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ARTROSE NA TERCEIRA IDADE: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS

E TERAPIA MANUAL COMO ALTERNATIVA TERAPÊUTICA

Anthony Robson¹
Chrystialie Priscila¹
Gabriela Pedrosa¹
Girlaine Oliveira¹
Guilherme Henrique¹
Ketilly Peixoto¹
Mercia Brito¹
Thays Kelle¹

1. INTRODUÇÃO
A doença articular degenerativa conhecida como osteoartrite ou artrose é uma
doença reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade.
E uma das causas mais frequentes de dor do sistema musculoesquelético. É uma
patologia dolorosa das articulações que ocorre por insuficiência da cartilagem, pode
ser causada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus
principais elementos, ligada a uma variedade de fatores como: sobrecarga
mecânica, alterações da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos. É uma
doença crônica, multifatorial, que leva a uma incapacidade funcional progressiva, e
um declínio na qualidade de vida.

A pratica do exercício físico é importantes no tratamento da osteoartrose. Quando


feito de forma correta e por períodos adequados, com acompanhamento de um
especialista, esses são fatores importantes para manter a função articular. O
tratamento convencional combina medicamentos e fisioterapia, e na fase inicial, a
artroscopia também pode ser uma aliada.
O objetivo do estudo foi explicar as causas e possíveis tratamento para artrose, em
algumas articulações do corpo, como mãos, coxofemoral e joelho, acometidas
principalmente em idosos. Foi utilizado pesquisa bibliográfica nas plataformas
eletrônica: Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Academic, entre
outros artigos científicos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Artrose nas mãos


Entre as diversas doenças reumatológicas, a osteoartrite (OA) é a mais comum e
afeta constantemente as articulações das mãos, principalmente as articulações
interfalângicas proximais (IFP), distais (IFD) e carpometacarpal. O acometimento
dessas articulações, pode ser caracterizado por vários graus de deformidades,
presença de dor e rigidez articular, redução da força muscular de pinça e preensão,
redução da amplitude de movimento (ADM), que gera uma baixa da funcionalidade
nas atividades da vida diária.

Segundo a Liga Europeia Contra o Reumatismo (EUROLAR) para a classificar a AO


de mãos, deve-se avaliar os seguintes pontos: fatores de risco associados, como:
idade, sexo feminino, histórico familiar, fatores mecânicos laborativos, traumas e
obesidade; rigidez articular; dor mecânica; presença de nódulos de Heberden
(encontrados nas falanges distais) e Bouchard (encontrados nas falanges
proximais), com ou sem alargamento da articulação; diminuição de função da mão;
avaliação de um diagnóstico diferencial; associação com outras articulações
envolvidas (quadril e/ou joelho) e radiografia das mãos.

O tratamento de OA de mãos, deve ser traçado de forma individual para cada


paciente, uma combinação de condutas farmacológicas e não farmacológicas. Das
condutas farmacológicas estão o uso de analgésicos, anti-inflamatórios não
esteroides (AINES), sulfato de glucosamina, infiltrações intra-articulares. Nos casos
mais graves recomenda-se cirurgia.

Nas condutas não farmacológicas consistem em: educação do paciente, proteção


articular com fortalecimento das musculaturas flexoras e extensoras de punho e
músculos intrínsecos da mão; termoterapia local e utilizações de órteses, o melhor
protocolo ainda é desconhecido, devido à grande variação de exercícios para as
mãos, técnicas e métodos avaliativos de eficácia.

Ainda nas medidas não farmacológicas, vale ressaltar a importância da terapia


nutricional do indivíduo, para prevenção e tratamento de OA, uma dieta equilibrada,
com ingesta diária de frutas, vegetais frescos, produtos lácteos desnatados, azeite
de oliva, e oleaginosas, traz benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios, mantém o
peso adequado, proporcionando uma menor progressão da lesão osteoarticular.

2.2. Artrose coxofemoral


Sendo conhecida também como coxartrose e osteoartrose de quadril, é uma
patologia articular crônica, inflamatória degenerativa, causado por um desgaste
progressivo da cartilagem hialina (articular) ocasionando uma lesão no osso
subcondral que era protegida por essa cartilagem.

O desgaste articular começa com a desorganização da estrutura do colágeno, nas


fases avançadas são marcadas pelo desgastamento ou desaparecimento de
algumas das cartilagem. A degeneração dessa cartilagem causa um atrito entre os
ossos, o que pode ocasionar muita dor e disfuncionalidade e dependência da
pessoa, já que essa área é muito inervada.

Normalmente acomete cerca de 20% da população acima de 60 anos e mais


comum em mulheres por causa da alteração hormonal. Existindo a artrose primaria
(idiopática) que acontece em 48% dos casos e não é possível encontrar uma
patologia que o causou, tendo vários fatores envolventes.

A secundária envolve cerca de 52% causado por desgaste do quadril que envolve
doenças como má formação genética, como a displasia do desenvolvimento do
quadril, em outros casos os distúrbios metabólicos e hormonais tem uma relação
importante no aparecimento de artroses.

A fisioterapia tem um dever importante em relação a melhora dos sintomas e


reabilitação da função (MARQUES, A. P.; KONDO, A, 1998). A proposta segue
objetivos, tais como: o alívio da dor, força muscular e redução de amplitude de
movimento. O aumento da capacidade funcional e da qualidade de vida são
capazes de serem alcançados por meio de um adequado programa terapêutico
(FACCI, Ligia Maria; 2007).

Os planos de tratamentos conservadores incluem: Cinesioterapia; Eletroterapia;


Crioterapia; Hidroterapia; Terapia Manual; Alongamentos; Exercícios isométricos e
isotônicos (BIASOLI, 2003). É de grande importância, deixar o paciente ciente sobre
o repouso da proteção articular, da conservação da energia e da realização da
amplitude de movimento. Ensinar o programa de exercícios em domicílios e
modificações de atividades que conservem energia e minimizem a sobrecarga na
articulação (KISNER, 2005).

Já os tratamentos cirúrgicos: Os pacientes que apresentam osteoartrite e


comprometimento da independência das atividades de vida diária e falha do
tratamento conservador devem ser encaminhados para o ortopedista que fará a
indicação do tratamento cirúrgico. A cirurgia indicada é a artroplastia. A artroplastia
total que é a retirada do osso e da cartilagem lesionados e substituídos por
componentes protéticos, promovem acentuada redução na dor e melhora funcional
de grande dos pacientes com osteoartrite (MARQUES, 1998).
Contudo, o tratamento fisioterapêutico oportuno se faz necessário para evitar que o
impacto da Osteoartrose traga danos e limitação funcional, causando incapacidade.
O fisioterapeuta junto com o reumatologista em especial e outros profissionais da
saúde, norteiam-se na proposta de diagnóstico precoce, com o objetivo de propor
tratamento fisioterápico adequado, prevenindo danos, deformidades e a perda da
capacidade funcional. Um plano de tratamento bem estabelecido, com o resultado
positivo para exercer as atividades de vida diária, com controle da dor e prevenção
da perda de ADM e, melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

2.3. Osteoartrose de joelho


A osteoartrose do joelho, conhecida como gonartrose, é a região periférica mais
comum, e é frequente no sexo feminino entre os 51 e os 60 anos (SEDA E FULLER,
2011, p. 249). É analisado o histórico clínico, a partir disso, a osteoartrose pode ser
classificada como idiopática quando não podem ser identificados fatores
predisponentes e a secundária quando há fatores locais ou sistemáticos que
interferem no surgimento e desenvolvimento da doença (FULLER e SALLES, 2015,
p. 675).

Com o desalinhamento da articulação, como joelho valgo e varo, mais frequentes


pelas formas secundárias, profissões que exigem flexão prolongada e repetitiva
podem também contribuir para o seu aparecimento. São acometidas tanto a
articulação femoropatelar como a femorotibial (IBID, p. 249- 250).

Os sintomas variam de acordo com a gravidade das lesões. A dor da osteoartrose


de joelho piora ao subir ou descer escadas, ao sentar ou levantar e realizar
movimentos como colocar ou tirar meias, entrar ou sair do carro, entre outros
(Ibidem, p. 675).

O exame físico pode localizar o aumento de volume da articulação, atrofia do


quadríceps, dor á palpação das entrelinhas articulares e à mobilização da rótula,
que estar parcial ou totalmente bloqueada. Um dos sinais mais característicos na
flexão-extensão é a crepitação palpável. Nos casos mais graves é verificado a
limitação da mobilidade articular, calor e derrame. A limitação em extensão do
joelho e a bilateralidade são causas da incapacidade (Ibid, p. 250-251).

Medidas fisioterapêuticas são de extrema importância no condicionamento


muscular, nos treinos propriocepção, no aprendizado de medidas de proteção
articular, na conservação de energia, no tentar corrigir ou minimizar deformidades e
evitar progressão acarretando a incapacidade funcional. É recomendado que o
paciente transfira a carga para as articulações maiores, poupe articulações afetadas
e distribua os esforços bilateralmente para que as atividades como subir escadas ou
descer do ônibus não ofereçam um maior risco de queda ou agravamento de lesão
(Ibid, p. 676-677)

Os exercícios têm como por objetivo aumentar o tônus muscular e condicionar a


musculatura pra que haja uma estabilidade das estruturas. É orientado que realize
caminhadas, natação, bicicleta e hidroginástica, que são, geral, bem tolerados.
Existem relatos de redução da dor, ganho de amplitude de movimento e de força
muscular além de maior independência na realização de atividades. É importante
enfatizar que os exercícios não devem causar mais dor e orientar períodos de
repouso em caso de crises agudas da doença (Ibid, p. 676-677).

3. REFERÊNCIAS (ajeitar)

BIASOLI, M. C., MACHADO, Christiane M. C.; Osteoartrose (OA). Revista: Temas


de Reumatologia Clínica. Edição: junho 2003.
FACCI, Ligia Maria; Marquetti, Renata; Coelho, Kelley Cristina. Fisioterapia aquática
no tratamento da osteoartrite de joelho: série de casos / Aquatic therapy in knee
ostearthritis treatment: series of cases. Fisioter. Mov;20(1):17-27, jan.-mar. 2007.
tab, graf.
MARQUES AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de
Goniometria. 2 ed. São Paulo: Manole; 2003.
MARQUES, A.P.; KONDO, A. A fisioterapia na osteoartrose: uma revisäo da
literatura /Physical therapy in ostheoarthritis: a review. Revista brasileira de
reumatologia; 1998.
KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e
técnicas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2005
FERREIRA, Isabelle. Et al.- Osteoartrite de mãos e exercícios de fortalecimento
muscular: uma atualização e revisão integrativa da literatura; 2018.
https://doi.org/10.5935/2595-0118.20180014.
MAZOCCO, L., & CHAGAS, P. (2016). Terapia nutricional na reabilitação das
doenças crônicas osteoarticulares em idosos. Revista Brasileira De Ciências Do
Envelhecimento Humano, 12(3). https://doi.org/10.5335/rbceh.v12i3.6004
SALLES, N. R. N.; FULLER, R. Tratamento brasileiro de reumatologia. São Paulo:
atheneu, 2015

SEDA, R; FULLER, R. Reumatologia diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro:


guanabara, 2011

CAMANHO, Gilberto Luís. Tratamento da artrose de joelho. Rev Bras Ortop.


2001;36(5)

Dr. REBOLLEDO, Daniel. Artrose de Quadril (Osteoartrose). Daniel rebolledo. 27 de


Outubro de 2020.
https://www.google.com.br/amp/s/www.danielrebolledo.com.br/blog/artrose-de-
quadril-osteoartrose/amp/

FUKUCA, Thiago. Artrose de Quadril. Instituto Trata Joelho e Quadril. São Paulo, 8
de Abril de 2021. Disponível em: https://www.institutotrata.com.br/artrose-quadril/

PINHEIRO, Marcelle. Artrose no quadril: o que é, sintomas, causas e tratamento.


Tua Saúde. Rio de Janeiro, Setembro de 2021. https://www.tuasaude.com/marcelle-
pinheiro/?
_gl=1*hva8z0*_ga*YW1wLVc3UU54V29YelV3eXFhNFBQdWJtdjlKUk1XQnVfY0lDe
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¹ Graduandos do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda


(FACOTTUR).

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