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Crimes Contra a

Direito Penal

Incolumidade
Pública
Conceito
“Incolumidade é o estado de preservação ou
segurança de pessoas ou coisas em relação a
possíveis eventos lesivos. Ao utilizar a expressão ‘
incolumidade pública’, o legislador incriminou
condutas atentatórias à vida, ao patrimônio e à
segurança de pessoas indeterminadas ou não
individualizadas” (Masson).
Cap I: Dos Crimes de Perigo Comum
- Incêndio (Art. 250): doloso e culposo
- Explosão (Art. 251): dolosa e culposa;
- Uso de gás tóxico ou asfixiante (Art. 252):
doloso e culposo;
- Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou
transporte de explosivos ou gás tóxico, ou
asfixiante (Art. 253);
Cap I: Dos Crimes de Perigo Comum
- Inundação (Art. 254)
- Perigo de inundação (Art. 255)
- Desabamento ou desmoronamento (Art.
256): doloso e culposo
Cap I: Dos Crimes de Perigo Comum
- Subtração, ocultação ou inutilização de
material de salvamento (Art. 257)
- Formas qualificadas de crime de perigo
comum (Art. 258)
- Difusão de doença ou praga (Art. 259):
dolosa e culposa
Contra Seg. Da Comun., Transp. e Outros Serviços

- Perigo de desastre ferroviário (Art. 260)


- Atentado contra a segurança de transporte
marítimo, fluvial ou aéreo (Art. 261): doloso
e culposo
- Atentado contra a segurança de outro meio
de transporte (Art. 262): doloso e culposo
Contra Seg. Da Comun., Transp. e Outros Serviços

- Forma qualificada (Art. 263)


- Arremesso de projétil (art. 264)
- Atentado contra a segurança de serviço de
utilidade pública (Art. 265)
- Interrupção ou perturbação de serviço
telegráfico ou telefônico (Art. 266)
Cap III: Contra Saúde Pública
- Epidemia (Art. 267)
- Infração de Medida Sanitária Preventiva (Art.
268)
- Omissão de notificação de doença (Art. 269)
- Envenenamento de água potável ou de
substância alimentícia ou medicinal (Art. 270):
doloso e culposo
Cap III: Contra Saúde Pública
- Corrupção ou poluição de água potável
(Art. 271): doloso e culposo
- Falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de substância ou produtos
alimentícios (Art. 272): doloso e culposo
Cap III: Contra Saúde Pública
- Falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art. 273):
doloso e culposo
- Emprego de processo proibido ou de
substância não permitida (art. 274)
Cap III: Contra Saúde Pública
- Invólucro ou recipiente com falsa indicação
(art. 275)
- Produto ou substância nas condições dos
dois artigos anteriores (art. 276)
- Substância destinada à falsificação (art. 277)
Cap III: Contra Saúde Pública
- Outras substâncias nocivas à saúde
pública (art. 278): doloso e culposo
- Substância avariada (art. 279)
- Medicamento em desacordo com receita
médica (art. 280): doloso e culposo
Cap III: Contra Saúde Pública
- Exercício ilegal da medicina, arte dentária
ou farmacêutica (Art. 282)
- Charlatanismo (Art. 283)
- Curandeirismo (Art. 284)
- Formas qualificadas de crimes contra a
saúde pública (Art. 285)
Cap I: Crimes de Perigo Comum
Teoria Geral: Perigo = possibilidade de dano
ou a probabilidade de lesão.
Crime de Perigo = consuma-se com a mera
ameaça de lesão (ou perigo de lesão) ao bem
jurídico tutelado. Ex.: art. 132 do CP (perigo
para a vida ou a saúde de outrem).
Cap I: Crimes de Perigo Comum
Crime de Dano = consuma-se com dano
efetivo, ou seja, concreta lesão ao bem
jurídico tutelado. Ex.: art. 121 do CP
(homicídio).
Perigo Individual X Perigo Comum.
Cap I: Crimes de Perigo Comum
a) crime de perigo individual:
- a exposição a perigo de lesão se dirige ao bem
ou ao interesse de uma só pessoa ou a número
determinado de pessoas;
- previstos no Capítulo III do Título I do CP: Da
Periclitação da Vida e da Saúde (arts. 130 a 136);
Ex.: perigo de contágio venéreo (art. 130 do CP).
Cap I: Crimes de Perigo Comum
b) crime de perigo comum ou coletivo:
- a exposição a perigo de lesão se dirige ao bem
ou ao interesse de toda a coletividade ou a
número indeterminado de pessoas;
- previstos no Capítulo I do Título VIII do CP: Dos
Crimes de Perigo Comum (arts. 250 a 259);
- Ex.: incêndio (art. 250 do CP).
Cap I: Crimes de Perigo Comum
Perigo Presumido X Perigo Concreto.
a) crimes de perigo presumido ou abstrato:
- perigo já considerado pela lei (de maneira
presumida) pela simples prática da conduta
típica (ativa ou passiva) / presunção legal
absoluta (independe de prova);
Cap I: Crimes de Perigo Comum
- “crimes de mera conduta” (polêmica).
Ex: crime de associação criminosa (art. 288 do CP) /
tráfico de drogas (Lei n. 11.343/06): perigo para a
saúde pública / porte de arma (art. 14 da Lei n.
10.826/03).
- discussão sobre a (in)constitucionalidade com
base no princípio da ofensividade (ou da
lesividade).
Cap I: Crimes de Perigo Comum
b) crimes de perigo concreto:
- perigo que necessita de efetiva
comprovação na situação concreta
mediante atividade probatória regular /
ausente presunção legal.
Cap I: Crimes de Perigo Comum
Ex: crime de perigo para a vida ou a saúde de
outrem (art. 132 do CP): prova do perigo direto
e iminente (perigo real) / crime de explosão
(art. 251 do CP): prova do risco de ofensa ao
bem jurídico vida ou integridade física ou
patrimônio de outrem.
Incêncio (Art 250)
Art. 250: Causar incêndio, expondo a perigo a vida,
a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
- incêndio = fogo de considerável gravidade capaz
de gerar risco de lesão às pessoas (vida e
integridade física) ou às coisas (patrimônio).
Incêncio (Art 250)
- necessidade de prova pericial que ateste o
perigo comum (perigo à incolumidade
pública: vida ou integridade física ou
patrimônio) – art. 173 do CPP.
- elemento subjetivo = dolo de perigo, ou
seja, a vontade consciente de gerar risco às
pessoas ou às coisas.
Incêncio (Art 250)
- se ausente o dolo de perigo comum, mas
presente o dolo de dano, sendo o crime
praticado com uso de substância inflamável
= crime de dano qualificado (art. 163, §
único, II, do CP).
Explosão (Art. 251)
Art. 251: Expor a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem, mediante
explosão, arremesso ou simples colocação de
engenho de dinamite ou de substância de
efeitos análogos: Pena - reclusão, de três a seis
anos, e multa.
Explosão (Art. 251)
- necessidade de prova pericial que ateste o
perigo comum (perigo à incolumidade pública).
- se ausente o dolo de perigo comum, mas
presente o dolo de dano, sendo o crime
praticado com uso de substância explosiva =
crime de dano qualificado (art. 163, § único, II,
do CP).
Art. 258
Formas Majoradas de Crime de Perigo
Comum:
Art. 258: Se do crime doloso de perigo comum
resulta lesão corporal de natureza grave, a
pena privativa de liberdade é aumentada de
metade; se resulta morte, é aplicada em
dobro. [...]
Art. 258
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal,
a pena aumenta-se de metade; se resulta morte,
aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
aumentada de um terço.
- causa especial de aumento de pena
(majorante);
- crimes majorados pelo resultado (sempre
culposo);
Art. 258
Art. 258, caput, primeira parte, CP: crime
preterdoloso.
- crime de perigo comum doloso majorado
especialmente pelo resultado culposo
(lesão corporal grave ou morte). Ex.:
explosão dolosa que tenha como resultado
(culposo) a morte de alguém;
Falsificação de Alimentos (Art. 272)
“Corromper, adulterar, falsificar ou alterar
substância ou produto alimentício destinado a
consumo, tornando-o nocivo à saúde ou
reduzindo-lhe o valor nutritivo: Pena –
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
multa”.
Falsificação de Alimentos (Art. 272)
- tipo misto alternativo (crime de ação
múltipla ou de conteúdo variado);
- necessário laudo pericial comprobatório
que o alimento tornou-se nocivo à saúde
(coletiva + sentido amplo) / crime de perigo
concreto;
Falsificação de Alimentos (Art. 272)
- o simples fato de o produto estar com validade
vencida não se enquadra nesse artigo, salvo se
comprovado que se tornou nocivo à saúde /
pode configurar crime contra as relações de
consumo (art. 7º, IX, Lei n. 8.137/90).
- objeto material = substância ou produto
alimentício / equiparação quanto às bebidas
com ou sem teor alcoólico (art. 272, § 1.º, do CP).
Falsificação de Remédios (art. 273)
Art. 273: Falsificar, corromper, adulterar ou alterar
produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15
(quinze) anos, e multa.
§ 1º-A: Incluem-se entre os produtos a que se
refere este artigo os medicamentos, as matérias-
primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
os saneantes e os de uso em diagnóstico.
Falsificação de Remédios (art. 273)
- tipo misto alternativo (crime de ação
múltipla ou de conteúdo variado).
- objeto material = produtos destinados a fins
terapêuticos ou medicinais (aqueles com
capacidade de tratar, curar ou aliviar
doenças);
Falsificação de Remédios (art. 273)
- equiparação = “os medicamentos, as
matérias-primas, os insumos farmacêuticos,
os cosméticos, os saneantes e os de uso em
diagnóstico” (art. 273, § 1º-A, CP).
Exercício Ilegal: Med, Arte dent, Farm.
Art. 282: Exercer, ainda que a título gratuito, a
profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou
excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de
seis meses a dois anos.
Parágrafo único: Se o crime é praticado com
o fim de lucro, aplica-se também multa.
Exercício Ilegal: Med, Arte dent, Farm.
- objeto material = profissão de médico,
odontólogo ou farmacêutico;
- não se estende ao medico veterinário,
enfermeiro, massagista e parteira (analogia
em prejuízo do imputado);
- crime habitual = exige prática reiterada da
conduta.
Charlatanismo
Art. 283: Inculcar ou anunciar cura por meio
secreto ou infalível: Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa.
Curandeirismo (Art. 284)
Art. 284: Exercer o curandeirismo: I -
prescrevendo, ministrando ou aplicando,
habitualmente, qualquer substância; II - usando
gestos, palavras ou qualquer outro meio; III -
fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis
meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é
praticado mediante remuneração, o agente fica
também sujeito à multa.
Crimes Contra a
Direito Penal

Incolumidade
Pública

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