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Revista QualidadeHC

Implantação de serviço de cuidados


paliativos no setor de emergência de um
hospital público universitário

Frederica Montanari Lourençato1, André Filipe Junqueira dos Santos2, Ana Maria Fortaleza
Teixeira Ficher3, José Carlos dos Santos4, Daniel Zoppi5, Mariana Honorato Giardini6, Josirlei
Silva7, Daniel Ferreira Dahdah8, Rita de Cássia Quaglio9
1 2 3
Assistente Social da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Médico da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Psicóloga da Unidade
4 5
de Emergência do HCFMRP-USP, Médico da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Médico da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP,
6 7 8
Farmacêutica da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Capelão da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Terapeuta Ocupacional
9
da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP, Enfermeira da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP.

Resumo
Cuidados Paliativos é a assistência integral oferecida para pacientes e familiares diante de
uma doença grave que ameace a continuidade da vida. A sua inserção dentro do atendimento a
paciente em situações de emergência e urgência é um desafio, ao promover a discussão da possi-
bilidade da terminalidade de vida nesse contexto. A criação do Serviço de Cuidados Paliativos am-
pliou o atendimento ao paciente ao acrescentar o foco no controle de sintomas, o aprimoramento
na comunicação, a atenção ao binômio paciente-família e a condução do processo de terminalida-
de. A estratégia de criação desse tipo de serviço e formas de inserção no atendimento são discuti-
das nesse artigo, procurando demonstrar a possibilidade de mudança na cultura hospitalar sobre o
atendimento aos pacientes em situações terminais, ampliando o cuidado. Os dados mostram um
número expressivo de atendimentos que impactam tanto na maior qualidade do serviço prestado
ao paciente e seus familiares, quanto na disseminação do conceito de cuidados paliativos no con-
texto de urgência e emergência, visando a construção de um serviço mais humanizado e que
atenda as demandas efetivas da população atendida.

Palavras-chave: cuidados paliativos, medicina de emergência, avaliação de sintomas, equipe de as-


sistência ao paciente.

Introdução

Cerca de 1% da população morre a Segundo estimativa do Instituto Naci-


cada ano. Embora algumas mortes são onal de Câncer José Alencar Gomes da Sil-
inesperadas, a maioria pode ser prevista. va, o Brasil deve registrar no biênio 2616-
Isso é uma tarefa difícil, mas se formos ca- 2017, 596.070 novos casos de câncer, sen-
pazes de reconhecer indivíduos nos últimos do esperados 295.200 entre homens e
anos de vida1, independentemente do seu 300.870 entre mulheres.3 Já estimativas do
diagnóstico, e incluí-los em programa de Banco Mundial para o Brasil apontam que
cuidados paliativos, há fortes evidências de nos próximos 40 anos a população idosa
que eles são mais propensos a ter maior brasileira crescerá a uma taxa de 3,2% ao
qualidade de vida, com aumento inclusive ano e atingirá 64 milhões de habitantes em
na sua sobrevida.2 2050, com previsão de que a população de
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65 anos ou mais será 13% maior que a po- momento do diagnóstico de uma doença
pulação até 19 ano.4 O envelhecimento grave e sem possibilidade de cura e intensi-
associado com o aumento de doenças crô- ficado proporcionalmente a evolução da
nicas modificou o perfil dos óbitos no país doença.9 Os cuidados paliativos possuem
nas últimas décadas – correspondendo a bases cientificas e é fundamentado na Bioé-
cerca de 70% de todas as morte atualmen- tica, deve ser aplicado em conjunto com o
te.5 Além disso, o alto custo das novas tec- tratamento curativo desde o diagnóstico
nologias médicas, as tecnologias duras, tra- inicial de uma doença grave e progressiva-
zem profundas consequências para o sis- mente tende a se tornar o único tratamen-
tema de saúde, seus profissionais e seu to em sua fase avançada.10 Segundo a Or-
orçamento, incluindo internações prolon- ganização Mundial da Saúde11, os cuidados
gadas e sofrimentos causados por trata- paliativos são uma forma de melhorar a
mentos com benefícios incertos e com risco qualidade de vida dos pacientes e seus fa-
de malefícios, ocasionando o prolongamen- miliares na prevenção e no alívio do sofri-
to artificial do tempo de vida, porém sem mento.8
qualidade.
Todos esses fatores impõem ao setor Objetivos
da saúde um cenário de grandes desafios
econômicos e de gestão para adequação e Descrever e compartilhar a experiên-
aprimoramento do modelo de assistência cia e os desafios na implantação do Serviço
na saúde.6 de Cuidados Paliativos em uma Unidade de
De encontro a esta realidade, o tra- Emergência de um hospital universitário e
tamento sob o prisma paliativista vem sen- público do interior paulista no período de
do lentamente incorporado às terapêuticas agosto de 2014 até dezembro de 2015.
e práticas assistenciais dos serviços de saú-
de, orientada sempre pelos princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo uso Metodologia
de tecnologias leves e leves-duras, muito
mais acessíveis, corroborando com a hu- Trata-se de um relato de experiência
manização do cuidado. descritivo, quantitativo e transversal sobre
Os cuidados paliativos são cuidados a implantação do Serviço de Cuidados Palia-
interdisciplinares (medicina, enfermagem, tivos em uma unidade de emergência de
serviço social, capelania e outras especiali- um hospital universitário público, de nível
dades quando apropriado) que se concen- assistencial terciário/quaternário, do interi-
tra em melhorar a qualidade de vida de or do Estado de São Paulo no período de
pessoas, em qualquer idade, que apresen- agosto de 2014 a dezembro de 2015. A
tem alguma doença grave, com foco tanto Unidade de Emergência é porta de entrada
na pessoa quanto em seus familiares7. O para pacientes em caso de urgência e
objetivo é o tratamento da dor e outros emergência diagnosticados com doenças
sintomas físicos, além do sofrimento psí- graves ou crônicas, acometidos por situa-
quico e espiritual, utilizando habilidades de ções agudas, que exigem intervenções ur-
comunicação para estabelecer metas de gentes. Para este serviço também são en-
atendimento, fornecendo desta maneira caminhados pacientes que não encontram
apoio aos pacientes, seus entes queridos e resolução da rede básica de saúde e para
equipes de assistência.8 Idealmente, os cui- realização de investigação diagnóstica e
dados paliativos devem ser iniciados no além destes, por representar uma das prin-

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cipais portas do serviço de saúde, absorve terapeuta ocupacional12 e conta ainda com
cada vez mais casos de pacientes em fase o serviço de capelania, que é composto por
terminal de outros serviços para manejo de um padre, um pastor e um religioso espiri-
sintomas e/ou em processo de terminalida- ta, que oferece apoio espiritual aos pacien-
de, uma vez que não está previsto um ser- tes e seus familiares internados. Outros
viço adequado para atendimento desta membros do corpo clínico da Unidade de
demanda. Dentro deste perfil da população Emergência participam das atividades do
assistida, encontramos um número cada grupo de Cuidados Paliativos, porém sem
vez mais elevado de pacientes em que os vínculo formal.
tratamentos curativos cuja eficácia é ques-
tionável, ou ainda, pacientes com diagnós- Estruturação e organização do serviço
tico de doenças em que não há mais a pos- Dentro da estrutura da Unidade de
sibilidade de cura. Emergência não existem leitos específicos
para pacientes com alta demanda de Cui-
Histórico do serviço dados Paliativos. A equipe de Cuidados Pa-
Não é raro, observamos pacientes liativos é uma equipe de atuação consultiva
sendo submetidos a tratamentos despro- e é acionada para a discussão do caso, a
porcionais à sua condição de saúde, geran- partir da percepção do médico assistente
do sofrimento para este, seus familiares e ou de qualquer profissional da equipe de
equipe assistencial, uma vez que as medi- referência.
das adotadas não correspondem às expec-
tativas curativas destes tratamentos. Diante Ações do serviço
desse cenário, um grupo formado por pro- A partir da solicitação da equipe de
fissionais buscando uma melhoria da assis- referência, o paciente é avaliado no leito da
tência, mobilizados por esta percepção fo- especialidade em que ele encontra. A equi-
mentou reuniões de reflexão com profissi- pe consultora não assume a coordenação
onais de referência de alguns setores do dos cuidados, servindo como um grupo de
mesmo serviço, discutindo a temática e os suporte que discute e orienta condutas. Em
casos atendidos. Posteriormente funda- conjunto com os profissionais da clínica de
mentou-se teórico e tecnicamente em arti- origem, o paciente e seus familiares, é ela-
gos científicos e investiu em outras estraté- borado um plano de cuidados, tendo em
gias de capacitação, como a participação vista a proporcionalidade dos cuidados e
em eventos, visitas técnicas a serviços es- tratamentos em relação a atual condição
pecializados, discussões multiprofissionais e clínica do paciente, visando a qualidade de
transdiciplinares de casos e temas específi- vida, conforto e dignidade. A vantagem
cos com a utilização de recursos audiovisu- dessa equipe é que se torna uma rápida
ais. A partir do fortalecimento do conheci- disseminadora da filosofia de cuidado de
mento do grupo, a proposta de criação de final de vida, pois está em contato frequen-
uma equipe de interconsulta em Cuidados te com várias alas e equipes do hospital,
Paliativos foi apresentada e acatada pela contribuindo para o papel educador dos
Direção do serviço. profissionais de saúde. Um desafio desse
modelo é justamente o desconhecimento
A equipe do serviço das algumas equipes sobre Cuidados Palia-
A equipe é composta por um médico tivos o que pode trazer dificuldades iniciais,
com especialização em cuidados paliativos, em aceitar alguns aspectos do cuidado de
assistente social, psicóloga, farmacêutica e conforto e não curativo necessitando de
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tempo para essa adaptação ou até mesmo cientes atendidos. Desta maneira é possível
impossibilitando a atuação nessa vertente definir junto a Coordenadoria da Unidade
no primeiro momento. de Emergência, os locais de maior demanda
Além da avaliação no leito e discussão e novas estratégias de atuação.
com a equipe de referência, são realizadas
conferências familiares com o objetivo de Avanços do serviço
ampliar a participação e integração da famí- As ações do grupo geram altas de-
lia durante a internação e nos cuidados do mandas por formas de organização do ser-
paciente. Para estas conferências são con- viço institucional, que culminou na criação
vocados familiares, sem limitação de núme- e implantação de protocolos diretamente
ro, mais próximos e/ou de referência para o ligados à assistência paliativista, como o
paciente, com o objetivo de a informação protocolo sedação paliativa e de infusão de
ser processada dentro do núcleo familiar e medicações e soluções por hipodermóclise.
validada entre eles. Além destes participam A partir deste último, uma nova necessida-
da conferência os profissionais que estão de foi evidenciada: a prescrição eletrônica
cuidando do paciente com o objetivo de da via medicamentosa “hipodermóclise”,
entender o contexto de vida do paciente, iniciada no sistema de prescrição eletrônica
pois podem existir muitos conflitos a serem de todo complexo do HCRP, a partir de ja-
trabalhados, referente à situação atual do neiro de 2016. Essas ações institucionais
paciente, ou conflitos familiares pré- solidificam os Cuidados Paliativos como
existentes. Nesse processo faz-se necessá- parte da política assistencial do Hospital das
ria a comunicação clara e objetiva como Clínicas de Ribeirão Preto
processo fundamental de educação em Atualmente parte da equipe está em
Cuidados Paliativos, tanto entre equipes processo de formação acadêmica, Lato Sen-
quanto entre equipes e familiares13. A co- so. Para o ano de 2016, há previsão de ca-
municação é um dos pilares fundamentais pacitação formal em curso inicial para
do cuidado paliativo ao lado do atendimen- aproximação do tema em cuidados paliati-
to em equipe e alívio de sintomas14. vos, para outros integrantes da equipe as-
Neste fórum são transmitidas as in- sistencial, inclusive gestores de área. A edu-
formações do quadro clinico do paciente. A cação permanente das equipes é realizada
escuta ativa promove o acolhimento respei- pela própria equipe de cuidados paliativos,
toso das dúvidas e expressões de sentimen- in locu e nas reuniões semanais, abertas a
tos dos familiares. A equipe se disponibiliza todos os profissionais, alunos e residentes
ao apoio emocional e é proposta e discuti- do serviço. Na ocasião, além da apresenta-
da a inserção dos familiares nas decisões e ção de aulas expositivas e dialogadas, estru-
cuidados referentes ao paciente. Os valores turadas por eixos temáticos, casos e condu-
e as crenças culturais e espirituais do paci- tas podem ser discutidos, aproveitando o
ente e família são sempre respeitados. eixo temático da aula. Um tópico funda-
A partir destas ações, os casos assisti- mental observado nas discussões de casos
dos, tornaram-se subsídios para discussão clínicos e treinamento dos profissionais são
com as equipes de origem e outros profis- questões éticas que envolvem o cuidado
sionais da equipe multidisciplinar. Além das com o paciente. Para ampliar e estimular o
discussões de cada caso em seu aspecto debate em Bioética, o grupo de Cuidados
biopsicossocial, os dados de cada atendi- Paliativos criou uma reunião mensal, com a
mento são catalogados pela equipe geran- participação de líderes religiosos com expe-
do um perfil detalhado do universo de pa- riência em conflitos éticos e um docente da
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FMRP-USP especializado em Bioética. Nes- nadoria desta instituição propôs a contrata-


sas reuniões, abertas a todos os profissio- ção de um profissional médico para asses-
nais da Unidade de Emergência, são discu- sorar o início e formação da equipe. Em
tidos casos que foram atendidos durante o dezembro deste mesmo ano os primeiros
mês na Unidade de Emergência e que le- dados foram apresentados, o que validou a
vantaram questionamentos e dúvidas entre necessidade de formação oficial da equipe
os profissionais acerca de condutas15. e contratação de profissional médico espe-
cialista na área exclusivo. A partir de abril
Resultados de 2015, com a incorporação de um médico
com formação em Cuidados Paliativos, vol-
Na fase de implantação, que teve iní- tado exclusivamente para o atendimento
cio em fevereiro de 2014 e foi até agosto deste perfil de pacientes, o Serviço de Cui-
do mesmo ano, foi montado um grupo de dados Paliativos expandiu sua atuação.
estudos onde foram realizadas 28 reuniões Os atendimentos no período de
com estudo bibliográfico e explanações das agosto de 2014 a dezembro de 2015 soma-
diferentes categorias profissionais referen- ram 666 pacientes, sendo 663 pacientes
tes ao tema, enfocando desde o conceito adultos de ambos os sexos, com idade me-
usual de cuidados paliativos, inserção de diana de 65 anos, sendo 03 pacientes com
cada profissional no contexto de trabalho idade menor que 05 anos. No entanto, em
em cuidados paliativos, incluindo aspectos média 67,5% dos pacientes estão concen-
éticos e legais apresentado por profissio- trados entre 51 e 80 anos, conforme de-
nais especialistas na área. De acordo com monstra o gráfico I.
as reflexões do grupo de estudos, surgiu a
necessidade de alguns profissionais conhe-
cerem outros serviços de cuidados paliati-
vos, sendo realizada visita ao Hospital Esta-
dual de Américo Brasiliense, onde a equipe
se reuniu com a equipe de atendimento da
ala de cuidados paliativos.
Em julho de 2014, decidiu-se por ini-
ciar um rastreamento de possíveis pacien-
tes elegíveis para cuidados paliativos na
enfermaria de clínica médica através da Gráfico I: Distribuição, por idade, dos pacientes atendidos pelo
Serviço de Cuidados Paliativos na Unidade de Emergência do
realização de uma visita multidisciplinar. O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto/USP, no período de agosto
grupo evidenciou a necessidade da elabo- de 2014 a dezembro de 2015
ração e adoção um instrumento de avalia-
ção multiprofissional para aplicação nestes Foram atendidos em média 44 paci-
pacientes. Em agosto de 2014 formou-se o entes por mês e realizadas 97 avaliações,
primeiro grupo de interconsulta multipro- sendo assim, em média cada paciente é
fissional, onde junto com a Coordenadoria avaliado 02 vezes pela equipe. Os diagnós-
da Unidade de Emergência, foi elaborado ticos foram distribuídos de acordo com o
um documento com as diretrizes de aten- gráfico II, sendo os mais representativos: o
dimento através de solicitação por pedido Acidente Vascular Cerebral (AVC), o câncer
de interconsulta. Em setembro de 2014, em e a encefalopatia.
resposta a identificação de casos, a coorde-

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ção. Também é possível observar a diminui-


ção de conflitos nas relações das equipes
com as famílias, com a melhora da comuni-
cação e da escuta, a partir dos fóruns de
conversas familiares, que foram implemen-
tados pela equipe de Cuidados Paliativos.
As ações implementadas pela equipe
de Cuidados Paliativos, tem como um dos
Gráfico II: Distribuição, em porcentagem, das principais doenças
reflexos uma maior rotatividade dos leitos,
avaliadas pelo Serviço de Cuidados Paliativos da Unidade de permitindo um ajuste melhor na taxa de
Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no período
de agosto de 2014 a dezembro de 2015
ocupação local, integrado com a política de
leitos de longa permanência16.
O gráfico III representa a distribuição
dos desfechos: alta, óbito e transferência. A Considerações finais
observação do alto percentual de óbitos
ainda na internação, através dos dados Os Cuidados Paliativos podem ser
compilados, evidencia a necessidade do parte de um atendimento integral ao paci-
trabalho no manejo da terminalidade, com ente em situações de urgência e emergên-
o alívio de sintomas e a qualidade de vida. cia, agregando suporte as equipes assisten-
ciais e melhoria na qualidade do atendi-
mento aos pacientes e seus familiares. Di-
ante da demanda evidenciada neste serviço
de saúde, foi validada a necessidade de
implantação do serviço de cuidados paliati-
vos voltado a atendimentos em urgências e
emergências. Além da assistência, o enfo-
que em educação permanente permite a
difusão do conhecimento às equipes multi-
profissionais, sobre controle da dor e ou-
Gráfico III: Distribuição, em porcentagem, do desfecho das avalia- tros sintomas, comunicação e principal-
ções realizadas pelo Serviço de Cuidados Paliativos da Unidade de
Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto no período mente sobre a não adoção de medidas fú-
de agosto de 2014 a dezembro de 2015 teis para o prolongamento da vida, modifi-
cando a cultura hospitalar sobre a morte.
Além dos resultados possíveis de ser Dessa maneira, a equipe de Cuidados Palia-
mensurados, esse processo de trabalho tivos da Unidade de Emergência tem papel
proporcionou um atendimento mais huma- na humanização do atendimento hospitalar,
nizado aos pacientes que precisam de Cui- fortalecendo o atendimento prestado aos
dados Paliativos e que se beneficiam destas pacientes e seus familiares.
ações, por estarem internados na institui-

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