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RESUMO
O presente estudo buscou analisar a produção científica que envolve a prática de exercícios físicos
e a melhora de aspectos psicológicos em pessoas idosas. Tendo em vista o crescimento contínuo da
população idosa, se faz necessário analisar as diversas mudanças inerentes ao envelhecimento.
Dentre elas, as mudanças psicológicas apontam uma predisposição a distúrbios mentais associados
ao aumento da idade, tais como depressão, ansiedade, demência, transtorno do pânico, transtorno
bipolar e distimia. Foi definido como caminho metodológico uma pesquisa com base no método
bibliográfico. As fontes de dados utilizadas foram compostas primordialmente de artigos científicos
disponíveis on-line no portal Periódicos da Capes. Foram selecionado 6 artigos originais que
apresentaram resultados importantes, mostrando a relevância da prática de exercícios físicos para
a melhora de aspectos psicológicos durante o envelhecimento.
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, cerca de 13% da população tem
60 anos ou mais e as projeções indicam um contínuo crescimento dessa parcela (IBGE, 2011),
seguindo as proporções mundiais. O envelhecimento da população é um fator importante para
mudanças no funcionamento da sociedade, tendo vista as necessidades inerentes ao novo cenário.
Dentre as diversas transformações na sociedade, a melhora da infraestrutura dos passeios públicos e
Impresso por JONATHAN TAVARES SANTOS, CPF 807.016.635-53 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2021 10:04:00
uma constante manutenção desses espaços é fundamental para uma locomoção segura desses
indivíduos (SILVA et al., 2015), tendo em vista as alterações morfofuncionais inerentes ao processo
de envelhecimento.
Porém, a simples constatação da idade não pode ser considerada como parâmetro único para
rotular esses indivíduos, tendo em vista a diversidade observada nesse grupo (OMS, 2015). Diversos
fatores podem afetar a capacidade funcional dessas pessoas, como herança genética, influências
socioambientais e aspectos comportamentais, promovendo um processo de envelhecimento mais ou
menos saudável (GOTTLIE et al., 2007).
Além das transformações físicas, as mudanças nos aspectos psicológicos das pessoas idosas
precisam ser levadas em consideração. Estudos apontam a presença de psicopatologias relacionadas
ao envelhecimento humano, dentre elas quadros de ansiedade, depressão e demência (ARANHA,
2007; RESENDE et al., 2011; BIASUS, 2016; GULLICH; DURO; CESAR, 2016).
Assim sendo, há uma estreita relação entre as práticas físicas e a melhoria dos índices de
qualidade de vida dos indivíduos. Partindo dessa premissa foi elaborado o seguinte problema de
pesquisa: Tendo como enfoque os aspectos psicológicos, qual a importância da prática de exercícios
físicos para a população idosa?
Além das alterações apresentadas acima, modificações em outros sistemas também estão
relacionadas ao processo de envelhecimento. Ademais, Teixeira e Pereira ressaltam que
O organismo humano sofre uma continua redução na capacidade de realizar suas funções,
sendo estas perdas naturais e invitáveis. No entanto, condições ambientais como o estilo de
vida, parecem estar diretamente ligadas à forma e velocidade que este processo irá acontecer.
(TEIXEIRA; PEREIRA, 2008, n.p).
Para além das alterações fisiológicas, temos a presença de mudanças psicologias e sociais de
muita importância durante o envelhecimento. Na seção a seguir, abordaremos os aspectos
psicológicos relacionados a essa fase da vida, a fim de aprofundar a temática central do trabalho.
Dentre as muitas mudanças que ocorrem durante o envelhecimento, as mudanças nos aspectos
psicológicos dos indivíduos são um dos fatores que necessitam de atenção. Segundo Maia, Durante e
Ramos (2004, p. 651), “vários fatores associados ao aumento da idade podem predispor ao
desenvolvimento de transtornos mentais, especialmente sintomas distímicos1”.
1
Depressão branda, porém de duração longa. A distimia é definida como uma tristeza que ocorre durante pelo menos
dois anos, juntamente com pelo menos dois outros sintomas da depressão. Alguns exemplos de sintomas incluem perda
de interesse em atividades normais, falta de esperança, baixa auto-estima, falta de apetite, baixa energia, alterações no
sono e falta de concentração.
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Essas disfunções psicológicas estão estritamente associadas aos novos desafios inerentes ao
processo de envelhecimento, tendo em vista as diversas transformações nas dinâmicas fisiológicas,
comportamentais e sociais.
De acordo com Teixeira (2006), o idoso passa a ter um novo relacionamento com o meio que
o cerca e experimenta dificuldades adaptativas, emocionais e fisiológicas, além de importantes
transformações na sua performance ocupacional e social, bem como dificuldades para aceitação do
novo. Ainda segundo o autor, “o equilíbrio psíquico do idoso depende basicamente da sua capacidade
de adaptação à sua existência presente e passada e das condições da realidade que o cercam”
(TEIXEIRA, 2006, p. 2).
Embora a maioria das pessoas idosas possam ser consideradas mentalmente saudáveis, elas
são tão vulneráveis aos distúrbios psiquiátricos quanto os mais jovens (BRASIL, 2006). Dessa forma,
é possível identificar uma relação entre o estilo de vida, o desenvolvimento emocional, os aspectos
socioambientais e a saúde mental de pessoas idosas. Os principais distúrbios psíquicos
diagnosticados em pessoas idosas são: depressão, ansiedade, demência, transtorno do pânico,
transtorno bipolar e distimia.
Segundo Weinberg e Gould (2001), a prática de exercícios está relacionada a diminuição dos
níveis de ansiedade e depressão, melhoria dos sentimentos de autoconfiança, autoestima e prazer,
elevação de estados de humor, além de promover uma melhora significativa da qualidade de vida. Ou
seja, a realização de práticas físicas promove resultados importantes não só para aspectos físicos, mas
também para aspectos psicológicos, tornando-se relevante para diversos objetivos relacionados aos
exercícios físicos.
5 METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos delineados, foi definido como caminho metodológico uma pesquisa
com base no método bibliográfico, que prevê a consulta e análise de dados obtidos a partir de livros,
periódicos, artigos de jornais, sites, bem como outros tipos de publicações (PIZZANI et al., 2012).
Relacionando fontes diversas, articuladas a partir dos objetivos de pesquisa definidos.
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram selecionado 6 artigos originais, todos com temáticas relacionadas aos aspectos
psicológicos de idosos mediante prática de exercício físico. Para melhor visualização de objetivos,
resultados e identificação de autoria, foi elaborado o quadro a seguir (Quadro 1).
comparado ao grupo de idosos comunitários e institucionalizados que não realizaram atividade física
regular. Ainda de acordo com Camões et al.,
Outro aspecto psicológico relevante diz respeito a imagem corporal, que pode influenciar a
saúde, os relacionamentos e a qualidade de vida dos indivíduos. Em se tratando da imagem corporal
de mulheres idosas, França et al. (2016) aponta consequências como isolamento social, sentimentos
de inferioridade, baixa autoestima, ansiedade e depressão, tendo em vista as imposições socioculturais
e midiáticas. Segundo o artigo, “embora as idosas não estejam satisfeitas com a sua percepção
corpórea, elas não apresentaram riscos para depressão” (FRANÇA et al., 2016, p. 103). Esse resultado
está relacionado com a rotina fisicamente ativa dos indivíduos pesquisados, uma vez que “a prática
de exercício físico influencia positivamente a autoimagem e a satisfação corporal, melhorando o
autoconceito da sénior” (FRANÇA et al., 2016, p. 104).
Está claro que “o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso,
devendo ser estimulada ao longo de sua vida” (ANDRADE et al., 2018, p. 55). Segundo a pesquisa
de Andrade et al. (2018), ao comparar a percepção da qualidade de vida de idosos que praticam
exercício físico regular em academias ao ar livre com idosos que fazem caminhada em parques a céu
aberto como exercício físico, ambos os grupos apresentaram alta pontuação na percepção de
qualidade de vida verificada.
Por fim, a relação entre a prática de exercícios físicos e a redução nos níveis de depressão em
idosos foi abordada em pesquisa recente por Hernandez e Voser (2019). De acordo com os resultados
desse estudo, “a média de indicativos de sintomas cognitivos da depressão no grupo de idosos ativos
foi significativamente menor do que no grupo de idosos sedentários” (HERNANDEZ; VOSER, 2019,
p. 727). Em suma, todas as pesquisas encontradas apresentam importantes resultados para a melhora
de aspectos psicológicos relacionados a prática de exercícios físicos.
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7 CONCLUSÃO
Por fim, se fazem necessárias novas pesquisas que possam mapear outros estudos que
relacionem a prática de exercícios físicos a melhora de aspectos psicológicos em pessoas idosas,
principalmente aqueles produzidos em línguas estrangeiras. Dessa forma, a produção de um
compilado de informações permitirá uma organização mais adequada para a prescrição de treinos de
acordo com as necessidades de cada grupo, em especial de pessoas idosas.