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APOSTILA DO
CURSO
TÉCNICO EM
ENFERMAGEM
MÓDULO I
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Curso Técnico em Enfermagem
DISCIPLINA:
PRIMEIROS
SOCORROS
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Curso Técnico em Enfermagem
SUMÁRIO
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 4
LEGISLAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS 5
PORTARIA N° 1863/GM, DE 29 DE SETEMBRO DE 2003 5
LEI DE OMISSÃO DE SOCORRO 6
VERTIGEM 7
SÍNCOPE (DESMAIO) 8
CONVULSÃO 9
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 10
DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA – DEA 12
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS 18
HEMORRAGIAS 21
ENTORSE, LUXAÇÃO, CONTUSÃO E FRATURAS 25
FERIMENTOS 30
QUEIMADURAS 34
CHOQUE ELÉTRICO 36
AFOGAMENTO 42
INTOXICAÇÃO 43
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46
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INTRODUÇÃO
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Curso Técnico em Enfermagem
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
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Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena- detenção de 1 a 6 meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave e, triplicada, se resulta em morte.
Conceitos gerais
Primeiros Socorros: é o auxílio rápido e imediato prestado a uma pessoa vítima
de acidente ou mal súbito.
Objetivo: salvar vidas.
Atribuições do socorrista
▪ Manter a vítima calma.
▪ Evitar comentários e aglomeração.
▪ Não dar estimulantes ou bebidas alcoólicas.
▪ Preparar para transporte.
▪ Prevenir danos maiores.
▪ Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado.
▪ Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado, afastando- as
do local do acidente, evitando assim causar o chamado "segundo trauma", isto é, não
ocasionar outras lesões ou agravar as já existentes.
▪ Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial.
▪ Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento.
▪ Saber avaliar seus limites físicos e de conhecimento.
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VERTIGEM
Definição
• É uma falsa sensação de movimento ou de rotação ou a impressão de que os
• objetos se movem ou rodam
• Pode durar apenas alguns instantes ou pode persistir por horas ou mesmo dias
• Náusea e perda do equilíbrio.
SINTOMATOLOGIA
• alterações da visão
• dificuldade de andar
• debilidade passageira nas pernas
• desorientação no espaço
• alterações do equilíbrio
• inconsciência completa (em casos mais graves)
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Primeiros Socorros
1. Sentar a vítima
2. Colocar sua cabeça entre as pernas, com os braços caídos na lateral do corpo
3. Pedir a ele que empurre a cabeça para cima, enquanto o socorrista a força
para baixo.
4. Levar a vítima a procurar atendimento médico ou orientá‐la para isso
SÍNCOPE (DESMAIO)
Classificação:
▪ Vasogênica: Ocorre pela queda súbita da pressão arterial (PA), por causas
emocionais, dor de qualquer espécie, esforço físico, ambiente lotado, cenas “fortes”,
calor excessivo.
▪ Metabólica: Causada por distúrbios metabólicos como hiperglicemia ou
hipoglicemia.
▪ Neurogênica: Causada por traumas, intoxicação exógena,
hipertensão intracraniana, agressões ligada diretamente ao cérebro.
Primeiros socorros
Se a pessoa apenas começou a desfalecer:
• Sentá‐la em uma cadeira, ou outro local semelhante.
• Curvá‐la para frente.
• Baixar a cabeça do acidentado, colocando‐a
• entre as pernas e pressionar a cabeça para baixo.
• Manter a cabeça mais baixa que os joelhos.
• Fazê‐la respirar profundamente, até que passe o mal‐estar.
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Havendo o desmaio:
• Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais
baixa em relação ao resto do corpo
• Afrouxar a sua roupa.
• Manter o ambiente arejado.
• Se houver vômito, lateralizar lhe a cabeça, para evitar sufocamento.
• Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado a ela café, chá ou mesmo
água com açúcar.
• Não se deve dar jamais bebida alcoólica.
CONVULSÃO
Principais causas:
Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta afecção em indivíduos com
histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de qualquer função. De
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Primeiros socorros:
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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Corrente de Sobrevivência
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Identificação de PCR:
Nível de consciência: inconsciente, chamar pelo indivíduo.
Respiração: ausente,ver a expansão torácica, ouvir sons expiratórios.
Pulso: ausente, verificar o pulso carotídeo ou femoral, por serem mais precisos
que o pulso periférico, que pode ser variável e instável.
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• Estabilidade circulatória
• Controle de grandes sangramentos
• Estabilidade da coluna cervical.
CIRCULAÇÃO (C)
Checar pulso em artérias centrais, como carótida e femoral; em lactentes, utiliza-
se a palpação da artéria braquial. Se ausente, a vítima apresenta PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA, deve-se iniciar a compressão torácica externa na metade
inferior do osso esterno.
RESPIRAÇÃO (B)
Fazer o VOS (ver, ouvir e sentir). Se não há nenhuma movimentação do tórax e
nenhum ar exalado, a vítima está sem respirar. O ideal é que essa avaliação dure de 3
à 5 segundos. Se constatar que não há respiração, a respiração é inadequada ou ainda,
você não tem certeza sobre a situação, inicie as ventilações artificiais.
Realize 2 (duas) ventilações de resgate - boca-boca, boca-máscara, boca-nariz,
bolsa-válvula-máscara e observe se houve passagem de ar. As ventilações devem ter
a duração de 1 segundo e um intervalo de aproximadamente 4 segundos entre elas,
permitindo assim a expiração.
Entretanto, o importante é observar se o volume de cada ventilação está sendo
suficiente para produzir uma elevação torácica visível. Devem-se evitar ventilações
longas ou forçadas, pois pode exceder a pressão de abertura do esôfago, provocando
distensão gástrica, regurgitação e aspiração. Cuidado maior quando se trata de crianças
e lactentes, onde o volume de ar insuflado deverá ser menor. Se possível, a cânula
orofaríngea deverá ser usada nesse momento;
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DESFIBRILAÇÃO (D)
Se após 5 ciclos de RCP o paciente não tiver pulso e se houver um desfibrilador
disponível, deverá ser lançado mão imediatamente para normalizar os batimentos
cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular
(FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (TV).
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Em adultos
Em Crianças
Em Lactentes
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Quando o socorrista tiver certeza que a vítima não respira e não tem pulso, deve
intercalar compressões cardíacas com respirações artificiais (insuflações), de acordo
com a tabela a seguir.
Sequência:
ADULTO: o esterno é comprimido 5-6 cm, utilizando-se a região hipotenar de 2
mãos. As compressões são feitas na frequência de 100- 120/min, com 5 ciclos de 30:2
(compressão/ventilação) ou aproximadamente 2 minutos.
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SITUAÇÕES ESPECIAIS
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comum que a água sobre a superfície da pele da vítima torne-se uma via direta de
passagem de energia de um eletrodo a outro interferindo na transmissão do choque ao
músculo cardíaco. A vítima deve ser removida, rapidamente, do local em que se
encontra. Seque a parte anterior e posterior do tórax antes da aplicação das pás
adesivas.
A vítima tem um marca-passo implantado. Esses aparelhos podem ser
identificados imediatamente porque criam uma protuberância dura sob a pele, coberta
por uma cicatriz, na parte anterior do tórax. Quando houver coincidência de eletrodos
adesivos do DEA com o marca-passo implantado no tórax poderão ocorrer danos ao
aparelho e queimaduras nos pontos de inserção metálica no miocárdio durante a
aplicação do choque.
Nesse caso, aplique a pá autoadesiva do DEA à, no mínimo, 2,5 cm do marca-
passo cardíaco. Depois siga os passos normais de operação de um DEA.
Há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da
vítima, onde se colocam as pás autoadesivas do DEA.
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CAUSAS:
• Obstrução pela queda da língua, pela perda de consciência.
• Obstrução por corpos estranhos:
• pode provocar a perda de consciência e parada cardiopulmonar.
• refeições, mas outras causas de obstrução incluem
• próteses dentárias deslocadas,
• fragmentos dentários,
• sangue,
• secreções (saliva, vômito),
• balas,
• conteúdo regurgitado do estômago
OBS: Em lactentes ou crianças, as causas mais frequentes são aspiração de
pequenos objetos ou leite regurgitado.
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VÍTIMA INCONSCIENTE
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Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais
baixa do que o tronco, e efetuar 5 compressões torácicas através dos dedos indicador
e médio sobre a linha dos mamilos (idêntica às compressões realizadas na RCP);
Colocar o bebê sobre uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho;
HEMORRAGIAS
Classificação:
As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e,
para fins de primeiros socorros, em internas e externas.
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Primeiros socorros:
● Proteção individual
● Compressão direta
● Elevação da área traumatizada (não elevar o segmento ferido se isto produzir
dor ou se houver suspeita de lesão interna tal como fratura.
● Pressão digital sobre o ponto de pulso (artérias braquial, femoral, temporal e
radial)
● Aplicação de gelo
● Manter o acidentado agasalhado com cobertores ou roupas, evitando contato
com chão frio ou úmido.
● Não dar líquidos quando estiver inconsciente ou houver suspeita de lesão no
abdome.
● Manter a vítima deitada, com a cabeça voltada para o lado, se não houver
suspeita de trauma na coluna.
● Afrouxar a roupa apertada (no pescoço, peito e na cintura)
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Elevação do Membro
A compressão direta não sendo suficiente para estancar o sangramento, deve-
se elevar o membro lesionado. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade
fraturada ou com uma luxação.
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FRATURA
É um tipo de traumatismo musculoesquelético, caracterizado pela ruptura total
ou parcial de um osso, produzida por trauma direto ou indireto, podendo apresentar
lesões associadas a outros tecidos.
No caso de fraturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão.
O socorrista poderá identificar também, deformidades, edemas, hematomas,
exposições ósseas, palidez ou cianose das extremidades e ainda, redução de
temperatura no membro fraturado.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou
suspeitas de fraturas.
TIPOS DE FRATURA
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SINAIS E SINTOMAS
Deformidade: A fratura produz uma posição anormal ou angulação, num local
que não possui articulação;
Sensibilidade: O local da fratura está muito sensível à dor;
Crepitação: Quando a vítima é movimentada podemos escutar um som áspero,
produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Este sinal não deve ser pesquisado
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar outras lesões nos tecidos
moles;
Edema e Alteração de coloração: Quase sempre a fratura é acompanhada de
certo inchaço, que é provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. Esta
alteração pode demorar horas para aparecer;
Impotência Funcional: É a perda total ou parcial dos movimentos das
extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, pois qualquer
movimentação é difícil e dolorida;
Fragmentos expostos: Numa fratura aberta ou exposta, os fragmentos ósseos
podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.
LUXAÇÃO
A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma
articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. Pode
ser entendida ainda como o desalinhamento das extremidades ósseas de uma
articulação fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si. O
desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão
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intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta
contração muscular.
SINAIS E SINTOMAS
Deformidade mais acentuada na articulação luxada
Edema
Dor, principalmente quando a região é movimentada
Impotência funcional, com a perda completa ou parcial dos movimentos
ENTORSE
Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies
ósseas, ao nível da articulação, com torção ou distensão brusca de uma articulação
além de seu grau normal de amplitude.
A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento
dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser
estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos. Uma lesão
muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou contusão
profunda.
SINAIS E SINTOMAS
São similares aos das fraturas e aos da luxação. Mas nas entorses, os
ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocado por movimentação
brusca.
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FERIMENTOS
Podem ser definidos como uma lesão traumática da pele e/ou tecidos
subjacentes, em ração da força de ação de um agente externo (físico, químico, biológico
ou radioativo).
Dependendo da localização, profundidade e extensão, podem representar risco
de vida para a vítima pela perda sanguínea que podem ocasionar ou por afetar órgãos
internos.
TIPOS DE FERIMENTO
Escoriações ou ferida abrasiva:
São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Devem ser
protegidas com curativo estéril de material não aderente, bandagens ou ataduras.
Incisão:
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, que podem
causar sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos, como tendões, músculos
e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras.
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Lacerações:
São lesões de bordas irregulares, produzidas por
objetos rombos, através de trauma fechado sobre a
superfície óssea ou quando produzido por objetos
afiados que rasgam a pele.
Pérfuro-contusos:
São lesões causadas pela penetração de projéteis ou objetos pontiagudos
através da pele e dos tecidos subjacentes. O orifício de entrada pode não corresponder
à profundidade de lesão, devendo-se sempre procurar um orifício de saída e considerar
lesões de órgãos internos, quando o ferimento localizar-se nas regiões do tórax ou
abdômen.
Contundente:
Lesão produzida por agressão através de objeto pesado e pouco afiada, ou pelo
choque do corpo contra estruturas semelhantes. Sempre suspeitar da possibilidade de
rompimento de órgãos internos principalmente se ocorre na cavidade abdominal.
Avulsões:
Extração violenta ou desprendimento de determinadas partes do corpo.
Amputação
É a perda de parte ou da totalidade de um membro, podendo ou não ter
sangramento grave. Pela gravidade da lesão, o tratamento inicial deve ser rápido,
principalmente pela possibilidade de reimplante.
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QUEIMADURAS
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Radiação
Resulta da exposição à luz solar, fontes
nucleares ou qualquer outra fonte de energia
emitida sob forma de ondas ou partículas.
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QUANTO À PROFUNDIDADE
Queimaduras de 1º Grau
Atingem somente a epiderme (camada mais superficial da pele) e caracterizam-
se por serem avermelhadas e dolorosas, sem formação de bolhas. Essas queimaduras
costumam sarar dentro de uma semana, não deixando cicatriz.
TRATAMENTO
Lavar o local com água fria corrente;
Queimaduras de 2º Grau
Afetam a epiderme e a derme, caracterizando-se pela formação de bolhas e
desprendimento de camas da pele, causando dor e ardência de intensidade variável.
TRATAMENTO
Lavar o local com água fria corrente. Não estourar as bolhas.
Queimaduras de 3º Grau
Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido
gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave
quanto à profundidade da lesão.
Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas da
sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada, ladeada por áreas de
eritema (vermelhidão). Uma queimadura de 3º grau não é dolorosa, mas a vítima
geralmente queixa-se da dor nas bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º
grau.
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QUANTO À EXTENSÃO
Queimaduras graves são as que atingem mais de 13% de área corporal
queimada. O risco de vida está mais relacionado com a extensão (choque, infecção) do
que com a profundidade.
São consideradas também queimaduras graves:
Em períneo;
Queimaduras do 3º Grau, elétricas, por radiação;
Com lesão das vias aéreas;
Queimaduras em pacientes idosos, infantis e pacientes com doença pulmonar.
A estimativa do tamanho da queimadura é necessária para reanimar o paciente
o paciente de maneira apropriada e evitar as complicações associadas ao choque
hipovolêmico decorrente da queimadura.
O método mais amplamente usado é conhecido como a “regra dos nove”. Esse
método aplica o princípio de que as grandes regiões do corpo do adulto são
consideradas como tendo 9% da área da superfície corporal total, sendo que o períneo
e a área genital representam 1%. As crianças têm proporções diferentes dos adultos.
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Queimaduras Térmicas
Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobrindo-a com um
cobertor (em direção aos pés);
Verifique as vias aéreas, respiração e nível de consciência (especial atenção
para VAS em queimadas de face);
Retirar partes de roupas não queimadas; e as queimadas aderidas ao local,
recortar em volta;
Retirar pulseiras, anéis, relógios etc.;
Estabelecer extensão e profundidade das áreas queimadas;
Quando de 1º grau banhar o local com bastante água fria ou soro fisiológico;
Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com infecção;
Cobrir regiões queimadas com curativo úmido, frouxo, estéril ou limpo, para
aliviar a dor e diminuir os riscos de contaminação;
Transporte o paciente para um hospital, se necessário.
Queimaduras Químicas
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Queimaduras Elétricas
Desligar a fonte ou afastar a vítima da
fonte;
Verificar sinais vitais da vítima;
Avaliar a queimadura (ponto de entrada e
de saída);
Orifício de entrada Orifício de saída
Aplicar curativo seco;
Prevenir o choque.
CHOQUE ELÉTRICO
São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo
humano. A energia elétrica é convertida em calor, em contato com a pele ou mucosa,
causando lesão térmica. As alterações provocadas no organismo humano pela corrente
elétrica dependem principalmente de sua intensidade, isto é, da amperagem.
A lesão é auto-limitada, ou seja, interrompida a corrente, não causa mais lesão
e cada segundo de contato com a eletricidade diminui a possibilidade de sobrevivência
da vítima.
A corrente elétrica flui com mais facilidade através de materiais específicos
(condutores). Se a corrente é interrompida em qualquer ponto por um material não
condutor (isolante) o fluxo da eletricidade não se processa. Qualquer fonte de
eletricidade tende a se descarregar na terra. Os acidentes com eletricidade também
oferecem perigo à pessoa que vai socorrer a vítima.
Materiais condutores: água, metais e seres vivos Materiais isolantes: madeira
seca, plásticos ou borrachas.
Principais causas:
Nos ambientes de trabalho encontramos estes acidente quando há: Falta de
segurança nas instalações e equipamentos (como fios desencapados); falta de
aterramento elétrico, parte de um contato de um motor que, por defeto, está em contato
com sua carcaça, etc.; imprudência; indisciplina, acidentes, etc.
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Curso Técnico em Enfermagem
Primeiros socorros:
● Avaliar o cenário do acidente.
● Garantir a segurança do socorrista e demais pessoas ao redor da cena.
● Desligar a energia elétrica e afastar a vítima da fonte antes de iniciar o
atendimento. Caso isso não for possível, tente afastar a fonte elétrica com o
auxílio de um material não condutor de eletricidade, como borrachas ou panos
secos, tomando todas as precauções para que não se torne mais uma vítima.
● Chamar a companhia de energia elétrica local se necessário.
● Não tocar na vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que esta
seja interrompida
● Aplicar o ABCDE
● Em caso de parada cardiorespiratória iniciar imediatamente as manobras de
reanimação.
● Retirar anéis, pulseiras, relógios e outros objetos das extremidades.
● Retirar roupas não aderidas, e as aderidas, recortar em volta
● Resfriamento das áreas queimadas
● Trate as queimaduras, no ponto de entrada e saída da corrente elétrica.
● Conduzir a vítima para o Hospital mais próximo.
AFOGAMENTO
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Principais causas: Não saber nadar, crianças, câimbras, IAM, uso de álcool ou
drogas, crises convulsivas, desmaio, mergulhos em águas rasas, acidentes com
veículos aquáticos.
Primeiros socorros
• Arremessar qualquer coisa que flutue na direção da vítima.
• Rebocar a vítima
• Nadar para salvar, apenas com muito preparo (frequentemente, socorrista
voluntário acaba se tornando vítima também). Já foram registrados inúmeros casos de
afogamentos duplos, quando pessoas ao treinadas tentaram salvar vítima de
afogamento.
• Mergulhar, se for agarrado pela vítima. Assim, o afogado deverá soltá-lo para
buscar ar.
• Retirar a vítima do local onde sofreu o afogamento
• Coloca-la deitada, na posição dorsal.
• Se a pulsação e respiração estiverem ausentes iniciar manobras de RCP
imediatamente
• Manter vítima aquecida
• Quando a vítima estiver acordada, identificar-se e identificar sua equipe de
atendimento para deixá-la tranqüila.
• Encaminhar para atendimento hospitalar.
INTOXICAÇÃO
Vias de administração
❖ Ingestão
Muitas intoxicações ocorrem pela ingestão de agentes tóxicos. De maneira geral,
as seguintes substâncias encontram-se entre as que mais frequentemente provocam
acidentes tóxicos: alimentos estragados ou que sofreram contaminação química;
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Primeiros socorros
❖ Absorção
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o agente através de frascos próximos do acidentado.
▪ Retirar a roupa impregnada.
▪ Lavar a região atingida com água em abundância.
▪ Substâncias sólidas devem ser retiradas antes de lavar com água.
▪ Agasalhar a vítima.
▪ Verificar a existência de outras vítimas.
▪ Encaminhar para atendimento hospitalar.
▪ Levar bulas ou amostras da substância absorvida.
❖ Ingestão
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o agente ingerido através de frascos próximos do acidentado.
▪ Pode-se induzir o vômito em casos de intoxicação por
alimentos, medicamentos, álcool, inseticida, xampu, naftalina, planta venenosas.
▪ Verificar a existência de outras vítimas
▪ Encaminhar para atendimento hospitalar.
▪ Levar bulas ou amostras da substância ingerida
OBS: Não induzir o vômito em casos de intoxicação por derivados de petróleo,
substâncias corrosivas, diefembácias (comigo-ninguém-pode) e vítimas sonolentas.
❖ Inalação
▪ Isolar a área.
▪ Remover a vítima para local seguro
▪ Proporcionar ventilação.
▪ Identificar o agente inalado.
▪ Verificar a existência de outras vítimas.
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Animais venenosos: São aqueles que produzem veneno, mas não possuem
um aparelho inoculador (dentes ou ferrões). Provoca envenenamento passivo que são
os ocasionados por ingestão (moluscos marinhos, como por ex. peixe baiacu) por
contato (lagartas, lonomia, pararama), ou ainda por compressão (sapo).
Ação do veneno: Cada gênero possui uma ação própria quanto ao veneno.
Independente do gênero, o veneno atinge todo o corpo, iniciando pelo sistema nervoso,
sistema circulatório, rins e sangue.
Primeiros socorros
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o animal agressor.
▪ Lavar o local da picada com água e sabão.
▪ Não faça cortes, perfurações, torniquetes ou coloque outros produtos no local.
▪ Mantenha o acidentado calmo e imóvel para não favorecer a absorção do
veneno.
▪ Remover anéis, relógios, prevenindo assim complicações decorrentes do
inchaço.
▪ Em caso de picada de abelha retirar o ferrão.
▪ Não espremer o ferrão.
▪ Transporte a vítima levando, se possível o animal agressor, mesmo morto,para
ajudar na escolha do soro.
▪ Todas deverão ser encaminhadas a um serviço médico para avaliação e conduta
adequada.
▪ Antes de subir em árvores, verificar o local e a árvore.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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