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PACIENTE GRAVE
PROFESSORA: CAROLINE CARLA
A assistência de enfermagem ao paciente criticamente enfermo é complexa e demanda
inúmeras atividades para o desenvolvimento do cuidado. A dinâmica entre os profissionais,
a condição dos pacientes e a utilização de inúmeras tecnologias exigem da enfermagem
conhecimentos de ordens diversas.
O cuidado ao paciente grave, muitas vezes locado nos setores de emergência, requer dos
enfermeiros organização, registros adequados e conhecimento clínico, mediante a
complexidade do quadro em que um paciente criticamente enfermo encontra-se.
A assistência de enfermagem implantada na emergência à pacientes críticos, requer
organização e eficiência, podendo ser viabilizada por instrumentos, desde que estes sejam
validados.
Oferecer cadeira para acompanhantes, para que possam permanecer o mais tempo possível
com o paciente, evitando sentimentos como abandono e solidão. Oferecer informações e
conscientização dos familiares sobre a doença e o tratamento ao qual o paciente está sendo
submetido, avaliando suas necessidades e o grau de satisfação em relação aos cuidados
prestados.
Cuidado de enfermagem ao paciente grave
É grande o número de pacientes que exigem cuidados intensivos que nem sempre este
estão restritos nas unidades intensivas e sim em outros setores dos hospitais, como:
emergências, enfermarias e ambulatórios. A assistência ao ser humano unidade bio, pisco,
social, espiritual, com suas necessidades básicas em seu ciclo saúde-doença-cuidado é
objetivo essencial da Assistência de Enfermagem.
Os Enfermeiros devem estar preparados e aptos para manuseios e funcionamento de
equipamentos e qualificados cientificamente sob o ponto de vista cognitivo e de
habilidades para atender a um cliente crítico. Não podemos prever quando e como irá
acontecer o agravamento de uma condição clínica de um paciente e esta necessidade de
atendimento deverá ser prestada de imediato evitando disfunção de orgão vital, iatrogenias
e até mesmo a morte.
O conselho Federal de Enfermagem normatiza em âmbito Nacional, a obrigatoriedade de
haver Enfermeiros em todas as unidades de serviços que desenvolvam ações de
enfermagem que envolva procedimentos de alta complexidade, comum na assistência a
pacientes críticos/potencialmente críticos. É responsabilidade privativa do Enfermeiro,
cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida os cuidados que
exijam conhecimentos cientifícos e tomadas de decisões imediatas e como integrante da
equipe de saúde. Compete ao Enfermeiro dirigir, coordenar planejar, prescrever, delegar,
supervisionar e avaliar as ações de Enfermagem de acordo com a necessidade e
dependência do paciente. O paciente grave será adequadamente assistido se for avaliado,
reconhecido e priorizados.
A equipe de Enfermagem deve ter base de conhecimentos que facilite a capacidade de
perceber uma grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e
especifícas, pois o profissional atual deve ser o mais auto realizado possível: físico,
emocional e espiritual a fim de atender os desafios de cuidar daqueles gravemente
enfermos. O objetivo da Assistência de Enfermagem é sempre promover equilíbrio
fisiológico e emocional ao paciente. A estrutura e equipamentos de atendimento ao
paciente crítico/potencialmente crítico deverá constar da interdisciplinaridade e da
humanização, com enfoque nas necessidades do usuario, na integralidade assistêncial e no
respeito à participação efetiva dos diferentes profissionais envolvidos na atenção a
paciente crítico/potencialmente crítico. (Ministério da saúde Portária 1071 de 04/07/2005).
Monitorização Hemodinâmica
Opióides
Os opióides são agonistas dos receptores opióides encontrados nos neurônios de algumas
zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino. Os receptores opióides
são importantes na regulação normal da sensação da dor. A sua modulação é feita pelos
opióides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e as encefalinas, que são
neurotransmissores.
Principais opióides
Cuidados de enfermagem:
Atentar para alteração do nível de consciência;
Atentar para sinais de agitação psicomotora;
Manter cliente em monitoração de pressão de PA, eletrocardigráfica e frequência respiratória;
Registrar início e retirada da droga;
Indagar sobre o cliente ser portador de miastenia e insuficiência renal ou hepática;
Realizar auxílio durante deambulação para prevenir quedas;
IV: uso exclusivo hospitalar; a medicação deve ser administrada somente sob supervisão
médica e mediante emprego de medidas de apoio, nos casos de insuficiência
cardiorespiratória.
Medicamentos vasoativos
Drogas vasoativas são aquelas que atuam sobre o coração e os vasos.
Amiodarona (antiarrítmico)
Indicação: Arritmias supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte
súbita; Fibrilação atrial.
Cuidados de Enfermagem:
No início da terapia ou durante o ajuste da dose, monitore: PA, FC diante de qualquer
alteração, comunique o médico;
Durante a terapia monitore: função pulmonar, funções tireoideanas e hepática.
VO: medicação deve ser administrada durante as refeições para diminuir a intolerância
gastrointestinal (GI);
IV: durante a infusão, monitore a Função cardíaca;
Não administrar a medicação em casos de bradicardia, bloqueio atrioventricular, bloqueio
sinoatrial;
Registrar características da função intestinal;
Incentivar aceitação da dieta;
Registrar aspecto da coloração da pele, atentar para cefaléia e artralgia;
Evitar exposição da medicação a luz solar.
Dobutamina
Indicação: Choques de origem cardiogênico ou em ocasiões em que o comprometimento
cardiogênico se fizer presente; Insuficiência cardíaca congestiva; Baixo débito cardíaco;
Tratamento em curto prazo da insuficiência cardíaca descompensada, após cirurgia
cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio;
Cuidados de enfermagem:
Durante a terapia, monitore: PA, ECG, fluxo urinário, débito cardíaco, PVC, pressão
sanguínea pulmonar e pressão dos capilares pulmonares;
VO: medicação deve ser administrada após as refeições;
IV ou SC: durante a administração da droga, deve-se evitar o seu extravasamento, diante
dessa ocorrência, uma necrose poderá ser prevenida pela imediata infiltração de 10-15 ml
de cloreto de sódio 0,9% contendo 5-10mg de fentolamina;
IM ou SC: de acordo com as circunstâncias clínicas, o sulfato de efedrina poderá ser
administrado por essas vias.
Dolantina
Indicações: Dolantina está indicada nos estados de dor e espasmos de várias etiologias,
tais como: infarto agudo do miocárdio, glaucoma agudo, pós-operatórios, dor consequente
à neoplasia maligna, espasmos da musculatura lisa do trato gastrintestinal, biliar,
urogenital e vascular, rigidez e espasmos do orifício interno do colo uterino durante
trabalho de parto e tetania uterina. Dolantina pode ser empregada ainda como pré-
anestésico ou como terapia de apoio ao procedimento anestésico.
Cuidados de enfermagem:
Observar melhora quadros álgicos e comunicar equipe médica;
Informar que tabagismo e álcool podem aumentar concentração da droga durante
tratamento;
Produto não pode ser tomado por mais de 10 dias;
Orientar não ingerir produto depois das refeições com alto teor de gordura;
Informar paciente durante aplicação IV, pode ter taquicardia.
Dopamina (cardiotônico não digitálico)
Indicação: Choque séptico, cardiogênico e baixo fluxo renal; disfunção miocárdica e
baixo fluxo. Após PCR: indicação para ocasionar hipertensão transitória, melhorando a
perfusão cerebral.
Cuidados de enfermagem:
A medicação deve ser administrada exatamente conforme recomendado;
Durante a terapia monitore: PA, ECG, PVC, débito e frequência cardíaca, balanço hídrico,
cor e temperatura das extremidades e diante de um aumento desproporcional da PA
diastólica, reduza o fluxo da infusão e acione o enfermeiro e ou médico;
IV: dilua em soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5%, infunda em uma veia de grosso
calibre;
Não administrar juntamente com soluções alcalinas (bicarbonato de sódio);
Solução deve ser trocada a cada 2hs;
Atentar para cefaléia, tonteira, náuseas, tremores e ansiedade;
Noradrenalina
Indicação: Choque distributivo (séptico), choque cardiogênico, IAM, insuficiência
coronariana e aumento da perfusão renal (baixas doses).
Cuidados de enfermagem:
Observar e registrar frequência cardíaca, PA;
Registrar traçado eletrocardigráfico no momento da administração do fármaco;
Observar sinais de palidez cutâneo-mucosa, tremores musculares e náusea;
Indagar sobre o cliente ser portador de glaucoma, angina pectoris e aterosclerose;
Registrar glicemia capilar e dosagens de hormônios tireoidianos;
Administrar medicação o mais proximal possível da inserção venosa
Não administrar em veia periférica.
Critérios de Elegibilidade - UTI
São critérios de elegibilidade para admissão em UTI:
I - Pacientes com doença pulmonar ou de vias respiratórias nas seguintes condições:
a) Necessidade de ventilação mecânica invasiva ou não-invasiva em pacientes agudamente
enfermos;
b) Doença pulmonar, com risco de falência respiratória e/ou obstrução de vias aéreas;
c) Necessidade de suplementação de oxigênio acima de 40% para manter SpO2> 92%;
d) Traqueostomia recente (< 48h), com ou sem ventilação mecânica;
e) Lesão de vias aéreas superiores ou inferiores, espontânea ou não, com possibilidade de
instabilidade hemodinâmica ou respiratória;
f) Hemoptise maciça que não preencha as indicações anteriores;
g) Tromboembolismo pulmonar com instabilidade respiratória ou hemodinâmica.
II - Pacientes com doença cardiovascular nas seguintes condições:
a) Choque de qualquer etiologia ou necessidade de suporte hemodinâmico ou outros
fármacos vasoativos parenterais;
b) Pós-ressuscitação cardiopulmonar;
c) Síndrome coronariana ou aórtica aguda;
d) Arritmias cardíacas que ameacem a vida, ou que tenham necessidade de cardioversão
elétrica ou uso de marcapasso;
e) Insuficiência cardíaca, independente de função sistólica, com risco iminente de
insuficiência respiratória ou necessidade de suporte hemodinâmico;
f) Necessidade de monitorização invasiva de pressão arterial ou pressão venosa;
g) Pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos intratorácicos, cardiovasculares ou
endovasculares eletivos ou de urgência, que tenham atual ou potencial comprometimento
hemodinâmico, respiratório ou alto risco de sangramento maciço;
h) Emergências hipertensivas.
III - Pacientes com doença neurológica nas seguintes condições:
a) Convulsões não responsivas ao tratamento ou com necessidade de infusão contínua de drogas
anticonvulsivantes;
b) Inflamação aguda ou infecções meníngeas, cerebrais ou medulares graves ou com déficit
neurológico progressivo;
c) Acometimento agudo e grave do sensório, com risco de broncoaspiração;
d) Traumatismo crânio-encefálico moderado a grave com escala de coma de Glasgow < 13 ou
tomografia computadorizada com alterações traumáticas agudas;
e) Disfunção neuromuscular progressiva com alteração do sensório ou com risco iminente de depressão
ventilatória;
f) Sinais de hipertensão intracraniana;
g) Após procedimentos neurocirúrgicos com necessidade de monitorização invasiva;
h) Pré-operatório de neurocirurgia com deteriorização neurológica;
i) Sinais de compressão medular;
j) Acidente vascular encefálico ou medular agudo de qualquer tipo, incluindo hemorragia
subaracnoidéa aguda;
k) Coma metabólico, tóxico ou anóxico agudo;
l) Paciente em protocolo de morte encefálica.
IV - Pacientes com doença oncológica ou hematológica instável ou sangramento ativo, nas
seguintes condições:
a) Coagulopatia grave;
b) Pacientes com citopenia grave com sangramento ativo ou comprometimento
hemodinâmico ou respiratório;
c) Síndrome de Lise Tumoral;
d) Plasmaférese ou citoaférese em pacientes instáveis;
e) Protocolo de transplante de medula óssea.
V - Pacientes com doenças endócrinas e/ou alterações metabólicas ou eletrolíticas de
grande descompensação aguda ou crônica agudizada, que causem risco ou instabilidade
hemodinâmica ou respiratória, nas seguintes condições:
a) Cetoacidose diabética ou estadohiperosmolar;
b) Crise tireotóxica ou mixedematosa;
c) Distúrbios eletrolíticos.