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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

=ISCISA=

CURSO: Licenciatura em Fisioterapia Iº semestre IIIº ano


Trabalho em grupo de Fisioterapia em Saúde da comunidade
TEMA:

Intervenção do Fisioterapeuta nas pessoas com sequelas de AVC na


comunidade.

Docente:
Ft: Adélia Banda
Discente do 4 grupo:
Angelina Bernardo Mahumane
Benedito Alberto Rapiota Fora
Ernesta Carlos Canxixe
Faida Iazido Mohamede Kamuendo

Maputo, Outubro de 2022

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO:..............................................................................................................................3

EXERCÍCIOS FÍSICOS NAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA POR ACIDENTE VASCULAR


CEREBRAL (AVC):.......................................................................................................................4

SAÚDE DO IDOSO COM DEFICIÊNCIA………..…………………………..……….………..5

GESTÃO DA DOENÇA CRÓNICA (CUIDADOS CONTINUADOS PALIATIVOS).…….


…..7

CONCLUSÃO:................................................................................................................................9

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................10

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INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é de carácter investigativo e visa desenvolver e explicar sobre aspectos
relevantes e tem como objectivo descrever sobre a Intervenção do Fisioterapeuta nas pessoas
com sequelas de AVC na comunidade; quanto aos exercícios físicos nas pessoas com
deficiência por Acidente Vascular Cerebral (AVC); assim como a saúde do idoso com
deficiência, e gestão da doença crónica (cuidados continuados e paliativos). No sentido de puder
perceber melhor e descrever o grupo ira basear-se nos artigos científicos que defendem ou
ilustram sobre a matéria em destaque.

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1. EXERCÍCIOS FÍSICOS NAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA POR ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL (AVC):

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), é uma patologia que, segundo Stoller et al. (2012),
apresenta valores superiores a 15 milhões de pessoas a nível mundial que experienciaram um
AVC, em que um terço deste número sofrerá alterações da funcionalidade.

Sendo uma patologia com sequelas gravíssimas no contexto da funcionalidade, a Direcção Geral
de Saúde (DGS), em 2011, apresenta a norma 054/2011 que regulamenta a intervenção da
reabilitação após o AVC, para promover uma recuperação célere, coerente e equilibrada e que
garanta a autonomia e independência das pessoas que passam por este tipo de recuperação,
potenciando a sua qualidade de vida (DGS, 2011).

A reabilitação do AVC pressupõe a coexistência de intervenção na prevenção, no tratamento e na


reabilitação, uma vez que apenas a prevenção e o tratamento não evitam as sequelas pós AVC,
sendo a reabilitação necessária o mais precocemente possível, seguindo orientações emanadas
pelos organismos internacionais de tratamento do AVC, Cantista (2015).

A reabilitação do AVC inclui orientações para a promoção do exercício físico que, segundo
Lucas et al. (2015), tem vindo cada vez mais a ser considerado como extremamente benéfico
para a saúde global e, particularmente, para a saúde mental pois permite melhorar o estado da
angiogenese, da neurogénese e da plasticidade sináptica que potencia a perfusão e a melhoria e
eficiência do metabolismo do cérebro.

O exercício físico adaptado ou utilizado na reabilitação de sobreviventes do AVC apresenta


características que devem ser diferenciadas de outro tipo de actividade, nomeadamente, da
actividade física ou funcional.

Lucas et al. (2015) reforçam a importância do exercício físico como a intervenção mais
acessível, efectiva, pluridisciplinar e segura para melhorar e manter a saúde e mesmo para o
tratamento da maioria das doenças crónicas actuais. Referem também os mesmos autores que o

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exercício apresenta resultados tão eficazes e com mais benefícios que o uso de medicamentos, na
reabilitação do pós AVC.

O estudo de Lim e Yoon (2017) apresenta resultados que defendem que 8 semanas de programa
de exercícios de Pilates modificado podem ter uma influência positiva em pacientes pós AVC,
potencialmente aumentando a função cardiorespiratório, o que pode ter implicações positivas
para aumentar a sua capacidade funcional.

Ainda neste contexto, Lucas et al. (2015) consideram que os benefícios do exercício no pós AVC
são abrangentes porque potenciam a angiogenese, a neurogénese e a plasticidade sináptica,
melhorando a perfusão cerebral e do metabolismo, mantendo ou melhorando as funções
cerebrais que foram afectadas no AVC.
A reabilitação passa pela implementação de processos individuais e que dependem da
aprendizagem com o objectivo de restaurar a funcionalidade neural afectada, restaurar, substituir
ou reorganizar as áreas neuronais lesionadas, e ainda compensar a área danificada por outras
próximas, o que deve ser implementado precocemente com a aplicação de programas de
exercício físico que contribuam para a modelação da plasticidade cerebral, adotando actividades
significativas cuja prática deverá ser repetitiva e respeitando a situação clínica do doente, os seus
contextos e profissionais de saúde disponíveis para o efeito Barbosa (2012).

2. SAÚDE DO IDOSO COM DEFICIÊNCIA:


A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. Há, no entanto, importantes diferenças entre os países
desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento
ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, nos outros, esse processo acontece
de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da área de saúde adequada para
atender às novas demandas emergentes.

Actualmente, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com alguma forma de
deficiência, entre as quais, cerca de 190 milhões experimentam dificuldades físicas funcionais
consideráveis, com tendência crescente, devido ao envelhecimento populacional e aumento das
enfermidades crónicas.

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A deficiência faz parte da condição humana e, segundo a Organização Mundial da Saúde, quase
todas as pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum momento da vida.
Aquelas que sobreviverem enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcionalidade de
seus corpos devido ao envelhecimento.

Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crónicos não transmissíveis
(DANT) - estados permanentes ou de longa permanência - que requerem acompanhamento
constante, pois, em razão da sua natureza, não têm cura. Essas condições crónicas tendem a se
manifestar de forma expressiva na idade mais avançada e, frequentemente, estão associadas
(comorbidades).
Podem gerar um processo incapacitante, afectando a funcionalidade das pessoas idosas, ou seja,
dificultando ou impedindo o desempenho de suas actividades quotidianas de forma
independente. Ainda que não sejam fatais, essas condições geralmente tendem a comprometer de
forma significativa a qualidade de vida dos idosos.
É função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem as Idades avançadas
com o melhor estado de saúde possível. O envelhecimento activo e Saudável é o grande
objectivo nesse processo. Se considerarmos saúde de forma ampliada torna-se necessária alguma
mudança no contexto actual em direcção à produção de um ambiente social e cultural mais
favorável para população idosa.

No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar o conceito
de “envelhecimento activo” buscando incluir, além dos cuidados com a saúde, outros Factores
que afectam o envelhecimento. Pode ser compreendido como o processo de optimização das
oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objectivo de melhorar a qualidade de
vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.

Envolve políticas públicas que promovam modos de viver mais saudáveis e seguros em todas as
etapas da vida, favorecendo a prática de actividades físicas no quotidiano e no lazer, a prevenção
às situações de violência familiar e urbana, o acesso à alimentos saudáveis. No envelhecimento,

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estão envolvidos diversos Factores, como biológicos, fisiológicos e neurológicos, que podem
levar à perda natural e gradual dos sentidos e diminuição da capacidade funcional.
Nesse sentido, ser longevo com deficiência, em um recorte para a dimensão física, pode
significar estar sujeito a importantes impactos cumulativos em suas condições de saúde, pois
tanto a deficiência quanto a idade avançada impactam a capacidade funcional dos idosos, uma
vez que pode significar o envelhecimento de um corpo limitado funcionalmente.

Nesse contexto, a deficiência física, acrescida do processo de envelhecimento, pode ser geradora
de dificuldades quotidianas que levam esses idosos a limitação ou dependência na realização das
actividades diárias, como higiene, alimentação, lazer e trabalho, o que pode gerar sentimento de
revolta e sofrimento nessas pessoas. Além das limitações em relação à realização de actividades
de vida diária, as pessoas com deficiência enfrentam diversos obstáculos, incluindo barreiras
atitudinais, ambientais e institucionais, o que impede sua participação plena e igualitária em
todos os aspectos da vida. Muitas vezes as pessoas idosas com deficiência estão entre as mais
adversamente afectadas.

3. GESTÃO DA DOENÇA CRÓNICA (CUIDADOS CONTINUADOS E PALIATIVOS).


No decorrer do século XX em todo o mundo, a morte era vista como uma falha médica e não
como uma inevitabilidade natural, pelo que, o cuidar da pessoa em fim de vida e da sua família,
tendo por base as suas necessidades, mentais e espirituais torna-se problemático. No entanto, no
final da década de sessenta esta perspectiva começou a mudar (European Parlament, 2008).

Os cuidados paliativos surgem no sentido da resposta abrangente e integrada às necessidades


complexas das pessoas com doença crónica avançada e irreversível e com prognóstico limitado
de vida, bem como, no acompanhamento de familiares e cuidadores durante as suas perdas e
após o luto. Isto porque a necessidade de alívio do sofrimento e angústia severa, relacionados
com condições de saúde que ameaçam ou limitam a vida são um imperativo global de saúde e de
equidade (Knaul, Farmer, Krakauer, De Lima, Bhadelia., Kwete, 2017).

Os cuidados paliativos visam criar um circuito entre o fisioterapeuta e o paciente na comunidade


com intuito de fazer o acompanhamento, tratamento e supervisão clínica de doentes com perda

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de autonomia e necessidade de reabilitação, ou que se encontrem em situações complexas de
sofrimento associadas a doenças incuráveis e progressivas.

Aliviar o sofrimento é, assim, a chave para este tipo de cuidados, e tendo como base minimizar
os sintomas durante todo o processo, principalmente nos estádios mais avançados (Lowe,
Watanabe & Courneya, 2009). E a fisioterapia é uma profissão autónoma, que tem um campo de
intervenção vasto, que vai desde criar a promoção da saúde, à prevenção da doença. A sua
contribuição deve ser considerada como um recurso autónomo, integrado em todos os níveis da
prestação de cuidados.

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CONCLUSÃO:
Após uma abordagem minuciosa do presente trabalho de carácter investigativo, o grupo concluiu
que é de estrema importância o Fisioterapeuta ter noções básicas e conhecimentos científicos,
para melhor intervir nos pacientes com sequelas de AVC na comunidade, no sentido de puder
ajudar diversas pessoas com deficiências por sequelas de AVC, assim como a saúde do idoso
com deficiência, e na gestão da doença crónica (cuidados continuados e paliativos). tendo como
base o controlo postural e aplicando os exercícios físicos ou funcionais, para promover a
neuroplasticidade.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Patrícia Susana Martins Antão Exercício Físico Após AVC, Relatório de Estágio Projecto
Escola Superior de Saúde de Bragança, Junho de 2018.
2. Branco, T. & Santos, R. (2010). Reabilitação da Pessoa com AVC. Coimbra. Formasau.
3. Marisa Lourenço, P E, Maria José, Lumini, autocuidado: Um Foco Central da Enfermagem
Escola Superior de Enfermagem do Porto.
4. Martins Ja, Watanabe Haw, Braga, edição suplementar 3 enfermagem gerontológica, Idosos
com deficiência física: vulnerabilidades em relação ao corpo, ambiente físico e social; Ver
Bras Enferm. 2020

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