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SULAMÉRICA FACULDADE

BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

DAUANE BRANDÃO SILVA


JESSIANE DE ABREU
NATHALIA CRISTINA SUERA
WILLIS DOS SANTOS RODRIGUES

Alterações na marcha do idoso: A importância do atendimento fisioterapêutico


na qualidade de vida do idoso.

Luís Eduardo Magalhães - BA


2022
DAUANE BRANDÃO SILVA
JESSIANE DE ABREU
NATHALIA CRISTINA SUERA
WILLIS DOS SANTOS RODRIGUES

Alterações na marcha do idoso: A importância do atendimento fisioterapêutico


na qualidade de vida do idoso.

Trabalho apresentado no curso de graduação em


Fisioterapia como parte dos requisitos para
aprovação na disciplina Seminários
Interdisciplinares.

Professor/Orientador: Cauane Cruz

Luís Eduardo Magalhães - BA


2022
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 4
2- CASO CLÍNICO 5
3- DISCUSSÃO 6
4- CONCLUSÃO 7
REFERÊNCIAS 9
1- INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural da vida que acontece progressivamente


ao longo dos anos, ele acontece de forma única e individual já que depende de fatores
internos e externos. Além disso, a qualidade de vida vai definir como será nosso
envelhecimento se e realizado a prática de exercícios físicos, se o mesmo possui uma
alimentação saudável, entre outros fatores que influenciam na velhice. A forma em que
se vivencia o mundo em sociedade também diz muito sobre o envelhecimento e de que
maneira ela afeta o indivíduo. Com o decorrer dos anos e os desgastes que o corpo sofre
começam a surgir as alterações decorrentes da velhice, entre elas estão as alterações da
deambulação na marcha do idoso (BRODT, 2020).

Primeiramente deve-se se atentar às modificações sofridas na deambulação da


marcha do idoso que interfere significativamente na qualidade de vida, visto que a
locomoção é essencial para a realização da maior parte das atividades diárias, além de
interferir diretamente na saúde física e mental. Essas mudanças podem aparecer
adjuntas a outras, como a instabilidade, lentidão da marcha, alteração do duplo apoio,
quedas e enfraquecimento dos tecidos principalmente dos membros inferiores. Essas
alterações sofridas pelos idosos são decorrentes do tempo e das disfunções que ocorrem
no corpo como mudanças hormonais, osteomioarticulares e tegumentares que
acontecem normalmente ao passar dos anos.

Dessa maneira a principal alteração relacionada com a marcha do idoso é a


velocidade da marcha que decai principalmente a partir dos 70 anos, quando o idoso
passa a ter um ritmo lento e de passadas curtas que muitas vezes tem origem do
enfraquecimento muscular da panturrilha, que é responsável por impulsionar o
caminhar. Essa alteração está relacionada principalmente a cadência que são os passos
por minutos e a distância de uma passada entre a outra, isso ocorre devido a fatores
musculares e patológicos que podem acometer os membros inferiores. Além disso,
também é possível listar os fatores energéticos como influência de maneira direta a
cadência visto que de acordo com sua energia disponível pode ocorrer uma alteração
significativa.

Entretanto, outra alteração significativa durante a deambulação é o tempo de


duplo apoio, com o passar dos anos e principalmente nos idosos ocorre um aumento
significativo do tempo de duplo apoio e uma redução na fase de balanço, resultando
uma redução das passadas. A postura da marcha ocorre devido ao enfraquecimento dos
músculos, e o movimento articular que se altera devido ao envelhecimento causado
maior rigidez nas articulações acometendo a marcha (JUDGE, 2021).

Além disso, no processo de envelhecimento o corpo precisa muitas vezes se


adaptar às novas mudanças trazidas pela idade, gerando inúmeras alterações
compensatórias para o idoso, como a alteração da marcha que acomete principalmente a
qualidade de vida desse paciente. Podendo assim levá-lo a uma situação em que precise
ficar em repouso constante ou acamado por não conseguir se locomover. Nesse
momento o fisioterapeuta tem papel fundamental na reabilitação e ajuda o idoso a se
adaptar a todas as suas mudanças, dando uma melhor qualidade de vida e autonomia
para esse paciente (SANTOS, 2020).

Como propósito neste artigo iremos tratar sobre um estudo de caso de um idoso
que apresenta alterações na deambulação da marcha, tendo como objetivo apresentar
fatos e discutir sobre o caso a fim de elucidar como ocorre as modificações da marcha, e
como o atendimento fisioterapêutico possui importância fundamental na saúde desse
idoso, e como podemos intervir para proporcionar uma melhor qualidade de vida.

2- CASO CLÍNICO

A mulher idosa com 83 anos realiza tratamento para depressão e durante o teste
de marcha mostrou alterações primordialmente na fase de balanço. Não foram descritas
doenças adicionais relacionadas à deambulação da idosa, a mesma apresentou
dificuldade na marcha e resistência cardiovascular, além de que o seu estado de saúde
varia com seu humor. Foi realizada a anamnese dessa paciente que evidenciou
tonicidade diminuída e enfraquecimento muscular dos membros inferiores, foi feito
entre uma sessão e outra o Teste de queda (Timed up and go test) que mostrou
promissor na evolução da paciente, além de ter sido feito o teste de caminhada de 6
minutos. Ademais a idosa se mostrou com oscilações de humor que em algumas
ocasiões dificultou o andamento das sessões, porém mesmo com esses empecilhos o
tratamento e testes se mostraram eficazes na reabilitação da idosa (BUBLITZ, 2022).
3- DISCUSSÃO

A correlação da alteração da marcha e a qualidade de vida do idoso está


diretamente ligada, visando as alterações da marcha que podem acarretar quedas,
patologias associadas a movimentos compensatórios, redução da prática de atividades
físicas e patologias associadas ao estado psicológico.

A paciente citada no caso clínico é uma idosa de 76 anos, que pela idade já
apresenta alterações significativas de marcha. Com relato de queda que por sua vez tem
uma ocorrência de maior devido a alterações fisiológicas devido o decorrer da idade,
dentre eles a perda de equilíbrio, a diminuição da potência muscular, fraqueza muscular
e a perda dessa musculatura caracterizado pela sarcopenia.

A Sarcopenia é definida como perda gradativa e ininterrupta de massa


musculoesquelética aliada ao envelhecimento, caracterizada pela redução do tamanho e
do número de fibras musculares, perda de força e resistência muscular com etiologia
multifatorial através de alterações orgânicas. (MENDES et al., 2016). Outras alterações
como as de tecido conjuntivo e ósseos aumentam o grau de alteração, sempre levando
em consideração o desgaste das estruturas devido a sua correlação com a idade e a sua
qualidade de vida.

A paciente em questão apresentou uma história clínica que possui algumas


limitações nas AVD 's, utilizada de dispositivo de apoio na deambulação sendo a
muleta, paciente tem histórico de doenças sendo elas a diabetes, Parkinson, AVC, OA,
depressão e demência. Paciente relatou instabilidade, tontura, fraqueza, desequilíbrio,
cabeça leve, pernas bambas e escorregão. Todas elas patologias que costumam afetar
indivíduos com uma característica comum a idade.

No exame físico foi identificado hipotensão postural, realizado exame


neurológica para a avaliação do estado mental da paciente, teste de equilíbrio, nos pés
foram observados calos, deformidades, joanetes e o tipo de calçado utilizado pelo
paciente e na coluna, articulação e pescoço foi avaliado e testado a mobilidade das
respectivas estruturas. Realizado alguns testes funcionais como Time Up and Go,
Quickscreen, e teste de apoio unipodal.

Dessa maneira, os resultados obtidos possibilita uma análise detalhada de como


o corpo tem se comportado com o decorrer da idade, em geral pacientes apresentam
uma maior fraqueza de membros inferiores, apontados em exames simples como o time
up and go que possibilita avaliar não apenas a força mas a capacidade funcional do
paciente e como essa fraqueza e a pouca mobilidade afeta outros sistemas. Outro exame
importante é o teste de apoio para a verificação do equilíbrio do paciente.

Uma alteração que afeta diretamente a deambulação é o equilíbrio que por sua
vez altera a cadência e a distância de um passo a outro, isso acarreta uma alteração
significativa nas fases da marcha visto que a fase correlacionada ao apoio é aumentada
já que a falta de equilíbrio incentiva que a idosa realize um duplo apoio de maior tempo
visando sua estabilidade. Aumentando a base de suporte e diminuindo o tempo de
permanência na fase de balanço (MORAES & MEGALE, 2008).

De acordo com o relato de caso acima podemos analisar que o problema de


deambulação da marcha dessa paciente idoso tem relação com patologias já pré
existentes que com o passar do tempo e sem devido acompanhamento pode prejudicar
ainda mais, também é possível observar que devido aos problemas de deambulação a
paciente relatou tristeza e desânimo já que não consegue realizar atividades que antes
conseguia sozinha, pequenas atividades no cotidianos.

A partir disso, decorre uma discussão sobre o papel do fisioterapeuta no


acompanhamento na saúde do idoso. Nesse caso os fisioterapeutas responsáveis foram
até a residência para avaliação da mesma, que após sofrer uma queda sem apresentação
de fraturas, no qual foi realizado uma anamnese detalhada da paciente foi coletado a
história, queixa principal e realizado o exame físico da paciente, além de ouvir o relato
da cuidadora da idosa. Também foram realizados testes que puderam comprovar as
limitações e dificuldades da paciente, onde por fatores pré existentes também pioraram
as alterações da marcha.

O atendimento fisioterapêutico se torna indispensável nesses casos, é perceptível


o tanto que essas alterações podem acarretar na saúde física e mental do idoso, tornando
a fisioterapia um serviço essencial para auxiliar esses pacientes ao retorno de suas
atividades cotidianas, e também trazendo uma melhor qualidade de vida em todos os
aspectos de sua saúde.

4-CONCLUSÃO

Dessa forma, conclui-se a partir das informações citadas neste trabalho que
diversas modificações podem acontecer durante o processo de envelhecimento natural,
principalmente as alterações na forma em que nos locomovemos, e isso pode afetar
diretamente a saúde do idoso, principalmente no fator mental dele e na sua qualidade de
vida. Além disso, podemos destacar a importância de um atendimento fisioterapêutico
de qualidade para o paciente e na sua reabilitação e ajuda na manutenção e tratamento
de sua saúde física, evitando que esse idoso venha a se debilitar mais e acabar acamado
devido a complicações de seu caso, evitando quedas, fraturas, outras patologias
decorrentes da deambulação incorreta. Portanto, é primordial que o idoso seja sempre
acompanhado durante sua velhice para, conforme aparecer as alterações poder tratar
rapidamente e prevenir futuras complicações e modificações da mesma.
REFERÊNCIAS

JUDGE, James. Distúrbios da marcha no idoso. Manual MSD, 2021. Disponível em :

<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/geriatria/dist%C3%BArbios-da-marcha-no-idoso/dist%
C3%BArbios-da-marcha-no-idoso>. Acesso em:12 de outubro de 2022.

AMORIM, Juleimar. Abordagem às Quedas em Idosos. Uel, 2020. Disponível em:


<http://www.uel.br/projetos/gesen/pages/arquivos/Abordagem%20%C3%A0s%20Quedas%20em%20Ido
sos%20WebConfer%C3%AAncia.pd>. Acesso em: 18 de outubro de 2022.

BRODT, Sergio. Envelhecer é um processo natural. Blog saúde e você, 2020. Disponível em:
<https://www.hospitalmoinhos.org.br/institucional/blogsaudeevoce/envelhecer-e-um-processo-natural>.
Acesso em : 12 de outubro de 2022.

SANTOS, Karen Christina. Fisioterapeuta e a saúde do idoso na atenção básica. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 07, Vol. 01, pp. 153-160. Julho de 2020.
Disponível em: <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/fisioterapeuta-e-a-saude>. Acesso
em: 18 de outubro de 2022.

MORAES, E.N.; MEGALE, R.Z. Avaliação da mobilidade. In: MORAES, E.N. Princípios básicos de
geriatria
e gerontologia. Belo Horizonte: Coopmed, 2008.

MENDES, Gisele Soares et al. Sarcopenia em idosos sedentários e sua relação com funcionalidade e
marcadores inflamatórios (IL-6 E IL-10). Geriatrics, Gerontology and Aging, v. 10, n. 1, p. 23-28, 2016.

BUBLITZ, Camila; COSTA, Andressa Ribeiro da; Panza, Bruno Teixeira; ANTONELLI, Laíne Ribeiro;
SANFELICE, Fernanda Aparecida Novelli; Vilela, Renata Prado Bereta. Déficit de mobilidade em idosa
senil e em depressão: relato de caso. Portal Regional BVS, p. 1 a p. 5, dezembro de 2020. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1148137

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