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Fisioterapia Aplicada À Saúde do Idoso

Introdução ao Estudo do Envelhecimento

Histórico do processo de envelhecimento


// Epidemiologia do envelhecimento populacional
// Perfil da transição epidemiológica
Termos básicos empregados no estudo do envelhecimento
// Termos básicos aplicados aos tipos de envelhecimento biológico
// Outros termos ligados ao processo de envelhecer
Teorias biológicas do envelhecimento humano
// Teorias estocásticas do processo de envelhecimento
// Teorias sistêmicas do processo de envelhecimento
Qualidade de vida e a relação com o processo de envelhecimento
// Conceito de qualidade de vida aplicado ao idoso
// Avaliação da qualidade de vida
Bioética aplicada ao envelhecimento
// Conceitos básicos em bioética
// Relação profissional de saúde e paciente idoso
// Relação profissional paciente idoso frente ao processo de morte
// Cuidados paliativos
Atuação do fisioterapeuta no processo de envelhecimento
// Atuação do fisioterapeuta nos diferentes tipos de envelhecimento

O envelhecimento da população é um fenômeno que vem se consolidando nos últimos anos, resultando
em um novo perfil populacional, com um aumento expressivo de idosos em todo o mundo. Associado a
isso, tem-se uma mudança no perfil epidemiológico, com redução da prevalência de doenças de causas
infectocontagiosas para um aumento na prevalência de doenças crônico-degenerativas. Essas mudanças
resultaram em novas demandas voltadas para a atenção à população idosa, especialmente, novas
demandas na área da saúde, visando atender esse novo perfil de idosos.

1. HISTÓRICO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Segundo Freitas e Py (2016), o envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o idoso (resultado
final) constituem um conjunto de fatores intimamente relacionados. Sendo que o envelhecimento é um
fenômeno comum a todos os seres vivos animais, mas ainda com muitas dúvidas a serem esclarecidas.
O envelhecimento, como processo dinâmico e progressivo, no qual todas as pessoas estão sujeitas, resulta
em modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas relevantes, sendo que o conjunto
dessas manifestações caracterizam a velhice, considerada a última fase do ciclo da vida.
O processo de envelhecimento tem sido tema de estudos e pesquisas desde o início das civilizações e, ao
longo da história, vem sendo tratado de diferentes modos. Segundo Dardendo e Mafra (2018), em
algumas civilizações, as pessoas mais velhas eram muito valorizadas, recebendo destaque por sua
experiência de vida. Como exemplo, pode-se citar as civilizações chinesa e japonesa, onde se acreditava,
inclusive, que as pessoas mais velhas detinham um poder sobrenatural, associado a mais experiência de
vida e sabedoria.
Do mesmo modo, as civilizações de babilônios e hebreus davam grande importância às pessoas mais
velhas e, por isso, já pesquisavam modos de impedir o processo de envelhecimento. Em contrapartida, em
outras civilizações, como os povos nômades, as pessoas mais velhas eram vistas como uma sobrecarga e,
portanto, muitas vezes eram abandonadas.
A valorização das pessoas mais velhas ao longo dos anos ainda esteve relacionada à classe social em que
pertenciam. Na Grécia, por exemplo, as pessoas mais velhas pertencentes às classes sociais mais altas,
possuíam poder político, econômico e cultural, sendo reconhecidas como pessoas sábias. Ao contrário de
pessoas mais velhas pertencentes a classes sociais inferiores, que representavam situações de invalidez e
doença e não detinham poder algum (DARDENDO; MAFRA, 2018).
Ainda nessa perspectiva, algumas civilizações consideravam o envelhecimento como sinônimo de
doenças, tanto do ponto de vista da ciência quanto do ponto de vista cultural. Segundo Perracini e Fló
(2019), essa ideia do envelhecimento como sinônimo de doença pendurou até a década de 1990.
Além disso, antigamente, em todas as civilizações, chegar à velhice era privilégio de poucas pessoas e,
assim, na maioria das sociedades não existia preocupação em compreender o processo de envelhecimento.
Contudo, atualmente, a longevidade se tornou um acontecimento comum e, por consequência, há uma
crescente busca pela compreensão desse processo.

Epidemiologia do envelhecimento populacional

Considera-se que uma das maiores conquistas da humanidade foi o aumento dos anos de vida da
população, sendo que essa condição é resultado de vários fatores, incluindo o declínio da mortalidade,
redução da natalidade, melhoria nas condições de saneamento básico e, principalmente, avanços na área
da saúde, garantindo que as pessoas tenham mais qualidade de vida e longevidade (LEMOS et al., 2001).
Contudo, essa conquista trouxe consigo um dos grandes desafios do século XXI: a atenção à pessoa idosa.
Esse desafio é evidente em todo o mundo, uma vez que o processo de envelhecimento da população
acontece em ritmo acelerado (DARDENGO, MAFRA, 2018). Segundo dados do IBGE (2018), a
população idosa no Brasil aumentou consideravelmente desde a década de 1960, e tende a crescer ainda
mais nos próximos anos, podendo chegar a um quarto de toda a população no ano de 2043.
O Gráfico 1 mostra uma projeção do índice de envelhecimento da população brasileira (relação entre
jovens e idosos).

Considerando esse processo acelerado de envelhecimento da população, cria-se a necessidade de novos


estudos e novas áreas de atenção destinadas a essa população com predomínio de idosos. Dentre as
necessidades que vem surgindo, cita-se mudanças nas estratégias voltadas à saúde dessa população.
Segundo o Ministério da Saúde (2006), no Brasil, o processo de envelhecimento aconteceu de modo tão
rápido que não houve tempo para uma reorganização adequada para atender às novas demandas de saúde
dessa população, sendo necessários novos estudos e novas intervenções na área.

Perfil da transição epidemiológica

Vale destacar que, com relação à epidemiologia, além do aumento no número de idosos, vive-se um
processo de mudanças nos perfis de morbidade e de mortalidade dessa faixa etária, representando um
quadro de transição epidemiológica, que acomete todas as faixas etárias, entretanto, é mais intensa na
população idosa.
Segundo Cortez et al. (2019), essa condição representa uma redução nos perfis de morbidade e
mortalidade de doenças infectocontagiosas para um perfil em que predominam as doenças crônicas não
transmissíveis. Desse modo, atualmente, doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças de causas
externas e afecções crônico-degenerativas são mais prevalentes.
Além do aumento expressivo da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, os idosos estão mais
suscetíveis à presença de mais de uma dessas doenças associadas. Estima-se que cerca de 80% dos idosos,
no Brasil, têm ao menos uma morbidade, e grande parte dessa população, possui duas ou
mais comorbidades.
Esse novo perfil de morbimortalidade entre idosos com aumento de doenças crônicas traz impactos
importantes para toda a sociedade, especialmente no aumento da demanda por serviços de saúde. Isso
porque, no cenário com maior prevalência de doenças crônicas, o paciente idoso demanda de
acompanhamento constante, cuidados permanentes, da utilização de medicação contínua e da realização
de exames periódicos, o que aumenta a necessidade de assistência e, ainda, eleva os custos de saúde.
2. TERMOS BÁSICOS EMPREGADOS NO ESTUDO DO ENVELHECIMENTO

Frequentemente, na área de estudos sobre envelhecimento surgem termos técnicos que visam estabelecer
uma linguagem universal, ou seja, um linguajar comum a todos que lidam no dia a dia com pacientes
idosos (FREITAS; PY, 2016). Considerando isso, os termos básicos aplicados a essa área são
importantes, pois evitam confusões teóricas no uso de diferentes conceitos.
Dentre esses termos básicos aplicados à área do envelhecimento, cita-se as definições de idoso, de
envelhecimento populacional, envelhecimento individual, velhice, idoso, geriatria, gerontologia, equipes
interdisciplinares, entre outros.
Sobre a definição de idoso, no Brasil, uma pessoa é considerada idosa quando possui idade igual ou
superior a 60 anos. Todavia, essa definição é diferenciada nos países desenvolvidos, onde a pessoa é
considerada idosa com 65 anos ou mais (SANTOS, 2010).
É importante que se estabeleça a diferença entre o envelhecimento populacional e o envelhecimento
individual. Sendo que o envelhecimento populacional se refere às características demográficas da
população, como o aumento nas proporções de pessoas idosas em relação as pessoas mais jovens e o
envelhecimento individual se refere aos processos fisiológicos que ocorrem no organismo do
indivíduo, decorrente do envelhecimento dos sistemas. Uma pessoa envelhece à medida que sua idade
aumenta e isso não é reversível (Fiocruz, 2008).
Outros conceitos importantes estão intimamente relacionados ao envelhecimento, como os
termos idoso e velhice. Segundo Freitas e Py (2016), o termo velhice se refere a última fase da vida,
decorrente do processo de envelhecimento, enquanto o termo idoso (velho) se refere ao resultado desse
processo.
Ao longo dos anos, a tendência de crescimento da população de idosos proporcionou avanços na área da
saúde, especialmente no início do século XX, o que garantiu o surgimento de áreas de estudo específicas
voltadas ao acompanhamento do processo de envelhecimento, como a geriatria e a gerontologia.
Essas áreas de conhecimento atuam em conjunto sobre os múltiplos aspectos envolvidos no processo de
envelhecimento. A geriatria atua nos aspectos curativos e preventivos da atenção à saúde da pessoa idosa
e possui uma relação estreita com a área médica e a gerontologia é uma área interdisciplinar de estudo do
processo de envelhecimento que contempla aspectos biológicos, sociais e psicológicos, envolvendo a
atuação de profissionais de diferentes áreas (FREITAS; PY, 2016).
Devido à sua interdisciplinaridade, a gerontologia possibilita uma atuação ampla e efetiva, atendendo às
múltiplas necessidades da população idosa, considerando que, nesses casos, há uma maior integração
entre os vários profissionais, possibilitando, assim, uma intervenção completa.
Em geral, as equipes interdisciplinares são formadas por terapeutas ocupacionais, enfermeiros, médicos,
psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros, que atuam no atendimento
integral ao paciente idoso.

Termos básicos aplicados aos tipos de envelhecimento biológico

Destaca-se dois termos básicos que se referem às classificações do processo de envelhecimento, são
eles: envelhecimento fisiológico e envelhecimento patológico.
Com relação ao processo de envelhecimento, considera-se que todos os indivíduos passam por
transformações biológicas com o passar dos anos, que se caracterizam por modificações decorrentes de
processos de involução morfológica e funcional, que afetam os sistemas orgânicos do organismo e
culminam com a morte (Fiocruz, 2008). Por afetarem todos os indivíduos de mesma espécie de modo
semelhante, o envelhecimento é considerado um evento biológico e irreversível, que se caracteriza por
maior vulnerabilidade às agressões impostas tanto pelo meio interno, como pelo meio externo, uma vez
que células, tecidos, órgãos e sistemas apresentam maior suscetibilidade a agressões à medida que
envelhecem.
Nessas situações, o envelhecimento é denominado fisiológico, também chamado de senescência, e se
caracteriza pelo surgimento de alterações fisiológicas esperadas nesse processo, resultado do declínio das
funções dos sistemas (FREITAS; PY, 2016).
Dentre as alterações fisiológicas, caracterizadas pela redução da capacidade e função desses sistemas,
destacam-se as alterações nos sistemas musculares, ósseos, respiratório, cardiovascular e nervoso.
Segundo a SBGG (2016), as alterações encontradas no envelhecimento fisiológico são comuns a todos os
indivíduos e estão relacionadas à evolução do tempo sobre o organismo sem o aparecimento de nenhuma
doença associada.
No entanto, no envelhecimento denominado de patológico, também chamado de senilidade, o idoso, além
de apresentar alterações decorrentes do processo de envelhecimento fisiológico, apresenta alterações
relacionadas à presença de patologias (SBGG, 2016).
Além disso, Freitas e Py (2016) citam que, no envelhecimento patológico, a presença de alterações
fisiológicas juntamente com doenças concomitantes, induzem graus variados de incapacidades, uma vez
que podem interferir nas alterações fisiológicas próprias do envelhecimento e produzir uma ação deletéria
muito acentuada, piorando o quadro de incapacidade apresentado.
O Gráfico 2 mostra a classificação do envelhecimento fisiológico e patológico com base nos limiares de
incapacidade.

Infelizmente, de acordo com os dados epidemiológicos, a maioria dos idosos apresenta um quadro de
envelhecimento patológico, ou seja, associado à presença de doenças e consequentes incapacidades.
O envelhecimento fisiológico é subdividido em envelhecimento bem-sucedido e envelhecimento usual,
com base em algumas características apresentadas pelo idoso. No envelhecimento bem-sucedido, o
organismo mantém todas as funções fisiológicas de modo semelhante a um organismo em fase adulta. Já
no envelhecimento fisiológico usual, observa-se uma perda funcional, de característica lenta e
progressiva, que traz alguma limitação ao indivíduo idoso, mas não promove nenhum tipo de
incapacidade.
Existe ainda, ao se falar em classificação do envelhecimento biológico, uma subclassificação que muitas
vezes se confunde com envelhecimento patológico, por possuírem características muito similares. Nessa
subclassificação, encontram-se os idosos que apresentam alterações fisiológicas mais acentuadas,
decorrentes do processo natural do envelhecimento, o que caracteriza a síndrome da
fragilidade ou frailty. A síndrome da fragilidade se difere do envelhecimento patológico por não
apresentar doenças que justifiquem as alterações fisiológicas existentes (Fiocruz, 2008).
O Gráfico 3 apresenta a relação do limiar de incapacidade com base no envelhecimento patológico e no
envelhecimento bem-sucedido e suas subclassificações.

Com relação à síndrome da fragilidade, algumas condições são consideradas fatores de risco para o
desenvolvimento dessa condição, das quais destacam-se: gênero feminino, baixo nível socioeconômico,
problemas de nutrição, senescência, quadro de sarcopenia, sedentarismo e a presença de doenças
associadas, como doenças degenerativas (Parkinson e doença de Alzheimer), depressão e doenças
vasculares (acidente vascular encefálico).
Ressalta-se que alguns fatores como a hereditariedade, hábitos de vida e a presença de doenças prévias
são determinantes no processo de envelhecimento e contribuem em diferentes graus para o tipo de
envelhecimento a ser apresentado pelo idoso, uma vez que esses fatores expõem o indivíduo a agressões
capazes de interferir no funcionamento do organismo, gerando diversas incapacidades na velhice, que são
variáveis de um indivíduo para outro (Fiocruz, 2008).

Outros termos ligados ao processo de envelhecer

O conhecimento de outros termos relativos ao envelhecimento também se faz necessário, uma vez que
estão intimamente ligados ao processo de envelhecer. São eles:
Autonomia
Habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais em seu dia a dia (OMS, 2005)
Capacidade funcional
Compreendida como a autonomia para realizar atividades cotidianas básicas (relativas às atividades de
vida diárias e atividades instrumentais de vida) sem que necessite de auxílio de outras pessoas
Independência
Capacidade de executar funções relacionadas à vida diária, de modo que se possa conviver sozinho ou em
comunidade, com autonomia ou com pouca ajuda de outras pessoas (OMS, 2005)
Incapacidade funcional
Inabilidade ou a dificuldade em realizar tarefas cotidianas indispensáveis para uma vida independente

Desse modo, conclui-se que quanto maior a autonomia e a capacidade funcional, maior a independência
do idoso no processo de envelhecimento.

Segundo Diniz et al. (2020), a capacidade funcional é diretamente influenciada pelas condições de saúde
do paciente idoso e, portanto, tem importante valor prognóstico e na qualidade de vida.
A escala de Katz é uma das principais escalas utilizadas para avaliação da funcionalidade das Atividades
Instrumentais da Vida Diária (AVD), que classifica o paciente como independente, com dependência
parcial ou totalmente dependente (DINIZ et al., 2020). O Quadro 1 apresenta a escala de Katz de
avaliação funcional das atividades de vida diárias (AVD).

Além da escala de Katz, pode-se adotar a escala de Lawton referente às atividades instrumentais da
vida diária (AIVD), sendo que sua “pontuação serve de parâmetro para o seguimento e a identificação de
eventuais perdas de funcionalidade” (DINIZ et al., 2020). O Quadro 2 apresenta como essa escala é
utilizada na avaliação da capacidade funcional dos pacientes.
Considera-se que os níveis de capacidade funcional aumentam na infância e na adolescência, decrescem
minimamente na fase adulta e apresentam uma queda mais expressiva na velhice. Desse modo, é natural
que no decorrer do processo de envelhecimento o idoso apresente uma pequena redução da autonomia, da
independência e, consequentemente, da capacidade funcional decorrentes das alterações fisiológicas
próprias do envelhecimento.
Entretanto vale ressaltar que essa redução é fisiológica e esperada, mas não causa incapacidades e o idoso
consegue manter suas habilidades, tanto físicas como cognitivas em níveis suficientes para uma vida
independente e autônoma.
Em contrapartida, no processo de envelhecimento patológico pode haver alguma interferência negativa na
capacidade funcional que depende de vários fatores, incluindo a quantidade de doenças associadas, o tipo
e a gravidade dessas doenças, além de outras condições pessoais (ALVES et al., 2007). No entanto a
presença de doenças associadas não significa que obrigatoriamente o idoso deve apresentar
incapacidades, pois mesmo com a presença de múltiplas doenças associadas, podem manter a autonomia,
a independência e a capacidade funcional, conseguindo desempenhar suas atividades cotidianas
normalmente (BOFF; GREGORY, 2019).

3. TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO HUMANO

Na prática, sabe-se que alguns fatores contribuem de modo favorável ou desfavorável para o processo de
envelhecimento, contudo, não se sabe exatamente o que determina o tipo de envelhecimento a ser
apresentado pelo paciente, pois muitos indivíduos mesmo apresentando condições hereditárias favoráveis
e bons hábitos ao longo da vida podem desenvolver um envelhecimento patológico ou ainda pacientes
com condições hereditárias desfavoráveis associados a hábitos ruins de vida podem apresentar um
processo de envelhecimento fisiológico comum.
Para entender como essas situações acontecem, a gerontologia faz uso de algumas teorias de natureza
biológica que tentam explicar o mecanismo da gênese do envelhecimento, mas até o momento nenhuma
delas conseguiu esclarecer como se dá esse processo de modo completo (FREITAS; PY, 2016).
Existem diversas teorias que buscam explicar as causas do envelhecimento, sendo que as mais descritas
atualmente se agrupam em dois grandes grupos: as teorias estocásticas e as teorias sistêmicas.

Teorias estocásticas do processo de envelhecimento

As teorias estocásticas defendem que o organismo humano está exposto a um contínuo e ininterrupto
processo de ataques diversos e aleatórios, chamados de estocásticos, capazes de causar erros em
determinados sistemas do organismo, provocando declínio fisiológico, estrutural e progressivo.
O Quadro 3 apresenta as principais teorias estocásticas do processo de envelhecimento e suas respectivas
definições.
Teorias sistêmicas do processo de envelhecimento
As teorias sistêmicas se baseiam na gênese do envelhecimento de modo encadeado e organizado, estando
relacionado a um declínio de função de alguns sistemas específicos, como os sistemas nervoso, endócrino
e imunológico, que desempenham a coordenação de todos os demais sistemas, estando, inclusive,
envolvidos no sistema de defesa do organismo (FREITAS; PY, 2016).
O Quadro 4 apresenta as principais teorias sistêmicas do processo de envelhecimento e suas respectivas
definições.
4. QUALIDADE DE VIDA E A RELAÇÃO COM O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Envelhecer é uma das principais conquistas da humanidade. Segundo Perracini e Fló (2019), a maior
longevidade alcançada pela população pode resultar em processos de envelhecimento marcados por
dependência, incapacidades, altas taxas de prevalência de doenças crônico-degenerativas, entre outras
implicações que acometem as diversas dimensões do ser humano. Desse modo, o surgimento dessas
implicações acaba interferindo de modo negativo na qualidade de vida do idoso.

Conceito de qualidade de vida aplicado ao idoso

Segundo a OMS (2005), a qualidade de vida é entendida como a percepção que o paciente possui sobre
sua posição na vida, considerando o contexto de cultura, de valores, de expectativas, padrões e
preocupações. Por se tratar de um conceito muito amplo, incorpora diversas variáveis, incluindo a
dimensão de saúde física, relações sociais, estado psicológico, nível de dependência, condições do
ambiente em que vive, entre outros. Quando relacionada à saúde, a qualidade de vida se refere aos
impactos que o estado de saúde gera na capacidade de se viver plenamente (PERRACINI; FLÓ, 2019).
Quando esse conceito é aplicado ao processo de envelhecimento, busca-se compreender de que modo se
estabelece a relação entre a qualidade de vida e a velhice. Para Perracini e Fló (2019), o envelhecimento
não é sinônimo de redução de qualidade de vida, assim como não é sinônimo de perda de autonomia e
dependência, pois é possível encontrar um largo espectro de idosos com diferentes condições de
autonomia e independência, que variam desde totalmente dependente até totalmente independente.
Todavia, há de se pontuar que os idosos estão mais expostos a riscos de perdas de domínios físicos e
intelectuais decorrentes do próprio processo de envelhecimento fisiológico, tornando-os mais vulneráveis
a alterações que comprometem a sua capacidade funcional, autonomia e independência.
Um exemplo de implicações fisiológicas esperadas no envelhecimento são as modificações
anatomofisiológicas do sistema musculoesquelético, que causam redução da massa muscular e da
mobilidade articular, contribuindo para a redução da capacidade funcional e, consequentemente,
influenciando na qualidade de vida.
Além das implicações físicas, o processo de envelhecimento pode cursar com alterações na saúde mental
e cognitiva, sendo que os pacientes podem apresentar alterações em relação à autonomia e à
independência, uma vez que possuem fundamental importância na execução de tarefas do dia a dia,
interferindo em diferentes graus na capacidade funcional do paciente (PERRACINI, FLÓ, 2019).

Avaliação da qualidade de vida

Avaliar a qualidade de vida de idosos é útil para que se possa estabelecer intervenções específicas sobre
os fatores que influenciam negativamente em sua saúde e bem-estar.
Para isso, pode-se empregar escalas de caráter multidimensional que avaliam diversos aspectos
relacionados à qualidade de vida dos pacientes. Rebelatto (2007) indica que as escalas mais
recomendadas são:
Questionário de qualidade de vida (World Health Organization Quality of Life - WHOQOL), da
OMS, estruturado em cem questões em sua versão completa, ou 26 questões em sua versão reduzida, que
avaliam seis domínios relacionados à qualidade de vida: domínio físico, psicológico, independência,
relações sociais, ambiente e espiritualidade;
Quality of life profile (perfil de qualidade de vida), do Centre of Health Promotion, trata-se de uma
escala destinada a adultos e idosos e avalia três domínios: autodescrição, conexões com o ambiente e
metas, expectativas e aspirações.
É importante para todo profissional da saúde conhecer como esses instrumentos de avaliação da qualidade
de vida são estruturados e como colaboram no diagnóstico e tratamento, promovendo intervenções
adequadas no atendimento individual do paciente. O WHOQL é um excelente instrumento para promover
melhor qualidade de vida à população geral e, principalmente, de idosos em todo o mundo.
5. BIOÉTICA APLICADA AO ENVELHECIMENTO

Em síntese, o termo bioética se refere a uma ciência que tem como objetivo primordial indicar quais são
os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida animal, humana e ambiental,
identificando valores e riscos.
A bioética busca facilitar o enfrentamento de questões de cunho ético que comumente surgem na prática
profissional. Com isso, é possível enfrentar dilemas e conflitos na área da saúde de modo mais efetivo e
ético. Todavia, vale ressaltar que a aplicação da bioética na prática profissional não visa impor regras de
comportamento, mas por meio dela se pretende subsidiar decisões e comportamentos sobre o cuidado
com a vida e sua relação com os conflitos éticos.

Conceitos básicos em bioética


É importante destacar alguns conceitos para que sejam sempre lembrados no enfrentamento das questões
bioéticas, são eles:
• Toda a pessoa é única, ou seja, as pessoas são diferentes entre si em relação a gênero, cor, raça,
entre outras características e no que se refere às necessidades, anseios e objetivos e, desse modo,
devem ser tratadas individualmente, tendo suas particularidades respeitadas;
• O ser humano é provido de dignidade, o que na prática significa que cada pessoa possui valor
pelo simples fato de existir;
• Cada pessoa é composta de diversas dimensões (biológica, psicológica, social, moral e espiritual)
e a junção dessas dimensões dá origem a um ser único.

Esses conceitos permitem compreender que a conduta profissional deve se pautar no respeito às
características individuais de cada pessoa. Para garantir o respeito à individualidade da pessoa, à
dignidade e às suas diversas dimensões, a bioética faz utilização de ferramentas para facilitar essa
abordagem. Essas ferramentas, chamadas de princípios da bioética, são (STAPENHORST, 2017):

Princípio da Beneficência - Entendido como uma dupla obrigação em que não se deve causar danos e
deve-se maximizar o número de benefícios e minimizar os prejuízos;
Princípio da Autonomia - Esse princípio se pauta no poder e liberdade de decisão que o paciente possui,
para isso, o profissional deve explicar detalhadamente todas as questões relativas às condutas, tratamentos
e orientações e certificar-se de que a pessoa realmente compreendeu as questões colocadas;
Princípio da Justiça - Refere-se ao conceito de equidade, que representa dar a cada indivíduo o que lhe
é necessário, considerando que as pessoas apresentam necessidades diferentes e, portanto, precisam de
condutas e tratamentos distintos, conforme suas particularidades.

Após compreender que cada pessoa é única, possui dignidade e é formada por diversas dimensões, deve-
se considerar esses três princípios básicos da bioética para tomar as decisões adequadas. Visto isso, o
profissional deve ser capaz de responder algumas perguntas:
Como profissional, estou oferecendo a melhor opção de tratamento ao paciente, conforme as necessidades
dele?
a) O paciente detém conhecimento para decidir sobre o tratamento/conduta que indiquei?
b) Minha conduta profissional está sendo justa?
c) Minha atuação profissional junto ao paciente está fundamentada em princípios éticos?

Essas questões são empregadas diariamente na prática profissional e, nos últimos anos, vem sendo muito
aplicadas sobre o processo de envelhecimento, especialmente pelo crescente número de pessoas na faixa
etária acima de 60 anos.
Segundo Saqueto et al. (2013), considerando essa abordagem, a bioética pode ser vista como uma
ferramenta eficaz para promover reflexão sobre o processo de envelhecimento, permitindo que o paciente
idoso seja respeitado em todas as suas dimensões.
Entre as questões bioéticas mais abordadas no processo de envelhecimento, destacam-se as questões
relativas a: relações familiares do idoso, pesquisas envolvendo idosos, aspectos relacionados à morte, a
autonomia de idosos e as questões envolvendo a relação entre profissionais de saúde e o paciente idoso.
Relação profissional de saúde e paciente idoso

Todos os profissionais de saúde, incluindo o fisioterapeuta, estabelecem algum tipo de relação com os
pacientes idosos, com seus familiares, cuidadores e, ainda, com os demais membros da equipe
interdisciplinar. Sobre essas relações, alguns pontos relacionados à bioética são relevantes e devem ser
respeitados (GOLDIM, 2000):
Veracidade – Consiste em transmitir informações verdadeiras, reais e honestas ao paciente. Quando se
fala da relação entre profissional de saúde e paciente idoso, muitas vezes surge o dilema de dizer ou não a
verdade para o paciente, para preservá-lo diante de más notícias. Portanto, cabe ao profissional
desenvolver habilidades a fim de conseguir fornecer informações verdadeiras ao paciente, causando o
menor sofrimento possível. A não veracidade das informações pode impedir o paciente de tomar decisões
importantes referente ao tratamento, às condutas ou sobre sua vida pessoal, ou seja, pode impedir que o
paciente e sua família se organizem para acontecimentos prováveis, incluindo o processo da morte. Deve-
se considerar ainda que o paciente também possui o direito de não receber informações sobre sua saúde,
tratamento ou conduta, caso essa seja a sua vontade, que deve ser igualmente respeitada;
Privacidade – É definida como a limitação do acesso às informações do paciente, ao acesso à própria
pessoa, às informações sobre a intimidade e o anonimato, de modo que pessoa tenha direito de não ser
observada sem a sua devida autorização;
Confidencialidade – É definida como a garantia que o paciente possui de resguardo das informações
dadas, assim como a proteção contra uma possível revelação não autorizada. É importante que a
confidencialidade do profissional seja fiel ao paciente, considerando que cabe apenas a ele a decisão de
revelar ou não suas informações, o que deve ser respeitado mesmo em situações de incapacidade ou após
a sua morte;
Humanização da relação – Considera-se que a relação entre profissionais de saúde e pacientes idosos
implica em mudanças no modo de atenção ao paciente que passa a ser integral, mais humana, em equipe,
respeitando as individualidades e, ainda, privilegiando uma atenção mais humanística e ética ao paciente.

O respeito a esses aspectos permite uma relação de vínculo, de confiança e, sobretudo, de respeito às
questões éticas envolvidas no atendimento de pacientes idosos e, portanto, devem ser cumpridas pelos
profissionais.

Relação profissional paciente idoso frente ao processo de morte

Essa relação de vínculo, confiança e respeito que se estabelece na relação entre profissionais de saúde e
pacientes idosos pode acontecer em diferentes etapas do envelhecimento, incluindo o processo de morte.
Segundo Cocentino e Viana (2011), embora a velhice devesse ser esperada e previsível para todos, esse
processo se constitui de um fenômeno muitas vezes assustador para os pacientes, assim como o fenômeno
da morte, que gera espanto e medo. Na velhice, o processo de morte acaba se aproximando mais dos
pacientes à medida que envelhecem.
Em geral, mesmo com os avanços da área da saúde, com a cura de doenças e o prolongamento da vida, o
processo de morte ainda é visto como um grande tabu pela sociedade, principalmente por envolver
inúmeras questões éticas.
Juntamente com a bioética, destaca-se uma ciência que se preocupa especificamente com o cuidado
voltado ao processo de morrer, a tanatologia.
A tanatologia foi estabelecida pela médica Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), que afirmou ser a morte
uma condição inexorável do ser humano e que, por isso, todas as pessoas devem ter seus sofrimentos
minorados nesse processo, mediante métodos de cuidados especiais.

A tanatologia é considerada uma área de estudos que surgiu e se consolidou com o escopo de humanizar
as relações entre o momento da morte e os significados desse processo, considerando as características
intrínsecas do ser humano. Segundo Kovács (2003), por envolver questões éticas no processo de morte, a
tanatologia está intimamente ligada à bioética, sendo uma área de abordagem interdisciplinar.
Desse modo, a bioética pode ser empregada por meio dos princípios de beneficência, dignidade,
competência e autonomia, de modo que se possa trabalhar com a possibilidade de re-humanização do
processo de morrer, fazendo com que a morte seja vista como parte natural do processo da vida.
Kovács (2003) destaca alguns questionamentos, discussões e reflexões comuns entre os profissionais de
saúde sobre a morte em pacientes idosos, tais como:
a) Se a pessoa idosa possui o direito de decidir sobre sua própria morte;
b) Se o paciente pode planejar o seu processo de morte;
c) Se os profissionais de saúde podem atender um pedido de morte de seus pacientes;
d) Se os tratamentos para prolongamento da vida podem ser interrompidos.
As questões relativas às decisões sobre término da vida são únicas e exclusivas do paciente e estão
relacionadas a determinantes pessoais e religiosos. Entretanto os demais questionamentos relativos à
assistência ao paciente no processo de morte são norteados por questões legais (KOVÁCS, 2003).
Em casos de pacientes idosos em processo de adoecimento, em situações em que não há prognóstico de
cura, a bioética defende que nem sempre o prolongamento da vida é a melhor decisão. Isso porque,
segundo Poletto, Santin e Betinelli (2012), é essencial que no processo de terminalidade, os profissionais
da saúde levem em consideração a qualidade de vida e bem-estar do paciente. A partir disso, surgiu a
definição de cuidados paliativos.

Cuidados paliativos

O termo cuidados paliativos se refere a um conjunto de abordagens voltadas à qualidade de vida dos
pacientes, assim como de seus familiares, frente aos problemas associados às doenças que ameaçam a
continuidade da vida.

Sua atuação busca a prevenção e o alívio do sofrimento por meio do tratamento da dor e de outros
sintomas e queixas de natureza física, espiritual ou psicossocial.
que até pouco tempo atrás os cuidados paliativos eram indicados apenas para pacientes em fases terminais
de algumas enfermidades. Contudo, atualmente, indica-se sua aplicação durante todo o processo de
doença, desde o seu diagnóstico, quando necessário, até o processo de luto por meio da atenção aos
familiares e cuidadores.
Vale destacar que, nos cuidados paliativos, as práticas dos profissionais de saúde vão muito além de
intervenções voltadas às condições de saúde físicas do paciente e envolvem práticas de vários
profissionais de modo associado, uma vez que as condições emocionais e espirituais se encontram
extremamente afetadas nessa fase. Segundo a Fiocruz (2008), os cuidados paliativos se pautam em
algumas abordagens:
a) Abordagens integradas, interdisciplinares e multidimensionais;
b) Abordagens que não prolongam a vida, mas melhoram a qualidade do tempo de vida restante;
c) Incluem ações que promovem o alívio de qualquer sinal ou sintoma que esteja atrelado a
sofrimento para o paciente, seja físico, emocional ou psíquico;
d) Oferecem medidas voltadas aos familiares, dando suporte do processo de adoecimento até a
morte do paciente, inclusive, sendo muitas vezes necessárias no processo de luto mesmo após a
morte.
Com os cuidados paliativos, os pacientes gravemente enfermos possuem grande possibilidade de terem
aliviados seus sintomas incapacitantes, assim como seus quadros de dor e, com isso, garante-se um
mínimo de dignidade no processo de morte pela melhoria em relação à qualidade de vida.
Assim, o emprego dos cuidados paliativos traz um grande progresso no que se refere aos cuidados do fim
da vida, de modo que cada pessoa possa vivenciar esse processo natural com respeito e autonomia,
seguindo os princípios da bioética.
Destaca-se que algumas doenças em fases avançadas costumam demandar maiores abordagens em
relação aos cuidados paliativos, tais como: câncer, demência, doenças cardíacas, doenças pulmonares
crônicas, insuficiência renal, insuficiência hepática, aids, entre outros (Fiocruz, 2008).

6. ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Considerando os aspectos multidimensionais do envelhecimento, ressalta-se que os profissionais da saúde


enfrentam grandes desafios frente às novas demandas da crescente população idosa em todo o mundo.
Com isso, é indispensável que haja uma atuação interdisciplinar no cuidado e atenção ao paciente idoso.
Nesse contexto, destaca-se o papel do fisioterapeuta, que possui uma abordagem relevante na prevenção,
na promoção, na reabilitação e nos cuidados paliativos voltados a esses pacientes, promovendo uma
melhora da independência, da funcionalidade, da autonomia e, consequentemente, da qualidade de vida.

Atuação do fisioterapeuta nos diferentes tipos de envelhecimento

Com relação às necessidades apresentadas pelos pacientes idosos na área da fisioterapia, vale ressaltar
que constituem um grupo com características muito variáveis ao se considerar o processo de
envelhecimento particular de cada um.
Há pacientes que apresentam necessidades de assistência fisioterapêutica decorrentes do processo de
envelhecimento fisiológico e para esses casos os objetivos de intervenção fisioterapêutica se pautam na
manutenção e melhora das condições físicas e na promoção de hábitos saudáveis que possam interferir no
processo de envelhecimento e garantir independência, autonomia e o máximo de capacidade funcional
possível.
Nos pacientes em processo de envelhecimento patológico, o fisioterapeuta deve realizar uma abordagem
com base nas necessidades apresentadas pelo paciente. Nesses casos, o fisioterapeuta pode atuar na
reabilitação de distúrbios cinéticos funcionais de diferentes sistemas, como disfunções reumatológicas,
neurológicas, musculoesqueléticas, entre outras. Mas também pode atuar na promoção e prevenção de
agravos, evitando o surgimento de novas afecções ou seu agravamento. Ainda, na presença de múltiplas
doenças crônicas, o fisioterapeuta pode atuar para minimizar o impacto dessas disfunções sobre a
capacidade funcional do paciente.
Destacam-se ainda os pacientes idosos que podem precisar de uma abordagem voltada aos cuidados
paliativos. Nesses casos, o fisioterapeuta deve se pautar na redução da dor e do sofrimento, podendo fazer
uso de inúmeros recursos terapêuticos voltados tanto para o paciente como para seus familiares.
Vale ressaltar que todas essas abordagens fisioterapêuticas visam promover ao paciente idoso uma melhor
qualidade de vida, conforto e bem-estar.

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