Você está na página 1de 4

 

Discente: Carlos Rafael Sousa Novais

Disciplina: Trabalho de conclusão de curso I

Professora: Pollyana Viana lima

Trabalho: Cuidados paliativos em pacientes idosos comcâncer: em busca de


uma qualidade de vida

REFERENCIAL TEÓRICO 
O envelhecimento da população é um fenómeno de amplitude mundial, a OMS
(Organização Mundial de Saúde) prevê que em 2025 existirão 1,2 biliões de
pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muito idosos (com 80 ou mais
anos) constituem o grupo etário de maior crescimento (OMS, 2001). Ainda de
acordo com a mesma fonte a maior parte dessas pessoas (aproximadamente
75%) vive nos países desenvolvidos. (SOUSA; GALANTE; FIGUEIREDO,
2003) 
O envelhecimento populacional produziu importantes mudanças no perfil das
enfermidades, e nas últimas décadas tem sido observado um aumento na
magnitude das neoplasias malignas. Estima-se que 26 milhões de novos casos
de câncer serão diagnosticados no mundo até 2030 e que mais de 50% desses
casos ocorrerão em idosos, que é também o grupo de maior taxa de
mortalidade por essa doença. (FERREIRA, et al., 2015) 
O câncer ocupa um lugar de destaque no contexto das doenças crônico-
degenerativas, com mais de 11 milhões de casos novos e sete milhões de
mortes, por ano, no mundo. Trata-se, portanto, de uma doença de alta
prevalência global e, em nosso meio, verifica-se aumento importante da
mortalidade a partir dos trinta anos de idade, em especial, na população
geriátrica, na qual se concentram as maiores taxas. O Ministério da Saúde
estimou, em 2002, 128.162 óbitos por câncer, com 81.152 (63%) destes óbitos
ocorrendo na população acima de sessenta anos. (FLORIAI, C.;  SCHRAMM,
F., 2006) 
O câncer, qualquer que seja sua etiologia, atinge milhões de pessoas no
mundo, independentemente de classe social, cultura ou religião, e o impacto do
diagnóstico, frequentemente, é aterrador, pois, apesar dos avanços
terapêuticos, que possibilitam uma melhoria na taxa de sobrevida e qualidade
de vida, permanece o estigma de doença dolorosa, incapacitante, mutilante e
mortal. A incidência dessa doença aumenta consideravelmente com a idade,
muito provavelmente porque, com o avançar dos anos, acumulam-se fatores de
risco de tipos específicos de câncer. Ao acúmulo geral de fatores de risco vem
associar-se a tendência a uma menor eficácia dos mecanismos de reparação
celular no idoso. (SOARES, SANTANA, MUNIZ, 2010) 
Para ser uma resposta ativa aos problemas, necessidades e sofrimento
gerados pela progressão das doenças crônicas, avançadas e incuráveis, torna-
se necessário ampliar os cuidados de saúde prestados às pessoas acometidas
de enfermidades crônicas avançadas e seus familiares. Neste sentido, a prática
de cuidados paliativos não significa uma intervenção de “fim de linha”, mas sim
uma abordagem estruturada para atender as necessidades dos pacientes em
qualquer fase da enfermidade, e o mais precoce possível (SANTOS; MATTOS,
2008).  
Segundo a definição do Grupo de Qualidade de Vida criado pela Organização
Mundial da Saúde, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua
posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a qualidade de vida na velhice
corresponde a ter saúde em maior nível possível nos quatro aspectos da vida
humana: físico, social, psíquico e espiritual, surgindo, durante o tratamento do
câncer, a necessidade de estudar a qualidade de vida desses pacientes com
sobrevida aumentada devido ao tratamento. 
A avaliação da qualidade de vida (QV) de pacientes em tratamento oncológico
possibilita melhor compreensão da intensidade e quantidade dos sintomas do
paciente e da importância que isso tem na sua saúde, permitindo também
melhorar o planejamento da estratégia terapêutica. (FERREIRA, et al, 2015) 
Para alguns pacientes idosos com câncer, a manutenção da qualidade de vida
tem sido o objetivo primordial do tratamento, sobrepondo-se inclusive ao
aumento de sobrevida, já que essa população tem riscos adicionais de morte,
além do câncer. Ademais, o tratamento pode acarretar mais efeitos colaterais
em idosos do que em pacientes jovens, e essa toxicidade pode deteriorar a
qualidade de vida desses pacientes, colocando em discussão a melhor opção
terapêutica. (FERREIRA, et al, 2015) 
Atualmente os Cuidados Paliativos vêm sendo um procedimento realizado
pelos profissionais da saúde em muitas instituições, em especial em hospitais
de grande porte. Mas para compreender a emergência desses cuidados,
vamos nos reportar um pouco a onde ele surgiu. (BUENO, 2013) 
De acordo com a OMS, é importante a participação da família e amigos
próximos no processo de aceitação e suporte do paciente. Além do suporte
profissional, o envolvimento da família e amigos, quando possível, é sempre
positivo. A presença da família oferece segurança e confiabilidade para o
paciente em relação aos cuidados que estão sendo tomados para sua
patologia e, muitas vezes, também participa ativamente dos processos de
decisão do tratamento e do cuidado em si. 
A abordagem multidisciplinar é importante para os cuidados paliativos porque
implica em demonstrar que nenhuma profissão consegue abranger todos os
aspectos envolvidos no tratamento de pacientes terminais, o que faz destacar a
significância do trabalho coletivo, permitindo a sinergia de habilidades para
promover uma assistência completa. Os profissionais da saúde devem
aprender a respeitar as condições humanas, a dimensionar a fragilidade física
e psicológica do paciente e do profissional em relação aos valores pessoais e
espirituais e aprender a descartar ou não supervalorizar o que não é essencial
para a vida. Para além da competência técnica profissional, nada substitui a
pessoa humana como fonte e fator de cura para o doente. (REIS, REIS, 2007) 
A perspectiva de idosos, em tratamento de câncer acerca da qualidade de vida.
Um tema complexo, a qualidade de vida pode variar significativamente entre
indivíduos e culturas. A qualidade de vida é alcançada através de ações
intrínsecas, autodeterminadas como a busca de bons motivos para conviver
com o câncer em trata mento; concretizar ações de manutenção preventiva em
saúde de forma a manter a realização de atividades de seu cotidiano, que não
são necessariamente atividades básicas de vida diária; e, manter a saúde
mental através da busca ativa pela vontade de viver com paz interior, com
alegria e de bem com a vida. (SILVA, HANSEL, DA SILVA, 2016)

Você também pode gostar