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Objetivos da Unidade:
ʪ Contextualização
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Contextualização
Vamos iniciar esta Unidade apresentando a definição da Aptidão Física: É a capacidade que um
indivíduo tem de realizar as tarefas do dia a dia sem prejuízo da sua integridade biopsicossocial
(MATSUDO, 1996). Sabe-se que o envelhecimento está associado a alterações moleculares e
celulares, ocasionando perdas funcionais gradativas dos órgãos e do organismo da pessoa. Tal
perda passa a ser sentida no final da fase reprodutiva, como, por exemplo, quando o sistema
respiratório e o tecido muscular começam a diminuir suas funções, isso acontece já por volta
dos trinta anos de idade.
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ʪ Material Teórico
Introdução
Nesta seção, abordaremos os aspectos da obesidade e da sarcopenia e os seus impactos nas
variáveis de saúde. Trataremos também a respeito da relação da perda da força na autonomia das
AVDs e AIVDs assim como os aspectos da perda da potência da capacidade cardiovascular. A
atividade física oferece importantes benefícios à população da terceira idade, tais como:
prevenção e diminuição de problemas cardiovasculares e pulmonares, auxílio no controle da
diabetes, artrites, fortalecimento muscular, manutenção da densidade óssea, bem-estar físico e
mental, entre outros. Sendo assim, esta unidade tem como propósito proporcionar
significativas melhorias físicas e funcionais em diversos âmbitos, tais como: no equilíbrio, na
velocidade de andar, no reflexo, na ingestão alimentar, na diminuição da depressão e na
prevenção da tão temida osteoporose e suas consequências degenerativas. A relação entre
atividade física, exercício e o esporte no processo de envelhecimento é cada vez mais discutida e
analisada na atualidade e é, praticamente, um consenso entre os profissionais da área da saúde
que um estilo de vida ativo é fator determinante para um envelhecimento com qualidade. Por
isso, devemos trabalhar com o objetivo de obter um melhor estilo e qualidade de vida aos idosos,
e em posse do conhecimento acerca das atividades físicas, inserir uma rotina de exercícios para
esse nicho de pessoas.
- LIMA, 2007, p. 32
Sendo assim, o que devemos esperar sobre idosos obesos – maior incidência e prevalência de
osteoartrite de joelho, intolerância ao exercício, diminuição da autoestima, alteração da
mobilidade, dependência funcional, intolerância à glicose, aumento do risco de desenvolver
hipertensão, diabetes, acidente vascular encefálico e apneia do sono;
Já em idosos com baixo peso – úlceras, fratura de quadril, mais tempo para recuperação de
doenças e hospitalização, diminuição da exacerbação das doenças crônicas não transmissíveis
(DCNTs), alteração da capacidade funcional, disfunção imune e maior susceptibilidade a
doenças infecciosas.
Isso pode ser verificado na publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que,
resumidamente, apresenta que o Peso Corporal, em homens, aumenta até os 65 anos e em
mulheres, até os 75 anos, e, após estas idades, diminui em ambos os sexos. Com isso, devemos
ter atenção aos valores críticos para perda de peso: 10% em 6 meses – indica risco à saúde, 20%
– risco significante, 30% – risco grave, 40% – ameaça de vida e > 45% – letal.
Estatura apresenta e uma diminuição com o passar dos anos, cerca de – 1 a 2 cm / década mais
rápido – idades avançadas por causa da compressão vertebral, o estreitamento dos discos
intervertebrais e a cifose. Complementado ainda por alterações na altura e tamanho dos discos
intervertebrais, tônus musculares, arqueamento de membros inferiores, achatamento arco
plantar dos pés e postura (MATSUDO et al., 2002).
Com as mudanças no peso e na estatura, o Índice de Massa Corporal (IMC) também se modifica
com o transcorrer dos anos. A importância do IMC no processo de envelhecimento deve-se a
que valores, acima da normalidade, estão relacionados ao incremento da mortalidade por
doenças cardiovasculares e diabetes, enquanto índices abaixo desses valores estão relacionados
ao aumento da mortalidade por câncer, doenças respiratórias e infecciosas.
Além desse aumento da mortalidade, a obesidade e a desnutrição são dois problemas que
coexistem nos tempos atuais. Apesar da desnutrição em idosos apresentar-se como um fator
mais fortemente associado à mortalidade do que o excesso de peso e a obesidade tem sido
observada em curva ascendente na faixa geriátrica e traz consigo importantes repercussões
clínicas. Sua importância está associada ao fato de acelerar o declínio funcional do idoso e
agravar suas limitações, gerando, assim, perda de independência e autonomia
Este último fator é influenciado pela diminuição do nível de atividade física que acontece com o
envelhecimento, devendo ser levado em consideração como um importante fator para
modificação. Indivíduos, mesmo que pouco ativos, possuem chances mais baixas (odds ratio,
OR: 0,45; IC95%: 0,37-0,55) de desenvolverem sarcopenia, comparado aos inativos (STEFFL et
al., 2017). Já aqueles que são mais ativos, contabilizando > 5000 passos/dia, possuem menores
probabilidades de ter baixa massa muscular (OR: 0,32; IC95%: 0,11-0.93) e diminuição da
velocidade de marcha (OR: 0,16; IC95%: 0,02-1,01), em comparação ao grupo de menor nível de
atividade física (<2500 passos/dia) (MEIER; LEE, 2020).
Os nossos ossos recebem forte influência do estrogênio, um hormônio feminino, mas que
também está presente nos homens, só que em menor quantidade. Este hormônio ajuda a
manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. Por este motivo, as mulheres são as
mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, os níveis de estrogênio caem
bruscamente. Com esta queda, os ossos passam a se descalcificar e se tornam mais frágeis. De
acordo com estatísticas, a osteoporose afeta um homem a cada quatro mulheres.
Os locais mais comumente afetados pela osteoporose são a coluna (vértebras), a bacia (fêmur),
o punho (rádio) e braço (úmero). Destas, a fratura mais perigosa é a do colo do fêmur. Um
quarto dos pacientes que sofrem esta fratura morrem dentro de seis meses, e os que sobrevivem
apresentam uma redução importante da qualidade de vida e da independência.
Peso 0,4 4
Massa Livre
- 0,6 a - 0,4 6a-4
Gordura
Mineral -2 20
Água - 1,2 - 12
Proteína - 0,5 -5
Taxa Metabólica
- 1,0 - 10
Basal
Perda Relativa % / Ano % / Década
Dentre estas alterações, iniciaremos com aquela que, sem dúvidas, merece destaque: A força
muscular é um forte indicativo de saúde para ambos os sexos, considerada imprescindível para a
independência funcional e realização de tarefas do dia a dia. Em idosos, a degradação desta
capacidade funcional leva a maior incidência de quedas, prolonga a recuperação hospitalar e,
consequentemente, leva ao declínio gradativo da qualidade de vida. Outro fator inter-
relacionado à sarcopenia é a dinapenia, um fenômeno decorrente do processo de
envelhecimento, caracterizado pela redução da força muscular, associada ao declínio
neurológico e do músculo esquelético, levando à redução da capacidade funcional do indivíduo. A
perda da força muscular que ocorre de maneira diferente de aproximadamente 53,1% nos
membros superiores de 26,7% nos membros inferiores (MATSUDO et al., 2002).
O declínio da força e da função muscular é maior que a perda de massa muscular durante o
envelhecimento (XU et al., 2019). O diagnóstico, de acordo com EWGSOP, é feito pela avaliação
da massa muscular (quantidade), força muscular e funcionalidade muscular (qualidade).
prevalência, seu alto custo e pelo impacto negativo que pode causar na qualidade de
vida dos pacientes e, também, de seus familiares. Pessoas com dor
musculoesquelética crônica, em geral, sentem-se mais velhos que sua idade atual,
apresentam maior prevalência de depressão, sentem-se mais indefesos, e mais
fadigados, apresentam dificuldade de concentração, falta de apetite, transtornos de
sono e de ansiedade.”
Nº Fibras
-1,0 a -1,2 -10 a - 12,5
Musculares
Tamanho F.
-0,29 -2,9
Musculares
Força Muscular
-1,0 a -1,5 -10 a - 15
Total
Força Muscular
-1,4 -14
Inferior
Força Muscular
0,6 -6
Superior
Perda Relativa % / Ano % / Década
capacidade aeróbica não parece ser linear, mas sim acelera drasticamente com o avanço das
décadas. A redução da aptidão cardiorrespiratória é decorrente do processo natural de
envelhecimento. A idade cronológica é identificada como o principal fator de risco para
morbidade e mortalidade cardiovascular, pessoas mais velhas apresentam significativamente
mais propensão a ter doenças cardiovasculares (JAKOVLJEVIC, 2018).
As alterações no equilíbrio podem levar o idoso à queda, que se caracteriza como um importante
fator de incapacidade funcional e já constitui a sétima causa de morte na população idosa nos
Estados Unidos (MORLEY, 2007) e tem se mostrado como importante fator de preocupação dos
estudiosos em gerontologia. Em publicação sobre mortes e causas externas no Brasil,
Gawryszewsk (2004) mostrou que mais da metade das internações de indivíduos com 65 anos
ou mais ocorrem por causa das quedas e que, devido aos dados disponíveis também na
literatura, as quedas devem entrar em pauta na discussão dos profissionais da saúde pública em
virtude do seu alto índice de morbidade e mortalidade.
Em Síntese
A atividade física oferece importantes benefícios à população da
terceira idade, tais como: a prevenção e diminuição de problemas
cardiovasculares, pulmonares, auxílio no controle da diabetes,
artrites, fortalecimento muscular, manutenção da densidade óssea,
bem-estar físico e mental entre outros benefícios. Então esta unidade
tem como proposito, proporcionando melhorias significativas físicas e
funcionais tais como: no equilíbrio, na velocidade de andar, no reflexo,
na ingestão alimentar, diminuição da depressão, e prevenindo a tão
temida osteoporose e suas consequências degenerativas.
ʪ Material Complementar
Livros
Avaliação do Idoso
MATSUDO, S. M. M. Avaliação do Idoso. Física e Funcional. 3ª ed. Santo
André – SP: Gráfica Mali, 2010.
Leitura
Efeitos Benéficos da Atividade Física na Aptidão Física e
Saúde Mental Durante o Processo de Envelhecimento
ACESSE
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ʪ Referências
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