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Programa de Residência em Medicina de Emergência


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Programa de Residência em Medicina de Emergência

Programa da residência
Introdução
> Programa de Residência
em Medicina de Emergência O Brasil é um país com grandes diferenças sociais e com uma população majoritariamente usuária do
Sistema Único de Saúde (SUS). Garantir acesso a esse sistema dentro de realidades tão distintas é um desafio
> R1 constante de planejamento. O atendimento às Urgências e Emergências além de estratégico é um dos pilares
do SUS como parte do planejamento de saúde. Neste sentido, é fundamental definir o perfil do profissional
> R2 que ali irá trabalhar com as respectivas habilidades e competência.

O médico brasileiro sai da escola de medicina sem a experiência necessária para enfrentar os desafios que
> R3
este sistema necessita, principalmente no que tange a Urgência e Emergência. Este fato é reconhecido pela
própria Associação Brasileira de Escolas Médicas (ABEM), nas Recomendações para a matriz curricular – 10
anos das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina em seu capítulo 3 (A situação
do ensino de urgência e emergência nos cursos de graduação de medicina no Brasil – Fraga G et al), quando
refere: “…é muito importante que o egresso do curso médico tenha um conjunto de habilidades, competências
e atitudes que o tornem apto para um bom atendimento aos doentes nos diferentes cenários da urgência e
emergência, tanto traumáticas quanto não traumáticas”.

Neste contexto, se faz necessário preparar um médico qualificado para liderar o atendimento nos diferentes
níveis de gravidade em diversas áreas da medicina, tanto clínicas quanto cirúrgicas, incluindo desde o
atendimento pré-hospitalar ao atendimento intensivo. Necessita-se de um médico que atue alinhado com as
leis, portarias e diretrizes do sistema de saúde nacional e que compreenda o seu papel além das fronteiras
assistenciais. O atendimento às Urgências e Emergências apresenta-se cada vez mais desafiador tendo em
vista a evolução da própria medicina assim como a expectativa da sociedade atual, que estabelece novos
padrões de exigência, desfechos e tempos de resposta às demandas individuais. Cabe a este profissional
liderar as mudanças no atendimento visando responder a tais necessidades.

A responsabilidade estratégica do atendimento a Urgência e Emergência dentro dos sistemas de saúde


modernos levou a criação de programas de especialização em Medicina de Emergência em todo o mundo.
Essa especialidade tem formação própria e específica, com médicos formados em residência médica, via
ingresso direto, com duração de 3 a 7 anos. O Médico Emergencista tem experiência técnica e científica
assistencial generalista, para atender pacientes de alta a baixa complexidade. Além disso, são estes os
profissionais responsáveis pela organização e dimensionamento da rede de atendimento a Urgência e
Emergência. O estudo de gestão de serviços de emergência é parte curricular da formação do deste
profissional, habilitando-o a coordenar um serviço de emergência, planejar seu dimensionamento de acordo
com a população atendida e inseri-lo dentro da rede de atenção à saúde local.
O sistema de atendimento Pré-Hospitalar também necessita de um profissional que se sinta identificado e
confortável em atender e regular a imensa gama de situações clínicas e traumatológicas que este serviço
apresenta. A especialidade de Medicina de Emergência inclui o estudo das normas, especificações e
responsabilidades dos Serviços de atendimento Pré-Hospitalar, preparando o profissional para os desafios do
setor.

Outra área onde o Médico Emergencista se insere, dentro de um cenário multidisciplinar e multiprofissional, é
o atendimento a catástrofes. Por sua característica de transição entre fronteiras clinico-cirúrgicas, as
catástrofes que podem envolver problemas tão diversos como epidemias ou incêndios, colisões de
automóveis ou enchentes, e isso faz com que acabem sendo tratadas como problemas isolados. A Medicina
de Emergência contempla o treinamento em atendimento e prevenção de catástrofes, compreendendo que
necessitam de um escopo de resposta padrão, técnico e efetivo para aperfeiçoar resultados.

Experiência Internacional
A primeira Residência em Medicina de Emergência foi criada em 1970 na Universidade de Cincinatti, nos
Estados Unidos. No ano seguinte foi criado o primeiro Departamento de Medicina de Emergência em uma
faculdade de medicina, na University of Southern California. Em 1979, o American Board of Medical Specialties
criou oficialmente a especialidade nos Estados Unidos. Atualmente, existem programas de residência com
duração de três a quatro anos, de acesso direto ou como extensão de outras especialidades. Após o término
de um desses programas, o candidato ao título de emergencista deve ser aprovado em um exame realizado
pelo American Board of Emergency Medicine.

Na Austrália e na Nova Zelândia, a certificação de um médico emergencista pelo ACEM (Australasian College
for Emergency Medicine) requer um treinamento mínimo de sete anos. Já no Canadá, há duas rotas diferentes
para a formação do médico emergencista: (1) um programa de residência em Medicina de Emergência, de
acesso direto, com a duração de cinco anos, certificado pelo Royal College of Physicians and Surgeons of
Canada, e (2) um ano optativo para treinamento em emergência voltado para egressos da residência em
Medicina de Família, certificado pelo College of Family Physicians of Canada. Usualmente, os médicos
envolvidos em pequenos pronto-atendimentos e hospitais do interior, fizeram a segunda formação, enquanto
os integrantes do corpo clínico de centros terciários e acadêmicos optam pela primeira formação. No Reino
Unido e na Irlanda, o College of Emergency Medicine estabelece um exame para conceder a certificação de
Fellow of the College Of Emergency Medicine (FCEM). Para submeter-se ao exame, é necessário um
treinamento de seis anos.

Na América Latina, a Medicina de Emergência é uma especialidade reconhecida no México, Peru, Colômbia,
Venezuela, Chile, Panamá e Argentina.

Justificativa
Os Serviços de Emergência no Brasil costumam ser segmentados entre as especialidades de Clínica Médica,
Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia e Cirurgia Geral. Os pacientes são direcionados para as especialidades de
acordo com as queixas que possuem ao procurarem o atendimento. Nesse sistema, o paciente pode passar
em mais de uma especialidade, realizar exames e consultorias específicas, ser visto por diferentes médicos
dentro de cada área em diferentes turnos, até que tenha seu problema resolvido. Na imensa maioria das
emergências brasileiras não existe a disponibilidade de especialistas em tempo integral, fazendo necessário o
transporte do paciente a outra instituição, muitas vezes localizada em outro município, para que ocorra seu
atendimento. Todo esse processo e suas diferentes nuances leva tempo e custa caro. O atendimento é
fragmentado, os encaminhamentos são por vezes inadequados, e o paciente acaba correndo riscos
desnecessários dentro de um sistema que normalmente trabalha acima de sua real capacidade.

Nos hospitais universitários, essa visão de atendimento de Urgência e Emergência também treina o médico de
maneira fragmentada, incentivando a formação de especialistas e perpetuando a dinâmica explicitada no
parágrafo anterior. Além disso, há pouco ou nenhum treinamento no atendimento ao Trauma durante a
graduação ou mesmo nos programas de residência médica. Vale lembrar que essa patologia é a principal
causa de morbimortalidade na população economicamente ativa de nosso país.

A especialidade de Medicina de Emergência abrange o diagnóstico e o tratamento de qualquer paciente que


necessite cuidados diante de uma situação imprevista de uma doença aguda ou lesão que requeira
atendimento imediato. A razão da existência da Medicina de Emergência é, através do atendimento inicial
adequado, diminuir a morbidade e a mortalidade desses pacientes. A sua prática abrange desde os cuidados
pré-hospitalares até o atendimento hospitalar, requerendo conhecimentos de todas as especialidades
intimamente relacionadas a ela. Envolve um conhecimento e reconhecimento adequados de lesões e doenças
agudas, com ou sem risco de vida, seguidos de imediato tratamento e estabilização. Permite aperfeiçoar a
solicitação de consultorias, encaminhar, transportar ou liberar o paciente com critérios e cuidados bem
estabelecidos, minimizando os tempos de atendimento e os custos relacionados a este cuidado, além de
aumentar a segurança do paciente durante o processo.

Para o paciente, o treinamento em Medicina de Emergência gera um impacto positivo ao possibilitar uma
abordagem mais ampla de seus problemas e propiciar o atendimento por um profissional comprometido a
essa área de atuação. Para o médico que trabalha com Urgência e Emergência, o treinamento específico traz
uma maior habilidade e segurança na execução de procedimentos, tomada rápida de decisões, permite
dedicação exclusiva, aumenta a autoestima e diminui a possibilidade de erro.

Os Serviços de Emergência também se beneficiam com a presença de um médico treinado e dedicado ao


atendimento de Urgência e Emergência, um profissional disposto a melhorar seu ambiente de trabalho e
participar das decisões relacionadas ao sistema, atualizar diretrizes, agilizar fluxos, padronizar cuidados e
processos e melhorar indicadores.

O Sistema de Saúde, enfim, se beneficia, porque passa a contar com profissionais treinados especificamente
em atendimento a Urgência e Emergência, aptos a realizar atendimentos relacionados a diversas
especialidades médicas, somente encaminhando quando necessário e o fazendo de maneira adequada. A
formação do especialista em Medicina de Emergência leva a diminuição do número de internações, aumenta
as internações com diagnóstico e tratamento definitivo encaminhados, diminui a solicitação de exames,
culminando com diminuição de custos e aumento da efetividade do sistema.

Plano para o Brasil


Pelas razões acima expostas, as instituições abaixo discriminadas propõem o seu credenciamento para
desenvolver um Programa de Residência em Emergência com três anos de duração. Este programa visa
formar um profissional qualificado para atendimento das situações clínicas e traumáticas agudas de nossa
população e, especialmente, para liderar a organização dos serviços de Urgência e Emergência do Brasil. O
programa foi desenhado conforme as diretrizes adotadas pela Comissão Nacional de Residência Médica
(CNRM) e é embasado, também, na experiência bem-sucedida de dois programas já em funcionamento no
país: um no Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre (RS), há 18 anos; e outro no Hospital Massejana, em
Fortaleza (CE), há seis anos. Esta proposta foi elabora por membros representantes das seguintes
instituições:

a)       UFMG h)       Hospital Santa Marcelina

b)      UFRGS i)        HPS – Porto Alegre

c)       USP j)        Hospital Messejana de Fortaleza

d)      USP Ribeirão Preto k)       Universidade Federal de Ciências da Saúde de


Porto Alegre (UFCSPA)
e)      UNIFESP

f)        UNICAMP

g)       GHC (Hospital Conceição)

Minuta: PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE EMERGÊNCIA

 1- Acesso ao Programa:

– Seleção Pública, Análise de Currículo e Entrevista.


 

2- Duração Mínima:

– TRÊS anos: PPG1, PPG2, PPG3.

3- Número de vagas:

– Mínimo: duas vagas anuais para PPG1.

– O número máximo de residentes será de acordo com o volume e facilidades ofertadas pelo serviço.

4- Carga horária:

– 60 horas semanais de acordo com as recomendações da CNRM, incluindo férias de 30 dias.

5- Objetivos do profissional a ser formado:

– Aprofundar o conhecimento, habilidades e competências na área de Urgência e Emergência nos seus


diversos cenários.

– Desenvolver a capacidade de geração de conhecimentos dentro de quatro componentes: técnico, científico,


educacional e administrativo.

– Formação de líderes que possam influenciar e impactar no atendimento, gerenciamento e planejamento do


setor, incluindo a liderança da equipe multiprofissional.

6- Locais de treinamento

– Serviços de Emergência de Alta e Baixa complexidade.

– Serviço de Atendimento Móvel de Urgência / Pré-Hospitalar.

– Unidade de Terapia Intensiva (mínimo de dez leitos).

– Anestesiologia (Procedimentos anestésicos / centro cirúrgico / recuperação anestésica).

– Atendimento ao Trauma (unidade de emergência, terapia intensiva e enfermaria).

– Unidades de Pronto Atendimento.

– Unidade de Queimados.

– Centro de Controle de Intoxicações.

– Regulação Médica / Gestão.

7- Objetivos Cognitivos do Programa

No mínimo, DEZ por cento (10%) da carga horária deve ser destinada a atividades teóricas (aulas, seminários,
revisão de artigos, entre outros). O embasamento teórico prático deve abranger as principais situações
agudas em Emergência, tais como as listadas abaixo, mas não restritas a estas:

a. Ressuscitação cardiopulmonar.

b. Via Aérea Difícil.

c. Choque (séptico, hipovolêmico, cardiogênico).


d. Insuficiência respiratória aguda.

e. Ventilação mecânica Invasiva e Não Invasiva.

f. Sedação e analgesia.

g. Atendimento inicial ao politraumatizado.

h. Traumatismo Crânio-Encefálico.

i. Intoxicações exógenas.

j. Acidentes com animais peçonhentos.

k. Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico e Isquêmico.

l. Urgências hipertensivas.

m. Infarto Agudo do Miocárdio.

n. Síncope e Coma.

o. Insuficiência cárdica congestiva.

p. Arritmias cardíacas.

q. Distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos.

r. Aspectos éticos e legais do atendimento em Urgência e Emergência.

s. Noções básicas em gestão e administração de serviços de Urgência e Emergência.

t. Noções em metodologia científica para pesquisas em Urgência e Emergência.

u. Atendimento de catástrofes / desastres

8- Competências

a. Reconhecer as afecções agudas de pacientes atendidos em Unidades de Pronto Atendimento e


Emergências Hospitalares, bem como pelo atendimento Pré-Hospitalar, e implementar os respectivos
protocolos.

b. Estabelecer linhas de atendimento/cuidado em Urgência e Emergência.

c. Auxiliar no atendimento a pacientes com necessidades específicas.

d. Capacidade de autonomia e liderança.

e. Demonstrar capacidade de gerenciamento dos processos administrativos relacionados a todas as


instâncias de atendimento a Urgência e Emergência (gestão de custos, alocação de recursos humanos,
fluxos, etc).

9- Habilidades

Será requerido um conjunto mínimo de habilidades, a considerar:

a. Acesso Vascular periférico e central.

b. Sondagem Vesical e Naso/orogástrica.

c. Intubação traqueal – Oral e nasal.

d. Cricotireoidostomia.

e. Suporte Ventilatório Invasivo e Não Invasivo.

f. Punção liquórica.

g. Toracocentese, Pericardiocentese e Paracentese.

h. Drenagem torácica.

i. Instalação de Marcapasso Transitório.


j. Bloqueios anestésicos.

k. Suturas de ferimentos superficiais.

l. Identificação de alterações e doenças agudas maiores em exames de imagens (Ecografia, Rx, CT e/ou
RNM).

m. Apresentação de tema livre ou submissão de artigo em periódico.

10- Descrição das atividades

As atividades serão desenvolvidas nas unidades de atendimento a Urgência e Emergência e em outros locais,
conforme necessidade específica de treinamento.

Local Carga horária %

Unidades de Atendimento a Urgência e Emergência 50-70%

Pronto-Atendimento 10-20%

UTI 10-30%

Pré-Hospitalar 10-15%

Áreas Clínicas 20-30%

Trauma 10-15%

Gineco-Obstetrícia 5-10%

Emergência e Terapia Intensiva Pediátrica 10-15%

Opcional 5-10%

*Esta distribuição não pressupõe obrigatoriamente a divisão fixa em blocos.

11- Avaliação:

Será realizada a cada quatro ou seis meses, envolvendo os seguintes aspectos:

Atitudes

– Postura, comunicação, integração com a equipe

Conhecimentos e competências

– Domínio de conteúdos da área, protocolos

Habilidades

– Lista de aquisições

12- Ao final da residência, o profissional deverá ser capaz de:


a. Reconhecer, diagnosticar e tratar baseado nas melhores evidências científicas (protocolos) as principais
situações de Urgência e Emergência médicas.

b. Interpretar corretamente os exames de imagens usuais das principais situações de Urgência e


Emergência.

c. Executar os principais procedimentos de Urgência e Emergência.

d. Liderar a equipe médica e multiprofissional na área de Urgência e Emergência.

e. Entender o sistema de referenciamento hospitalar e organizar o serviço de atendimento em Urgência e


Emergência.

Sobre a residência Nossos residentes Centros participantes


Fale conosco R1 GRAU - Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e
História R2 Emergências
Coordenação R3 Hospital das Clínicas da FMUSP
Nossos residentes Ex-residentes Hospital Estadual Vila Alpina
Programa da residência Hospital Municipal Infantil Menino Jesus
Atividades didáticas e facilidades Hospital Universitário da USP
Programa da residência
Centros participantes Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP
Departamentos ou serviços Programa de Residência em Medicina de Emergência
R1
Protocolos e Diretrizes
R2
Coordenação
R3 Protocolo de Atendimento da Síndrome Hepatorrenal
Direção Protocolo de Síndrome Coronariana Aguda
Supervisão Via Aérea na Emergência
Coordenação Didática
Preceptores
Médicos assistentes - HCFMUSP
Coordenadores dos Estágios e Serviços

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© Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP

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