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REVISÃO SISTEMÁTICA
1
Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina, São
José, SC, Brasil. Maria Veridiana Caitano Dametto. veridianamdtto@hotmail.com
2
Fisioterapeuta. Docente do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina, Campus São
José, Departamento de Fisioterapia, São José, SC, Brasil. Tatiane Regina de Sousa
tatianereginafisio@gmail.com
INTERVENÇÃO DA FISIOTERPIA NA ARTRITE REUMATOIDE: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
RESUMO
Introdução: Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune, inflamatória, crônica, progressiva,
sistêmica e complexa. Afeta gravemente as articulações sinoviais periféricas e tem repercussões extra-
articulares significativas. Implica numa poliartrite articular com erosão óssea e degeneração da
cartilagem. Os tratamentos são por via medicamentosa, cirurgia ortopédica corretiva e reabilitação
fisioterapêutica, com objetivo de reduzir a velocidade da progressão do processo inflamatório, dor,
instalação das deformidades ósseas, dano estrutural e incapacidade funcional resultante da doença. A
morbimortalidade da AR permanece alta, apesar dos avanços das terapias, levando cerca de cinquenta
por cento dos afetados à invalidez, com redução na expectativa e qualidade de vida. Gera impacto
importante no aspecto econômico e psicológico do indivíduo e seu núcleo familiar. Metodologia:
Pesquisa computadorizada nas bases Pubmed, Scielo, BVS Salud, PEDRo para identificar ensaios
randomizados que avaliam as várias intervenções da Fisioterapia na Artrite Reumatoide. Resultados:
As intervenções apresentadas nesta revisão sistemática melhoraram a funcionalidade, resistência e
aptidão física, redução de dor, melhoria na participação social e qualidade de vida do paciente com
AR. Conclusões: Foi possível concluir que a fisioterapia desempenha importante papel no tratamento
da artrite reumatoide nomeadamente nas técnicas de hidrocinesioterapia, cinesioterapia, treino
aeróbico e exercício resistido e a cinesioterapia para mãos.
Abstract
MATERIAIS E MÉTODOS
Critérios de elegibilidade
Critérios de inclusão
Os desenhos dos estudos selecionados para compor esta revisão foram: ensaios
clínicos controlados e randomizados, publicados entre 2010 e 2021.
A amostra deveria ser composta por pacientes com artrite reumatoide, com tempo de
doença superior há 1 ano. Foram incluídos estudos descritos em Português e Inglês.
Critérios de exclusão
Foram excluídos os arquivos do tipo carta ao editor, diretrizes, revisões sistemáticas,
meta-análises e resumos. Estudos que anteriores ao período selecionado, estudos em animais,
que não abordassem o tema central da revisão, em idiomas que não fossem em português ou
inglês.
RESULTADOS
Durante a análise dos estudos selecionados, foram extraídos dados pertinentes a esta
pesquisa que estão exemplificados na tabela 1.
Tabela 01: Caracterização dos estudos analisados.
Autor/ Ano/ Objetivo Desenho do Estudo Protocolo de AR Terapias
Título/ País
PAVAN, Bruna da
Silva et al.2019
Comparar os efeitos Estudo realizado com 12 pacientes em Grupo 1 da cinesioterapia realizou 10 sessões, 2x na Cinesioterapia e
da cinesioterapia e da lista de espera por atendimento semana por 5semanas, duração de 50minutos. Hidrocinesioterapia.
hidrocinesioterapia fisioterapêutico, com diagnóstico de AR Sequência do programa cinesioterapêutico era a
Análise dos efeitos sobre a força de há pelo menos dois anos, em fase de seguinte:1- alongamentos globais, de modo lento e
da cinesioterapia e preensão palmar, a remissão dos sintomas fazendo uso de mantido para coluna vertebral, MMSS e MMII. 2-
da dor e a qualidade de terapia medicamentosa. Foram divididas fortalecimento de MMSS com faixas elásticas,
hidrocinesioterapia vida em indivíduos aleatoriamente em Grupo 1 = programa método FNP.3-fortalecimento cintura escapular com
em indivíduos com com artrite cinesioterapêutico composta por 5 bastão associado com respirações profundas. 4-
artrite reumatoide: reumatoide. indivíduos realizou 10 sessões de fortalecimento da musculatura do tronco com faixas
ensaio clínico cinesioterapia, duas vezes na semana, elásticas.5-fortalecimento dos punhos com faixas
randomizado. por 5 semanas, duração de 50 minutos a elásticas de diferentes intensidades em flexão/
sessão. O programa tinha 10 ítens. Já o extensão , desvio ulnar e desvio radial.6-
(Brasil)
Grupo =2 do protocolo fortalecimento das mãos com fortalecedor de punho
hidrocinesioterapêutico era formado por e dedos resistência de 1.4kgf a 4.1kgf e bolinhas
7 pacientes submetidos a 15 sessões de proprioceptivas com resistência de leve a
hidrocinesioterapia em grupo, 2x na moderada.7-Exercício de motricidade fina em
semana, por 7 semanas e um dia, movimento de pinça.8- exercício de transferência de
duração média de 50 minutos utilizou peso para MMSS no solo.9-treino de equilíbrio e
Método Watsu na sessão. propriocepção em plataforma desestabilizadora.10-
relaxamento final com bola suíça de 65cm,
A pesquisa teve por objetivo fazer a alongamentos tronco, cervical, e cadeia escapular.
comparação entre as duas técnicas,
cinesioterapia e a hidrocinesioterapia, Grupo 2 da hidrocinesioterapia 15 sessões, 2x na
quantos aos efeitos na melhora da força semana, por 7 semanas 50 minutos. Faziam os
de preensão palmar FPP, redução da dor, seguintes exercícios meio aquático: 1- fase de
e a melhora da qualidade de vida desses adaptação caminhadas em torno da piscina linha
indivíduos. Como resultado fez através reta, lateral, cruzada 2 voltas e exercício respiratório
do uso de instrumentos a Escala Visual diafragmático. 2-aquecimento com alongamentos
Analógica de Dor –EVA, Questionário globais, lento e mantido para coluna vertebral,
Medical Outcomes study36 –item Short MMSS e MMII. 3- fortalecimento de mãos, ombros,
form Heath Survey (SF-36) e para medir tronco, MMSS e MMII com uso de flutuadores,
a força de preensão palmar o bolas prprioceptivas. 4- exercícios de mobilidade e
dinamômetro da marca Kratos a coleta flexibilidade para tronco. 5- Treino de equilíbrio
do teste seguiu as diretrizes da postural e propriocepção em apoio unipodal uso de
Sociedade Americana de Terapeutas da flutuadores. 6- relaxamento com método Watsu por
Mão. 5 minutos com auxílio de flutuadores.
HAGHO, Havard
et al, 2021
Investigar se o Ensaio clínico randomizado realizou uma Treinamento intervalado feito 2x na semana por 10 Treino aeróbio de alta
treinamento comparação com 40 pacientes (33 semanas, duração de 34 minutos na média para intensidade intervalado
intervalado (HIIT) 4x4 mulheres e 7 homens) com doença ambos os grupos. Iniciar a sessão com aquecimento HIIT 4x4 em pacientes
Treinamento min autoguiado por reumática inflamatória idade média de 48 de 6 minutos esteira inclinada a 5% intensidade com doença reumática
intervalado de um aplicativo de anos. Os dois grupos divididos de modo moderada falar uma frase inteira atingir 70% FC inflamatória.
alta intensidade smartphone poderia randomizado (GS=21) grupo supervisão máx. Na sequência ir aumentando a intensidade de
assistido por produzir efeitos profissional de saúde e o grupo (AG=19) moderada para alta e ser capaz de falar duas ou mais
smartphone em induzidos e grupo do aplicativo de celular. Realizaram palavras até atingir entre 85% a 95% da FC máx
pacientes com semelhantes ao HIIT treino intervalado 4x4 de alta intensidade, manter por 4 minutos e após intervalo de 3minutos
doença reumática padrão realizado sob ou seja, 4minutos de exercício e 4 de recuperação em nível baixo a moderado da
inflamatória: orientação e minutos de intervalo 2x na semana, por 10 esteira. O grupo GS sob supervisão do fisioterapeuta
ensaio controlado supervisão de semanas, sessão de 34 minutos. O recebia palavras de incentivos para concluir o treino.
randomizado. profissionais de saúde. treinamento era individual realizado em Já o grupo AG instruções eram visualizadas na tela
Os efeitos estudados esteira inclinada, período diurno. O do smartphone e um e-mail que fornecia feebdack do
(Noruega)
foram VO2máx e a participante poderia caminhar ou correr. desempenho com VO2máx e idade biológica
qualidade de vida. estimada.
Os dois grupos passaram por exames
laboratoriais e cardiológicos pré e pós
intervenção. Para medição do VO2máx
foi realizado o teste cardiopulmonar de
6minutos associado a ECG de repouso e
para qualidade de vida QVRS foi
utilizado versão norueguesa da RAND36-
item short –Form Heath Survey (RAND-
36). A utilização do aplicativo pode
ajudar na redução de custos do tratamento
para pacientes reumáticos e como
estratégia de adesão a atividade física
dessa população.
LANGE, Elvira
et al, 2019
Avaliar o efeito de Estudo de intervenção em 74 indivíduos O protocolo grupo intervenção fazia treino aeróbico Exercício aeróbio e treino
um exercício idosos (65-75) anos com AR. Foram e exercício resistido 3x na semana na academia e resistido
aeróbico e resistido divididos modo randomizado grupo da treino domiciliar exercício físico de baixa
Efeitos do de intensidade intervenção com 36 pacientes e o grupo intensidade 2x na semana, 5 exercícios para
exercício moderada a alta com controle com 38 indivíduos. O grupo da mobilidade, força de MMII, treino unipodal, sem
aeróbico e de orientação para intervenção realizou exercícios aeróbico equipamentos.
resistência em idosos com artrite e de resistência em academia 3x na
idosos com artrite reumatoide. semana e/ou domicílio 2x na semana, Grupo controle realizou somente exercícios de baixa
reumatoide: um duração média de 35 minutos, por 20 intensidade domiciliares 2x na semana, por 20
ensaio controlado semanas. Sessão inicial na academia semanas, mais a anotação de cada sessão em um
randomizado. com 10 minutos de aquecimento, e 20 diário. Receberam um encontro com o fisioterapeuta.
minutos de treino resistido uso de
(Suécia) Cada participante do estudo recebeu treino
equipamentos (leg press, extensão de
individualizado.
joelho e remada, rosca bíceps com
pesos, estabilidade de core usando peso
corporal e 5 minutos de resfriamento)
sob orientação do fisioterapeuta. Em
domicílio 2x por semana exercícios de
baixa intensidade, sem equipamento.
Grupo controle realizou os exercícios
em domicílio de baixa intensidade 2x na
semana por 20 semanas. Eram 5
exercícios de mobilidade, força para
membros inferiores e equilíbrio unipodal
em pé, feitos sem nenhum equipamento.
Receberam um encontro com o
fisioterapeuta e os exercícios prescritos
conforme a capacidade individual de
cada indivíduo, além de manter um
relato por escrito em diário sobre cada
sessão.
CIMA,Stephanie
R. et al.2013 Avaliar os efeitos de Intervenção em 20mulheres com AR Protocolo aplicado G1.1- exercícios de coordenação Exercícios manuais para
um programa de com deformidade em pelo menos 1dedo. motora consistem extensão dos dedos de forma fortalecimento e
exercícios que visa As deformidades “dedo pescoço de sequencial;2- flexo-extensão do punho,3- prona- funcionalidade das mãos.
melhorar a força da cisne’, “dedo na lapela”, “polegar em supinação,4-extensão flexão da articulação
Exercícios de
mão em indivíduos forma de Z”, desvio ulnar em ambas as interfalangeana do polegar;5-desvio radial-ulnar;6-
fortalecimento
com deformidades da mãos. Foram divididas aleatoriamente exercitador de mão Digiflex ;7-dedos flexionados
para melhorar a
mão decorrentes de em dois grupos G1= grupo intervenção apertando massa modeladora;8- movimentos de
força e a
artrite reumatoide e formado 13 pacientes e G2= grupo coordenação de flexo-extensãodos dedos com massa
funcionalidade da
analisar o impacto controle com 7 indivíduos. Realizada em modeladora ;9-exerc.para músculos intrínsecos com
mão na artrite
desses exercícios na 20 sessões 2x na semana, por 2meses a massa modeladora;10-pinças de dedo polpa a polpa
reumatoide com
funcionalidade. sob supervisão de fisioterapeuta pelo realizadas com os dedos puxando um elástico;11-
deformidades da
Centro de Reabilitação do Hospital das exerc.para os músculos intrínsecos da mão com
mão: um estudo
Clínicas Faculdade de Medicina de elástico;12-exerc.para músculos intrínsecos da mão
randomizado e
Ribeirão Preto – São Paulo. com massa modeladora.
controlado.
Exercícios de fortalecimento da
(Brasil).
musculatura intrínseca e extrínseca da
mão, uma cartilha de exercícios em
domicilio em dias alternados 1x ao dia,
3x na semana. Foram reavaliadas na 10ª
sessão e 20ª sessão.
AMBROSINO, Avaliar a eficácia do Intervenção ocorreu com 40 pacientes Foram divididos em dois grupos Grupo A= Exercício aeróbico
Pasquale, et exercício baseado em internados com diagnóstico de AR. intervenção e o Grupo B= controle.
al.2020. videogame como Homens na faixa etária (18-35anos),
uma ferramenta de todos comparáveis clinicamente. Foi um Durante o período de hospitalização ambos os
reabilitação adicional estudo piloto prospectivo controlado. Os grupos passaram pela mesma reabilitação com o
em jovens pacientes pacientes foram submetidos avaliações videogame que incluía colocação de eletrodos na
Exergaming superfície corporal nos MMSS m. deltoide, m.
com AR. clínicas e laboratoriais pré-intervenção
como ferramenta bíceps, m. tríceps, extensor dos dedos) MMII
de acordo com EULAR (2017) e
adicional na quadríceps m.reto femoral, m.tibial anterior, m.
Disease Activity Score (DAS 28) e
reabilitação de gastrocnêmio medial, m.extensor dos dedos, m.
Avaliação Funcional da Terapia de
pacientes jovens abdutor do hálux. Os exercícios necessários para
Doenças Crônicas (FACIT) e
com artrite jogar utilizavam
Questionário de Avaliação de Saúde
reumatoide: um
(HAQ/26) medidas de função e fadiga. É
teste controlado Flexão/extensão de ombro, abdução/ adução, rotação
o primeiro estudo com uso de
randomizado interna/ externa, circundação, flexão/ extensão de
exergaming na reabilitação de pacientes
piloto. cotovelo, pronação/ supinação de antebraço,
reumáticos, porém já utilizado em
movimentos dos dedos da mão, treino de equilíbrio
(Itália) patologias neurológicas.
na prancha para trás e para os lados e flexão/
Reabilitação por videogame utilizou o extensão de joelhos e tornozelos. O grupo A recebeu
sistema Nintendo Wii-Fit (Foxconn todo o equipamento após alta hospitalar e fez
Technology Goup, Taiwan) é um treinamento por mais 8semanas 15minutos média
sistema interativo de realidade virtual por dia gravando a sessão do jogo. O grupo B
jogo baseado em movimento no qual o controle foi orientado a manter sua rotina habitual
jogador é representado por um avatar após alta hospitalar.
dentro do ambiente virtual. Há um
controlador de jogo com alça, uma
prancha de equilíbrio e tela de televisão.
Todos os participantes realizaram a
fisioterapia padrão para AR por 4
semanas 2hs por 2x/dia e o treinamento
adicional com videogame por
10minutos.Os jogos selecionados foram
5 objetivavam que o jogador utilizasse
ampla gama de movimentos de MMSS e
MMII incluía corrida, esqui, tiro ao
balão, bicicleta slalom e bolas se
movendo em labirinto.
EVA- Escala Visual Analógica; FNP-Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva; FPP- Força de Preensão palmar; MMSS- Membros Superiores; MMII- Membros Inferiores;SF-36-
Medical Outcomes study 36-Item Short-Form Heath Survey..HIIT-High-intensity Interval Training;FC-Frequência Cardíaca; VO2máximo-Volume máximo de oxigênio;ECG-
Eletrocardiograma;RAND-36- Item short Form Heath Survey, EULAR-Liga Europeia contra o Reumatism;.DAS-28 –Disease Activity Score; FACIT- avaliação Funcional da Terapia de
Doenças Crônicas;.HAQ-26-Avaliação da Qualidade de Vida e Saúde. QVRS -a versão norueguesa auto -administrada do RAND-36.
A partir da leitura dos artigos,
DISCUSSÃO
A presente revisão tem como objetivo descrever os recursos fisioterapêuticos
utilizados e sua eficiência no tratamento de pacientes com artrite reumatoide. Também foram
avaliados em relação à melhora ou manutenção da mobilidade funcional, redução da dor,
proteção articular, na educação dos pacientes, fortalecimento muscular, na prevenção das
deformidades ósseas, com estratégias de ajuste de mobiliário em domicílio e ambiente de
trabalho, entre outros.
Esta análise visa contribuir a sistematização do conhecimento sobre o tema de maneira
a promover uma prática de acordo com as evidências científicas. A artrite reumatoide gera
inflamação, dano nas estruturas articulares e levam à incapacidade funcional.
Os estudos randomizados selecionados atenderam ao objetivo da revisão. Foi
constatado que o exercício físico continua a ser base dos programas de reabilitação
fisioterapêutica da artrite reumatoide nas técnicas de cinesioterapia, hidrocinesioterapia,
exercício aeróbio e treino resistido. Pavan et al (2019) comprova os benefícios da
cinesioterapia para as mãos, com aumento da Força de Preensão Palmar (FPP), sendo
aumento de 1,4kgf e 4,7kgf em mão direita e esquerda, respectivamente, sendo esta
articulação a mais afetada, pois atinge 90% dos pacientes.
A hidrocinesioterapia agrega os benefícios da água aquecida na melhora da ADM,
equilíbrio postural, fortalecimento muscular, redução e alívio da dor. Semelhante ocorreu no
estudo realizado por Cima et al (2013) na pesquisa cinesioterapia para as mãos buscou
fortalecer e melhorar a funcionalidade de pacientes que já apresentavam deformidades da
mão, a intervenção foi positiva houve melhora da FPP, no movimento de pinça e melhora na
coordenação da mão. O protocolo constou de 20sessões, 2x na semana por 2 meses. São 10
sessões a mais do que preconiza o Sistema Único de Saúde (SUS), por isso a ênfase nessa
musculatura, responsável por 25% das licenças e aposentadorias precoces dessa população.
Lange et al (2019) estudaram os efeitos de exercício aeróbico e resistido na população
idosa com AR acima dos 65 anos e a ação anti-inflamatória que o exercício promove na
regulação do sistema imunológico. O processo do envelhecimento fisiológico traz inúmeras
alterações corporais tais como alteração da massa muscular com aumento da massa gorda, a
sarcopenia, déficits no equilíbrio dinâmico do idoso na população geral. No idoso com AR
fato é agravado pela percepção do possível dano articular. Ainda, conforme Lange, ao avaliar
os bons resultados dessa amostra, que executou 3x na semana, por 20 semanas, com média de
27 minutos de treino aeróbico resistido em academia sob orientação de fisioterapeuta. Em
contrapartida, o grupo controle que somente fez exercícios domiciliares de baixa intensidade,
sem equipamentos, pelo mesmo período que pacientes idosos, com a doença sob controle,
recebendo um treino individual é capaz de realizar atividade de resistência com intensidade
moderada a alta, amostra randomizada melhorou na resistência e força, equilíbrio dinâmico e
aptidão física.
Em Haglo et al (2021), o objetivo foi estudar pela primeira vez pacientes reumáticos
submetidos ao treinamento intervalado de alta intensidade, o HIIT, já utilizado em outras
patologias como pulmonares, cardíacas, ortopédicas, doenças, diabete mellitus tipo II. A
população com AR, devido os sintomas gerados pela doença, apresenta um consumo máximo
de oxigênio VO2máx reduzido em comparação com pessoas sem a doença. O VO2máx sendo
um preditor de mortalidade para doença cardiovascular, agregando a aterosclerose acelerada
consequência da inflamação crônica da AR que implica em 50% de chance a mais para mortes
prematuras nesse público. Frente a esta estatística negativa a intervenção buscou melhorar o
VO2máx associando uso de aplicativo por smartphone na redução de custos econômicos tanto
para o paciente como para sistema de saúde e comprovar que esta população, salvo períodos
de exacerbações ou processo ser capaz de realizar treino resistido e fazer autogestão do seu
tratamento de forma ativa utilizando os avanços da tecnologia vigente.
Ambrosino et al (2020), estudaram a população de jovens entre 18 a 35 anos com
diagnóstico de AR que se encontravam em internação hospitalar, fez uso do exergaming são
videogames com realidade virtual 3D como ferramenta adicional juntamente com as sessões
de fisioterapia, aliou essa tecnologia usual para esta população, foi realizado por 4semanas, 2x
ao dia, por 10minutos, no período de hospitalização e, após, o grupo intervenção recebeu todo
equipamento, seguiu com o protocolo exergaming para fazer por mais 8 semanas em
domicílio, os jogos visavam ativar o maior números de movimentos possíveis tanto para
MMSS como para MMII , treino de equilíbrio, forma de lazer gerando estímulo e interesse
resultando numa maior adesão à reabilitação.
LIMITAÇÕES DO ESTUDO
CONCLUSÃO
Através do presente estudo, foi possível concluir que o exercício físico é a base da
reabilitação fisioterapêutica para tratamento artrite reumatoide, que se mostrou eficiente na
redução da dor, melhora da aptidão física, funcionalidade e participação social do indivíduo
agregando novas tecnologias.
REFERÊNCIAS
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