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A saúde da pessoa idosa é determinada por uma série de domínios, incluindo domínios como
cognição, humor, mobilidade e comunicação, que, quando preservados, garantem autonomia,
independência, funcionalidade e, com isso, qualidade de vida ao idoso.
A perda de funções relativas ao domínio de cognição e humor causam inicialmente redução da
autonomia, limitando as atividades de vida diária (AVDs) e reduzindo em seguida a capacidade
funcional; enquanto a perda de funções dos domínios de mobilidade e comunicação geram
inicialmente limitações na independência do idoso e posteriormente, na capacidade funcional.
A perda dessas funções resulta no surgimento de síndromes geriátricas, as quais se caracterizam
por um conjunto de sinais e de sintomas geralmente oriundos da associação de doenças de alta
prevalência em idosos e que causam graus variados de incapacidade funcional. Essas
manifestações podem indicar a presença de doenças, mas também podem ser a origem de outras
disfunções.
Atualmente, as síndromes geriátricas são consideradas os “gigantes” na área de
geriatria/gerontologia, tendo alta prevalência entre idosos. Inicialmente, foram descritas cinco
síndromes geriátricas, conhecidas como os cinco “is” da geriatria; e, atualmente, citam-se sete
“is” gigantes, incluindo: instabilidade postural, iatrogenia, incontinência, imobilidade,
insuficiência familiar, incapacidade comunicativa e incapacidade cognitiva.
Iatrogenia e polifarmácia
A iatrogenia é definida como qualquer dano, direto ou indireto, resultante de ações ou omissões
de profissionais da saúde, diante de qualquer prática de atenção à saúde, desde o diagnostico até
a assistência (MANSO et al., 2018). É fundamental que na prática os profissionais de saúde
evitem casos de iatrogenia em idosos, considerando a vulnerabilidade dessa população.
Na área da saúde, a iatrogenia pode acontecer por vários fatores, incluindo: falha de
comunicação entre pacientes e profissionais; erros de diagnóstico e/ou tratamento; realização de
intervenções desnecessárias; falhas relacionadas à prescrição de medicações; internações
desnecessárias; falta de vínculo, etc.; (MANSO et al., 2018; MORAES; MARINO; SANTOS,
2009).
Quando se fala em fisioterapia, pode-se citar dois exemplos de iatrogenia fisioterapêutica em
idoso: o primeiro deles é um quadro de mialgia após atividade física em grupo para controle de
agravos de doenças crônicas; e o segundo é um quadro de fratura decorrente de exercício físico
realizado na fisioterapia (CHAIMOWICZ, 2013).
No geral, esses erros são responsáveis pelo surgimento ou agravamento de várias situações,
incluindo: quedas, alterações cognitivas, depressão, imobilidade, desnutrição, tonturas, déficits
de audição e visão. Assim, dentre os tipos de iatrogenia que acontecem comumente junto à
população idosa, ressalta-se a iatrogenia medicamentosa que, nessa condição, está relacionada
ao uso de medicamentos.
A iatrogenia medicamentosa na população idosa se relaciona com a prescrição de medicamentos
considerados inapropriados para o uso, considerando que elevam riscos de aparecimento de
reações adversas (MANSO et al., 2018), não possuem evidências científicas suficientes para
indicação, ou sua utilização pode agravar a condição clínica do idoso.
Acerca das reações adversas, elas são definidas como respostas indesejáveis, não intencionais,
que acontecem no uso de medicamentos mesmo em doses normais. Dentre elas, destacam-se:
confusão mental, fraqueza, tontura, tremor, constipação intestinal, desequilíbrio, agitação,
inapetência, sedação, hipotensão ortostática, urgência miccional, perda de peso, hipoglicemia,
insônia, incontinência urinaria, parkinsonismo, entre outros sintomas.
Ademais, na iatrogenia medicamentosa, observa-se ainda outra situação relacionada a essa
síndrome, a polifarmácia (MORAES; MARINO; SANTOS, 2009). Rodrígues (2019) justifica
que cerca de 80% dos idosos têm ao menos uma doença crônica, como hipertensão, diabetes,
osteoartrite, entre outras, além de muitos deles possuírem várias doenças associadas
simultaneamente, levando a um alto consumo de medicamentos. Com isso, surge o termo
polifarmácia, definido como o uso de cinco ou mais fármacos ao mesmo tempo.
Em relação às causas do uso excessivo de fármacos, temos: desejo dos pacientes de receber
prescrição medicamentosa; falta de relato de sintomas, que podem ser reações adversas de
outros fármacos; consultas com múltiplos médicos; automedicação, entre outros fatores
(FIOCRUZ, 2008). Essa situação está relacionada a uma série de efeitos negativos, incluindo o
risco elevado de reações adversas (MANSO et al., 2018), maior quantidade de interações
medicamentosas, uso incorreto de medicamentos e, ainda, baixa adesão ao tratamento.
Incontinências
As incontinências são síndromes geriátricas e incluem tanto a incontinência fecal (IF), que é
definida como a perda de fezes e/ou flatos, como a incontinência urinária (IU), definida como a
perda involuntária de urina (MATOS et al., 2019). Essas disfunções estão inseridas nas
síndromes geriátricas devido a sua alta prevalência na população idosa. Dados demonstram uma
prevalência de 2% a 16,9% para IF e de 9% a 60% para IU em idosos (LAGE et al., 2019).
Assim, algumas mudanças funcionais e estruturais decorrentes do envelhecimento tornam o
idoso mais suscetível à incontinência, incluindo: redução da capacidade da bexiga,
hiperatividade e redução da contração do músculo detrusor, aumento do volume residual da
bexiga, redução da pressão de fechamento da uretra, aumento do volume da próstata, aumento
da produção de urina à noite, redução de hormônios estrógenos na mulher e, ainda, aumento da
incidência de infecções.
As incontinências acometem tanto homens como mulheres, mas com maior prevalência em
mulheres. Acerca da etiologia, elas possuem causas distintas em cada gênero: em homens, o
principal fator envolvido é o aumento da próstata, que causa modificações no fluxo urinário;
enquanto nas mulheres, os principais fatores estão relacionados à atrofia da uretra, bexiga e
vagina, e por condições relacionadas a gestações e partos.
Além desses fatores, outras condições podem causar incontinências no idoso ou agravar os
quadros, por exemplo, redução da mobilidade, utilização de medicamentos, hábitos intestinais
(constipação), quantidade de líquido ingerida, cirurgias geniturinárias, consumo de bebidas
cafeinadas, infecções, fatores psicológicos e alterações neurológicas (demências).
De acordo com as características, a IF pode ser classificada em: passiva, quando há perda de
fezes sólidas e/ou gases sem que o paciente perceba; urge-incontinência, quando há vontade
abrupta de defecar, com incapacidade em adiar a defecação por 15 minutos; mista, quando há
associação de sintomas e a IF ocorre sem percepção do paciente, não estando associada à
urgência.
Acerca da fisiopatologia da IU, ela pode ser classificada em IU reversível e persistente. A
primeira delas refere-se a quadros de IU transitória, com episódios de perda de urina sem que
haja disfunção no trato urinário inferior, sendo causada por alterações clínicas agudas
reversíveis, como infecções. Por outro lado, a IU persistente é crônica e pode ser classificada em
IU de urgência, IU de esforço, de transbordamento, mista e funcional, de acordo com a
sintomatologia e etiologia.
A IU de urgência é a mais comum em idosos e se caracteriza por desejo intenso de urinar
(urgência) seguido de perda involuntária de urina. Esse tipo de IU é desencadeado por
contrações não inibidas da bexiga, decorrentes de hiperatividade do detrusor. É nessa condição
que surge o termo bexiga hiperativa, que é uma síndrome caracterizada por urgência urinária
com ou sem perda de urina, acompanhada de aumento da frequência e noctúria, que pode estar
presente em idosos sendo efeitos de doenças neurológicas, como demências.
Já com relação à IU de esforço, sabe-se que é caracterizada pela perda involuntária de urina
sincrônica ao esforço, como ao espirro ou tosse. Em geral, em mulheres está associada à
fraqueza do assoalho pélvico, sendo o tipo mais comum; enquanto em homens é mais frequente
após cirurgia de prostatectomia radical.
Considera-se também a IU por transbordamento, caracterizada pela perda de urina em
gotejamento ou de forma contínua, associada ao esvaziamento vesical incompleto, seja por jato
urinário fraco, baixo esforço miccional, frequência e noctúria. Esse tipo de IU pode ser causado
por hipocontratilidade do detrusor, obstrução da saída vesical, presença de neuropatia periférica,
ou de lesão das vias eferentes do detrusor, causadas por herniações, tumores, etc. Em homens,
pode ser resultado de obstruções por aumento da próstata, e em mulheres, por prolapso vesical
ou uterino. A IU mista refere-se à coexistência de mais de um tipo de incontinência em um
mesmo paciente.
A IU funcional é um tipo não causado por comprometimento dos mecanismos controladores da
micção, mas sim por incapacidades funcionais relacionadas às limitações físicas, psicológicas,
cognitivas ou ambientais do paciente (FREITAS; PY, 2016).
Imobilidade prolongada
Insuficiência familiar
Além das síndromes geriátricas citadas, idosos podem ser acometidos por insuficiência familiar.
Dessa forma, observa-se uma fragilidade no suporte familiar do idoso e, consequentemente, isso
se reflete na saúde, considerando que o suporte familiar se constitui como a principal instituição
cuidadora dos idosos.
Em relação às causas, observa-se que a transição demográfica causou redução das taxas de
fecundidade, menor número de filhos, aliados à inserção da mulher no mercado de trabalho e o
aumento dos conflitos intergeração, culminando com maiores dificuldades no cuidado de
idosos, tornando essa tarefa, que antes era realizada pela família, um obstáculo (MORAES;
MARINO; SANTOS, 2009).
Dentre as síndromes, a insuficiência familiar demanda uma abordagem bastante complexa, pois
envolve fatores interdisciplinares e intersetoriais. Contudo, a abordagem do fisioterapeuta se
pauta em identificar situações de fragilidade familiar e, quando necessário, realizar os
encaminhamentos para os demais profissionais das equipes, a fim de garantir que o idoso tenha
apoio integral, seja da família, nos serviços comunitários ou nas instituições de longa
permanência.
Incapacidade comunicativa
Incapacidade cognitiva
Doenças cerebrovasculares
Essas manifestações podem ser de diferentes intensidades e ainda podem interferir de formas
distintas na funcionalidade. Por isso, é importante que o fisioterapeuta, além de conhecê-la,
realize a avaliação fisioterapêutica específica, avaliando força, flexibilidade, equilíbrio, marcha,
transferências, locomoção, funcionalidade, entre outros aspectos que possam nortear o
tratamento, de modo que o planejamento seja feito com base nas necessidades evidenciadas na
avaliação.
Doença de Parkinson
Caracteriza-se por uma doença crônica, progressiva, decorrente da degeneração dos neurônios
dopaminérgicos localizados na substância branca. A etiologia não é totalmente conhecida, mas
fatores genéticos, ambientais e disfunções mitocondriais e oxidativas parecem estar associados à
degeneração (PERRACINO; FLÓ, 2019).
Acomete preferencialmente pessoas acima de 50 anos, sendo que a prevalência aumenta com a
idade, tendo maior acometimento entre mulheres (FREITAS; PY, 2016).
A doença de Parkinson (DP) se manifesta por um quadro decorrente da redução de dopamina,
com dificuldades em iniciar e executar movimentos, bradicinesia, tremor de repouso, rigidez
muscular e instabilidade postural (FREITAS; PY, 2016).
A bradicinesia é o sintoma mais prevalente (acomete 90% dos pacientes) e considerado o mais
incapacitante, pois resulta em limitações nos movimentos do dia a dia, em virtude da lentidão
dos movimentos voluntários. Há também o tremor de repouso que atinge as extremidades,
iniciando geralmente em mãos, e causa movimento involuntário semelhante a “contar dinheiro”,
muito comum na DP, mas não muito incapacitante (PERRACINI; FLÓ, 2019). Esse tremor é
prevalente no repouso e, à medida que o movimento voluntário acontece, tende a reduzir. A
Figura 2 mostra o padrão postural de paciente com DP e alguns outros sinais.
Em relação à marcha, o idoso se desloca em bloco com poucos movimentos de braços, podendo
ainda surgir um quadro de marcha patológica, chamada de marcha festinante, caracterizada por
passos curtos, rápidos e quase sem deslocamentos (FREITAS; PY, 2016). Além disso, pode
haver ainda outros sintomas, como: fala hipofônica, micrografia, acúmulo de saliva, hipotensão
ortostática, alterações cogntivas, alterações do sono, alterações sensoriais, depressão, entre
outras doenças associadas.
Ainda não há cura para a DP e o tratamento visa apenas ao controle dos sintomas, sendo que
não há modalidades terapêuticas que impeçam o seu avanço (FREITAS; PY, 2016). Para
controle dos sintomas, pode-se empregar o uso de terapia farmacológica, tratamentos cirúrgicos
(ablativos, radiofrequência, transplante de células nervosas etc.) e fisioterapia.
Demências
As demências são consideradas vilãs na área da geriatria, tanto por não terem cura completa
como também por demandarem altos custos em saúde. As demências se caracterizam por
déficits progressivos de funções cognitivas, que incluem habilidades de perceber, lembrar,
tomar decisões, planejar e produzir respostas adequadas aos estímulos externos (FREITAS; PY,
2016). Levam a prejuízos de planejamento, perdas sociais, ocupacionais, alterações de
comportamento, resultando em perda de independência (PERRACINI; FLÓ, 2019).
Inicialmente, o quadro se apresenta com queixas de perda de memória, especialmente com
esquecimento de fatos recentes (perda de objetos, repetição de ações, desorientação temporal e
espacial, repetição de fatos, etc) (FIOCRUZ, 2008). Com a evolução, além da perda de memória
recente, há outros sinais e sintomas, fazendo com que o paciente nomeie de maneira
inadequada, apresente discurso pobre, dificuldades de compreensão, dificuldade de nomear
objetos, encontrar palavras fatos etc. (FIOCRUZ, 2008).
As demências podem ser reversíveis (em média 5% dos casos) quando causadas por condições
tóxicas ou infecciosas, como alcoolismo, HIV, meningite; ou irreversíveis (95% dos casos),
quando causadas por alterações estruturais ou metabólicas, como na doença de Alzheimer (DA),
demência vascular, degeneração frontotemporal ou demência de corpúsculos de Lewy.
Dentro do grupo de demências irreversíveis, a DA é a mais prevalente e constitui em média 50 a
60% das causas de demências irreversíveis. Em relação à fisiopatologia, Varela (2020) comenta
que a DA é causada pela redução de acetilcolina, um neurotransmissor essencial para
manutenção da memória e aprendizagem, sendo que essa redução é resultado da degeneração de
neurônios na substância cinzenta.
Diabetes mellitus
O diabetes mellitus (DM) possui alta prevalência em idosos e se refere a uma disfunção
metabólica caracterizada por hiperglicemia. As duas principais apresentações são o DM tipo 1 e
o DM tipo 2. No primeiro, o aumento dos níveis de glicose se deve à deficiência de insulina,
resultando da destruição autoimune das células das ilhotas pancreáticas; já o DM tipo 2 é
resultado da deficiência na secreção e/ou ação da insulina, sendo mais prevalente entre idosos e
em associação com obesidade, especialmente obesidade visceroabdominal (FREITAS; PY,
2016)
Essa disfunção exerce efeitos deletérios sobre o organismo, em virtude do efeito tóxico da
hiperglicemia, causando lesões em diversos sistemas, incluindo circulatório e nervoso,
evoluindo para complicações. Dentre as complicações, há o surgimento de neuropatia periférica,
que se manifesta, inicialmente, com leve distúrbio sensorial e, conforme evolui, causa déficit
motores progressivos e autonômicos de caráter irreversível.
A polineuropatia periférica distal é o tipo mais comum de neuropatia periférica em diabéticos e,
nesses casos, os níveis elevados de glicose afetam os nervos periféricos. À medida que evolui, a
doença pode levar ao surgimento do pé diabético, que se caracteriza por complicações cutâneas,
vasculares, musculares, ósseas, dentre outras, provenientes da má nutrição e inervação das
extremidades (FERREIRA; MEJIA, 2011). A Figura 3 mostra alguns sinais encontrados no pé
diabético, em decorrência da neuropatia periférica.
Pacientes idosos com doenças cardíacas podem ser submetidos a programas de reabilitação,
estabelecidos por equipes interdisciplinares. Nos casos de angina, o tratamento envolve o uso de
medicamentos e RCV, visando a amenizar as queixas e prevenir a ocorrência de complicações.
Pacientes com IAM devem ser imediatamente encaminhados ao hospital para tratamento
médico, necessitando de medicamentos e, em algumas situações, cirurgias de revascularização
miocárdica para posteriormente dar início a RCV.
Acerca da HAS, ela costuma ser tratada com medicamentos, terapia comportamental
(afastamentos dos fatores de risco e estímulo a hábitos saudáveis), incluindo, por exemplo, a
prática de exercícios físicos, orientados e supervisionados.
Nessas disfunções, a RCV pode atuar em diferentes momentos, sendo indicada em situações em
que o paciente cardiopata está clinicamente estável, ou seja, está devidamente medicado e
liberado para a prática da reabilitação. Tem como objetivo proporcionar um condicionamento
físico satisfatório, de modo que facilite a eficiência cardíaca e proporcione maior vascularização
colateral.
Antes de dar início à RCV, os pacientes passam por uma avaliação médica criteriosa, com
realização de diversos exames/testes. Realiza-se teste ergométrico para detectar possíveis
alterações eletrocardiográficas, definir a capacidade máxima de exercício e serve para
acompanhamento da evolução.
Posteriormente, o paciente é submetido a uma avaliação fisioterapêutica com investigação de
histórico familiar, história pregressa da doença, história atual da doença, além de outras
informações que possam ser importantes para a reabilitação. Com base na anamnese e no teste
ergométrico, o fisioterapeuta pode realizar a avaliação funcional do paciente, que inclui desde
avaliações de sinais vitais (FC, FR, PA, ausculta pulmonar, ausculta cardíaca) até testes
específicos de força muscular, teste da caminhada de seis minutos, entre outros testes que
subsidiarão o tratamento.
Fases da RCV
A RCV é dividida em quatro fases, de acordo com a situação clínica do paciente e os objetivos
de tratamento fisioterapêutico. São elas:
• Fase I: paciente ainda em internação hospitalar. Objetiva-se prevenir complicações
circulatórias, respiratórias, reduzir a inatividade, manter o trofismo muscular, reduzir o
tempo de internação e proporcionar deambulação precoce;
• Fase II: denominada subaguda ou pós-hospitalar com paciente em fase de recuperação
domiciliar. Essa fase dura durante 6 a 17 semanas (mínimo e máximo) e objetiva
aumentar a capacidade aos esforços, trabalhar musculatura respiratória, orientar o
paciente sobre a monitorização dos sinais e educá-lo;
• Fase III: paciente em reabilitação em fase crônica, com tratamento a longo prazo. Em
geral, após o terceiro mês do evento cardíaco, objetivando alcançar e manter os efeitos
da RCV;
• Fase IV: fase crônica de reabilitação em que o paciente está inserido em grupos de
reabilitação ou em reabilitação individual não supervisionados.
Na fase aguda de IAM a atuação do fisioterapeuta é importante, uma vez que são comuns
complicações respiratórias relacionadas ao imobilismo. Isso porque idosos em IAM
permanecem restritos ao leito no ambiente hospitalar de 24 a 48 horas (quando sem
complicações).
DPOC – É uma afecção caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo, resultado da
associação de enfisema, bronquite crônica e bronquite asmática. A nível pulmonar, observa-se
limitação ao fluxo de ar, que não é totalmente reversível, é progressiva e associada à resposta
inflamatória pulmonar anormal (FREITAS; PY, 2016).
Essas disfunções, bastante prevalentes em idosos, são passiveis de reabilitação pulmonar (RP).
Reabilitação pulmonar
A RP é realizada mediante trabalho conjunto, incluindo fisioterapeutas, médicos, terapeutas
ocupacionais, educadores físicos, nutricionistas, entre outros profissionais.
Os objetivos da RP se pautam em: controlar e aliviar sintomas respiratórios; treinar o paciente
para que obtenha o máximo de funcionalidade no dia a dia; reduzir impactos psicológicos
causados pela doença (ansiedade e depressão); possibilitar aumento da capacidade produtiva;
melhorar a tolerância aos exercícios e as AVDs; reduzir hospitalizações e melhorar a qualidade
de vida do idoso.
A RP está indicada para pacientes com comprometimento pulmonar crônico ou agudo. Nestes
casos, a RP utiliza técnicas que promovem a eliminação de secreções com auxílio de manobras
de higiene brônquica, manobras de reexpansão pulmonar, reeducação respiratória, além de
exercícios de fortalecimento muscular, alongamento, condicionamento, mobilidade, entre outras
técnicas.
RP no DPOC
RP no pré e pós-operatório