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INTRODUÇÃO

A capacitação necessária para atuar nas unidades de emergência é importante


para o exercício de enfermagem que lidam com pacientes em iminente risco de vida.
Wehbe e Galvão (2003) trazem os padrões da prática de enfermagem em emergência da
Associação Americana de Enfermagem (AAE), desde 1983, sendo definidos em três níveis
de competência: O primeiro requer competência mínima para o enfermeiro prestar
atendimento ao paciente traumatizado; no segundo o profissional necessita formação
específica em enfermagem em emergência e no último nível o enfermeiro deve ser
especialista em área bem delimitada e atuar no âmbito pré e intra-hospitalar.
A atuação de enfermeiros não especializados em unidades de emergência, uma
vez que a realidade vivenciada nas unidades dos hospitais do Brasil, que se percebe, é uma
contratação temporária de pessoal não obedecendo ao critério técnico para inserir os
profissionais nessas unidades de cuidados críticos, sendo essa prática uma medida de
caráter clientelista, que segundo Oliveira (2004), é uma prática repugnada e
antidemocrática de contratação pessoal.
Há mecanismos de contratação democráticos obedecendo aos níveis de
competência e em desacordo com as práticas clientelistas que são através de contratação
com requisitos pré-definidos, não deixando de exigir a qualificação profissional sob forma
de especialização e/ou cursos na área de enfermagem em emergência. Sendo assim, pode-
se ter uma assistência com profissionais capacitados para área. Entretanto o enfermeiro
bem capacitado, com recursos disponíveis e uma equipe em consonância com atividades e
trabalhando em harmonia tem condições de exercer seu papel com atuação assistida. Sendo
ele um profissional que tem seu valor e importância no exercício da prática em
emergência.
Para Wehbe e Galvão (2005), os enfermeiros em serviços de emergência
assistem o cliente juntamente com o médico; prepara e ministra medicações; viabiliza
execução de exames; realizam sondagens nasogástrica, nasoenteral e vesical; troca de
traqueostoma; curativos de maiores complexidade; preparar instrumentos para intubação;
analisa os sinais vitais e evoluem os clientes.
Nos últimos anos tem sido comum a população brasileira ter conhecimento,
através de estudos, pesquisas, informações e denúncias, que as condições de muitos

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hospitais públicos do país se confrontam com vários problemas de diferentes naturezas
relacionados às competências Profissionais.
A educação permanente se caracteriza como um processo educativo que
enfatiza a análise do cotidiano do trabalho, permitindo construir espaços coletivos para a
reflexão e a avaliação.
Percebe-se a relevância dessas práticas educativas, como dispositivos para a
análise das experiências dos sujeitos, com vistas ao fortalecimento da participação popular
e valorização de seus saberes (CECCIN 2005).
No Brasil, as iniciativas de educação permanente de trabalhadores na área de
saúde ganharam ênfase a partir do Sistema Único de Saúde (SUS) e as diretrizes
curriculares nacionais, nos anos 1990. Em 2004, já foi estabelecida uma política de
educação permanente em saúde, através da portaria GM/MS n° 198/04, como estratégia de
consolidação do SUS para capacitar trabalhadores em saúde por meio de um processo
permanente de educação. Esse processo objetiva a transformação das práticas técnicas e
sociais com um enfoque nas ações interdisciplinares e prática institucionalizada que busca
fortalecimento do trabalho em equipe, apropriação ativa dos saberes técnicos científicos e
mudanças institucionais (BRASIL, 2004).
A educação permanente é uma das ferramentas do processo de trabalho que o
enfermeiro utiliza para ampliação do conhecimento técnico científico indispensável à
assistência ao cliente de urgência e para aperfeiçoar as ações no que se refere à aplicação
dos saberes na assistência de enfermagem.
Portanto, a educação permanente colabora eficazmente para que o exercício
profissional do enfermeiro seja imprescindível para o saber técnico científico da equipe de
enfermagem, o que distingue a metodologia própria do ensino e aprendizagem.
O atendimento de urgência e emergência é essencial para manutenção da vida,
tornando-se necessário a capacitação e a educação permanente das equipes de saúde em
todos os âmbitos atenção. Recomenda-se ainda que os núcleos de educação em urgências,
devem se organizar como espaços de saber interinstitucional de formação continuada de
recursos humanos para urgência e emergência de caráter público ou privado (BRASIL,
2002).
A área de urgência e emergência constitui-se importante componente da
assistência à saúde. A crescente demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido
ao crescimento do número de acidentes de trânsito, da violência urbana e doenças de várias

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etiologias, sobretudo cardiovasculares, a insuficiente estruturação da rede são fatores que
tem contribuído decisivamente para sobrecarga de serviços de urgência e emergência
disponibilizados para o atendimento da população, transformando esta área numa das mais
problemáticas do sistema de saúde. Segundo a organização Pan-Americana de saúde, a
unidade de emergência é destinado a promover serviços de saúde requeridos com caráter
de urgência e emergência para prolongar a vida da vitima ou prevenir consequências
críticas. os quais devem ser proporcionados imediatamente (BRASIL, 2006).
Os serviços de urgência e emergência possuem características inerentes ao
acesso irrestrito; o número excessivo de pacientes; a extrema diversidade na gravidade no
quadro inicia: tendo-se pacientes críticos ao lado de pacientes mais estáveis: a escassez de
recursos: A sobrecarga da equipe de enfermagem; o número insuficiente de profissionais
na área de saúde; o predomínio de jovens profissionais; a fadiga; a supervisão na área de
saúde; a descontinuidade do cuidado e falta de valorização dos profissionais envolvidos.
Devem-se pontuar algumas características importantes como os profissionais do serviço
são contratados em caráter temporário em regime especial, com tempo máximo de um ano
prorrogando por mais um ano, e sempre acontecendo novas seleções com profissionais
inexperientes.
Para Brasil (2004), os processos de capacitação de recursos humanos da saúde
devem ser orientados pelas necessidades de saúde das pessoas e das populações, pelas
carências da gestão setorial e do controle social em saúde, voltando-se para a metamorfose
das práticas profissionais e organizacionais, quando equivocadas, reestruturando-as a partir
da problematização dos processos de trabalho.
Portanto, a educação permanente colabora eficazmente para que o exercício
profissional do enfermeiro seja imprescindível para o saber técnico científico da equipe de
enfermagem, o que distingue a metodologia própria do ensino e aprendizagem (BRASIL,
2009).

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DESENVOLVIMENTO

A atenção ao paciente em situações de urgência, emergência e em unidades de


terapia intensiva (UTI) é crucial para garantir um cuidado eficiente e salvar vidas. Na
urgência, a prontidão em avaliar e intervir rapidamente é essencial, visando estabilizar o
paciente. Já na emergência, que envolve risco iminente à vida, a tomada de decisões ágeis
e precisas se torna ainda mais crítica.
Nas UTIs, onde pacientes enfrentam condições graves, a atenção se concentra
na monitorização constante, administração de medicamentos e suporte vital. A equipe
multidisciplinar desempenha papel fundamental, integrando profissionais de diversas
especialidades para proporcionar cuidados abrangentes.
Comunicação efetiva, humanização e respeito aos direitos do paciente são
pilares fundamentais, mesmo em situações de extrema gravidade. Garantir o bem-estar
físico e emocional do paciente contribui para uma recuperação mais completa.
O uso de tecnologias avançadas, como monitores cardíacos e ventiladores
mecânicos, aprimora a precisão dos cuidados, enquanto a formação contínua dos
profissionais de saúde é essencial para manter padrões elevados de atendimento.
Em resumo, a atenção ao paciente em urgência, emergência e UTI demanda
prontidão, trabalho colaborativo, humanização e integração de tecnologias, visando
assegurar o melhor cuidado possível em momentos críticos de saúde.

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CONCLUSÃO

A atenção ao paciente crítico, abrangendo áreas como urgência, emergência e


unidades de terapia intensiva (UTI), representa um campo complexo e essencial na prática
da medicina. A interação entre esses componentes é crucial para proporcionar um cuidado
integral, buscando melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida dos pacientes em
situações de risco iminente.
Na esfera da urgência e emergência, a rapidez na tomada de decisões e a
eficiência na resposta a eventos agudos são determinantes para otimizar resultados.
Profissionais de saúde treinados e capacitados, aliados a protocolos bem estabelecidos, são
fundamentais nesse contexto. A atuação coordenada de equipes multidisciplinares, que
incluem médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais de saúde, contribui para uma
abordagem holística e integrada.
Ao adentrar o universo da UTI, a atenção ao paciente crítico atinge um patamar
mais intensivo e prolongado. A vigilância constante, monitoramento avançado e suporte
vital são características inerentes a esse ambiente. A tecnologia desempenha um papel
crucial, fornecendo ferramentas precisas para avaliação e intervenção. Nesse cenário, a
tomada de decisões baseada em evidências e a adaptação a situações dinâmicas são
habilidades essenciais.
A formação contínua dos profissionais de saúde é um pilar para a excelência no
cuidado ao paciente crítico. A atualização constante sobre as últimas práticas e avanços
científicos é imperativa para garantir um atendimento de qualidade. A simulação de
cenários de emergência e o treinamento prático são métodos eficazes para aprimorar as
habilidades clínicas e promover a confiança da equipe diante de situações desafiadoras.
A humanização do cuidado também merece destaque, mesmo em ambientes
tão intensivos. O paciente crítico, muitas vezes em condição vulnerável, beneficia-se de
uma abordagem que considere não apenas os aspectos fisiológicos, mas também os
emocionais e sociais. O suporte psicológico tanto para os pacientes quanto para suas
famílias é uma dimensão importante no processo de recuperação.
Em síntese, a atenção ao paciente crítico é uma jornada que exige
conhecimento técnico, habilidades interpessoais e um comprometimento inabalável com a
excelência clínica. A integração fluida entre os estágios de urgência, emergência e UTI cria
uma rede de cuidado robusta, capaz de lidar com uma variedade de cenários clínicos. Ao

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priorizar a formação profissional, a tecnologia avançada e a humanização do cuidado,
podemos aspirar a resultados mais positivos e satisfatórios no tratamento de pacientes em
estado crítico.

NOTAS EXPLICATIVAS

Na urgência e emergência, o objetivo principal é a avaliação rápida e


intervenção imediata. Isso inclui a estabilização de vias aéreas, controle de hemorragias e
tratamento de condições que ameaçam a vida. Profissionais nessas áreas precisam tomar
decisões rápidas e eficazes.
Já na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o cuidado é mais prolongado e
intensivo. Os pacientes na UTI geralmente têm necessidades complexas, como suporte
respiratório, monitoramento hemodinâmico e controle rigoroso de variáveis fisiológicas. A
equipe da UTI trabalha para prevenir complicações, responder a mudanças súbitas e
otimizar a recuperação do paciente.
A transição entre esses ambientes é crucial, garantindo uma continuidade
eficaz do tratamento. A coordenação entre equipes e uma compreensão profunda das
peculiaridades de cada contexto são fundamentais para proporcionar a melhor assistência
ao paciente crítico.

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REFERÊNCIAS

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