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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

ANÁLISE DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO EM PACIENTES AMPUTADOS


DE MEMBROS INFERIORES

ARTIGO DE REVISÃO

RIOS, Bruno Pereira 1

SOUZA, Bruna Cristina Ferreira De 2

ANDRADE, Sara Rosa De Sousa 3

MATOS, Marcelo Watanabe De 4

ANDRADE, Leandro Damas De 5

CASA, Nara Lígia Leão 6

BORGES, Luís Carlos de Castro 7

1
Técnico em Massoterapia (UNIP). Graduando em Fisioterapia (FESGO).
2
Graduanda em Fisioterapia (FESGO).
3
Doutorado em Ciências da Saúde. Mestrado em Ciências da Saúde. Especialização
em Especialização Multiprofissional em Saúde da Famil. Especialização em
Neurofuncional. Graduação em Fisioterapia.
4
Mestrado em Genética. Especialização em Fisioterapia Tráumato-
Ortopédica. Graduação em Fisioterapia.
5
Especialização em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória. Graduação em
Fisioterapia.
6
Fisioterapeuta (UDESC), Especialista em Fisioterapia traumatologica e ortopédica
(UCB), Mestre em Ciências da Saúde (UFG).
7
Orientador. Especialização em Pilates. Especialização em Especialização Em
Análise E Terapêutica Do Movimen Aperfeiçoamento em PNF (Kabat) ? Curso Básico

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RIOS, Bruno Pereira. Et al. Análise do equilíbrio estático em pacientes amputados


de membros inferiores. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
Ano 05, Ed. 08, Vol. 03, pp. 56-68. Agosto de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/equilibrio-estatico

RESUMO

Estima-se que a população mundial de amputados varia de 2,8 a 43,9 por 100 mil
habitantes/ano, já no Brasil a incidência é de 13,9 por 100 mil habitantes/ano. No total
dessas amputações, 80% ocorrem em adultos e cerca de 85% dessas pessoas são
amputações de membros inferiores. O indivíduo amputado de membro inferior
protetizado pode apresentar complicações na manutenção do equilíbrio estático, que
pode gerar quedas, e consequentemente fraturas. Portanto o objetivo desse estudo
foi descrever as alterações do equilíbrio estático nos níveis de amputação transtibial
e transfemoral e analisar os dispositivos e escalas utilizadas para avaliação do
equilíbrio dos amputados. Trata-se uma de revisão descritiva, qualitativa e
observacional da literatura através de uma busca nos bancos de dados eletrônicos,
os resultados indicam que diferentes atividades voltadas para a melhora do equilíbrio
apresentam benefícios ao paciente amputado dos membros inferiores. Com isso
conclui-se que, ao comparar os níveis de amputação Transfemoral com o Transtibial,
notou-se que pacientes com próteses transfemoral apresentaram menores índices de
equilíbrio do que aqueles com próteses transtibiais, foram analisados cada
dispositivos utilizados mostrando a eficiência e ineficiência para avaliação do equilíbrio
estático.

Palavras-chave: Equilíbrio estático, amputação, membros Inferiores.

1 e 2. Aperfeiçoamento em Reeducação Postural Global para Reintegração do se.


Graduação em Fisioterapia.

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INTRODUÇÃO

Há uma estimativa que a população mundial de amputados varia de 2,8 a 43,9 por
100 mil habitantes/ano, enquanto no Brasil a incidência é de 13,9 por 100 mil
habitantes/ano. No total dessas amputações, 80% ocorrem em indivíduos adultos e
cerca de 85% são amputações de membros inferiores (JESUS-SILVA et al, 2017).
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam que, no Brasil, no ano de 2009,
foram realizadas 17 mil amputações transfemoral e transtibial, gerando um custo
anual de R$ 18,2 milhões (AVELAR et al., 2012).

As causas de amputações de membros inferiores podem ser por múltiplos fatores,


especialmente por traumatismo, neoplasias, diabetes, infecções, patologia vascular
periférica, sendo que, cerca de 50% das amputações não traumáticas são por
diabetes (MACHADO et al., 2012). Conforme Sousa et al. (2019), na faixa etária entre
os 51 e 69 anos, 75% a 93% das amputações são por doenças cardiovasculares e
infecciosas. Monteiro et al, (2018), afirmam que as amputações traumáticas estão
entre 7% a 20%, e sua incidência é mais frequente em adolescentes e adultos jovens.

Segundo Carvalho (2003), a amputação é a retirada parcial ou total, geralmente por


um procedimento cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. Sendo um dos
métodos mais antigos na literatura e por muitos anos foi a única alternativa cirúrgica
existente. Ainda é um procedimento muito temido pelos pacientes, mas vem sendo
considerado, como um reinicio, uma forma de assegurar qualidade de vida ao
indivíduo. Desta forma, a amputação passou a ser considerada como uma cirurgia de
reconstrução (LUDWIG et al., 2014)

Baraúna et al., (2006) definem que a amputação transtibial é feita entre a articulação
tibiotársica e a do joelho, transformando esta amputação no mínimo duas vezes mais
comum que em outros níveis. Já a amputação transfemoral é toda amputação
realizada entre a articulação do joelho e quadril. Com isso, o indivíduo amputado de
membro inferior protetizado pode apresentar complicações na manutenção do
equilíbrio estático, o que é capaz de gerar quedas, e consequentemente fraturas
(GABRIEL et al., 2016).

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Rebelatto et al. (2008), afirmam que há uma ligação, entre a deficiência do equilíbrio
estático e a quantidade de quedas sofridas. Pois, quanto menor a capacidade do
amputado se manter em equilíbrio estático, maior será a possibilidade de sofrer uma
queda. Baraúna et al., (2006) apontam que a averiguação do equilíbrio estático seja
capaz de desenvolver um prognóstico e um traçado de prevenção e planejamentos
terapêuticos, prevenindo as complicações decorrentes ao desequilíbrio. Sendo assim,
diversos autores avaliam variações do equilíbrio estático por meio de dispositivos,
escalas e métodos.

Brugnera et al., (2018) investigou que entre as ferramentas utilizadas para calcular o
equilíbrio, estão as escalas funcionais e os equipamentos por sistemas, existindo
múltiplos mecanismos capazes de avaliá-los. Gazzola et al., (2006) e Christofolett et
al., (2006) utilizaram a escala de Berg para analisar o equilíbrio, essa escala é um
instrumento validado, composta de 14 tarefas com cinco itens cada e pontuação de 0-
4 para cada tarefa: 0 – onde o indivíduo é incapaz de realizar a tarefa e 4 – o indivíduo
realiza a tarefa independente. Já Baraúna et al., (2006) utilizou a Biofotogrametria
Computadorizada como equipamento quantitativo angular do desvio da linha de
equilíbrio, empregando o teste de Romberg. Lavanda (2016) afirma que o uso de
plataformas de força para reabilitação do equilíbrio é amplamente utilizado e
apresentado na literatura, pois a oscilação postural pode ser mensurada com base na
medição de Reação ao Solo (FRS) ou Força de Reação Vertical na Plataforma de
Força.

O Teste Clínico Modificado da Interação Sensorial no Equilíbrio (MCTSIB)


desenvolvido por Shumway-Cook e Horak (1986) é utilizado para avaliação das
alterações sensoriais. A baropodometria é um dispositivo que verifica o equilíbrio
corporal por meio da aferição da oscilação postural, o qual é caracterizada pela
transferência do centro de pressão, identificada por sensores e examinadas
nas circunstâncias sensitiva de cada indivíduo. Quanto menor o controle postural,
maior será oscilação do corpo (SHAFER et al., 2010).

Dessa forma, considera-se importante, uma análise da avaliação do equilíbrio através


destes dispositivos para avaliar alteração do equilíbrio estático em indivíduos

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amputados de membros inferiores transfemoral e transtibial, descrevendo as


alterações do equilíbrio nos diferentes níveis de amputação e analisar os dispositivos
e escalas utilizadas para avaliação do equilíbrio dos amputados.

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo trata-se uma de revisão descritiva, qualitativa e observacional da


literatura através de uma busca nos bancos de dados eletrônicos: Scientific Electronic
Library Online (SciELO) Medline, Lilacs, PubMed e Google acadêmico, os descritores
utilizados foram: Equilíbrio Estático, Amputação, Membros Inferiores, Static Balance,
Amputation, Lower Limbs. Destas pesquisas foram identificados 83 artigos, e
selecionados 30 artigos, datados de 2005 a 2019.

Como critérios de inclusão podem ser citados: Artigos dos últimos 14 anos, nas
línguas portuguesa e inglesas que correspondessem à temática proposta, e artigos
que fizeram a pesquisa através de outro dispositivo. Os trabalhos excluídos foram:
Artigos duplicados e que não estivessem liberados na íntegra, e não atendesse o
objetivo proposto.

Após esta pesquisa deploratória 17 artigos foram encontrados. Foi realizada a leitura
na íntegra destes trabalhos e mediante os critérios de inclusão e exclusão 06 artigos
fizeram parte desde estudo. Posteriormente realizou-se uma análise crítica para
interpretação dos resultados, visando responder à pergunta norteadora da pesquisa e
sintetizar no presente estudo o fechamento desde revisão descritiva.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Com base nos artigos levantados e na tabela abaixo citada, foram selecionados 06
artigos, no qual correspondiam quanto ao método e objetivo do estudo, referente as
alterações do equilíbrio estático, nos níveis de amputações transtibiais e
transfemorais, e análise de dispositivos e escalas que são utilizadas para a avaliação
do equilíbrio.

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Tabela 1

AUTOR OBJETIVOS/MÉTODOS IDADE / TIPOS DE RESULTADOS


/ANO E DISPOSITIVOS DE GÊNERO AMPUTAÇÃO
AVALIAÇÃO
Marcos Avaliar os resultados do 67 anos, Amputado Ocorreu
William Isostretching no sexo transfemoral. aumento na
Longato. equilíbrio de um masculino. pontuação da
Et al. indivíduo amputado. escala de
(2011) Amostra composta de 1 equilíbrio pós-
indivíduo. Sendo aplicação do
realizada a avaliação do programa de
equilíbrio, pré e pós- exercícios
aplicação de um propostos,
programa de exercícios porém, o
baseado no método equilíbrio
isostretching, por meio estático e
da escala de Berg. dinâmico do
paciente
permaneceu
prejudicado.
Baraúna Certificar as alterações 18 a 65 Amputados Ao comparar os
et. Al do corpo em equilíbrio anos, sexo transtibial e amputados
(2006) estático, por meia da masculino. transfemoral, transtibiais
Biofotogrametria traumáticas.
junto os
Computadorizada como
amputados
ferramenta para calcular
transfemorais,
o angular do desvio da
encontrou uma
linha de equilíbrio,
grande
submetendo ao teste de
diferenças nas
Romberg ajustado.
medidas de

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Foram analisados 33 oscilações à


pacientes. Divididos em esquerda e
3 grupos: período de uso
da prótese. Os
Grupo A: 12 indivíduos
amputados
amputados transfemoral.
transtibiais
comparados
Grupo B: 9 indivíduos
com o grupo
amputados transtibiais
controle tiveram
Grupo C: 12 indivíduos diferenças
sem amputação. significantes nas
medidas de
grande
instabilidade à
esquerda.
Marcelle Verificar a influência do Sexo Amputação Os valores de
de Paula nível de amputação no masculino transtibial e área de
Ribeiro equilíbrio estático de de 49 a 51 transfemoral. oscilação do
(2013) indivíduos com anos. centro de
amputação traumática pressão corporal
através do (PCO)
baropodômetro mostraram-se
eletrônico (IST maiores após
Informatique®). A amputação
amostra foi composta transfemoral em
por 12 indivíduos. comparação a
Sendo: 06 amputações amputação
transtibial e 06 transtibial.
transfemoral.

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Jéssica Avaliar a influência do 35 anos, Amputação O treinamento


Silva Dias treinamento sexo Transfemoral. proprioceptivo foi
et al. proprioceptivo sobre o masculino. efetivo na
(2018) equilíbrio estático e promoção do
dinâmico de um controle postural
indivíduo com no indivíduo
amputação transfemoral. amputado
Foram utilizados dois unilateral
instrumentos para transfemoral
avaliação do equilíbrio usuário de
estático e dinâmico: prótese
Escala de equilíbrio de endoesquelética,
Berg (EBB) e Teste interferindo
Timed Get Up and Go diretamente na
(TUG). E uma proposta evolução do
de intervenção equilíbrio
fisioterapêutica durante estático e
3X por semana, divididos dinâmico,
em 4 fases minimizando o
risco de cair,
prevenindo
quedas e
favorecendo a
independência
motora e
funcional nas
atividades
diárias.
Claudia Avaliação de estudo de Indivíduos Amputações A plataforma de
Sofia déficits de equilíbrio e da adultos Transtibias e força mostrou
Martin marcha em indivíduos entre 20 e Transfemorais. ser uma

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Almeida amputados de membro 70 anos de ferramenta de


(2012) inferior. Através da ambos os medição eficaz,
plataforma de força, que sexos. fornecendo
permite avaliar e dados
alcançar em indivíduos importantes
amputados sobre a marcha
transfemorais e e equilíbrio de
transtibias, na marcha e amputados de
no equilíbrio de modo a membro inferior.
melhor compreender, as
suas alterações na
tentativa de alcançar
melhor estratégia de
reabilitação.
Helmorany Investigar o controle Amputados Não Durante o teste
Nunes De postural estático e de 26 e 41 amputados e de superfície
Araújo dinâmico em jogadores anos. Não amputados estável e instável
et.al de vôlei sentados com amputados transfemorais. com olhos
(2019) amputação transfemoral 22 e 38 abertos e olhos
unilateral e comparar anos, sexo fechados
com indivíduos não masculino (mCTSIB), o
amputados. grupo amputado
apresentou
Foram avaliados 16
velocidade de
indivíduos do sexo
oscilação
masculino, sendo: 08
aumentada do
não amputados e 08
centro de
Amputados
gravidade, em
transfemorais
comparação ao
unilaterais. Foi utilizado
grupo de
para avaliação o Balance
controle. A
Master System (BMS) da

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Neurocom International Balance Master


INC, Clackamas, System (BMS)
acompanhado da versão forneceu as
8.2 do software de forças verticais
operação, que fornece detectadas na
avaliação e treinamento plataforma nas
de habilidades que direções ântero-
envolvem o equilíbrio, posterior e
fazendo uso do medial-lateral,
biofeedback visual e do bem como as
Teste Clínico Modificado direções
da Interação Sensorial combinadas.
no Equilíbrio (MCTSIB).]

Fonte: Autores.

Neste estudo foi possível analisar diferentes métodos para avaliar as alterações do
equilíbrio estático em pacientes amputados de membros inferiores. Dias et al. (2018)
relataram os efeitos do uso de treinamento proprioceptivo na melhora do equilíbrio
estático e dinâmico de um paciente com amputação transfemoral. A avaliação do
equilíbrio foi realizada por meio do uso da escala de equilíbrio de Berg (EEB) e do
teste timed get up and go (TUG), que se refere ao tempo que o indivíduo leva para
levantar e caminhar. A escala de Berg utiliza 14 tarefas, com pontuação de 0 a 4, com
total de 56 pontos, que é a pontuação final máxima. Os scores de 0 a 20 representam
indivíduos que necessitam de uma cadeira de rodas para locomoção, scores de 21 a
40 indicam indivíduos que recorrem à auxílio para locomoção, e scores de 41 a 56
correspondem a indivíduos que demonstra marcha independente. Para realizar o teste
TUG, o paciente precisa levantar-se de uma cadeira, andar por uma linha reta, virar e
retornar para a cadeira. Ao retornar, ele volta a sentar na cadeira. O tempo de
realização da tarefa é cronometrado.

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O paciente participou de 11 sessões e foi realizada uma avaliação pré e pós-treino. A


comparação entre o pré-treino da primeira e da 11ª sessão indicou uma melhora
significativa no tempo do teste TUG, em torno de 23,8% no tempo de execução.
Também foi identificada melhora no equilíbrio, em todas as suas variáveis, indicando
que o treinamento proprioceptivo é eficaz na melhora do equilíbrio estático e dinâmico
de pacientes com amputação transfemoral (DIAS et al., 2018).

Baraúna et al. (2006) avaliaram as mudanças ocorridas no equilíbrio estático entre


indivíduos amputados e não amputados dos membros inferiores. Para tanto, foi
realizado o teste de Romberg. Para tanto o teste de Romberg, que consiste em um
exame que verifica mudanças no equilíbrio estático relacionado a coluna dorsal. Para
realização do exame, o paciente deve ficar de pé, com os braços esticadas junto ao
corpo e os olhos fechados durante um minuto. Participaram 33 sujeitos do sexo
masculino, que foram divididos em grupo de pacientes usuários de prótese
transfemoral, pacientes com prótese transtibial e pacientes não amputados. O grupo
usuário de prótese transfemoral teve melhora nas oscilações anteriores e o grupo
usuário de prótese transtibial teve melhora nas oscilações para o lado esquerdo. Os
resultados indicaram que as atividades de fisioterapia em ambos os grupos devem ser
realizadas focando na melhora do equilíbrio em relação a posição contralateral a
prótese, tendo em vista que é essa a direção para a qual existem maiores índices de
oscilação. Essa oscilação acentuada para o referido lado pode estar relacionada, ao
fato de o lado não amputado ser aquele com maior massa, possibilitando maior
estabilidade.

Ribeiro (2013) investigou os efeitos da amputação no equilíbrio estático de um grupo


de 12 indivíduos amputados nos membros inferiores, entre os quais 6 utilizavam
prótese transtibial e 6 a prótese transfemoral. Para avaliação do equilíbrio foi usado
um baropodômetro, que consiste em uma placa barosensível com diferentes
tamanhos, sobre a qual o indivíduo permanecesse de pé com os pés em posição
funcional para que seja analisada a oscilação. Ribeiro (2013) verificou que pacientes
com prótese transfemoral foram aqueles que tiveram maiores níveis de oscilação

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durante o teste, indicando que o nível de amputação interfere no equilíbrio estático,


sendo a oscilação maior entre indivíduos com amputação transfemoral.

Longato e cols. (2011) avaliaram os efeitos do uso de isostretching na melhoria do


equilíbrio em um indivíduo com amputação dos membros inferiores. Trata-se de um
método por meio do qual são realizadas posturas de alongamento concomitante a
uma expiração prolongada e contrações na musculatura vertebral. O estudo foi
realizado por meio do acompanhamento de um indivíduo idoso submetido ao
isostretching. Foram realizadas oito sessões, durante cinco semanas consecutivas,
em um programa que incluiu seis posturas distintas. Ao final do tratamento, verificou-
se um aumento na escala de equilíbrio, mas sem resultados significativos nos
equilíbrios estático e dinâmico. Os autores acreditam que não é possível, com isso,
associar o isostretching a uma melhora significativa no equilíbrio, sendo necessários
estudos longitudinais focados nos efeitos do uso de isostretching na melhora do
equilíbrio de pacientes amputados dos membros inferiores para obter evidências mais
assertivas.

Almeida (2012) realizou uma pesquisa bibliográfica com a intenção de verificar os


efeitos do uso da plataforma de força na melhora do equilíbrio entre indivíduos com
amputação dos membros inferiores, por meio de uma revisão sistemática de literatura
que incluiu artigos publicados entre os anos de 1996 e 2011. Os resultados indicaram
que a plataforma de força oferece benefícios a melhora do equilíbrio dos referidos
pacientes.

Araújo (2014) analisou o equilíbrio estático e dinâmico de amputados transfemorais


jogadores de vôlei em posição sentado em relação com indivíduos não amputados,
por meio da plataforma Balance Master System (BMS), que oferece avaliação e
capacitação de habilidades que circunda o equilíbrio, criando uso do biofeedback
visual, e do Teste Clínico Modificado da Interação Sensorial no Equilíbrio (MCTSIB),
que é utilizado para averiguação das alterações sensoriais, esse teste e utilizado para
calcula a velocidade da oscilação postural com o paciente em posição ortostática em
apoio duplo, em momentos com olhos abertos e em outros com os olhos fechados,
sob áreas estáveis e instáveis, durante 3 tentativas de 10 segundos. Com o indivíduo

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de: olhos abertos em área estável, olhos fechados em área estável, olhos abertos em
área instável (espuma) e com olhos fechados em área instável (espuma). De acordo
com os resultados durante o teste estáticos , mostrou que os amputados tiveram
menor desempenho quando comparado ao grupo de controle. Logo verificou-se que
as maiores alterações do centro de gravidade, no momento dos testes de equilíbrio
estático ocorreu no grupo de amputados, o que a firma os resultados de Baraúna et
al (2006) que por meio da biofotogrametria computadorizada, verificou que os
pacientes com amputações transfemorais e transtibiais tiveram significativa oscilação
anterior, embora relacionados ao grupo controle saudável. Os diversos tipos de
prótese utilizadas pelos amputados podem impactar diferentemente a atividade dos
indivíduos amputados. Sendo assim, outros estudos são de grande importância para
aumentar o conhecimento das adaptações do equilíbrio estático em atletas amputados
com a prática do vôlei sentado, determinando assim as medidas de
treinamento adequados e uma melhor reabilitação para esses atletas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio dos resultados encontrados nos requisitos avaliados, pode-se indicar que
diferentes atividades voltadas para a melhora do equilíbrio apresentam benefícios ao
paciente amputado dos membros inferiores. Ao comparar os níveis de amputação
Transfemoral com o Transtibial, notou-se que pacientes com próteses transfemoral
apresentaram menores índices de equilíbrio do que aqueles com próteses transtibiais.

Também foram encontradas diferenças entre o tempo de uso da prótese, indicando


que quanto maior o tempo que o indivíduo permanecesse com a prótese, maior o
equilíbrio. Não foram encontrados estudos comparativos ou longitudinais capazes de
indicar a eficácia de tais métodos em longo prazo ou a comparação entre a eficiência
de diferentes tipos de atividades.

A necessidade de perceber alterações do equilíbrio estático em pacientes amputados


membros inferiores, exige técnicas e métodos para avaliar este equilíbrio, com
objetivo de alcançar uma avaliação, para um melhor tratamento fisioterapêutico e
melhor funcionalidade de vida diária destes pacientes.

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A pesquisa a respeito de atividades físicas no âmbito da fisioterapia focadas na


melhora do equilíbrio de pacientes amputados dos membros inferiores ainda é
incipiente, sendo necessária a ampliação do número de estudos para que possam ser
construídas evidências capazes de subsidiar protocolos de tratamento focados na
melhora do equilíbrio desses pacientes.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Claudia Sofia Martins; CABRAL, Maria Armanda. Utilização da


Plataforma de Força em Fisioterapia na amputação de membro inferior (2012)
- Disponível em:< https://docplayer.com.br/8288324-Utilizacao-da-plataforma-de-
forca-em-fisioterapia-na-amputacao-do-membro-inferior.html > Acesso em: 25 Maio
2020

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<https://www.scielo.br/pdf/rbme/v25n1/1806-9940-rbme-25-01-0058.pdf >- Acesso:
10.Maio.2020

AVELAR, Ivan Silveira et al. Alterações metodológicas para análise da


inicialização da marcha em amputados transtibial. Revista Sociedade Brasileira
para o progresso da ciência (SBPC) 2010 . Disponível em:
<http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/mestrado/trabalhos-
mestrado/mestrado-ivan-silveira.pdf > Acesso em: 16 Fev. 2020

BARAÚNA Ma; Duarte F; Sanchez Hm; Canto RST; Malusá S; Campelo-Silva CD;
Ventura-Silva RA. Avaliação do equilíbrio estático em indivíduos amputados de
membros inferiores através da biofotogrametria computadorizada. Rev. bras.
Fisioter. Vol.10 no.1 São Carlos 2006 - Disponivel em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
35552006000100011>. Acesso em: 13 Nov 2019.

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como instrumento de avaliação do equilíbrio – 2018 . Revista Destaques
Acadêmicos. 10. 10.22410/issn.2176-3070.v10i3a2018.1913. Disponivel em :
<https://www.researchgate.net/publication/328817719_A_UTILIZACAO_DA_BAROP
ODOMETRIA_COMO_INSTRUMENTO_DE_AVALIACAO_DO_EQUILIBRIO >
Acesso em: 10. Jun. 2020

CARVALHO JA. Amputações de membros inferiores: em busca da plena reabilitação.


2 ed. Barueri, SP: Manole Ltda.; 2003.

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Enviado: Julho, 2020.

Aprovado: Agosto, 2020.

RC: 57210
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/equilibrio-estatico

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