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FORK TRAINING FOR THE ELDERLY

TREINAMENTO DE FORCA PARA OS IDOSOS

Cristiano Moraes das Mercês1


Elma das Neves Araújo2
Tiago Luis Quadros da Costa3

ABSTRACT
Aging is a process characterized by decreased physiological functions and all
physical abilities. Power and muscle strength are important components in the
process of preserving functional capacity and independence to perform activities of
daily living in the elderly, as aging process seems to reduce strength and muscle
power. The present academic work brings the theme and vision and reflection about
the benefits of strength training for the elderly, addressing both the characteristics
about these elderly people and explaining about the topics: aging, bodybuilding,
strength training, functional anatomy and finally reporting on the benefits of strength
training to improve the quality of life of the elderly. The objective of the present study
is to present the benefits and advantages of strength training for the elderly in order
to improve the quality of life.

KEYWORDS: Elderly, Training, Aging, benefits, Quality of life.

RESUMO
O envelhecimento é um processo caracterizado pela diminuição das funções
fisiológicas e de todas as capacidades físicas. A potência e a força muscular são
componentes importante no processo de preservação da capacidade funcional e
independência para realizar as atividades da vida diária em idosos, já que processo
de envelhecimento parece reduzir a força e a potência muscular. O presente
trabalho acadêmico traz a temática e a visão e reflexão sobre os benefícios do
treinamento de força para idosos, abordando tanto as características sobre estes
idosos, como explicando acerca dos tópicos: envelhecimento, musculação,
treinamento de força, anatomia funcional e por fim relatando sobre os benefícios do
treinamento de força para melhorar a qualidade de vida do idoso. O objetivo do
presente estudo é apresentar os benefícios e vantagens do treinamento de força
para idosos visando uma melhora na qualidade de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Idoso, Treinamento, Envelhecimento, benefícios, Qualidade


de vida.

1
Professor graduado em Educação Física – UNOPAR e cursando Pós-Graduação em Fisiologia do
Exercício.
2
Professora graduada em Educação Física – UNOPAR e cursando Pós-Graduação em Fisiologia do
Exercício.

1
3 Professor Graduado em Educação Física – UEPA e cursando Pós-Graduação em Fisiologia do
Exercício.

INTRODUÇÃO

Envelhecer é um processo normal, mas de difícil percepção. De acordo com


os dados estatísticos obtidos do IBGE Censo Demográfico de 2000 (CAMARANO el
al., 2005) o Brasil conta com uma população de aproximadamente 14 milhões de
idosos o que representa 8,9% da população total, se este crescimento continuar a
tendência é que em 2020 este percentual chegue a 14% do total da população.
Segundo Furtado (1997):

Com o passar do tempo o número de idosos vem aumentando, isto está


relacionada a vários motivos, como o avanço da tecnologia, aumento da
expectativa de vida, a redução da taxa de natalidade mundial através do
controle de doenças infectocontagiosas (imunização) e crônico-
degenerativas, obtendo-se assim, melhora na qualidade de vida e aumento
da longevidade. (FURTADO, 1997)

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o Brasil, que já foi


considerado um país de jovens, será em 2025, o sexto país do mundo com o maior
número de pessoas idosas. Os avanços na medicina e a busca por qualidade de
vida contribuem para que a expectativa de vida no mundo e no nosso país cresça.
Sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de
alterações fisiológicas ocorridas no organismo, bem como o surgimento de doenças
crônico-degenerativas devido hábitos de vida inadequados como tabagismo,
alimentação incorreta, sedentarismo entre outros.
Acredita-se que a participação do idoso em programas de exercício físico
regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto na
qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, controle,
tratamento e prevenção de doenças como diabetes, doenças cardíacas,
hipertensão, artrose, artrite, osteoporose e tantas outras.
Cancela (2007) afirma que o organismo multicelular possui um tempo limitado
de vida e sofre mudanças fisiológicas com o aumento da idade, classificando-se em
três fases: a fase do crescimento e desenvolvimento; a fase reprodutiva e o
envelhecimento.
Na primeira fase ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos
especializados, o organismo adquire capacidades funcionais que o torna apto a
reproduzir. A segunda fase é caracterizada pela capacidade de reprodução, o que

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garante a sobrevivência e evolução da própria espécie. A terceira fase, o
envelhecimento é caracterizado pelo declínio da capacidade funcional.
Segundo afirma, DIAS et al, 2006 apud ESTORCK et al, 2010:

Na velhice, a dificuldade de realiza tarefas ficam evidentes, as distâncias


mais longas, as escadas mais difíceis de subir, as ruas mais perigosas de
atravessas, o mundo se torna uma ameaça para o idoso. Devido todas
essas situações negativas, o exercício físico vem como uma intervenção
eficiente para melhorar a qualidade de vida desses idosos, permitindo
desenvolver tarefas diárias, tendo independência e autonomia na execução
das tarefas do dia-a-dia, diminuindo o risco de doenças osteomusculares
como a osteoporose, combaterem dores articulares e etc. (DIAS et al, 2006
apud ESTORCK et al, 2010, p.13)

Para realização deste trabalho foi utilizado uma pesquisa bibliográfica através
de livros, artigos, sites e revistas que buscam a importância da pratica de exercícios
físicos para os idosos.

1. ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um “processo de diminuição orgânica e funcional, não


decorrente de doenças, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo”.
(ERMINDA, 1999, p. 43)
Erminda (1999) complementa que o envelhecimento pode ser dividido em três
dimensões: Biológica, Cronológica e Social.
A dimensão biológica se expressa pela alteração estrutural e funcional, a qual
nem sempre coincide com o avanço cronológico e a perda social.
A dimensão cronológica é mensurada pelo calendário católico romano.
A dimensão social refere-se aos papeis e hábitos que a pessoa, ao longo do
seu ciclo vital, assume na sociedade e na família, a partir de um padrão
culturalmente estabelecido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem o seguinte sistema de
classificação cronológica relacionada ao envelhecimento (MATSUDO, 2000 apud
Moura et al, 2009, p. 18):
1- Indivíduos entre 45 - 59 anos são chamados “meia idade”.
2- Indivíduos entre 60 – 74 são “idosos”
3- Indivíduos entre 75 – 90 são “velhos”
4- Indivíduos acima de 90 anos são chamados de “muito velhos”

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Essa classificação serve como referencial para observar o processo de
envelhecimento cronológico e principalmente o envelhecimento biológico.
O envelhecimento pode ser a soma de todas as alterações biológicas,
psicológicas e sociais que, chegando a uma idade adulta, ultrapassar a idade do
desempenho máximo, levando a uma diminuição gradual das capacidades de
adaptação e de desempenho psicofísico do indivíduo.
Corroborando com Fontes et al (2010) o envelhecimento da população traz
várias consequências ao ser humano como, a diminuição das funções cardíacas e
pulmonares, aumento da gordura corporal, diminuição da massa e da força muscular
dentre outras (ZAWADSKI, VAGETTI, 2007).
A figura 1 apresenta a mudanças cardiorrespiratórias associada ao processo
de envelhecimento.

Figura 1 - Capacidade cardiorrespiratória associada ao envelhecimento


Fonte: ROBERGS & ROBERGS, 2000.

2. MUSCULAÇÃO

A musculação pode ser conceituada como a atividade física desenvolvida


predominantemente através de exercícios destinados a partes específicas do corpo,
utilizando resistências externas e de forma progressiva. (GODOY, 1994)
Musculação é a atividade que força os músculos de maneira controlada
buscando o aumento da força e do volume deles.
Segundo Santarém (1999):

A musculação é um treinamento contra resistência graduáveis que eleva a


capacidade contrátil e o volume dos músculos esqueléticos, tal atividade
não pode ser considerada um esporte, mas sim uma forma de preparação
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física, utilizada por atletas e geral, a musculação tem finalidades
terapêuticas, estética de lazer, de reabilitação e de estímulos à saúde.
(SANTARÉM, 1999, p. 41)

Chagas e Lima (2015) entendem musculação como um meio de treinamento


caracterizado pela utilização de pesos e máquinas desenvolvidas para oferecer
alguma carga mecânica em oposição ao movimento dos seguimentos corporais.
A musculação é um esporte anaeróbico e não de resistência, em que o
estimulo máximo é proveniente da intensidade atingida durante séries individuais, e
nunca de um esforço acumulado de um grande número de série.
A musculação é atualmente a melhor atividade física para pessoas da terceira
idade, devido ao trabalho individualizado, a fácil forma de controle de carga, e por
não causar impacto sobre as articulações.
De acordo com SIMÃO, 2004: “musculação, portanto, é atividade adequadas
para melhorar a qualidade de vida do idoso”.

3. TREINAMENTO DE FORÇA

O treinamento de força que pode ser chamado de treinamento com pesos ou


treinamento com cargas, tornou-se uma das práticas mais populares de exercícios
seja parta atletas ou não atletas.
O treinamento de força objetiva provocar adaptações na musculatura
esquelética através de exercícios com sobrecargas que são cinco os tipos de força
muscular: força máxima, força explosiva, força dinâmica, força isomérica e força de
resistência.
No entanto para trabalhar atividades com idosos é importante ter
conhecimento sobre as variáveis do treinamento de força que são: escolha dos
exercícios, ordem dos exercícios, intensidade, número de series e duração dos
períodos de recuperação.
O treino de força e potência muscular para o idoso é um meio seguro e eficaz
para o aumento da massa muscular e aumento da força, resultando numa maior
independência para a realização de atividades diárias, diminuindo o risco de quedas
e demais efeitos negativos resultantes do processo de envelhecimento (SANTOS et
al, s/d).
O quadro abaixo apresenta as principais variáveis do treinamento de força de
acordo com alguns estudos.

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Autores Series Repetições Intensidade Público

50 a 80 % Idosas
Ávila (2005) 2 8 a 13
1RM (67,53±3,92 anos)

ASCM (1998) 2a3 Não relatado Intensidades variáveis Idosos em Geral


80%
MATSUDO (2006) 2a3 8 a 10 Idoso em Geral
1RM
50% Idosas
RASO ET AL (2001) 3 10
1RM (64,3 ±7,6 anos)
Quadro 1. Treino de força para o idoso

Santos et al (s/d) ressalta que além de seus efeitos positivos sobre a


capacidade funcional, o treinamento de força pode ser uma das maneiras mais
efetivas e de menor custo para preservar uma vida independente para um amplo
segmento da população.

4. EFEITO DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FISICAS EM IDOSOS

Um dos grandes problemas enfrentados por idosos, há uma evidente


diminuição de força muscular, massa magra e um aumento paralelo do percentual
de gordura, que se inicia a partir da terceira década de vida.
Pode-se afirmar que há um declínio da força e da potência muscular com a
idade da ordem de 6% a cada década de vida adulta.
Segundo Campos (2004):

A pratica da musculação por idosos é uma forma de diminuir os declínios de


força e massa muscular relacionados com a idade o que resulta em
melhoria da qualidade de vida. (CAMPOS, 2004; p. 45)

É de suma importância praticar atividade física, para que haja uma


manutenção efetiva dos sistemas garantindo assim o bem-estar e a qualidade de
vida do idoso, vindo contribuir para um envelhecimento bem-sucedido e amenizando
os efeitos mais severos dessa fase da vida.
Dentre os benefícios da atividade física na terceira idade temos a melhoria do
bem-estar geral, a melhora da condição da saúde física e mais importante, a
preservação da independência, lembrando que a atividade física é uma das
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intervenções mais eficientes quanto à melhora da qualidade de vida dos idosos, pois
auxilia no controle das mudanças ocorridas pelo processo de
envelhecimento, promovendo a independência e autonomia nas atividades do
cotidiano.
O principal benefício que a atividade física promove no envelhecimento
biológico é a manutenção da capacidade funcional, promovendo maior manutenção
dos sistemas fisiológicos por um tempo maior, e evitando seu rápido declínio.
Deve-se lembrar de que a atividade física não trará benefícios somente a
locomoção, mas também a melhora do organismo em geral, o que leva a uma
completa interação entre os aspectos positivos que levam a promoção da
independência, tanto aspectos ligados a parte física, como os da parte psicológica,
pois quando em estado de dependência o idoso sente-se um peso para as pessoas,
tomando um padrão de comportamento rude em relação às pessoas que o cercam.

5. ANATOMIA FUNCIONAL DO IDOSO

O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil tem como princípio a


universalidade; a integridade e a equidade (Lei 8080/90). Para garantir que isso
possa acontecer, é necessário que haja profissional preparado, especializado e
atualizado nessa área
No Brasil a população idosa, é composta por indivíduos com idade igual ou
superior a 60 anos, representando hoje o segmento populacional que mais cresce
em termos proporcionais. Nessa faixa etária, a manutenção da autonomia funcional
está diretamente associada a qualidade de vida.
Segundo Dantas e Vale (2004), autonomia funcional está vinculada com o
declínio da habilidade de realizar atividades de vida diária (ADV) e a redução das
forças musculares.
Existem vários protocolos para se aliar a autonomia funcional do indivíduo
idoso, uma delas é um protocolo validado com população brasileira conhecido como
o protocolo Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para Maturidade
(GDLAM).
O GDLAM define autonomia sob três aspectos:
- Autonomia de ação - referindo-se à noção de independência física;
- Autonomia da vontade – referindo-se à possibilidade de autodeterminação;

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- Autonomia de pensamentos – o que permite ao indivíduo julgar qualquer
situação.
A capacidade funcional é dimensionada em termos de habilidade e
independência para realizar determinadas atividades, sendo esta um dos grandes
componentes da saúde do idoso. (GUIMARÃES et al. 2004).
Para avaliar a capacidade funcional do idoso, os profissionais utilizam
ferramentas que auxiliam na identificação de possíveis perdas funcionais.
A autonomia pode ser definida em apenas um aspecto, um ângulo ou uma
perspectiva, a partir de um conceito holístico. Portanto, a autonomia está associada
ao declínio da habilidade para desempenhar as atividades da vida diária (ADV) e
com a gradual redução das funções musculares, podendo ser, conforme POSNER et
al (1995).

6. PERDA DE FORÇA E POTENCIA MUSCULAR

Sabemos que a força é uma das mais importantes valências físicas.


A perda de massa muscular e consequentemente da força muscular é a
principal responsável pela deterioração da mobilidade e da capacidade funcional do
indivíduo. A força muscular é ou pode ser um dos fatores que mais influenciam na
independência funcional em pessoas mãos velhas que estão envelhecendo.
As perdas de força relacionada com a idade ocorrem predominantemente
como consequência de reduções da área de seção transversal do músculo,
juntamente com áreas mudanças no metabolismo, capilarização e diminuição da
ativação neural.
Além da perda de força, a capacidade do músculo de exercer força
rapidamente (potência) parece diminuir com a idade. Essa habilidade é vital e pode
servir como um mecanismo protetor nas quedas, uma das causas mais importantes
de lesões. Tal potência não tem sido muito estudada em idosos, apesar desta
valência ser considerada mais importante que a própria força devido à importância
desta para o cumprimento das capacidades funcionais do indivíduo que exigem um
desenvolvimento rápido de força.

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7. IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA

O treinamento de força se constitui em um excelente instrumento de saúde


em qualquer faixa etária, em especial em idosos, induzindo várias adaptações
fisiológicas e psicológicas tais como: maiores benéficos circulatórios periféricos,
aumento da massa muscular, melhor controle da glicemia do perfil lipídico, redução
do percentual de gordura, promove maior fixação de cálcio nos ossos, auxiliando na
prevenção e no tratamento da osteoporose, melhora o controle da pressão arterial,
da função pulmonar, do equilíbrio, menor dependência da realização de atividades
diárias, melhora da auto estima e da autoconfiança, significativa melhora da
qualidade de vida.
O treinamento de força pode trazer diversas benefícios para os idosos
conforme citações de Nadeau & Peronnet (1985) aumentam a massa muscular,
reduzindo o percentual de gordura corporal, aumentando a força do indivíduo
facilitando a sua locomoção, mantém a pressão sanguínea e a frequência cardíaca
dentro dos padrões aceitáveis para a idade, dificultando o acúmulo de colesterol no
sangue.
Distúrbios posturas e doenças pulmonares crônicas sapatos algumas
situações onde os exercícios de força são particularmente recomendados. Em casos
de diabetes são úteis não apenas em função da captação da glicose insulina
dependente, durante o exercício, mas também devido o aumento da sensibilidade
insulínica nos músculos.
Santarém (1999) afirma que:
Dentre os inúmeros benefícios à saúde o treinamento de força é uma boa
forma de evitar a osteoporose. (SANTARÉM, 1999).

8. PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA

Os princípios do treinamento norteiam qualquer programa ou atividade física,


seguir esses princípios é indispensável para que a atividade se torne proveitosa.
Segundo Tubino:

“Antes de passar ao estudo de cada princípio, é importante enfatizar que os


5 princípios se interrelacionam em todas as suas aplicações. ” (Ibidem,
1984, p. 99).

São cinco os princípios do treinamento:

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 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA

É o princípio que estabelece que cada pessoa é individualizada ou, que não
existem duas pessoas iguais. Fisicamente isso significa dizer que o mesmo
exercício, na mesma intensidade, na mesma duração, e na frequência semanal,
proporcionará diferentes efeitos.
Nesse sentido é possível extrair de um protocolo de treinamento já descrito ou
realizado apenas a ideia geral do procedimento é adequar às especialidades de
cada indivíduo.

 PRINCÍPIOS DA SOBRECARGA

Estabelece que para adquirir uma boa aptidão física, o organismo precisa ser
submetido a esforços cada vez maiores. Isto é, para ganho de força, os músculos
precisam ser cada vez mais sobrecarregados.
O aumento da sobrecarga pode ser obtido através de diversos fatores como
por exemplo: frequência; volume e intensidade.

 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

É o princípio que determina que cada atividade física tenha suas próprias
características, suas próprias adaptações de acordo com o objetivo é seus estímulos
os quais o organismo é submetido.

 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

É o princípio que rege que a atividade física deve ser realizada continuamente
sem Interrupções, pois a interrupção de qualquer tipo de atividade leva o organismo
ao retorno da situação inicial.

 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

Preconiza que os efeitos atingidos com o treinamento sejam gradualmente


anulados com o “detrimento”. Ocorre quando há ausência de treinamento físico Oi
quando o aluno retorna de períodos de recuperação de lesões.

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9. VARIÁVEIS ESTRUTURAIS

Variáveis estruturais são definidas como os elementos primários para a


elaboração e análise de um programa de treinamento na musculação. (CHAGAS E
LIMA, 2015).
Para Fleck e Kraemer (2006) a chave para desenvolver um programa de
treinamento bem-sucedido é identificar as variáveis especificas que devem ser
manipuladas para alcance do objetivo de treinamento.
Segundo ACSM (2002) diversas são as variáveis que podem influenciar na
elaboração de um treinamento de força, entre estas estão: escolha da resistência,
seleção e ordem dos exercícios, número de séries e repetições e tempo de
descanso entre séries, período de descanso entre treinos, velocidade e amplitude de
execução.
As variáveis do treinamento que podemos manipular de forma aguda, a fim de
elaborarmos um determinado protocolo, são respectivamente:
1. Intensidade (prescrita por % de 1RM, ou zonas de RM);
2. Volume (descrito pelo número de séries, repetições, exercícios e carga
levantada, frequência semanal);
3. Pausa (entre séries, exercícios e sessões);
4. Velocidade de execução (rápida ou lenta durante as ações musculares
a serem desempenhadas);
5. Ações musculares e amplitude de movimento (concêntricas,
excêntricas e isométricas);
6. Ordem dos exercícios (monoarticulares e biarticulares).

10. TREINAMENTO DE POTÊNCIA

O treinamento de potência para idosos demanda muita consciência corporal,


principalmente se for feita em movimentos multiarculares e de forma livre. Exercícios
com velocidade são difíceis de estabilizar; portanto o gesto motor precisa estar
memorizado no sistema nervoso.
Estudos tem demostrados que cargas baixas (20 a 30% de 1 RM) já
apresentam bons resultados no ganho de potência muscular com menor risco de
lesões e cargas moderadas (40 a 60% de 1RM) e altas (70 a 80% de 1RM) com
ganhos mais expressivos, porém avaliando caso a caso para poder aplicar da
melhor forma possível.
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De acordo com Skelton (1994), a perda da potência muscular ocorre de
maneira mais rápida que a perda de força muscular, portanto, é de crucial
importância prescrever um treinamento de potência muscular para indivíduos idosos.
Com o avanço da idade, há uma diminuição da frequência de estímulos na
placa motora terminal.
Para que o idoso possa chegar a um treinamento de potência muscular, ele
tem que passar por etapas, e uma delas é o programa de adaptação neural,
altamente especifico para padrão de movimento, ângulo articular, tipo de contração,
tipo de resistência, velocidade de movimento e números de articulações envolvidas.
Para manutenção da saúde e qualidade de vida, o ACSM (2009), sugere que
a realização de exercícios em ordem alternada por segmentos com três series de 10
a 15 repetições, intervalos variando entre e um e três minutos entre as series
quando se vise hipertrofia e intervalos mais curtos quando o objetivo e a resistência
muscular localizada, velocidades moderadas, intensidades variando entre 60% a
80% da força máxima baseada em testes específicos de predição de carga como o
teste de 12 a 15 repetições máximas.
A perda de força está diretamente relacionada à influência genética e ao estilo
de vida das pessoas. A atrofia muscular é o principal fator responsável pela redução
da capacidade de produzir força, dificultando a realização das atividades cotidianas
(se vestir, tomar banho, se alimentar sozinho, levantar de uma cadeira, carregar uma
sacola, diminuição da velocidade...), acarretando problemas na marcha, postura e
no equilíbrio, aumentando o risco de quedas e fraturas
Com uma atividade física adequada, as articulações ganham a capacidade de
movimentos que merecem os músculos e os ligamentos são reforçados. Deve-se
considerar a importância do exercício físico em uma idade em que as faculdades
tendem a declinar e necessitam da manutenção da função para conservar ativos os
sistemas que regem o organismo: sistema nervoso, sistema muscular, sistema
osteoarticular, etc.
A prática de exercícios tem sido cada vez mais enfatizada e recomendada
como estratégia para prevenir perdas físicas, sociais e psicológicas provocadas pelo
envelhecimento.
A potência e a força muscular são capacidades que se apresentam na maioria
das atividades diárias do idoso, sendo assim, de extremo valor para a independência
e qualidade de vida dos mesmos.

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De acordo com Skelton (1994), a perda da potência muscular ocorre de
maneira mais rápida que a perda de força muscular, portanto é de crucial
importância prescrever um treinamento de potência muscular para indivíduos idosos.
Conforme MATSUDO e MATSUDO (1993) e MARQUES (1996),
envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução
da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a
realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável.
Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a
capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso.
Essas alterações acontecem ao nível de sistema cardiovascular, no sistema
respiratório, no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna mais
lente e a velocidade de condução nervosa declina e no sistema músculo-esquelético
pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade, mas pela falta de
uso e diminuição da taxa metabólica basal.
Na grande maioria das vezes a perda ou diminuição das capacidades
funcionais está ligada a falta de estímulos, e não ao processo de envelhecimento.
No Brasil o treinamento de força é pouco usado pela população idosa, muita
gente acha que levantar peso vai levar a uma musculatura muito forte, ter uma
aparência de musculoso, mas não é bem assim que funciona, pois, o treinamento de
força pode ajudar muito um idoso trazendo muitos benefícios para melhorar as suas
necessidades no dia a dia fazendo com que ele execute suas atividades diárias com
muito mais vigor e saúde.
O treinamento de força pode trazer diversos benefícios para os idosos, no
próximo tópico será abordado vários exemplos de como esse treinamento pode
incluir uma melhora significativa na vida de um indivíduo idoso.

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CONCLUSÃO

Através de pesquisas e estudos de artigos, revistas e livros tornou-se possível


concluir que o treinamento de força parece ser um tipo seguro de exercício mesmo
para os idosos.
O treinamento de força incluído na vida de um idoso de qualquer nível de
condicionamento, pode contribuir muito na qualidade de vida ajudando a aumentar a
massa muscular, reduzindo o percentual de gordura corporal, aumentando a sua
força, facilitando sua locomoção e tarefas na vida diária, matem a pressão
sanguínea e a frequência cardíaca dentro dos padrões aceitáveis para idade,
dificultando o acumulo de colesterol no sangue e ajuda na sua vida social e afetiva
fazendo amizades saudáveis e prazerosas.
Como podemos ver, a força é um fator importante para o idoso. A fraqueza
dos músculos pode avançar até que uma pessoa idosa não consiga realizar suas
atividades cotidianas, tais como as tarefas domésticas, levantar de uma cadeira ou
varrer o chão. A redução na capacidade funcional pode levar o idoso a internação
médica. Por isso, é importante mantermos a força conforme envelhecemos, porque
ela é importante para a saúde, a capacidade funcional é para que o idoso tenha uma
vida independente.
O treinamento de força pode proporcionar melhorias que são importantes
para independência na realização de tarefas comuns do cotidiano do idoso, além de
proporcionar melhoras essenciais na busca por uma boa qualidade de vida.
Trabalhando o corpo e a mente, possibilitando ao idoso o bem-estar
emocional, autoestima, aparência, prazer de viver, tornando o idoso emocionalmente
estável com atitude positiva, menos susceptível a doenças físicas, dores e
deficiências no sistema imunológico.

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