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Formação avançada em Microbiologia Alimentar Abril, 2023

Aflatoxinas

Formadora: Carla Trindade Formanda: Joana Pimpão


Aflatoxinas

Tudo começa com o fungo Aspergillus…


As aflatoxinas são micotoxinas produzidas por certas estirpes dos fungos Aspergillus
flavus e Aspergillus parasiticus. A sua prevalência é maior no milho, em sementes de algodão,
amendoim e outros frutos secos. Estes fungos de cor amarela ou verde proliferam em diferentes
climas em todo o mundo. O tempo quente e seco, quando o stress hídrico das culturas aumenta, é
propício à produção de aflatoxinas por estes fungos, tal como a humidade elevada durante o
armazenamento das culturas (grãos).
Em caso de armazenamento inadequado das matérias-primas, as estripes de Aspergillus podem
proliferar e produzir micotoxinas.
Aflatoxinas

…e continua com a micotoxina: Aflatoxinas


As aflatoxinas classificam-se em três grupos principais: aflatoxinas B, aflatoxinas G e aflatoxinas M.
As aflatoxinas M1/M2 são metabolitos das aflatoxinas B1/B2 que se excretam em produtos de
origem animal, como o leite. O grupo de aflatoxinas B inclui as aflatoxinas B1 e B2, sendo a
aflatoxina B1 a mais comum (e a mais tóxica) de todas. As aflatoxinas destroem o DNA, levando à
morte celular e à formação de tumores.
Aflatoxinas

Ambiente favorável ao desenvolvimento


Em condições favoráveis de temperatura e humidade, estes fungos crescem em certas rações e
alimentos, resultando na produção das aflatoxinas. As contaminações ocorrem com maior
intensidade em nozes, amendoins e outras sementes oleosas, incluído o milho e sementes de
algodão.

Tipos de Aflatoxinas
As principais toxinas de interesse são designadas de B1, B2, G1 e G2. Estas toxinas são geralmente
encontradas associadas em vários alimentos e rações, em diferentes proporções. Sendo que, a
aflatoxina B1 é geralmente predominante, sendo também a mais tóxica.
Aflatoxinas

Agente etiológico
A toxina denominada aflatoxina produzida pelos fungos Aspergillus flavus e A. parasiticus e outras
espécies de micotoxinas produzidas por Fusarium e Penicillum.

Reservatório
Espécies de Aspergillus são amplamente distribuídas na natureza, particularmente na vegetação em
decomposição e no solo. Outras micotoxinas produzidas por outras espécies de fungos são
encontradas também em grãos e inclusive, em algumas frutas.

Período de Incubação
Quando inalado, dois dias a semanas.

Modo de transmissão
Ingestão de alimentos contaminados com aflatoxinas e outras micotoxinas (forma alimentar) ou
aspiração de Aspergillus (forma pulmonar).
Medidas de Prevenção

Medidas sanitárias em relação à produção dos grãos:


 plantação (cuidados com o solo);
 colheita;
 armazenamento;
 vigilância da qualidade dos produtos comercializados;
 educação sanitária de plantadores;
 conscientização da população sobre os risco de consumo de produtos de origem desconhecida.
Medidas de Prevenção

Para evitar problemas em produções, as máquinas de classificação são o meio mais


eficaz de se reconhecer e descartar as aflatoxinas.
Por empregarem a espectroscopia de infravermelho, iluminação fluorescente e lasers de última
geração estas máquinas são capazes de identificar a intensidade extremamente baixa de luz que é
refletida por fungos em vários tipos de alimentos, permitindo assim, a deteção de contaminação.

Uma empresa que já utiliza esses recursos com excelência desde 2016 é o Grupo Nestlé. Portanto,
quando utilizamos esses alimentos em nossa formulação devemos manter um fornecedor de
qualidade e garantirmos a conservação correta, após aberto, em nosso estabelecimento. As
aflatoxinas são uma ameaça e se não cuidada pode levar a perda da produção e redução da
qualidade dos seus produtos.
Notificação de surto

Um dos mais importantes registros de aflatoxicose em humanos ocorreu em mais


de 150 aldeias em distritos adjacentes a dois estados vizinhos, no noroeste da
Índia, no outono de 1974 – 397 pessoas foram afetadas e 108 pessoas morreram.
Neste surto, o milho, o principal constituinte da dieta, apresentou índices de 0,25 a 15 mg/Kg. A
dose diária de aflatoxina B1 ingerida foi estimada em pelo menos 55 ug/Kg do peso corpóreo para
um número indeterminado de dias.
Sintomas: febre alta, icterícia progressiva e rápida, edema em membros, dor, vómitos e fígado
aumentado.
Resultados Clínicos: extensa proliferação no ducto biliar e fibrose periportal no fígado junto com
hemorragias gastrointestinais nos pacientes.
Dez anos após o surto na Índia, foram encontrados sobreviventes que se recuperaram e não
apresentaram nenhum efeito da doença.
Bibliografia

“Aflatoxinas, um inimigo à espreita na nossa melhor alimentação _ Atlas da Saúde.”;


“Aflatoxinas_ Um Perigo Para os Alimentos - CETA Jr.”
https://www.cetajrconsultoria.com/aflatoxinas-um-perigo-para-os-alimentos/;
“Aflatoxinas - Quali.” https://www.quali.pt/contaminantes/1604-aflatoxinas;
“Doenças transmitidas por alimentos: Aflatoxinas e outras micotoxinas – Laboratório Veterinário
Santé.” [Online]. Available: https://www.santelaboratorio.com.br/doencas-transmitidas-por-
alimentos-aflatoxinas-e-outras-micotoxinas/.

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