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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E FLORESTAS


MINAGRIF

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PROJECTO DE CRIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ARROZ NAS
COMUNIDADES.

JULHO-AGOSTO DE 2019
INDICE

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1. INTRODUÇÃO

A semente é considerada o factor mais importante da produção agrícola. Angola tem um elevado potencial para a produção de sementes a
partir dos recursos genéticos resultantes da grande diversidade de variedades locais e da variabilidade agro-ecológica, que permite a
introdução de um grande número de espécies exóticas.

A maioria dos pequenos camponeses, nas áreas propensas à seca e inundações em Angola, continua a depender da assistência de
emergência e da distribuição informal de sementes, camponês a camponês, como fonte de aquisição de sementes de variedades locais e a
distribuição de sementes melhoradas feita pelo Governo. Mais de 90 por cento das necessidades desses camponeses são satisfeitas por
intermédio deste canal. Por conseguinte, é imperioso reconhecer devidamente o sector informal como uma importante fonte de sementes a
baixo custo, e aproveitá-lo como veículo no fornecimento de sementes melhoradas aos camponeses mais pobres a preços aceitáveis.

A dinâmica que a produção agrícola está a tomar impõe que a problemática da semente seja tratada com elevado cuidado, tanto no
sistema formal como no informal. No sistema informal, durante muito tempo, principalmente no período de guerra, a semente era produzida
maioritariamente por agricultores familiares sem o cumprimento de quaisquer normas de produção, isto é, a semente para semear era
utilizada a partir das suas reservas.

As importações representam só 10% da semente comercializada no País para o sector familiar sendo um processo dispendioso e
caracterizado por sucessivos atrasos na chegada e na aquisição de variedades melhoradas para a produção ou multiplicação local.

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É nesta base que a multiplicação de variedades de arroz se torna importante e imprescindível no sentido de garantir o aumento da oferta
de sementes melhoradas para a agricultura e concomitantemente baixar os custos e serem disponibilizadas aos produtores em tempo útil.

Em Angola, o sistema de Produção, Fiscalização, Certificação e Armazenamento de Sementes ainda não cobre o território nacional por
falta de recursos humanos especializados e de uma rede de infraestruturas com o perfil moderno e adequado para o controlo de qualidade
das sementes; razão pela qual o Serviço Nacional de Sementes (SENSE) e o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) decidiram
elaborar o Projecto de Produção e Certificação da Semente do Arroz.

O projecto é baseado no Programa de Produção de Sementes e a sua materialização é assente na Lei, Regulamentos Técnicos,
específicos e normas de sementes com o objectivo de assegurar o funcionamento eficiente do processo de produção, fiscalização,
certificação e armazenamento de sementes de arroz, para aumentar a disponibilidade da mesma.

2. POTENCIALIDADES E FRAQUEZAS

Potencialidades

 As excelentes condições edafo-climáticas do País (???)

 As consideráveis manchas de solos agricultáveis disponíveis.

 Experiência dos produtores na produção de gramíneas, o que facilitará a assimilação das técnicas de produção de arroz.

 O elevado potencial para a produção de sementes a partir dos recursos genéticos resultantes da grande diversidade de variedades
locais;

 A variabilidade agro ecológica que permite a introdução de um grande número de espécies exóticas;

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 A existência de um Serviço Nacional de Sementes com capacidade técnica e com projecções provinciais;

 A existência de um Centro de Recursos Fitogenéticos com colecções de germoplasma das principais culturas alimentares;

 A existência de um Instituto de Investigação Agronómica.

Fraquezas:

 Elevado custo da importação de sementes;


 Falta de semente melhorada;
 Não aprovação dos regulamentos da Lei de Sementes;
 Falta de garantia no fornecimento da semente básica para os agentes multiplicadores em tempo oportuno;
 Inexistência de infraestruturas de armazenamento e conservação de sementes que tem dificultado o armazenamento das mesmas
por um período longo, o que faz com que haja apenas uma produção por ano;
 Escassez de Recursos humanos treinados do SENSE, IDA e IIA, nas fazendas produtoras de sementes

3. ESTRATÉGIA

Formar e capacitar os técnicos que, usando novas tecnologias de produção e uma actividade inspectiva e correctiva intensa, garantindo
ao mercado a semente certificada que se requer.

Realizar acções de Formação de formadores, recrutar e enquadrar pessoal, produzir semente (IDA) e a certificar a semente (SENSE) para
o alcance de um resultado esperado de 8.400 toneladas de semente certificada produzida durante o período de 2019/2022, assim como a
conservação e acondicionamento da referida semente.

Criar uma estrutura de Gestão e Coordenação das Actividades do projecto, a três níveis:

 Central: Comissão que será encabeçada pelo Director Geral Adjunto para Área Técnica, responsável máximo pela
implementação e gestão do Projecto.

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 Equipe Técnica: Representantes das províncias escolhidas, técnicos do IDA- Central, dirigida por um Coordenador
Executivo do IDA, que desempenhará a função de Coordenador do Programa que proporcionará informações sobre
questões relacionadas com a execução, seguimento global dos progressos e a abordagem dos problemas que requeiram
uma coordenação intersectorial dos projectos.
 Local: Formada pelos produtores eleitos para produzir sementes nas regiões eleitas.

Com o objectivo de diagnosticar falhas durante a implementação do projecto e avaliar o seu grau de cumprimento será conduzido um
processo de monitoria e avaliação.

 Escolha das áreas: Bié, Huambo, Lunda Norte, Lunda Sul, Malange e Moxico.
 Selecção dos produtores.
 Selecção das variedades de arroz a produzir.
 Asseguramento de acompanhamento periódico aos campos.
 Medidas de Controlo Interno e Segurança: Processo levado a cabo pelos gestores em coordenação com outros níveis de
hierarquia através do IDA.
 Armazenamento-Através da construção dos bancos comunitários de sementes.

3.1 Capacidade Institucional


O IDA possui Departamentos Provinciais nas províncias eleitas com alguma capacidade (instalações e equipamentos?).

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4. ENQUADRAMENTO DO PROJECTO

O projecto está enquadrado no Programa do Plano de Desenvolvimento Nacional -PDN 2018-2022. Prevê-se a produção e fornecimento
de semente de qualidade declarada de arroz, numa 1ª fase, ao sector familiar e posteriormente a outros actores da cadeia produtiva.

Alcançada a paz em 2002, a produção de sementes passou a constituir uma prioridade para o Ministério da Agricultura, tendo em 2008
constado no seu orçamento uma rubrica para o relançamento da produção nacional de sementes, envolvendo o IDA, SENSE e IIA para
que em 2009 se procedesse o arranque do respectivo programa.

5. OBJECTIVO GERAL
Suprir o défice e assegurar a disponibilidade de semente certificada no mercado nacional na altura da sementeira, para a produção
de arroz em grande escala.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

1. Aumentar a produção de arroz, através da disponibilidade de sementes com alguma qualidade.

2. Certificar a semente produzida, conservada, importada e comercializada


3. Reduzir dos níveis de importação de sementes

6. ACTIVIDADES

Com base nas projeções da semente do arroz certificada necessária para o quinquénio 2018/2022, (quadro nº 1), em anexo, as
actividades do Instituto de Desenvolvimento Agrário e Serviço Nacional de Sementes incidirão no(a):

 Formação e capacitação de Recursos Humanos

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A formação de formadores e capacitação de Recursos Humanos é também uma opção do projecto e serão formados três (3)
formadores e vinte (20) técnicos capacitados no país, (quadro nº 2), em anexo.

 Treinamento dos produtores

Serão treinados os produtores, organizados em associações, cooperativas e Escolas de Campo, nas técnicas de produção de sementes e de
conservação das mesmas.

Área necessária para o projecto

As EDAS das províncias eleitas para o projecto providenciarão junto dos seus Governos a cedência de oitenta (80) hectares cada, dos quais,
setenta e oito (78) para a produção da semente do arroz e dois (2) para a realização de testes comparativos de Distinção, Homogeneidade e
Estabilidade (DHE) e Valor de Cultivo e Uso (VCU).

Semente básica necessária para o projecto


A semente básica necessária para produzir 2100 toneladas de semente certificada, no primeiro ano do projecto, foi estimada com base na
projecção da quantidade de produção de alimentos do Programa de Desenvolvimento de Médio Prazo do Sector Agrário (PDMSA) 2018/2022
e situa-se na ordem das 140 toneladas que será suprida com recurso ao Assessor técnico ou à importação.

Meios de apoio necessários para o projecto

Para monitorar o projecto e facilitar a mobilidade dos responsáveis e da equipa técnica efectuar-se-á a aquisição de treze (13)? viaturas das
quais uma (1) para o coordenador, duas (2) para os responsáveis e dez (10?) para as equipas técnicas, (quadro nº 4), em anexo.

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6.1 Indicadores

6.1.1 Quantidade de semente produzida e processada


6.1.2 Número de camponeses individuais e associações que receberam capacitação em produção e conservação de sementes
6.1.3 Bancos Comunitários de sementes estabelecidos
6.1.4 Número de Associações/Cooperativas ou Agentes envolvidas;
6.1.5 Número de escolas de campo envolvidas;

7. Metas
Para o período 2019-2021, perspectiva-se atingir uma produção total ( Que quantidade?)de semente de qualidade- declarada ou
semente padrão cuja garantia (valor genético, pureza e viabilidade da semente), será prestada pelo Serviço Nacional de Sementes
(SENSE). A semente produzida precisa seguir os regulamentos existentes e a aderência a esses regulamentos deverão ser
monitorados. Os procedimentos são mais restritivos para a semente certificada do que para a semente padrão ou semente de
qualidade declarada.

Quadro nº. 1- Previsão da produção de semente de milho qualidade declarada para 2017-2022

Agentes Necessid Produção Prevista (toneladas)


por ade
Províncias semente 2019 2020 2021 2022 2019 2020 2021 2022
básica
local
Huambo 100 100 100 100 350 350 350 350
Bié 100 100 100 100 350 350 350 350

10
Lunda 100 100 100 100
Norte 350 350 350 350
Lunda Sul 100 100 100 100 350 350 350 350
Moxico 100 100 100 100 350 350 350 350
Malange 100 100 100 100 350 350 350 350
TOTAL 600 600 600 600 2100 2100 2100 2100

ACTIVIDADES – BIÊNIO 2019-2021

Meses

Actividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Aprovação do projecto pelo Direcção Geral do IDA X
Grupo técnico designado X
Selecção dos Agentes (Associações/Cooperativas de sementes) X X
nas províncias do Huambo, Bié, Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e
Moxico.
Aquisição dos meios rolantes para o projecto e outros X X
equipamentos do projecto
Fornecimento de semente básica aos produtores e outros insumos X
Primeira acção de formação sobre Normas Técnicas de Produção X
de sementes em pequena escala comunitária.
Acompanhamento de campo através do roteiro Huambo, Bié, X X
Malange , Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico
Primeiros campos plantados (conferidos) X
Construção de infraestruturas de conservação e stockagem X
Acompanhamento do desenvolvimento das culturas X X X X X X X X
Monitorização e avaliação X X
Processamento da semente/tratamento X X
Ensacamento e distribuição pelo IDA X X

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Segunda sessão de treinamento sobre conservação de sementes X
em bancos comunitários de sementes

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8. Recursos
8.1 Recursos Humanos
A coordenação do programa será da responsabilidade do Instituto de
Desenvolvimento Agrário, que vai disponibilizar uma equipa de técnica
especializados cuja finalidade é essencialmente de garantir a assistência
técnica e formar técnicos.
A actividade de produção será levada a cabo pelas
Associações/Cooperativas e Agentes produtores individuais que terão
para o efeito a sua própria mão-de-obra.

Equipa Técnica será constituída por:


Um Coordenador Técnico com experiência comprovada na condução de
projectos, especialista em Tecnologia de Produção de Sementes, 4
técnicos licenciados em Agronomia (nas províncias e 5 técnicos médios
de agronomia de cada Província.

8.2 Recursos Materiais


O projecto prevê a aquisição de equipamentos ligados a tarefas
específicas a testagem de germinação nos laboratórios do IDA, controlo
de qualidade, testes laboratoriais, inspeções de campo e formação.
Assim como viaturas, imputes agrícolas, equipamentos de mecanização
agrícola e de processamento de sementes (tararas movidas
mecanica/electricamente), tratamento de sementes e material de
laboratório gastável.

8.3 Recursos Financeiros (Orçamento)


Orçamento geral do projecto

Orçamento do Projecto

Designação Unidades Preço Unit. Total 1º. Ano


1. Equipamentos de campo

Tararas/Calibradoras 8 5.000.000,00 40.000.000,00

Mesas densimétricas 4 15.000.000,00 60.000.000,00

Aquisição de semente básica (Kg) 30000 660,00 19.800.000,00

Fertilizantes -

Composto 12-24-12 (sacos de 50 Kgs) 2400 7.900,00 18.960.000,00

Urea (sacos de 50 Kgs) 2000 5.900,00 11.800.000,00

Herbicida (Glifosato) 750 3.900,00 2.925.000,00

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Pesticida 800 5.750,00 4.600.000,00

Sacaria 1 6.320.000,00

Transportação 4.256.000,00

Calcário dolomítico 30000 50,00 1.500.000,00

Sutotal Equipamentos de campo 170.161.000,00


2. Meios de transporte

Viatura Toyota Land Cruiser HJ 4 x 4 1 16.500.000,00 16.500.000,00

Toyotas Hilux dupla cabine 4 12.540.000,00 50.160.000,00

Motorizadas c/ capacete 8 750.500,00 6.004.000,00

Subtotal meios de transporte 72.664.000,00


3. Despesas com pessoal
Deslocações (9 meses x 4 local. X 5
dias) 180 18.750,00 3.375.000,00

Pessoal contratado (Supervisor) 12 317.000,00 3.804.000,00

Formação 4 1.500.000,00 6.000.000,00

Subtotal pessoal 13.179.000,00


4. Infraestruturas de Conservação

Bancos comunitários de sementes 4 5.000.000,00 20.000.000,00

Subtotal infraestruturas 20.000.000,00

5. Despesas correntes
Material de escritório 4 6.000.000,00
Computadores 4 6.000.000,00
Impressoras 4 3.000.000,00
Tinteiros 4 500.000,00
Manutenção, combustíveis e
lubrificantes 4 21.600.000,00
Subtotal despesas correntes 37.100.000,00

TOTAL 313.104.000,00

USD (1 USD = 220 AKZ) 1.423.200,00

9. Fonte de Financiamento

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 Os recursos serão adquiridos através do Orçamento Geral do
Estado despesas ordinárias (gastos com pessoal, fundo de
maneio)
 PIP- Investimentos públicos
 Linha de financiamento.

10. Monitoria e Avaliação

A implementação do programa merecerá um acompanhamento


sistemático por parte do IDA/MINAGRIF e dos organismos envolvidos. A
execução das actividades deverá ter como base os planos de trabalho
que deverão ser elaborados numa base periódica a estabelecer
(semestral ou anual), pela coordenação executiva do programa.

A avaliação técnica deverá ser orientada pelo Grupo Técnico, sendo da


responsabilidade do IDA, e deverá contar com a participação das
entidades externas à implementação do programa. Os planos de
trabalho deverão incluir indicadores objectivamente verificáveis para
consubstanciar a variação em bases técnicas sólidas.

A avaliação financeira deverá igualmente ser orientada pelo


IDA/MINAGRIF devendo ser efectuada sob a forma de auditorias
internas e externas em observância a proveniência dos fundos.

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Origem dos formandos a capacitar

Necessidade
Província Município Localidade
Tec. Lic. Total

Bié 1 1 2

Huambo 1 1 2

Lunda Norte 1 1 2

Lunda Sul 1 1 2

Malanje 1 1 2

Moxico 1 1 2

Total 6 6 12

Inspecções e fiscalização de Unidades de semente do arroz

Inspecções Inspecções
Descrição Unidades Culturas Fases Épocas
Anuais Quadriénio

Inspeccionar e fiscalizar o
processo de produção de 10 1 6 2 120 600
sementes

Inspeccionar e fiscalizar o
processo de conservação e
10 -- 2 -- 20 100
comercialização de
sementes

Total 140 700

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ANEXOS

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