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Triagem em
serviços de urgência
e emergência
Introdução ............................................................................................................... 2
Acolhimento .............................................................................................................. 10
Referência .................................................................................................................. 20
INTRODUÇÃO
O serviço de enfermagem é uma parte essencial nas instituições de saúde,
enfrentando diariamente o desafio de oferecer assistência de qualidade, eficiente
e eficaz de acordo com as necessidades do público atendido (YURI & TRONCHIN,
2010). As urgências são confrontadas diariamente com um grande número de
pacientes que apresentam uma variedade de problemas, sendo atendidos
predominantemente nos tradicionais prontos-socorros, independentemente de
estarem adequadamente estruturados e equipados (BRASIL, 2002) .
O SETOR DE URGÊNCIA
E EMERGÊNCIA NA SAÚDE
O setor de Urgência e Emergência é um componente vital da assistência à saúde,
conforme definido pelo Ministério da Saúde (2002). Para compreender esse tema,
é essencial esclarecer os termos frequentemente utilizados nesse contexto.
Diversos autores apresentam definições variadas, porém todas convergem para
os mesmos significados.
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Urgência Emergência
Constatação médica
Quando há ocorrência de condições de
imprevista de agravo à agravo à saúde que
saúde, com ou sem
Ministério impliquem em risco
risco potencial de iminente de morte ou
da saúde morte, cujo portador sofrimento intenso,
necessite de exigindo, portanto,
assistência imediata. tratamento médico
mediato
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A emergência é definida como uma categoria de triagem onde a assistência é
prestada em situações que apresentam prejuízo à saúde com risco de vida
potencial ou qualquer alteração no organismo que exige tratamento imediato. Da
mesma forma, a urgência é considerada outra categoria de triagem, porém o
atendimento é fornecido em casos de doença grave ou dano à saúde que não
conduzem a um risco de morte (BRUNNER & SUDDARTH, 2009, p.400).
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO
SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Nos serviços hospitalares de atenção à urgência e emergência, a atuação do
enfermeiro é essencial e envolve múltiplas responsabilidades, sendo indispensável
para a gerência do cuidado a pacientes com necessidades complexas. Esses
pacientes requerem um cuidado aprimorado, que abrange conhecimento
científico, habilidades tecnológicas e uma abordagem humanizada que se estende
também aos familiares, os quais são impactados pela situação inesperada e
delicada que coloca em risco a vida de um ente querido. Dessa forma, é
fundamental analisar minuciosamente a organização desses serviços.
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De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (2013), ao enfermeiro cabe a
direção do serviço de enfermagem em instituições de saúde e ensino, tanto
públicas quanto privadas. Além disso, o enfermeiro desempenha atividades de
gestão, como o planejamento da assistência de enfermagem, consultoria,
auditoria, consulta de enfermagem, prescrição de cuidados de enfermagem,
atendimento direto a pacientes em risco de morte e outras atividades de maior
complexidade técnica.
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g) Auxiliar a equipe médica na execução de procedimentos diversos, dispondo
instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e desfibrilação;
h) Aferir sinais vitais;
i) Realizar a sistematização da assistência de enfermagem e evolução dos
pacientes, fazendo anotações nos prontuários;
j) Fiscalizar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem;
k) Conferir os materiais permanentes e psicotrópicos do setor;
l) Priorizar o atendimento aos pacientes dependendo do grau de complexidade;
m) Fazer relatos em livro de ordens e ocorrências;
n) Liderar a equipe de enfermagem no atendimento de pacientes críticos e não
críticos;
o) Observar as deficiências da equipe e promover a educação continuada.
De acordo com Thompson (apud Galvão & Wehbe, 2006, p. 01), a Associação
Americana de Enfermagem (ANA), em 1983, estabeleceu os "Padrões da Prática
de Enfermagem em Emergência", classificando os enfermeiros de emergência em
três níveis de competência: a) Primeiro nível - requer competência mínima para o
enfermeiro prestar atendimento ao paciente traumatizado; b) Segundo nível - o
profissional necessita de formação específica em enfermagem de emergência; c)
Terceiro nível - o enfermeiro deve ser especialista em uma área bem delimitada e
atuar no âmbito pré e intrahospitalar.
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A importância do ambiente físico é ainda mais evidente quando se considera a
situação emocional dos usuários que chegam à unidade de urgência. Ao
procurarem atendimento, eles estão angustiados e em dor, tornando crucial que o
espaço físico não cause desconforto adicional devido a inadequações estruturais
(Silva, Matsuda e Waidman, 2012).
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A ordem de atendimento baseia-se nas queixas apresentadas pelos pacientes e
na avaliação clínica realizada no momento da consulta de enfermagem, em vez de
seguir a ordem de chegada (BRASIL, s.d).
TRIAGEM: OTIMIZANDO A
PRIORIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE
EMERGÊNCIA
A prática da triagem foi implementada nos Serviços de Emergência (SE) como uma
medida para mitigar a superlotação e proporcionar cuidados imediatos aos
pacientes com maior urgência (HAY et al apud ALBINO, GROSSEMAN,
RIGGENBACH, 2007).
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Seu propósito é otimizar a alocação eficiente de recursos quando estes são
insuficientes para tratar todos os pacientes imediatamente, focando na resolução
imediata dos problemas em detrimento da criação de vínculos durante o
atendimento.
Segundo Garcia et al (apud por Albino, Grosseman & Riggenbach, 2007), existem
atualmente cinco modelos de escalas de triagem estruturada em uso:
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ACOLHIMENTO
O acolhimento é uma abordagem tecnológica que visa garantir o acesso dos
usuários, com o propósito de ouvi-los, resolver problemas simples ou encaminhá-
los para serviços de referência, quando necessário (CARVALHO & CAMPOS, 2000,
p.16).
Para que o acolhimento seja eficaz, é necessário que toda a equipe participe,
trabalhando de forma humanizada e transmitindo segurança e confiança ao
paciente durante o momento da doença. Isso promove uma verdadeira relação
entre os envolvidos (paciente e profissional) (SCHIMITH & LIMA, 2004).
O acolhimento não é apenas um espaço físico, mas uma postura ética que
demanda compartilhamento de saberes, angústias e inovações. Quem acolhe
assume a responsabilidade de abrigar e agasalhar o outro em suas demandas,
buscando soluções adequadas para cada caso (BRASIL, 2009, p.17).
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A humanização do atendimento é um requisito essencial do SUS, e o acolhimento
é uma parte central desse processo, pois permite que o paciente seja tratado de
maneira integral e suas necessidades sejam devidamente ouvidas e atendidas,
utilizando os recursos disponíveis pelo sistema (BRASIL, 1990).
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O objetivo é proporcionar um tratamento humanizado ao paciente, explicando-lhe
o motivo pelo qual pode não ser atendido imediatamente, mas garantindo que
suas necessidades serão atendidas conforme a avaliação de risco.
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PROTOCOLO DE MANCHESTER: A
OTIMIZAÇÃO DA TRIAGEM MÉDICA
O Sistema de Triagem Manchester (STM) surgiu em Manchester, Inglaterra, no
ano de 1997, com o objetivo de estabelecer um tempo de espera adequado para
atendimento médico em unidades de urgência e emergência. Ao longo dos anos,
sua eficácia e reconhecimento internacional levaram à sua adoção em outros
países europeus, incluindo Espanha, Holanda e diferentes regiões do Reino Unido.
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O Sistema de Triagem de Manchester (STM) reconhece a possibilidade de
agravamento do quadro clínico do paciente enquanto aguarda avaliação médica,
razão pela qual a prioridade de atendimento pode ser reavaliada por uma segunda
análise. A definição dessa prioridade é baseada na queixa apresentada pelo
paciente, seguindo 52 fluxogramas para os diversos problemas médicos. Esses
fluxogramas consistem em discriminadores, classificados como gerais e
específicos. (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010)
Coutinho, Cecílio e Mota (2012) enfatizam que a triagem por meio do STM é um
processo dinâmico, podendo ser necessário reavaliar a prioridade clínica durante
o tempo de espera pelo atendimento médico, independentemente da gravidade
pré-estabelecida pelos fluxogramas.
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A implementação do Protocolo de Manchester otimiza o atendimento, pois em
questões de saúde, o tempo pode significar a diferença entre salvar uma vida e
perder um paciente. O sistema proporciona uma organização adequada das
prioridades, permitindo encaminhar pacientes para outras unidades médicas
próximas e compartilhar a demanda, o que reduz o risco clínico. (GRUPO
BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2010, p.1)
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
E ACOLHIMENTO
O enfermeiro desempenha um papel crucial no acolhimento e classificação de
risco, indo além dos conhecimentos técnicos e científicos para abranger
habilidades de liderança e senso crítico no cuidado. No Brasil, sua atuação nessa
área é regulamentada pelas portarias do Ministério da Saúde que regem os
serviços de urgência e emergência.
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De acordo com a resolução COFEN (2009), a classificação de risco e priorização
da assistência em serviços de urgência e emergência são atribuições exclusivas
do enfermeiro dentro da equipe de enfermagem.
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REFLEXÕES E SUGESTÕES PARA
IMPLEMENTAÇÃO DO ACOLHIMENTO E
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NOS
SERVIÇOS DE URGÊNCIA
Considerando a relevância do acolhimento com Classificação de Risco como uma
ferramenta para aprimorar a qualidade dos serviços de urgência e sua importância
na construção de redes de atenção, propomos algumas etapas para a
implementação desse processo no sistema de Urgência do SUS. Essas etapas
visam favorecer a participação e o envolvimento dos gestores, trabalhadores e
usuários, garantindo maior legitimidade e continuidade ao processo.
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Capacitação Técnica Multiprofissional: Proporcionar capacitação técnica,
incluindo suporte básico e avançado de vida, para todos os profissionais que
atuam na urgência, inclusive aqueles que não são da área da saúde, como
assistentes sociais, administrativos e porteiros.
Acesso e Demanda:
Como acontece o acesso do usuário ao atendimento no serviço?
Quem procura o serviço e como são feitos os encaminhamentos?
Quais critérios são adotados para a organização da atenção ao usuário?
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Relações de Trabalho e Ambiência:
Como são compostas as equipes de atendimento na unidade?
Existe trabalho em equipe multiprofissional e quais as dificuldades
encontradas?
Como são as relações de trabalho entre a equipe e os usuários/familiares?
Existem espaços de discussão entre gerentes e trabalhadores sobre os
processos de trabalho?
Qual é a participação dos trabalhadores e usuários nas mudanças do espaço
de trabalho?
Como é a ambiência do serviço e sua contribuição para o acolhimento?
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REFERÊNCIAS
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em serviços de urgência: desafios para a integralidade do cuidado. Texto &
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PAULA, MA; BARATTO, DM; CASSINI, MF. O acolhimento com classificação de
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