Você está na página 1de 18

Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,

Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES


ONCOLÓGICOS IDOSOS EM FASE TERMINAL

NURSE ASSISTANCE TO ELDERLY END-STAGE CANCER


PATIENTS

ASISTENCIA DE ENFERMERÍA A PACIENTES ANCIANOS


ONCOLÓGICOS EN FASE TERMINAL

Sara Raabe Gomes Cruz1


Sabrina do Nascimento Reis2
Daniel Ferreira Lima3
Márcio Ferreira da Silva Júnior4
Marcilene Montefusco Marques Sá5
Lilian de Oliveira Corrêa6

DOI: 10.54751/revistafoco.v16n10-015
Recebido em: 28 de Agosto de 2023
Aceito em: 27 de Setembro de 2023

Resumo
A assistência do enfermeiro ao paciente idoso com patologia oncológica vai muito além
do processo de cuidar, no geral o profissional na produção do cuidado traz consigo a
proposta de humanização do processo de desenvolver ações e serviços de saúde, de
forma a proporcionar conforto não somente para o paciente, mas também para seus
familiares. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, desenvolvida com base em
artigos científicos e revistas de enfermagem publicados no período de 2011 a 2022, na
base de dados SCIELO, MEDLINE, GOOGLE ACADÊMICO e LILACS. O estudo
descritivo, com abordagem qualitativa, teve por objetivo avaliar a assistência do
enfermeiro aos pacientes oncológicos idosos em fase terminal. Observa-se que a
assistência do enfermeiro ao paciente oncológico e à família consiste em permitir a
todos verbalizar seus sentimentos e valorizá-los, identificar áreas potencialmente
problemáticas, auxiliar pacientes e familiares a identificar fontes de ajuda, informações
e busca de soluções dos problemas, permitir tomada de decisões sobre o tratamento
mais adequado para cada tipo de caso.
1
Especialista em Urgência e Emergência. Faculdade Estácio do Amazonas. Av. Constantino Nery, 3693, Chapada,
Manaus - AM, CEP: 69025-315. E-mail: sara21raabe@gmail.com
2
Especialista em Urgência e Emergência. Faculdade Estácio do Amazonas. Av. Constantino Nery, 3693, Chapada,
Manaus - AM, CEP: 69025-315. E-mail: sabrinanreis15@gmail.com
3
Especialista em Urgência e Emergência. Faculdade Estácio do Amazonas. Av. Constantino Nery, 3693, Chapada,
Manaus - AM, CEP: 69025-315. E-mail: danielflima0@gmail.com
4
Especialista em Urgência e Emergência. Universidade Estácio - Campus Barra da Tijuca. Av. das Américas, 4200, Barra
da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ, CEP: 22640-102. E-mail: ferreiramarcio130@gmail.com
5
Especialista em Enfermagem. Faculdade Estácio do Amazonas. Av. Constantino Nery, 3693, Chapada, Manaus - AM,
CEP: 69025-315. E-mail: marcymmsa@gmail.com
6
Doutora em Enfermagem. Faculdade Estácio do Amazonas. Av. Constantino Nery, 3693, Chapada, Manaus - AM,
CEP: 69025-315. E-mail: liliancoroli@yahoo.com.br

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


1
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

Palavras-chave: Cuidados paliativos; processo do cuidar; oncogeriatria.

ABSTRACT
Nursing care for the elderly patient with oncological pathology goes far beyond the
process of care, in general the professional in the production of care brings with it the
proposal of humanizing the process of developing actions and health services, so as to
provide comfort not only for the patient, but also for his family members. This is a
systematic literature review, developed on the basis of scientific articles and nursing
journals published in the period from 2011 to 2022, in the database SCIELO, MEDLINE,
GOOGLE ACADÊMICO and LILACS. The descriptive study, with a qualitative approach,
aimed to evaluate the nurse's assistance to elderly cancer patients in the terminal phase.
It is observed that the nurse's assistance to the oncology patient and the family consists
in allowing everyone to verbalize their feelings and value them, identify potentially
problematic areas, help patients and family members to identify sources of help,
information and search for solutions to the problems, allow decisions on the most
appropriate treatment for each type of case.

Keywords: Palliative care; care process; oncogeriatry.

RESUMEN
La asistencia de la enfermera al paciente de edad avanzada con patología cancerosa
va mucho más allá del proceso de atención, en general el profesional en la producción
de cuidados trae consigo la propuesta de humanización del proceso de desarrollo de
acciones y servicios de salud, con el fin de proporcionar consuelo no sólo al paciente,
sino también a sus familiares. Esta es una revisión sistemática de la literatura,
desarrollada a partir de artículos científicos y revistas de enfermería publicadas entre
2011 y 2022 en la base de datos SCIELO, MEDLINE, GOOGLE ACADEMICO y LILACS.
El estudio descriptivo, con un enfoque cualitativo, tuvo como objetivo evaluar la
asistencia de la enfermera a pacientes ancianos con cáncer en fase terminal. Cabe
señalar que la asistencia de la enfermera al paciente de cáncer y a la familia consiste
en permitir que todos verbalicen sus sentimientos y los valoren, identifiquen las zonas
potencialmente problemáticas, ayuden a los pacientes y a los miembros de la familia a
determinar las fuentes de ayuda, la información y la búsqueda de soluciones a los
problemas, a fin de que se puedan tomar decisiones sobre el tratamiento más adecuado
para cada tipo de caso.

Palabras clave: cuidado paliativo; proceso de cuidado; oncogeriatría.

1. Introdução
O envelhecimento humano consiste num processo natural de mudança
progressiva da estrutura biológica, psicológica e social ao longo da vida, com
transformações significativas na autoestima e bem-estar, um processo do ciclo
vital que necessita de mais atenção e cuidados, para que o indivíduo possa se
manter com saúde e autonomia o maior tempo possível. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerado idoso o indivíduo com
idade igual ou superior a 65 anos, nos países desenvolvidos, e 60 anos ou mais,

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


2
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

nos países em desenvolvimento, como o Brasil1,2.


Um estudo realizado para a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
aponta que com o aumento da proporção de idosos na população, espera-se
que um número maior de indivíduos idosos seja diagnosticado com câncer, já
que mais de 60% dos casos novos ocorrem acima dos 60 anos de idade, como
observado neste estudo. De todos os casos de câncer no mundo, cerca de 70%
ocorrem após os 65 anos de idade. No Brasil, as taxas de incidência e
prevalência para todos os tipos de câncer são três ou quatro vezes maiores nos
idosos em relação aos jovens e adultos3.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Cuidado Paliativo
(CP) é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e de suas
famílias que enfrentam problemas relacionados a doenças que ameaçam a vida,
como o câncer, patologia associada com sintomas físicos e psicológicos,
alterando a qualidade de vida do indivíduo e das pessoas do seu convívio. É o
cuidado ativo e integral dos pacientes cuja doença já não responde mais aos
tratamentos com objetivo de cura. Controle da dor e de sintomas muitas vezes
subjetivos e de outros sintomas entre outros problemas sociais e espirituais são
da maior importância. O objetivo do CP é atingir a melhor qualidade de vida
possível para os pacientes e seus familiares4.
Os cuidados de enfermagem prestados aos pacientes oncológicos devem
ser caracterizados sobretudo no que tange à idade e implicações, uma vez que
cada ciclo de vida proporciona transformações fisiológicas e psíquicas. Sendo
assim a assistência vinda pelos enfermeiros possuem como principal valor na
orientação do cuidado prestado ao paciente idoso hospitalizado e domiciliar. Os
profissionais precisam estar especializados para o cuidado com este público,
considerando-o, principalmente, em sua integralidade, acolhendo-os através da
escuta qualificada. O enfermeiro deve prover uma maior aproximação com os
idosos doentes com câncer, com foco na comunicação eficaz e personificada,
visando a identificação de suas necessidades e desenvolvimento de situações
que melhor possam impulsionar sua qualidade de vida5,6.
Com a realização do presente estudo, buscou conhecer a assistência
ativa do enfermeiro aos pacientes oncológicos idosos em fase terminal,

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


3
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

identificando os meios e linhas de cuidados mais eficazes e as diversas


dificuldades encontradas neste processo. O conhecimento adequado permitirá
que enfermeiros atuem de forma mais avaliativa, menos mecanizada e com
ações e planejamentos adequados para as necessidades individuais de cada
indivíduo. Objetivou-se então, avaliar a assistência do enfermeiro aos pacientes
oncológicos idosos em fase terminal. Sendo os específicos: Destacar a
importância da assistência do enfermeiro na Oncogeriatria paliativa e identificar
possíveis dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros na assistência em
oncogeriatria.

2. Fundamentação Teórica
2.1 Cuidados Paliativos
Cuidados paliativos é uma modalidade emergente de assistência no fim
da vida, promovida por uma equipe multidisciplinar, construídos dentro de um
modelo de cuidados totais, ativos e integrais, considerando que a assistência
paliativa não vislumbra a cura, um dos objetivos mais importantes do cuidado de
enfermagem no cenário em destaque consiste em possibilitar o alívio da dor.
Para tanto, o enfermeiro deve ser atencioso e ter total conhecimento do quadro
clínico do paciente e das diferenciadas abordagens terapêuticas disponíveis
para o sintoma em destaque, para assim orientar a família em como proceder,
dando-lhes o apoio que precisarem vida7.
Nessa perspectiva, essa modalidade de cuidado vai além da condição
física. Perpassa os aspectos psicológicos, sociais e espirituais, na busca da
humanização, do respeito a seu semelhante e da promoção de uma morte digna,
pois tem a função de garantir uma atenção à saúde que sobreponha a
terapêutica curativista, na medida em que compreende a necessidade da
comunicação, do respeito ao paciente e de consciência da finitude da vida
humana vida8.
De acordo com o “Manual de cuidados paliativos”, organizado pela
Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), que busca reafirmar os
princípios propostos pela OMS em 2022, os principais objetivos desses cuidados
são: promoção do alívio da dor e demais sintomas da doença; reafirmação da

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


4
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

vida e da morte como processos naturais; integração de cuidados psicológicos,


sociais e espirituais aos cuidados clínicos; ocorrência natural da morte, não
interferindo no processo natural; apoio aos familiares para lidar com a doença;
suporte para o paciente viver de forma ativa até a morte; abordagem
multidisciplinar para as necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e
familiares, inclusive aconselhamento e suporte ao luto9.

2.2 Assistência do Enfermeiro ao Paciente Oncológico Idoso


Segundo estudos do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em todas as
regiões brasileiras, sem considerar os tumores de pele não melanoma, em
homens o câncer de próstata ocupa a primeira posição mais frequente no país e
em mulheres, o câncer de mama feminina ocupa a primeira posição. Em ambos
os casos, o principal fator de risco verificado é a idade, com incidência
aumentada significativamente a partir dos 50 anos10.
Os cuidados de enfermagem ao paciente com câncer devem ser
individualizados principalmente no que tange à idade, pois cada fase da vida
apresenta transformações fisiológicas e psíquicas, além de como a visão da
morte é encarada. O paciente idoso, por exemplo, está fragilizado pelo processo
do envelhecimento e com uma perspectiva de sobrevida reduzida; por isso diante
de um diagnóstico de uma doença neoplásica maligna, a sua perspectiva se
torna bem reduzida e ocorre um grau de sofrimento orgânico considerável. O
enfermeiro deve prover uma maior aproximação com este tipo de paciente,
alcançado por meio da comunicação, para identificar suas necessidades e
proporcionar melhor qualidade de vida11.
O câncer é associado com sintomas físicos e psicológicos, afetando a
qualidade de vida, os relacionamentos e as atividades diárias. A reabilitação do
paciente com câncer é um processo contínuo, com a finalidade de maximizar a
capacidade deste paciente dentro das limitações impostas pela doença e pelo
tratamento, e avaliando a condição da qualidade de vida destes pacientes,
através de dados para planejar a melhor terapêutica a ser aplicada, buscando o
processo de reabilitação. Os cuidados ocorrem em um conjunto, começando no
momento do diagnóstico de uma doença grave e continuando até o fim da vida,

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


5
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

que é adequado em qualquer fase da doença e pode ser fornecido juntamente


com o tratamento curativo vida12.
A assistência do enfermeiro ao paciente oncológico e à família consiste
em permitir a todos verbalizar seus sentimentos e valorizá-los, identificar áreas
potencialmente problemáticas, auxiliar pacientes e familiares e identificar fontes
de ajuda, informações e busca de soluções dos problemas, permitir tomada de
decisões sobre o tratamento proposto e levar a pessoa ao autocuidado dentro
do possível. O profissional enfermeiro interage com o indivíduo em estágios de
grande dificuldade. A terminalidade pode ser considerada, talvez, como a fase
mais difícil para o ser humano onde, em meio a muitas tecnologias, tratamentos,
tentativas, a certeza da morte se torna cada dia mais real em seu dia a dia 13.
Para auxiliar os pacientes em suas necessidades relativas à
autopercepção, as intervenções do enfermeiro devem direcionar-se a entender
seus pensamentos, sentimentos, motivações e comportamentos, de forma a
auxiliá-lo na adaptação aos estressores, mudanças ou ameaças percebidas por
eles, consequentemente, fortalecendo sua autoestima e melhorando o
julgamento do próprio valor. Os efeitos do tratamento interferem não só na
autopercepção do paciente, mas também em suas atividades de vida diária,
suscitando auxílio da família para manutenção e realização delas, ocasionando
alteração na dinâmica e processo familiar. Nestas situações, os valores do
profissional sobre sua relação com o paciente, ou seja, de sujeito (profissional,
que toma a decisão) e o objeto (paciente, que sofre passivamente as ações) são
fatores determinantes no processo do tratamento14.
A assistência no alívio da dor prestada ao paciente oncogeriatrico deve
ser individualizado, observando as características e distinguindo as
particularidades de cada indivíduo. Deve observar se a terapia medicamentosa
está sendo eficaz, sua via de administração adequada e, se necessário, ofertar
ao paciente terapias complementares como: promover conforto físico, psíquico
e espiritual, promover apoio emocional, estimular o autocuidado mesmo que
limitado, promover exercícios respiratórios e massagens, sempre aperfeiçoando
o conhecimento e as avaliações da dor15.
No que se refere ao controle da dor oncológica, as equipes de saúde,

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


6
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

principalmente enfermeiros, pois estão em contato direto com esses pacientes,


ainda apresentam dificuldade de conhecimento quanto à avaliação e manejo
clínico deste sintoma muitas vezes subjetivo, em que se destaca atualmente a
utilização das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), que são
condutas terapêuticas que fazem uso de recursos com base nos conhecimentos
tradicionais, com foco na prevenção das mais diversas doenças como
depressão, hipertensão e para pacientes oncológicos. Tais terapias também
podem ser usadas como tratamentos de algumas doenças crônicas e para
pacientes em cuidados paliativos, são exemplos: reiki, shiatsu, acupuntura,
auriculoterapia, fitoterapia, musicoterapia, hidroterapia florais e cromoterapia 16.

2.3 Desafios do Enfermeiro


Para Moura e Gonçalves (2020), constitui-se um grande desafio para a
aplicabilidade das PICS pelos enfermeiros tanto na assistência hospitalar quanto
domiciliar em função da dificuldade de lidar com a hegemonia do modelo
biomédico nos hospitais atuantes. Outro fator que dificulta a utilização das PICS
nos hospitais é a formação acadêmico-profissional, que ainda prevalece o
domínio da prática convencional farmacológica16.
Dentre os profissionais de enfermagem há poucos que são capacitados
de forma a atender as demandas biopsicossociais desses pacientes,
necessitando assim de profissionais com prévia capacitação para atuar nessa
área e proporcionar um atendimento sistematizado e prestar uma assistência
adequada, tanto em área hospitalar, quanto em domicílio. Além disso, aborda
também a falta de instrumentalização para técnicas adequadas de tratamentos,
causando assim sentimento de impotência e sofrimento aos que prestam esse
tipo de serviço17.
Segundo literatura a maioria dos enfermeiros há grande dificuldade em
lidar com o processo de morte e morrer, mesmo tendo em vista a finitude da vida
e o estágio da doença, então estabelece-se um vínculo com o paciente, no qual
o profissional tem dificuldade de desvincular o emocional diante dos problemas
vivenciados pelo paciente e mesmo que não haja possibilidade de cura, a
assistência prestada gera expectativas e a convivência gera certa proximidade 18.

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


7
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

O enfermeiro precisa lidar com situações estressoras que acabam


interferindo na qualidade do atendimento, dentre as mais comuns destacam-se:
carga horária excessiva e sobrecarga de trabalho, na qual muitas vezes o
profissional precisa atuar em postos diferentes do seu habitual e com falta de
recursos suficientes. Há também as situações consideradas geradoras de
conflito, que se destaca a assistência a pacientes com doenças degenerativas,
como o câncer, pois precisam lidar rotineiramente com o processo do luto e
convívio com os familiares em processo de perda19.

3. Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada de julho de
2021 a maio de 2022, um estudo descritivo com abordagem qualitativa, com
coleta de dados em periódicos, utilizando as bases de dados Scielo, Medline
Google Acadêmico e Lilacs. Foram analisados 47 artigos científicos e revistas
publicados entre 2011 e 2022, com os descritores: Cuidados paliativos;
Processo do Cuidar; Oncogeriatria. Dos quais foram excluídos 9 artigos por
não estarem em português e 26 por não se relacionarem com oncologia
terminal em idosos. Foram selecionados 12 artigos, na língua portuguesa, que
estavam de acordo com a proposta do tema em questão.

4. Resultados e Discussão
4.1 Resultados
Diante dos resultados obtidos no estudo por meio da estratégia de
busca: autores, objetivo, metodologia, resultados e conclusão, os autores da
tabela a seguir delinearam variáveis para melhor descrever as evidências
encontradas na pesquisa.

Tabela 1- Resultados da revisão sistemática da literatura


AUTORES OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO
Paiva C. F. Analisar as as estratégias Os resultados deste
Santos T. C. estratégias empreendidas estudo ratificam a
F. empreendidas Pesquisa qualitativa, evidenciadas importância da
Montenegro pelo de abordagem foram: criação da atuação do
H. R. A. et al enfermeiro histórico-social, cujas Divisão de enfermeiro, onde a
2019 para fontes diretas Enfermagem; proximidade de
reconfigurar o utilizadas foram gerenciamento de vínculos permitirá

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


8
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

cuidado documentos escritos pessoal da uma prática de


paliativo e quatro depoimentos enfermagem; enfermagem mais
oncológico orais. consolidação do efetiva e consciente
frente ao setor da entre todos os
processo de Educação envolvidos.
acreditação Continuada;
hospitalar no criação do
Hospital do Regimento Interno
Câncer IV. de Enfermagem,
com elaboração
de normas e
rotinas; reuniões;
discussão de
casos clínicos;
treinamento e
aulas;
implantação do
Núcleo de
Assistência de
Enfermagem;
criação do
ambulatório de
curativos tumorais
e ostomizados;
organização do
Fórum do 5º Sinal
Vital.
Leite, A. C. et Descrever as Revisão integrativa O enfermeiro O aumento da
al 2020. evidências de literatura, assume papel prevalência de
publicadas realizada por meio da importante quanto doenças crônicas e
sobre a Plataforma da à avaliação da incapacitantes e a
assistência de Biblioteca Virtual em dor, já que está demanda crescente
enfermagem Saúde (BVS), assiste de pacientes
nos cuidados utilizando as bases continuamente o idosos, portadores
paliativos em de dados LILACS, paciente, outras de síndromes
pacientes BDENF e MEDLINE ações paliativas demenciais de
idosos em direcionadas a etiologias variadas
unidade de pacientes sob ou com graves
terapia cuidados sequelas
intensiva. paliativos, como neurológicas que
higiene, conforto, procuram as
respeito, instituições de
interação, saúde, tem levado
comunicação, a uma maior
envolvimento da necessidade de
família. serviços que
prestem
assistência
paliativa,
considerando que
essa classe etária é
a que mais se
beneficia e que está
mais suscetível às
intervenções
paliativas.
Brandão, M. Mostrar a Revisão integrativa A assistência do Por fim, nesse
L. A. Góis, R. importância da de caráter enfermeiro no processo do cuidar,

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


9
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

M. O. 2020. interação exploratório e cuidado paliativo evidencia-se que


familiar e da descritivo, realizado está relacionada integrar a família no
assistência de por meio de artigos ao cuidar e tratamento ao
enfermagem a científicos publicados promover a paciente
fim de tratar da referentes ao tema. qualidade de vida oncológico paliativo
saúde física e do paciente, é uma estratégia
mental do proporcionando para promoção de
paciente conforto, conforto do
oncológico preservando o enfermo e de seus
paliativo. estado físico, familiares.
emocional, moral
e espiritual e
ajudá-lo a
entender o
processo de
morte, estágios e
aceitação da
doença junto com
a família.
: Identificar na evisão integrativa da : Obteve-se uma Foi possível
literatura quais literatura, realizada amostra final de verificar a
Silva F. C. F. são as nas bases de dados 16 artigos, dos necessidade de
Cunha C. S. evidências LILACS, BDENF, quais o maior que o enfermeiro
Feitosa T. S. científicas MEDLINE/PUBMED, número de precisa ter
R. G. T. et al sobre os CINAHL e Web of publicações foi no conhecimentos
2019. cuidados Science. Foram ano de 2017, com suficientes para
paliativos incluídos no estudo, predominância de assistir de forma
realizados artigos originais estudos integral ao paciente
pelos disponíveis na ínte- qualitativos, nas com câncer sob
enfermeiros ao gra, publicados entre bases de dados cuidados paliativos
paciente com os anos de 2015 e LILACS e BDENF. e ainda oferecer
câncer. 2019, nos idiomas Quanto ao nível suporte aos seus
português, inglês e evidência, familiares, estando
espanhol observou-se que a assim
maioria dos apto/capacitado
estudos para abordar,
analisados avaliar e cuidar com
apresentou o intuito de garantir
avaliação IV. uma assistência de
qualidade e efetiva
a essa clientela.
revisão tem o Essa revisão foi Além disso, a Concluiu-se que os
Silva I. H. F. intuito de realizada por meio de equipe enfermeiros que
Ton L. 2020. ratificar a uma seleção de interdisciplinar relataram
importância da artigos, nas bases de também tem como intervenções de
assistência dados SciELO e objetivo caráter humano,
domiciliar na PubMe. desenvolver um demonstraram
qualidade de papel de educar o sentimentos
vida do paciente e os positivos,
paciente idoso familiares sobre reconhecendo a
com câncer em saúde, com o importância das
cuidados intuito de respectivas ações
paliativos proporcionar, de enfermagem
gerenciar e para oferecer uma
manter uma boa assistência
qualidade de vida humana. Nessa
para os mesmos perspectiva, as
realizações desses

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


10
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

cuidados exigem do
profissional da
saúde uma atuação
integral,
compartilhada e
humanizada, para
que o cuidado
paliativo seja
efetivo no alívio da
dor física e mental
desse paciente
Analisar os realizar uma de forma O enfermeiro é Ficou evidente que
Lobato L. G. Cuidados qualitativa de artigos, fundamental na as intervenções
M. Haidar A. paliativos em trabalhos assistência mais utilizadas
M Barbosa S. idosos acadêmicos, livros e oncológica da pelos enfermeiros
C. et al 2022. dissertações dos avaliação e no para o controle da
últimos 10 anos com controle da dor, dor em pacientes
o propósito de necessitando oncogeriátricos
ampliar o considerá-la como foram as
entendimento sobre o um sinal vital a ser farmacológicas.
tema abordado. A mensurado
busca desses mediante escalas
materiais de e não somente por
pesquisa será feita meio de aspectos
eletronicamente subjeti vos.
através das bases de
dados do Google
acadêmico, Scielo e
Pubmed.
Salvetti M. G. Apresentar a Estudo teórico- Os enfermeiros de Destaca-se a
Sanches M. definição de reflexivo que práticas avançada relevância da
B. 2022 ‘cluster de apresenta e discute têm o essencial educação
sintomas’ em possibilidades de características permanente para
pacientes com gerenciamento de para projetar, capacitar os
câncer e ‘clusters de sintomas’ implementar e trabalhadores de
refletir sobre a por meio de práticas avaliar protocolos enfermagem a
teoria, em enfermagem de intervenções partir da
avaliação, oncológica. voltados para a problemática da
resultados e gestão de ‘grupos terminalidade
intervenções de sintomas’ em vivenciada no
para o manejo pacientes com cotidiano dos
dos sintomas, câncer. trabalhadores.
com base na
perspectiva
das práticas
avançadas em
enfermagem
oncológica.
Beal, R. et al. Conhecer a Pesquisa O enfermeiro É necessária a
2021 percepção dos exploratória, ncológico está em ampliação da
egressos de abordagem constante discussão sobre
enfermagem qualitativa, interação com os oncologia durante a
sobre a desenvolvida em idosos por graduação do
formação uma Instituição de passara maior enfermeiro.
acadêmica Alta Complexidade parte do tempo
para o trabalho em oncologia na cuidando dos
na área de região Oeste do mesmos, precisa
oncologia. Paraná. A coleta de desempenhar um

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


11
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

dados ocorreu de papel essencial na


abril a maio de 2019, exploração
por meio de permanente do
Entrevistas cuidado e das
semiestruturadas, necessidades de
com 35 enfermeiros cada paciente. A
atuantes na assistência
assistência de qualificada e
pacientes eficaz requer a
oncológicos. Foi capacidade do
realizada análise de profissional de
conteúdo temática lidar com seus
dos dados. próprios
sentimentos
perante o paciente
com câncer.
Santos, N. A. Identificar o Trata-se de um Mesmo com os Os dados sugerem
R. et al. 2017 indicativo de estudo descritivo, estressores que que, apesar de
estresse transversal, que se destacaram estarem expostos a
ocupacional contemplou 105 estavam estressores como
em profissionais, relacionados à dor, sofrimento e
profissionais enfermeiros e sobrecarga de morte, os
de técnicos de trabalho, à divisão profissionais
enfermagem enfermagem, de um do trabalho e à estudados utilizam
que atuam na hospital de cuidados carga horária de estratégias de
assistência a paliativos trabalho. Os enfrentamento
pacientes com oncológicos da cuidados pelos eficaz na
câncer em cidade do Rio de enfermeiros em diminuição da
cuidados Janeiro, Brasil. CP em Percepção
paliativos. Oncogeriatria são subjetiva do
de extrema estresse.
importância, pois
apresentam como
foco o alívio dos
sintomas físicos e
psicológicos e tem
como objetivo
proporcionar
qualidade de vida
ao paciente, por
meio de técnicas
menos invasivas e
tecnológicas.
Monteiro, A. O estudo A amostra foi O enfermeiro O enfermeiro
N. P. A. et al. buscou apresentada em um precisa conhecer poderá ouvir
2018 demonstrar o quadro sinótico com perfil objetivamente o
perfil dos a distribuição dos socioeconômico e indivíduo,
trabalhos artigos analisados. clínico do identificar suas
publicados em paciente, havendo necessidades e
âmbito melhora no ajudá-lo a encontrar
nacional, no planejamento de soluções a partir do
período de cuidados através aumento das
2011 a 2016, da redução de informações de sua
com o possíveis própria atividade
levantamento complicações mental,
feito a partir do relacionadas à instrumentalizando-
Porta Regional terapêutica. Os o para o agir.
da Biblioteca fatores

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


12
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

Virtual de socioeconômicos
Saúde (BVS), contribuem para o
direcionando prognóstico da
para doença, pois a
periódicos falta de condições
indexados nas financeiras.
bases LILACS
e SciELO.
Silva, F. C. F. Identificar na Revisão integrativa O enfermeiro atua Foi possível
et al. 2020. literatura quais da literatura, na intervenção verificar a
são as realizada nas bases dos principais necessidade de
evidências de dados LILACS, sintomas na que o enfermeiro
científicas BDENF, doença terminal, precisa ter
sobre os MEDLINE/PUBM ED, dentre esses conhecimentos
cuidados CINAHL e Web of sintomas estão a suficientes para
paliativos Science. Foram desidratação, assistir de forma
realizados incluídos no estudo, constipação, integral ao paciente
pelos artigos originais fadiga, fraqueza, com câncer sob
enfermeiros ao disponíveis na náusea, vômito, cuidados paliativos
paciente com íntegra, publicados caquexia, e ainda oferecer
câncer. entre os anos de infecção, anemia, suporte aos seus
2015 e 2019, nos alterações familiares, estando
idiomas português, metabólicas e assim
inglês e espanhol. endócrinas, apto/capacitado
alterações para abordar,
musculares e avaliar e cuidar com
outras. o intuito de garantir
uma assistência de
qualidade e efetiva
a essa clientela.
Moura, A. C. Apresentar as Revisão integrativa As principais PICS As PICS,
A. principais da literatura nas adotadas para o principalmente
Gonçalves, práticas bases de dados alívio ou controle acupuntura,
C. C. S. 2020 integrativas e LILACS, SciELO, da dor foram a fitoterapia, reiki,
Complementar BDENF e MEDLINE acupuntura, homeopatia e
es (PICS) durante o período de acupuntura reflexologia podal,
empregadas 2008 a 2018. auricular, representam
para alívio ou Utilizada a análise do fitoterapia, reiki, recursos
controle da dor conteúdo de Bardin. homeopatia e a terapêuticos
em oncologia e reflexologia podal. importantes no
identificar a A práxis dos alívio da dor
práxis dos enfermeiros na oncológica. A
enfermeiros na utilização das práxis dos
utilização das PICS ressalta sua enfermeiros na
PICS em importância na utilização desta
Pacientes educação em terapêutica em
oncológicos. saúde e na sua pacientes
aplicabilidade. oncológicos em
hospitais, ainda se
constitui um desafio
em função da
dificuldade de lidar
com a hegemonia
do modelo
biomédico e a
deficiência na
formação
acadêmico-

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


13
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

profissional.
Fonte: Elaboração própria

4.2 Discussão
O diálogo mostra-se como instrumento fundamental no cuidado aos
pacientes na terminalidade, o cuidado paliativo à pessoa idosa requer do
profissional, principalmente enfermeiros por estarem em assistência contínua
com o paciente, interação tanto com o paciente quanto com a família para
orientá-los quanto ao cuidado de modo mais integral possível. Essa interação
permite auxiliar a aceitação do enfermo ao problema pelo qual está passando e
a todos verbalizar e expressar por completo suas dúvidas e angústias, a fim de
que haja maior proximidade e adesão ao tratamento paliativo, além de
influenciar positivamente no estresse ocasionado pela doença, tendo em vista
que o processo expõe o paciente à vulnerabilidade, sobretudo nas pessoas mais
idosas, a presença da família é fundamental, pois remete à proteção, pois neste
sentido a família também precisa de suporte para enfrentamento da doença, da
morte e do luto6,12,13.
A atenção ao paciente oncogeriatrico deve abranger atenção e cuidados
especiais, identificando aspectos físicos e psicológicos únicos para cada caso,
desenvolvendo a habilidade holística que avalie mais do que refere o paciente,
que sigam uma linha de planejamentos coordenados e cuidados
individualizados para possibilitar dignidade e amenizar o sofrimento da melhor
forma possível durante o tratamento, respeitando também, a vontade do
enfermo. Para isso, o enfermeiro deve conhecer, selecionar e oferecer técnicas
e estratégias humanizadas para alívio da dor que auxiliem o tratamento
farmacológico convencional, com identificação completa da queixa álgica. Para
isso, é necessário avaliar a melhor escolha das Técnicas Integrativas e
Complementares em Saúde (PICS), levando-se em conta os riscos e benefícios
de cada método, são medidas simples e de baixo custo que podem ser
ensinadas aos pacientes e cuidadores15,16.
Dentre os principais desafios de enfermeiros no cuidado paliativo aos
idosos está a carência na área de conhecimentos no cenário acadêmico da
formação profissional, necessitando de atualizações que atuem em detrimento

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


14
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

das ações mecanizadas farmacológicas, e nesse contexto tem-se com resultado


uma sensação de insegurança profissional quando no trato com pacientes
oncológicos em algum momento de sua atividade laboral. Além disso, os
profissionais possuem dificuldade em lidar com o sentimento negativo de
impotência, potencializado pela frustração e processo de morte e luto, que
vivenciando diariamente acarreta um afastamento e medo de desenvolver
afetividade com o paciente11,17,18.

5. Considerações Finais
O enfermeiro é o profissional que deve estar apto a prestar assistência
integral aos pacientes oncogeriatrico, com ações norteadas pelo conhecimento
científico e tratamentos humanizados, observando a avaliando criteriosamente
cada indivíduo em sua particularidade, especialmente em relação aos idosos em
decorrência das perdas de funções naturais. A atuação do enfermeiro visa o
atendimento do cliente, o diagnóstico de sua situação, intervenções e avaliação
dos cuidados específicos de enfermagem, a partir de uma perspectiva humanista
voltada para a qualidade de vida.
A implementação de ações e atividades de cuidados complementares às
farmacológicas é a melhor proposta para encarar o sofrimento do paciente. O
cuidado integral envolve uma relação de acolhimento e confiança, o enfermeiro
deve oferecer conforme e segurança sobre suas habilidades e estabelecer
vínculo entre profissional, paciente e seus familiares, porém muitas vezes não
tem estrutura para oferecer tal cuidado por não ter conhecimento sobre
estratégia de enfrentamento. É de extrema importância que os profissionais de
enfermagem conheçam meios de auxiliar de forma positiva no tratamento
paliativo, utilizando métodos que não foquem apenas no farmacológico, mas
implemente formas complementares para alívio de sintomas de modo que além
de dar o suporte necessário para seus pacientes, possa também manter-se
estável. O enfermeiro deve estar atualizado para prestar uma assistência
completa, de acordo com cada necessidade dos indivíduos que necessitam de
seus cuidados.

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


15
ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS IDOSOS
EM FASE TERMINAL
____________________________________________________________________________

REFERENCIAS

1. AZEVEDO, M. S. A. O Envelhecimento Ativo e a Qualidade de Vida: Uma


revisão integrativa. Revista DISSERTAÇÃO DE MESTRADO, 2015

2. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. Organização Mundial da


Saúde. 2015

3. FRANCISCO, P. M. S. B. FRIESTINO, J. K. O. FERRAZ, R. O. BACURAU, A.


G. M. STOPA, Prevalência de diagnóstico e tipos de câncer em idosos: dados
da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, 2020

4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. National cancer control programmes:


policies and managerial guidelines. 2.ed. Geneva: WHO, 2002

5. MONTEIRO, A. N. P. A. BATISTA, M. A. L. PEREIRA, J. S. BARBOSA, L. S.


SALGUEIRO, C. D. B. L. LOBATO, L. A Práxis do Enfermeiro na Assistência
Prestada à Saúde do Idoso Usuário do Serviço Hospitalar Oncológico. Revista
Multidisciplinar e de Psicologia. Psic. V.12, N. 41, p. 225-243, disponível em
http://idonline.emnuvens.com.br/id, 2018.

6. SILVA FCF, CUNHA CS, FEITOSA TSRGT, SILVA ADMS. Assistência de


enfermagem a pacientes com câncer em cuidados paliativos: revisão integrativa.
Revista Enfermagem Atual In Derme, Piauí 2020.

7. PAIVA CF, SANTOS TCF, MONTENEGRO HRA, COSTA R, MARTINS GCS,


ALMEIDA FILHO AJ. Reconfiguration of palliative oncological nursing care:
nursing contributions. Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20190384. doi:
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0384

8. WORLD HEALTH ORGANIZATION. National cancer control programmes:


policies and managerial guidelines. Geneva: WHO, 2014

9. MATSUMOTO DY. Manual de Cuidados Paliativos ANCP Ampliado e


atualizado. 2ª edição. Academia Nacional de Cuidados Paliativos., 2012

10. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA,


Cuidados Paliativos, 2020

11. SILVA IHF, TON L. Cuidados Paliativos: Assistência Domiciliar para idosos
com câncer. Congresso de Geriatria e Gerontologia do UNIFACIG. v. 1 n. 1
(2020)

12. LEITE, A. C. SILVA, L. J. FERREIRA, M. M. M. N. MENDES, V. B. SILVA, L.


E. C. LIMA, H. A. NETA, R. S. S. COSTA, M. M. S. Assistência de enfermagem
nos cuidados paliativos ao paciente idoso em unidade de terapia intensiva. Braz.
J. of Develop, v. 6, n. 12, Curitiba, 2020

13. BRANDÃO, M. L. A. GÓIS, R. M. O. Assistência de Enfermagem para

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


16
Sara Raabe Gomes Cruz, Sabrina do Nascimento Reis, Daniel Ferreira Lima,
Márcio Ferreira da Silva Júnior, Marcilene Montefusco Marques Sá, Lilian de Oliveira Corrêa
____________________________________________________________________________

pacientes oncológicos em Cuidados Paliativos: Importância da interação familiar


no tratamento. Enfermagem Caderno de graduação em ciências biológicas e da
saúde. Ciências Biológicas e de Saúde Unit v. 6, n. 1, p. 175-188, Aracaju, 2020

14. SILVA FCF, CUNHA CS, RODRIGUES TS, et al. Assistência de enfermagem
a pacientes com câncer em cuidados paliativos: revisão integrativa. Revista
Enfermagem Atual, 2020

15. LOBATO, Lucas Gabriel Machado. Cuidados paliativos em idosos com


câncer. São Luís: Centro Universitário UNDB, 2020

16. MOURA, A. C. A. GONÇALVES, C. C. S. Práticas integrativas e


complementares para alívio ou controle da dor em oncologia. Rev Enferm
Contemp. 2020. doi: 10.17267/2317-3378rec.v9i1.2649

17. SALVETTI MG, SANCHES MB. Symptom cluster: management and


advanced practices in oncology nursing. Rev Esc Enferm USP.
2022;56(spe):e20210452. https://doi. org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-
0452en

18. BEAL, R et al. Os desafios da oncologia: Da formação à ação profissional do


enfermeiro. Research, Society and Development, v. 10, n. 7, 2021

19. SANTOS, N. A. R. et al. Estresse Ocupacionana Assistência de Cuidados


Paliativos em Oncologia. Artigo extraído da dissertação intitulada: “Estresse
ocupacional e estratégias de enfrentamento da equipe de enfermagem: cuidados
paliativos, Rio de Janeiro 2016.

20. STUBE, M. CRUZ, C. T. BENETTI, E. R. R. GOMES, J. S. STUMM, E. M. F.


Percepções de Enfermeiros e Manejo da Dor de pacientes oncológicos. Rev Min
Enferm. 2015

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.10|e3242| p.01-17 |2023


17
Copyright of Revista Foco (Interdisciplinary Studies Journal) is the property of Revista Foco
and its content may not be copied or emailed to multiple sites or posted to a listserv without
the copyright holder's express written permission. However, users may print, download, or
email articles for individual use.

Você também pode gostar