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Nota Técnica 30966

Data de criação: 09/04/2021 15:54:26


Data de conclusão: 09/04/2021 15:54:26

Paciente

Idade:
53 anos

Sexo:
Feminino

Cidade:
Brasília/DF

Dados do Processo

Vara/Serventia:
5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF

Diagnóstico

Diagnóstico:
Artrose em joelhos.

CID:
-

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s):


Não foram anexados ao processo cópias de laudos de exames complementares.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia:
Medicamento

Princípio Ativo:
Hilano G-F 20.

Via de administração:
Via intra-articular.

Posologia:
Em relatório médico, é solicitado o medicamento Synvisc One (ID 86017530). Segundo
receituário médico anexado ao processo (ID 86017531 - Pág. 2), a paciente deverá receber 1

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ampola do Synvisc em cada joelho a cada 6 meses.

Uso contínuo?
-

Duração do tratamento:
dia(s)

Registro na ANVISA?
Sim

Situação do registro:
Ativo

Indicação em conformidade com a aprovada no registro?


Sim

Oncológico?
Não

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde para a


situação clínica do demandante?
Não

O medicamento está disponível no SUS?


Não

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia:
Hilano G-F 20.

Descrever as opções disponíveis no SUS/Saúde Suplementar:


Analgésicos (paracetamol, dipirona, naproxeno).
Em caso de medicamento, descrever se existe Genérico ou Similar:
Não existe genérico ou similar para o Synvisc One.

Custo da Tecnologia

Tecnologia:
Hilano G-F 20.

Laboratório:
-

Marca Comercial:
-

Apresentação:
-

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Preço de Fábrica:
-

Preço Máximo de Venda ao Governo:


-

Preço Máximo ao Consumidor:


-

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia:
Hilano G-F 20.

Dose Diária Recomendada:


-

Preço Máximo de Venda ao Governo:


-

Preço Máximo ao Consumidor:


-

Fonte do custo da tecnologia:


Site www.consultaremedios.com2.

Evidências e resultados esperados

Tecnologia:
Hilano G-F 20.

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia:


Sobre a osteoartrose de joelhos:
A osteoartrose é uma doença causada pela degeneração (“desgaste”) das
cartilagens de revestimento articular, que se tornam afiladas e repletas de
falhas e erosões. Em casos mais graves, a cartilagem degenerada praticamente
desaparece em algumas áreas da articulação envolvida, ficando os ossos justa-
articulares praticamente em contato direto um com o outro. Tudo isso atrapalha
significativamente o funcionamento da articulação doente, cujos movimentos
acabam por se tornar limitados. Além de limitada funcionalmente, a
articulação artrósica pode gerar dor, cuja intensidade pode variar de dor leve
somente com a movimentação até dor intensa mesmo em repouso.
As partes do corpo mais frequentemente acometidas pela artrose são as
articulações da coluna e de mãos, joelhos e quadris.
Em relação à artrose de joelhos, os principais fatores de risco para o seu
surgimento são a idade avançada, obesidade e lesões traumáticas prévias.
Fatores genéticos e doenças inflamatórias crônicas também podem contribuir
para o surgimento dessa doença.
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Não há, até o momento, tratamentos medicamentosos curativos para a artrose de
joelhos. Em casos leves a moderados, deve-se instituir inicialmente medidas não
farmacológicas, tais como programa de reabilitação física visando
condicionamento físico aeróbico e fortalecimento de musculatura periarticular,
uso de órteses apropriadas (palmilhas e/ou bengalas) e orientações visando
perda de peso para pacientes com sobrepeso ou obesidade. Terapias
farmacológicas podem ser necessárias em associação ao tratamento não
medicamentoso. Elas baseiam-se no uso de analgésicos comuns (paracetamol),
anti-inflamatórios não esteroidais e/ou opioides fracos, que inicialmente devem
ser prescritos na forma de uso intermitente (somente se dor), porém em casos
mais avançados pode ser necessário o seu uso contínuo por períodos longos.
Infiltrações articulares com corticosteroides podem ser usadas esporadicamente
se houver sinais de inflamatórios exuberantes associados à artrose, porém seu
uso frequente deve ser evitado3. Formas graves e refratárias ao tratamento
conservador podem ser tratadas com cirurgia de substituição da articulação
lesada por prótese metálica (artroplastia).
Sobre o uso de infiltrações intra-articulares com ácido hialurônico no
tratamento da osteoartrose de joelhos:
O Synvic-One (Hilano G-F 20) é um ácido hialurônico que é aplicado no interior
de joelhos com osteoartrose visando a melhora sintomática. Em teoria, a
aplicação intra-articular de ácido hialurônico, conhecida como também
como viscosuplementação, poderia melhorar a sintomatologia da osteoartrose de
joelhos. No entanto, os estudos científicos sobre a eficácia dessa terapêutica
mostram resultados conflitantes e pouco conclusivos. Rutjes et al, em revisão
sistemática, concluíram que as infiltrações com ácido hialurônico no tratamento
da osteoartrose de joelhos são associadas a um benefício clínico considerado
pequeno e clinicamente irrelevante e a um aumento no risco de efeitos colaterais
sérios4. Jevsevar et al, também em revisão sistemática, não
encontraram benefícios da aplicação de ácido hialurônico intra-articular no
tratamento da osteoartrose de joelhos quando somente os estudos de melhor
qualidade metodológica foram incluídos na análise5.
Sobre as recomendações do Colégio Americano de Reumatologia acerca do
uso de infiltrações com ácido hialurônico (viscosuplementação) no
tratamento de pacientes com osteoartrose:
As diretrizes do Colégio Americano de
Reumatologia (American College of Rheumatology) para o tratamento da
osteoartrose publicadas no ano de 2019 recomendam não usar
as infiltrações intra-articulares com ácido hialurônico no tratamento da
osteoartrose de joelhos, alegando que as evidências científicas advindas de
estudos com baixo risco de vieses não mostraram benefícios significativos dessa
intervenção na terapêutica no tratamento da osteoartrose de joelhos6.
Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia:

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Reduzir a dor e as limitações funcionais em pacientes com osteoartrose de
joelhos.
Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante:
Não avaliado

Conclusão

Conclusão Justificada:
Não favorável

Conclusão:
Considerando que as evidências científicas de melhor qualidade apontam para a
ausência de benefícios da infiltração intra-articular com ácido hialurônico no
tratamento da osteoartrose de joelhos;
Considerando que os estudos científicos apontam para o aumento no risco de
efeitos colaterais sérios com o uso de ácido hialurônico intra-articular no
tratamento da osteoartrose de joelhos;
Considerando que as diretrizes da principal sociedade internacional de
reumatologia (American College of Rheumatology) publicadas em
2019 recomendam não realizar infiltrações intra-articulares com
ácido hialurônico no tratamento da osteoartrose de joelhos diante da ausência de
benefícios com essa intervenção apontada pelas melhores evidências científicas.
Este NATJUS manifesta-se como NÃO FAVORÁVEL à demanda.
Há evidências científicas?
Sim

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do


CFM?
Não

Referências bibliográficas:

1. ANVISA. Disponível em:


http://antigo.anvisa.gov.br/documents/374947/6048620/LISTA_CONFORMI
DADE_2020_10_v1.pdf/7b88a38f-1b2f-4768-b589-f62b4beb1762.
Acessado em 26/03/2021.

2. Consulta Remédios. Disponível


em: https://consultaremedios.com.br/synvisc-one/p.Acessado em:
26/03/2021.

3. Hochberg et al. American College of Rheumatology 2012


Recommendations for the Use of Nonpharmacologic and Pharmacologic

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Therapies in Osteoarthritis of the Hand, Hip, and Knee. Arthritis Care &
Research 2012; 465:474.

4. Rutjes et al.Viscosupplementation for osteoarthritis of the knee: a


systematic review and meta-analysis.Ann Intern Med. 2012
Aug;157(3):180-91.

5. Jevsevar et al. Viscosupplementation for Osteoarthritis of the Knee: A


Systematic Review of the Evidence.J Bone Joint Surg Am.
2015;97(24):2047.

6. Kolasinski et al. 2019 American College of Rheumatology/Arthritis


Foundation Guideline for the Management of Osteoarthritis of the Hand,
Hip, and Knee. Arthritis Care & Research. Vol. 72, No.2, February 2020, pp
149–162.

7. Mena et al. Urgência e Emergência: os conceitos frente às normas


administrativas e legais e suas implicações na clínica médica. Saúde, Ética
& Justiça. 2017;22(2):81-94.

NATS/NAT-Jus Responsável:
NATJUS/TJDFT.

Instituição Responsável:
TJDFT.

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria?


Não

Outras Informações:
Sem informações.

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