana
da colheita das fezes. (Teníase)
2. O paciente não deve estar em uso de laxantes ou ter
sido submetido a contrastes radiológicos nos 3 dias
anteriores à coleta. MÉTODOS
3. Evitar e informar o uso de antiparasitários e antibióticos
nas últimas 3 semanas. Os métodos quantitativos são os menos utilizados e esses
4. Evitar e informar o uso de antidiarreicos e anti- permitem avaliar a intensidade do parasitismo, sendo
inflamatórios nas últimas 72 horas quantificado os ovos nas fezes. Os mais conhecidos são os
métodos de Stoll-Hausheer e o de Kato-Katz.
Coleta:
Os qualitativos, por sua vez, são mais usados, identificando
 Fezes colhidas em recipiente limpo e seco (deve ser de a forma parasitária presente, sem evidenciar sua carga.
plástico e tampa de rosca)
 20 a 30g de fezes são suficientes.
QUANTITATIVO
 As fezes não devem ser congeladas

OBS: Lembrar da identificar a amostra, com horário e dia MÉTODO DE KATO-KATZ


de coleta. Método importante para dimensionar a gravidade do
processo parasitológico e p/ acompanhamento de
Conservação:
tratamentos.
Se a coleta for sem conservantes (formalina ou acetato de
As fezes são comprimidas em uma malha para concentrar
sódio-ácido acético-formaldeído), a amostra deve ser
a amostra e separar os detritos. Em seguida as amostras são
enviada imediatamente ao laboratório; se isso não puder
transferidas para uma lâmina através de uma placa
ser feito, deve-se manter em baixas temperaturas (5 a 10°C)
perfurada que define uma quantidade uniforme de fezes.
até que seja realizado o exame. Já na coleta com
conservantes, o laboratório fornece o frasco adequado e,
Só então a placa perfurada é removida e a amostra
por isso, a amostra não precisa ser enviada imediatamente.
coberta por um por um papel celofane umedecido em
glicerina ou verde malaquita, aplicando-se uma pressão
ANÁLISE sobre a lâmina.
O EPF se divide na análise macroscópica e na microscópica.
Após 30 minutos de repouso, o material pode ser analisado
no microscópio.
Gabrielle Nunes |P2|2020.1 2

 É indicado para pesquisa de ovos de S. mansoni, A.  Este procedimento é simples e eficiente para pesquisa
lumbricoides, T. trichiura e Ancilostomídeos. de larvas de Strongyloides stercoralis nas fezes e
 Cistos de protozoários não são visualizados nessa também de Ancilostomídeos.
preparação.
 Não é possível a execução deste método em fezes Para a execução desse método, o ideal é que as fezes
diarreicas. sejam colhidas no dia do exame, pois a refrigeração diminui
a viabilidade das larvas. Fezes diarréicas ou coletadas em
conservador não se são adequadas para esse método.
QUALITATIVOS

EXAME DIRETO
Dissolução das fezes em solução fisiológica 9% e posterior
análise na lâmina. Identificação de trofozoíto > Protozoário

 Morfologia e movimentação dos protozoários através


da lâmina.

MÉTODO DE WILLIS/FAUST
Método de centrífugo-flutuação utilizado para a pesquisa
de cistos de protozoários e ovos de helmintos.

As fezes são diluídas e homogeneizadas, filtradas em gaze e


depositadas em um tubo cônico com uma solução
saturada de sulfato de zinco. Após a centrifugação, retira-
se a película superficial com uma lamínula e esta é
depositada em uma lâmina para observar no microscópio.

 É capaz de identificar lavar, ovos leves e alguns oocistos.

É utilizado para a pesquisa de ovos de helmintos, excluindo-


se os chamados ovos pesados, estando indicado para
pesquisa de ovos com densidade especifica baixa como os
de ancilostomídeos. Além dos ovos leves, cistos de Giardia
lamblia e cistos de Entamoeba histolytica.

MÉTODO DE LUTZ/HOFFMAN
É o método de sedimentação espontânea para a análise de
ovos mais pesados- capazes de sedimentar, como os ovos
de lombriga e do Schistosoma mansoni.

Diluição de amostras fecais em água e filtração, através de


uma tira de gaze, e deposição em vidro de sedimento.

Ovos e cistos tendem a sedimentar na água, que auxilia na


diminuição de contaminação bacteriana, muco e gordura.
É utilizado para detectar a presença de ovos, larvas de
helmintos e cistos de protozoários, não serve para trofozoítos.

MÉTODO DE RUGAI > BAERMANN-MORAES


Utiliza a propriedade de hidrotermotropismo das larvas .
Serve apenas para Helminto. Permite a detecção de larvas
vivas, estimuladas pelo calor brando.

Recipiente permeável, com as fezes sobre água com 40ºC


durante 1 hora > Como as larvas tendem a se mover para
áreas de temperaturas mais altas movem-se para a água >
Análise da água.
Gabrielle Nunes |P2|2020.1 3

ACHADOS NAS LÂMINAS

Giardia lamblia. A infecção é por fezes Ascaris lumbricoides – Ascaridiase


e água, através da boca. Os sintomas (lombriga): A infecção é por
Entamoeba histolytica – Amebiase: A
mais comuns são diarreia, dor contaminações fecais do solo (ovos) e
infecção é por água e alimento
abdominal, perda de peso. Muito vegetais contaminados. Os sintomas
contaminados com fezes. Os sintomas
comum é crianças e pacientes com mais comuns são cólicas abdominais. Os
mais comuns são diarreia leve disenteria
imunidade baixa. vermes podem bloquear o intestino e
e abscesso amebiano. Pode ser
assintomática em indivíduos ou ductos biliares e pancreáticos.
populações.

Cisto multinucleado.

Strongyloides stercoralis – Trichuris trichiura: A infecção é por Enterobius vermicularis (Oxiúros): A


Estrongiloidíase: A infecção é por contaminação fecal do solo (ovos), infecção é através de ovos em fômites
contaminação fecal do solo (larvas), entrando pela pele geralmente pela contaminados (ânus-dedo-boca),
entrando pela pele geralmente pela boca. Sintomas são diarreia, dor entrando pela boca. Os sintomas são
pele, geralmente dos pés (larvas). abdominal, anemia e perda de peso. pruridos perianais (coceira muito forte
Causa dor irradiada do estômago, Pode produzir disenteria, apendicite no anûs e proximidades). Quando a
diarréia, urticária linear. Os vermes aguda ou prolapso retal em crianças. infestação é alta, podem-se observar a
podem bloquear o intestino e ductos olho nú, os vermes na entrada do ânus.
biliares e pancreáticos.
Gabrielle Nunes |P2|2020.1 4

Hymenolepis nana: A infecção é por Taenia saginata e Taenia solium Schistosoma mansoni –
ovos contaminando o meio ambiente, (solitaria) – Teniase: A infecção é através Esquistossomose: A infecção é através
entrando pela boca. Causa diarréia, de carne de gado (saginata) e porco de água contaminada contendo larvas
desconforto abdominal em infestações (solium) crua ou inadequadamente de hospedeiros caramujos. Causa
massivas em crianças. Pode ser cozida. Causa desconforto abdominal, disenteria, fibrose das paredes intestinal
assintomático. apendicite aguda. Partes do verme ou da bexiga, fibrose hepática,
(proglotes) podem ser expelidas nas hematúria.
fezes.
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 1

3. COCOBACILOS: tem forma intermédia entre os coco e

-----MICROBIOLOGIA----- bacilos. Ex: Haemophilus influenzae e Gardenerella


vaginalis

INTRODUÇÃO ESTRUTURA BACTERIANA

FIMBRIAS OU PILI:
BENEFÍCIOS MALEFÍCIOS
- Microbiota endógena são apêndices filamentosos, presentes nos pólos ou
- Intoxicação microbiana
- Decompositores homogeneamente distribuídas.
- Biotecnologia - Doenças infecciosas
- Biorremediação
▪ Pili sexual: troca de material genético entra as
-Produção de antibióticos
- Ciclos biológicos bactérias durante a reprodução.
- Digestão de alimentos
- Engenharia genética FLAGELO:
Apêndices de flagelina, em forma de filamentos, que
• Poucos MOS são exclusivamente patogênicos, alguns
servem para a sua locomoção, fator de virulência e
são potencialmente patogênicos e a maioria não é
quimiotaxia.

BACTÉRIAS ▪ Atríquia, monotríquia, anfitríquia, lofotríquia, peritríquia.

GLICOCÁLIX:
Polímeros orgânicos viscoso, composto de polissacarídeo,
polipeptídeos e que são muito variáveis entre as espécies.

A depender da organização desses compostos tem-se ou a


formação de uma cápsula- quando estão firmemente
aderidas à parede células- ou de uma camada viscosa-
substâncias frouxas.

➢ A formação da cápsula é muito importante para a


virulência de certas espécies: ex. Sterptococcus
pneumoniae

Funções: Reservatório de água e nutrientes; aumento da


capacidade invasiva; aderência; aumento da resistência;
MORFOLOGIA BACTERIANA
produção industrial;
Bactérias com as formas de cocos e bacilos podem
agrupar-se em colônias: BIOFILME: São agremiações funcionais de microrganismos
aderidos a uma superfície e embebidos em substância
▪ Cadeias (“estrepto”) polimérica extracelulares (EPS);
▪ Cacho (“estafilo”)
▪ Pares (“diplo”) PAREDE CELULAR
Formada por peptideoglicano ou mureína, que garante
ARRANJO:
proteção e forma à célula. Bactéria que apresentam uma
bi membrana na parede celular são mais resistentes e mais
1. ESTREPTOBACILOS: bastonetes agrupados em cadeias
difíceis de tratar. De acordo com a composição dessa
2. PALIÇADA: bastonetes alinhados lado a lado como palitos
parede as bactérias são divididas em dois grupos: gram
de fósforo. Ex: Corynebacterium
positivas e gram negativas;

OBSERVAÇÕES: Bactérias gram-positivas apresentam


apenas uma membrana (com muito peptideoglicanos),
bactérias gram-negativas apresentam membrana interna e
externa e LPS.

• MIOCOPLASMA: Bactéria que não apresenta parede


celular;
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 2

AS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS CORAM-SE EM


ROSA/ VERMELHA E AS BACTÉRIA GRAM-
POSITIVAS CORAM-SE EM ROXO.

• GRAM POSITIVAS: ESTAFILOCOCOS E


ESTREPTOCOCOS
• GRAM NEGATIVAS: PSEUDOMONAS,
ESCHERICHIA COLI

COLORAÇÃO DE BAAR
GRAM-NEGATIVAS Membrana externa: impermeabiliza a
Utilizada para identificação do gênero Mycobacterium, já
células; oferece proteção extra
contra enzimas digestivas. que essas não coram-se com o GRAM. São bacilos
Espaço periplasmático: rico em aeróbicos imóveis, não-formadores de esporos, de parede
enzimas hidrolíticas; enzimas celular atípica.
relacionadas a virulência (beta-
lactamase); apresenta sistema de • Esse gênero pode provocar lepra (Mycobacterium
transporte de açúcar e captaçãoo leprae) e tuberculose (Mycobacterium tuberculosis);
de outros metabólitos
LPS/ endotoxina: muito imunogênico
- Pode ser liberado em infecções e ser
tóxico
- Pode funcionar como receptor e
bloquear a resposta imune

COLORAÇÃO DE GRAM

Quando identificado o grupo da bactéria administra-se ao


paciente um antibiótico de amplo espectro para o grupo
específico. Posteriormente faz-se testes bioquímicas para
identificação da espécie da bactéria, já que as culturas
bacterianas são mais demoradas de apresentar os
São evidenciadas pela coloração de Ziehl-Neelsen: coram-
resultados.
se pela mistura de fucsina mais ácido fênico aquecido, que
1- Preparo e fixação da lâmina para análise penetra no citoplasma e resistem à descoloração com uma
2- Corante púrpura: Cora a camada de peptideoglicanos mistura de álcool e ácido
tanto das gram-positivas como das gram-negativas
3- Aplicação de lugol ou iodo para fixação do primeiro ANTIBIOGRAMA
corante
Exame feito após o isolamento e a cultura de determinado
4- Lavagem com álcool: capaz de descorar as bactérias
germe, para verificar quais os antibióticos ativos contra ele.
gram-negativas já que essas bactérias não apresentam
muitas camadas de peptidioglicano para fixar esse
corante.
5- Aplicação de um novo corante capaz de corar as
bactérias gram-negativas (Safranina)> corante rosa
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 3

PROVAS BIOQUÍMICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE TUPF- TESTE DA UREASE PRÉ -FORMADA


BACTÉRIAS
Teste microbiológico para detecção do Helicobacter pylori
em fragmentos de biópsias da mucosa gástrica, pela
PARA GRAM POSITIVAS
pesquisa da enzima urease produzida por esta bactéria.
1. CATALASE: Algumas bactérias são capazes de produzir
a enzima catalase e estas quebram o H2O2 produzindo • É uma bactéria gram-negativa que não pode ser feita
bolhas. cultura em laboratório.

Faz a cultura da bactéria e aplica um pouco de água É um exame no tecido feito pelos patologistas. A proposta
oxigenada. do TUPF é a de fornecer um diagnóstico laboratorial de fácil
execução e de grande sensibilidade das infecções
- Teste positivo: bolhas / Staphylococcus sp causadas por esta bactéria.
- Teste negativo:nada/ Streptococcus sp
INFECÇÕES BACTERIANAS
2. COAGULASE: A bactéria produz a enzima coagulase
que na presença do plasma provoca sua coagulação. GRAM POSITIVAS
Demora 4 horas.
- Teste positivo: coagula o plasma / Staphylococcus Aureus
STAPHYLOCCUS SP.
- Teste negativo: não coagula/ Staphylococcus sp.
Gênero de bactérias gram-positivas que compreende várias
espécies, como S. aureus, S.saprophyticus e S. epidermidis.
PARA GRAM NEGATIVAS
1. Sthaphyloccus aureus
1. TSI (Tríplice Açúcar e Ferro): Identifica se a bactéria
produz gás, o H2S reage o ferro formando um É o mais comum em infecções piogênicas na pele, fossas
precipitado preto (sulfato ferroso). nasais, garganta e intestino. Exemplos: foliculite, furunculose,
osteomielite, endocardites e pneumonias.
2. SIM(Sulfato/Indol/Motilidade): Determina a habilidade
do microorganismo de metabolizar o triptofano em Tratamento: bastante sensível as penicilinas, cefalosporinas,
indol. eritomicinas, tetraciclinas e clorafenicol.

3. CITRATO: Se a bactéria é capaz de utilizar o citrato sódio 2. Staphylococcus epidermidis


como única fonte de carbono para crescer. Para
É habitante normal da pele e mucosas. Vem sendo isolado
positivo o meio fica azul ocorrendo a alcalinização.
em próteses cardíacas (endocardite), articulares e
vasculares.
4. Oxidase: As bactérias que produzem a enzima oxidase
conseguem fazer a cadeia transportadora de elétrons e 3. Staphylococcus saprophyticus
contém o último citocromo, chamados de citocromo
oxidase. Depois da Escherichia coli é o agente mais comum de
infecções urinárias. É encontrado na região periuretral do
5. Ureia: Determina a habilidade do microrganismo de homem e da mulher, bem como na pele.
degradar a ureia em duas moléculas de amônia pela
ação da enzima urease. STREPTOCOCCUS SP.
Significado clínico: S.pyogenes, S.agalactiae,
S.pneumoniae.
BACTÉRIAS SEGUNDO AS PROVAS BIOQÍMICAS
Principais infecções: pneumonias, glomerulonefrites,
faringites, amigdalites, erisipela, febre reumática.

Tratamento: penicilinas.
Gabrielle Nunes | P2 | 2020.1 4

GRAM NEGATIVAS

NEISSERIAS
Cocos gram-negativos que ocorrem aos pares na maioria
das vezes (diplococos), causadoras de gonorréia e
meningite.

PSEUDOMONAS
• Principal espécie: Aeruginosa
• Bactéria oportunista que pode causar várias infecções.
• Pacientes hospitalizados representam incidência maior
de contaminação.

ANTIBIÓTICOS

LOCAL DE AÇÃO

CULTURA DE URINA
Gabrielle Nunes| P3 | 2020.2

LEUCEMIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS RELEMBRANDO

Doença clonal do tecido hematopoiético caracterizada Linhagem linfoide: células NK, células T e células B.
pela proliferação anormal de células progenitoras de
linhagem mieloide ou linfoide, ocasionando produção Linhagem mieloide: Neutrófilos, monócitos, eosinófilos,
insuficiente de células sanguíneas normais. mastócitos e basófilos; plaquetas e hemácias.

Nesse sentido, a infiltração da medula pode ser


acompanhada de neutropenia, anemia e EPIDEMIOLOGIA
plaquetopenia.
Doença heterogênea e o câncer mais frequente nas 1
Qual seria a causa dessa expansão clonal? crianças (80% LLA). Nos adultos é um quadro mais raro e
Possivelmente a ativação de protooncogenes e mais comum a LMA.
mutações que regulam o ciclo celular.
Na infância, predomina a LLA (85% dos casos; no adulto
Quanto a cronicidade pode-se ter leucemias agudas e a LMA (80% dos casos).
crônicas. E quanto a origem do clone pode-se ter
leucemias mieloides ou linfoides. SINAIS E SINTOMAS

COMPARAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL DAS LEUCEMIAS QUADRO CLÍNICO SÚBITO


AGUDAS E CRÔNICAS São sinais mais súbitos:
AGUDA CRÔNICA 1. Empalidecimento ou outros sinais de anemia de
rápida instalação, sem perda sanguínea que a justifique.
Sobrevida meses anos
2. Púrpuras recentes: se as equimoses, as petéquias
Idade todas adultos
e o sangramento forem súbitos (de uma hora da outra)
Contagem de Alta, baixa ou Alta em pacientes em bom estado.
leucócitos normal 3. Febre ou outros sinais de infecção com os itens 1
Células imaturas maduras e 2 (Pancitopenia, queda de todos os índices
hematopoiéticos)
Neutropenia presente ausente
4. Dor óssea
Anemia presente presente
5. Linfonodomegalia: LLA
Plaquetas Baixas Altas ou normal
6. Esplenomegalia: LLA
EPIDEMIOLOGIA GERAL
7. Dores reumáticas em crianças
▪ LLC: 45%
8. Infiltração dos testículos
▪ LMA: 30%
▪ LMC: 15% 9. Gengivite hipertrófica: LMA
▪ LLA: 10% (em crianças 90%)
LA não tratada causa insuficiência hematopoiética
progressiva, rapidamente fatal.
LEUCEMIAS AGUDAS Tríade clínica: Anemia, infecções e sangramentos.

DEFINIÇÃO Tratamentos: quimioterapias ou transplante de medula


óssea.
Neoplasia maligna caracterizada pela presença de > 20%
de blastos. Os clones não conseguem chegar à
LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA
maturação.
É caracterizada pela proliferação anormal de células
FISIOPATOLOGIA: Há um bloqueio de maturação das progenitoras da linhagem mieloide.
células sanguíneas com o aumento de progenitores da
linhagem linfoide ou mieloide (blastos). A infiltração da Na infância cerca de 15% a 20% das leucemias agudas
medula óssea, impede hematopoese. são mieloides. Nos adultos, entretanto, essa percentagem
sobe para 80%.
Blastos na corrente sanguínea (leucemia)
Células grandes, imaturas, monótonas, de Existem subtipos de LMA os quais podem ser
cromatina frouxa. diferenciados por imunofenotipagem
LMA-M0, LMA-M1, LMA-M6 e LMA-M7:apresentam
os piores prognósticos.
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Bastonete de Auer: achado patognomônico de
Leucemia neutrofílica crônica
LMAs

LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA


LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
Mais comum em homens e a idade de maior incidência
A Leucemia Linfoide Aguda tem uma maior incidência é acima dos 65 anos, é rara antes dos 50 anos de idade.
em pacientes do sexo masculino de cor branca e na
idade de 2 a 5 anos, diminuindo a frequência na Os linfócitos na LLC invadem órgãos linfoides como baço
adolescência e idade adulta, e novamente crescendo e os linfonodos, além de quase todas as partes do corpo
na faixa etária de 60 anos. como sangue periférico, medula óssea, pele e meninge.

Morfologicamente classificada em LLA-L1, LLA-L2 e LLA-L3 Geralmente é assintomático, mas podem cursar
com astenia, perda de peso e linfoadenopatia;
Quadro: geralmente apresenta anemia e plaquetopenia; Leucocitose e linfocitose, também são comuns
na maioria dos casos há leucocitose. Hiperfosfatemia e anemia e plaquetopenia;
hipocalcemia; Ácido úrico aumentado; DLH 2
(Desidrogenase láctica) aumentada;
GRUPOS
LLC TÍPICA OU CLÁSSICA: Os linfócitos maduros são a
maioria, presença de raros ou nenhum prolinfócitos ou
linfócitos atípicos;
LEUCEMIAS CRÔNICAS LLC com transformação prolinfocítica: Presença de 11
a 54% de prolinfócitos no sangue periférico;
DEFINIÇÃO MISTA: presença de até 10% de prolinfócitos e
frequentemente linfócitos atípicos
Neoplasia originada de precursores hematopoiéticos
(mieloide x linfoide), mas essas células de replicação
desordenada conseguem atingir a maturidade, fato este
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
que a diferencia da leucemia aguda. Observa-se células
em graus diferentes de maturação e nem sempre são EXAMES SOLICITADOS
células disfuncionais.
Hemograma, mielograma, citoquímica,
Células menores e de tamanho diferenciados imunofenotipagem e biópsia de medula óssea.

LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA HEMOGRAMA


A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é a doença Sinais de insuficiência de medula óssea: Anemia,
mieloproliferativa mais comum. A LMC caracteriza-se trombocitopenia, neutropenia, leucometria baixa,
pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), que leucocitose (80-90% de blastos) e hiperleucocitose.
resulta da fusão de parte do oncogene ABL no
cromossomo 9 com o gene BCR no cromossomo 22 MIELOGRAMA
(cromossomo 22 anormal)
Análise da medula óssea. É realizado através de uma
punção óssea, seguida de aspiração. Avalia a forma das
É mais comum em homens na faixa etária de 20 a 50 anos
células progenitoras do sangue e quantifica.
e representa cerca de 20% de todas as leucemias.

95% dos casos uma acentuada leucocitose, dos


quais 75% estão acima de 50.000 leucócitos/mm3, e
45% ultrapassam os 100000 leucócitos;/mm3
Presença de células mieloides em vários graus de
maturação

VARIANTES CLÍNICAS Mielograma x Hemograma. Diferença nas células

LMC típica- com cromossomo Philadelfia (ph1)


LMC atípica- sem cromossomo Philadelfia
LMC em bebês
VARIANTES MORFOLÓGICAS: Raríssimas
Leucemia eosinofílica crônica
Leucemia basofílica crônica
Leucemia monocítica crônica Aguda X Crônica. Diferença no tamanho das células
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IMUNOFENOTIPAGEM
O exame é realizado com material da medula óssea
HEMOGRAMA 2
(colhido no mielograma) ou com o sangue periférico. É
uma análise que utiliza soros com anticorpos específicos Anemia
para caracterizar melhor as células doentes. Nas Plaquetopenia grave
leucemias, a imunofenotipagem é muito importante para Leucócitos normais
classificação do subgrupo exato de células, permitindo LMA
adequar o tratamento aos achados biológicos . Bastonetes de Auer

PAINEL MÍNIMO DE ANTICORPOS: Por exemplo, a HEMOGRAMA 3


detecção de mieloperoxidase (MPO), associada à
Anemia
CD13/CD33 (mielóide), CD79, CD22 e CD19 (células B),
Leucopenia com
CD3 e CD7 (células T) identificam noventa e oito por
neutropenia
cento das leucemias agudas.
Plaquetopenia 3
Leucemia AGUDA
BIÓPSIA DE MEDULA ÓSSEA
Quadro ALEUCÊMICO:
A biópsia de medula óssea é feita com a retirada de um ausência de blastos
pequeno fragmento de osso da bacia.
HEMOGRAMA 4
Este exame permite uma visão mais ampla da medula,
possibilitando observar a distribuição das células Anemia
hematopoiéticas – aquelas que produzem as células do Plaquetopenia
sangue – dentro da medula óssea, além da quantidade Leucopenia e 7% de
de células e bactérias anormais. blastos
Policromasia
Leucemia aguda
CITOGENÉTICA
Tem a função de avaliar numericamente e HEMOGRAMA 5
morfologicamente os cromossomos das células tumorais.
Anemia
Colhe-se material da medula ou do sangue na veia
Policromasia
periférica. A variação cromossômica é importante para
Leucocitose
diagnosticar algumas doenças (subtipos de leucemias
Plaquetocitose discreta
agudas, leucemias crônicas, alguns linfomas etc) e
LEUCEMIA CRÔNICA
acompanhar a evolução da doença e do tratamento .

CITOQUÍMICA
A aplicação de corantes bioquímicos às células do
sangue e medula óssea, de maneira a mostrar sua
composição sem modificar apreciavelmente sua
morfologia.

CASOS CLÍNICOS

HEMOGRAMA 1
▪ Anemia
▪ Plaquetopenia.
▪ 92% de blastos
▪ LMA

Solicitar mielograma e
imunofenotipagem.
Provavelmente está com
um quadro de hemorragias;

Hiato leucêmico: quando vê


blastos e não tem
promielócitos
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4
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REVISÃO LABORATORIAIS P3
PNEUMONIAS

PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS

O patógeno não é identificado em até 60% dos casos de pneumonia, mas o conhecimento do perfil etiológico das pneumonias
é indispensável para orientar a terapêutica.

Vírus são responsáveis pela maioria das PAC, em em torno de 90% até um ano de idade e 50% em escolares. Destaca-se o Vírus
Sincicial Respiratório, como o de maior incidência. Outros responsáveis em ordem de frequência são: Influenza, Parainfluenza 1
e 3, Adenovírus, Rinovírus, além de Metapneumovírus e Bocavírus.

Os quadros bacterianos são responsáveis por infecções mais graves, com maior comprometimento do estado geral. Desses o
Estreptococo pneumoniae é o agente mais frequente, de difícil isolamento em hemoculturas e mais facilmente em culturas de
líquido pleural, 1/3 das pneumonias confirmadas radiologicamenteOutras bactérias: Estreptococos do Grupo A, Estafilococos
áureos, Hemófilus influenza e Moraxela catarralis,Em 50% dos casos é possível uma coinfecção (vírus e bactérias).

ETIOLOGIA DAS PNEUMONIAS COMUNITÁRIAS DE ACORDO COM A IDADE


IDADE PATÓGENO (ORDEM DE FREQUêNCIA)
RN < 3 dias Streptococcus do grupo B, Gram negativo (sobretudo E. coli), Listeria sp. (pouco comum no nosso meio);
Chlamydua trocomathis;
RN > 3 dias Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Gram negativo
1 a 3 meses Vírus sincicial respiratório (VSR), Chamydia trachomatis, Ueralyticum, S. aureus, S. epidermidis e gram
negativos; Haemophylus influenzae (mais raro pela vacina)
1mês a 2 anos Vírus, STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE, Haemophilus influenzae (tipo b), H. influenzae não tipável, S. aureus
2 a 5 anos Vírus (VSR, influenza, parainfluenza, Adeno), S. penumoniae, H. influenzae tipo b, H. influenzae não tipável,
Mycoplasma pneumoniae, Chamydia pneumoniae, S. aureus
6 a 18 anos Vírus, S. pneumoniae, M. pneumoniae, C. pneumoniae, H. influenzae não tipável.
Menor incidência dos vírus e do H. influenzae e aumento dos atípicos: M. pneumoniae e C. pneumoniae;
Bactérias atípicas: RN (Chlamydia trachomatis e Ureoplasma urealyticum); escolares e adolescentes (Mycoplasma pneumoniae
e Chlamydophila pneumoniae)

EXAMES LABORATORIAIS INESPECÍFICOS

HEMOGRAMA
▪ Leucograma global e frações
▪ A presença de eosinofilia em quadros de pneumonia afebril pode sugerir infecção por Chamydia trachomatis

PROTEÍNA C REATIVA
▪ Pneumonias graves elevam muito a PCR, então os valores são altos, geralmente acima de 50mg/dL no método de
turbidimetria
▪ PCR quantitativa: o valor de referência é menos que 10 mg/dL

VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS)


É utilizado para demonstrar processos infecciosos em fase agudas ou processos inflamatórios crônicos. É um estudo que visa
analisar o peso da hemácia, em processos inflamatórios as citocinas inflamatórias agregam-se as hemácias tornando-as mais
pesadas.

▪ Normal até 10/15mm em uma hora


▪ Valores considerados pela clínica médica estão acima de 30mm
▪ Valores acima de 100mm sugerem patologias mais graves como neoplasias, necrose tecidual

PCT | PROCALCITONINA
PCT (procalcitonina): Marcador de atividade inflamatória que pode ser detectada por método imunoluminométrico
monoclonal, considerado menos sensível. É um marcador melhor de gravidade do que a proteína C reativa- CASOS DE SEPSE.
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Níveis séricos elevados também são vistos em outras doenças pulmonares, como na pneumonite química e na lesão por inalação
em queimados

EXAMES ESPECÍFICOS

HEMOCULTURA
Exame utilizado para o diagnóstico etiológico dos quadros
bacterianos e é recomendado a realização da
hemocultura para todos os casos hospitalizados. Seu baixo
rendimento (taxa de isolamento média de 10%) talvez
induza os clínicos a evitar a sua solicitação. Apesar disso, o
exame é importante, especialmente em serviços de
referência, pois o conhecimento do padrão de
resistência/sensibilidade aos antimicrobianos, com
destaque para o pneumococo, é crucial.

ORIENTAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO:

I. Colher antes da antibioticoterapia, ou antes, da próxima dose de antibiótico. Quando possível, suspender o antibiótico
por 28-48 horas para realizar a coleta.
II. Colher preferencialmente no inicio pródromos febris ou da ascensão do pico. Em casos graves, pode ser coletada a
qualquer momento, não sendo obrigatório o pico febril.
III. No caso de sepse, pneumonia, meningite, pacientes neutropênicos, colher em seguida duas amostras, em dois locais
diferentes e iniciar antibioticoterapia.

PESQUISA DE VÍRUS RESPIRATÓRIOS


Os vírus podem ser identificados por vários métodos diagnósticos: enzimaimunoensaio, detecção de anticorpos por flourescência
indireta, reação de cadeia polimerase e cultura do vírus. Utiliza-se mais a detecção de antígeno viral e o isolamento do vírus,
quanto que testes sorológicos são utilizados quando os métodos de identificação rápida não forem disponíveis.

SOROLOGIA
▪ Sorologia para: (1) Mycoplasma pneumoniae (a sorologia é recomendada considerando-se que a IgM se eleva em 7 a
10 dias após o inicio do processo; (2) Clamydia sp. (pesquisa de IgM ou IgG)

TESTE DE AGLUTINAÇÃO DE PARTÍCULAS DE LÁTEX


Pesquisa de agente etiológico. O método é realizado em amostras de urina e de líquido pleural e baseia-se numa reação de
aglutinação simples, visível a olho nu, entre os anticorpos que compõem o kit e os antígenos capsulares bacterianos.

▪ Partículas de látex são esferas de poliestireno que podem ser usadas como suportes na absorção de proteína solúvel a
Ag polissacarídeo.

Pesquisa de antígenos do pneumococo e do H. influenzae tipo b, inclusive até cerca de 5 dias após o início de antibióticos.

EXAME CITOBACTERIOLÓGICO DO ESCARRO


A pesquisa do Gram em escarro e a cultura de escarro não são realizadas rotineiramente por ser de difícil obtenção na criança,
mas se amostra for de boa qualidade pode ser feito. Sua interpretação é difícil devido á contaminação por germes da
orofaringe.

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS DIARREIAS

DIARREIAS AGUDAS
▪ Exame macroscópico das fezes: a observação das fezes já nos indica a presença de sangue, muco, pus e parasita
▪ Exame parasitológico de fezes: este exame procura identificar a presença de parasitas, protozoários e helmintos que
podem determinar diarreia
Método mais comum: HPJ
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▪ A pesquisa de vírus nas fezes pode ser feita de rotina através da técnica de Elisaimunoensaio ou látex para identificar
rotavírus e adenovírus
▪ pH fecal e substâncias redutoras- esta determinação irá detectar a intolerância aos carboidratos
▪ Hemograma- este exame poderá auxiliar nos processos infecciosos acompanhados de invasão da mucosa intestinal,
quando revela leucocitose e desvio para a esquerda
▪ Identificação de bactérias enteropatogênicas- através da coprocultura

DIARREIAS CRÔNICAS
▪ Técnicas sorológicas: para amebíase e esquistossomose e o PCR para amebíase e giardíase
▪ Teor de gordura nas fezes (Teste de Sudam III)– utilizado para identificar quantitativamente a perda de gordura pelas
fezes ou a Esteatorreia
▪ Colonoscopia
▪ Testes sorológicos para doenças celíacas (antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase)
▪ Exames de imagem
▪ Dosagem de eletrólitos no suor
▪ Biópsia
▪ Absorção de triglicerídeos
▪ Dosagem de alfa-1-antitripsina nas fezes: é empregada nos processos diarreicos de longa duração para detectar a
perda proteica nas fezes
▪ Teste de hidrogênio expirado: esse teste detecta o hidrogênio no ar expirado após a fermentação de carboidratos na
luz intestinal e sua absorção pela mucosa
▪ Teste de tolerância a carboidratos: ex. teste de tolerância à lactose

QUESTÕES

1. A bilirrubina é formada através da degradação de hemoglobina pelo sistema fagocitário macrofágico. A bilirrubina

indireta circula ligada à albumina e a direta é uma produção de conjugação aos hepatócitos. Sobre o metabolismo,

dosagem e significados clínicos da bilirrubina, assinale a alternativa incorreta: *


a) A bilirrubina total é formada pela soma da bilirrubina indireta (não conjugada) e da bilirrubina direta (conjugada)
b) Na cirrose ocorre uma piora na excreção biliar, resultando em hiperbilirrubinemia direta
c) No paciente ictérico, sempre há o predomínio no aumento da bilirrubina indireta
d) Níveis elevados de bilirrubina total e direta podem ser encontrados em doença hepatocelular ou biliar
e) Aumento isolado de bilirrubina indireta pode ocorrer quando a taxa de produção excede à de conjugação

2. Quais exames laboratoriais contribuem para o diagnóstico da pneumonia na criança? Quando estão indicados? *

Paciente apresenta ao resultado do leucograma compatível com quadros infecciosos, sejam eles virais (linfocitose) ou

bacterianos (leucocitose com tendência de desvio à esquerda); Proteína C reativa; hemocultura; Sorologias específicas p/ o
agente atípicos e pesquisa viral em swab de nasofaringe. A pesquisa laboratorial não é indicada para pneumonias adquiridas

em comunidades em tratamento ambulatorial, sendo exames essenciais p/ o tratamento de pacientes em tratamento

hospitalar.
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3. Um homem de 52 anos de idade procurou atendimento médico com queixas de fraqueza e falta de ar há cinco meses.

Durante a anamnese médica, relatou perda de apetite e emagrecimento de 10 kg nos últimos quatro meses, e negou

ocorrência de sangramentos e vícios como tabagismo e etilismo. No exame físico, foi detectada hepatoesplenomegalia

e, a partir dos sinais e sintomas clínicos, foi necessária a realização de exames laboratoriais, entre eles o hemograma, que

apresentou leucometria de 120 000 leucócitos/mm³ de sangue, presença de células da linhagem mieloide em vários

estágios de diferenciação, basofilia, anemia normocítica e normocrômica e trombocitose. Com suspeita de quadro

leucêmico, foi solicitada urgência na internação hospitalar do paciente e requerido mielograma, que evidenciou

hiperplasia mieloide acentuada, com relação mieloide: eritroide de 17:1. Exames genéticos e moleculares evidenciaram

presença do cromossomo Philadelphia e do gene BCR-ABL1. Com base nas informações apresentadas e nos achados

clínicos e laboratoriais, assinale a opção que apresenta corretamente a patologia correspondente. *


a) Mieloma múltiplo
b) Leucemia linfoide crônica.
c) Leucemia mieloide crônica.
d) Leucemia mieloide aguda.
e) Trombocitopenia essencial.

4. A leucemia é originada na medula óssea, local onde as células sanguíneas são produzidas. Os glóbulos brancos

(leucócitos) são as células acometidas e se reproduzem de forma descontrolada, gerando os sinais e sintomas da doença.

De acordo com a célula envolvida, divide-se em mieloide e linfoide. O que diferencia uma leucemia da outra? *
a) Mieloide deriva da célula-tronco madura e linfoide, dos linfócitos.
b) Mieloide deriva dos leucócitos granulosos e linfoides dos leucócitos não -granulosos.
c) Mieloide pode ser o granulócito ou o basófilo e linfoide o linfócito e o monócito.
d) Mieloide deriva da célula-tronco mieloide e pode ser o granulócito, eosinófilo, basófilo, monócito ou eritrócito e na
linfoide, o linfoide é a célula doente
e) Na mieloide, apenas a célula mieloide eosinófilo é a célula doente e, na linfoide, a célula doente é o linfócito
derivado da célula-tronco linfoide.

5. Em relação à sífilis, é INCORRETO afirmar que: *


a) O VDRL pode permanecer em títulos baixos após o tratamento, caracterizando uma ci catriz sorológica.
b) O FTA-abs deve ser utilizado como teste de triagem em vista sua melhor especificidade
c) A sífilis terciária deve ser tratada com penicilina cristalina intravenosa.
d) o fenômeno pró-zona decorre da relação desproporcional entre as quantidades de antígenos e anticorpos
presentes na reação não treponêmica, gerando resultados falso-negativos
e) A diferença principal entre os testes treponêmicos e não treponêmicos é que os testes não treponêmicos detectam
anticorpos que não são específicos contra Treponema pallidum, e os testes treponêmicos detectam anticorpos
específicos para antígenos de T. pallidum.

O efeito prozona é um fenômeno que ocorre quando existe excesso de anticorpos no soro testado, o qual interfere na formação
do complexo antígeno-anticorpo necessário para que aconteça a reação de floculação.

6. No Brasil a doença falciforme constitui um grupo de doenças e agravos relevantes, exigindo cuidadoso processo de

diagnóstico e acompanhamento. Acerca dessa doença, assinale a afirmativa correta. *


a) Para que o filho herde a doença falciforme, um dos genitores deve apresentar a doença falciforme
b) A hemoglobina S tem uma característica química especial que, em situações de aumento da disponibilidade de
oxigênio, provoca a sua polimerização.
c) As doenças falciformes mais frequentes são a anemia falciforme (ou Hb SS), a S beta talassemia e as duplas heterozigoses
Hb SC e Hb SD.
d) A confirmação diagnóstica da doença falciforme é realizada pela detecção de drepanócitos no hemograma.
e) O padrão ouro para confirmação diagnóstica da doença falciforme é a realização do teste de falcização

7. Norte-americanos em viagem para países em desenvolvimento, e passageiros em aeronaves e navios de turismo onde

ocorram erros na preparação dos alimentos estão em grande risco de sofrer de diarreia infecciosa aguda. Qual o agente

infeccioso mais comum na diarreia dos viajantes? *


a) Shigella.
b) Rotavírus.
c) Adenovírus.
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d) C. difficile.
e) E. coli enterotóxica.

8. Nas Leucemias ___________ observamos paciente com clínica de ___________, febre por _______ __ e ________ de mucosas

por _________. *
a) Agudas , tosse , astenia, sangramento , plaquetopenia
b) Agudas , anemia , infecção, sangramento , plaquetopenia
c) Agudas, anemia, infecção, sangramento, deficiências de fatores da coagulação
d) Crônicas, astenia, infecção, palidez, deficiência de fatores da coagulação
e) Crônicas, astenia, infecção, sangramento e plaquetocitose

9. Ao iniciar o pré-natal, uma gestante teve prescrição de suplementação de ferro e ácido fólico, a ocorrer durante toda a

gestação.Essa é uma recomendação do Ministério da Saúde como parte do cuidado no pré-natal, que tem como um dos

objetivos: *
a) suprir uma eventual deficiência nutricional da gestante;
b) reduzir o risco de baixo peso da criança ao nascer;
c) prevenir a incidência de anemia falciforme neonatal;
d) evitar que uma anemia evolua para leucemia gestacional;
e) reduzir o risco de má-formação congênita.
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MARCADORES DE FUNÇÃO HEPÁTICA


celular, como as enzimas endógenas, ou a
INTRODUÇÃO
análise de substâncias metabolizadas ou produzidas pelo
O fígado está envolvido em três sistemas importantes: fígado: bilirrubina, albumina e fatores de coagulação.

▪ Hepatócito: processo bioquímico fundamental; ▪ INTEGRALIDADE DO FÍGADO: Solicitar a dosagem das


enzimas (AST, ALT, GGT, ALP)
REVISANDO: FUNÇÕES BIOQUÍMICAS DO FÍGADO ▪ FUNÇÃO SECRETORA: Bilirrubina e ALP
▪ CAPACIDADE DE SÍNTESE: Proteínas TP, albumina, A/G
- Manutenção dos níveis de glicose sérico:
ratio
gliconeogênese e armazenamento da glicose.
- Síntese de colesterol, fosfolipídios e a maior parte das
ANÁLISE DA FUNÇÃO SECRETORA
lipoproteínas. OBS: 80% do colesterol sintetizado é
convertido em sais biliares; Desempenha papel na captação, conjugação e
- Produção da maioria (90%) das proteínas plasmáticas excreção da bilirrubina.
com exceção de parte das gamaglobulinas; produz
100% da albumina; A etapa limitante do processo é a fase 3 (excreção), pois
- Produção de fatores de coagulação: fibrinogênio, para sua realização é necessária a utilização de ATP,
protrombina, globulina aceleradora, fator VII e muitos sendo a fase mais suscetível e a primeira a sofrer quando
outros. OBS: para a produção de protrombina, fator VII, ocorre dando nas células hepáticas.
IX e X necessita da vitamina K.
- Metabolização: responsável pela modificação DOSAGEM DAS BILIRRUBINAS
química de várias substâncias, incluindo hormônios
endógenos e medicamentos. A bilirrubina tem origem de 70% no metabolismo dos
eritrócitos, 15% nas fontes hepáticas e o restante dos rins e
- Desintoxicação: Transformação de amônia em ureia;
medula óssea.

Solicita-se a dosagem das bilirrubinas conjugada (direta) e


OBS: Os hepatócitos são ricos em citocromo P450, o nome não conjugada (indireta)
dado a uma família de enzimas que têm a capacidade
de metabolizar, inativar e facilitar a eliminação pelos rins ▪ BILIRRUBINA TOTAL: < 1,2-1,5 MG/DL
de diversas substâncias. ▪ 70% é de bilirrubina indireta

▪ Trato biliar: excreção de bilirrubinas


ICTERÍCIA PRÉ-HEPÁTICA
Aumento na destruição eritrocitária, ou seja, há uma
REVISANDO: EXCREÇÃO maior quantidade de hemácias sendo lisadas e a
- No fígado, a bilirrubina indireta produzida através da produção de bilirrubina é superior a capacidade do
metabolização das hemácias é convertida em fígado de conjuga-la.
bilirrubina direta, através do processo de conjugação; Ocorre em: Eritroblastose fetal; anemias hemolíticas;
OBS: a bilirrubina é responsável pela cor verde das fezes; transfusões sanguíneas.
- A bile é produzida pelo fígado, uma parte é A taxa de bilirrubina indireta está maior que a taxa da
armazenada na vesícula biliar e outra parte é liberada bilirrubina direta.
no intestino, para facilitar o processo de digestão das
gorduras. ICTERÍCIA HEPÁTICA
A causa para o aumento da bilirrubina é uma lesão
hepática em que há uma menor conjugação da
▪ Sistema reticuloendotelial: metabolismo da bilirrubina. Indireta > Direta.
hemoglobina e das bilirrubinas A bilirrubina conjugada não é secretada na bile e sim
no sangue (B. direta aumentada). Uma lesão hepática
OBS: Em pessoa com função hepática precária, a prejudica a disponibilidade de ATP que é necessária
concentração da glicose sanguínea, após refeição rica para a conclusão dessa etapa, então essa B. direta irá
em carboidratos, pode aumentar por duas a três vezes a retornar para a corrente sanguínea.
mais do que em pessoa com a função hepática normal. Ocorrem em: cirrose e hepatites. Todas as bilirrubinas
estão aumentadas, bilirrubinas mistas com predomínio
de BD.
AVALIAÇÃO DE LESÃO HEPÁTICA
ICTERÍCIA PÓS-HEPÁTICA
Os testes bioquímicos das condições hepáticas baseiam-
se na medida de substâncias liberadas devido ao dano
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Ligada ao processo de obstrução do ducto biliar,


impedindo que a bilirrubina conjugada siga para o
intestino.
B. direta voltará ao fígado a partir da circulação
enterro-hepática.
Ocorre em: Obstrução dos ductos biliares, câncer de
pâncreas ou de vesícula biliar, cálculo biliar.
B. direta > B. indireta

DOSAGEM DA ALP
A fosfatase alcalina é uma enzima presente nas células
dos canais biliares. Seu aumento pode indicar lesão
hepática canalicular (colestase, hepatite, obstrução das
vias biliares por cálculo), carcinomas, metástases e
OBS: Os fatores II, VII e X são dependentes da vitamina K.
durante o crescimento ósseo.
REVISANDO: A protrombina é um elemento proteico da
Os valores normais variam de laboratório para laboratório,
coagulação sanguínea, também denominada de fator II,
ficando, porém, o limite ao redor de 130 U/L. Em menores
sintetizada no fígado onde a vitamina K atua como
de 18 anos pode ser mais elevado.
cofator. Esta proteína, sob ação do Ativador de
Protrombina transforma-se em trombina, a qual catalisa a
reação de transformação do fibrinogênio em fibrina,
constituindo-se em elemento fundamental da chamada
AVALIAÇÃO DA SÍNTESE HEPÁTICA
“cascata de coagulação”.
Os testes mais comuns para avaliar a capacidade
sintética do fígado são a albumina sérica e o tempo de DOSAGEM SÉRICOS DE PROTEÍNAS TOTAIS E
protrombina (que requer a presença de fatores de ALBUMINAS
coagulação produzidos no fígado).
Aproximadamente 300 a 500 g de albumina são
distribuídos nos fluidos corporais, e o fígado adulto médio
PROVAS DE COAGULAÇÃO
sintetiza aproximadamente 15 g por dia (200 mg / kg por
A deficiência de fatores de coagulação ocorre dia).
frequentemente durante o curso da doença hepática .
Dentre os fatores de coagulação, apenas o fator VIII e von A meia-vida da albumina no soro é de aproximadamente
Willenbrand não são sintetizados pelo fígado . 20 dias, com 4% do pool total de albumina sendo
degradado diariamente.
A avaliação geralmente é feita de forma mais geral a
partir da análise do TEMPO DE PROTROMBINA (TP OU TAP). HIPOALBUMINEMIA
é um teste para avaliar a via extrínseca e a via comum da
Pode ou não ser um quadro relacionado à função
cascata de coagulação, ou seja, os fatores VII, X, V, II e o
hepática, inclusive pode ser provocado por
fibrinogênio. inflamações sistêmicas, síndromes nefróticas e
desnutrição.
O tempo de protrombina estará aumentado em casos de
deficiência de fibrinogênio e de qualquer um dos fatores É comum em lesões hepáticas crônicas, como a cirrose.
Reflete dano hepático grave, quando há queda na
mencionados, como por exemplo, na doença hepática.
síntese dessas PTN.
▪ O TP geralmente é normal ou levemente prolongado As concentrações séricas de albumina tendem a ser
na maioria dos pacientes com hepatite aguda normais nas doenças hepáticas agudas, porém deve
infecciosa ou tóxica ser considerada a possibilidade de doença hepática
crônica quando a concentração sérica de albumina
estiver abaixo de 3 g/ dL (30 g / L) nesses pacientes.
▪ Em pacientes com hepatites fulminantes de etiologia
infecciosa ou tóxica, o TP é significadamente Lesão CRÔNICA: (-) Síntese e concentrações das PTN
aumentado. plasmáticas; diminui albumina, alfa 1, alfa 2, beta e
imunoglobulinas;
VALOR DE REFERÊNCIA: 10 – 14 s Lesão AGUDA: aumento de proteínas de fase aguda
(citocinas); diminui albumina e aumenta alfa 1 e alfa 2;
Gabrielle Nunes | P3 | 2020.2 3

Causas hepáticas p/ elevação das aminotransferases:


hepatites virais, hepatite autoimune, doença hepática
alcoólica, doença hepática gordurosa não alcoólica,
medicamentos e drogas ilícitas e doenças metabólicas
(doença de Wilson, hemocromatose, deficiência de 1-
antitripsina.).

ELETROFORESE DE PROTEÍNAS

HEPATITES VIRAIS AGUDA *


Os níveis séricos elevam-se uma a duas semanas antes
do início dos sintomas. Podem atingir até 100 vezes os
limites superiores da referência.
A atividade máxima ocorre entre o sétimo e o décimo
segundo dia, declinando entre a terceira e quinta
semana após o desaparecimento dos sintomas;
- Na fase aguda a TGP é mais elevada que a TGO
HEPATITES B e C
Ocorrem pequenos aumentos das aminotransferases
HEPATITE ISQUÊMICA (HEPATOPATIA ISQUÊMICA, FÍGADO DE CHOQUE,
HEPATITE HIPÓXICA): *
AST e ALT> 50 vezes o limite superior do normal, sendo as
casas que mais aumentam tais enzimas. LDH também
está bastante aumentado.
CIRROSE

AVALIAÇÃO DE LESÃO HEPÁTICA Na doença hepática gordurosa alcoólica temos uma


elevação de AST <8 vezes o limite superior do normal e
ALT <5 vezes o limite superior do normal.
ALT E AST: TRANSAMINASES ▪ TGO > TGP
A lesão dos hepatócitos, leva a liberação na corrente ESTEATOSE HEPÁTICA
sanguínea de enzimas intracelulares tais como as
Aumento do AST e ALT é <4 vezes o limite superior do
aminotransferases. As mais comumente utilizadas como normal.
exames laboratoriais na avaliação de lesão hepática são
a alanina-aminotransferase (ALT) [ou transaminase MONONUCLEOSE INFECCIOSA
glutâmico-pirúvica-T-GP] e a aspartato-aminotransferase Ocorrem elevações de até 20 vezes superiores aos
(AST) [ou transaminase oxaloacética TGO]. valores de referências.
IAM
DEFINIÇÃO: Enzimas intercelulares presentes em grandes
A TGO eleva-se depois de 6 á 8 horas após o IAM; atinge
quantidades nos hepatócitos. FUNÇÃO: Síntese e
o pico máximo entre 18 á 24 horas e retorna ao normal
degradação dos aminoácidos; atuam como ponte entre depois de 4 á 5 dias;
o metabolismo dos aminoácidos e carboidratos;
Possui baixa sensibilidade e especificidade que levaram
▪ AST: Enzima mitocondrial presente no fígado e em a exclusão como diagnóstico laboratorial do IAM.
outros órgãos, incluindo músculo cardíaco, músculo PANCREATITE AGUDA
esquelético, rim e cérebro. Ocorre aumento da TGO entre 2 a 5 vezes o valor de
▪ ALT: é uma enzima citossólica, está presente referência
principalmente no fígado e, portanto, é um marcador
*Maiores níveis das enzimas hepáticas
mais específico do que AST na lesão hepatocelular.
Gabrielle Nunes | P3 | 2020.2 4

Medicamentos como eritromicina e furosemida podem


produzir aminotransferase falsamente elevada.

VALORES DE REFERÊNCIA na maioria dos laboratórios:

▪ TGO: 5-34 U/L


▪ TGP/ ALT: 6-37 U/L

RAZÃO DE RITS TGO/TGP

▪ < 1 (hepatopatias virais agudas)


▪ >1 (hepatopatias crônicas: cirrose alcóolica,
hepatite crônica obstrutiva)

GAMA-GT
A gama-GT é uma enzima microsomal encontrada nos
hepatócitos e nas células epiteliais biliares. Esta enzima
constitui um marcador sensível de comprometimento da
função hepatobiliar, mas a utilidade desse teste é limitada
pela baixa especificidade.

A gama GT pode ser usada para confirmar se a elevação


da fosfatase alcalina é de origem hepática (e não óssea,
por exemplo) e para apoiar uma suspeita de abuso de
álcool em um paciente com AST elevada e uma razão
AST/ALT maior que 2.

• Melhor enzima que se encontra elevada em


pacientes que fazem uso do álcool com
frequência, visto que tem seletividade para o
etanol.

VALOR DE REFERÊNCIA: GGT normal 8-61 U/L em homens e


5-36 U/L em mulheres.
Gabrielle Nunes 1

depleção de sódio e uso de corticos-teroides, diuréticos ou


BIOMARCADORES DA FUNÇÃO RENAL tetraciclinas.

• VR varia de: 20-40 mg/dL.


INTRODUÇÃO
Utilidade clínica: A principal utilidade clínica da ureia consiste
A avaliação da função renal é de extrema importância na na determinação da razão ureia:creatinina séricas. Essa
prática clínica, tanto para o diagnóstico quanto para o relação pode ser útil particularmente quando se avaliam
prognóstico e monitoração das doenças renais. Neste pacientes com quedas abruptas da taxa de filtração
contexto, a participação do laboratório é de grande glomerular (TFG).
importância, uma vez que a maior parte das doenças renais
só se manifesta clinicamente quando mais de 50% a 75% da Em condições normais, a relação ureia:creatinina é em torno
função renal está comprometida. de 30, mas este valor aumenta para > 40-50 quando, por
exemplo, ocorre contração do volume extra-celular
Os principais parâmetros para avaliação da função renal são: (desidratação, insuficiência cardíaca congestiva, estados
febris prolongados e uso inadequado da terapia diurética por
1. Análise da sua função excretora, sendo assim, via intravenosa).
avaliando-se os níveis de ureia, creatinina e ácido
úrico. CREATININA
2. Análise da filtração glomerular (TTG): É definida
como a capacidade renal de depurar uma É originada da creatina: (+) creatina (+) creatinina; A
substância a partir do sangue e é expressa como o creatinina é um produto residual da creatina e da
volume de plasma que pode ser completamente fosfocreatina oriunda do metabolismo muscular e da ingestão
depurado na unidade de tempo. Normalmente, o de carne; A geração é diretamente proporcional à massa
rim filtra 120 mL/min de sangue e o depura de muscular, que varia de acordo com a idade, sexo e etnia e é
produtos finais do metabolismo proteico, enquanto afetada por condições que causam perda muscular.
previne a perda de solutos específicos, PTN
(particularmente a albumina) e os componentes • VR: mulheres entre 0,6-1,2 mg/dL; homens entre 0,7-
celulares encontrados no sangue. 1,3mg/dL

- Taxa de filtração glomerular (ml/min): Medida indicativa do A creatinina é livremente filtrada pelo glomérulo e não é
número de néfrons em funcionamento, a partir da estimativa reabsorvida nem metabolizada pelo rim. Entretanto,
de clearance de um marcador. Mulheres (TFG= 100mL/min); aproximadamente 25% da creatinina urinária é proveniente
Homens (120mL/min) da secreção tubular, sendo esta, mais significativa quanto
menor for a TFG.
- Marcadores exógeno, padrão-ouro: Inulina (é filtrado
livremente pelo glomérulo; não é secretada, reabsorvida, Outro problema é o fato do valor da creatinina sérica acima
sintetizada ou metabolizada pelo rim; fisiologicamente inerte; do normal adotado pela maioria dos laboratórios (1,3 mg/dL)
possui concentração estável no plasma; outras substâncias só ocorrer a partir de diminuição da ordem de 50%-60% da
iohexol, iotalamato ou o radiofármaco DTA; limitações TFG. O relativo descompasso da creatinina com o real estado
técnicas; funcional e sua baixa sensibilidade e especificidade se
traduzem em diagnóstico e tratamento tardios.
3. Análise da reabsorção tubular de água e eletrólitos
Para monitorar a progressão da doença renal, a avaliação
da depuração endógena da creatinina (DEC), medida em
MARCADORES ENDÓGENOS DA TFG urina de 24 horas, constitui uma alternativa para avaliação
mais fidedigna quando comparada aos níveis de creatinina
UREIA
plasmática.
Origem: Principal metabólito nitrogenado derivado da
degradação de proteínas pelo organismo, sendo que 90% CLEARANCE DE CREATININA:
deste analito é excretado pelos rins e o restante eliminado
Clearance de creatinina ajustado= Creatinina na urina de 24
pelo trato gastrintestinal e pela pele.
horas/ creatinina sérica x volume de urina por minuto x
 É um preditor fraco da filtração glomerular. pois 40%-70% 1,73/área corpórea
retornam para o plasma por um processo de difusão
OBS: A área corpórea pode ser estimada a partir no
passiva tubular, que é dependente do fluxo urinário.
normograma, parâmetro que relaciona altura e peso.
Circunstâncias que alteram os valores séricos da ureia: a
Significado Clínico: A velocidade de filtração glomerular é
dieta, a taxa de produção hepática, desidratação,
determinada não só pelo número de néfrons em
trauma,insuficiência cardíaca congestiva, infecção,
funcionamento, mas também pela capacidade funcional
destes néfrons.
Gabrielle Nunes 2

• Não detecta precocemente nefropatias;


• É usado para determinar a extensão da lesão dos
nefrons em casos já conhecidos;
• Monitorar a eficácia de tratamentos e medicamentos.

FÓRMULAS MATEMÁTICAS:

Cálculo da taxa de filtração glomerular sem a necessidade


de coletar urina durante 24 horas. Elas possuem a vantagem
de superar as limitações da creatinina plasmática e da DEC,
sem aumento de custos e tempo para avaliar a função renal.

EQUAÇÃO DE COCKCROFT-GAULT (CG)

PROTEÍNAS

Principais proteínas plasmáticas: IgG, albumina, císteina, alfa-


microglobulina, proteína de ligação do retinol.

LIMITAÇÕES: Ausência de padronização na avaliação da As proteínas plasmáticas, quando em estado pérvio dos
creatinina laboratorial; tendência de superestimar o glomérulos, não conseguem atravessar para o filtrado
clearance – Obesidade; ajuste da superfície corporal glomerular (tanto pelo tamanho, como pela carga);
minimizar o erro;
PROTEINÚRIA
EQUAÇÃO DO ESTUDO MDRD (MODIFICATION OF DIET IN RENAL
As proteínas com peso molecular inferior a 60 kDa são filtradas
DISEASE)
livremente pelos glomérulos e reabsorvidas nos túbulos
Esta equação envolve seis variáveis: idade, sexo, raça( proximais. A proteína total excretada na urina varia de 20 mg
afroamericano), e concentrações séricas de creatinina, ureia a 150 mg/dia, da qual metade corresponde à albumina e o
e albumina. restante quase totalmente à proteína de Tamm-Horsfall.

Na proteinúria de sobrecarga, observa-se extravasamento de


uma proteína normal de baixo peso molecular do plasma
para a urina, como hemoglobina, mioglobina e proteína de
Bence-Jones.
 Estima a taxa de filtração Glomerular e não o Clarence
Na proteinúria pós-renal, há produção de proteínas pelas vias
de creatinina.
urinárias inferiores devido à inflamação ou malignidade
LIMITAÇÕES: menor acurácia em obesos e em pacientes com
A avaliação da proteinúria pode ser realizada em amostra de
função renal normal ou próximo do normal.
urina de 24 horas.
EQUAÇÕES DO ESTUDO CHRONIC KIDNEY DISEASE
• Valores de referência: < 300 mg/24 horas
EPIDEMIOLOGY COLLABORATION(CKD-EPI)

A equação, denominada de CKD-EPI, usa as mesmas


variáveis que a equação MDRD, mas, comparativamente,
apresenta melhor desempenho( Paciente com TF > 60
mL/min/1,73m2) e previsão de desfechos adversos.
Gabrielle Nunes 3

todos os tecidos do organismo, diferente da creatinina,


que depende da massa muscular.

DESVANTAGENS:

O custo da determinação laboratorial da cistatina C ainda é


bastante elevado e sua dosagem laboratorial ainda necessita
de padronização.

VALOR DE REFERÊNCIA: DE 0,62 A 1,11 mg/L

PODACITÚRIA
Os podócitos ou células epiteliais viscerais são células
altamente especializadas, que revestem a superfície urinária
do tufo capilar glomerular e que, juntamente com as células
endoteliais e a membrana basal, constituem a barreira de
filtração glomerular, assegurando sua permeabilidade
seletiva.

A presença de podócitos na urina, por sua vez, tem sido


descrita em muitas doenças glomerulares, tais como:
nefropatia por IgA, nefropatia diabética, nefropatia
ALUMINÚRIA membranosa e nefrite lúpica (NL), entre outras, refletindo a
A albuminúria ou microalbuminúria é definida como a ocorrência de uma lesão ao glomérulo.
presença de 30 mg a 300 mg de albumina em amostra de
urina de 24 horas, ou 30 mg a 300 mg de albumina por g de Uma das técnicas utilizadas para avaliar a podocitúria é a
creatinina em amostra de urina isolada, ou ainda uma taxa imunofluorescência indireta com uso de anticorpos
de excreção de 20 mg a 200 mg de albumina por minuto. específicos dirigidos contra antígenos podocitários em
sedimento urinário.
Sua determinação tem sido utilizada para acompanhamento
de pacientes com diabetes mellitus, hipertensão e pré- OUTROS MARCADORES
eclampsia, uma vez que a intervenção clínica precoce pode
preservar a capacidade de filtração glomerular.(2) A  Depuração da inulina e quelatos marcados
elevação da excreção urinária de albumina nestes pacientes  Dimorfismo eritrocitário > glomerulonefrites
deve ser confirmada em pelo menos duas de três coletas, em  Lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos(NGAL)
um período de três a seis meses.  Molécula-1 de lesão renal (KIM-1) > doenças renais
agudas
CISTATINA C  Interleucina-18
 Enzimas urinárias tubulares e proteínas de baixo peso
A cistatina C é uma proteína inibidora da proteinase da molecular
cisteína sintetizada por todas as células nucleadas a uma taxa
de produção constante, podendo ser encontrada em vários
fluidos biológicos, como soro, líquido seminal e líquido
cefalorraquidiano.

Os níveis séricos de cistatina C não são afetados pela massa


muscular e alteram-se muito pouco com a idade, nítidas
vantagens quando comparada à creatinina.

Os métodos baseados na cistatina C para estimar a TFG têm


se mostrado iguais ou superiores aos métodos baseados na
creatinina.

VANTAGENS:

1. O uso da cistatina C como um marcador endógeno para


estimar a TFG, sem a necessidade da dosagem urinária,
dispensando a coleta de urina.
2. Não há variação significativa da faixa de referência para
homens e mulheres, já que sua produção é constante em
Gabrielle Nunes | P3 1

COAGULOGRAMA
SISTEMA HEMÓSTÁTICO

A HEMOSTASE é o equilíbrio entre as proteínas pró-


coagulantes e anticoagulantes, que mantém a fluidez do
sangue pelos vasos, incluindo o controle da hemorragia e
dissolução de coágulos. Alterações neste equilíbrio
caracterizam algumas patologias, entre elas a hemofilia e
a trombofilia.

→ Endotélio vascular > Substâncias anti-trombóticas


→ Plaquetas > Substâncias trombóticas
→ Fatores de coagulação > Substâncias trombóticas

ENDOTÉLIO VASCULAR
Antiplaquetárias: óxido nítrico e prostaciclinas
(vasodilatadores, evita o contato entre plaqueta e
endotélio, sem iniciar a cascata de coagulação)

Anticoagulantes: anti-trombina e trambomodulina (irão


inibir a cascata de coagulação)

Substâncias fibrinolíticas: t-Pa (ativador de plasminogênio


tecidual); atua no processo de dissolução do trombo;

SUBSTÂNCIAS TROMBÓTICAS
PLAQUETAS (Grânulos plaquetários)
Fator tecidual: ativador dos fatores de coagulação
Tromboplastina: ativa a protrombina
Fator plaquetário: Inativa as substâncias anti-trombóticas
Fator de Von Willenbrand: Conecta a plaqueta a matriz
tecidual;
Fibrinogênio: Conecta as plaquetas na outra;
FATORES DE COAGULAÇÃO
Proteínas, a maioria produzida no fígado, com função de
ajudar a estancar as hemorragias quando ocorre o
rompimento de vasos sanguíneos.
Existem 13 tipos diferentes de fatores de coagulação (I- Ao haver uma lesão tecidual, no primeiro momento há
XIII). São ativados quando ocorre o rompimento do vaso uma vasoconstricção temporária na tentativa de
sanguíneo, onde a ativação do primeiro leva à ativação
aproximar um vaso do outro. (2) Aderência das plaquetas
do seguinte até que ocorra a formação do coagulo pela
ação dos 13 fatores. à matriz tecidual a partir do fator de Von Willenbrand; (3)
Agregam-se umas as outras a partir do fibrinogênio
 Inativos: XII, XI, IX, X, VIII, VII, V
produzido na cascata de coagulação > trombo >
 Ativos: VIII
fibrinólise.
Ativador inicial: fator tecidual
HEMOSTASIA HEMOSTASIA SECUNDÁRIA
PRIMÁRIA XII > Ativação por contato > XII a

Atua regredindo os Subdividida em via intrínseca VII + VITAMINA K > FATOR TECIDUAL > VIA
sangramentos por (fatores VIII,IX e XI), extrínseca
meio da formação (fator VII) e comum (X, V,
de um trombo ou protrombina e fibrinogênio), atua
tampão evitando o ressangramento, na Os eventos comuns da coagulação (via final comum),
plaquetário. formação de uma rede adesiva quer sejam iniciados pela via extrínseca ou intrínseca, são
de fibrina que consolida o trombo. a ativação do fator X(Xa), a conversão de trombina a
partir da protrombina pela ação do fator Xa, formação de
Gabrielle Nunes | P3 2

fibrina estimulada pela trombina e estabilização da fibrina Plasminogênio > plasmina (dissolve o coágulo) > Lise do
pelo fator XIIIa. coágulo localizado;

CASCATA DE COAGULAÇÃO
AVALIAÇÃO LABORATORIAL da
HEMOSTASIA SECUNDÁRIA:

 Via intrínseca: TTPa


 Via extrínseca: TP

AVALIAÇÃO LABORATORIAL da
HEMOSTASIA PRIMÁRIA:

Análise do processo até apenas a fase


de agregação plaquetária. Alterações
do TS, PL e contagem de plaquetas.

OBS: Doenças relacionadas à hemostasia primária serão


diagnosticadas principalmente nas alterações referentes
ao tempo de sangramento e a contagem de plaquetas.
São exemplos: a púrpura trombocitopênica idiopática
(PTI), a púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e
doença de Von Willebrand.

→ Púrpuras, petéquias, equimoses, gengivorragias,


epistaxe, sangramentos do TGI;
EXAMES que podem ser SOLICITADOS:
Doenças relacionadas à hemostasia secundária, como as
hemofilias e a deficiência de vitamina K, podem ser TS: Tempo de sangramento (1 a 3 minutos)
diagnosticadas a partir da análise do TTPa (para via TC: Tempo de coagulação (5 a 10 min)
intrínseca) e TP (via extrínseca). PL: Prova do laço (negativa)
TAP: Tempo e atividade de protrombina (10 a 14seg)
→ Coagulopatias: Hematomas e hermatrose;
Contagem de plaquetas
Quando o tecido está em processo de cicatrização, o TTPA: Tempo de tromboplastina parcial ativada < 35s)
endotelio tecidual ativa uma cascata: (1) t-PA >
Gabrielle Nunes | P3 3

Na avaliação devem-se buscar informações sobre


sangramentos anormais, tais como: epistaxe, hematomas
espontâneos, sangramento gengival freqüente, extração
dentária com hemorragia incoercível, hematúria e
sangramentos anormais durante a menstruação.
Informações sobre o uso de drogas anticoagulantes ou
antiagregantes plaquetárias devem ser registradas.

TRIAGEM DE DEFEITOS DA HEMOSTASIA


PRIMÁRIA

CONTAGEM DE PLAQUETAS
A plaquetometria normalmente varia entre 150.000 –
450.000/mm3.

TROMBOCITOSE TROMBOCITOPENIA
Reativo Deficiência de produção
Infecção Doenças da medula óssea
PL: PROVA DO LAÇO
Pós-cirurgia Deficiência nutricional
Deixar o garrote ou tensiômetro por cinco minutos no
Pós-esplenectomia Aumento da destruição
braço do paciente, e após este tempo verificar a
Malignidade Medicações, álcool formação de petéquias.
Hemorragia Doença autoimune
→ Avaliar resistência capilar e plaquetopenias
Doença mieloproliferativa CIVID
→ O braço que foi realizado para o PL não deve ser
Hiperesplenismo utilizado para punção.

ÍNDICES PLAQUETÁRIOS TRIAGEM DE DEFEITOS DA HEMOSTASIA


Os índices plaquetários principais são o VPM (Volume SECUNDÁRIA
Plaquetário Médio) e o PDW (índice de anisocitose
plaquetário). O aumento de VPM (normal: 3-12 fL) sugere TEMPO DE PROTROMBINA (TP OU TAP)
destruição periférica de plaquetas, como na PTI (Púrpura
Trombocitopênica Imune) e na PTT (Púrpura O TP mede a via extrínseca da coagulação, estando
Trombocitopênica Trombótica). aumentado nas deficiências dos fatores II, V, VII e X. É o
tempo em segundos para a formação do coágulo de
TEMPO DE SANGRAMENTO (TS) fibrina.

Consiste numa perfuração padronizada no lóbulo da Como os quatro fatores são sintetizados no fígado três dos
orelha, para verificar o tempo que este sangramento vai quais são vit K dependentes (II, VII, X)
demorar a parar.
→ Valor Normal: 10-14 segundos
→ Avalia número e função plaquetária.
→ Está em desuso, pois só se apresenta alargado O TP é utilizado para auxiliar no estudo das coagulopatias
com plaquetas inferiores a 50.000. secundárias as doenças hepatobiliares, tratamento com
dicumarínicos (anticoagulantes) e quando há suspeita de
O TS depende da hemostasia primária (plaquetas, fator de carência de vit k.
von Willebrand), mas também da integridade vascular
cutânea. O valor normal é de 3-7min. Muito utilizado para monitorar pacientes em uso de
anticoagulantes orais, como a Varfarina (Marevan®),
O procedimento correto é: Realizar com lancetas através do cálculo do INR/RNI (Razão Normalizada
padronizadas que cortam até 3 mm, ferimento pequeno Internacional).
na superfície do antebraço, sob pressão de até 40 mm de
mercúrio. → Em pacientes hígidos e sem uso de
anticoagulantes, o INR deve variar entre 1,0 a 1,3.
T.S aumentado: Trombocitopenia idiopáticas, defeitos vasculares, → Em pacientes que utilizam anticoagulantes, como
uremia, uso de medicamentos anticoagulantes. Varfarina, o INR deve variar entre 2,0 e 3,0.
Gabrielle Nunes | P3 4

Mede o tempo que o sangue demora para coagular após


colhido de punção venosa em banho – maria a 37°C

→ O normal vai de 5 a 10 min.

Tempo de coagulação reduzido: trombocitose e


Coagulação intravascular disseminada.

Tempo de coagulação aumentada: Deficiências dos


fatores de coagulação, problemas hepáticos, carência
nutricional.

TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA


(TTPA)
O TTPA é um procedimento laboratorial que avalia a via
intrínseca (fatores VIII, IX, XI e XII) e comum (fibrinogênio,
protrombina, fatores V e X) da cascata da coagulação.

→ Valor de referência: < 35 segundos, pode variar


entre 25-39s
→ Afeta o tempo de coagulação
→ É útil na monitorização do uso de anticoagulantes

É utilizado na triagem do pré-operatório de pacientes do


sexo masculino, quando se suspeita de hemofilia.

Está prolongado em 98% dos casos de hemofilia e na


maioria das demais coagulopatias, com exceção das
deficiências dos fatores VII e XIII.

Distúrbios da via intrínseca da cascata da coagulação são


caracterizados pelo TTPA prolongado e o tempo de
protrombina (TP) normal. Exemplo dos fatores VIII ou IX
ÍNDICE DE NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL (hemofilias A e B respectivamente);
(INR)
OBS: Para o diagnóstico diferencial das coagulopatias,
Os pacientes em terapia com anticoagulantes orais
tanto o TTPA como o TP são úteis. Quando ambos estão
necessitam de monitorização rigorosa, envolvendo tanto
prolongados, há defeito na via comum da coagulação –
fatores inerentes a ele quanto a fatores relacionados à
fatores X, V, e II – ou estão presentes inibidores, como a
determinação do teste, tais como a coleta, a separação,
heparina ou a antitrombina.
o acondicionamento da amostra, o reagente e a
realização do ensaio.
Quando só o TTPA está prolongado, há deficiência(s)
Na tentativa de fazer um melhor controle, a OMS nas etapas iniciais da via intrínseca – fatores XII, XI, IX OU
desenvolveu a RNI (Relação Normatizada Internacional), VIII.
que expressa a uniformização dos resultados, pois leva em Quando apenas o TP está prolongado, a deficiência é
consideração a sensibilidade do reagente utilizado. Os de fator II ou VII, sendo rara a deficiência dos fatores V
fabricantes dos reagentes foram orientados a comparar e X.
as tromboplastinas produzidas com a tromboplastina de
referência mundial da OMS, através da construção de
uma curva de calibração, onde será verificada a LINK da AULA: https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-
atividade enzimática a partir da diluição seriada de um aula/5dab04f2132ed4001119f205/5dab03e1132ed4001119
plasma calibrador, e calcular o Índice de Sensibilidade f202/video/5dab03ba5008ea002696db8f
Internacional (ISI), diminuindo assim, as discrepâncias entre
LINK do material:
os resultados do tempo de protrombina, dando mais
https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=https://san
confiabilidade ao teste.
ar-courses-platform-files.s3.sa-east-
→ IRN > o paciente corre o risco de hemorragias 1.amazonaws.com/COAGULOGRAMA-200227-171230-
→ IRN < o paciente corre o risco de formar trombos 1583177543.pdf?pid%3Dexplorer&efh=false&a=v&chrome
=false
TEMPO DE COAGULAÇÃO
1
Gabrielle Nunes
• Aglutinação por látex quantitativo ou semiquantitativo;

D-DÍMERO • Aglutinação do sangue total;

DEMAIS TESTES
INTRODUÇÃO TRIAGE: Método com a finalidade de determinar
O D-dímero é um PDF (produto da degradação da fibrina), quantitativamente o D-dímero através do método
ou seja, são fragmentos liberados quando há lise do do imunoensaio quantitativo.
polímero de fibrina formado pela cascata de coagulação.
• Emergências
O exame de Dímero-D possui um alto valor preditivo
Existem equipamentos que conseguem liberar uma
negativo (VPN), cerca de 99%, ou seja, se o resultado do
gama de taxas séricas como enzimas e proteínas.
exame for negativo, a chance de o paciente possuir
Ex. Troponina, CK-MB, D-dimer, mioglobina;
qualquer uma das situações é descartada.

• VPN altera com a idade, sendo menor nos idosos. ELEVAÇÃO NAS TAXAS DE D-DÍMERO

O nível sérico do D-dímero é útil no diagnóstico da trombose Outras causas para elevação do D-dímero: IAM, sepse,
venosa profunda (TVP) e do tromboembolismo pulmonar neoplasias, coagulação intravascular disseminada, anemia
(TEP). falciforme, IC, pneumonias e no pós-operatório geral.

Nos pacientes com TVP OU TEP, a fibrinólise endógena leva A combinação de suspeita clínica de TEP, associada a níveis
à formação do DD, que é detectado uma hora após de Dímero-D superiores a 500 ug/L como passo inicial,
formação do trombo e permanece elevado, em média por progredindo-se para a realização de cintilografia pulmonar,
7 dias. Angiotomografia e angiografia, formam a tríade de
abordagem diagnóstica mais eficaz em pacientes com
suspeita de TEP.

RECOMENDAÇÕES

• O dímero D deve ser usado somente em pacientes após


a avaliação da probabilidade clínica.

- Escores: Wells, Genebra, Perc e impressão clínica.

ESCORE DE WELLS PONTOS


TVP ou TEP prévios +1,5
Frequência cardíaca > 100/min +1,5
Cirurgia recente ou imobilização +1,5
Um D-dímero < 500 ng/mL exclui TEP em pacientes até 50
anos; sempre levar em consideração a IDADE; Sinais clínicos de TVP ((edema, dor à +3
palpação)

FATORES PRÉ-ANALÍTICOS Diagnósticos alternativos menos provável que +3


TEP
É necessário manter alguns cuidados durante a coleta do
Hemoptise +1
material afim de evitar o início do processo de coagulação.
Câncer +1
• Tubo utilizado: Citrato de sódio; (anticoagulante; Baixa: (0-1 pontos); Médio (2-6); Alta (maior que 6)
plasma)
• Tempo para análise: (01 Imediatamente; (02) 2 semanas Associar o escore de Wells com o escore de PERC para
quando refrigerado; (03)1 mês quando congelado; analisar a necessidade de dosar o D-dímero:

MÉTODOS PARA REALIZAÇÃO DO TESTE

Há diferentes métodos para realização, sendo eles:

• ELISA
• ELISA rápido quantitativo, semiquantitativo ou
qualitativo;
2
Gabrielle Nunes
• Bom valor preditivo negativo para excluir IC
ESCORE DE PERC (BNP<100pg/mL).
Idade maior ou igual a 50 anos?
• > 400 pg/mL : diagnóstico provável
FC maior ou igual a 100 bpm?
SpO2 < 95% em ar ambiente? CASOS CLÍNICOS
Hemoptise?
CASO 01: Paciente masculino, 74 anos. Dispneia súbita há 1
Uso de estrógeno? dia. Antecedentes Pessoais: (1) TEP prévio após fratura de
Diagnóstico prévio de TEV? fêmur direito; (2) Mobilidade reduzida; (3) Varizes de MMII.
Cirurgia ou trauma recente? Exame físico: FC = 110 bpm; SpO2 78% a.a.; edema unilateral
MID;
Edema unilateral de membros inferiores?
BAIXA PROBABILIDADE + NENHUM DOS FATORES ACIMA = Escore de Wells: +1,5 +3,0 +1,5 + 3,0 = 9,0 Alta probabilidade
NÃO PRECISA DOSAR D-DÍMERO. > realizar exames de imagem + entrar anticoagulantes.

• O dímero D não deve ser usado em pacientes com alta CASO 02: Paciente masculino, 70 anos. Síncope após
probabilidade clínica. viagem de avião em classe executiva (10h). Antecedentes
pessoais: TEP há 12 anos em pós-operatório ortopédico; HPB;
Um teste negativo exclui TEP em pacientes com baixa início recente de doxazosina (alfa-bloqueador/
(qualquer método) ou intermediária (ELISA) probabilidade vasodilatador)
clínica, sem a necessidade de exames de imagem
adicionais. Escore de Wells: TVP ou TEP prévias (+1,5): Probabilidade
baixa;

• Viagens aumentam 3x a chance de TEV

Liberado e após 2 dias evoluiu com dispneia


progressiva e dor torácica, com necessidade de
retorno ao PS dois dias após a primeira avaliação.

TVP X IC
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
No sentido de diferenciar e realizar o dignóstico pode-se
associar a dosagem do D-dímero com a dosagem do NT-
ProBNP que é capaz de indicar o grau de insuficiência
cardíaca

Fase final de todas as cardiopatias, a insuficiência cardíaca


responde por altos índices de mortalidade e morbidade.

• A dosagem plasmática do peptídeo natriurético tipo B


(BNP).
• Fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo B
(NT-ProBNP)

Tais marcadores resultam da clivagem, no cardiomiócito, do


propeptídeo natriurético tipo B, um pró-hormônio.
Gabrielle Nunes 1

DOENÇAS REUMÁTICAS
- Metodologia acessível
- Baixo custo
- Que possam ser utilizados no diagnóstico precoce,
INTRODUÇÃO monitoramento e estadiamento da doença;

As doenças reumáticas compreendem as doenças que


afetam o aparelho locomotor, ou seja, articulações, ossos,
músculos, cartilagens, tendões e ligamentos. PSA
É uma glicoproteína presente no citoplasma das células do
PRINCIPAIS:
epitélio prostático, tanto das células benignas como das
ARTERITE DE TAKAYASU: Um tipo de vasculite (doença em malignas. O PSA apresenta-se no soro sob forma livre ou
que ocorre inflamação de vasos sanguíneos) de causa ligado a alfa-1-antiquimiotripsina. A soma destas duas
desconhecida e que afeta de forma crônica a maior frações representa o PSA total.
artéria do corpo humano, a aorta, e seus ramos primários.
• A dosagem de PSA é recomendada para pacientes
ARTRITE REUMATOIDE: Doença inflamatória crônica que acima de 50 anos, e acima de 45 em pacientes com
pode afetar várias articulações e com causa ainda histórico familiar.
desconhecida. • O tecido neoplásico produz 10x mais PSA

ESCLERODERMIA: Doença do sistema imunológico que É útil para identificação, diferenciação, classificação,
provoca o endurecimento da pele, a qual se torna estadiamento e localização de tumores, monitoração pós
espessa, lisa e sem elasticidade. cirurgia e recorrência da neoplasia ou metástases.

FEBRE REUMÁTICA: é uma doença inflamatória que pode PSA pode se elevar também em casos de cirrose, embolia
comprometer as articulações, o coração, o cérebro e a pulmonar, impotência
pele de crianças de 5 a 15 anos.
Quadro clínico das neoplasias de próstata: bloqueio
FIBROMIALGIA: Síndrome caracterizada por dor muscular parcial ou completo do trato urinário ou com a próstata
generalizada crônica, dor à palpação da musculatura, comprimindo a uretra.
alterações do sono, cansaço e problemas com o humor,
a concentração e a memória. VALORES DE REFERÊNCIA
GOTA: doença inflamatória que acomete sobretudo as Relação PSA TOTAL/LIVRE: maior que 25%
articulações e ocorre quando a taxa de ácido úrico no
sangue está em níveis acima do normal. • PSA total até 2,50ug/L
• A relação PSA livre/PSA total inferior ao valor de
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES): Doença inflamatória referência somente será significativa se o PSA livre.
crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir
em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou mais
rapidamente

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

ALFAFETOPROTEINA (AFP)
MARCADORES TUMORAIS
É uma glicoproteína sintetizada pelo fígado, saco vitelínico
Refere-se a uma categoria ampla de substâncias e aparelho gastrointestinal. Diagnóstico e monitoramento
produzidas pelos tumores ou pelos organismos em resposta do tratamento de alguns tipos de câncer de fígado,
à presença tumoral, com expressão ou quantificação de testículos, ou de ovários.
diferencial no sangue, urina ou outros tecidos de pacientes
• Concentração máxima na 12º e 15º semana de
com neoplasias.
gestação, quando muito elevadas podem indicar má
formações do tubo neural, gravidez múltiplas, morte
- Alta sensibilidade e especificidade fetal;
Gabrielle Nunes 2

Seu aumento em pacientes não grávidos não é critério


específico de neoplasia, podendo estar elevada em
cirrose, hepatites crônicas, doenças inflamatórias
intestinais.

Em câncer hepatocelular, mostra-se elevada em valores


superiores a 70% a 90% e de células germinativas (testículo)
em que aumenta em 50% a 70%.

Valores acima de 500ng/dl são altamente sugestivos a


neoplasia e acima de 1000ng/dl indicam câncer.

Sua principal utilização é de monitoração atualmente e


não de diagnóstico, sendo utilizada como monitorização
de metástases e reincidivas de tumores.

PAP (FOSFATASE ÁCIDA PROSTÁTICA)

B-HCG (GONADOTROFINA CORIÔNICA)

CA 125/ CA 15.3/ CA 19.9/ CA 50

CALCITONINA

CEA (ANTÍGENO CARCINOEMBRIONÁRIO)

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