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Guia de

Qualidade
da Farinha
2ª edição
Prefácio
Guia de Qualidade
Rubens Barbosa
da Farinha Presidente-executivo
da Abitrigo

Produzir farinhas com qualidade exige ori- tendo em vista que


ginação de trigos adequados para as várias somos dependen-
aplicações. Isso depende, fundamentalmente, tes de importações.
do processo agrícola, desde a escolha de se- Cerca de 60% do
mentes com genética adequada e da correta abastecimento brasileiro é importado. Temos
condução dos processos no campo. condições de melhorar a qualidade dos trigos
e aumentar a produtividade. Para isso, um dos
O Brasil vem evoluindo nas suas relações fatores relevantes é o aperfeiçoamento técni-
com os produtores, no sentido de qualificar co dos produtores em relação às necessida-
os trigos produzidos em função das deman- des do mercado.
das específicas do mercado. Um importante
passo foi dado em 2001, com a regulamen- Esse é o propósito deste guia. Uma publica-
tação técnica da qualidade do trigo, que ção inovadora, com enfoque na qualidade
implementou parâmetros técnicos na clas- dos trigos sob aspecto reológico, adequan-
sificação do cereal. Ocorre que esse conhe- do-o a diferentes aplicações. Na visão da
cimento tem que ser constantemente disse- Abitrigo, que atua em parceria com a Bio-
minado na cadeia para que, cada vez mais, trigo Genética, ele complementa as ações
se tenha qualidade assegurada nos lotes. da entidade, que aborda o tema qualida-
de sob o aspecto de segurança alimentar,
Nosso país caminha em passos firmes para orientando os produtores quanto às boas
a liderança mundial do agronegócio. Po- práticas agrícolas e ao uso de agrotóxicos,
rém, encontramos no trigo uma fragilidade, permitidos na produção do trigo.

FOTO: Divulgação/Abitrigo

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Fonte:
Evolução e tecnologia: SeedNews
a qualidade do trigo Autores:
nacional Francisco Gnocato
Kênia Meneguzzi
Rodrigo Osório

Para contextualizar a história da produção seus programas, buscando alcançar melho-


tritícola nacional, é necessário relatar alguns res índices de qualidade industrial, além de
acontecimentos que impactaram no cenário produtividade e segurança. Outro fator de-
produtivo. Um marco importante foi a extin- terminante foi o posicionamento como elo
ção do Decreto Lei 210 (de 1967), na década de de mediação entre os produtores, armazena-
1990. O decreto proibia a comercialização do dores, moinhos e indústria, fazendo entender
trigo nacional ou importado pelo setor priva- que a demanda é dos consumidores. Exemplo
do, regulamentava a comercialização estati- disso é a comunicação direta com os moi-
zada e determinava ainda a medição da ca- nhos, que tem acesso prioritário às amostras
pacidade de moagem de cada moinho. Sem das linhagens da pesquisa para a realização
a regulamentação e intervenção estatal na de testes de panificação e, somente aquelas
cadeia do trigo, o país teve acesso ao mer- que tiveram resposta positiva, são lançadas
cado externo, que oferecia trigo de excelente ao mercado, tornando mais eficiente o siste-
qualidade. Em função disso, passou a impor- ma produtivo.
tar um grande volume de trigo e a produção
nacional foi gradativamente caindo, desvalo-
rizando o grão internamente.
Mercado do trigo
Diante desse cenário, a cadeia produtiva per-
cebeu que, na comercialização do trigo, havia O trigo nacional se destina majoritariamente
se criado uma diferenciação de preço entre o ao mercado interno, que é caracterizado pela
trigo importado e o trigo nacional, em função maior demanda por farinha de panificação.
da qualidade industrial. Nesse momento, as Nos últimos anos, a panificação representou
empresas de melhoramento buscaram ava- mais de 45% do total de trigo absorvido pelos
liar e entender essa realidade e fortaleceram moinhos em nível nacional.

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FORÇA DE FALLING
CLASSE ESTABILIDADE
GLÚTEN (W)* (Est.)* NUMBER*
*valor mínimo *em minutos *valor mínimo,
expresso em expresso em
10-4 J segundos

MELHORADOR 300 e 14 e 250

PÃO 220 ou 10 e 220

DOMÉSTICO 160 ou 6 e 220

BÁSICO 100 ou 3 e 220

OUTROS USOS QUALQUER QUALQUER QUALQUER

Melhoramento genético e a
evolução da qualidade do trigo
OBS.: a atualização dos dados referentes a 2022 estará disponível,
nos sites da Conab e Abitrigo, a partir de março de 2023. nacional

Sistema nacional de classificação O processo de melhoramento genético en-


do trigo volve a avaliação e seleção de centenas de
linhagens todos os anos. Assim como para
características agronômicas, é realizada tam-
Para caracterizar a qualidade do trigo existem
bém a avaliação da qualidade. Ela proporcio-
vários parâmetros que podem ser analisados.
na um ganho genético que pode ser visuali-
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
zado analisando a evolução da participação
mento (MAPA) estabelece, na Instrução Norma-
de mercado das cultivares das classes pão e
tiva Nº 38, de 2010, os critérios para a classifi-
melhorador ao longo dos últimos anos.
cação da qualidade, determinando categorias
para o trigo: melhorador, pão, doméstico, bási-
co e outros usos. Dessa forma, a cultivar preci- Mudança no padrão de qualidade
sa atingir valores mínimos para se enquadrar
dentro de cada categoria. Quanto mais alta a
categoria, melhor é a qualidade do trigo para A exigência por qualidade fez com que o me-
panificação. lhoramento trouxesse cultivares com maior for-

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ça de glúten (W). É o caso das cultivares seme- atender à demanda por produtos que exigem
adas a partir de 2009, que apresentavam um menor força de glúten, como bolos, massas e
W médio superior a 220, de classificação trigo biscoitos? Essa mudança de padrão de qua-
pão. Mais recentemente, na escalada em bus- lidade também traz a oportunidade para o
ca da excelência, o trigo nacional alcançou mercado segregado de trigo. Trigos especiais,
um novo patamar de qualidade. A cultivar que entregam a qualidade específica para
TBIO Audaz, classificada como trigo melho- produtos como biscoito, por exemplo, já são re-
rador, é um exemplo. Ela se diferencia por alidade em muitos pontos de comercialização
apresentar um W médio superior a 300 x 10 -4 do grão. O segmento da indústria de biscoitos
J e estabilidade farinográfica média superior movimenta mais de R$ 18 bilhões ao ano e con-
a 14 minutos em amostras. Com essas carac- some 12% da demanda nacional de trigo.
terísticas de qualidade industrial, foi possí-
vel obter, também, excelentes resultados em Nossa triticultura está em constante evolu-
panificação industrial congelada. A qualida- ção, dentro e fora da porteira. É preciso enten-
de do TBIO Audaz é também reconhecida na der que o importante é garantir que a maior
Argentina e no Uruguai, sendo classificada fração do mercado seja atendida com trigo
como grupo 1 (Argentina) e URUTRIGO (Uru- de qualidade para panificação, reduzindo a
guai), que são os trigos de exportação e qua- necessidade de importação e simplificando
lidade superior entre os trigos dos respecti- a logística. Para produtos especiais, que re-
vos países. Desde 2018, vem se observando querem qualidade distinta, ou segmentos de
um aumento expressivo na área de cultivo panificação que requerem performance mais
de TBIO Audaz, com a característica de unir específica, a indústria pode sempre conseguir
o desempenho a campo com a performance sua matéria-prima através de contratos den-
na indústria. tro de projetos especiais que garantam a qua-
lidade do produto segregado. Isso vale para
biscoito, massas, trigos branqueadores, ração,
Novas oportunidades para a entre outros usos. Sob este modelo, podemos
qualidade do trigo seguir melhorando a qualidade do trigo e do
seu processo de recebimento e, assim, fazer
do trigo nacional uma matéria-prima mais
O que esse aumento de qualidade dos trigos atrativa para a indústria, consolidando cada
nacionais representa para o mercado? Como vez mais a sua qualidade.

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Melhoramento genético da farinha. Assim, de acordo com o perfil obser-
vado nos diferentes anos e locais, é possível fazer
uma indicação de cultivo e uso mais precisa e di-
recionada para cada cultivar. Somente as linha-
Todos os anos, novas cultivares de trigo são lan-
gens que possuírem performance agronômica
çadas no mercado, enquanto outras cultivares
superior às testemunhas e que atendam aos pa-
deixam de ser semeadas. Essa troca dinâmi-
râmetros de qualidade industrial são lançadas
ca de cultivares é influenciada pela demanda
como cultivar no mercado.
do agricultor, como produtividade e segurança,
pela evolução das práticas de manejo da agri-
O melhoramento genético é um processo contí-
cultura e pelo padrão de qualidade exigido pelos
nuo. À medida que novas linhagens são geradas,
moinhos, indústria e consumidor.
novos cruzamentos são realizados, retroalimen-
tando o programa e direcionando os cruzamen-
O desenvolvimento de novas cultivares é re-
tos a cada ciclo entre os melhores.
alizado através do melhoramento genético, a
partir do cruzamento artificial de dois genótipos
de trigo. O cruzamento é pensado buscando a
complementariedade de características dos
parentais. A segunda etapa envolve a avaliação
e seleção de características simples das popu-
lações descendentes desse cruzamento, como
tipo agronômico e resistência às doenças. Ao
final dessa etapa, são obtidas as linhagens, as
quais podem ser avaliadas em parcelas maiores
para características complexas, como produti-
vidade e qualidade da farinha. Essas linhagens,
organizadas em ensaios com repetições em di-
ferentes locais e anos, são avaliadas juntamente
com as principais cultivares do mercado. FOTO: Divulgação Biotrigo

Ao longo do processo, é possível traçar um perfil


Aponte a câmera do seu celular e
de cada material, tanto de desempenho agronô- confira um vídeo animado sobre o
mico como de aptidão tecnológica e industrial melhoramento genético!

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Análises de qualidade

Alveografia

A análise de alveografia é uma das técnicas re-


ológicas mais usadas para avaliar a qualidade
das farinhas. O teste analisa as propriedades
viscoelásticas da massa e reproduz seu com-
portamento durante a fermentação. A partir dos
resultados, pode-se destinar a farinha ao seu
devido uso.

Na análise, uma massa preparada sob condições


GRÁFICO: Divulgação/Chopin Technologies
padronizadas é extrusada e cortada em forma de
discos, que serão insuflados por uma pressão de
ar até a sua ruptura. A pressão interna exercida Principais dados obtidos através da análise:
para insuflar cada disco de massa será registra- força de glúten (W), tenacidade (P), extensibi-
da graficamente, produzindo uma curva, cha- lidade (L) e a relação tenacidade por extensi-
mada de alveograma. Através do gráfico obtido, bilidade (P/L).
será possível determinar as propriedades reoló-
gicas da farinha de trigo, tais como a tenacidade Importância para o produto final: com a aná-
ou resistência (P), força de glúten (W) e extensibi- lise de alveografia, é possível definir a com-
lidade (L). De acordo com a aplicação industrial pra da matéria-prima adequada para cada
requerida, os parâmetros acima devem seguir as produto, como pães, biscoitos e massas. A in-
especificações técnicas. dústria de pães, por exemplo, busca farinhas
fortes com W entre 270 a 350 e um P/L equi-
A força de glúten (W) é dada pela relação tena- librado, ideal para o melhor desenvolvimento
cidade por extensibilidade (P/L) da massa. Essa do pão. Já o mercado de massas busca alto W
relação está intrinsecamente ligada à qualidade e um elevado P/L. Enquanto isso, a indústria de
das proteínas presentes no grão de trigo, princi- biscoitos busca valores menores, tanto de W,
palmente das formadoras do glúten. quanto de P/L.

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Quatro resultados são obtidos a partir da fari-
nografia. O primeiro deles é a absorção de água
Alveógrafo
(%), que representa a quantidade de água que a
farinha absorve para que a curva do gráfico se
mantenha em 500 unidades farinográficas (UF),
valor que representa o desenvolvimento com-
pleto da rede de glúten. As variações no conte-
údo de proteína e amido danificado da massa
são os principais fatores de influência na absor-
ção de água.

O segundo dado obtido é o tempo de desenvol-


FOTO: Divulgação/Chopin Technologies vimento da massa (TDM). O dado representa o
intervalo expresso há 30 segundos, contados a
Aponte a câmera do seu partir da primeira adição de água na farinha até
celular e confira a análise! o ponto de máxima consistência. Algumas cur-
vas podem apresentar mais de um pico e, nes-
ses casos, o segundo pico deve ser determinado
como TDM.
Farinografia

A farinografia avalia e registra a resistência de


uma massa à mistura sob condições de velo-
cidade e temperatura constantes. Assim, deter-
mina as características do glúten e da massa
formada. A curva resultante é chamada de fa-
rinograma, na qual são obtidos os parâmetros
relacionados à qualidade tecnológica da fa-
rinha de trigo. Nessa análise, é adicionada na
masseira do farinógrafo uma porção de farinha
seguida de água, que sofre uma força mecâni-
ca e estima a resistência da massa à mistura. GRÁFICO: Divulgação/Moinho Globo

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Principais dados obtidos através da análise: Falling number
absorção de água (%) e estabilidade (EST).

Importância para o produto final: com a análi- A análise de falling number, ou número de queda,
se de farinografia, é possível simular o processo tem o objetivo de medir a atividade enzimática
de sova do pão e estimar a quantidade de água da alfa-amilase presente na amostra (a enzima
para o desenvolvimento adequado da massa. A existe naturalmente na farinha). A análise é me-
absorção de água da farinha está diretamente dida de forma indireta e definida como o tempo
relacionada ao rendimento de pães, por exem- necessário para que o agitador viscosimétrico
plo. Quanto maior a absorção, maior a quanti- atravesse uma suspensão de gel de amido, que
dade produzida. Já a estabilidade é um indica- será liquefeito pela ação da enzima. O tempo
tivo para a aplicação da farinha. Quanto maior percorrido, medido em segundos, é inversamen-
ela for, maior é a tolerância a longos processos te proporcional à atividade enzimática. Portanto,
de fermentação e produção de pães congela- quanto maior o tempo, menor a atividade enzi-
dos. Quanto menor a estabilidade, mais indica- mática, e vice-versa.
da é a farinha para uso em produtos de confei-
taria e biscoitos. Altos valores de falling number, logo baixa ativi-
dade enzimática, indicam que a quebra do ami-
do e a fermentação serão mais lentas. Já baixos
valores de falling number, ou seja, alta atividade
enzimática, são negativos, pois a quebra do ami-
do será rápida e haverá um excesso de açúcar no
processo.

Principais dados obtidos através da análise:


falling number.

Farinógrafo
Importância para o produto final: a análise
FOTO: Divulgação/Brabender é de suma importância, pois o processo da
quebra e transformação do amido em açúcar
interfere na elaboração e qualidade dos pro-
Aponte a câmera do seu
celular e confira a análise! dutos finais. Na panificação, baixos valores
de falling number ocasionam uma fermen-

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tação descontro- Falling Number dades reológicas de cada farinha, ajustando a
lada e acentuada reologia ideal para a respectiva finalidade.
caramelização
da massa no as- Nesse método, é preparada uma amostra de
samento (reação 150 gramas de massa no farinógrafo, a qual é
de Maillard). Nas boleada e modelada em dispositivos do pró-
massas, faz com prio extensógrafo e, em seguida, levada para a
que o amido, por sua cabine de fermentação. Após 45 minutos, a
não ficar retido massa que esteve na cabine de fermentação é
ao glúten, se des- esticada pelo gancho do aparelho até o rompi-
prenda facilmen- mento. A força necessária para esticar a mas-
te na água do co- sa é transmitida por um sistema que a registra,
zimento. traçando a curva no gráfico. As características
das curvas obtidas, chamadas de extensogra-
mas, nos permitem avaliar diferentes proprie-
FOTO: Divulgação/Perten
dades viscoelásticas da massa. Esse processo
é repetido em três tempos de 45 minutos cada.
Aponte a câmera do seu
celular e confira a análise! Assim como a farinografia, a extensografia va-
ria de acordo com o tipo de trigo analisado, seja
com baixo ou com alto teor de proteína.

Extensografia Dentre os dados obtidos na extensografia, es-


tão a resistência à extensão (R), resistência má-
xima (RM), extensibilidade, número proporcio-
A extensografia é utilizada para estimar as
nal (R/E) e energia (A). A resistência à extensão
propriedades de alongamento da massa, em
(R) é o valor expresso em unidades extenso-
particular a resistência à extensão e extensibi-
gráficas (UEs) e obtido no pico da curva, após o
lidade, fornecendo informações sobre o com-
início da análise (altura). Em termos práticos, é
portamento do cozimento da massa. Como ne-
o indicativo da capacidade da massa de reter
nhum outro instrumento, o extensógrafo mostra
o gás carbônico, formado durante a fermenta-
a influência dos aditivos da farinha, como o áci-
ção. A resistência máxima (RM) é o valor obtido
do ascórbico, enzimas (proteases) e emulsio-
no ponto mais alto da curva e também é indi-
nantes. Assim, permite determinar as proprie-
cado em UEs. Já a extensibilidade é o valor ex-

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presso em milímetros e obtido através da medi- Principais dados obtidos através da análise:
da do comprimento do extensograma do início energia (A) e o número proporcional (R/E).
ao fim da curva. A extensibilidade da massa nos
mostra o quanto ela consegue se esticar sem se Importância para o produto final: a extenso-
romper. grafia proporciona uma visão da tolerância aos
processos de fermentação (capacidade de re-
O número proporcional (R/E) representa a re- tenção de gás) ao avaliar as características da
lação entre a resistência à extensão e exten- massa, como a elasticidade e a extensibilidade.
sibilidade. Indica a força, em UEs, necessária Ela também é importante para avaliar o efeito
para esticar a massa. Na prática, esse valor é de enzimas e/ou aditivos na massa.
um indicativo de seu comportamento. Se o nú-
mero for baixo, maior é a tendência da massa
em esticar sem se romper. Se o número for alto,
maior é a tendência da massa em se esticar e
voltar ao seu estado original. Por fim, a energia
(A) é a área total da curva dada em centímetros
quadrados. Quanto maior for a área, maior é a
energia exercida e a força da massa. Portanto,
mais forte é a farinha.

Extensógrafo

FOTO: Divulgação/Chopin Technologies

Aponte a câmera do seu


celular e confira a análise!

GRÁFICO: Divulgação/Moinho Globo

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Análise de glúten que corresponde à quantidade de água elimi-
nada durante o processo de secagem.

O glúten, substância de cor creme, consiste em


uma rede elástica e contínua, capaz de reter o Principais dados obtidos através da análise:
gás carbônico liberado pelas leveduras duran- glúten úmido e glúten index.
te o processo de fermentação da massa, per-
mitindo sua expansão. Essa particularidade é Importância para o produto final: para fari-
determinante para as propriedades reológicas nhas de panificação, são ideais teores de glúten
da massa e para a formação da estrutura dos (úmido, index e seco) mais altos, pois eles serão
alimentos que necessitam de crescimento. O responsáveis pela formação da rede de glúten,
glúten é composto por dois grupos de proteí- que permitirá a retenção dos gases na fermen-
nas: a gliadina e a glutenina. Quando a farinha tação. Isso, por sua vez, garante o crescimen-
de trigo é hidratada e submetida à força mecâ- to (volume) dos pães. Para farinhas voltadas a
nica, as gliadinas conferem a extensibilidade e massas, a rede de glúten é importante para a
viscosidade à massa formada. Já as gluteninas retenção do amido, que evitará a perda na água
são responsáveis pela força, pela elasticidade e de cozimento, deixando a massa com aspecto
pelo tempo de desenvolvimento. al dente.

Para realizar a análise de glúten, podemos uti- Glutomatic


lizar métodos variados, tais como o mecânico,
através de equipamento próprio, ou o manual.
O método mecânico consiste no manuseio da
amostra em solução salina, eliminando os ou-
tros componentes da farinha, como o amido,
assim, permanecendo apenas o glúten, insolú-
vel em água. A análise indica a quantidade e a
qualidade do glúten da amostra de farinha. A FOTO: Divulgação/Perten
quantidade é medida através do glúten úmido,
valor expresso em porcentagem. Já a qualida-
de é medida através do glúten index, também
Aponte a câmera do seu
expresso em porcentagem. Ainda, a análise in- celular e confira a análise!
dica o valor de glúten seco,

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Método de Pekar pigmentação. Para o segmento de massa fres-
ca, como a de pastel, é indesejável a existência
de pigmentos na farinha e o escurecimento da
O método de Pekar consiste na preparação
massa.
de uma lâmina de farinha, a qual é imersa em
água e posteriormente seca. A água e o local
de imersão da farinha devem estar livres de Pekar – Antes
impurezas. Com esse método, é realizada a
avaliação visual da cor e a verificação da pre-
sença de pintas de farelo ou outras extrações.
O teste também é utilizado para avaliar a oxi-
dação enzimática da farinha (escurecimento),
causada pela enzima polifenoloxidase (PPO).

O Pekar é um controle de moagem muito utili-


zado pelos moinhos de trigo. Uma de suas apli-
cações é para a indicação de um problema
ocasionado por rupturas em telas de penei- Pekar – Depois
ramento. Ele também serve para a verificação
do padrão de cor e aspecto visual das farinhas,
que podem ser alterados mediante as trocas
de matéria-prima e/ou mudanças no processo
de preparo e extração do trigo. Essa análise re-
quer correlação com colorimetria e cinzas.

Principais dados obtidos através da análise:


avaliação visual da cor da massa e da presen- FOTO: Divulgação Biotrigo
ça de farelo na farinha.

Importância para o produto final: o método


Aponte a câmera do seu
de Pekar garante que os padrões de qualidade celular e confira a análise!
da farinha sejam seguidos para que não haja

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Análise de colorimetria Principais dados obtidos através da análise:
luminosidade (L*) e coordenada de cromatici-
dade b*.
A análise de colorimetria define a cor da amos-
tra, em termos numéricos, através da refletân-
Importância para o produto final: com a aná-
cia, permitindo quantificar as diferenças entre
lise, é definida a influência da cor da farinha no
as amostras. A cor da farinha deriva principal-
aspecto visual do produto final. Para o segmen-
mente do seu teor de carotenoides, proteínas e
fibras, além de também estimar a presença de to de massa fresca, por exemplo, a preferência
impurezas na moagem. é por farinhas com coloração mais clara, pois,
nesse tipo de produto, o consumidor avalia a cor
Na análise, são obtidos os dados de luminosi- como sinônimo de qualidade. Já para biscoitos
dade (L*) e das coordenadas de cromaticida- e bolos, esse parâmetro não possui tanta rele-
de a* e b*. A luminosidade (L*) possui escala vância, pois o padrão requerido é determinado
de zero (preto) a 100 (branco). Ou seja, quanto pelo mercado de atuação.
mais próximo de 100, mais branca é a farinha.
A coordenada de cromaticidade a* varia de a*
positivo (tendência da cor para a tonalidade
Colorímetro
vermelha) até a* negativo (tendência da cor
para a tonalidade verde). Por fim, a coordenada
de cromaticidade b* varia de b* positivo (ten-
dência da cor para a tonalidade amarela) até
b* negativo (tendência da cor para a tonalida-
de azul).

FOTO: Divulgação/Konica Minolta

Aponte a câmera do seu


celular e confira a análise!

GRÁFICO: Divulgação/Konica Minolta

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Análise de cinzas Principais dados obtidos através da análise:
percentual de cinzas na farinha.

A análise de cinzas indica a quantidade de mine-


Importância para o produto final: a análise de
rais, principalmente ferro, sódio, potássio, mag-
cinzas é relevante para identificar a coloração
nésio e fósforo, presentes no grão de trigo. A maior
da farinha e a correlação com o aspecto visual
concentração desses minerais encontra-se na
do produto final (presença de pigmentação e/
parte externa do grão, ou seja, no farelo. Quanto
ou farelo). A análise também pode ser utiliza-
maior a quantidade ou a contaminação de farelo
da para acompanhar o processo de moagem,
na farinha, maior será o teor de cinzas resultante.
podendo aumentar ou diminuir a extração de
Esse teor, por sua vez, consiste no resíduo inorgâ-
farinha, dependendo do objetivo final. Na práti-
nico restante após a completa destruição da ma-
ca, para a indústria de massas, o teor de cinzas
triz orgânica do grão. O teor de cinzas, expresso
deve ser baixo. Já para a indústria de biscoitos,
em porcentagem, é obtido através da queima da
esse parâmetro não tem tanta relevância. Em
matéria orgânica da farinha, pelo aquecimento a
relação à indústria de petiscos, quanto maior
temperaturas entre 550 a 570°C.
o teor de cinzas, maior será a absorção de óleo
durante a fritura dos produtos, fator indesejável.
A análise é um dos principais parâmetros para a
classificação de farinhas, de acordo com a legis-
lação vigente. A Instrução Normativa nº 8, de 2 de
junho de 2005, especifica que:

Teor de cinzas – Classificação da


base seca farinha de trigo Mufla

Até 0,8% Tipo 1

Entre 0,8 e 1,4% Tipo 2

Entre 1,4 e 2,5% Farinha integral

FOTO: Divulgação/Nabertherm
O teor de cinzas presentes na farinha apresenta
correlação com a cor. Quanto menor o percentual
de cinzas, mais clara será a farinha, e vice-versa. Aponte a câmera do seu
celular e confira a análise!

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Análise de micotoxina
DON: limites máximos de tolerância
A micotoxina deoxinivalenol, popularmente co-
nhecida como DON ou vomitoxina, é produzida
durante o processo de infecção e colonização
do fungo Fusarium graminearum nas espigas Alimento LMT (ppb)
de trigo, sendo acumulada nos grãos e causan-
do a doença conhecida como giberela.
Grão 2.000

A presença de DON acima dos limites estabele-


cidos pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
tária (Anvisa) torna os grãos inaceitáveis para Farinha integral 1.250

consumo humano ou para ração animal, uma


vez que podem causar vômitos, recusa alimen-
tar e diminuição de ganho de peso em suínos Farinha branca 1.000

e aves. Com isso, foram definidos limites máxi-


mos toleráveis (LMT) de consumo de DON nos
produtos, bem como medidas de manejo para Fonte: RDC487/2021 – IN88/2021

redução da micotoxina em pré e pós-colheita.

Dessa forma, a Anvisa atualizou, em março de


2021, a Instrução Normativa (IN) N° 88, que visa O método mais preciso para se definir a con-
estabelecer os LMT de DON nos alimentos. Nes- centração de DON em uma amostra é a croma-
sa IN, foi determinado o limite de 2 mil partes tografia líquida de alto desempenho, ou HPLC
por bilhão (ppb) de DON nos grãos de trigo para na sigla em inglês. Ela é uma técnica analítica
processamento, 1 mil ppb de DON para farinha usada para separar os componentes de uma
branca e 1,250 mil ppb de DON para farinha in- mistura orgânica não volátil, termicamente ins-
tegral. Vale destacar que, assim como o trigo, tável e com pesos moleculares relativamente
outras espécies, como o milho, triticale, cevada altos. Nesse método, uma corrente de arras-
e o amendoim, possuem diferentes micotoxi- te líquida, chamada de fase móvel, carrega a
nas, tendo seus limites estabelecidos por legis- amostra injetada através da coluna de separa-
lação específica. ção, para o detector. Na coluna de separação,

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DON, o que ocasionará a utilização ou não do
os componentes individuais são segregados de
lote de trigo pela indústria, tanto voltada à ali-
acordo com interações físico-químicas. Esses
mentação humana quanto à animal.
componentes separados são identificados
pelo detector, a depender de quesitos como
a absorção de luz, mudanças eletroquímicas,
de condutividade ou no índice de refração,
bem como a distribuição de tamanho das
moléculas separadas, quantificando preci-
samente a concentração da micotoxina na
amostra. Cromatógrafo

A micotoxina DON é estável a altas tempera-


turas, o que significa que o processamento
básico de alimentos não é suficiente para eli-
miná-la do grão e de seus diversos subprodu-
tos. A característica estável de DON ao calor
exige que agricultores, cerealistas e moinhos
adotem as práticas de manejo mais atualiza-
das, em suas respectivas etapas, para reduzir
sua concentração ao longo da cadeia tritíco-
la até chegar à indústria processadora.

FOTO: Divulgação/Agilent

Principais dados obtidos através da análise:


quantidade numérica de micotoxina presente Análise de
micotoxina IN Nº 88
na amostra.

Importância para o produto final: o lote será


Aponte a câmera
aprovado ou reprovado de acordo com os níveis do seu celular e
de contaminação da amostra pela micotoxina confira o vídeo da
análise e a IN Nº 88
na íntegra.

34 35
Como identificar A importância
problemas no grão do uso de sementes
certificadas

Com o objetivo de auxiliar o produtor na iden-


tificação dos problemas que podem ocorrer As sementes se destacam por serem consi-
com o grão de trigo, o Guia de Qualidade da deradas o insumo mais importante na agri-
Farinha possui um infográfico informativo. O cultura. A exigência dos agricultores por
material mostra as diferenças visuais no grão, maiores potenciais de produção requer se-
que podem ocorrer em função de doenças, de- mentes capazes de garantir lavouras cada
ficiência de manejo e clima. vez mais uniformes.

Ao comprar sementes certificadas, que pos-


suem alto potencial de germinação e vigor, o
agricultor tem a garantia de que está adqui-
rindo a cultivar correta, sem mistura de ou-
tras cultivares, espécies e plantas daninhas,
além de estarem isentas de pragas e do-
enças. Isso só é possível devido ao rigoroso
processo de certificação de sementes, o qual
assume papel importante ao garantir que as
etapas das produções (campo e unidade de
beneficiamento de sementes - UBS) aten-
dam a todos os padrões exigidos pela legis-
lação de sementes no Brasil. Assim, a compra
de sementes certificadas torna o agricultor
mais competitivo no mercado pelas seguin-
tes vantagens:
Aponte a câmera do seu celular
e saiba como identificar problemas
no grão de trigo!

36
36 37
• Proteção da lavoura às plantas daninhas,
Referências
pragas e doenças

• Potencial genético da cultivar contido na


semente: rendimento e qualidade industrial

UFRGS. Avaliação da Qualidade Tecnológica/Industrial da Fa-


• Aumento do potencial de produção
rinha de Trigo, 2020. Página inicial. Disponível em: https://www.

ufrgs.br/napead/projetos/avaliacao-farinha-trigo/index.php
• Maior rentabilidade

A geração de novas cultivares e tecnologias


depende diretamente da compra de sementes SANTOS, C. M. dos. et al. Métodos analíticos aplicados pela Gra-

certificadas. Quando os agricultores adquirem notec/Granolab ao trigo e à farinha de trigo. 1ª ed. Curitiba: Gra-

essas sementes, estão ajudando a retroalimen- nolab do Brasil, 2015.

tar a pesquisa, estimulando o melhoramento


genético a gerar novas cultivares e tecnologias
ainda mais competitivas para o campo.
CEREALS & GRAINS ASSOCIATION. 2022. Página inicial. Disponível

em: https://www.cerealsgrains.org/Pages/default.aspx

Laboratório de testes de cromatografia líquida de alto de-

sempenho (HPLC). EUROLAB Laboratório de Ensaios e Análises.

Disponível em: https://www.laboratuar.com/pt/testler/kimya-

sal-testler/yuksek-performansli-sivi-kromatografisi-(hplc)-

-test-laboratuvari/

CRÉDITOS: Divulgação Biotrigo/Guilherme Geller

38
38 39
39
Especificações para o
uso industrial de farinhas Claudio Zanão
em diversas categorias Presidente-executivo
da Abimapi

O Brasil aumentou significativamente a pro- almente, pois as


dução de trigo nos últimos anos, com os pro- empresas e seus
dutores aplicando cada vez mais tecnologia, produtos depen-
em uma diversidade de qualidade genética dem de fatores
voltada para grupos específicos de produtos, como diferentes
como massas alimentícias, biscoitos, pães e tipos de equipamentos, ingredientes, aditivos,
bolos industrializados. Com esse incremen- clima, entre outras inúmeras variáveis que
to, estima-se que a médio prazo o país será podem interferir na especificação da farinha
autossuficiente na produção de trigo de alta e qualidade do produto final.
qualidade.
Com as inovações tecnológicas e o surgimen-
O objetivo da seção presente nas páginas se- to de novos produtos e processos, com certe-
guintes deste guia é informar aos profissionais za esta não será a versão final deste guia, pois
das indústrias, com riqueza de detalhes, as es- o conhecimento e desenvolvimento estão se
pecificações ideais das farinhas, com redução solidificando a cada safra. Os estudos, experi-
de coadjuvantes e aditivos, visando assegurar mentos e novas cultivares no panorama atual
a qualidade, com o menor custo, para aplica- são contínuos.
ção na elaboração de seus produtos.
A Abimapi e suas parceiras Biotrigo Genéti-
O guia é orientativo e as especificações apre- ca e Trilhas do Trigo esperam ter abordado a
sentadas não invalidam de forma alguma as maioria das especificações de farinhas e ras-
farinhas e formulações que são utilizadas atu- treabilidade que o setor industrial utiliza.

FOTO: Divulgação/Abimapi

40 41
Especificações dos produtos Diferencial qualitativo: elevado teor de glúten e
equilibrado teor de amido danificado.

Aplicações Aplicação
• Massa alimentícia fresca • Bolo industrial
• Massa alimentícia seca
• Noodle ou instantâneo Variedade ideal de trigo: soft (mole), semiduro
e/ou trigo duro de glúten brando;
Variedade ideal de trigo: durum e/ou hard (duro);
Produto da moagem: farinha inteira de trigos
Produto da moagem: fração da farinha com com baixa força de glúten (W);
baixo teor de cinzas, resultante do endosperma
Perfil da farinha: reologia fraca e com equi-
de trigos duros de elevada força de glúten (W);
librado poder fermentativo. Possui coloração
clara e livre de pintas;
Perfil da farinha: reologia forte e elástica, com
baixo poder fermentativo e baixa tendência ao Diferencial qualitativo: baixo teor de glúten e
escurecimento enzimático. Possui coloração equilibrado teor de amido danificado.
clara, levemente amarelada e livre de pintas;

Diferencial qualitativo: baixa atividade da en- Aplicações


zima polifenoloxidase (PPO), de enzimas amilo-
• Biscoito laminado salgado de fermentação
líticas e baixos teores de amido danificado.
biológica
• Biscoito laminado doce
• Biscoito moldado
Aplicações • Wafer
• Panetone
• Pão embalado industrial Variedade ideal de trigo: soft (mole), semiduro
e/ou trigo duro de glúten brando;
Variedade ideal de trigo: hard (duro);
Produto da moagem: farinha inteira de trigos
Produto da moagem: farinha inteira de trigos com baixa força de glúten (W);
duros de elevada força de glúten (W);
Perfil da farinha: reologia fraca e extensível,
Perfil da farinha: reologia forte e elástica, com com equilibrado poder fermentativo. Possui co-
elevada absorção de água e tolerância à fer- loração clara e livre de pintas;
mentação, com equilibrado poder fermentati-
vo. Possui coloração clara, levemente amare- Diferencial qualitativo: baixa força (W) e bai-
lada e livre de pintas; xos teores de glúten e amido danificado.

42 43
Especificações da farinha A tabela abaixo busca informar os parâmetros

para os diferentes usos ideais de farinha, através de limites mínimos e


máximos, para sua utilização na fabricação de
diversos produtos.

Farinografia
Farinografia Colorimetria
Colorimetria
Colorimetria
Colorimetria Alveografia
Alveografia
Amido Amido Falling Falling
danificado
danificado Cinzas¹Cinzas¹ number² number² RelaçãoRelação
Absorção
Absorção UCD Cor L* Cor L* Cor b* Cor b* Umidade¹
Umidade¹
UCD Força deForça tenacidade
de tenacidade
por por
de água¹
de água¹ glúten (W)³ extensibilidade
glúten (W)³ extensibilidade
(P/L) (P/L)

Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx
Mín Mín
Máx Máx

BiscoitoBiscoito
laminadolaminado
doce doce
52 52
56 56
N/A N/A
20 20
0,65 0,65
0,75 0,75
91,5 91,5
N/A N/A
N/A N/A
N/A N/A
250 250
450 450
N/A N/A
200 200
0,4 1
0,4 114 1415 15

BiscoitoBiscoito
laminadolaminado
salgadosalgado
de fermen-
de fermen-
52 52
56 56
16 16
20 20
0,65 0,65
0,75 0,75
91,5 91,5
N/A N/A
N/A N/A
N/A N/A
250 250
450 450
N/A 220
N/A 220
0,4 0,4
1 114 1415 15
tação biológica
tação biológica

BiscoitoBiscoito
moldado moldado52 52
56 56
N/A N/A
20 20
0,65 0,65
0,75 0,75
91,5 91,5
N/A N/A
N/A N/A
N/A N/A
250 450
250 450
N/A 180
N/A 180
0,4 0,4
1 114 1415 15

Bolo industrial
Bolo industrial N/A N/A
N/A N/A
N/A N/A
24 24
0,65 0,65
0,75 0,75
91,5 91,5
N/A N/A
N/A N/A
N/A 250
N/A 450
250 450
N/A 220
N/A N/A
220 N/A
N/A N/A
14 1415 15

Massa alimentícia
Massa alimentícia
fresca fresca 58 58
N/A N/A
N/A N/A
18 18
0,45 0,45
0,55 0,55
93,5 N/A
93,5 N/A
10 N/A
10 N/A
300 300
450 450
300 300
N/A 1,5
N/A N/A
1,5 N/A
14 1415 15

Massa alimentícia
Massa alimentícia
seca seca 58 N/A
58 N/A
N/A N/A
18 18
0,45 0,45
0,55 0,55
93 N/A
93 N/A
10 10
N/A 300
N/A 300
450 450
300 300
N/A 1,5
N/A 1,5
N/A 14
N/A 1415 15

Noodle Noodle
ou instan-
ou instan-
tâneo tâneo 58 58
N/A N/A
N/A 18
N/A 18
0,50 0,50
0,60 0,60
92,5 92,5
N/A 10
N/A 10
N/A 300
N/A 300
450 450
300 N/A
300 1,5
N/A N/A
1,5 14
N/A 1415 15

Panetone
Panetone 58 58
N/A N/A
18 1824 24
0,60 0,60
0,70 0,70
92 N/A
92 N/A
9 N/A
9 300
N/A 300
450 450
300 N/A
300 1
N/A 12 214 1415 15

Pão embalado
Pão embalado
industrial
industrial 58 58
N/A 18
N/A 1824 24
0,65 0,65
0,75 0,75
92 92
N/A 9
N/A 9
N/A 300
N/A 300
450 450
250 250
N/A 1
N/A 12 214 1415 15

Wafer Wafer 52 52
56 56
N/A N/A
20 20
0,65 0,65
0,75 0,75
91,5 91,5
N/A N/A
N/A N/A
N/A N/A
250 450
250 450
N/A 180
N/A 180
0,4 0,41 14
1 1415 15

N/A: não atribuído. ¹Valor em porcentagem (%).


²Valor em segundos (s). ³Valor expresso em 10-4 J.

44 45
Importância das especifi- A tabela abaixo busca informar o grau de im-
portância do dado obtido em cada análise na
cações para os produtos
escolha da farinha adequada para fabricação
de diversos produtos.

Força de Força deRelação tenac.


Relação tenac.
Teor de amido
Teor de amido
Cor (L*, a*,
Corb*)
(L*, a*, b*)
Falling number
Falling number Teor de glúten
Teor de glúten
glúten (W)
glúten (W)
por extens.
por(P/L)
extens. (P/L)
danificado
danificado
UCD UCD

Biscoito laminado
Biscoito laminado
salgado salgado
de fermentação biológicabiológicaL*
de fermentação L*

Biscoito laminado
Biscoito laminado
doce doce L* L*

Biscoito moldado
Biscoito moldado L* L*

Bolo industrial
Bolo industrial L* L*

Massa alimentícia fresca fresca L*


Massa alimentícia L*
b* b*

Massa alimentícia
Massa alimentícia
seca seca L* L*
b* b*

Pão embalado
Pão embalado
industrialindustrial L* L*

PanetonePanetone L* L*

Wafer Wafer L* L*

: Muito pouco importante


: Pouco importante
: Moderadamente importante
: Importante
: Muito importante

46 47
Agradecimentos

A Biotrigo Genética agradece à Abitrigo e à


Abimapi, bem como a seus moinhos e a suas
indústrias associadas, pelo apoio e pela colabo-
ração recebidos durante a produção deste ma-
terial, em especial àqueles que foram fonte para
a construção do Guia de Qualidade da Farinha.

48
48 49
49
Anotações

50 51
Atualização: nov/2022

ACESSE O SITE DA BIOTRIGO: ACESSE O SITE DA ABITRIGO: ACESSE O SITE DA ABIMAPI:

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