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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO

PACIENTE GRAVE
PROFESSORA: CAROLINE CARLA
 A assistência de enfermagem ao paciente criticamente enfermo é complexa e demanda
inúmeras atividades para o desenvolvimento do cuidado. A dinâmica entre os profissionais,
a condição dos pacientes e a utilização de inúmeras tecnologias exigem da enfermagem
conhecimentos de ordens diversas.
 O cuidado ao paciente grave, muitas vezes locado nos setores de emergência, requer dos
enfermeiros organização, registros adequados e conhecimento clínico, mediante a
complexidade do quadro em que um paciente criticamente enfermo encontra-se.
 A assistência de enfermagem implantada na emergência à pacientes críticos, requer
organização e eficiência, podendo ser viabilizada por instrumentos, desde que estes sejam
validados.

 Mediante a isso, o propósito da investigação é identificar os desafios e potencialidades da


implementação da SAE ao paciente crítico, internado no serviço de emergência.
 A demanda de trabalho de enfermagem tem sido relevante quando se busca aliar qualidade
e segurança da assistência e a otimização de recursos. Assim, índices de avaliação da
necessidade de assistência e da carga horária necessária, entre outros, são cada vez mais
utilizados como ferramentas assistencial e gerencial, voltadas para as necessidades dos
pacientes e para a organização do trabalho, e para calcular o quantitativo de profissionais
de enfermagem necessários para garantir boa qualidade da assistência na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI).
 A necessidade de se estimar carga de trabalho de enfermagem em UTI com o uso de
instrumentos de medida, específicos para os doentes críticos, atende às exigências legais,
uma vez que a assistência direta ao paciente deve ser prestada, privativamente, pelo
enfermeiro a “pacientes graves com risco de morte, bem como os cuidados de enfermagem
de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e
capacidade de tomar decisões imediatas”
 Constitui-se um direito do paciente receber assistência de qualidade, e a incumbência do
atendimento a pacientes críticos é do enfermeiro, portanto cabe às instituições de saúde
garantir o quantitativo de profissionais qualificados e adequados para atender às demandas
assistenciais.
 Enfermeiro: possui formação para atender pacientes de alta complexidade e com grande
dependência no leito. É responsável pela supervisão do grupo de técnicos e auxiliares de
enfermagem, assim como pela higienização e pelo controle das medicações e prescrições,
tendo papel assistencial fundamental.
 Técnico de enfermagem: responsável pelos cuidados integrais de enfermagem, incluindo
realização de procedimentos de higiene e monitoração dos sinais vitais e administração de
medicamentos, sempre sob supervisão de um enfermeiro.
Humanização em UTI

 Segundo a AMIB – Associação Médica Intensiva Brasileira (2004), humanizar a UTI


significa cuidar do paciente como um todo, englobando o contexto familiar e social. Esta
prática deve incorporar os valores, as esperanças, os aspectos culturais e as preocupações
de cada um. É um conjunto de medidas que engloba o ambiente físico, o cuidado dos
pacientes e seus familiares e as relações entre a equipe de saúde. Estas intervenções visam
sobretudo tornar efetiva a assistência ao indivíduo criticamente doente, considerando-o
como um todo bio-psico-sócio-espiritual.
 A essência da enfermagem intensivista não está no ambiente ou nos equipamentos
especiais, mas no processo de tomada de decisões, baseado na sólida compreensão das
condições fisiológicas e psicológicas do paciente.
 Para que haja humanização total em uma UTI, três diferentes aspectos devem ser
considerados (AMIB, 2004):
 O ambiente físico.
 O cuidado com o paciente e seus familiares;
 A atenção ao profissional da equipe;
 O Ambiente Físico na UTI
 Cores leves nas paredes e portas tornam o ambiente mais tranqüilo.
 Proporcionar ambiente calmo e silencioso, minimizando ao máximo os ruídos dos
equipamentos e da equipe.
 Presença de janelas, que permitam ver o azul do céu, a luz do sol e o verde das árvores.
 O Ambiente Físico na UTI
 Garantir bom espaço entre os leitos, para facilitar o trabalho dos profissionais, além de
maior privacidade para o paciente.
 Separar pacientes mais graves para que os conscientes não vejam ou ouçam as
intervenções que se processam ao seu redor, gerando menos ansiedade.
 O cuidado com o paciente e família.
 O envolvimento com o paciente e a família é um pré-requisito essencial para humanizar.
 Adotar comportamento de compaixão, solidariedade e ajuda, no sentido de promover o
bem, visando o bem-estar do paciente, à sua integridade moral e à sua dignidade como
pessoa. É a atitude de conversar, ouvir, tocar o paciente, identificá-lo pelo nome.
Reconhecê-lo como uma pessoa que está passando por uma fase difícil de doença,
necessitando de cuidados, além dos técnicos, com uma dose de sentimento.
O cuidado com o paciente e família

 Oferecer cadeira para acompanhantes, para que possam permanecer o mais tempo possível
com o paciente, evitando sentimentos como abandono e solidão. Oferecer informações e
conscientização dos familiares sobre a doença e o tratamento ao qual o paciente está sendo
submetido, avaliando suas necessidades e o grau de satisfação em relação aos cuidados
prestados.
Cuidado de enfermagem ao paciente grave

 É grande o número de pacientes que exigem cuidados intensivos que nem sempre este
estão restritos nas unidades intensivas e sim em outros setores dos hospitais, como:
emergências, enfermarias e ambulatórios. A assistência ao ser humano unidade bio, pisco,
social, espiritual, com suas necessidades básicas em seu ciclo saúde-doença-cuidado é
objetivo essencial da Assistência de Enfermagem.
 Os Enfermeiros devem estar preparados e aptos para manuseios e funcionamento de
equipamentos e qualificados cientificamente sob o ponto de vista cognitivo e de
habilidades para atender a um cliente crítico. Não podemos prever quando e como irá
acontecer o agravamento de uma condição clínica de um paciente e esta necessidade de
atendimento deverá ser prestada de imediato evitando disfunção de orgão vital, iatrogenias
e até mesmo a morte.
 O conselho Federal de Enfermagem normatiza em âmbito Nacional, a obrigatoriedade de
haver Enfermeiros em todas as unidades de serviços que desenvolvam ações de
enfermagem que envolva procedimentos de alta complexidade, comum na assistência a
pacientes críticos/potencialmente críticos. É responsabilidade privativa do Enfermeiro,
cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida os cuidados que
exijam conhecimentos cientifícos e tomadas de decisões imediatas e como integrante da
equipe de saúde. Compete ao Enfermeiro dirigir, coordenar planejar, prescrever, delegar,
supervisionar e avaliar as ações de Enfermagem de acordo com a necessidade e
dependência do paciente. O paciente grave será adequadamente assistido se for avaliado,
reconhecido e priorizados.
 A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de
perceber uma grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e
especifícas, pois o profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico,
emocional e espiritual a fim de atender os desafios de cuidar daqueles gravemente
enfermos. O objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio
fisiológico e emocional ao paciente. A estrutura e equipamentos de atendimento ao
paciente crítico/potencialmente crítico deverá constar da interdisciplinaridade e da
humanização, com enfoque nas necessidades do usuario, na integralidade assistêncial e no
respeito à participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a
paciente crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portária 1071 de 04/07/2005).
Monitorização Hemodinâmica

 A monitorização hemodinâmica é utilizada para diagnóstico, terapêutica, e até mesmo


fazer prognóstico com os dados obtidos. A finalidade é reconhecer e avaliar as possíveis
complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com terapia
adequada, prevenindo maiores complicações. A monitorização hemodinâmica não invasiva
vem aumentando nas unidades de cuidados críticos e centro cirúrgico. O objetivo principal
de utilizar a técnica não invasiva é reduzir as complicações associadas às técnicas de
monitorização hemodinâmica invasiva. A escolha do sistema de monitorização
hemodinâmica não invasiva dá-se por ser uma técnica menos invasiva, com facilidade no
manuseio, de menor custo e que em estados clínicos duvidosos pode ser confirmada por
exames complementares. Assim, asseguramos ao paciente a uma monitorização eficaz,
menos invasiva e prevenindo até mesmo uma infecção.
 A monitorização hemodinâmica não invasiva consiste em:
 Pressão arterial não invasiva: que é a verificação da Pressão Arterial, através do método
escutatório, com esfigmomanômetro e estetoscópio, ou através do método automatizado
que tem como base a medida da pressão arterial através de curvas de medidas, realizada
por software validado para tal fim.
 Frequência cardíaca: que é a verificação dos batimentos cardíacos, representada pelo
número de vezes que o coração bate por minuto.
 Temperatura: mensuração da temperatura corporal através dos termômetros. Essa pode ser
mensurada de três maneiras: a temperatura retal e neste caso o valor obtido é um grau
Celsius acima da temperatura axilar; a temperatura central, que pode ser obtida com
termômetro esofágico, cateter de pressão intracraniana com dispositivo de temperatura e
também com cateter de artéria pulmonar através da termodiluição.
 Frequência respiratória: é mensurada através da observação da expansão torácica contando
o número de inspirações por um minuto.
 Oximetria de pulso: é a mensuração da saturação de oxigênio da hemoglobina arterial e o
pulso cardíaco. Vem otimizando os cuidados com o paciente e minimizando o potencial de
episódios de hipóxia.
Como monitorização hemodinâmica não
invasiva específica temos:
 Capnografia: é o registro do gás carbônico no final da expiração. Os capnógrafos analisam
e registram a pressão parcial de co2 durante o ciclo respiratório por um sensor aplicado nas
vias áreas do paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada
por um sensor.
 Monitorização eletrocardiográfica: através do eletrocardiograma, para detecção de
arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do marca-passo e
distúrbios eletrolíticos graves.
 Pressão arterial invasiva: A pressão por este método é medida através de um cateter
introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna liquida. A medida da pressão é
obtida através do transdutor de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica,
diastólica e média.
 - Pressão Venosa Central (PVC): mensura à pré-carga do ventrículo direito (VD), ou seja, a
capacidade de enchimento do ventrículo direito ao final da diástole. Para a mensuração da
PVC, é necessário o posicionamento de um cateter em veia central (veia cava superior),
comumente utilizando-se de punção percutânea de veia subclávia ou veia jugular interna. É
checado radiologicamente para certificar-se que o cateter esteja bem posicionado e não
esteja dentro do átrio direito. Pode-se utilizar para a mensuração da PVC, um manômetro
de água graduado em cm ou um transdutor eletrônico calibrado em mmHg. Espera-se que
haja oscilação da coluna d'água ou do gráfico no monitor, acompanhando os movimentos
respiratórios do paciente valores normais: 6 a 10 cm de água; - 3 a 6 mmHg.
 Pressão Artéria Pulmonar (PAP): O tratamento do paciente crítico envolve a monitorização
e a avaliação hemodinâmica. O cateter de Swan-Ganz, ou cateter de artéria pulmonar,
1960, Dr. Swan criou um cateter que permitia aferir as pressões cardíacas direita e
esquerda, porém houve muita dificuldade na passagem do cateter até a artéria pulmonar,
causando algumas complicações nos pacientes como arritmia e até perfuração do
miocárdio. Algum tempo depois, Dr. Swan teve a ideia de colocar um balonete na ponta,
diminuindo a densidade do cateter e melhorando sua passagem, alcançando a artéria
pulmonar. Após mais alguns anos, Dr. Ganz sugeriu a ideia de um termostato na ponta do
cateter permitindo a mensuração do débito cardíaco, tornando-se o cateter que utilizamos
atualmente.
 Os principais objetivos da monitorização da artéria pulmonar são:
 - Avaliar a função ventricular direita ou esquerda.
 - Monitorizar as mudanças do estado hemodinâmico.
 - Orientar a terapêutica com agentes farmacológicos e não farmacológicos e fornecer dados
indicativos de prognóstico.
Transporte do paciente grave

 Define-se transporte intra-hospitalar como a transferência temporária ou definitiva de


pacientes por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar.
 Define-se transporte inter-hospitalar como a transferência de pacientes entre unidades não
hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências, unidades de
diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que funcionem como bases de
estabilização para pacientes graves ou como serviços de menor complexidade, de caráter
público ou privado.
 O ato de transportar deve reproduzir a extensão da unidade de origem do paciente,
tornando-o seguro e eficiente, sem expor o paciente a riscos desnecessários, evitando,
assim, agravar seu estado clínico.
Segurança e contraindicações

 Considera-se o transporte seguro quando:


 1. A equipe multidisciplinar responsável pelo paciente sabe quando fazê-lo e como realizá-
lo, ou seja, deve haver indicação para o deslocamento e, principalmente, planejamento
para fazê-lo.
 2. Se assegura a integridade do paciente, evitando o agravamento de seu quadro clínico.
 3. Há treinamento adequado da equipe envolvida, desenvolvendo habilidade no
procedimento.
 4. Há uma rotina operacional para realizá-lo.
 São consideradas contraindicações para o transporte de pacientes:
 1. Incapacidade de manter oxigenação e ventilação adequadas durante o transporte ou
durante a permanência no setor de destino.
 2. Incapacidade de manter performance hemodinâmica durante o transporte ou durante a
permanência no setor de destino pelo tempo necessário.
 3. Incapacidade de monitorar o estado cardiorrespiratório durante o transporte ou durante
a permanência no setor de destino pelo tempo necessário.
 4. Incapacidade de controlar a via aérea durante o transporte ou durante a permanência no
setor de destino pelo tempo necessário.
 5. Número insuficiente de profissionais treinados para manter as condições acima
descritas, durante o transporte ou durante a permanência no setor de destino (p. ex. médico,
enfermeira, fisioterapeuta).
Medicamentos utilizados em UTI

 Opióides
Os opióides são agonistas dos receptores opióides encontrados nos neurônios de algumas
zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino. Os receptores opióides
são importantes na regulação normal da sensação da dor. A sua modulação é feita pelos
opióides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e as encefalinas, que são
neurotransmissores.
Principais opióides

 Morfina (analgésico entorpecente) Indicação:


Dor intensa, sedação pré-operatória e adjuvante da anestesia, dor associada ao enfarto do
miocárdio, tratamento adjuvante do EAP, tosse convulsiva (ICC).
Cuidados de enfermagem:
Durante a terapia, monitore a função renal, PA, eletrocardiográfica e frequência respiratória;
VO: os comprimidos não devem ser mastigados ou macerados;
IV: administre lentamente para evitar reações adversas: dilua 2-10mg em 5 ml de água
destilada e infunda além de 4 min; contínua: concentração de 0,1 – 1mg/ml.
Atentar para sinais de euforia, alteração de comportamento, registrando tais alterações e
atentando para agressividade;
Atentar para alterações gastrointestinais, de pele e sistêmicas;
Indagar sobre o paciente ser portador de IAM e hipertensão arterial.
 Fentanil (analgésico-narcótico)
 Indicações: Consiste em sedação, analgesia principalmente em intervenção cirúrgica.
 Cuidados de enfermagem:
 Atentar para sinais de alteração de comportamento: registrar escala de sedação de Ramsey;
 Registrar momento do início da administração da sedação e da suspensão do fármaco;
 Atentar para alterações gastrointestinais;
 Manter cliente em monitorização de pressão arterial, eletrocardiográfica e frequência
respiratória;
 Atentar para alterações em pele e sistêmicas;
 Indagar sobre o cliente ser portador de IAM e depressão grave e miastenia grave.
 Tramadol (analgésico entorpecente)
 Indicação: Tramadol é indicado para dor de intensidade moderada a grave, de caráter
agudo, subagudo e crônico.
 Cuidados de enfermagem:
 Durante a terapia monitore frequentemente a função intestinal;
 Exames laboratoriais: o medicamento pode causar aumento da creatinina sérica, elevação
das enzimas hepáticas e diminuição de hemoglobina e proteinúria;
 Superdosagem e Toxidade: a superdosagem pode causar depressão respiratória e
convulsões;
 VO: a medicação pode ser administrada sem alimentos.
 Benzodiazepnicos
 As benzodiazepinas são um grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos,
hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade
anticonvulsionante.
 A capacidade de causar depressão no SNC deste grupo de fármacos é limitada, todavia, em
doses altas podem levar ao coma. Não possuem capacidade de induzir anestesia, caso
utilizados isoladamente.
 Midazolan (hipnótico)
 Indicações: Sedação, indução de amnésia, convulsões.

 Cuidados de enfermagem:
 Atentar para alteração do nível de consciência;
 Atentar para sinais de agitação psicomotora;
 Manter cliente em monitoração de pressão de PA, eletrocardigráfica e frequência respiratória;
 Registrar início e retirada da droga;
 Indagar sobre o cliente ser portador de miastenia e insuficiência renal ou hepática;
 Realizar auxílio durante deambulação para prevenir quedas;
 IV: uso exclusivo hospitalar; a medicação deve ser administrada somente sob supervisão
médica e mediante emprego de medidas de apoio, nos casos de insuficiência
cardiorespiratória.
 Medicamentos vasoativos
 Drogas vasoativas são aquelas que atuam sobre o coração e os vasos.
 Amiodarona (antiarrítmico)
 Indicação: Arritmias supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte
súbita; Fibrilação atrial.
 Cuidados de Enfermagem:
 No início da terapia ou durante o ajuste da dose, monitore: PA, FC diante de qualquer
alteração, comunique o médico;
 Durante a terapia monitore: função pulmonar, funções tireoideanas e hepática.
 VO: medicação deve ser administrada durante as refeições para diminuir a intolerância
gastrointestinal (GI);
 IV: durante a infusão, monitore a Função cardíaca;
 Não administrar a medicação em casos de bradicardia, bloqueio atrioventricular, bloqueio
sinoatrial;
 Registrar características da função intestinal;
 Incentivar aceitação da dieta;
 Registrar aspecto da coloração da pele, atentar para cefaléia e artralgia;
 Evitar exposição da medicação a luz solar.
 Dobutamina
 Indicação: Choques de origem cardiogênico ou em ocasiões em que o comprometimento
cardiogênico se fizer presente; Insuficiência cardíaca congestiva; Baixo débito cardíaco;
 Tratamento em curto prazo da insuficiência cardíaca descompensada, após cirurgia
cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio;
 Cuidados de enfermagem:
 Durante a terapia, monitore: PA, ECG, fluxo urinário, débito cardíaco, PVC, pressão
sanguínea pulmonar e pressão dos capilares pulmonares;
 VO: medicação deve ser administrada após as refeições;
 IV ou SC: durante a administração da droga, deve-se evitar o seu extravasamento, diante
dessa ocorrência, uma necrose poderá ser prevenida pela imediata infiltração de 10-15 ml
de cloreto de sódio 0,9% contendo 5-10mg de fentolamina;
 IM ou SC: de acordo com as circunstâncias clínicas, o sulfato de efedrina poderá ser
administrado por essas vias.
 Dolantina
 Indicações: Dolantina está indicada nos estados de dor e espasmos de várias etiologias,
tais como: infarto agudo do miocárdio, glaucoma agudo, pós-operatórios, dor consequente
à neoplasia maligna, espasmos da musculatura lisa do trato gastrintestinal, biliar,
urogenital e vascular, rigidez e espasmos do orifício interno do colo uterino durante
trabalho de parto e tetania uterina. Dolantina pode ser empregada ainda como pré-
anestésico ou como terapia de apoio ao procedimento anestésico.
 Cuidados de enfermagem:
 Observar melhora quadros álgicos e comunicar equipe médica;
 Informar que tabagismo e álcool podem aumentar concentração da droga durante
tratamento;
 Produto não pode ser tomado por mais de 10 dias;
 Orientar não ingerir produto depois das refeições com alto teor de gordura;
 Informar paciente durante aplicação IV, pode ter taquicardia.
 Dopamina (cardiotônico não digitálico)
 Indicação: Choque séptico, cardiogênico e baixo fluxo renal; disfunção miocárdica e
baixo fluxo. Após PCR: indicação para ocasionar hipertensão transitória, melhorando a
perfusão cerebral.
 Cuidados de enfermagem:
 A medicação deve ser administrada exatamente conforme recomendado;
 Durante a terapia monitore: PA, ECG, PVC, débito e frequência cardíaca, balanço hídrico,
cor e temperatura das extremidades e diante de um aumento desproporcional da PA
diastólica, reduza o fluxo da infusão e acione o enfermeiro e ou médico;
 IV: dilua em soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5%, infunda em uma veia de grosso
calibre;
 Não administrar juntamente com soluções alcalinas (bicarbonato de sódio);
 Solução deve ser trocada a cada 2hs;
 Atentar para cefaléia, tonteira, náuseas, tremores e ansiedade;
 Noradrenalina
 Indicação: Choque distributivo (séptico), choque cardiogênico, IAM, insuficiência
coronariana e aumento da perfusão renal (baixas doses).
 Cuidados de enfermagem:
 Observar e registrar frequência cardíaca, PA;
 Registrar traçado eletrocardigráfico no momento da administração do fármaco;
 Observar sinais de palidez cutâneo-mucosa, tremores musculares e náusea;
 Indagar sobre o cliente ser portador de glaucoma, angina pectoris e aterosclerose;
 Registrar glicemia capilar e dosagens de hormônios tireoidianos;
 Administrar medicação o mais proximal possível da inserção venosa
 Não administrar em veia periférica.
Critérios de Elegibilidade - UTI
 São critérios de elegibilidade para admissão em UTI:
 I - Pacientes com doença pulmonar ou de vias respiratórias nas seguintes condições:
 a) Necessidade de ventilação mecânica invasiva ou não-invasiva em pacientes agudamente
enfermos;
 b) Doença pulmonar, com risco de falência respiratória e/ou obstrução de vias aéreas;
 c) Necessidade de suplementação de oxigênio acima de 40% para manter SpO2> 92%;
 d) Traqueostomia recente (< 48h), com ou sem ventilação mecânica;
 e) Lesão de vias aéreas superiores ou inferiores, espontânea ou não, com possibilidade de
instabilidade hemodinâmica ou respiratória;
 f) Hemoptise maciça que não preencha as indicações anteriores;
 g) Tromboembolismo pulmonar com instabilidade respiratória ou hemodinâmica.
 II - Pacientes com doença cardiovascular nas seguintes condições:
 a) Choque de qualquer etiologia ou necessidade de suporte hemodinâmico ou outros
fármacos vasoativos parenterais;
 b) Pós-ressuscitação cardiopulmonar;
 c) Síndrome coronariana ou aórtica aguda;
 d) Arritmias cardíacas que ameacem a vida, ou que tenham necessidade de cardioversão
elétrica ou uso de marcapasso;
 e) Insuficiência cardíaca, independente de função sistólica, com risco iminente de
insuficiência respiratória ou necessidade de suporte hemodinâmico;
 f) Necessidade de monitorização invasiva de pressão arterial ou pressão venosa;
 g) Pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos intratorácicos, cardiovasculares ou
endovasculares eletivos ou de urgência, que tenham atual ou potencial comprometimento
hemodinâmico, respiratório ou alto risco de sangramento maciço;
 h) Emergências hipertensivas.
 III - Pacientes com doença neurológica nas seguintes condições:
 a) Convulsões não responsivas ao tratamento ou com necessidade de infusão contínua de drogas
anticonvulsivantes;
 b) Inflamação aguda ou infecções meníngeas, cerebrais ou medulares graves ou com déficit
neurológico progressivo;
 c) Acometimento agudo e grave do sensório, com risco de broncoaspiração;
 d) Traumatismo crânio-encefálico moderado a grave com escala de coma de Glasgow < 13 ou
tomografia computadorizada com alterações traumáticas agudas;
 e) Disfunção neuromuscular progressiva com alteração do sensório ou com risco iminente de depressão
ventilatória;
 f) Sinais de hipertensão intracraniana;
 g) Após procedimentos neurocirúrgicos com necessidade de monitorização invasiva;
 h) Pré-operatório de neurocirurgia com deteriorização neurológica;
 i) Sinais de compressão medular;
 j) Acidente vascular encefálico ou medular agudo de qualquer tipo, incluindo hemorragia
subaracnoidéa aguda;
 k) Coma metabólico, tóxico ou anóxico agudo;
 l) Paciente em protocolo de morte encefálica.
 IV - Pacientes com doença oncológica ou hematológica instável ou sangramento ativo, nas
seguintes condições:
 a) Coagulopatia grave;
 b) Pacientes com citopenia grave com sangramento ativo ou comprometimento
hemodinâmico ou respiratório;
 c) Síndrome de Lise Tumoral;
 d) Plasmaférese ou citoaférese em pacientes instáveis;
 e) Protocolo de transplante de medula óssea.
 V - Pacientes com doenças endócrinas e/ou alterações metabólicas ou eletrolíticas de
grande descompensação aguda ou crônica agudizada, que causem risco ou instabilidade
hemodinâmica ou respiratória, nas seguintes condições:
 a) Cetoacidose diabética ou estadohiperosmolar;
 b) Crise tireotóxica ou mixedematosa;
 c) Distúrbios eletrolíticos.

 VI - Pacientes com doença gastrointestinal instável, nas seguintes condições:


 a) Sangramento gastrointestinal grave e agudo;
 b) Insuficiência hepática aguda levando ao coma, instabilidade hemodinâmica ou
respiratória;
 c) Pancreatite aguda grave;
 d) Perfuração de víscera oca.
 VII - Pacientes em pós-operatório necessitando monitorização ou suporte ventilatório ou
requerendo intenso cuidado multidisciplinar, nas seguintes condições:
 a) Cirurgias de grande porte;
 b) Cirurgias de médio porte com instabilidade hemodinâmica ou risco de falência
respiratória ou de perviedade de vias aéreas;
 c) Cirurgias de médio porte em portadores de comorbidades;
 d) Transplante de órgãos intracavitários;
 e) Politrauma com instabilidade hemodinâmica ou neurológica;
 f) Grande perda de sangue pré ou pós-operatório imediato.
 VIII - Pacientes com doença renal instável, nas seguintes condições:
 a) Insuficiência renal com necessidade de terapia dialítica ou que preencha critérios de
 admissão hidroeletrolítico ou cardiovascular;
 b) Rabdomiólise aguda com insuficiência renal.

 IX - Doenças de outros sistemas ou vários sistemas:


 a) Intoxicação exógena com risco de descompensação;
 b) Disfunção de múltiplos órgãos;
 c) Hipertermia maligna;
 d) Grande queimado ou queimadura com risco de comprometimento respiratório;
 e) Hipotermia levando a instabilidade;
 f) Acidentes elétricos ou ambientais;
 g) Sepse com critérios de gravidade;
 h) Quase-afogamento com instabilidade ou afogamento.
 Os critérios de alta da Unidade de Terapia Intensiva UTI são os descritos para elegibilidade
em Unidade de Cuidados Intermediários UCI, entretanto, na impossibilidade de
implementação do cuidado progressivo entre UTI e UCI, devido à inexistência da Unidade
de Cuidados Intermediários - Adulto na instituição, os critérios de alta da UCI passam a ser
os critérios de alta da UTI.

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