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INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO,

INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA
Licenciatura em Psicológica Social e do Trabalho

Cadeira: Introdução a psicologia do trabalho e das organizações

Tema: impacto de consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes

Discentes:

Eduardo Félix Sadina

Maputo, Maio de 2023


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INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO,
INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA
Licenciatura em Psicológica Social e do Trabalho

Cadeira: Introdução a psicologia do trabalho e das organizações

Tema: Teoria dos processos psíquicos

Trabalho apresentado ao Instituto Superior


de Formação, Investigação e Ciência, como
avaliação na cadeira de Introdução a
psicologia do trabalho e das organizações
para fins de avaliação.

Docente: Célia Nino Cuamba

Maputo, Maio de 2023


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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos...................................................................................................................................1
1.1.1. Objectivo geral.....................................................................................................................1
1.1.2. Objectivo específicos............................................................................................................1
1.2. Metodologia................................................................................................................................1
2. Revisão da literatura...........................................................................................................................2
2.1. Teoria..........................................................................................................................................2
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................3
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................4
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho surge no âmbito de estudo da cadeira de xxxxxx , o mesmo versa sobre o
seguinte tema impacto de consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes que é,
naturalmente, um tema controverso no meio social e académico Moçambicano. Ao mesmo
tempo em que a lei Moçambicano define como proibida a venda de bebidas alcoólicas para
menores de 18 anos (Lei), é prática comum o consumo de álcool pelos jovens – seja no
ambiente domiciliar, em festividades, ou mesmo em ambientes públicos. A sociedade como
um todo adota atitudes paradoxais frente ao tema: por um lado, condena o abuso de álcool
pelos jovens, mas é tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda.

1.1. Objectivos

Para a realização de qualquer trabalho é necessário definir previamente os objectivos que


pretende atingir

1.1.1. Objectivo geral

 Analisar o impacto de consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes

1.1.2. Objectivo específicos

 Refletir e identificar os fatores que induzem este consumo, suas consequências e como
evitá-las.
 Identificar e analisar tipos de processos psíquicos básicos os processos psíquicos;
 Explicar alguns tipos de processos psíquicos

1.2. Metodologia

“Metodologia é o conjunto de procedimentos empregado na realização do estudo. Esses


procedimentos são designados por métodos ou técnicas adoptadas para a materialização do
trabalho”. (Marconi e Lakatos, 1992:39).

Segundo Strauss & Corbin (1998), o método de pesquisa é um conjunto de procedimentos e


técnicas utilizados para se coletar e analisar os dados. O método fornece os meios para se

1
alcançar o objectivo proposto, ou seja, são as “ferramentas” das quais fazemos uso na
pesquisa, a fim de responder nossa questão.

Para a elaboração do presente estudo recorreu-se a método de consultas bibliográficas versado


sobre a matéria, ficha de leitura, discussão com autores para a recolha de pontos para
investigação e a sínteses.

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2. Revisão da literatura

A adolescência, palavra que vem do latim “adolesco”, que significa crescer, é uma fase da
vida que traz questionamentos e instabilidade, uma busca da própria identidade (MOURA,
2009).

A adolescência é uma definição cultural, uma sociedade que exige de seus membros uma
longa preparação para entrar no mundo adulto, como a nossa, terá sua definição de
adolescência com características psicológicas que definirão esta fase (BOCK, 2007).

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) Adolescência é um período da vida que


começa aos 10 anos e termina antes de se completarem os 20 anos. Já o Ministério da Saúde
do Brasil determina que a adolescência tem limites da faixa etária dos 10 aos 24 anos.
Puberdade é uma fase do amadurecimento biológico resultado da maturação neuro-hormonal
que nomeia às mudanças morfológicas e fisiológicas do ser humano, sendo um processo
contínuo e dinâmico.

Piaget (1974), em sua teoria, aponta o desenvolvimento cognitivo na adolescência como


período das operações formais – o pensamento formal é aquele necessário para resolver
problemas sistematicamente. Então o estudante adolescente tem um nível de pensamento que
se mostra de forma lógica, sistemática e hipotética. É o ápice do desenvolvimento intelectual.

Álcool

De acordo com Oliveira (2007), o alcoolismo é um quadro patológico que se desenvolve


mediante ao uso excessivo de álcool. Segundo Corrêa (2004), o consumo do álcool e as
influências do mesmo na sociedade apresentam como consequências problemas de saúde
pública, além de danos observados nas redes sociais do indivíduo.

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3. IMPACTO DE CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS POR ADOLESCENTES

O consumo problemático de álcool por adolescentes está associado a uma série de prejuízos
no desenvolvimento da própria adolescência e em seus resultados posteriores, como será
detalhado. Os prejuízos decorrentes do consumo de álcool em um adolescente são diferentes
dos prejuízos evidenciados em um adulto, seja por especificidades existenciais desta etapa da
vida, seja por questões neuroquímicas deste momento do amadurecimento cerebral.

Alguns riscos são mais frequentes nesta etapa do desenvolvimento, pois expressam
características próprias desta etapa, como o desafio a regras e à omnipotência. O adolescente
acredita estar magicamente protegido de acidentes, por exemplo, e também se sente mais
autónomo na transgressão, envolvendo-se, assim, em situações de maior risco, por muitas
vezes com consequências mais graves.

3.1. Álcool na adolescência - exposição e suas consequências

O etanol, principal álcool presente nas bebidas alcoólicas, é o depressor do sistema nervoso
central eventualmente mais usado (e abusado) por humanos em certas regiões do globo.
Sendo uma substância psicoativa e originando dependência, é socialmente aceite, não tendo
sobre ele a carga negativa de outras drogas, como as denominadas drogas de abuso.
No entanto, o consumo do álcool tem sido associado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) a mais de 200 perturbações do normal estado de saúde.

Para a população em geral, a exposição abusiva ao álcool expressa-se por 3 mecanismos


diretos:

 Efeitos tóxicos em tecidos e órgãos


 Intoxicação aguda, com alteração da coordenação física, da consciência, das funções
cognitivas, da perceção, do comportamento
 Dependência

A iniciação da exposição ao álcool começa regra geral na adolescência, na tentação de


imitação de hábitos dos adultos (muitas vezes no seio da própria família), na procura de
desinibição, experimentação de novos desafios, por pressão do grupo, etc.
Não havendo padrões definidos de uso de álcool na adolescência, a exposição na adolescência
tem sido subdividida em dois tipos:

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1. Iniciação na pré-adolescência, pelos 14 anos ou antes
2. Na adolescência, 15-18 anos, tipificada pela idade de entrada na Universidade, exposição
sobretudo intermitente, mas de forma aguda, isto é, ingestão de grandes quantidades de
bebidas alcoólicas num curto espaço de tempo. Este tipo de exposição, conhecido por “binge
drinking” é definido pela OMS como sendo a ingestão, no espaço de 2 h, de 5 bebidas ou
mais (4 ou mais em indivíduos do género feminino), seguida de pelo menos 2 semanas de
abstinência até nova exposição aguda.

Vários estudos apontam para consequências graves nos adolescentes expostos ao álcool
segundo estes dois tipos de exposição. Por exemplo, está comprovado que a iniciação na
exposição ao álcool antes dos 14 anos resulta numa taxa de dependência do álcool na idade
adulta 4 vezes superior à dos indivíduos que fazem essa iniciação depois dos 20 anos (Spear
2015).

A prática intermitente de exposição aguda a bebidas alcoólicas, algumas de elevado grau


alcoólico, é um padrão universalmente adotado em cerca de 16% dos indivíduos de idade
superior a 15 anos, sobretudo nos países considerados desenvolvidos, em que Portugal se
inclui (OMS 2014). No relatório da OMS reportam-se dados a 2010 em Portugal, mostrando
uma  prevalência para o consumo esporádico e intensivo de álcool de cerca de 30% dos
adolescentes com idades compreendidas entre 15-19 anos.

3.2. Factores de risco para o consumo de álcool em adolescentes


O álcool é uma das substâncias psicoativas mais precocemente consumidas pelos jovens.
Diferentes estudos, nacionais e estrangeiros, sistematicamente confirmam a impressão
genérica de que, se o álcool é facilmente obtenível e fartamente propagandeado, isto se reflete
em seu consumo precoce e disseminado.

Genericamente, há informações consistentes sobre elementos que influenciam o início ou


mantêm o uso de substâncias por parte dos adolescentes. Alguns deles se encontram abaixo:

1) A experimentação inicial se dá pelo fato de o adolescente ter amigos que usam drogas,
gerando uma pressão de grupo na direção do uso. Ao mesmo tempo, Brook e Brook12
ressaltam que valores, calor humano e performance escolar dos pares também podem ser um

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importante elemento na prevenção do uso de drogas. Os autores também descrevem o efeito
de "loops", ou seja, a potencialidade de que retroalimentações possam acontecer entre uso de
drogas pelos pares e o uso pessoal de drogas: adolescentes que estão usando drogas têm mais
chance de estarem associados a pares que usam drogas e, essa associação, por sua vez,
aumenta a chance de que eles mantenham ou incrementem o seu envolvimento com drogas.

2) Elementos relacionados à estrutura de vida do adolescente desencadeiam um papel


fundamental na gênese da dependência de drogas. De Micheli e Formigoni, estudando uma
amostra de 213 adolescentes brasileiros classificados em três grupos de intensidade crescente
de abuso/dependência, identificaram que a classe social média-baixa aumentava em 3,5 vezes
a probabilidade destes indivíduos se tornarem dependentes de drogas e a defasagem escolar,
de no mínimo um ano, aumentava em 4,4 vezes a chance destes desenvolverem uma
dependência grave. No que compete à situação familiar, a presença somente da mãe no
domicílio do adolescente estava associada a um aumento de 22 vezes na chance deste ser
dependente de drogas, quando comparado com adolescentes que viviam com ambos os pais.
Corroborando estes achados, todo o corolário de trauma familiar, separação, brigas e
agressões estavam francamente associados ao grupo de adolescentes com maior intensidade
de dependência. O papel dos pais e do ambiente familiar é marcante no desenvolvimento do
adolescente e, conseqüentemente, na sua relação com álcool e outras drogas. Falta de suporte
parental, uso de drogas pelos próprios pais, atitudes permissivas dos pais perante o uso de
drogas, incapacidade de controle dos filhos pelos pais, indisciplina e uso de drogas pelos
irmãos são todos fatores predisponentes à maior iniciação ou continuação de uso de drogas
por parte dos adolescentes.

Outro ponto de estudo na etiopatogenia do abuso de substâncias é o impacto de uma


predisposição co-mórbida psiquiátrica no desenvolvimento do uso de drogas por adolescentes.
Dentre os dependentes de drogas, estima-se que entre 30 e 80% tenham alguma outra
comorbidade, sendo as mais freqüentes o Transtorno de Conduta, Depressão, Déficit de
Atenção com Hiperatividade e Ansiedade14. Segundo Brook, Whiteman, Gordon e Cohen15,
os mais potentes preditores de uso freqüente de drogas são as variáveis relacionadas a um
estilo de vida não convencional, dentre elas a busca de sensações, rebeldia, tolerância a
comportamentos desviantes e baixa escolaridade.

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3.1. Prejuízos associados ao consumo de álcool na adolescência:
 Estar alcoolizado aumenta a chance de violência sexual, tanto para o agressor quando
para a vítima. Da mesma forma, estando intoxicado, o adolescente envolve-se mais em
atividades sexuais sem proteção, com maior exposição às doenças sexualmente
transmissíveis, como ao vírus HIV, e maior exposição à gravidez. A ligação entre sexo
desprotegido e uso de álcool parece ser afetada pela quantidade de álcool consumida,
interferindo na elaboração do juízo crítico (Sen, 2002). Dados nacionais apontam para
uma associação entre uso de álcool, maconha e comportamentos sexuais de risco como
início precoce de atividade sexual, não uso de preservativos, pagamento por sexo e
prostituição.

 O consumo de álcool na adolescência também está associado a uma série de prejuízos


acadêmicos18. Esses podem decorrer do déficit de memória: adolescentes com
dependência de álcool apresentam mais dificuldade em recordar palavras e desenhos
geométricos simples após um intervalo de 10 minutos, em comparação a adolescentes
sem dependência alcoólica.

 O uso de álcool na adolescência expõe o indivíduo a um maior risco de dependência


química na idade adulta, sendo um dos principais preditores de uso de álcool nesta
etapa da vida23. A manutenção do consumo em idade adulta pode ocorrer por
diferentes fatores. O uso de álcool na adolescência pode ser apenas um marcador do
uso de álcool na idade adulta ou, então, pode interferir na neuroquímica cerebral,
ainda em desenvolvimento na adolescência.

 O uso de álcool em adolescentes está associado a uma série de prejuízos


neuropsicológicos, como na memória. Outros danos cerebrais incluem modificações
no sistema dopaminérgico, como nas vias do córtex pré-frontal e do sistema límbico.
Alterações nestes sistemas acarretam efeitos significativos em termos
comportamentais e emocionais em adolescentes.

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Os prejuízos associados ao uso de álcool estendem-se ao longo da vida. Os seus efeitos
repercutem na neuroquímica cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do
desenvolvimento de suas habilidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em
termos biológicos, sociais, pessoais e emocionais. Abaixo, alguns dos efeitos do uso de álcool
na adolescência ao longo da vida:

1)

2). É importante destacar que, durante a adolescência, o córtex pré-frontal ainda está em
desenvolvimento. Como ele pode ser afetado pelo uso de álcool, uma série de habilidades que
o adolescente necessita desenvolver e que são mediadas por este circuito – como o
aprendizado de regras e tarefas focalizadas – ficarão prejudicadas. O hipocampo, associado à
memória e ao aprendizado, é afetado pelo uso de álcool por adolescentes, apresentando-se
com menor volume em usuários de álcool do que em controles e tendo sua característica
funcional afetada pela idade de início do uso de álcool e pela duração do transtorno. Estes
dados são importantes, pois demonstram haver um efeito cerebral conseqüente ao consumo de
álcool em adolescentes; os efeitos ocorrem em áreas cerebrais ainda em desenvolvimento e
associadas a habilidades cognitivo-comportamentais que deveriam iniciar ou se firmar na
adolescência.

O adolescente ainda está construindo a sua identidade. Mesmo sem um diagnóstico de abuso
ou dependência de álcool, pode se prejudicar com o seu consumo, à medida que se habitua a
passar por uma série de situações apenas sob efeito de álcool. Vários adolescentes costumam,
por exemplo, associar o lazer ao consumo de álcool, ou só conseguem tomar iniciativas em
experiências afetivas e sexuais se beberem. Assim, aprendem a desenvolver habilidades
apenas possíveis com o uso de álcool e, quando este não se encontra disponível, sentem-se
incapazes de desempenhar estas atividades, evidenciando uma outra forma de dependência

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3. CONCLUSÃO

Finde o presente trabalho referente ao tema impacto de consumo de bebidas alcoólicas por
adolescentes conclui-se o consumo de álcool por adolescentes ainda tem elementos
controversos para sua compreensão. Apesar de trazer claras consequências orgânicas,
comportamentais e na estrutura de desenvolvimento da personalidade do adolescente mostra
se claramente que ainda é um problema de saúde publica muito longe de se superar pós as

, o uso de álcool nesta faixa etária paradoxalmente ainda é combatido e valorizado,


dependendo do ângulo em que o fenômeno seja observado: para a mídia e para os pares, o
consumo de álcool é favorecido. Para a lei e para os programas de saúde pública, ele é
combatido. Neste embate entre forças freqüentemente desiguais, encontra-se um indivíduo
com a personalidade em formação, como que navegando entre marés com correntezas
opostas. Entretanto, independentemente das forças em questão, um ponto é inquestionável no
que compete ao consumo de álcool por adolescentes: quanto mais precoce o início de uso,
maior o risco de surgirem conseqüências graves. Os profissionais que lidam com este tema
devem estar atentos a esta questão. Para tanto, devem conhecer as particularidades da
adolescência e da dependência química nesta faixa etária.

Conclui-se também que o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes traz ainda
dificuldades no desenvolvimento, prejuízos cognitivos que comprometem o processo de
ensino-aprendizagem e acarretando diversos problemas, não só ao nível da saúde mas também
a nível social.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências

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Como consequência, o impacto do abuso do álcool pelos adolescentes verifica-se ao nível da


saúde, social e económico. 

Deve ainda salientar-se a diferente vulnerabilidade entre géneros, sendo as adolescentes mais
sensíveis aos efeitos adversos do álcool, nomeadamente na alteração das funções cognitivas e
reduzida resposta cerebral na realização de tarefas intelectuais. Entre outros fatores, este
agravamento dos efeitos adversos ao álcool nas adolescentes pode dever-se à menor massa
corporal e menor capacidade de metabolização do etanol, repercutindo-se numa mais elevada
13
concentração de álcool no sangue para a mesma quantidade ingerida pelos indivíduos do sexo
masculino. O consumo exagerado de álcool durante a gravidez (normalmente involuntária em
adolescentes) pode resultar na reconhecida síndrome fetal alcoólica do recém-nascido, com
repercussões sérias na saúde mental e física da criança.

Perante a evidência dos efeitos particularmente nefastos do álcool na adolescência é


imperioso envidar esforços de prevenção e de intervenção para os minimizar. Esta é uma
responsabilidade de todos, governo, autoridades de saúde, escolas, sobretudo do ensino
superior. Mas é crucial o papel a desempenhar pelas famílias e educadores, pois está provado
que o abuso de álcool pelos pais ou outros familiares tem uma influência significativa na
iniciação da exposição ao álcool, bem como na sua dependência na idade adulta.
Às autoridades compete restringir o acesso dos adolescentes ao álcool. Nas escolas devem ser
desenvolvidas ações de sensibilização dos Estudantes para os efeitos nefastos do abuso do
álcool, nomeadamente a prática de “binge drinking”, alertando para os perigos permanentes a
nível cognitivo, da saúde, e comportamental, apresentando os resultados de estudos concretos
realizados em adolescentes em que estes efeitos adversos foram comprovados.

Recomendações e prevenção

Diante das graves consequências do uso abusivo do álcool na infância e na adolescência, a


Sociedade Brasileira de Pediatria faz diversas recomendações aos médicos, educadores e
familiares. Entre outros pontos, a entidade defende o fortalecimento da articulação entre as
áreas de saúde e de educação para promover ações que estimulem hábitos mais saudáveis.

A SBP destaca a participação escolar, dos médicos e a estruturação do ambiente doméstico


como estratégias de proteção da criança e do adolescente. Por meio do diálogo e do
estabelecimento de limites, a família, o pediatra e educadores podem ser agentes relevantes na
prevenção do alcoolismo precoce, segundo o guia.

14
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, a responsabilidade na proteção dos jovens é
compartilhada pelos pediatras, que podem orientar os pacientes não só com questões
relacionadas à saúde, mas também à educação e ao comportamento. O guia recomenda que,
durante as consultas, o profissional se mostre aberto às dúvidas e aos questionamentos dos
jovens e a ouvir as demandas dos pacientes sem julgá-los, além de trazer esclarecimentos e
apontar caminhos de prevenção. “Os pediatras têm papel como educadores e orientadores das
famílias, no sentido de mostrar as consequências reais e os danos a curto e longo prazo”,
acrescenta a médica.

Aos pais e familiares, a SBP recomenda a não ingestão de álcool durante os períodos de
gestação e amamentação, a não exposição de crianças ao uso de bebidas alcoólicas em festas
familiares ou outras situações sociais e, principalmente, a orientar e conversar com os filhos
sobre os riscos do consumo precoce.

As recomendações incluem ainda a responsabilidade dos gestores públicos, nas esferas


municipal, estadual e federal, principalmente na restrição da oferta de bebidas aos
adolescentes e no aumento da fiscalização da idade mínima, de 18 anos, permitida para beber.
Os especialistas sugerem o aumento de impostos e dos preços das bebidas, bem como a
proibição das propagandas alusivas, além de investimento maciço em projetos de prevenção
nas escolas, na promoção de hábitos saudáveis e de valorização da vida, entre outros.

Seguindo as diretrizes da Organização mundial da Saúde, a SBP sugere que a questão do uso
do álcool e das drogas seja tratada como um problema de saúde pública. “Para nós, é
indispensável o acesso à informação. Precisamos de medidas mais sérias, vindas do governo e
de campanhas nas escolas, para que as crianças e os adolescentes se informem de que não
devem se expor a volumes muito grandes de bebidas e drogas nessa faixa etária, destaca
Luciana Silva

A escola, como instituição de ensino, tem o dever de estimular o pensar, refletir, criticar,
conhecer, para formular a autonomia dos alunos. Sendo neste caso, o uso abusivo de álcool
pelos adolescentes, a escola pode contribuir para a construção de conhecimento do que é e por
que evitar este consumo, os riscos e comprometimento para a vida adulta. Se já há casos de

15
alcoolismo a escola, pode dar apoio e estabelecer uma relação de confiança para que o
adolescente se sinta acolhido e possa superar o vício.

16

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