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Ressuscitação Cardiopulmonar na

Pediatria

Gisele Limongeli Gurgueira


Coordenadora do Setor de Emergência Pediátrica
do HSP – HU – UNIFESP
SUPORTE AVANÇADO
DE VIDA PEDIÁTRICO

Recomendacões
PALS - 2020
Avaliação Sistemá:ca – Triângulo Avaliação PED
1.  Aparência
•  Tônus muscular
•  Intera/vidade
•  Consolável
•  Fixa o olhar
•  Conversa espontaneamente ou
chora ao es:mulo
2.  Trabalho respiratório 3.  Circulação da pele
•  Desconforto Respiratório – aumento Alteração da coloração da pele demonstrando sinais de
do trabalho respiratório com dispneia hipoperfusão
e taquipnéia. •  Quente e Ruborizada com tempo de enchimento
capilar répido – fase quente do C. sép/co
•  Insuficiência Respiratória –
incapacidade de manter oxigenação •  Cianose
tecidual e/ou re/rada CO2. •  Palidez
•  Moteada, marmórea, livedo re/cular
Abordagem inicial na sala de emergência
•  Chamar por ajuda – Equipe mul/disciplinar
•  Monitorização do paciente – monitor cardíaco, PA e oximetria de pulso.
•  Avaliar responsividade
Não Responde
Não
SIM Não Respira
RCP? Não se mexe Avaliação Primária e Secundária

C – Checar Pulso A – Permeabildade de Via Aérea


A – Permeabilidade Via Áerea B – Respiracão
C – Circulação
B – VenPlação
D – Déficit Neurológico / Glicemia
E – Exposição / Temperatura
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
SAMPLE

S – SINAIS E SINTOMAS
A – ALERGIAS
M – MEDICAÇÕES
P – PASSADO MÉDICO
L – ÚLTIMA REFEIÇÃO
E – EVENTO QUE PRECIPITOU A PIORA/ MECANISMO TRAUMA
PCR – iniciando a RCP

Ausência pulso palpável è Qual o rítmo?

Taquicardia ventricular
Assistolia

*AESP – Atividade Elétrica Sem Pulso

Fibrilação ventricular
C – Circulação
(C) Circulação •  Criança
Artéria Carótida ou Femoral
•  Lactente
Manter 100 a 120 cpm
Coordenar em Ventilacão com Bolsa máscara
- 15:2 (2 socorristas) até idade pré pubere

Artéria Braquial ou Femoral •  Profundidade no mínimo


1/3 do diâmetro do tórax ou
Técnica 2 polegares
5 cm.
Compressão 1/3 a ½
do diâmetro do tórax •  Adolescentes e adultos –
– 4 cm não mais de 6cm
A – Via Aérea
(A) Posicionamento de Vias Aéreas

Criança > 2 anos Lactente


(A) Trauma - Manobra combinada (Classe IIb)

•  Manobra combinada: empurrar o queixo para frente e


firmar o pescoço

•  O movimento de inclinação do pescoço não deve ser


realizado quando suspeita-se de lesão da coluna (queda)
A – Via Aérea
Avançada
(A)  Via aérea invasiva
Cânulas de Intubação

Recomendação atual: utilizar cânulas com cuff se possível –


Justificativa evitar necessidade de trocas durante RCP
Não há evidências de complicações
Diminuem risco de aspiração
Manter a pressão do cuff abaixo de 20 cm H2O
(A) Cânulas Orotraqueais

Tamanho da cânula – estimativa


•  3,5 mm sem cuff ou 3,0 mm com cuff para lactentes até 1 ano
•  4 mm sem cuff ou 3,5 mm com cuff para lactentes 1 a 2 anos

ACIMA DE 2 ANOS

Sem Cuff = id (anos) + 4 Profundidade COT
4
P = id (anos) + 12
ACIMA DE 2 ANOS 2
Ou 3 x número da COT
Com Cuff = id (anos) + 3,5
4
Selecionar cânulas de 0,5mm
de diâmetro maior e menor
(A)Lâminas de Intubação

Neonatos: Miller 0 e 1
Lactentes: Miller 1 e MacIntosh 1 ½
Escolares: Miller 2 e MacIntosh 2
Adolescentes: MacIntosh 3 e Philips

Lâminas
Lâminas retas
curvas
(Miller, Whis-
(MacIntosh,
Hipple)
Philips)

•  Lâmina reta - 1 a 4 anos


•  Lâmina curva - crianças maiores
(A) INTUBAÇÃO TRAQUEAL – LÂMINA RETA

OBSERVAR A POSIÇÃO
DO
LARINGOSCÓPIO
(A) INTUBAÇÃO TRAQUEAL – LÂMINA CURVA

OBSERVAR A
POSIÇÃO DO
LARINGOSCÓPIO
(A)Intubação Orotraqueal

Língua
Epiglote
Glote
Traquéia
Laringoscópio
Esôfago

Lingua

Cordas vocais

Glote

Aritenóides
(A) Posicionamento da COT

Corda vocal

Tubo

Carina
Verificação do posicionamento do Tubo

Nenhuma técnica sozinha é suficiente


UPlizar sempre verificação clínica + disposiPvos (classe I)
q Avaliar a expansão torácica e ausculta pulmonar na região axilar
bilateralmente
q Auscultar a região do estômago para verificar insuflação gástrica
q Checar o CO2 exalado com capnografia
q Se houver perfusão checar oximetria de pulso SatO2
q Refazer a laringoscopia
q Radiografia de tórax
Causas de Deterioração Aguda

DOPE
q Deslocamento do TT
q Obstrução do TT
q Pneumotórax
q Equipamento - falha
q Avaliar expansibilidade e simetria do movimento torácico
q Avaliar adequação do volume corrente e pressões
q Avaliar escape no TT
q Verificar Oxímetro e Capnógrafo
q VenPlar com bolsa-máscara
q Avaliar distensão gástrica
q Sedação s/n - excluir outras causas corrigíveis
B – Ven:lação
(B) Posicionamento para
Ventilação bolsa-máscara

Pegas C-E para


ventilação assistida
(B) Tipos de bolsa para ventilação

Utilizar em lactentes e
A FLUXO 10 a 15 l/min
crianças menores bolsas
de no mínimo 450 a 500 ml

Crianças maiores e
adolescentes utilizar bolsas
de no mínimo 1000 ml
B FLUXO 1O l/min
(B) Ventilação

q A venPlação com máscara-bolsa-válvula é tão efePva quanto a venPlação através da


cânula traqueal e mais segura no atendimento pré hospitalar (máscara Laríngea)
(classe IIa).
q VenPlar com a menor Pressão inspiratória possível com volume corrente adequado
suficiente para expansão do tórax (classe I)
q Evitar a hipervenPlação – Frequência Respiratória 20 a 30/min após IOT (não
necessita de coordenar massagem e venPlacão após intubacão)
q Oxigênio – maior concentração durante RCP (classe IIa) e diminuir gradaPvamente
após a recuperação de acordo com oximetria ou gasometria evitar hiperóxia SatO2
94% - 99% (classe IIb)
Suporte
Avançado de
Vida para
Crianças

Circulation; 2020
Suporte
Avançado de
Vida para
Crianças

Circulation; 2020
Suporte
Avançado de
Vida para
Crianças

TV/FV Assistolia/
Aesp

Circulation; 2020
Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Desfibrilação

•  Carga Elétrica:

•  Primeiro Choque 2J/Kg

•  Segundo Choque 4J/Kg

•  Choques Subsequentes 4J/Kg podendo chegar a 10J/Kg não


ultrapassando dose máxima de ADULTO.
•  Bifásico 120 – 200J (depende do fabricante). Monofásico 360J
Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Medicamentos na PCR

•  Epinefrina (IO/IV):
•  0,01mg/Kg (0,1 ml/Kg da diluição 1:10000).

•  RepePr a cada 3 – 5 minutos.

•  Sem acesso vascular e com Tubo traqueal dose 0,1mg/Kg

•  Amiodarona (IO/IV)
•  5 mg/Kg (pode ser repePda mais 2x)

•  Lidocaína (IO/IV)
•  Dose Inicial: 1mg/Kg. Manutenção: 20 a 50 mcg/Kg/min (deve ser iniciada antes
de 15 minutos após o bolus)
Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Causas Reversíveis

Avalie e trate possíveis fatores associados:


•  Hipovolemia
•  Hipóxia
•  Hidrogênio (acidose)
•  Hipo/Hipercalemia
•  Hipoglicemia
•  Hipotermia
•  Toxinas
•  Tamponamento cardíaco
•  pneumoTórax hipertensivo
•  Tromboembolismo pulmonar ou coronariano
•  Trauma
•  deslocamento do Tubo intratraqueal
Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

• Oxigenação e VenPlação
•  Meta normoxemia SatO2 94% a 99% (ou a de base da criança)

•  Meta normocapnia PaCO2 adequada para situação de base do paciente


Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

•  Monitorização Hemodinâmica
•  Defina metas específicas de acordo com a especificidade do paciente

•  Monitorização invasiva da Pressão Arterial. (Se possível). Manutenção acima do


P5 da faixa etária.

•  Análise de lactato sérico, débito urinário e SatO2 venosa central

•  Adequação de volume e drogas vasoaPvas


Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

•  Controle Direcionado da temperatura

•  Controle de temperatura central se possível

•  Evite e trate agressivamente a hipertermia e/ou febre

•  Se o paciente esPver comatoso avalie a indicação de hipotermia (32 a 34°C) ou


mantenha controle estrito 36 a 37,5°C

•  Evite Calafrios

•  Mantenha pressão arterial adequada durante o reaquecimento


Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

•  Neuro monitoramento

•  Paciente mantendo alteracões neurológicas - EEG conqnuo

•  Tratar as convulsões

•  Exame de Imagem assim que possível


Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

•  Glicemia e Eletrólitos

•  Evitar a hiperglicemia e tratar a hipoglicemia

•  Monitorização eletrolíPca mantendo níveis normais


Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Retorno da Circulação Espontânea (RCE)
Cuidados Pós Ressuscitacão – Check List

•  Sedação
Suporte Avançado de Vida Pediátrico
Prognós:co

•  Duração reanimação
•  Quanto mais longa a RCP maior a chance de seqüela neurológica
•  Não existem evidências suficientes para determinar o tempo de reanimação
•  Fatores associados com melhor prognósPco: início precoce da RCP, hipotermia como causa
da PCR, PCR em ambiente hospitalar e colocação em Circulação extra-corpórea
•  UPlizar vários parâmetros para avaliação de prognósPco
•  EEG nos primeiros 7 dias
•  RNM nos primeiros 7 dias
DROGAS ANTI-ARRÍTMICAS

FÁRMACO DOSAGEM OBSERVAÇÕES


•  Bloqueio temporário condução AV
1ª dose: 0,1 mg/kg (Máx: 6mg)
ADENOSINA •  ECG
2ª dose: 0,2 mg/kg (Máx: 12mg)
•  Infusão rápida IV/IO
•  Depressão condução AV
5mg/kg IV/IO até 15mg/kg •  ECG; PA
AMIODARONA
Máx: 300mg •  Cuidado na adm. associada a outra
droga que á QT
•  Depressão condução
15mg/kg IV/IO em 30-60 min. •  ↑ período refratário
PROCAINAMIDA Adultos: 20mg/min IV •  ECG; PA
Máx: 17mg/kg •  Cuidado na adm. associada a outra
droga que á QT
•  ↓ automaticidade e suprime arritmia
1 mg/Kg IV/IO em bolo e ventricular
LIDOCAÍNA
contínuo a 20-50µg/Kg/min. •  Toxicidade: depressão miocárdica,
circulatória, convulsão, sonolência
•  Torsades de pointes ou
SULFATO DE 25-50 mg/kg IV/IO em 10 a 20 min; + rápido em hipomagnesemia.
MAGNÉSIO torsades. Máx: 2g
DROGAS PCR

FÁRMACO DOSAGEM OBSERVAÇÕES


•  Repetir a cada 3-5 min
IV/IO: 0,01 mg/Kg diluída 1:10000 (0,1 ml/Kg) –
ADRENALINA Máx 1 mg
IT: 0,1 mg/Kg 1:1000 (0,1ml/Kg) – Máx 10 mg

•  Repetir 1 vez se necessário


IV/IT: 0,02 mg/Kg • Dose mínima: 0,1 mg
ATROPINA
IT: 0,03 mg/Kg • Dose Máxima: 0,5 mg (criança)
•  1 mg (adolescente)
•  lentamente
• Hipocalcemia/hipomagnesemia
GLUCONATO DE CÁLCIO 60-100 mg/Kg (0,6-1 ml/Kg)
• Intoxicação por bloqueadores de canal de Ca
10% 100mg/ml
• Pode ocorrer bradicardia

• DOSE DE ADULTO 5 A 10 ML lentamente


• Hipocalcemia/hipomagnesemia
CLORETO DE CÁLCIO 20 mg/Kg (0,2ml/Kg) • Intoxicação por bloqueadores de canal de Ca
10% 100 mg/ml • Pode ocorrer bradicardia

•  infundir lentamente
BICARBONATO DE 1 meq/Kg/dose • Após ventilação adequada
SÓDIO Ampola 8,4% = 1meq/ml

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