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Curso Técnico em Enfermagem

APOSTILA DO
CURSO
TÉCNICO EM
ENFERMAGEM

MÓDULO I

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Curso Técnico em Enfermagem

DISCIPLINA:
PRIMEIROS
SOCORROS

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Curso Técnico em Enfermagem

SUMÁRIO

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 4
LEGISLAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS 5
PORTARIA N° 1863/GM, DE 29 DE SETEMBRO DE 2003 5
LEI DE OMISSÃO DE SOCORRO 6
VERTIGEM 7
SÍNCOPE (DESMAIO) 8
CONVULSÃO 9
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 10
DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA – DEA 12
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS 18
HEMORRAGIAS 21
ENTORSE, LUXAÇÃO, CONTUSÃO E FRATURAS 25
FERIMENTOS 30
QUEIMADURAS 34
CHOQUE ELÉTRICO 36
AFOGAMENTO 42
INTOXICAÇÃO 43
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46

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INTRODUÇÃO

Nesta disciplina serão abordadas situações de urgências e emergências mais


comumente encontradas no ambiente pré-hospitalar e as principais condutas a serem
tomadas até a chegada de equipe especializada para atendimento e transporte do
paciente ao hospital. Iremos compreender o atendimento prestado a uma vítima de mal
súbito, visando manter seus sinais vitais e preservar a vida, além de evitar o
agravamento das lesões existentes, até que uma equipe especializada possa
transportá-la ao hospital e oferecer-lhe um tratamento definitivo.
Desejamos a você bons estudos!

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é o atendimento emergencial em ambiente


extra-hospitalar, ou seja, fora do ambiente hospitalar, às vítimas de traumas, seja por
acidente de trânsito, indústrias, aéreos ou outros; por violência nas cidades, como
ferimentos por arma de fogo ou por arma branca, mal súbito, entre eles os cardiológicos,
neurológicos e outros; ou distúrbios psiquiátricos, objetivando sua estabilização clínica
no local do acidente e em seguida sua remoção para uma unidade hospitalar
compatível, adequada ao quadro apresentado pela vítima.
O APH é realizado por profissionais especialmente treinados, como técnicos de
enfermagem, enfermeiros, médicos e militares do corpo de bombeiros, que estão
subdivididos em Equipe de Salvamento, Equipe de Suporte Básico à Vida (SBV) e
Equipe de Suporte Avançado (SAV). São características básicas de cada grupo:
Equipe de Salvamento: as manobras realizadas por essa equipe visam retirar as
vítimas de uma situação de uma situação hostil, como, por exemplo, incêndio, ferragens,
ambiente confinado, altura e outros. Sua característica principal é retirar a vítima para
uma área adequada, possibilitando o trabalho da equipe, o atendimento básico de vida.
Equipe de Suporte Básico de Vida (SBV): sua característica principal é atender
a vítima sem interferência de procedimentos médicos invasivos.
Equipe de Suporte Avançado de Vida (SAV): sua função principal é atender a
vítima qualquer que seja seu prognóstico. No Brasil, as manobras de SAV só podem ser
realizadas por médicos e enfermeiros qualificados para isso.

LEGISLAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS

As principais causas de morte em indivíduos entre 15 e 49 anos, em grandes


metrópoles, são a violência ou o envenenamento. Esses fatores superam as mortes por
doenças cardiovasculares. Esses acidentes não escolhem hora nem lugar, por isso não
seguem uma regra, e torna-se impossível prever a hora, o local ou o número de vítimas
a serem socorridas. Por este motivo se faz necessário que haja adequada estrutura
prévia para um bom atendimento de modo tal que esta seja a diferença entre o sucesso
e o fracasso na perfeita assistência a essas vítimas.
Em 2003, foi implantada a Política Nacional de Atenção às Urgências, que tem
entre suas diretrizes a universalidade, integralidade, descentralização, participação
social e humanização. Sendo assim, o Ministério da Saúde, juntamente com o Conselho
Nacional de Saúde e os estados e municípios, uniram-se para que uma estratégia para
a organização dos atendimentos às urgências pudesse ser desenvolvida, devendo
ocorrer em todps os néveis do SUS. Sendo assim, a política passou a estruturar a
assistência, desde as unidades básicas de saúde, às equipes que compõem o programa
de estratégia saúde da família, o serviço de assistência móvel, englobando as urgências
que fariam parte do atendimento pré-hospitalar até a assistência pós-hospitalar na
convalescença, recuperação e reabilitação. Esta medida se deu para facilitar e
proporcionar a promoção de saúde, solidariedade e o direcionamento correto às ações
necessárias de forma ágil e eficiente.

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PORTARIA n° 1863/GM, de 29 de setembro de 2003

Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências, a serem implementadas em


todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.

O Ministério de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, considerando o


quadro brasileiro de morbimortalidade relativo a todas as urgências, inclusive as
relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no Anexo da Portaria MS/GM n°
737, de 16 de maio de 2001 – Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por
Acidentes e Violências.
Considerando que é de relevância pública o estabelecimento de normas para a
organização dos serviços públicos e privados de atenção às urgências, conforme
perceituam o art. 197 da Constituição Federal e os arts. 1º e 15º da lei n° 8.080, de 19
de setembro de 1990.
Considerando o disposto na Portaria GM/MS n° 2.048, de 05 de novembro de
2002, que institui o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e
Emergência.
Considerando a necessidade de implantação e implementação do processo de
regulação da atenção às urgências, a partir de Centrais de Regulação Médica, que
integram o Complexo Regulador da Atenção, conforme previsto na Portaria SAS/MS n°
356, de 22 de setembro de 2000, e NOAS-SUS 01/2002. Considerando a necessidade
de estruturar uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada de cuidados integrais
às urgências de qualquer complexidade ou gravidade, desconcentrando a atenção
efetuada, exclusivamente, pelos prontos-socorros.
O Regulamento ora aprovado estabelece os princípios e diretrizes dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, as normas e critérios de funcionamento,
classificação e cadastramento de serviços e envolve temas como a elaboração dos
Planos Estaduais de Atendimento às Urgências e Emergências, Regulação Médica das
Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar
móvel, atendimento hospitalar, transporte inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos
de Educação em Urgências e proposição de grades curriculares para capacitação de
recursos humanos da área.
Este regulamento é de caráter nacional devendo ser utilizado pelas Secretarias
de Saúde dos estados, Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, na avaliação, habilitação e cadastramento de
serviços em todas as modalidades assistenciais, sendo extensivo ao setor privado que
atue na área de urgência e emergência, com ou sem vínculo com a prestação de
serviços aos usuários do SUS.
Na tentativa de diminuir os custos sociais e aprimorar o cuidado as vítimas,
inúmeras tecnologias têm sido incorporadas, no entanto, nem sempre é possível
evidenciar o real impacto do atendimento na sobrevida das vítimas, pois muitos fatores
concorrem para esse resultado. Dentre estes fatores, estão aspectos relacionados à
vítima e ao mecanismo do trauma, além de aspectos clínicos, como a gravidade das
lesões e sua repercussão fisiológica, bem como o atendimento inicial recebido.

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A assistência ao paciente se inicia no local do acidente, e para os profissionais


de saúde é denominado Atendimento Pré-hospitalar (APH). Muitas vítimas são
abandonadas no local da ocorrência sem socorro, e para evitar essa situação, temos
em todo território nacional leis para proteger as vítimas.

LEI DE OMISSÃO DE SOCORRO

Artigo n° 135 do Código Penal Brasileiro – Decreto-lei n° 2848/40

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena- detenção de 1 a 6 meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave e, triplicada, se resulta em morte.

Conceitos gerais
Primeiros Socorros: é o auxílio rápido e imediato prestado a uma pessoa vítima
de acidente ou mal súbito.
Objetivo: salvar vidas.

Emergência: constatação de condições de agravo à saúde que impliquem risco


iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.
Urgência: ocorrência imprevista de agravo a saúde com ou sem risco potencial
de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Até 24h.

Perfil do socorrista: Calma, iniciativa, liderança, destreza, conhecimento,


rapidez, improvisação, solidariedade, bom senso.

Atribuições do socorrista
▪ Manter a vítima calma.
▪ Evitar comentários e aglomeração.
▪ Não dar estimulantes ou bebidas alcoólicas.
▪ Preparar para transporte.
▪ Prevenir danos maiores.
▪ Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado.
▪ Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado, afastando- as
do local do acidente, evitando assim causar o chamado "segundo trauma", isto é, não
ocasionar outras lesões ou agravar as já existentes.
▪ Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial.
▪ Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento.
▪ Saber avaliar seus limites físicos e de conhecimento.

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Recursos utilizados no Atendimento Pré-Hospitalar


▪ Corpo de bombeiros
▪ Polícia
▪ Resgate
▪ Centro de Controle de Intoxicações
▪ Polícia Rodoviária Federal
▪ Polícia Rodoviária Estadual
▪ Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
▪ Recurso material: ambulância
▪ Equipamentos e materiais: equipamentos de comunicação móvel e portátil
(rádios de comunicação); equipamentos para segurança no local do acidente (EPI,
cones de sinalização, lanternas, fitas para isolar a área); equipametos de reanimação e
adminstração de oxigênio (ventilador manual Ambu, fluxômetro, oxigênio);
equipamentos de fixação e imobilização (talas, bandagens, ataduras de crepom, tração
para fixação de fêmur colar cervical, pranchas); materiais para curativo (gaze, ataduras
de crepom, algodão, soro fisiológico); materiais de uso obstétrico (bandeja de parto
normal estéril e hermeticamente fechado); materiais para verificar sinais vitais
(esfigmomanômetro,estetoscópio, oxímetro de pulso); acessórios (maca, cobertor,
manta aluminizada, lençol); materiais de uso exclusivo do médico (laringoscópio, tubo
endotraqueal, desfibrilador, medicamentos).
▪ Recurso pessoal: profissionais capacitados e habilitados dentre eles médicos,
enfermeiros, motoristas, técnico de enfermagem.

Ao telefonar, devem ser fornecidas a seguintes informações: Local, número do


seu telefone, número de vítimas, o que ocorreu, condições das vítimas, o que foi feito.
Falar devagar e com clareza e ser sempre o último a desligar o telefone.

VERTIGEM
Definição
• É uma falsa sensação de movimento ou de rotação ou a impressão de que os
• objetos se movem ou rodam
• Pode durar apenas alguns instantes ou pode persistir por horas ou mesmo dias
• Náusea e perda do equilíbrio.

OBSERVAÇÃO: Somente a tontura verdadeira – a que os médicos denominam


vertigem – causa uma sensação de movimento ou de rotação.

SINTOMATOLOGIA
• alterações da visão
• dificuldade de andar
• debilidade passageira nas pernas
• desorientação no espaço
• alterações do equilíbrio
• inconsciência completa (em casos mais graves)

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OBSERVAÇÕES: Essas alterações poderão estar associadas a hipoglicemia,


Hipotensão, entre outros problemas de saúde.

Primeiros Socorros
1. Sentar a vítima
2. Colocar sua cabeça entre as pernas, com os braços caídos na lateral do corpo
3. Pedir a ele que empurre a cabeça para cima, enquanto o socorrista a força
para baixo.
4. Levar a vítima a procurar atendimento médico ou orientá‐la para isso

OBSERVAÇÃO: Essa manobra aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro,


melhorando o quadro do paciente.

SÍNCOPE (DESMAIO)

É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição de


sangue e oxigênio no cérebro.

Classificação:
▪ Vasogênica: Ocorre pela queda súbita da pressão arterial (PA), por causas
emocionais, dor de qualquer espécie, esforço físico, ambiente lotado, cenas “fortes”,
calor excessivo.
▪ Metabólica: Causada por distúrbios metabólicos como hiperglicemia ou
hipoglicemia.
▪ Neurogênica: Causada por traumas, intoxicação exógena,
hipertensão intracraniana, agressões ligada diretamente ao cérebro.

Principais causas: Hipoglicemia, cansaço excessivo, fome, nervosismo


intenso, emoções súbitas, susto, acidentes (principalmente os que envolvem perda
sanguínea), dor intensa, prolongada permanência em pé, mudança súbita de posição
(de deitado para em pé), ambientes fechados e quentes.

Manifestações clínicas: Fraqueza, náusea ou ânsia de vômito, pele fria, pálida


e úmida, pulso fraco, pressão arterial baixa, respiração lenta, extremidades frias,
tontura, escurecimento da visão, queda (devido à perda da consciência), sensação de
mal-estar.

Primeiros socorros
Se a pessoa apenas começou a desfalecer:
• Sentá‐la em uma cadeira, ou outro local semelhante.
• Curvá‐la para frente.
• Baixar a cabeça do acidentado, colocando‐a
• entre as pernas e pressionar a cabeça para baixo.
• Manter a cabeça mais baixa que os joelhos.
• Fazê‐la respirar profundamente, até que passe o mal‐estar.

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• Não permitir aglomeração no local.


• Conversar com a vítima, identificar-se e
identificar sua equipe de atendimento. Isso
tranqüiliza a vítima e o atendimento torna-se mais
eficiente.
• Manter a vítima deitada e, se possível, com
as pernas elevadas (essa manobra ativa a
circulação do cérebro).
• Não dar nada para comer ou beber para a
vítima antes que esteja totalmente acordada.
• Colher dados e passar para o médico
• Encaminhar a vítima para atendimento hospitalar se necessário.

Havendo o desmaio:
• Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais
baixa em relação ao resto do corpo
• Afrouxar a sua roupa.
• Manter o ambiente arejado.
• Se houver vômito, lateralizar lhe a cabeça, para evitar sufocamento.
• Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado a ela café, chá ou mesmo
água com açúcar.
• Não se deve dar jamais bebida alcoólica.

CONVULSÃO

É o envio de estímulos desordenados do cérebro ao resto do corpo


desencadeando contrações musculares involuntárias de pequena, média ou grande
intensidade com ou sem perda de consciência.
Quando a vítima apresenta crises convulsivas repetidas ao longo de sua vida
caracteriza-se então uma doença denominada epilepsia. Às vezes, a pessoa com
epilepsia perde a consciência, mas outras experimentam apenas pequenos movimentos
corporais ou sentimentos estranhos. Se as alterações epiléticas ficam restritas a uma
parte do cérebro, a crise chama-se parcial; se o cérebro inteiro está envolvido, chama-
se generalizada.

Principais causas:
Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta afecção em indivíduos com
histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de qualquer função. De

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modo específico, podemos encontrar trabalhadores com convulsão quando expostos a


agentes químicos de poder convulsígeno, tais como os inseticidas clorados e o óxido
de etileno. Febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, ou
degenerativos.
• Hipocalcemia ‐ baixo cálcio no sangue
• Traumatismo na cabeça
• Hemorragia intracraniana
• Edema cerebral
• Tumores
• Intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias, insulina, dentre outros
agentes
• Epilepsia ou outras doenças do
• Sistema Nervoso Central
• Hipoglicemia ‐ baixa glicose no sangue
• Alcalose ‐ aumento do PH no sangue
• Erro no metabolismo de aminoácidos
Manifestações clínicas:
• Inconsciência
• Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço para
evitar danos físicos a si própria.
• Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos.
• Suor
• Midríase (pupila dilatada)
• Lábios cianosados
• Espumar pela boca
• Morder a língua e/ou lábios
• Corpo rígido e contração do rosto
• Palidez intensa
• Movimentos involuntários e desordenados
• Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano)
• Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando‐se,
então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente.
• Estes processos podem variar na sua gravidade e duração.
• Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se recupera
mais tarde.

Primeiros socorros:

• Manter a calma e acalmar as pessoas ao redor.


• Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça
não sofra traumatismo e procurando deitá‐la no chão com cuidado, acomodando‐a.
• Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e eventuais
detritos.

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• Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá‐la de


locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo: escadas, portas de
vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em funcionamento.
• Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar‐se que a vítima não
está se machucando.
• Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura.
• Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos ou
secreções.
• Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima.
• Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar
mordedura da língua
• Não jogar água fria no rosto da vítima.
• Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha plena
consciência e autocontrole.
• Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve‐se ajudar a tornar isso
possível.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Ocorre quando os movimentos respiratórios e batimentos cardíacos tornam- se


imperceptíveis, seguidos de estado de inconsciência.
A interrupção súbita das funções cardiopulmonares constitui uma emergência
médica, cujos resultados serão a lesão cerebral irreversível e a morte, se as medidas
adequadas para restabelecer o fluxo sanguíneo e a respiração não forem tomadas. Se
as funções cardiorrespiratórias não forem restabelecidas dentro de 3 a 5 minutos, as
atividades cerebrais cessarão totalmente ocasionando a morte. Assim sendo, a
manutenção da oxigenação dos tecidos com a respiração artificial e a massagem
cardíaca possibilitam a recuperação das vítimas.

Corrente de Sobrevivência

Proposta pela American Heart Association, a Corrente de Sobrevivência


representa uma série ideal de eventos que deve acontecer imediatamente após o
reconhecimento de uma vítima em Parada Cardiorrespiratória. A metáfora “corrente” é
utilizada para descrever esta sequência de ações, composta por cinco elos
interdependentes, representando as cinco etapas a serem seguidas. A corrente de
sobrevivência do adulto inclui: Acesso rápido, RCP precoce, Desfibrilação precoce,
Suporte Avançado de Vida em Cardiologia precoce e Cuidados pós‐ressuscitação.

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Manifestações clínicas de PCR: Apnéia, ausência de pulso, pele fria,


extremidade cianótica, inconsciência, midríase.

Principais causas: A parada cardíaca e parada respiratória podem ocorrer por


diversos fatores, atuando de modo isolado ou associado.
▪ Primárias: Problemas do próprio coração.
▪ Secundárias: Vítimas de traumatismos, oxigenação deficiente (obstrução de vias
aéreas e doenças pulmonares); transporte inadequado de oxigênio (hemorragia grave,
estado de choque, intoxicação por medicamentos ou produtos químicos como por
exemplo monóxido de carbono; ação de fatores externos sobre o coração (drogas e
descargas elétricas).
A rápida identificação da parada cardíaca e da respiratória é essencial para o
salvamento de uma vida potencialmente em perigo. Uma parada respiratória não
resolvida leva o acidentado à parada cardíaca devido à hipóxia (falta de ar) cerebral e
do miocárdio.

Identificação de PCR:
Nível de consciência: inconsciente, chamar pelo indivíduo.
Respiração: ausente,ver a expansão torácica, ouvir sons expiratórios.
Pulso: ausente, verificar o pulso carotídeo ou femoral, por serem mais precisos
que o pulso periférico, que pode ser variável e instável.

Ressuscitação cardiorrespiratória (RCR):


Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas para
restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como, respiração
artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em arada
cardiopulmonar (morte clínica).
A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é também uma aspiração médica, porque
a morte clínica não é seguida instantaneamente da morte biológica. Ou seja, no
momento em que um paciente apresenta sinais de morte clínica (inconsciência sem
resposta a qualquer estímulo e ausência de movimentos respiratórios e de pulso), há
ainda viabilidade biológica dos órgãos internos.
Dessa forma, se for possível manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar
a respiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica dos tecidos, a
reanimação é conseguida com sucesso.
Para alguns pacientes com parada cardiopulmonar e com funções neurológica e
cardiorrespiratória previamente preservadas, a utilização rápida das técnicas de RCP,
seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora. O tempo disponível de
viabilidade dos tecidos antes da morte biológica é curto e o principal determinante do
sucesso da RCP.

Sequência de suporte básico de vida:


• Avaliar a cena
• Permeabilidade das vias aéreas
• Respiração eficaz

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• Estabilidade circulatória
• Controle de grandes sangramentos
• Estabilidade da coluna cervical.

A reanimação cardiorrespiratória ou cardiopulmonar requer uma sequência de


procedimentos CABD, com a diferença que o “D” da RCP se refere à desfibrilação:
C - Circulação: fazer compressões torácicas;
A - Vias aéreas: manter as vias aéreas para a passagem do ar;
B - Respiração: ventilar os pulmões da vítima com pressão positiva;
D - Desfibrilação: aplicação de choque para fibrilação ventricular sem pulso.

Estabelecido que a vítima apresente os sinais característicos de parada


cardiopulmonar, você deve iniciar os procedimentos de RCP. Para tanto, antes deve-se
garantir que a vítima esteja em decúbito dorsal (costas no chão) e em uma superfície
rígida.

CIRCULAÇÃO (C)
Checar pulso em artérias centrais, como carótida e femoral; em lactentes, utiliza-
se a palpação da artéria braquial. Se ausente, a vítima apresenta PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA, deve-se iniciar a compressão torácica externa na metade
inferior do osso esterno.

VIAS AÉREAS (A)


Na ausência de suspeita de trauma (vítimas clínicas), realize a manobra de
inclinação da cabeça-elevação do queixo. Ao suspeitar de eventos traumáticos realizar
manobra de empurre mandibular.
Inspecione a cavidade oral e certifique-se que não há nenhuma obstrução por
prótese, vômito, sangue e outros. Retirar conforme técnicas já descritas.

RESPIRAÇÃO (B)
Fazer o VOS (ver, ouvir e sentir). Se não há nenhuma movimentação do tórax e
nenhum ar exalado, a vítima está sem respirar. O ideal é que essa avaliação dure de 3
à 5 segundos. Se constatar que não há respiração, a respiração é inadequada ou ainda,
você não tem certeza sobre a situação, inicie as ventilações artificiais.
Realize 2 (duas) ventilações de resgate - boca-boca, boca-máscara, boca-nariz,
bolsa-válvula-máscara e observe se houve passagem de ar. As ventilações devem ter
a duração de 1 segundo e um intervalo de aproximadamente 4 segundos entre elas,
permitindo assim a expiração.
Entretanto, o importante é observar se o volume de cada ventilação está sendo
suficiente para produzir uma elevação torácica visível. Devem-se evitar ventilações
longas ou forçadas, pois pode exceder a pressão de abertura do esôfago, provocando
distensão gástrica, regurgitação e aspiração. Cuidado maior quando se trata de crianças
e lactentes, onde o volume de ar insuflado deverá ser menor. Se possível, a cânula
orofaríngea deverá ser usada nesse momento;

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Se houve passagem de ar e a vítima não respira, mas possui pulso, isto é, a


vítima está em PARADA RESPIRATÓRIA, deve-se realizar a reanimação pulmonar, que
consiste em ciclos de 10 a 12 ventilações por minuto para um adulto (1 ventilação a
cada 5 segundos) e 12 a 20 ventilações por minuto para lactentes ou crianças (1
ventilação a cada 3 segundos).
Após cada ciclo, observar se a vítima ainda apresenta pulso carotídeo. Continuar
com as ventilações até que a vítima restabeleça a respiração ou entre em parada
cardiorrespiratória.

DESFIBRILAÇÃO (D)
Se após 5 ciclos de RCP o paciente não tiver pulso e se houver um desfibrilador
disponível, deverá ser lançado mão imediatamente para normalizar os batimentos
cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular
(FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (TV).

MANOBRA DE RCP – LOCALIZAÇÃO E SEQUÊNCIA DAS COMPRESSÕES


Localizar o ponto de compressão

Adulto e criança: Dois dedos acima do processo xifóide.

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Lactente: Um dedo abaixo da linha imaginária, entre os mamilos.

Após localizar o ponto correto da compressão cardíaca, o socorrista deve realizar


as compressões usando o peso do tronco nos adultos, peso do braço em crianças e
peso da mão em lactentes. Os dedos não devem encostar-se ao tórax da vítima,
somente em vítimas lactentes que ao usar o peso da mão, o socorrista usará os dedos
em contato com o tórax da vítima.

Em adultos

Em Crianças

Em Lactentes

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Realizar as compressões e insuflações

Adulto Criança Lactente


Posição das mãos Duas mãos sobre Uma mão sobre o Dois dedos abaixo
o esterno esterno dos mamilos

Compressão 5,0 a 6,0 cm 5,0 cm 4,0 cm


Repetições 30 compressões 30 compressões 30 compressões 02
02 insuflações 02 insuflações insuflações

Ciclos 5 vezes 5 vezes 5 vezes

Quando o socorrista tiver certeza que a vítima não respira e não tem pulso, deve
intercalar compressões cardíacas com respirações artificiais (insuflações), de acordo
com a tabela a seguir.

Sequência:
ADULTO: o esterno é comprimido 5-6 cm, utilizando-se a região hipotenar de 2
mãos. As compressões são feitas na frequência de 100- 120/min, com 5 ciclos de 30:2
(compressão/ventilação) ou aproximadamente 2 minutos.

CRIANÇAS: utilizar a região hipotenar de 1 ou 2 mãos na compressão esternal,


aqui restrita a 2,5- 3,5 cm. A relação compressão/ventilação será de 30:2 (5 ciclos ou 2
min.) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos ou 2 min.) com dois socorristas.

LACTENTES: profundidade: 2,5-3,5 cm. Com 1 socorrista: utilizar 2 dedos para


comprimir o esterno; com 2 socorristas: utilizar a técnica dos dois polegares, com as
mãos circundando o corpo. Da mesma forma em crianças, a frequência das
compressões em lactentes será de 100-120/min, guardando a relação 30:2 (5 ciclos ou
2 min.) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos ou 2 min.) com dois socorristas. As
insuflações devem ser apenas com o ar das bochechas do socorrista.

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA RCP

As mãos não devem ser retiradas da posição entre as compressões. Entretanto,


é importante que seja permitido ao tórax retornar ao seu ponto de partida antes da
compressão, não devendo ser mantido sob pressão;
Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície
rígida; Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima; não demore
mais do que 5 segundos nessa avaliação e continue a RCP, a menos que um DEA
esteja disponível;
O tempo de compressão e descompressão deve ser igual; não permitir que o
tórax retorne de forma abrupta;

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A ótima compressão do esterno normalmente é identificada quando existe a


palpação de pulso carotídeo ou femoral;
Na impossibilidade da ventilação (ausência de materiais de proteção ou traumas
que possibilitem apenas a obtenção de via aérea avançada), realizar somente as
compressões cardíacas externas.
Uma vez iniciado o procedimento, o mesmo só para com a chegada de uma
equipe de socorro especializada, com a chegada da vítima em um hospital ou quando
esboçar algum sinal de retorno dos sinais vitais. O socorrista deve monitorar
constantemente a vítima.
As interrupções das compressões não devem ultrapassar os 10 segundos.

O procedimento de reanimação poderá ser realizado por dois socorristas, que


inverterão suas posições de compressão e insuflação ao final do ciclo.

DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA – DEA

O principal fator determinante da sobrevivência de uma parada cardíaca é o


intervalo desde a perda da consciência até a desfibrilação. A desfibrilação rápida é
fundamental para as vítimas de parada cardíaca súbita pelos seguintes motivos:
O ritmo inicial mais frequente nas paradas cardíacas súbitas testemunhadas é a
Fibrilação Ventricular (FV), sendo o tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação
elétrica. A probabilidade de uma desfibrilação bem-sucedida diminui rapidamente com
o tempo.
A FV tende a transformar-se em assistolia em poucos minutos. Muitos pacientes
adultos em parada por FV podem sobreviver sem sequelas neurológicas, mesmo se a
desfibrilação é realizada de 6 a 10 minutos após a parada cardíaca súbita. Quanto mais
cedo a desfibrilação, mais alta a taxa de sobrevivência. O socorrista tem apenas alguns
minutos depois da perda da consciência para restabelecer um ritmo de perfusão.
A RCP pode manter um paciente por um período breve, mas não pode
restabelecer diretamente um ritmo organizado. Restabelecer um ritmo de perfusão
requer RCP imediata seguida de desfibrilação nos primeiros minutos da parada inicial e
para isso o socorrista deverá dispor de um desfibrilador externo automático (DEA).

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO DEA

Os DEA são desfibriladores externos


automáticos. Na verdade, a palavra automático significa
semiautomático, já que a maioria dos DEA disponíveis
no mercado “avisam” ao operador que o choque está
indicado, mas não o administram sem uma ação do
socorrista (isto é, o socorrista deve pressionar o botão
de LIGAR).

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O DEA é conectado ao paciente por meio


de pás autoadesivas. O aparelho está equipado
com um sistema de análise do ritmo baseado
em microprocessadores. Quando é detectada
Taquicardia Ventricular (TV) ou Fibrilação
Ventricular (FV), o sistema “indica” um choque
por intermédio de mensagens visuais ou
sonoras.

Os DEA’s devem ser utilizados somente quando os pacientes apresentarem os


seguintes 3 sinais clínicos:

Ausência de resposta verbal (inconsciente);


Ausência de respiração efetiva depois da liberação das vias aéreas;
Ausência de reposta às 2 ventilações de resgate iniciais.

MOMENTO ADEQUADO PARA EMPREGO DO DEA:

Quando a parada cardíaca for TESTEMUNHADA priorize a utilização do DEA


logo que constatar a parada cardíaca;
Quando a parada cardíaca NÃO FOI TESTEMUNHADA ou ocorreu há mais de
4 minutos, execute 5 ciclos (ou 10 ciclos, se lactente ou criança, com 2 socorristas) de
RCP (2 minutos) para depois utilizar o DEA. Nestes casos, será necessário criar
condições propícias para que o coração receba o choque em uma fibrilação ventricular
fortalecida pela RCP.

SITUAÇÕES ESPECIAIS

Antes de aplicar o DEA, o operador deve determinar primeiro, se há situações


especiais que exijam outras ações antes de usar o aparelho ou que contraindiquem
absolutamente sua utilização. As 4 situações que podem requerer que o operador adote
outras ações antes de usar um DEA ou durante sua operação são as seguintes:
A vítima tem menos de oito anos (ou pesa menos de 25 quilos,
aproximadamente). Existem desfibriladores com pás apropriadas para serem
empregadas em crianças. As Diretrizes 2015 da American Heart Association
aprova o uso das paletas para adultos em crianças, quando ocorrer impossibilidade de
utilizar o do equipamento apropriado.
Diante de uma situação de parada cardíaca por fibrilação ventricular a única
chance de recuperação da vítima é a desfibrilação precoce (choque). Não se recomenda
a utilização de pás de desfibrilação pediátrica em vítimas adultas devido à ineficácia do
choque. Priorize a RCP e o transporte imediato ao hospital.

A vítima está na água ou próxima dela. A água é boa condutora de eletricidade.


Um choque elétrico aplicado a uma vítima poderia ser conduzido até o socorrista. É mais

19
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comum que a água sobre a superfície da pele da vítima torne-se uma via direta de
passagem de energia de um eletrodo a outro interferindo na transmissão do choque ao
músculo cardíaco. A vítima deve ser removida, rapidamente, do local em que se
encontra. Seque a parte anterior e posterior do tórax antes da aplicação das pás
adesivas.
A vítima tem um marca-passo implantado. Esses aparelhos podem ser
identificados imediatamente porque criam uma protuberância dura sob a pele, coberta
por uma cicatriz, na parte anterior do tórax. Quando houver coincidência de eletrodos
adesivos do DEA com o marca-passo implantado no tórax poderão ocorrer danos ao
aparelho e queimaduras nos pontos de inserção metálica no miocárdio durante a
aplicação do choque.
Nesse caso, aplique a pá autoadesiva do DEA à, no mínimo, 2,5 cm do marca-
passo cardíaco. Depois siga os passos normais de operação de um DEA.
Há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da
vítima, onde se colocam as pás autoadesivas do DEA.

PASSOS UNIVERSAIS PARA OPERAR UM DEA


LIGUE o DEA, em primeiro lugar (isso ativa as mensagens sonoras para guiá- lo
em todos os passos subsequentes);
Em alguns modelos será necessário abrir a tampa para então liga-lo; outros
funcionarão automaticamente após abertura da tampa.
Conecte a “caixa” do DEA com os cabos. (Em alguns modelos, os cabos estão
pré-conectados);
Conecte os cabos do DEA com as pás autoadesivas. (Em alguns modelos, as
pás estão pré-conectadas);
Retire a proteção que está detrás das pás. Interrompa a RCP;
Aplique as pás autoadesivas no tórax despido da vítima;
Afaste-se do paciente para ANÁLISE do ritmo; assegure-se de que ninguém
esteja em contato com ela, nem mesmo a pessoa encarregada da respiração de
resgate;
Pressione o botão ANALISAR [ANALYZE] para iniciar a análise do ritmo (alguns
DEA não precisam desse passo);
Caso a descarga seja recomendada, PRESSIONE o botão CHOQUE
Afaste-se do paciente antes de aplicar o choque; assegure-se que ninguém
esteja em contato com ela;

RESULTADOS E AÇÕES APÓS A DESFIBRILAÇÃO


Mensagem “choque indicado/choque não indicado” e ações relacionadas:
Se o DEA mostrar uma mensagem de “choque indicado”, afaste-se do paciente
e, depois, pressione o botão CHOQUE [SHOCK].
Se o DEA avisa “choque não indicado”, verifique os sinais de circulação. Se não
há sinais de circulação, reinicie a RCP por 2 minutos, aproximadamente.
Depois, verifique novamente os sinais de circulação.
Se não detectar sinais de circulação, analise o ritmo do paciente mais uma vez.

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Curso Técnico em Enfermagem

Depois de 3 mensagens de “choque não indicado”, faça mais um ciclo de RCP.


Repita período de análise a cada 1 ou 2 minutos, enquanto continua realizando RCP.

O DEA EM UMA AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO


Os DEA podem permanecer conectados enquanto o paciente é transportado em
um veículo em movimento. No entanto, nunca pressione o botão ANALISE numa
ambulância durante o transporte; o movimento do veículo pode interferir na avaliação
do ritmo e provocar um artefato que simule uma FV.
Alguns aparelhos analisam continuamente o paciente. Se uma pessoa necessita
de uma análise do ritmo durante o transporte, e o DEA indica ao socorrista que verifique
o paciente ou recomenda um choque, pare o veículo completamente e faça uma nova
análise.

SEQUÊNCIA DE AÇÕES COM O DEA


Verifique a ausência de resposta (consciente / inconsciente);
Abra as vias aéreas (clínico / trauma);
Verifique se há respiração eficaz ;
Verifique se há circulação: se não houver circulação realize compressões
torácicas e prepare-se para aplicar o DEA;
Tente a desfibrilação com o DEA.

OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS

A OVACE é a obstrução súbita das VA superiores, causada por corpo estranho.


Em adultos, geralmente, ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante
a alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).

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CAUSAS:
• Obstrução pela queda da língua, pela perda de consciência.
• Obstrução por corpos estranhos:
• pode provocar a perda de consciência e parada cardiopulmonar.
• refeições, mas outras causas de obstrução incluem
• próteses dentárias deslocadas,
• fragmentos dentários,
• sangue,
• secreções (saliva, vômito),
• balas,
• conteúdo regurgitado do estômago
OBS: Em lactentes ou crianças, as causas mais frequentes são aspiração de
pequenos objetos ou leite regurgitado.

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AREAS PODE SER:


Parcial (semiengasgo) a vítima ainda pode ser capaz de manter boa troca
gasosa, caso em que poderá tossir, apesar dos sibilos entre as tossidas. Enquanto
existir uma troca gasosa satisfatória, a vítima deverá ser estimulada e encorajada a
persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórias.
• Total (engasgo) é geralmente reconhecida quando a vítima demostrar sinais
de asfixia, agarrando o pescoço (sinal clássico, universal), apresentando esforço
respiratório exagerado e cianose. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser
detectável. A vítima não consegue falar ou tossir com eficácia.
OBS: A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e
fraca, ruídos respiratórios estridentes ou gementes, dificuldade respiratória acentuada
e, possivelmente, cianose.

OS PRINCIPAIS SINAIS DE ENGASGO

1. incapacidade de falar e/ou tossir


2. sinais de asfixia
3. agarrar o pescoço
4. cianose

MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS


VÍTIMA CONSCIENTE EM PÉ OU SENTADA:
Perguntar à vítima se a mesma está
engasgada, se afirmativo, iniciar a Manobra de
Heimlich, que consiste:
Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em
torno do abdome. Colocar a raiz do polegar de uma
das mãos entre a cicatriz umbilical e o apêndice
xifoide;
Envolver a mão que se encontra sobre o
abdome da vítima com a outra mão;

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Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima, por 5 vezes,


forçando a saída do corpo estranho;
Observar se a vítima expele o corpo estranho e volta a respirar normalmente;
Continuar as compressões até que a vítima expila o objeto ou perca a
consciência.

Caso a compressão abdominal seja inviável, por tratar-se de paciente obeso ou


gestante, realizar as compressões na porção média inferior do osso esterno.

Se vítima da obstrução for a própria pessoa e essa se encontrar sozinha, deverá


forçar a tosse de maneira insistente, ou utilizar-se do espaldar de uma cadeira para que
seja possível comprimir o abdome.

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VÍTIMA CONSCIENTE DEITADA:


Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
Ajoelhar-se ao lado da vítima ou a
cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas,
com seus joelhos tocando-lhe lateralmente o
corpo;
Posicionar a palma da mão sobre o
abdome da vítima, entre o apêndice xifóide e a
cicatriz umbilical, mantendo as mãos
sobrepostas;
Aplicar 5 compressões abdominais no
sentido tórax;
Abrir a cavidade oral e observar se o corpo estranho está visível e removê- lo;
Repetir o processo de compressão e observação da cavidade oral até que o
objeto seja visualizado e retirado ou a vítima perca a consciência.

VÍTIMA INCONSCIENTE

Para vítimas sem responsividade,


deve ser aplicada a RCP, pois as
compressões torácicas forçam a
expelição do corpo estranho e mantém a
circulação sanguínea, aproveitando o
oxigênio ainda presente no ar dos
pulmões.
Importante ressaltar que durante a
abertura das vias aéreas para a aplicação
das ventilações de resgate, o socorrista
deverá inspecionar a boca e remover
quaisquer objetos visíveis.

VÍTIMAS CRIANÇAS E LACTENTES


Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma
semelhante à do adulto, levando-se em consideração a intensidade das compressões
que será menor; nos lactentes, para realizar a manobra de desobstrução, o socorrista
deverá tomar os seguintes procedimentos, após falhar a segunda tentativa de ventilação
de resgate:
Segurar o bebê sobre um dos braços, com o pescoço entre os dedos médio e
polegar e com o dedo indicador segurar o queixo da vítima para manter as vias aéreas
abertas, deixando-o com as costas voltadas para cima e a cabeça mais baixa que o
tronco;
Dar 5 pancadas com a palma da mão entre as escápulas do bebê;

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Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais
baixa do que o tronco, e efetuar 5 compressões torácicas através dos dedos indicador
e médio sobre a linha dos mamilos (idêntica às compressões realizadas na RCP);

Colocar o bebê sobre uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho;

Realizar 1 insuflação e, caso o ar não passe, reposicionar a abertura das vias


aéreas;
Abrir as vias aéreas e efetuar outra insuflação. Caso o ar não passe, retornar
para as pancadas entre as escápulas e as compressões torácicas, e repetir os
procedimentos até que o objeto seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Nesse
caso, proceder a manobras de RCP.

HEMORRAGIAS

É o extravasamento de sangue dos vasos por ruptura de suas paredes. Ocorre


perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca, etc;
ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo.
Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de
choque e morte. Quanto mais rápida as hemorragias, menos eficientes são os
mecanismos compensatórios do organismo.

Classificação:
As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e,
para fins de primeiros socorros, em internas e externas.

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● Arterial: É aquela em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta com


coloração vermelho vivo.
● Venoso: É aquela em que o sangue é mais escuro e sai continuamente e
lentamente, escorrendo pela ferida e se apresenta com coloração vermelho escuro.
● Capilar: Vermelho, surge como pequenas gotas e de fácil controle.
● Interna: É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do
organismo.
● Externa: É de mais fácil identificação, pois basta visualizar o local onde ocorre a
perda de sangue. Os sinais e sintomas são praticamente os mesmos descritos para as
hemorragias externas, e os métodos de contensão, veremos a seguir.
Manifestações clínicas: Varia com a quantidade de sangue perdido, velocidade
do sangramento, estado prévio de saúde e idade do acidentado.
● Perfusão maior que 2 segundos
● Pulso fraco e rápido
● Pele fria e úmida (pegajosa)
● Pupilas dilatadas com reação lenta à luz
● Queda de pressão arterial (tardio)
● Ansiedade, inquietude e sede intensa
● Náuseas e vômitos
● Respiração rápida e profunda - Superficial e irregular
● Perda da consciência e parada respiratória
● Choque
● Sudorese (transpiração abundante)
● Palidez intensa e mucosas descoradas
● "Abdômen em tábua" (duro não compressível)
● Desmaio
● Tontura ou inconsciência

Primeiros socorros:
● Proteção individual
● Compressão direta
● Elevação da área traumatizada (não elevar o segmento ferido se isto produzir
dor ou se houver suspeita de lesão interna tal como fratura.
● Pressão digital sobre o ponto de pulso (artérias braquial, femoral, temporal e
radial)
● Aplicação de gelo
● Manter o acidentado agasalhado com cobertores ou roupas, evitando contato
com chão frio ou úmido.
● Não dar líquidos quando estiver inconsciente ou houver suspeita de lesão no
abdome.
● Manter a vítima deitada, com a cabeça voltada para o lado, se não houver
suspeita de trauma na coluna.
● Afrouxar a roupa apertada (no pescoço, peito e na cintura)

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● Retirar da boca da vítima prótese dentária, goma de mascar ou qualquer


alimento.
● Torniquete (presença do médico). Devemos estar conscientes dos perigos
decorrentes da má utilização do torniquete. A má utilização (tempo muito demorado)
pode resultar em deficiência circulatória de extremidade. O torniquete é feito acima da
área com hemorragia. Anote, com uma caneta, batom, carvão ou um fósforo queimado,
em qualquer parte visível do corpo da vítima, as letras TQ (torniquete) e a hora em que
foi colocado. Afrouxe o torniquete a cada 10 a 15 minutos ou a qualquer momento em
que a vítima apresentar as extremidades frias ou arroxeadas.
● Encaminhar para atendimento hospitalar.
● Os casos de hemorragia interna são também de muita gravidade, devido ao grau
de dificuldade de sua identificação por quem está socorrendo.
● Suspeitar de hemorragia interna se o acidentado estiver envolvido em:
● Acidente violento, sem lesão externa aparente
● Queda de altura
● Contusão contra volante ou objetos rígidos
● Queda de objetos pesados sobre o corpo
● Compressão Direta: Comprimir diretamente o local de sangramento usando
compressa estéril, se possível. Pode-se fazer um curativo compressivo usando
compressas ou faixas elásticas, se isso for suficiente para o estancamento da
hemorragia, caso contrário mantenha a compressão direta.

Elevação do Membro
A compressão direta não sendo suficiente para estancar o sangramento, deve-
se elevar o membro lesionado. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade
fraturada ou com uma luxação.

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● Pontos de Pressão: Outro método de controlar o sangramento é aplicando


pressão profunda sobre uma artéria proximal à lesão. Esta é uma tentativa de diminuir
a chegada de sangue à ferida. Os principais pontos de pressão é a artéria braquial, a
artéria axilar, a artéria poplítea, a artéria femoral.

● Tamponamento ou Curativo Compressivo: Consiste em cobrir o local do


sangramento com gaze ou pano limpo e estéril, se possível, e envolvê-lo firmemente
com uma atadura. É uma técnica de estancamento adequada e mais utilizada, pois para
o sangramento e não interrompe a circulação.

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● TORNIQUETE: Só deve ser


utilizado em situações extremas quando
os procedimentos anteriores já foram
tentados e falharam. Deve-se utilizar uma
bandagem triangular em forma de
gravata, posicionada 5 cm antes da lesão,
protegendo a pele com compressas de
gaze envolvendo o membro antes de sua
aplicação. Colocar um bastão, girando-o
até que cesse a hemorragia.

Outras hemorragias: Existem hemorragias que nem sempre são decorrentes


de traumatismos. São hemorragias provocadas por problemas clínicos.
-Epistaxe ou rinorragia: É a perda de sangue pelo nariz. A hemorragia do nariz
é uma emergência comum que geralmente resulta de um distúrbio local, mas pode
decorrer de uma grave desordem sistêmica. Em muitos casos a epistxe não tem
causa aparente. Pode ocorrer devido à manipulação excessiva no plexo vascular
com rompimento dos vasos através das unhas; diminuição da pressão atmosférica;
locais altos; viagem de avião; contusão; corpo estranho; fratura de base de crânio; altas
temperaturas, dentre outras. Às vezes pode ocorrer como sintoma de um grave
transtorno no organismo que requer investigação imediata, como por exemplo crise
hipertensiva.

-Hemoptise: É a expectoração com sangue (perda de sangue que vem dos


pulmões, através das vias respiratórias). As causas mais freqüentes de hemoptise são:
bronquiectasia, tuberculose, abscesso pulmonar, embolia pulmonar, traumatismos,
tumor pulmonar, alergia (poeira, vapores, gases, etc.).
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-Hematêmese: É a perda de sangue através de vômito de origem gástrica


(sangramento, por exemplo: úlcera) ou esofagiana (ruptura de varizes esofagianas). A
hematêmase é comum em enfermidades como varizes do esôfago, úlcera, cirrose e
esquistossomose. Pode ter como causas: mecânicas ou tóxicas (arsênico, sulfureto de
carbono, mercúrio) ou inflamatórias.
-Estomatorragia: É o sangramento proveniente da cavidade oral.
Melena: É a perda de sangue escuro, brilhante, fétido e com aspecto de petróleo,
pelo orifício anal.
-Enterorragia: É a perda de sangue vermelho vivo pelo orifício anal.
-Metrorragia: É a perda anormal de sangue pela vagina (fora do ciclo menstrual).
Este tipo de hemorragia pode ter causas variadas: abortamento provocado ou não;
hemorragias do primeiro trimestre da gravidez (gravidez ectópica e outras);
traumatismos causados por violências sexuais (estupro) e acidentes; hemorragias pós-
parto, ocasionada pela retenção de membranas placentárias, ruptura e traumatismos
vaginais devidos ao parto ou não.
-Otorragia: É o sangue que sai pelo conduto auditivo externo. Pode ser causada
por ferimento no ouvido externo, contusão por corpo estranho e trauma.
-Hematúria: É a perda de sangue juntamente com a urina. Pode ocorrer em
conseqüência de traumatismo com lesão do aparelho urinário (rins, ureter,uretra,
bexiga) ou em caso de doença como nefropatia, cálculo, infecção, tumor, processo
obstrutivo e após intervenção cirúrgica no trato urinário. Pode ser classificada em
macroscópica ou microscópica, se é visível a olho nu ou não, e em inicial, total e
terminal, de acordo com a fase de micção em que aparece.

ENTORSE, LUXAÇÃO, CONTUSÃO E FRATURAS

FRATURA
É um tipo de traumatismo musculoesquelético, caracterizado pela ruptura total
ou parcial de um osso, produzida por trauma direto ou indireto, podendo apresentar
lesões associadas a outros tecidos.
No caso de fraturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão.
O socorrista poderá identificar também, deformidades, edemas, hematomas,
exposições ósseas, palidez ou cianose das extremidades e ainda, redução de
temperatura no membro fraturado.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou
suspeitas de fraturas.

TIPOS DE FRATURA

Aberta (exposta):O osso se


quebra, atravessando a pele, ou existe
uma ferida associada que se estende
desde o osso fraturado até a pele.

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Curso Técnico em Enfermagem

Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas.

SINAIS E SINTOMAS
Deformidade: A fratura produz uma posição anormal ou angulação, num local
que não possui articulação;
Sensibilidade: O local da fratura está muito sensível à dor;
Crepitação: Quando a vítima é movimentada podemos escutar um som áspero,
produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Este sinal não deve ser pesquisado
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar outras lesões nos tecidos
moles;
Edema e Alteração de coloração: Quase sempre a fratura é acompanhada de
certo inchaço, que é provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. Esta
alteração pode demorar horas para aparecer;
Impotência Funcional: É a perda total ou parcial dos movimentos das
extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, pois qualquer
movimentação é difícil e dolorida;
Fragmentos expostos: Numa fratura aberta ou exposta, os fragmentos ósseos
podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

LUXAÇÃO
A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma
articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. Pode
ser entendida ainda como o desalinhamento das extremidades ósseas de uma
articulação fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si. O
desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão

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Curso Técnico em Enfermagem

intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta
contração muscular.

SINAIS E SINTOMAS
Deformidade mais acentuada na articulação luxada
Edema
Dor, principalmente quando a região é movimentada
Impotência funcional, com a perda completa ou parcial dos movimentos

ENTORSE
Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies
ósseas, ao nível da articulação, com torção ou distensão brusca de uma articulação
além de seu grau normal de amplitude.
A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento
dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser
estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos. Uma lesão
muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou contusão
profunda.

SINAIS E SINTOMAS
São similares aos das fraturas e aos da luxação. Mas nas entorses, os
ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocado por movimentação
brusca.

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REGRAS GERAIS DE IMOBILIZAÇÃO


SEMPRE informe ao paciente o que irá fazer;
Exponha o local, removendo ou cortando as roupas da vítima;
Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos para
dentro do ferimento, nem tente removê-los;
Use curativos estéreis;
Verifique o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
Prepare todo o material de imobilização antes de mexer no local para imobilizá-
lo;
Proteja as talas que estiverem em contato com o osso fraturado;
A imobilização de fraturas deve impedir a movimentação de uma articulação
acima e uma abaixo do local da fratura e, no caso de lesões em articulações, imobilize
um osso acima e um abaixo da articulação lesada. Movimentar o mínimo possível.
Dependendo da fratura, faça a imobilização na posição encontrada;
Refaça o exame da extremidade após imobilização e, caso haja alterações
vasculares ou neurológicas, refaça a imobilização;
Previna o estado de choque;
Transporte para um pronto socorro ou aguarde uma equipe especializada.

MATERIAIS USADOS NA IMOBILIZAÇÃO


Talas rígidas, moldáveis ou infláveis;
Talas de tração;
Colares cervicais;
Colete de imobilização dorsal (KED);
Macas rígidas;
Bandagens triangulares ou ataduras.

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FERIMENTOS

Podem ser definidos como uma lesão traumática da pele e/ou tecidos
subjacentes, em ração da força de ação de um agente externo (físico, químico, biológico
ou radioativo).
Dependendo da localização, profundidade e extensão, podem representar risco
de vida para a vítima pela perda sanguínea que podem ocasionar ou por afetar órgãos
internos.

CLASSIFICAÇÃO DOS FERIMENTOS


Os ferimentos podem ser classificados em:
Ferimento aberto: é aquela onde existe uma perda de continuidade da superfície
cutânea, ou seja, onde a pele está aberta.
Ferimento fechado ou contusão: a lesão ocorre abaixo da pele, porém não existe
perda da continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

TIPOS DE FERIMENTO
Escoriações ou ferida abrasiva:
São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Devem ser
protegidas com curativo estéril de material não aderente, bandagens ou ataduras.

Incisão:
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, que podem
causar sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos, como tendões, músculos
e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras.

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Curso Técnico em Enfermagem

Lacerações:
São lesões de bordas irregulares, produzidas por
objetos rombos, através de trauma fechado sobre a
superfície óssea ou quando produzido por objetos
afiados que rasgam a pele.

Pérfuro-contusos:
São lesões causadas pela penetração de projéteis ou objetos pontiagudos
através da pele e dos tecidos subjacentes. O orifício de entrada pode não corresponder
à profundidade de lesão, devendo-se sempre procurar um orifício de saída e considerar
lesões de órgãos internos, quando o ferimento localizar-se nas regiões do tórax ou
abdômen.

Contundente:
Lesão produzida por agressão através de objeto pesado e pouco afiada, ou pelo
choque do corpo contra estruturas semelhantes. Sempre suspeitar da possibilidade de
rompimento de órgãos internos principalmente se ocorre na cavidade abdominal.

Avulsões:
Extração violenta ou desprendimento de determinadas partes do corpo.

Amputação
É a perda de parte ou da totalidade de um membro, podendo ou não ter
sangramento grave. Pela gravidade da lesão, o tratamento inicial deve ser rápido,
principalmente pela possibilidade de reimplante.

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Curso Técnico em Enfermagem

PROCEDIMENTO EM CASO DE AMPUTAÇÃO


Controlar hemorragia no segmento afetado (iniciar com compressão direta e
considerar o uso de torniquete);
Cobrir ferimento com curativo seco;
Oferecer O2 suplementar por máscara;
Prevenir estado de choque
Guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pode ser
também um pano limpo), umedecido com solução fisiológica;
Transportar rapidamente ao pronto socorro.

QUEIMADURAS

A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra perda de água e


calor pelo corpo, tendo também um papel importante na proteção contra infecções.
Pacientes com lesões extensas de pele tendem a perder líquido corporal e temperatura
e se tornam mais propensos a infecções.

As queimaduras são as lesões do tecido de revestimento do corpo, causada por


agentes térmicos, químicos, radioativos ou elétricos, podendo destruir total ou
parcialmente a pele e seus anexos, até atingir camadas mais profundas (músculos,
tendões e ossos).
As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou por radiação.
Térmicas: São causadas em condições de temperatura extrema pela condução
de calor através de líquidos, sólidos, gases e do calor de chamas ou ainda por baixa
temperatura.

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Curso Técnico em Enfermagem

Queimadura por baixa temperatura Queimadura por alta temperatura

Elétricas: Produzidas pelo contato com


eletricidade de alta ou baixa voltagem. Na
realidade o dano é ocasionado pela produção de
calor que ocorre à medida que a corrente elétrica
atravessa o tecido.
São difíceis de avaliar e, mesmo as
lesões que parecem superficiais, podem ter
danos profundos a músculos, nervos e vasos. A
eletricidade, principalmente a corrente alternada, pode causar PCR e lesão do sistema
nervoso.

Químicas: Provocadas pelo contato de


substâncias corrosivas, liquidas ou sólidas, com
a pele.

Radiação
Resulta da exposição à luz solar, fontes
nucleares ou qualquer outra fonte de energia
emitida sob forma de ondas ou partículas.

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Curso Técnico em Enfermagem

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

QUANTO À PROFUNDIDADE
Queimaduras de 1º Grau
Atingem somente a epiderme (camada mais superficial da pele) e caracterizam-
se por serem avermelhadas e dolorosas, sem formação de bolhas. Essas queimaduras
costumam sarar dentro de uma semana, não deixando cicatriz.

TRATAMENTO
Lavar o local com água fria corrente;
Queimaduras de 2º Grau
Afetam a epiderme e a derme, caracterizando-se pela formação de bolhas e
desprendimento de camas da pele, causando dor e ardência de intensidade variável.

TRATAMENTO
Lavar o local com água fria corrente. Não estourar as bolhas.
Queimaduras de 3º Grau
Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido
gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave
quanto à profundidade da lesão.
Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas da
sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada, ladeada por áreas de
eritema (vermelhidão). Uma queimadura de 3º grau não é dolorosa, mas a vítima
geralmente queixa-se da dor nas bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º
grau.

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QUANTO À EXTENSÃO
Queimaduras graves são as que atingem mais de 13% de área corporal
queimada. O risco de vida está mais relacionado com a extensão (choque, infecção) do
que com a profundidade.
São consideradas também queimaduras graves:
Em períneo;
Queimaduras do 3º Grau, elétricas, por radiação;
Com lesão das vias aéreas;
Queimaduras em pacientes idosos, infantis e pacientes com doença pulmonar.
A estimativa do tamanho da queimadura é necessária para reanimar o paciente
o paciente de maneira apropriada e evitar as complicações associadas ao choque
hipovolêmico decorrente da queimadura.
O método mais amplamente usado é conhecido como a “regra dos nove”. Esse
método aplica o princípio de que as grandes regiões do corpo do adulto são
consideradas como tendo 9% da área da superfície corporal total, sendo que o períneo
e a área genital representam 1%. As crianças têm proporções diferentes dos adultos.

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A cabeça da criança é proporcionalmente maior que a dos adultos, e as pernas


são mais curtas em comparação aos adultos. Por conta disso, a regra é modificada para
pacientes pediátricos.

CÁLCULO DA ÁREA CORPORAL QUEIMADA


PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

Queimaduras Térmicas
Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobrindo-a com um
cobertor (em direção aos pés);
Verifique as vias aéreas, respiração e nível de consciência (especial atenção
para VAS em queimadas de face);
Retirar partes de roupas não queimadas; e as queimadas aderidas ao local,
recortar em volta;
Retirar pulseiras, anéis, relógios etc.;
Estabelecer extensão e profundidade das áreas queimadas;
Quando de 1º grau banhar o local com bastante água fria ou soro fisiológico;
Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com infecção;
Cobrir regiões queimadas com curativo úmido, frouxo, estéril ou limpo, para
aliviar a dor e diminuir os riscos de contaminação;
Transporte o paciente para um hospital, se necessário.

Queimaduras Químicas

Afaste o produto da vítima ou a vítima do produto;


Verificar VAS, respiração, circulação e nível de consciência e evitar choque;
Retirar as roupas da vítima;
Lavar com água ou soro, sem pressão ou fricção;
Identificar o agente químico, restando dúvida lavar por 15 minutos;
Se for ácido, lavar por 05 minutos;
Se for álcali, lavar por 10 minutos;
Se álcali seco não lavar, retirar manualmente (exemplo: soda cáustica);
Cubra a região com um curativo limpo e seco e previna o choque.

Queimadura nos Olhos


Lavar o olho com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico por
no mínimo 15 minutos;

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Encaminhar a vítima para um pronto


socorro o mais rápido possível.

Queimaduras Elétricas
Desligar a fonte ou afastar a vítima da
fonte;
Verificar sinais vitais da vítima;
Avaliar a queimadura (ponto de entrada e
de saída);
Orifício de entrada Orifício de saída
Aplicar curativo seco;
Prevenir o choque.

CHOQUE ELÉTRICO

São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo
humano. A energia elétrica é convertida em calor, em contato com a pele ou mucosa,
causando lesão térmica. As alterações provocadas no organismo humano pela corrente
elétrica dependem principalmente de sua intensidade, isto é, da amperagem.
A lesão é auto-limitada, ou seja, interrompida a corrente, não causa mais lesão
e cada segundo de contato com a eletricidade diminui a possibilidade de sobrevivência
da vítima.
A corrente elétrica flui com mais facilidade através de materiais específicos
(condutores). Se a corrente é interrompida em qualquer ponto por um material não
condutor (isolante) o fluxo da eletricidade não se processa. Qualquer fonte de
eletricidade tende a se descarregar na terra. Os acidentes com eletricidade também
oferecem perigo à pessoa que vai socorrer a vítima.
Materiais condutores: água, metais e seres vivos Materiais isolantes: madeira
seca, plásticos ou borrachas.

Principais causas:
Nos ambientes de trabalho encontramos estes acidente quando há: Falta de
segurança nas instalações e equipamentos (como fios desencapados); falta de
aterramento elétrico, parte de um contato de um motor que, por defeto, está em contato
com sua carcaça, etc.; imprudência; indisciplina, acidentes, etc.

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Fatores determinantes da gravidade:


● Percurso da corrente elétrica;
● Intensidade da corrente;
● Características da corrente elétrica;
● Tempo de exposição a passagem da corrente;
● Resistência elétrica do corpo humano.

Manifestações clínicas: Mal estar geral, sensação de angústia,


náuseas,cãibras musculares de extremidades, parestesias (dormência, formigamento),
ardência ou insensibilidade da pele, escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos),
cefaleia, vertigem, arritmias cardíacas, dispnéia.

Principais complicações: Queimaduras, parada cardíaca, parada respiratória,


fraturas, traumatismos (de crânio, ruptura de órgãos internos, etc.), óbito.

Primeiros socorros:
● Avaliar o cenário do acidente.
● Garantir a segurança do socorrista e demais pessoas ao redor da cena.
● Desligar a energia elétrica e afastar a vítima da fonte antes de iniciar o
atendimento. Caso isso não for possível, tente afastar a fonte elétrica com o
auxílio de um material não condutor de eletricidade, como borrachas ou panos
secos, tomando todas as precauções para que não se torne mais uma vítima.
● Chamar a companhia de energia elétrica local se necessário.
● Não tocar na vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que esta
seja interrompida
● Aplicar o ABCDE
● Em caso de parada cardiorespiratória iniciar imediatamente as manobras de
reanimação.
● Retirar anéis, pulseiras, relógios e outros objetos das extremidades.
● Retirar roupas não aderidas, e as aderidas, recortar em volta
● Resfriamento das áreas queimadas
● Trate as queimaduras, no ponto de entrada e saída da corrente elétrica.
● Conduzir a vítima para o Hospital mais próximo.

AFOGAMENTO

É a asfixia provocada por aspiração de líquido de qualquer natureza que chega


a inundar o sistema respiratório. Isso ocorre porque a troca de oxigênio e gás carbônico
é prejudicada.
Ninguém deve se atirar na água ao primeiro grito de socorro que ouvir. O
salvamento de pessoas que se afogam deve ser feito por pessoas treinadas. Portanto,
se você presenciar uma cena de afogamento, a primeira providência é pedir ajuda a um
guarda-vidas ou mesmo ao Corpo de Bombeiros.

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Principais causas: Não saber nadar, crianças, câimbras, IAM, uso de álcool ou
drogas, crises convulsivas, desmaio, mergulhos em águas rasas, acidentes com
veículos aquáticos.

Manifestações clínicas: Perda do controle dos movimentos corporais,


inconsciência, sufocamento, hipotermia, náuseas, vômito, distensão abdominal,
tremores, cefaléia, PCR.

Primeiros socorros
• Arremessar qualquer coisa que flutue na direção da vítima.
• Rebocar a vítima
• Nadar para salvar, apenas com muito preparo (frequentemente, socorrista
voluntário acaba se tornando vítima também). Já foram registrados inúmeros casos de
afogamentos duplos, quando pessoas ao treinadas tentaram salvar vítima de
afogamento.
• Mergulhar, se for agarrado pela vítima. Assim, o afogado deverá soltá-lo para
buscar ar.
• Retirar a vítima do local onde sofreu o afogamento
• Coloca-la deitada, na posição dorsal.
• Se a pulsação e respiração estiverem ausentes iniciar manobras de RCP
imediatamente
• Manter vítima aquecida
• Quando a vítima estiver acordada, identificar-se e identificar sua equipe de
atendimento para deixá-la tranqüila.
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

INTOXICAÇÃO

São lesões provocadas por alguma substância ou produto tóxico, nocivos à


saúde, que podem levar à morte.
Intoxicações ou envenenamentos podem ocorrer por negligência ou ignorância
no manuseio de substâncias tóxicas, especialmente no ambiente de trabalho. A
presença de substâncias tóxicas estranhas ao organismo pode levar a graves alterações
de um ou mais sistemas fisiológicos.

Venenos: São substâncias que podem causar danos ao organismo. São


ingeridos por causas acidentais, mas podem ser utilizados na tentativa de suicídio e até
homicídio. Os antídotos são poucos, daí a importância de saber qual a substância
ingerida e quantidade.

Vias de administração
❖ Ingestão
Muitas intoxicações ocorrem pela ingestão de agentes tóxicos. De maneira geral,
as seguintes substâncias encontram-se entre as que mais frequentemente provocam
acidentes tóxicos: alimentos estragados ou que sofreram contaminação química;
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produtos de limpeza; medicamentos; plantas venenosas; bebidas alcoólicas; inseticidas,


raticidas, formicidas, produtos químicos.
❖ Inalação: Gases, poeiras tóxicas, etc.
❖ Absorção: Agrotóxicos ou substâncias que penetram pela pele e mucosas.
❖ Injeção: Escorpiões, aranhas e drogas em seringas.

Manifestações clínicas: Sudorese; salivação; lacrimejamento; alteração da


respiração (rápida, lenta ou ruidosa); alteração do pulso (lento, rápido ou irregular);
queimação nos olhos e mucosas, dificuldade para engolir; queimaduras e manchas ao
redor da boca; pele pálida, vermelha ou cianótica; exalação de odores característicos;
alteração das pupilas (miose ou midríase); distensão e dor abdominal; náuseas e
vômitos; alteração do nível da consciência; choque; dor e sensação de queimação nas
vias de penetração e sistemas correspondentes; lesões cutâneas.

Primeiros socorros
❖ Absorção
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o agente através de frascos próximos do acidentado.
▪ Retirar a roupa impregnada.
▪ Lavar a região atingida com água em abundância.
▪ Substâncias sólidas devem ser retiradas antes de lavar com água.
▪ Agasalhar a vítima.
▪ Verificar a existência de outras vítimas.
▪ Encaminhar para atendimento hospitalar.
▪ Levar bulas ou amostras da substância absorvida.

❖ Ingestão
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o agente ingerido através de frascos próximos do acidentado.
▪ Pode-se induzir o vômito em casos de intoxicação por
alimentos, medicamentos, álcool, inseticida, xampu, naftalina, planta venenosas.
▪ Verificar a existência de outras vítimas
▪ Encaminhar para atendimento hospitalar.
▪ Levar bulas ou amostras da substância ingerida
OBS: Não induzir o vômito em casos de intoxicação por derivados de petróleo,
substâncias corrosivas, diefembácias (comigo-ninguém-pode) e vítimas sonolentas.

❖ Inalação
▪ Isolar a área.
▪ Remover a vítima para local seguro
▪ Proporcionar ventilação.
▪ Identificar o agente inalado.
▪ Verificar a existência de outras vítimas.

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▪ Manter o acidentado imóvel, aquecido e sob observação.


▪ Encaminhar a vítima para hospital.
▪ Informar sempre que possível a substância inalada.

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS

Animais peçonhentos: São aqueles que possuem inoculações especiais. Eles


têm glândulas de veneno, que se comunicam com dentes ocos ou ferrões, que injetam
substâncias tóxicas em outros organismos.
Ex. serpentes, aranhas, escorpiões.

Animais venenosos: São aqueles que produzem veneno, mas não possuem
um aparelho inoculador (dentes ou ferrões). Provoca envenenamento passivo que são
os ocasionados por ingestão (moluscos marinhos, como por ex. peixe baiacu) por
contato (lagartas, lonomia, pararama), ou ainda por compressão (sapo).

Ação do veneno: Cada gênero possui uma ação própria quanto ao veneno.
Independente do gênero, o veneno atinge todo o corpo, iniciando pelo sistema nervoso,
sistema circulatório, rins e sangue.

Manifestações clínicas: Marcas da picada, dor, inchaço, manchas roxas,


hemorragia, febre, náuseas, sudorese, urina escura, calafrios, perturbações visuais,
cefaleia, queda das pálpebras, convulsões, dificuldade respiratória.

Primeiros socorros
▪ Remover a vítima para local seguro, se necessário.
▪ Identificar o animal agressor.
▪ Lavar o local da picada com água e sabão.
▪ Não faça cortes, perfurações, torniquetes ou coloque outros produtos no local.
▪ Mantenha o acidentado calmo e imóvel para não favorecer a absorção do
veneno.
▪ Remover anéis, relógios, prevenindo assim complicações decorrentes do
inchaço.
▪ Em caso de picada de abelha retirar o ferrão.
▪ Não espremer o ferrão.
▪ Transporte a vítima levando, se possível o animal agressor, mesmo morto,para
ajudar na escolha do soro.
▪ Todas deverão ser encaminhadas a um serviço médico para avaliação e conduta
adequada.
▪ Antes de subir em árvores, verificar o local e a árvore.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NAEMT, NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS.


PHTLS:Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado – Primeira Resposta no
Trauma. 9ª Ed. Estados Unidos: Elsevier, 2020.
HAUBER, M. Primeiros socorros: revisão técnica. Porto Alegre: Sagah, 2018.
LAMBERT, E. G. Guia Prático de Primeiros Socorros. 3ª ed . São Paulo: Rideel.
VELOSO, L. C. Assistência em Paciente Grave. Apostila da Escola de Saúde Unyleya.
Brasília, 2018.
TORQUATO, A. P. C. Enfermagem em Situações de Emergência e Urgência.
Apostila da Escola de Saúde Unyleya. Brasília, 2019.
ALCANTARA, C.; ROCHA, M. P. S. Primeiros Socorros em Enfermagem. Apostila da
Escola de Saúde Unyleya. Brasília, 2018.

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