Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação da Disciplina
License-217166-4443-0-0
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 2
License-217166-4444-0-0
Semana 2 Ciências do Ambiente
1
1 Introdução à ecologia
License-217166-4446-0-7
Desse modo, superamos a ideia de humano como um ser
externo à natureza, adquirindo a concepção de um ser capaz
de modificar o ambiente e transformá-lo de acordo com suas
necessidades. Lembre-se sempre de que tais transformações
geram impactos que refletem direta e indiretamente no
funcionamento da natureza.
Entenda que juntamente com a criação dessa ciência,
vários termos foram cunhados e são utilizados para organizar
os estudos dentro da área. Nas próximas páginas, abordaremos
alguns desses termos e conceitos que embasam a Ecologia.
Temos então que a Ecologia é a ciência que estuda o
funcionamento da natureza como um todo, certo? É muito
comum haver confusão de significado entre os termos
habitat e nicho ecológico, por exemplo. Muitas pessoas os
utilizam como sinônimos, no entanto saiba que eles não o são.
Talvez esta confusão seja explicada pelo fato de utilizarmos
cotidianamente o termo nicho como um espaço para colocar
algum objeto, ou seja, um “lugar”. Em Ecologia, entretanto,
este termo tem um significado muito diferente. O termo que
melhor expressa “lugar” é habitat, que significa “o lugar onde
um ser vivo é encontrado, ou seja, o lugar onde ele vive”
(ODUM, 2012).
Já o conceito de nicho ecológico é mais amplo, ele está
relacionado com o papel funcional que o ser vivo desempenha no
ambiente (por exemplo: tipo de alimento, sua posição trófica,
como se reproduzem, espaço que ocupam em um ambiente,
período de atividade e outras condições que interferem em
sua existência). Como podemos observar, portanto, nicho
ecológico e habitat são termos bem diferentes. Daremos um
exemplo prático. Acompanhe!
License-217166-4446-0-7
O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e a onça-parda
(Puma concolor) são exemplos de mamíferos que habitam
o Cerrado brasileiro. O lobo-guará é um ser onívoro que se
alimenta de, principalmente, roedores, pequenos répteis, aves
e frutas, já a onça-parda é carnívora, podendo se alimentar de
animais de grande porte como veados.
No caso anterior, podemos concluir que o habitat dos dois
mamíferos citados é o Cerrado, ou seja, eles vivem o mesmo
local. Já quando falamos de seu hábito alimentar, estamos
falando de seu nicho ecológico, que neste caso são diferentes:
um é onívoro e outro é carnívoro.
Qual a importância de ter o conhecimento sobre o habitat
e o nicho ecológico dos seres vivos? Muitas espécies podem
ser extintas quando ocorre a destruição de seu habitat. Alguns
indivíduos morrem por serem adaptados apenas a um determinado
tipo de ambiente, como, por exemplo, o mico-leão-dourado que
é endêmico da Mata Atlântica, ou seja, só é encontrado neste
ambiente. Outros indivíduos, quando se deslocam para outros
ambientes, acabam morrendo devido à sobreposição de nicho
ecológico ao competirem com as espécies nativas pelos mesmos
recursos naturais ou podem levar as espécies nativas à extinção,
ao se adaptarem ao novo ambiente.
É por isso que, quando ocorre um empreendimento que
demanda o desmatamento de um ambiente natural, há uma
grande preocupação em saber quais são os seres vivos que
serão afetados por essa transformação artificial.
License-217166-4446-0-7
1.1.2 Fatores bióticos e abióticos do ambiente
Consumidor
secundário (onça)
Precipitação
Decompositores
Consumidor
terciário (jacaré) Produtor (fitoplâncton)
Consumidor
secundário (peixe) Consumidor
primário (zooplâncton)
License-217166-4446-0-7
É importante entendermos a interdependência dos seres
vivos entre si e desses com o ambiente, pois qualquer alteração
na população de indivíduos que compõem determinado meio ou
modificações em fatores abióticos que mantém o equilíbrio
ambiental pode afetar toda a dinâmica de sobrevivência desses
indivíduos.
License-217166-4446-0-7
▪▪Espécie
Em geral, a definição mais utilizada para o termo espécie
é o seu conceito biológico, que define espécie como um
conjunto de indivíduos semelhantes ou não, que se cruzam ou
tem potencial para cruzar e produzem descendentes férteis.
A semelhança não é fator que caracteriza uma espécie, pois
existem indivíduos da mesma espécie que são fisicamente
diferentes, como algumas espécies de aves em que machos
e fêmeas são de colorações diferentes. No entanto, existem
indivíduos de espécies diferentes que são semelhantes, como é
o caso da égua e do jumento, os quais até conseguem realizar
o cruzamento, embora sua prole (mula ou burro) seja estéril.
▪▪População
O termo população está associado ao conjunto de indivíduos
da mesma espécie que vivem em uma determinada região.
Esses indivíduos se relacionam entre si e estão sob as mesmas
pressões ambientais. Dessa forma, cada população apresenta
características e propriedades inerentes ao grupo, como a
densidade populacional, a taxa de natalidade e mortalidade e
as relações intraespecíficas benéficas (exemplo: sociedade =
divisão de trabalho) ou não (exemplo: competição). Podemos
citar como exemplo de população o conjunto de jacarés-de-
papo-amarelo (Caiman latirostris) que vive no Pantanal.
▪▪Comunidade
A comunidade corresponde às diferentes populações que
coexistem em uma determinada região. Em outras palavras,
trata-se do conjunto de todos os seres vivos existentes em
uma localidade.
Esses seres vivos estabelecem entre si, direta ou
indiretamente, uma interdependência para a manutenção do
equilíbrio ecológico do ambiente local. Essas interações dão
origem ao que chamamos de cadeias alimentares e as grandes
teias alimentares existentes no ambiente, que nada mais são
do que a interdependência alimentar entre todos os seres
vivos que compõem um ambiente.
▪▪Ecossistema
O ecossistema é o conjunto dos fatores bióticos e fatores
abióticos de uma determinada localidade. Este nível hierárquico
é a unidade funcional básica na Ecologia, pois inclui tanto
License-217166-4446-0-7
os seres vivos quanto os fatores não vivos do ambiente.
Como vimos anteriormente, quando Haeckel (1866) propôs o
termo Ecologia partiu do pressuposto de que o conhecimento
biológico nunca é completo quando o organismo é estudado
isoladamente. É neste nível de organização que ocorrem as
complexas relações dos seres vivos entre si e com a natureza.
▪▪Biosfera
A biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas do
planeta Terra, ou seja, é a região do planeta onde podemos
encontrar a vida e todas as relações que mantém a dinâmica
das populações em equilíbrio na natureza.
License-217166-4446-0-7
Os níveis hierárquicos que organizam os seres
vivos e o ambiente que os cerca têm como objetivo
facilitar o estudo das relações dos seres vivos
entre si e com os fatores não vivos do ambiente.
License-217166-4446-0-7
Semana 2 Ciências do Ambiente
2
1.2 Ecossistemas e biomas brasileiros
License-217166-4448-0-6
A Lei da gravidade auxilia no ecossistema
License-217166-4448-0-6
Outros indivíduos dessa relação são os seres
consumidores (heterótrofos), que dependem de outros
seres para obter sua nutrição orgânica e, consequentemente,
da energia para sobreviverem (exemplo: animais). Para
fechar essa relação temos os seres decompositores (também
heterótrofos) que são responsáveis pela ciclagem da matéria
orgânica no ambiente (exemplo: bactérias e fungos). Em
outras palavras, eles decompõem os organismos mortos, ou
parte deles, devolvendo ao ambiente os nutrientes inorgânicos
que serão aproveitados novamente pelos produtores.
Energia
Nutrientes químicos solar
(dióxido de
Calor
carbono, oxigênio
nitrogênio, minerais)
Calor Calor
Decompositores
Produtos
(bactérias,
(plantas)
fungos)
Consumidores
(comedores de
Calor plantas e de Calor
animais)
License-217166-4448-0-6
A relação de interdependência alimentar
entre os seres vivos evidencia a ciclagem da
matéria e o fluxo de energia no ambiente.
▪▪Biomas brasileiros
A definição de bioma também está relacionada aos fatores
bióticos e abióticos de um determinado espaço geográfico,
no entanto, diferente do ecossistema, levamos em conta as
características peculiares do local e sua abrangência. Nesse
sentido, cada bioma tem por características a uniformidade de
um macroclima ou clima regional definido, de uma determinada
formação vegetal, de uma fauna e outros organismos vivos
associados, e de outras condições ambientais (como a
altitude, o solo, alagamentos, o fogo, a salinidade etc.) que
lhe conferem uma característica própria. Considere que por
macroclima devemos entender o clima médio ocorrente em
um território relativamente vasto (KOETZEL, 2000).
Existem diferentes classificações de biomas brasileiros,
além de divergências entre os cientistas sobre o que seria
considerado bioma ou não dentro dessas classificações. Neste
tópico, tomaremos como base a classificação apresentada pelo
Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2016), que segmenta
os biomas brasileiros em seis: Amazônia, Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
▪▪Amazônia
A Amazônia é o maior bioma do Brasil, abrangendo nove
estados do país (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima,
Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins). O clima
característico é quente e úmido com temperatura média de
25°C e chuvas bem distribuídas durante o ano.
License-217166-4448-0-6
A vegetação é caracterizada pela floresta densa e
fechada, com árvores altas e bem próximas uma das outras.
Suas folhas são largas e grandes, adaptadas ao clima quente
e úmido. Este bioma também é caracterizado pela grande
biodiversidade e por abrigar a maior bacia hidrográfica do
mundo, a bacia Amazônica.
▪▪Caatinga
A Caatinga abrange 11% do território nacional. Engloba
os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas
Gerais. Há certo preconceito quando se fala deste bioma, devido
à falta de informação que leva muitas pessoas a pensar que
ele é pobre em biodiversidade. Embora o clima seja semiárido,
isto é, temperaturas elevadas com longos períodos de secas,
este bioma abriga uma grande biodiversidade. A vegetação
predominante possui adaptações contra perda de água, como
presença de espinhos nas cactáceas e reserva de água, como
ocorre no juazeiro. Além disso, neste bioma existem diversas
espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos.
▪▪Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, abrange os
estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São
Paulo e Distrito Federal, além de pequenas partes no Amapá,
Roraima e Amazonas. Este bioma é considerado como um
dos hotspots mundiais de biodiversidade, a abrigando várias
espécies endêmicas. Além disso, no Cerrado encontram-se as
nascentes das três maiores bacias da América do Sul a bacia
Amazônica, a do São Francisco e a do Prata.
No Cerrado predominam formações da savana
caracterizadas por arbustos e árvores em densidades variáveis,
com adaptações ao fogo e seca, com galhos retorcidos, folhas
ásperas, casca do tronco grossa e com raízes profundas.
No entanto, existem várias outras fisionomias, indo desde
cerradão arbóreo, com árvores de grande porte a campos
limpos, caracterizados por gramíneas e arbustos. O clima
característico é o tropical quente subúmido, com uma estação
seca no inverno e uma chuvosa no verão, e temperatura média
é em torno de 25°C.
Saiba que o Cerrado é o segundo bioma que mais sofreu
alterações com a ocupação humana, sendo o mais impactado a
Mata Atlântica. Nas últimas décadas, a expansão agrícola sem
planejamento continua causando sérios problemas a este bioma.
License-217166-4448-0-6
▪▪Mata Atlântica
A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações
florestais. Como foi dito anteriormente, este bioma foi o
mais impactado pela ação antrópica desde a colonização do
país. Atualmente, apenas 7% de sua cobertura original estão
conservados em fragmentos maiores localizados entre o Rio
Grande do Norte até a Região Sul, nas encostas das serras e
planícies litorâneas.
O clima característico é o tropical úmido com grande taxa
pluviométrica anual.
A vegetação é composta por uma floresta ombrófila
densa, formada por árvores altas e adaptadas ao um clima
quente e úmido. Embora tenha sofrido uma grande redução, a
Mata atlântica ainda é considerada um dos biomas mais ricos
em biodiversidade do mundo e habitat de várias espécies
endêmicas.
▪▪Pampa
O Pampa está localizado no Rio Grande do Sul. O clima
característico deste bioma é o subtropical, com as quatro
estações do ano bem definidas. A vegetação é composta
principalmente por gramíneas e arbustos. Existe uma
expressiva diversidade de animais, destacando algumas
espécies de aves como o jacu, o macuco e a jacutinga.
License-217166-4448-0-6
A expansão das monoculturas e introdução de espécies
exóticas vem trazendo sérios problemas para o bioma,
descaracterizando as paisagens e comprometendo a
biodiversidade.
▪▪Pantanal
O Pantanal abrange os Estados do Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, é caracterizado por uma vasta planície inundada
e apresenta um clima predominante tropical continental com
altas temperaturas. O período de chuvas se concentra no
verão e o inverno é seco.
A característica da vegetação do Pantanal é mista, sendo
as mais comuns a formação de Savana Estépica ou vegetação
de Chaco, caracterizada por vegetação arbustiva caducifólia,
com pequenas folhas e espinescente, geralmente associada
a solos salinos; formações pioneiras e áreas de ecótones, ou
seja, transição com outros biomas (Amazônia, Cerrado e Mata
Atlântica) (SILVA, et.al., 2000).
Embora seja o menor bioma em extensão territorial, o
Pantanal abriga várias espécies de animais (exemplo: jacaré-
do-papo-amarelo, onça pintada, tuiuiú) e vegetais.
O principal impacto causado pela ação antrópica na região
é a utilização de grandes áreas para a criação de gados em
pastos plantados e a monocultura de soja.
License-217166-4448-0-6
Semana 2 Ciências do Ambiente
3
1.3 Atividade humana e extinção de
espécies
License-217166-4449-0-4
Será que os seres humanos contribuem para acelerar
esse processo? Você já parou para pensar em como eram
as cidades antes de serem ocupadas pelos seres humanos?
O que tinha no lugar dos prédios, casas, asfaltos e outras
construções humanos? Feche os olhos e tente visualizar tudo
como paisagem natural.
▪▪ A poluição (as atividades humanas estão poluindo cada vez mais as águas,
solo e ar).
License-217166-4449-0-4
O avanço na construção de empreendimentos e a extinção das espécies
License-217166-4449-0-4
Neste sentido, é importante termos a consciência de que
algumas atividades humanas podem causar sérios problemas
para o ambiente, buscando criar mecanismos que amenizem
esses impactos e diminuam nossa pegada ecológica. Só assim
será possível vivermos em uma sociedade sustentável.
License-217166-4449-0-4
Referências
License-217166-4449-0-4
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 3
License-217166-4602-0-0
Semana 3 Ciências do Ambiente
1
Ciclos Biogeoquímicos
License-217166-4601-0-4
Símbolos dos elementos químicos existentes
License-217166-4601-0-4
2.1.1 Elementos químicos essenciais aos seres vivos
License-217166-4601-0-4
Os nutrientes são substâncias essenciais
para manter os organismos vivos. Eles podem ser
classificados em macronutrientes – quando os
organismos necessitam em grande quantidade
(proteínas, lipídios e carboidratos) e micronutrientes
– quando os organismos precisam em pequenas
quantidades (vitaminas e sais minerais).
License-217166-4601-0-4
Permuta cíclica dos elementos químicos entre os seres vivos e o ambiente
License-217166-4601-0-4
Semana 3 Ciências do Ambiente
License-217166-4603-0-6
A molécula de água é formada por dois átomos de
hidrogênio (H) e um átomo de oxigênio (O) e sua fórmula
molecular é expressa por H2O. Uma das hipóteses mais aceitas
é que a água que temos, hoje, no planeta tenha vindo do
espaço, há milhões de anos, com os cometas que atingiam
nossa superfície. Desde então, a quantidade de água não se
altera, ela simplesmente vai permutando de forma cíclica nos
diferentes ecossistemas.
Na natureza, a água pode ser encontrada nos estados
sólido (gelo, geleiras, neve), líquido (rios, mares, aquíferos)
e gasoso (nuvens, atmosfera). A maior parte da água se
encontra nos oceanos (97%), ou seja, é água salgada. Dos 3%
de água doce, a maior parte se encontra nas geleiras, calotas
polares ou nos picos das montanhas (68,9%). O restante está
no subsolo (29,9%), na umidade do ar e em solos pantanosos
(0,9%) e a minoria está presente em rios e lagos (0,3%).
O ciclo da água é garantido pelo fenômeno de
evapotranspiração, que ocorre a partir da energia térmica do Sol
e aumenta o nível de agitação das moléculas de água no sistema.
A água dos oceanos, dos rios, dos lagos, da camada
superficial dos solos e dos seres vivos evapora por ação da
energia térmica do Sol. O vapor sobe para a atmosfera, compondo
a umidade do ar e/ou formam as nuvens que, em condições
adequadas, condensam-se e precipitam-se em forma de chuva,
neve ou granizo, dependendo da temperatura de condensação.
Condensação
Precipitação
Evaporação
Transpiração
Percolação
Lençol freático
Ciclo da água
License-217166-4603-0-6
A água da chuva penetra no solo, abastecendo o lençol
freático, e outra parte escorre pela superfície até os cursos de
água, como rios, lagos e oceanos. A porção de água que se
infiltrou no solo permite o suprimento contínuo e lento dos rios.
Essa água na superfície é consumida pelos seres vivos e regressa
novamente à atmosfera pelo processo de evapotranspiração,
formando novas nuvens e dando continuidade ao ciclo.
Como acabamos de ver, a água está sempre permutando
no ambiente e não diminui seu volume total. Então, por que
dizemos que a água vai acabar? Por que os rios secam?
É preciso entender que a água do planeta nunca vai
acabar. O que acontece é que a quantidade de água disponível
para o consumo humano, a água doce superficial, é muito
pequena. Além disso, com a poluição e o desperdício, essa
água vai ficando cada vez mais escassa. A água retirada dos
rios para o consumo humano não vai voltar, necessariamente,
para o mesmo rio, pois, como vimos, essa água vai sofrer
o processo de evaporação e virar nuvens. Essas nuvens não
ficam paradas na atmosfera, elas se movimentam de acordo
com os ventos. Dessa forma, a água que evaporou de um
lugar pode se precipitar em outro local. Por exemplo, a água
evaporada de uma cidade no estado de São Paulo pode ser a
chuva em uma cidade de Minas Gerais ou no oceano. Por isso,
os rios podem baixar seu volume, podendo até mesmo secar,
em tempos nos quais ocorrem poucas chuvas em uma região.
License-217166-4603-0-6
2.2.2 Ciclo do carbono
License-217166-4603-0-6
Outro processo que devolve o carbono para a atmosfera é
o processo de respiração celular. Todos os seres que necessitam
de O2 para obter energia (seres aeróbios) realizam um processo
bioquímico chamado respiração celular. Nesse processo, ocorre
a quebra de compostos orgânicos como a glicose, juntamente
com a participação de gás oxigênio, liberando energia para o
funcionamento do organismo e o CO2 que irá para a atmosfera.
A combustão de material orgânico (combustíveis fósseis
e fragmentos orgânicos) também libera monóxido de carbono
(CO) e CO2 para a atmosfera.
O gás carbônico também pode se dissolver nas águas dos
ambientes aquáticos, onde serão utilizados na fotossíntese
dos produtores desses ecossistemas.
Queima de combustíveis
CO2 na atmosfera fósseis e fragmentos orgâmicos
metano (CH4) e
monóxido de carbano (CO)
Respiração Fotossíntese
e decomposição
Carvão mineral
Tempo
Sedimento calcário
Ciclo do carbono
Fonte: BRAGA et al, 2005.
License-217166-4603-0-6
2.2.3 Ciclo do nitrogênio
License-217166-4603-0-6
Esses dois compostos nitrogenados podem voltar a
virar nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-) pela ação de bactérias
quimiossintetizantes (nitrossomas), que vivem no solo, e
voltarem a ser assimilados pelos vegetais, ou são convertidos
em gás nitrogênio (N2) pela ação das pseudomonas, bactérias
desnitrificantes, dando continuidade ao ciclo.
N2
Nitrogênio
Atmosfera
Desnitrificação
Fixação de nitrogênio (Bactérias)
por bactérias
Plantas
Animais
Assimilação
Decompositores plantas
Ambiente Amonificação
Ciclo do nitrogênio
Fonte: BRAGA et al, 2005.
License-217166-4603-0-6
Semana 3 Ciências do Ambiente
3
2.3 Atividade humana e alteração nos ciclos
biogeoquímicos
License-217166-4600-0-5
que contaminam o solo e os ecossistemas aquáticos, causando
danos materiais aos seres humanos, como corrosão de
monumentos e pintura dos carros.
License-217166-4600-0-5
2.3.2 Ação humana sobre o ciclo do carbono
License-217166-4600-0-5
O efeito estufa é benéfico para o planeta.
O problema é quando ocorre o aumento desse
processo, ocasionando o aquecimento global.
License-217166-4600-0-5
Outro problema ambiental causado pelo uso excessivo de
fertilizantes é a liberação de óxido nitroso (N2O), gás de efeito
estufa de grande relevância. Este é lançado na atmosfera
pela ação de bactérias desnitrificantes, contribuindo para a
intensificação do efeito estufa. Além do mais, em todo processo
de combustão da matéria orgânica há geração de óxidos de
nitrogênio (NOx) que contribuem para formação de ácidos
inorgânicos fortes na atmosfera, como o ácido nítrico (HNO3).
License-217166-4600-0-5
Referências
License-217166-4600-0-5
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 4
License-217166-4604-0-0
Semana 4 Ciências do Ambiente
1
Poluição Ambiental
License-217166-4605-0-4
Atividade vulcânica polui o meio ambiente
License-217166-4605-0-4
Os seres primitivos realizavam o processo de fermentação
para conseguir energia a partir de compostos orgânicos. Esse
processo, existente até hoje em algumas espécies de fungos e
bactérias, não necessita de oxigênio para ocorrer.
Há aproximadamente dois bilhões de anos surgiram
os seres fotossintetizantes, que aumentaram a eficiência
energética produzindo seus próprios compostos orgânicos,
que seriam utilizados para obter sua energia. No entanto,
um subproduto dessa reação foi o gás oxigênio (O2), uma
substância altamente oxidante e tóxica para os seres vivos
que não tinham adaptações para incorporar esse gás. Por isso,
o ambiente foi contaminado com uma grande quantidade de
O2 que estava sendo produzida pelos seres fotossintetizantes.
Esse problema ambiental causou a morte de vários
seres vivos, mas contribuiu para a evolução e o surgimento
de novas espécies.
Após 500 milhões de anos do surgimento do O2, por meio
de vários processos de mutações e seleção natural, surgiram os
primeiros seres aeróbios (aqueles que utilizam O2 para oxidar
compostos orgânicos e liberar energia para o funcionamento
do organismo, ou seja, aqueles que faziam a respiração
celular). Esses organismos tiveram um grande sucesso no
ambiente, pois, em termos energéticos, a respiração é mais
rentável do que a fermentação. Por isso, eles conseguiram se
adaptar melhor ao ambiente do que os fermentadores, sendo
ancestrais de todos os seres vivos que realizam respiração
celular existentes nos dias atuais.
License-217166-4605-0-4
Poluição é qualquer alteração nas
características físicas, químicas e biológicas
do ambiente que pode comprometer a vida dos
seres vivos.
License-217166-4605-0-4
Os efeitos globais são mais difíceis de serem mensurados e
controlados, como é o caso da intensificação do efeito estufa e da
redução da camada de ozônio. No entanto, podem trazer sérios
problemas para o clima e para o equilíbrio dos ecossistemas.
Os efeitos da poluição de caráter global são focos de
estudos de vários cientistas ambientais e despertam a atenção
de todas as nações. As discussões dessas problemáticas já
fazem parte das agendas de políticos de vários países, que
promovem encontros para discutir formas de amenizar os
impactos ambientais causados pelo modelo de desenvolvimento
econômico vigente.
Nesse sentido, já foram produzidos vários documentos de
comprometimento com a questão ambiental, como o Protocolo
de Kyoto e a Agenda 21. No entanto, nem todos os países
respeitam o que está sendo proposto nesses documentos.
Até pouco tempo, acreditava-se que a ciência e a
tecnologia resolveriam todos os problemas e que não haveria
limites para o crescimento econômico e para a utilização de
recursos naturais. No entanto, a conjuntura socioambiental
que presenciamos atualmente é bem diferente.
License-217166-4605-0-4
Semana 4 Ciências do Ambiente
2
3.2 Principais tipos de poluição e fontes
poluidoras
License-217166-4606-0-8
Principais poluentes aquáticos
▪▪ Poluentes orgânicos
A maioria dos poluentes orgânicos é proveniente dos
esgotos domésticos que são lançados nos corpos de água
sem o devido tratamento. A matéria orgânica na água servirá
de alimento para os microrganismos decompositores, que
aumentarão em número devido a essa grande disponibilidade
de alimento. E isso, consequentemente, aumentará o consumo
de oxigênio, que ficará escasso no ambiente aquático.
Dessa forma, vários organismos poderão morrer, como
peixes, algas, e bactérias decompositoras aeróbias, que
serão substituídas pelas bactérias anaeróbias, que decompõe
a matéria orgânica sem a necessidade de oxigênio. Nesse
processo de decomposição, essas bactérias produzem gases
como o metano e o gás sulfídrico.
Assim, o impacto causado pelo lançamento de esgotos
não tratados em corpos de água ocorre, principalmente, pela
diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, e não pela
presença de substâncias tóxicas nesses despejos. Essa água
é imprópria para o consumo humano, pois os microrganismos
presentes nela são patogênicos (podem causar doenças) ao
homem e causam a morte de vários seres vivos que habitam
o ambiente aquático.
▪▪ Poluentes
refratários
orgânicos recalcitrantes ou
License-217166-4606-0-8
(utilizados nas residências e/ou indústrias) são mais tóxicos
para a vida aquática do que para os seres humanos, no entanto,
a qualidade da água para nosso consumo é prejudicada,
causando o encarecimento do seu tratamento para que se
torne potável. O petróleo e seus derivados, além de conterem
substâncias tóxicas que causam a mortalidade de várias
espécies aquáticas, também formam uma camada superficial
que impede a passagem de luz, dificultando o processo de
fotossíntese aquática, que, consequentemente, gera a queda na
concentração de O2 dissolvido. Esses componentes podem atingir
o meio aquático durante o processo de extração, transporte,
refugo do aproveitamento industrial, entre outras formas.
▪▪ Metais
Naturalmente, existem vários metais dissolvidos na água,
no entanto, dependendo da concentração e do tipo de metal,
este pode ter sérios problemas para a vida aquática e para os
seres humanos.
Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades
de alguns metais como o cobalto, o cobre, o manganês, o
molibdênio, o zinco, o cromo e o ferro para a realização de
funções vitais no organismo. Contudo, níveis excessivos desses
elementos podem ser extremamente tóxicos. Existem alguns
metais que não apresentam funções em nosso organismo e sua
acumulação pode trazer sérios problemas à saúde, como é o
caso do mercúrio, do chumbo e do cádmio (CAMPOS et al, 2009).
Os metais podem ser bioacumulativos e trazer vários
problemas aos seres vivos, como câncer, mutação e má
formação fetal. Alguns exemplos de metais tóxicos são o
chumbo, o arsênio, o bário, o cádmio, o mercúrio, o cromo e
o manganês.
Esses metais podem ser lançados no ambiente aquático
pelas atividades industriais, agrícolas e de mineração.
Como exemplo de contaminação da água e do solo por
metais, podemos citar o acidente com a represa de refugo
de mineração em Mariana (MG). Essa barragem era utilizada
para o armazenamento do rejeito da mineração de ferro. Com
o seu rompimento, todo seu conteúdo foi carregado por uma
enxurrada de lama que contaminou o solo, os rios e as águas
oceânicas no estado do Espírito Santo, que fica a mais de 800
km do local do desastre.
Veja, agora, outro tipo de poluente.
License-217166-4606-0-8
▪▪ Organismos Patogênicos
A água pode transmitir várias doenças caso esteja
contaminada com organismos causadores de doenças
(patogênicos). Esse tipo de contaminação, normalmente,
ocorre em regiões onde o sistema de saneamento básico é
muito precário ou inexistente. Nesse caso, não há tratamento
da água para o consumo humano, e o esgoto não é coletado e
nem descartado da forma correta no ambiente.
Os principais organismos patogênicos presentes em águas
contaminadas com esgoto são as bactérias (causadoras de
leptospirose, cólera, febre tifóide, tétano), vírus (causadores de
hepatite, poliomielite), protozoários (causadores de amebíase
e giardíase) e vermes (causadores de esquistossomose e
ascaridíase).
As doenças causadas por esses organismos podem
ocasionar incapacitação temporária ou mesmo a morte.
License-217166-4606-0-8
3.2.2 Poluição do Solo
License-217166-4606-0-8
Isso permite que tais substâncias sejam carregas pelas
águas e pelo ar, atingindo regiões distantes de sua origem.
Um exemplo disso é o registro de defensivos agrícolas como
o Dicloro-difenil-tricloroetano, o DDT, primeiro inseticida
organoclorado com elevada resistência à decomposição, nas
calotas polares.
Esses defensivos podem ser incorporados pelos tecidos
vegetais e serem bioacumulativos, causando sérios problemas
à saúde dos seres vivos.
A toxicidade de alguns defensivos como os organoclorados
(DDT, aldrin, dieldrin, heptacloro) pode ser muito elevada e
sua persistência no ambiente pode durar mais de 10 anos.
License-217166-4606-0-8
Utilização de agrotóxicos causa poluição do solo
License-217166-4606-0-8
3.2.3 Poluição do ar
License-217166-4606-0-8
Isso pode aumentar a incidência de câncer de pele,
reduzir as safras agrícolas, inibir o crescimento vegetal e causar
mutações nos seres vivos.
Esses gases são utilizados nas indústrias de aparelhos de
ar-condicionado e de refrigeração, de propelentes (aerossóis),
de equipamentos eletrônicos e plásticos.
License-217166-4606-0-8
Semana 4 Ciências do Ambiente
3
3.3 Diagnóstico de poluição ambiental
License-217166-4607-0-4
O diagnóstico de poluição ambiental leva
em consideração os parâmetros indicadores de
poluição da água, do solo, do ar e sonora de uma
determinada região.
Análise da água
License-217166-4607-0-4
A análise da água para o consumo humano
leva em consideração os indicadores que podem
comprometer a saúde humana, como a presença de
microrganismos patogênicos e substâncias tóxicas.
License-217166-4607-0-4
O diagnóstico de poluição ambiental é
necessário para que haja um manejo ambiental
planejado para uma região.
License-217166-4607-0-4
Referências
License-217166-4607-0-4
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 5
License-217166-4609-0-0
Semana 5 Ciências do Ambiente
License-217166-4610-0-5
As células utilizam a energia para realizarem
as diferentes reações químicas a fim de manterem
o organismo vivo.
License-217166-4610-0-5
em movimento na atmosfera ou no oceano é de qualidade tão
baixa que não podemos usá-lo para aquecer coisas a altas
temperaturas” (MILLER JUNIOR; SPOOLMAN, 2012, p. 47).
Um exemplo prático de transformação de energia são as
lâmpadas incandescentes, sendo que grande parte da energia
elétrica (de alta qualidade) é transformada em energia de
menor qualidade (energia térmica - calor) que flui para o meio
ambiente, e outra parte dessa energia é convertida em luz.
Analisando as duas leis da termodinâmica, podemos
dizer que toda energia sofre transformações. E durante essas
transformações há perda na qualidade energética para a
realização de trabalho útil, ou seja, a energia produzida sempre
será menos utilizável do que a original. (MILLER JUNIOR;
SPOOLMAN, 2012).
License-217166-4610-0-5
4.1.3 A energia e os seres vivos
License-217166-4610-0-5
No entanto, parte dessa energia é convertida em calor,
por isso, em animais com metabolismo elevado, podemos
perceber a manutenção da temperatura corpórea, como é o
caso dos mamíferos e aves.
O processo de respiração libera uma quantidade maior de
energia para o trabalho celular se comparada com a respiração.
Os reagentes dessa reação são a glicose (C6H12O6) e o gás oxigênio
(O2), que são degradados em gás carbônico (CO2) e água (H2O).
Além dessas substâncias produzidas durante o processo, ocorre
a liberação de energia em forma de calor e energia química que
será incorporada na forma de ATP (Adenosina Trifosfato), uma
molécula de reserva energética utilizada pelas células como
fonte de energia para suas atividades.
A cada passo da transferência de energia de um organismo
para outro na cadeia alimentar, há grande parte que se degrada
em calor. Dessa forma, a quantidade de energia disponível ao
longo de uma cadeia alimentar vai sendo diminuída. Nesse
caso, quanto maior for a proximidade do consumidor de um
organismo produtor, maior será a energia disponível, e quanto
mais distante, menor será a quantidade de energia disponível.
Sobre o comportamento da energia no ambiente, Odum
(2012, p. 57) diz que o “comportamento da energia nos
ecossistemas pode ser chamado de fluxo de energia, porque,
como já foi visto, as transformações energéticas são de
‘sentido único’, em contraste com o comportamento cíclico dos
materiais”.
Dessa forma, podemos entender que, diferentemente
da matéria que é cíclica no ambiente, a energia nunca voltará
a seu estágio anterior, já que ela sempre se transformará em
uma energia de menor qualidade. Nesse caso, ela tem um
sentido único no ambiente.
License-217166-4610-0-5
CADEIA
TRÓFICA
SIMPLIFICADA
Disponibilidade
descrescente
de energia
PLANTA
PRODUTOR
VERDE
HERBÍVORO CONSUMIDOR
PRIMÁRIO
CONSUMIDOR
SECUDÁRIO
CARNÍVOROS CONSUMIDOR
TERCEÁRIO
CONSUMIDOR
QUATERNÁRIO
License-217166-4610-0-5
Semana 5 Ciências do Ambiente
License-217166-4611-0-6
A energia de fontes primárias é a mais utilizada
pela humanidade para realizar suas atividades.
▪▪Energia solar
Atualmente, a radiação direta do Sol é utilizada
principalmente para o aquecimento da água, sendo que seu
uso para a geração de energia elétrica está aumentando,
principalmente em países em que há investimentos em
tecnologias de geração de energia a partir de fontes renováveis.
O investimento para produção de energia elétrica a partir
da radiação solar direta ainda é alto, por isso muitos países
relutam em utilizar essa fonte. A vantagem da energia solar
é que ela produz poucos impactos no meio ambiente, pois,
durante o processo de transformação de energia, não são
produzidos resíduos poluentes ao meio ambiente.
▪▪Hidroenergia
A energia potencial da água é muito utilizada no Brasil
para a geração de energia elétrica. Nas usinas hidrelétricas,
a energia da queda da água é utilizada para gerar energia
mecânica, fazendo a rotação de um gerador que converte essa
energia em energia elétrica.
License-217166-4611-0-6
A grande vantagem das hidrelétricas é o altíssimo
rendimento energético, sendo um dos sistemas mais baratos
de produção de eletricidade. No entanto, o impacto ambiental
é muito alto desde sua construção, como na fase de operação,
com inundações de uma vasta área e destruição de habitats
de várias espécies aquáticas e terrestres.
▪▪Energia da biomassa
A biomassa corresponde aos recursos energéticos
provenientes da matéria orgânica (vegetal ou animal).
Normalmente, essa energia é extraída a partir da queima
desses materiais orgânicos para produção de energia elétrica
(termoelétricas), de energia mecânica (biocombustíveis
veiculares) e a própria energia térmica, como é o caso das madeiras
utilizadas nas lareiras, no fogão à lenha e na churrasqueira.
O etanol é o biocombustível mais utilizado no Brasil, mas,
além dele, também são utilizados outros biocombustíveis
desenvolvidos a partir da mamona, do girassol e de outras
sementes altamente energéticas.
O grande problema ambiental da queima da biomassa
é a liberação de CO e de material particulado na atmosfera,
como também os óxidos nitrosos.
▪▪Energia eólica
Energia eólica é a energia contida nas massas de ar em
movimento (vento). Esse tipo de energia é utilizado há muito
tempo pela humanidade para executar diferentes atividades,
como o bombeamento de água, a trituração de grãos e,
atualmente, para a geração de energia elétrica.
Nesse sentido, a energia cinética do vento é convertida em
energia mecânica para girar as pás dos moinhos. E essa energia
cinética de rotação pode gerar energia mecânica (bombeamento
de água, moagem de grãos) ou energia elétrica (aerogeradores).
No Brasil, há aproximadamente 130 usinas eólicas
em operação. Atualmente, o Rio Grande do Norte segue na
liderança em capacidade instalada da fonte, com 2.243 MW,
seguido por Ceará (1.233 MW), Rio Grande do Sul (1.300 MW)
e Bahia (959 MW), de acordo com o Portal Brasil (2015).
O potencial para produzir energia elétrica a partir do
vento no país é grande, no entanto, o custo de produção ainda
é mais caro se comparado às hidrelétricas. Contudo, o impacto
causado no ambiente é bem menor do que as hidrelétricas
ou termoelétricas. Dessa forma, a ampliação da fonte eólica
License-217166-4611-0-6
pode contribuir para a diversificação da matriz de energia
elétrica brasileira, complementando as usinas hidrelétricas
em momentos de crise hídrica e/ou energética, com um custo
menor para o meio ambiente (BRAGA et al, 2005).
Em termos ambientais, as pás das turbinas eólicas podem
interferir no vôo das aves e morcegos. E, para a construção
de parques eólicos, é preciso desapropriar áreas de vegetação
nativa para não atrapalhar o movimento das turbinas.
License-217166-4611-0-6
4.2.2 Fontes de energia não renováveis
▪▪Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis são os depósitos naturais de
petróleo, gás natural e carvão mineral. Essas fontes nada mais
são do que a energia solar armazenada em energia química, em
compostos orgânicos formados por processos de decomposição
de vegetais e animais submetidos a altas temperaturas e
pressões. Esse processo ocorreu há milhões de anos e, por
causa disso, esses recursos são considerados não renováveis.
Por serem compostos orgânicos, ao sofrerem a queima
para serem convertidos em outro tipo de energia, como
a mecânica, a térmica ou a elétrica, liberam uma grande
quantidade de gases poluentes para a atmosfera, por exemplo,
o CO, o CO2, o SO2 e os óxidos de nitrogênio.
▪▪Gás natural
O gás natural pode ser utilizado como fonte de energia
elétrica (termoelétricas) e como combustível automotivo e
doméstico. Esse gás é um dos mais utilizados no Brasil nas
termoelétricas. Nesse caso, a energia térmica da queima do
gás é utilizada para produzir vapor de água que movimenta as
turbinas ligadas a geradores.
License-217166-4611-0-6
▪▪Carvão mineral
O carvão mineral também é utilizado para produzir
energia elétrica nas usinas termoelétricas. Outra aplicação é
nas indústrias siderúrgicas, como combustível dos altos-fornos,
nos quais são fundidos minérios de ferro para a produção das
ligas metálicas.
License-217166-4611-0-6
As fontes não renováveis correspondem aos
recursos naturais que não têm capacidade de se
renovar, ou que podem demorar muito tempo para
serem repostos no ambiente.
License-217166-4611-0-6
Semana 5 Ciências do Ambiente
3
4.3 Necessidade energética da sociedade
contemporânea
License-217166-4608-0-4
A demanda por recursos naturais vem
aumentando a cada ano, e as fontes não renováveis
de energia estão cada vez mais escassas.
License-217166-4608-0-4
Os Estados Unidos possuem 4,7% da população mundial
e consomem 25% da energia global, já a Índia possui 16% da
população e consome apenas 1,5% da energia global (BRAGA
et al, 2005).
O mais agravante para o meio ambiente é que as
fontes não renováveis são responsáveis por 86% da energia
consumida no mundo, e as renováveis por apenas 14%. Como
vimos anteriormente, as fontes não renováveis produzem mais
resíduos poluentes do que as renováveis. Além dos problemas
ambientais, a questão energética também vem agravando
problemas políticos e econômicos, de modo que podemos
destacar as guerras no Oriente Médio (maiores produtores
e exportadores de petróleo) e as especulações do preço do
petróleo no mundo. É importante ressaltar que qualquer crise
política nos países produtores de petróleo pode criar um caos
econômico global (BRAGA et al, 2005).
Nesse sentido, percebemos que o modelo energético
atual é muito vulnerável e destrutivo, por isso o grande desafio
da sociedade atual é modificar o padrão de superexploração
dos recursos naturais, principalmente de fontes energéticas
não renováveis, procurando formas alternativas de recursos
energéticos que sejam menos sujeitos às instabilidades políticas,
econômicas e que causem menos impactos no meio ambiente.
License-217166-4608-0-4
As fontes não renováveis são responsáveis
por 86% da energia consumida no mundo, e as
renováveis, por apenas 14%.
License-217166-4608-0-4
Para amenizar o problema da crise energética,
seria necessária a substituição das fontes não
renováveis por fontes renováveis de energia e a
diminuição do padrão de consumo.
Referências
License-217166-4608-0-4
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 6
License-217166-4881-0-0
Semana 6 Ciências do Ambiente
1
5.1 Evolução histórica do desenvolvimento
industrial e a crise ambiental
License-217166-4883-0-5
Exploração da mão de obra infantil
License-217166-4883-0-5
Sobre a urbanização gerada pela Revolução Industrial,
Dias (2011, p. 6) diz que:
License-217166-4883-0-5
Esse novo sistema de produção de bens e a nova dinâmica
da sociedade alteraram a cultura ocidental da humanidade,
que estava acostumada a uma vida campesina à base da
produção artesanal para uma visão mercadológica, industrial
e exploratória dos bens de consumo e da mão de obra.
Assim, em menos de dois séculos, o processo de
industrialização tomou conta do sistema de produção do mundo
ocidental todo, fortalecendo o sistema econômico capitalista,
que provocou o agravamento dos problemas ambientais que
afetam todo o planeta até os dias atuais.
License-217166-4883-0-5
Com isso, as indústrias e o mercado consumidor já
não se restringiam apenas à Europa, mas estavam em toda
parte do planeta, guiados pela produção em larga escala
pelas multinacionais. E foi justamente nesse período que as
indústrias consumiram mais recursos naturais do que em toda
história industrial da humanidade.
A visão de que os recursos naturais eram infinitos
perdurou até meados do século XX, quando os movimentos
ambientalistas e pesquisadores do meio ambiente começaram
a alertar de forma radical sobre os problemas que as atividades
industriais e o padrão de vida da população humana estavam
causando ao meio ambiente (DIAS, 2011).
A Revolução Industrial ainda perdura nos dias atuais no
que diz respeito aos desenvolvimentos científicos e tecnológicos
incorporados na produção de bens e serviços, como também
pelas lutas da classe operária por melhores condições de
trabalho. Outro fator importante inserido nesse processo,
atualmente, são as discussões sobre a crise ambiental,
denunciada em meados do século passado, sendo item
essencial para a elaboração de políticas de desenvolvimento
econômico de vários países desenvolvidos e emergentes.
License-217166-4883-0-5
As novas tecnologias e a globalização do
mercado e dos meios de comunicação contribuíram
para expandir o sistema industrial capitalista para
o mundo todo.
License-217166-4883-0-5
Semana 6 Ciências do Ambiente
2
5.2 A contaminação industrial
Espuma formada pela poluição no Rio Tietê, no Brasil, na altura da cidade de Salto.
License-217166-4882-0-4
Entre as principais causas de poluição ocorridas durante
o processo de industrialização, podemos citar: a contaminação
do ar por gases emitidos na queima de combustíveis fósseis
para gerar energia às indústrias, como o petróleo e o carvão
mineral; o lançamento de dejetos químicos nos corpos de
água; os acidentes com compostos radioativos; o vazamento
de petróleo no oceano; entre outros.
A seguir, apresentaremos alguns exemplos de desastres
ambientais que chamaram a atenção de todo o mundo.
License-217166-4882-0-4
▪▪Lançamento de dejetos químicos na água
O mais famoso caso de contaminação da água por dejetos
de indústrias químicas foi a contaminação da baía de Minamata,
no Japão. Em 1939, foi instalada uma indústria química às
margens dessa baía, esta passou a lançar na água dejetos
contendo mercúrio. Contudo, foi somente na década de 1950
que começaram a aparecer os primeiros casos de mortes e
problemas neurológicos ocasionados pela alta concentração
de mercúrio na água e nos peixes que serviam de alimento
para a população. Vários organismos marinhos e outros seres
que se alimentavam da fauna marinha se contaminaram com
o mercúrio. A moléstia que afetou os seres humanos ficou
conhecida como o mal de Minamata (DIAS, 2011).
License-217166-4882-0-4
▪▪Vazamento de petróleo
Em 1989, um navio-tanque (Exxon-Valdez) bateu em um
recife de corais na região costeira do Alasca, rompendo seu
casco, o que ocasionou o vazamento de 44 milhões de litros
de petróleo. Esse vazamento atingiu uma área de 260 km2,
poluindo águas, ilhas e praias e causando a morte de milhares
de peixes, algas, baleias, aves, leões marinhos, entre outros
seres vivos (DIAS, 2011).
License-217166-4882-0-4
5.2.3 Como está o quadro mundial atual dos
impactos causados pela industrialização?
License-217166-4882-0-4
Semana 6 Ciências do Ambiente
3
5.3 A globalização do mercado e a cultura
do consumismo
License-217166-4884-0-4
As grandes mudanças culturais da sociedade
causaram grandes impactos na relação do homem
com a natureza.
License-217166-4884-0-4
O termo consumismo, portanto, não está ligado apenas
ao consumo de um produto, mas também ao valor social e
simbólico que está embutido nele. Além disso, a lógica do
sistema é que as pessoas precisam renovar constantemente
seus bens materiais, justamente para que não comprometam
a dinâmica do mercado.
Dessa forma, o indivíduo acaba comprando produtos muito
similares em um curto intervalo de tempo sem ter uma real
necessidade, como celulares e computadores, sendo que a cada
ano surgem modelos novos, porém com poucas modificações.
Nesse sentido, alguns especialistas evidenciaram que as
pessoas adquirem o vício de comprar e acumular cada vez
mais coisas que não necessitam apenas para desfrutarem de
um prazer momentâneo e ilusório, sem terem a consciência
dos impactos ambientais que seus estilos de vida, de alto
consumo e alta geração de resíduos, podem causar ao meio
ambiente (MILLER; SPOOLMAN, 2012).
License-217166-4884-0-4
Essa problemática atinge o mundo todo, principalmente
os países desenvolvidos e em desenvolvimento, nos quais a
população tem facilidade financeira de adquirir os bens de
consumo, reduzindo o tempo de compra e substituição destes.
Com isso, a produção anual de lixo eletrônico mundial
é de aproximadamente 40 milhões de toneladas, sendo que
grande parte desse lixo é descartada de forma inapropriada.
Você sabia que o Brasil é o país emergente que mais produz lixo
tecnológico por ano? Em média são 1,4 milhão de toneladas
anualmente (ALMEIDA et al, 2015).
O problema é que os componentes desses equipamentos
eletrônicos apresentam várias substâncias tóxicas ao meio
ambiente, como metais pesados (cádmio, mercúrio, chumbo e
cromo) e outras substâncias que demoram muito tempo para
serem decompostas no ambiente, como plásticos e vidros.
Esses compostos, quando descartados de forma
inadequada, podem contaminar o solo, os lençóis freáticos
e atingir os corpos de água, trazendo sérios problemas
ambientais e para os seres humanos, podendo causar várias
moléstias, como câncer, problemas neurológicos e falência de
órgãos (ALMEIDA et al, 2015).
Uma alternativa para essa problemática é o consumo
consciente de produtos eletrônicos por parte da população
humana. Além disso, as empresas podem adotar programas de
reciclagem de equipamentos inutilizados pelos consumidores.
License-217166-4884-0-4
O rápido avanço tecnológico faz com que os
equipamentos eletrônicos se tornem obsoletos
em um curto espaço de tempo, gerando a falsa
necessidade do consumidor de sempre estar
trocando seus equipamentos.
Referências
License-217166-4884-0-4
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 7
Olá,
Agora, na sexta Unidade de Aprendizagem, abordaremos os debates
sobre as questões ambientais que se tornaram mais comuns em meados
do século XX. Também discutiremos como o desenvolvimento econômico
dos países não está diretamente relacionado ao desenvolvimento social
da população. Além disso, veremos como a expansão da consciência
socioambiental tem influenciado a mudança de hábitos na população e na
adequação do mercado a essa nova demanda da sociedade. Você sabia
que 19% da população mundial utiliza cerca de 88% de todos os recursos
naturais?
Partindo dessa questão sobre a desigualdade de utilização de recursos
naturais, podemos pensar em outras questões que estão diretamente
relacionadas a ela, como: quem faz parte desses 19%? Por que existe essa
diferença? Quais são os impactos sociais e ambientais causados por essa
desigualdade?
Durante o decorrer da presente Unidade, explicaremos estas e outras
questões para que você tenha uma visão global das discussões ambientais
que se estendem até os dias de hoje. Acompanhe!
License-217166-4937-0-0
Semana 7 Ciências do Ambiente
License-217166-4939-0-5
Até meados do século XX, o homem utilizava
de forma irracional os recursos naturais,
como se eles fossem inesgotáveis.
License-217166-4939-0-5
Primavera Silenciosa: colocou em xeque o desenvolvimento econômico e a crise ambiental
License-217166-4939-0-5
Nesse evento, foi debatido o relatório Os Limites do
Crescimento, publicado pelo Clube de Roma. Nesse relatório,
era evidenciada a necessidade de um aproveitamento
mais adequado dos recursos naturais, já que o modelo
de desenvolvimento econômico adotado até o momento
poderia levar à escassez de recursos naturais e a um alto
índice de contaminação do meio ambiente (DIAS, 2011).
As discussões políticas, econômicas e sociais sobre as questões
ambientais continuaram ocorrendo nas décadas seguintes, com
destaque para as Conferências das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento; Comissão de Brundtland, na
Suiça em 1986; Rio-92, ou Eco-92, no Rio de Janeiro (1992);
Rio+10, em Johannesburgo (2002); e, mais recentemente,
em 2012, a Rio+20, no Rio de Janeiro.
License-217166-4939-0-5
terrestre com um destino comum. Devemos
somar forças para gerar uma sociedade
sustentável global baseada no respeito pela
natureza, nos direitos humanos universais,
na justiça econômica e numa cultura da paz.
Para chegar a este propósito, é imperativo
que nós, os povos da Terra, declaremos nossa
responsabilidade uns para com os outros,
com a grande comunidade da vida, e com
as futuras gerações (ORGANIZAÇÃO DAS
NAÇÕES UNIDAS, 2002, p. 1).
License-217166-4939-0-5
Além dos fatos históricos que traçamos até o momento,
atualmente, as questões ambientais estão sendo pensadas
nos diferentes setores industriais, que buscam os padrões de
qualidade estabelecidos pelas ISO 14.000 e pela ISO 9.000.
Tais especificações estabelecem que a produção industrial deve
obedecer a vários critérios que respeitam o meio ambiente e o
social (PHILIPPI JR. et al, 2000).
License-217166-4939-0-5
Semana 7 Ciências do Ambiente
2
6.2 Desenvolvimento econômico e desigualdade social,
econômica e de acesso aos recursos naturais
19% da população mundial consume mais recursos do que todo o resto do mundo
License-217166-4940-0-4
A degradação ambiental nos países
desenvolvidos está relacionada ao alto
padrão de consumo e ao crescimento econômico
sem planejamento socioambiental.
License-217166-4940-0-4
Recursos naturais utilizados para garantir a vida nos países pobres
License-217166-4940-0-4
6.2.2 Degradação socioambiental: uma realidade atual
License-217166-4940-0-4
internacionais. Embora esses países apresentem diferentes
propostas no enfrentamento do problema, eles concordam
que somente com a adoção de estratégias comuns poderão
enfrentar o duplo desafio que representa a pobreza e os riscos
ao meio ambiente (DIAS, 2011).
License-217166-4940-0-4
Semana 7 Ciências do Ambiente
3
6.3 A expansão da consciência ambiental e o
novo paradigma da sociedade atual
License-217166-4938-0-5
Os países desenvolvidos criaram tecnologias
para controlar a poluição ambiental e
continuar crescendo economicamente.
License-217166-4938-0-5
Os problemas ambientais passaram a ser compromisso de toda a sociedade
License-217166-4938-0-5
Dessa forma, para o desenvolvimento de uma sociedade
sustentável, é necessária a congruência de três dimensões:
econômica, social e ambiental.
Essas dimensões são guiadas por organizações distintas
que precisam estar em sintonia e em equilíbrio dinâmico para
que a sustentabilidade do sistema seja garantida.
As organizações empresariais, relacionadas à dimensão
econômica, devem buscar o lucro aceitável e investir em
tecnologias que agridam menos o ambiente. As organizações
sindicais, responsáveis pela dimensão social, devem reivindicar
melhores condições de trabalho e o respeito cultural da
sociedade em que a empresa atua. As entidades ambientais,
responsáveis pela dimensão ambiental, devem prezar pela
ecoeficiência do processo produtivo e adotar uma postura de
responsabilidade ambiental (DIAS, 2011).
Você já deve ter percebido que algumas empresas, hoje
em dia, não estão preocupadas apenas com os resultados
financeiros de sua produção. Mas já parou para pensar por
que isso ocorre?
Essa nova postura das empresas está relacionada ao
compromisso com a sustentabilidade, ou seja, com as três
dimensões. No âmbito empresarial, essas três dimensões são
conhecidas como o tripé da sustentabilidade, conhecido
com os “3 P”, que são: People (pessoas), Planet (planeta)
e Profit (lucro).
SOCIAL
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
ECONÔMICO AMBIENTAL
License-217166-4938-0-5
Nesse sentido, uma empresa sustentável é aquela que
não visa apenas ao lucro (Profit), mas leva em conta o bem-
estar dos trabalhadores e da sociedade local (People), bem
como adota modelos de produção que agridem o mínimo
possível o meio ambiente (Planet).
License-217166-4938-0-5
Referências
License-217166-4938-0-5
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 8
License-217166-5010-0-0
Semana 8 Ciências do Ambiente
1
7 Mudança Climática Global e o Protocolo
De Kyoto
License-217166-5011-0-4
O efeito estufa garante a vida no planeta, no
entanto, a intensificação desse processo pode ser
a causa de grandes problemas para ela.
License-217166-5011-0-4
O calor é aprisionado no planeta por gases do efeito estufa
License-217166-5011-0-4
A queima de combustíveis contendo carbono, tais como
carvão, gasolina e gás natural, libera enormes quantidades de
CO2 na atmosfera, sendo responsável por 60% do aumento
do efeito estufa. Além disso, o desmatamento florestal libera
o carbono armazenado pelas árvores. De acordo com Gomes
(2005, p.1), houve a intensificação da liberação de CO2 após
a industrialização, pois,
License-217166-5011-0-4
▪▪ Alterações regionais do volume de chuvas, que podem provocar
inundações em alguns lugares e secas em outras, além de gerar
problemas econômicos e sociais em diferentes regiões do planeta.
▪▪ Derretimento das calotas polares e da neve, que eleva o nível dos mares
e oceanos, podendo gerar o desaparecimento de cidades litorâneas.
License-217166-5011-0-4
Semana 8 Ciências do Ambiente
2
7.2 Convenção das Nações Unidas sobre a
mudança Climática e o Protocolo de Kyoto
License-217166-5012-0-5
As hipóteses científicas sobre a influência
antrópica em relação às mudanças climáticas
despertaram o interesse internacional pela
temática, que começou a ter maior visibilidade nos
debates sobre problemas ambientais globais.
License-217166-5012-0-5
assunto (VIOLA, 2002). Nesse caso, o principal assunto em
pauta era a problemática do aquecimento global.
Mas quais eram as obrigações apresentadas nesses
regimes? Quais foram os países signatários e quais foram os
impactos causados por esses documentos?
Para responder a essas perguntas, vamos nos aprofundar
um pouco mais nesses dois regimes internacionais sobre as
mudanças climáticas.
License-217166-5012-0-5
7.2.2 Encontros internacionais e documentos sobre a
Mudança Climática
License-217166-5012-0-5
de alimentos não seja ameaçada e que permita
ao desenvolvimento econômico prosseguir de
maneira sustentável (BRASIL, 1998).
License-217166-5012-0-5
A seguir, veremos os impactos que esse protocolo causou
no mundo.
License-217166-5012-0-5
Semana 8 Ciências do Ambiente
3
7.3 O mundo após a assinatura do Protocolo
de Kyoto
License-217166-5013-0-6
Criação de mecanismos de flexibilização para cumprir as metas
License-217166-5013-0-6
E, para obter o apoio de outras nações, a União Europeia
teve de ceder em vários pontos, como: reconhecer os créditos
por sequestro de carbono por meio do manejo das florestas
e do solo; não colocar restrições ao uso dos mecanismos
flexibilizadores; e aceitar um regime reduzido de sanções.
Dessa forma, houve uma grande proximidade com o que o
ex-presidente dos Estados Unidos havia proposto em reuniões
anteriores (VIOLA, 2002).
License-217166-5013-0-6
Durante a vigência do Protocolo, 37 países, a maioria
da União Europeia, superaram a meta de reduzir em 5% sua
emissão até 2012 (TUFFANI, 2015).
Após dez anos do Protocolo de Kyoto, como os países se
comportaram frente à redução de emissões de gases do efeito
estufa? A vigência do Protocolo era até 2012, será que ele foi
extinto ou ainda está vigente?
Está pronto para encontrar essas explicações? Então,
vamos lá!
License-217166-5013-0-6
7.3.2 Contexto atual do Protocolo de Kyoto
License-217166-5013-0-6
como um todo, correspondem a 60% da emissão global de
carbono (TUFFANI, 2015).
Embora em termos numéricos o Protocolo tenha falhado,
ele foi de suma importância para os avanços nas discussões
sobre a problemática do aquecimento global e das mudanças
climáticas. Sem ele, muitos países da União Europeia não teriam
diminuído as emissões de gases, nem criado tecnologias para
aperfeiçoar a utilização de fontes renováveis de energia. Além
disso, muitos países em desenvolvimento foram beneficiados
pelo MDL, fazendo com que sua economia progredisse.
No final de 2015, foi realizado em Paris (França) a COP
21, na qual um novo pacto foi assinado, o chamado Acordo
de Paris, que obriga, pela primeira vez, todos os 190 países
signatários da Convenção do Clima (1992), incluindo os
desenvolvidos e os em desenvolvimento, a diminuírem as
emissões de gases do efeito estufa. O acordo passará a valer a
partir de 2020, quando finda a vigência do Protocolo de Kyoto
(LEITE; COLON, 2015).
De acordo com esse novo documento, os países devem
manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC, com vistas a
1,5ºC, diminuindo as emissões de gases do efeito estufa. Além
disso, o documento determina o investimento de cem bilhões
de dólares anuais dos países ricos nos mais pobres para
combater a pobreza e as emissões de gases do efeito estufa e
o desenvolvimento resistente ao clima (LEITE; COLON, 2015).
Talvez não consigamos acompanhar todo o processo
desse novo acordo, mas, pelo menos, saberemos que o mundo
poderá estar melhor para as próximas gerações.
License-217166-5013-0-6
Referências
License-217166-5013-0-6
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 11
License-217166-5131-0-0
Semana 11 Ciências do Ambiente
1
8 Desenvolvimento sustentável: o novo
paradigma da sociedade contemporânea
License-217166-5135-0-6
de 1860 e 1870, que já acenava para os riscos em longo prazo
da intervenção dos seres humanos nas forças naturais que
regem o planeta.
Podemos ainda relembrar a célebre frase de Theodore
Roosevelt, em sua primeira Mensagem ao Congresso, em
1901: “O que fazemos agora afetará não apenas o presente,
mas as gerações futuras” (ENGELMAN, 2013, p. 5).
De fato, pouco tempo depois, começaram a surgir os
efeitos e os sinais de que seria necessário intervir na forma
como se construía o progresso.
Nesse contexto, um dos primeiros instrumentos que
contribuiu para o surgimento de um pensamento sustentável
veio da bióloga marinha Rachel Carson, com o seu livro
Primavera Silenciosa, lançado em setembro de 1962. No livro,
são denunciados os males a que todos, direta e indiretamente,
estavam submetidos por conta da precariedade dos testes
das indústrias químicas de inseticidas e derivados sintéticos.
Naquela época, a indústria química estava acelerada em face
do movimento da Revolução Verde, que teve início no século
XX por meio do convite do governo mexicano à Fundação
Rockefeller, dos EUA, para realizar estudos sobre a fragilidade
de sua agricultura, que resultou no uso de fertilizantes,
agrotóxicos e afins.
License-217166-5135-0-6
8.1.2 Surge um novo conceito
License-217166-5135-0-6
É possível supor que a noção de preservação
e sustentabilidade sempre esteve enraizada no
ser humano, que apenas se distanciou de sua
verdadeira condição inata de dependência dos
recursos da natureza, mas que, por instinto de
preservação, vem estabelecendo essa reconexão.
License-217166-5135-0-6
Com o lançamento do relatório da Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987, intitulado Nosso
Futuro Comum, o adjetivo original da palavra “sustentável”
(ser capaz de manter sua existência sem interrupção ou
diminuição) foi usado pela primeira vez.
Esse documento definiu desenvolvimento sustentável
como “um modelo de desenvolvimento capaz de satisfazer as
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1991, p. 9).
Em 1973, Maurice Strong, Secretário da Conferência
de Estocolmo, lançou o conceito de ecodesenvolvimento,
que foi difundido por lgnacy Sachs, a partir de 1974, como
tentativa de dar uma abordagem mais profunda ao significado
do desenvolvimento sustentável por meio da definição de seis
princípios: satisfação das necessidades básicas; solidariedade
para com as gerações futuras; participação da população
envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio
ambiente; elaboração de um sistema social que garanta
emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e
programas de educação (RAYNAUT; ZANONI, 1993).
License-217166-5135-0-6
O conceito de desenvolvimento sustentável foi
amplamente fortalecido e divulgado, ganhando ainda mais
força por ocasião da Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), de 1992, no
Rio de Janeiro, também conhecida como Eco-92. Na ocasião,
foram assumidos compromissos globais e locais em prol do
futuro do planeta, por meio de importantes instrumentos,
como: A Carta da Terra; Três convenções: Biodiversidade,
Desertificação e Mudanças Climáticas; Declaração do Rio sobre
Ambiente e Desenvolvimento; e Agenda 21.
Acompanhe o quadro-resumo a seguir com os principais
acontecimentos relevantes em relação à divulgação e ao
fortalecimento do conceito de desenvolvimento sustentável:
1996 2ª CECVS, na cidade de Lisboa, em que foi aprovado o documento Plano de Ação de Lisboa: da Carta à Ação.
3ª CECVS em Hanôver, na Alemanha, em que foi aprovada a Declaração de Hanôver com o objetivo de
2000
reforçar a importância das autoridades locais na promoção do desenvolvimento sustentável.
Realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, em Joanesburgo, na África do Sul, que ficou conhecida como Rio+10 ou Cúpula da Terra
2002
II. O objetivo principal foi discutir os avanços obtidos com os compromissos da Agenda 21, entre outros
acordos assumidos na Eco92.
4ª CECVS, dez anos após a assinatura da Carta Aalborg, conhecida como Aalborg +10 Inspirando o
2004 Futuro. Nessa conferência, os compromissos assumidos em 1994 foram ratificados em conjunto
com novos objetivos.
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, realizada em junho, no Rio de
Janeiro, visando discutir um conjunto de metas para as próximas décadas, a partir de dois temas principais:
2012 economia verde e cooperação global. Como resultado, os países renovaram seus compromissos com o
desenvolvimento sustentável, reafirmando princípios enunciados na Eco-92 e em diversas conferências
subsequentes, estabelecendo, entre outras metas, eliminar a pobreza extrema até 2030.
License-217166-5135-0-6
O conceito de sustentabilidade vai além da
visão de promover unicamente a conservação dos
recursos naturais. O desafio converge no interesse
de promover o acesso e o uso racional dos recursos
naturais, de modo durável e seguro para o bem-
estar e a qualidade de vida de todos, no presente
e no futuro.
License-217166-5135-0-6
Semana 11 Ciências do Ambiente
2
8. 2 As dimensões da sustentabilidade:
econômica, social e ambiental
License-217166-5132-0-6
Já a sustentabilidade ecológica reflete o uso racional
dos recursos naturais, considerando a necessidade de
preservação do potencial do capital natural e de exploração
e produção de sistemas de sustentação da vida, com vistas a
reduzir resíduos tóxicos e poluentes e promover reciclagem de
materiais e energia de forma ecoeficiente.
Em relação à sustentabilidade psicológica, esta se
refere à noção da necessidade de partilhar pacificamente o
mesmo meio ambiente com outros indivíduos. Algo que é
possível por meio do estado emocional de cada indivíduo, uma
vez que é individual o caminho que leva cada um a tomar
conhecimento da realidade que o cerca.
Quanto à sustentabilidade cultural, podemos dizer
que ela se relaciona ao equilíbrio entre respeito à tradição e
inovação, de modo a incentivar processos de mudança que
acolham os valores e as características específicas de cada
local; promovendo autoconfiança associada à abertura para o
que acontece no resto do mundo.
E a sustentabilidade espacial ou territorial
compreende o equilíbrio entre as configurações existentes
nos espaços rural e urbano, considerando a necessidade de
equilibrar processos migratórios, adotar práticas agrícolas
mais ambientalmente seguras e investir no manejo sustentável
das florestas, preservando áreas ecologicamente frágeis, e em
estratégias de industrialização descentralizada.
Dimensões da Sustentabilidade
License-217166-5132-0-6
Já sustentabilidade política, de modo global, relaciona-
se à eficácia do sistema de prevenção de guerras da ONU, da
promoção da paz e da cooperação internacional (com base no
princípio da igualdade), da aplicação do Princípio da Precaução
na gestão do meio ambiente e dos recursos naturais, da
prevenção e mitigação das mudanças globais negativas, da
proteção da biodiversidade, da gestão do patrimônio global
e da cooperação científica e tecnológica internacional e
do controle institucional efetivo do sistema internacional
financeiro e de negócios. De modo local, vislumbrando o Brasil,
pode-se dizer que esse tipo de sustentabilidade também se
relaciona à necessidade de continuar evoluindo no processo da
democracia representativa por meio de canais descentralizados
e participativos (consultivos e deliberativos), de sistemas de
maior autonomia aos governos locais, inclusive na gestão de
recursos, e, fundamentalmente, no combate à corrupção a
partir da intensificação da política de transparência.
Por fim, há a sustentabilidade ambiental, que trata
do respeito às leis naturais que regem o equilíbrio dinâmico e
a capacidade de suporte e de regeneração dos ecossistemas
naturais, de modo a garantir a conservação dos espaços naturais
e o respeito aos direitos humanos e a todas as formas de vida.
License-217166-5132-0-6
8.2.1 Princípios da sustentabilidade
License-217166-5132-0-6
Fica claro que a proposta da sustentabilidade
não trata apenas da conservação e gestão dos
recursos naturais. É um pensamento muito mais
profundo, que visa a uma verdadeira transformação
no modo de civilização estabelecido. E isso indica
o quanto esse desafio é difícil.
O desafio da sustentabilidade
License-217166-5132-0-6
Para Miller Junior e Spoolman (2012), esse desafio
se relaciona a cinco passos, que são: compreender os
componentes e a relevância do capital natural; reconhecer
que diversas atividades humanas destroem o capital natural
ao utilizarem recursos renováveis mais rapidamente do que a
sua reposição na natureza; admitir que a procura por soluções
normalmente envolve conflitos, sendo que resolvê-los envolve
compromissos e ajustes; integrar as informações e as ideias
das ciências físicas com aquelas das ciências sociais; e,
finalmente, o quinto passo envolve proteger o capital natural,
de modo a viver da renda oferecida por ele.
Em uma analogia, os autores citados dizem que se uma
pessoa ganhasse um US$ 1 milhão na loteria e investisse essa
quantia, de modo a obter 10% de juros ao ano, ela teria uma
“renda anual sustentável de US$ 100 mil sem exaurir seu capital.”
Contudo, se essa pessoa gastasse “US$ 200 mil por ano, seu
US$ 1 milhão terá acabado no início do sétimo ano. E mesmo
que o indivíduo gaste apenas US$ 110 mil por ano, estará falido
em 18 anos” (MILLER JUNIOR; SPOOLMAN, 2012, p. 3).
Esse exemplo espelha exatamente o estilo de
vida insustentável estabelecido no modo civilizatório e
de desenvolvimento econômico atual. Mas, como dito
anteriormente, não se trata de manter os recursos em
conservação total e intocável, e sim de atingir o equilíbrio
entre retirada, reinserção e compensação. Isso se relaciona
com uma das bases fundamentais da Ecosofia, que é a rejeição
a tudo o que é excedente.
License-217166-5132-0-6
Mas a realidade é que já somos uma população excedente
de 7,1 bilhões de pessoas demandando energia proveniente
dos recursos naturais, pois a sobrevivência de tudo que
conhecemos depende da energia do Sol e dos recursos e
serviços naturais da Terra (capital natural).
No entanto, o estilo de vida insustentável está mais do
que comprometendo, está exaurindo e degradando o que nos
sustenta e nossas economias. E a principal causa disso já é
dita há tempos: uma população continuamente crescente,
que permite a coexistência de desperdício entre uns e pobreza
extrema entre outros, e que desconhece e desvaloriza como o
planeta funciona e tem se autossustentado por bilhões de anos.
Dessa forma, enquanto houver fome no mundo, é sinal de
que estamos longe de resolver nossos problemas. Enquanto o
consumismo e o desperdício forem resultados diretos do nosso
estilo de vida, ainda seremos repetentes nessa matéria, pois
o caminho para o desenvolvimento sustentável requer que
empresas, governo e indivíduos priorizem seu comportamento
de consumo e produção e modifiquem algumas práticas e
políticas que regem seu dia a dia e afazeres. Assim, podemos
dizer que um dos principais desafios globais é passar de uma
cultura de consumismo para uma cultura de sustentabilidade.
License-217166-5132-0-6
Semana 11 Ciências do Ambiente
3
8.3 Situação atual da economia mundial e o
desenvolvimento sustentável
License-217166-5134-0-9
Para Miller Junior e Spoolman (2012, p. 6) “crescimento
econômico é um aumento da capacidade de um país em
fornecer bens e serviços às pessoas”.
Esse crescimento econômico é medido pelo percentual do
Produto Interno Bruto (PIB) de um país, que, de acordo com
os autores citados, refere-se “ao valor de mercado anual de
todos os bens e serviços produzidos por todas as empresas e
organizações, nacionais e estrangeiras, que operam dentro de
um país” (MILLER JUNIOR; SPOOLMAN, 2012, p. 6).
De acordo com os referidos autores, o que faz com que
esse percentual aumente são as mudanças no crescimento
econômico de um país por pessoa, medidas pelo PIB per
capita: o PIB dividido pela população total no meio do ano.
E esse aumento pode ser adquirido por meio do
crescimento populacional, visto que assim é possível equacionar
mais produtores e mais consumidores, resultando em maior
produção e em maior consumo por pessoa.
Essa lógica faz com que muitos não acreditem na
possibilidade de uma economia com crescimento sustentável
com base no pressuposto de que a sustentabilidade prescinde
de uma economia com crescimento nulo (DALY, 2004).
A interpretação que se tem de desenvolvimento
econômico “é a melhoria dos padrões de vida dos seres
humanos proporcionada pelo crescimento econômico” (MILLER
JUNIOR; SPOOLMAN, 2012, p. 6), sendo que o método de
classificação da ONU para os países desenvolvidos ou em
desenvolvimento econômico se baseia principalmente em seu
grau de industrialização e em seu PIB per capita.
License-217166-5134-0-9
8.3.1 Economia ecológica e economia ambiental
License-217166-5134-0-9
Já o primeiro enunciado da segunda lei da termodinâmica
ensina que, durante o processo de transformação da energia,
parte não é aproveitada e se degrada. E o segundo enunciado
dessa lei trata do princípio da irreversibilidade baseado
na relação de ordem e desordem da matéria-energia. Em
processos espontâneos, a ordem tende a se transformar em
alta ou baixa desordem (entropia), sendo muito improvável
reverter tal processo.
License-217166-5134-0-9
▪▪ Os recursos naturais renováveis não devem ser levados à extinção pela
maximização produtiva, buscando vincular as colheitas ao ritmo de regeneração
e a emissão de resíduos à assimilação do ambiente.
License-217166-5134-0-9
8.3.2 Reforma Política rumo à sustentabilidade
▪▪ monitorar o fluxo de bens e serviços e também as mudanças nas reservas que o alimentam;
License-217166-5134-0-9
Além disso, o autor citado ainda fala de deixar de medir
apenas o que é comercializado e passar a fazê-lo também sobre
o que é dado de graça, pois muitos dos bens e serviços que
são essenciais para o bem-estar provêm de trabalho voluntário
ou são fornecidos por pais, doadores e pela natureza. Isso
significa que o valor embutido do trabalho não remunerado e/
ou de serviços voluntários elevaria o valor do PIB de um país.
Outro ponto é a necessidade de ampliar o foco apenas no
fluxo de bens e serviços e monitorar as mudanças nas reservas
que o alimentam. Isto porque, na própria visão administrativa,
o fluxo de bens e serviços é apenas uma parte da conjuntura
econômica, é preciso saber o que ocorre com os ativos e
passivos de uma empresa. Sendo assim, essa lógica deve ser
seguida no gerenciamento do capital ambiental das nações.
Também é necessário o monitoramento da distribuição
da renda, riqueza e demais resultados sociais. E deve-se
considerar que assim como há desigualdades de renda, há
também grandes desigualdades no uso de recursos, e tudo
isso deve ser monitorado.
Desigualdade social
License-217166-5134-0-9
mais peso e visibilidade nas avaliações de políticas, visto que
algumas são relativamente novas, mas estão se aperfeiçoando
rapidamente e se mostram essenciais.
Na prática, seria algo como avaliar o grau de desprendimento
entre o crescimento do PIB e o uso de recursos naturais, sendo
possível tanto avaliar em termos relativos (se o PIB está
crescendo mais rapidamente do que o uso de recursos), quanto
em termos absolutos (se o PIB está crescendo enquanto o uso
total de recursos cai) (RAWORTH, 2012).
License-217166-5134-0-9
Referências
License-217166-5134-0-9
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2.
ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. Disponível em: <http://pt.scribd.
com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso-Futuro-
Comum-Em-Portugues#scribd>. Acesso em: 18 jan. 2016.
RAWORTH, R. Definindo um Espaço Justo e Seguro para a
Humanidade. In: ASSADOURIAN, E; PRUGH, T. (Orgs.).
Estado do mundo 2013: A Sustentabilidade Ainda é
Possível? Worldwatch Institute. Universidade Livre da Mata
Atlântica. 1. ed. Salvador: Uma Ed., 2013. Disponível em:
<http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/
EstadodoMundo2013web.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2016.
RAYNAUT, C.; ZANONI, M. La Construction de l’interdiciplinarité
en Formation integrée de l’environnementet du Développement.
Document préparépour Ia Réunionsurles Modalités de travail de
CHAIRES UNESCO DU. DÉVELOPPEMENT DURABLE. Paris, Curitiba:
Unesco, 1993. Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/
images/0009/000967/096732fb.pdf>. Acesso em:18 jan. 2016.
SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável.
Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
______. Estratégias de transição para o século XXI. In:
BURSZTYN, M. et al (Orgs.). Para Pensar o Desenvolvimento
Sustentável. São Paulo: Brasiliense, 2004.
License-217166-5134-0-9
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 12
License-217166-5223-0-0
Semana 12 Ciências do Ambiente
1
9. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO
INSTRUMENTO PARA UMA SOCIEDADE
License-217166-5225-0-6
na qual a Educação Ambiental passou a ser considerada
como campo da ação pedagógica responsável pelo estímulo
a novas descobertas que pudessem conciliar as decisões e
soluções sustentáveis. Isso fez com que a EA ganhasse status
e relevância nos debates internacionais.
No quadro que segue, são apresentados os principais
eventos que contribuíram para delinear a natureza da EA.
Programa das Nações Unidas para o Meio Destacou como alta prioridade os temas referentes ao meio
1973
ambiente (PNUMA). ambiente e ao desenvolvimento.
License-217166-5225-0-6
Os Princípios de Educação Ambiental,
estabelecidos pela Comissão Nacional Finlandesa
para a UNESCO, 1974, delineiam a Educação
Ambiental como sendo um componente de todo
pensamento e de toda atividade da cultura no mais
amplo sentido da palavra.
License-217166-5225-0-6
ensino básico, não devendo ser uma disciplina específica (BRASIL,
1998, p. 197). Além disso, foi desenvolvido um programa de
multiplicadores em Educação Ambiental em todo o país.
License-217166-5225-0-6
O Brasil avançou no tema com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, o Programa de
multiplicadores Ambientais, a criação da
Coordenação de Educação Ambiental para
desenvolvimento de políticas e sistematização
das ações que permitiu a integração de diversos
Programas de Educação Ambiental voltados à
Gestão Ambiental.
License-217166-5225-0-6
Para Sato (2004), a educação ambiental é uma educação
que se faz com “confetos” (conceitos + afetos), pois deve ser
pautada no amor, na harmonia, na cumplicidade entre todos
os seres, agregando conhecimentos, sentido e sentimentos.
Isto permite associar a Educação Ambiental à dimensão
psicológica da sustentabilidade, visto que esta tem a pretensão
de promover a noção da necessidade de partilhar pacificamente
o mesmo meio ambiente com outros indivíduos, acionando o
estado emocional de cada um a fim de tomar conhecimento
da realidade que o cerca. Mas também é possível associá-la
à dimensão ambiental, social, ecológica e demais. Por isso,
a Educação Ambiental é entendida como transversal, pois
dialoga com as diversas áreas do conhecimento, respeitando
as organizações, os objetos e as necessidades das múltiplas
relações (SATO, 2004).
E, de fato, somente uma educação estimuladora, pautada
na realidade concreta, nos desafios e conflitos coletivizados,
é que poderia avançar no vocabulário, na reflexão e no
conhecimento em favor de uma intervenção positiva dos
rumos insustentáveis de nossa sociedade.
Contudo, é preciso admitir que a educação ambiental não
é uma receita mágica que vai resolver as consequências do
modelo civilizatório, de modo que não seria justo forçar esse
status salvador.
Essa distinção é fundamental, pois muitas correntes já
emergiram, como uma tentativa de aprimorar seus resultados.
Algumas são nomeadas por Sato (2004) e apresentadas
no quadro abaixo.
License-217166-5225-0-6
Correntes mais antigas Correntes mais recentes
Procura perceber os componentes
Pautada na perspectiva educacional
Sistêmica do sistema e suas relações com o Ecoeducação
da Educação Ambiental.
todo.
Direcionada ao desenvolvimento
de conhecimento e habilidades
Dá ênfase ao caráter cultural da
Científica com o rigor científico, com base na Etnográfica
relação com o meio ambiente.
observação e na experimentação
da realidade.
Baseada na pesquisa-ação,
Dá ênfase à dimensão humana do
Humanista Práxica intenciona operar a mudança no
meio ambiente.
meio de forma participativa.
License-217166-5225-0-6
Semana 12 Ciências do Ambiente
2
9.2 Políticas e legislação sobre a
Educação Ambiental no Brasil
License-217166-5224-0-5
O ProNEA foi estruturado a partir do Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global, resultado da Rio92, e previu três componentes: (i)
capacitação de gestores e educadores, (ii) desenvolvimento
de ações educativas e (iii) desenvolvimento de instrumentos e
metodologias, contemplando as sete linhas de ação apontadas
abaixo, conforme o ProNEA (2005, p. 25).
License-217166-5224-0-5
9.2.2 Princípios e objetivos da PNEA
License-217166-5224-0-5
Em seu art. 5, essa lei define os objetivos fundamentais
da educação ambiental, entre eles estão: “o desenvolvimento
de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos,
culturais e éticos”, além do “incentivo à participação individual e
coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania”.
No art. 9, seção II, e no art. 13, seção III, a referida lei expõe
a atenção quanto aos meios e espaços de promoção da Educação
Ambiental no ensino formal e informal, respectivamente.
De acordo com o art.9, entende-se por educação
ambiental formal a “educação escolar desenvolvida no âmbito
dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas”.
E, de acordo com o art. 13, entendem-se por “educação
ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à
sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua
organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”.
Além disso, no parágrafo único do art. 13, o legislador
ainda destaca que, no contexto da educação não formal, o Poder
Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:
License-217166-5224-0-5
Educação formal e informal
License-217166-5224-0-5
O tratamento da Educação Ambiental nas leis
brasileiras é uma forma de legitimar a importância
dessa questão tanto na educação formal quanto
na informal e não formal.
License-217166-5224-0-5
Semana 12 Ciências do Ambiente
3
9.3 O papel da Educação Ambiental para o
desenvolvimento sustentável da sociedade
Representações ambientais
License-217166-5226-0-9
Nessa tarefa, alguns autores, como Sato (2004), sugerem
que nesse caminho é necessário conhecer as representações
como cada indivíduo ou grupo aceita o “ambiente” para que se
avance em práticas transformadoras da realidade.
Sauvé (1998-1999 apud SATO, 2004), sugere uma
classificação dessas representações ambientais em sete
categorias: natureza, recursos, problemas, sistema, meio de
vida, biosfera e projeto de vida.
Mas você sabe como a Educação Ambiental pode atuar
nesses campos?
License-217166-5226-0-9
a Educação Ambiental busca desenvolver competências e
ações para a resolução dos problemas ambientais por meio
de comportamentos responsáveis. Já em relação ao sistema,
é importante compreender o ecossistema de modo global, e
não como algo fragmentado. O objetivo é tomar decisões mais
conscientes e assertivas.
Também é extremamente importante redescobrir
a natureza como nosso meio de vida, ou seja, despertar o
sentido de pertencimento a ela.
Já em relação à biosfera, a EA busca desenvolver uma
visão global do ambiente, de modo a considerar as inter-
relações nos âmbitos local e global, entre passado, presente e
futuro, por meio de um pensamento cósmico.
E, por fim, o projeto de vida não deve ser feito apenas
de forma individual, mas deve visar à coletividade. Por isso, A
Educação Ambiental busca desenvolver a reflexão e a ação por
meio do espírito crítico, de modo a valorizar o exercício do trabalho
coletivo e da democracia (SATO, 2001).
License-217166-5226-0-9
9.3.1 O papel da Educação Ambiental
License-217166-5226-0-9
Sobretudo, cabe à UNESCO o papel de agência líder da
Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável
(DEDS), que visa estabelecer padrões de qualidade para a
educação voltada ao desenvolvimento sustentável.
De acordo com a UNESCO (2016), o principal
objetivo é integrar os princípios, os valores e as práticas
do desenvolvimento sustentável em todos os aspectos da
educação e da aprendizagem.
Nesse contexto, é possível afirmar que a educação para
o futuro sustentável compreende:
License-217166-5226-0-9
9.3.3 Dos objetivos do Milênio para a Agenda 2030
Pessoas
Erradicar a probeza e a fome
de todas as maneiras e garantir
a dignidade e a igualdade
Planeta
Proteger os recursos
naturais e o clima Prosperidade
do nosso planeta Desenvolvimento Garantir vidas
para gerações prósperas e plenas,
futuras Sustentável em harmonia com
a natureza
Parcerias Paz
Implementar a agenda
por meio de uma Promover sociedades pacíficas,
parceria global sólida justas e inclusivas
License-217166-5226-0-9
1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de
forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação
da terra e deter a perda de biodiversidade.
License-217166-5226-0-9
Os ODS foram construídos sobre as bases dos
ODM, de maneira a completar o trabalho e responder
aos novos desafios rumo ao desenvolvimento
sustentável, cabendo aos processos educativos se
orientarem por esse caminho.
Conexão
Aplicação
License-217166-5226-0-9
Referências
License-217166-5226-0-9
______. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável. 2016. Disponível em: <www.pnud.org.
br/Docs/TransformandoNossoMundo.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2016.
SATO, M. Apaixonadamente pesquisadora em educação
ambiental. Educação Teoria e Prática, Rio Claro, v. 9, n.
16/17, 2001. Disponível em:<www.revistaea.org/artigo.
php?idartigo=108>. Acesso em: 01 jan. 2016.
______. Educação Ambiental. 3. ed. v. 1. São Carlos:
Rima, 2004.
License-217166-5226-0-9
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 13
License-217166-5303-0-0
Semana 13 Ciências do Ambiente
License-217166-5304-0-5
Legislação Ambiental é um conjunto de leis
especificamente dirigidas às atividades que afe-
tam a qualidade do meio ambiente.
License-217166-5304-0-5
capitalistas, detentores do meio de produção. Essa ideia se
espalhou rapidamente pelo mundo, intensificando a agressão
ao meio ambiente e os problemas sociais. As indústrias
utilizavam os recursos naturais como se eles não fossem se
esgotar, poluíam os rios, o ar e o solo, além de explorarem a
mão de obra dos operários que viviam em condições insalubres
de trabalho e moradia.
Foi apenas a partir da década de 1960 que a humanidade
começou a perceber que suas ações estavam causando sérios
problemas ao meio ambiente e a sua própria espécie.
A figura no início desta seção é um exemplo das mudanças
causadas ao meio ambiente devido à revolução industrial, que
tem reflexos até os dias atuais. Com o avanço das tecnologias
e o uso dos recursos naturais, algumas paisagens foram
substituídas por construções de prédios e indústrias. Mas
quando começaram a surgir as preocupações com o meio
ambiente? Acompanhe!
License-217166-5304-0-5
do inseticida DDT (Dicloro difenilcloroetano) na agricultura.
Como consequência da repercussão desse livro, o uso desse
inseticida foi proibido primeiramente nos Estados Unidos e,
logo, em diversos países (MARTINI JUNIOR, 2003; MILARÉ,
2013; THOME, 2014).
License-217166-5304-0-5
▪▪ Cidade do México (1984): 490 mortos e 7.000 feridos em
explosão de GLP (gás contido em botijão para uso doméstico).
Ano Evento
Ernst Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para definir os estudos das relações entre as espécies e seu
1869
ambiente.
Fundação do Clube de Roma (encontro para discussão sobre meio ambiente e desenvolvimento
1968
sustentável).
Seminário de Educação Ambiental, Finlândia: reconhece a Educação Ambiental como educação integral
1974
e permanente.
1976 Congresso de Educação Ambiental na África: reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.
Declaração de Caracas: discute sobre gestão ambiental na América e denuncia a necessidade de mudar
1988
o modelo de desenvolvimento.
License-217166-5304-0-5
Ano Evento
1990 Ano Internacional do Meio Ambiente.
Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para
1997
Sustentabilidade, na Grécia.
Assembleia Geral das Nações Unidas: estabelece a resolução nº 254, declarando o ano de 2005 como
2002 sendo o início da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, depositando na UNESCO a
responsabilidade pela implementação da iniciativa.
XIV Reunião do Foro de Ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe, no Panamá: é oficializado
2003
o PLACEA, o Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental.
License-217166-5304-0-5
Semana 13 Ciências do Ambiente
2
10.2 As políticas ambientais e a legislação
ambiental no Brasil
License-217166-5305-0-4
A 1ª fase corresponde ao período entre o descobrimento
até a década de 1930, ou seja, ela durou mais de quatro
séculos. Dessa forma, os períodos colonial, imperial e
republicano foram marcados pela despreocupação com o
meio ambiente. Nesses períodos, os crimes ditos ambientais
só eram penalizados quando as atividades dos infratores iam
contra a Coroa Portuguesa, no período colonial, ou contra os
grandes latifundiários e comerciantes, nos períodos imperial
e republicano. Tais constatações demonstram o descaso com
o meio ambiente, já que as leis ambientais serviam para
beneficiar as classes dominantes, e não a natureza.
Como mostra a figura do início desta seção, o corte ilegal
de madeira, os incêndios criminosos e os desmatamentos
podem prejudicar o meio ambiente.
License-217166-5305-0-4
Corte ilegal de madeira
License-217166-5305-0-4
10.2.3 3ª Fase: holística
License-217166-5305-0-4
▪▪Lei de Crimes Ambientais ou Lei nº 9.605/1998: aplica
as sanções penais e administrativas às condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.
License-217166-5305-0-4
Semana 13 Ciências do Ambiente
3
10.3 Adequação dos setores públicos e
privados às novas exigências ambientais
License-217166-5306-0-8
Essa lei foi extremamente relevante para a EA, pois
destacou a sua amplitude de contribuir de forma global com
as questões não apenas ambientais, mas também sociais,
econômicas e políticas inerentes ao sistema, em todos os
âmbitos, tanto públicos quanto privados. Assim, podemos
verificar que:
A referida lei instituiu também, como um
dos objetivos da EA, o desenvolvimento
de uma compreensão integrada do meio
ambiente, salientando que devem ser
consideradas as suas múltiplas e complexas
relações, envolvendo os aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos
(ANDRADE, 2013, p.12).
License-217166-5306-0-8
10.3.1 Atuação das Instituições públicas na proteção do
Meio Ambiente
License-217166-5306-0-8
Quantitativo da atuação de instituições e Empresas no atendimento aos acidentes
registrados no ano de 2014
License-217166-5306-0-8
O IBAMA pode atuar na ocorrência de aci-
dentes ambientais, seja no atendimento, seja no
acompanhamento e monitoramento das ações
desencadeadas, além de exercer função de polícia
ambiental e executar ações de políticas nacionais
do meio ambiente.
License-217166-5306-0-8
Construção de um empreendimento de acordo com a legislação ambiental
License-217166-5306-0-8
Portanto, a melhor forma de os setores públicos e
privados evitarem problemas legais é por conhecerem suas
responsabilidades e obrigações e evitarem não apenas o
prejuízo financeiro, mas, principalmente, o prejuízo ambiental,
que é o mais importante.
Conexão
License-217166-5306-0-8
Aplicação
Referências
License-217166-5306-0-8
MARQUES, C. A. M. O meio ambiente e a atuação da
Administração Pública no Brasil. Revista Jus Navigandi,
Teresina, ano 17, n. 3132, jan. 2012. Disponível em: <https://
jus.com.br/artigos/20949>. Acesso em: 26 mar. 2016.
MARTINI JUNIOR, L. C. DE. Gestão Ambiental na Indústria.
Rio de Janeiro: Destaque, 2003.
MILARÉ, E. Direito do ambiente. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
PORTAL BRASIL. Histórico Mundial. [201-?]. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-
educacao-ambiental/historico-mundial>. Acesso em: 26 mar.
2016.
THOME, R. Manual do Direito Ambiental. 4. ed. São Paulo:
Juspodivm, 2014.
VALLE, A. L.; OLIVEIRA, C. (Org.) Relatório de acidentes
ambientais 2013. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, 2014.
VALLE, A. L.; KOSOSKI. R. M. (Org.) Relatório de acidentes
ambientais 2014. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, 2015.
License-217166-5306-0-8
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 14
License-217166-5366-0-0
Semana 14 Ciências do Ambiente
Gestão ambiental
License-217166-5367-0-4
11.1.1 Componentes de um plano de gestão
License-217166-5367-0-4
Veja alguns exemplos das medidas citadas no quadro a seguir.
Medidas Exemplos
Sistema de redução da emissão de poluentes.
Mitigadoras
Tratamento de efluentes líquidos.
License-217166-5367-0-4
A gestão ambiental: redução de custos para a empresa
License-217166-5367-0-4
O desenvolvimento sustentável faz parte
da gestão ambiental, permitindo às empresas a
redução dos custos ao mesmo tempo em que há
preocupação com o meio ambiente.
License-217166-5367-0-4
Semana 14 Ciências do Ambiente
2
11.2 Análise de impactos ambientais: conceitos,
metodologias de análise e bioindicadores
License-217166-5368-0-6
A AIA é um instrumento de política pública ambiental que tem
como objetivos: planejar, programar e avaliar estrategicamente
os impactos de um empreendimento, visando à sustentabilidade.
Por isso, funciona como um método de previsão e antecipação
de possíveis danos ao meio ambiente.
A AIA pressupõe a racionalidade das decisões públicas para
manter a impessoalidade e a moralidade sem que atendam às
pressões e aos interesses privados sobre a questão ambiental.
Todavia, para que a AIA seja eficaz, quatro funções
são essenciais: a ajuda à decisão; a ajuda à concepção e
ao planejamento de projetos; o instrumento de negociação
social; e o instrumento de gestão ambiental.
License-217166-5368-0-6
consequências, a triagem possui três categorias para avaliar essas
ações: uma delas está associada aos projetos que necessitam
de estudos aprofundados; a outra envolve projetos que não
necessitam de estudos detalhados, e há aquela em que não se
sabe ao certo o potencial de causar impactos significativos.
License-217166-5368-0-6
eletricidade por meio de combustíveis fósseis, o EIA deve ser
voltado principalmente aos problemas de qualidade do ar.
License-217166-5368-0-6
Essas medidas devem ser observadas também durante o
funcionamento e a desativação do empreendimento.
A fase de acompanhamento visa fiscalizar e supervisionar
(auditoria, caso seja necessário). A supervisão é necessária
para assegurar que sejam cumpridas as condições dispostas
na autorização (licença ambiental, no caso do Brasil) e é
realizada pelo empreendedor. Já a fiscalização é função de
agentes governamentais, e a auditoria pode ter caráter público
ou privado (SANCHÉZ, 2008).
Todas essas etapas citadas devem ser expostas em
documentação, preparada de acordo com as atividades necessárias.
O quadro a seguir indica alguns desses documentos, baseados nas
exigências brasileiras de licenciamento ambiental. Confira!
License-217166-5368-0-6
11.2.2 Bioindicadores
License-217166-5368-0-6
Os bioindicadores são importantes, pois
auxiliam em diversos aspectos na avaliação de
impactos ambientais.
License-217166-5368-0-6
Semana 14 Ciências do Ambiente
3
11.3 Importância da Análise de Impactos
Ambientais (AIA) e do Relatório de Impactos ao
Meio Ambiente (RIMA) para a gestão ambiental
License-217166-5369-0-5
11.3.1 AIA no Brasil
▪▪aplicação
Triagem: realização de uma lista positiva devido a sua facilidade de
e objetividade, além de poder ser adaptada às condições
locais. Nessa lista, são definidos os tipos de empreendimentos
sujeitos à apresentação e aprovação prévia do EIA.
License-217166-5369-0-5
▪▪dentro
Análise técnica do EIA: o órgão licenciador deve se manifestar
de um prazo mínimo.
▪▪legislação
Acompanhamento e monitoramento: de acordo com a
brasileira, esses itens são obrigatórios para o estudo
de impacto ambiental. Vale ressaltar que o EIA não é obrigatório
para toda atividade que necessite de uma licença ambiental para
funcionar, mas somente para aquelas com potencial de causar
impacto ambiental significativo.
License-217166-5369-0-5
11.3.2 Importância do Relatório de Impactos ao
Meio Ambiente (RIMA)
License-217166-5369-0-5
Conexão
Aplicação
License-217166-5369-0-5
Referências
License-217166-5369-0-5
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 15
License-217166-5457-0-0
Semana 15 Ciências do Ambiente
Etapas da P+L
License-217166-5458-0-5
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB,
[201-/], p.1) define a P+L da seguinte maneira:
É a aplicação contínua de uma estratégia am-
biental preventiva integrada, aplicada a pro-
cessos, produtos e serviços, para aumentar a
eficiência global e reduzir riscos para a saú-
de humana e o meio ambiente. A Produção
e Consumo Sustentáveis pode ser aplicada
a processos usados em qualquer indústria, a
produtos em si e a vários serviços providos na
sociedade.
License-217166-5458-0-5
▪▪ Análise da viabilidade das oportunidades: envolve avaliação técnica, ambiental e
econômica e seleção das medidas de P+L.
▪▪ resistência à mudança;
License-217166-5458-0-5
12.1.2 Ecoeficiência
Conceito de Ecoeficiência
License-217166-5458-0-5
de materiais que seriam descartados; e o desenvolvimento
de projetos sociais de educação ambiental que envolvam a
comunidade local.
License-217166-5458-0-5
P+L e ecoeficiência no Brasil e no mundo
License-217166-5458-0-5
Semana 15 Ciências do Ambiente
2
12.2 Desenvolvimento de tecnologias que
agridem menos o meio ambiente
License-217166-5459-0-5
Com isso, muitas empresas acabaram investindo em
tecnologias para diminuir o impacto no meio ambiente e
aumentar a lucratividade do empreendimento. Algumas delas
só tiveram essa consciência após sofrerem processos judiciais
por negligência ambiental, como foi o caso da empresa Apple,
em 2007. Após essa acusação, a empresa passou a investir
em tecnologias de reutilização de materiais e/ou utilização de
materiais recicláveis. Outras tecnologias empregadas pelas
empresas estão associadas à diminuição de consumo de água, à
liberação controlada de gases poluentes e à eficiência energética.
License-217166-5459-0-5
Pesquisadores brasileiros conseguiram obter óxido de
grafeno a partir de cilindro de grafite encontrado em pilhas.
Além de reduzir a poluição, essa medida também diminui os
custos de produção do grafeno, enquanto que, pelos métodos
tradicionais, o custo desse produto gira em torno de milhares
de dólares. Já com o método desenvolvido por pesquisadores
brasileiros, o custo é de apenas dez reais para confeccionar o
óxido de grafeno (GARCIA et al, 2004).
License-217166-5459-0-5
Empresas de saneamento básico descobriram que os
resíduos produzidos no tratamento de esgoto, o chamado
lodo, possuíam um grande potencial energético. Esse material
normalmente é descartado em aterros sanitários, no entanto,
com essa nova visão, tal material começou a ser utilizado
como combustível em geradores elétricos.
License-217166-5459-0-5
carros. No Brasil, a construção de carros recicláveis é iniciativa
de cada montadora, não há uma legislação que obrigue as
montadoras a terem essa prática. Um exemplo de carro que
utiliza peças recicláveis é o EcoSport que apresenta cerca de
300 peças feitas com materiais reciclados.
Além disso, existem empresas que utilizam os dejetos
produzidos pelas indústrias ou pela população para gerar
outros materiais pelo processo de reciclagem. Um exemplo
disso são as empresas que reciclam o isopor (poliestireno).
Esse material, quando descartado de forma incorreta acaba
ocupando muito espaço nos aterros sanitários, além de
demorar vários anos para se decompor no meio ambiente.
As empresas de reciclagem de isopor utilizam tecnologias
que convertem esse material em substâncias que podem
ser utilizadas para produzir outros materiais, como isolantes
térmicos na construção civil, acabamentos para decoração de
casas, como rodapés e acabamento de tetos, que comumente
são feitos de madeira.
Também existem tecnologias nacionais que conseguem
extrair a matéria-prima do próprio isopor, o poliestireno,
permitindo produzir novamente outros materiais além do
isopor, que também são fabricados a partir desse componente,
sem precisar utilizar o petróleo.
Dessa forma, essas tecnologias de reciclagem diminuem
os impactos ambientais causados pelo descarte incorreto de
isopor, bem como da utilização de petróleo para sua produção.
Além disso, geram novos mercados de trabalho e economia no
processo de produção de materiais.
Outra prática ecologicamente sustentável é a geração de
energia elétrica por meio de placas solares.
License-217166-5459-0-5
Esse recurso tem sido utilizado mundialmente como uma
das formas mais limpas de produção de energia elétrica. Além
da produção de energia elétrica, a energia solar também é
utilizada para o aquecimento de água por meio de placas
solares. Essas placas são muito utilizadas em casas e empresas
para poder aquecer a água sem precisar utilizar energia elétrica
e/ou gás.
License-217166-5459-0-5
Semana 15 Ciências do Ambiente
3
12.3 Certificação da série ISO 14.000 –
estratégia de marketing ou compromisso
socioambiental?
License-217166-5460-0-5
A série ISO 14.000 foi criada em 1992 e inclui normas para
gestão ambiental que são reconhecidas internacionalmente
e conferem credibilidade às empresas. Essa série normaliza
processos produtivos, criando padrões e procedimentos que
contribuam para a diminuição da poluição e serve como guia
para que as empresas invistam na melhoria do seu desempenho
ambiental.
Tais normas representam uma evolução dos sistemas
produtivos em relação ao meio ambiente, no entanto, elas não
ditam para as empresas qual desempenho devem alcançar, mas
oferecem condições para que essas organizações implementem
medidas para alcançar as próprias metas, controlando e
reduzindo os impactos no meio ambiente (SANCHES, 2011).
License-217166-5460-0-5
Marketing verde para divulgação de produtos ecológicos
License-217166-5460-0-5
12.3.2 Compromisso socioambiental e ISO 14.000
License-217166-5460-0-5
A responsabilidade socioambiental se
relaciona com a ISO 14.000 no sentido de ajudar
as empresas a reduzirem os impactos ambientais
e promoverem o desenvolvimento da região em
que se localizam.
Conexão
Aplicação
License-217166-5460-0-5
Referências
License-217166-5460-0-5
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 16
License-217166-5541-0-0
Semana 16 Ciências do Ambiente
1
13.1 Quem são esses consumidores
conscientes?
CIDADE VERDE
PRODUÇÃO ENERGIA CONSUMO ESTILO DE VIDA UTILIDADE TRANSPORTE
License-217166-5542-0-5
Esta não é uma maneira sustentável de produção, e são
necessárias formas alternativas para gerenciar a produção e
serviços visando garantir um bem-estar ambiental e social.
Dessa forma, nas últimas décadas, com o aumento das
discussões sobre as crises ambientais e a participação cada
vez maior da opinião pública sobre as decisões relacionadas
ao meio ambiente, surgiu o termo consumidor sustentável,
ou consumidor consciente. Esses consumidores têm
o hábito de comprar apenas os produtos que atendem a
suas necessidades e que são produzidos por empresas
ecologicamente responsáveis. Dessa forma, a demanda por
produtos sustentáveis por parte desses consumidores faz com
que as empresas se importem com a maneira de produzir sem
alterar seus lucros.
A imagem de uma empresa perante o mercado consumidor
se faz pelos produtos e serviços que ela pode oferecer, bem
como pela maneira como é feita a produção. Sendo assim, a
empresa que deseja obter sucesso com esse novo público deve
oferecer produtos e serviços que agreguem mais valores do
que aqueles oferecidos pela concorrência, isto é, não apenas
financeiros, mas também valores ambientais.
Os consumidores sustentáveis ou consumidores
conscientes estão cada vez mais sensíveis em relação ao
consumo, preocupando-se com aspectos ambientais e sociais
adotados pelos empreendimentos para produção e serviços.
Esses consumidores adotam algumas medidas relacionadas ao
consumo de produtos, que são:
▪▪ alternativa: substituir
sustentáveis.
os produtos tradicionais pelos
License-217166-5542-0-5
Consumidor sustentável se preocupa com a
maneira de produção e com aspectos socioambi-
entais durante o processo de produção.
License-217166-5542-0-5
consumidor pode ser satisfeita. Para isso, há estratégias, as
quais se referem ao reaproveitamento do que já é consumido,
criando maneiras de reprojetar o que é consumido, reorganizar
a maneira de consumo do produto (consumo diferente) e
redescobrir as necessidades e a satisfação dos consumidores
(consumo apropriado).
No entanto, para que a qualidade do produto seja mantida
e haja um equilíbrio com a quantidade a ser produzida, essas
estratégias devem focar na fabricação de produtos mais
eficientes, obtendo os mesmos resultados de uma forma
sustentável e questionando a necessidade satisfeita pelo
objeto. Dessa forma, os departamentos de uma organização
devem estar coordenados adequadamente para que os
produtos gerados tenham repercussão e consigam competir
com outros produtos semelhantes.
License-217166-5542-0-5
Empregos verdes: uma crescente tendência do mercado de trabalho
License-217166-5542-0-5
Os empregos verdes são consequências da
demanda de produtos sustentáveis por parte do
consumidor.
License-217166-5542-0-5
Semana 16 Ciências do Ambiente
2
13.2 Reduzir, reciclar, reutilizar, repensar
e recusar: a cultura dos 5 R na sociedade
sustentável
A política dos 5 R surgiu devido aos problemas ambientais
causados pelo modo de produção e do consumo em excesso
caraterístico de uma sociedade capitalista. Essa política é
importante para mudanças de atitudes individuais no consumo
de um produto e visa priorizar a redução do consumo e o
reaproveitamento dos materiais. Mas você sabe a que se
referem os 5 R?
Os 5 R
License-217166-5543-0-4
▪▪ Reduzir o consumo desnecessário, evitando o desperdício, por exemplo,
ao escolher produtos com menos embalagens, embalagens econômicas e
retornáveis.
License-217166-5543-0-4
13.2.1 Os 5 R nas empresas
License-217166-5543-0-4
também do poder público, com logística e tratamento desses
materiais (BRASIL, [201-?]).
Além disso, as empresas que adotam o sistema de gestão
ambiental recusam matérias-primas de origem duvidosa,
isto é, aquelas que não tenham certificações de respeito ao
meio ambiente.
Dessa forma, as empresas ecologicamente responsáveis
passam a ter maior credibilidade perante os investidores e os
consumidores, que estão cada vez mais exigentes quando o
assunto é respeito ao bem-estar social e ambiental.
License-217166-5543-0-4
Consumidor ecologicamente consciente
License-217166-5543-0-4
Semana 16 Ciências do Ambiente
3
13.3 Adequação das empresas à nova
tendência mundial de consumidores
License-217166-5544-0-7
competitividade, devido aos benefícios que vem trazendo ao
processo produtivo.
License-217166-5544-0-7
13.3.1 Gestão ambiental de processos e produtos de
uma empresa
License-217166-5544-0-7
Por isso, o trabalho conjunto dos diferentes setores de
uma empresa no gerenciamento ambiental dos processos e
produtos é importante para garantir a eficiência ambiental e
econômica do empreendimento.
License-217166-5544-0-7
Certificação ambiental como estratégia de marketing
License-217166-5544-0-7
fornecedores, dos distribuidores, da comunidade local e dos
órgãos governamentais.
Para isso, as empresas têm que mostrar que a aquisição
de seus produtos e serviços com um valor ecológico agregado é
mais vantajosa social e ambientalmente do que outros produtos
semelhantes que não levam em conta as variáveis ambientais.
Os consumidores ecologicamente conscientes estão
dispostos a pagar um preço mais elevado por produtos que
comprovadamente respeitam o meio ambiente. Dessa forma,
as empresas vêm investindo na certificação dos produtos como
estratégia de marketing.
A certificação ambiental de produtos, popularmente
chamados de produtos verdes, é uma forma de garantir a
idoneidade tanto dos processos produtivos quanto do próprio
produto de uma empresa.
Há diferentes formas de certificações e rotulagem de
produtos, muitas vezes, são específicos para cada tipo de
produção, como os produtos orgânicos, as madeiras de
reflorestamento, o papel reciclado, entre outros. Também
existem aqueles que levam em conta toda a cadeia produtiva
da empresa, como é o caso do Sistema de Gestão Ambiental
da série ISO 14.000.
Dessa forma, essas certificações ambientais contribuem
para o aumento da competitividade entre as empresas e
garantem o posicionamento de uma marca como sendo
ambientalmente correta e socialmente responsável.
License-217166-5544-0-7
Conexão
Aplicação
License-217166-5544-0-7
REFERÊNCIAS
License-217166-5544-0-7
Ciências do Ambiente
Introdução | Semana 17
License-217166-5545-0-0
Semana 17 Ciências do Ambiente
1
14. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
E GESTÃO AMBIENTAL
License-217166-5546-0-5
Quando transpomos essa ideia para o setor empresarial,
a responsabilidade social e ambiental, que também podemos
chamar de socioambiental, vai além das responsabilidades
legais e econômicas, as quais as empresas têm obrigação de
cumprir, ou seja, uma empresa que cumpre as normas e leis
do seu setor em relação ao meio ambiente e à sociedade não
está exercendo sua responsabilidade socioambiental, mas
está exercendo o papel como pessoa jurídica, obedecendo às
leis que lhe são impostas.
Uma empresa exerce a responsabilidade socioambiental
de forma voluntária para contribuir com uma sociedade mais
justa e com um ambiente mais limpo, adotando posturas,
comportamentos e ações que visem ao bem-estar do público
interno e externo. Mas você sabe a que se referem esses públicos?
O público interno se refere aos trabalhadores e às
partes afetadas pela empresa. O público externo se refere às
consequências das ações sobre o meio ambiente e a sociedade.
Nesse sentido, a responsabilidade social e ambiental é
tanto de indivíduos quanto de empresas e do setor público.
E não se trata apenas de cumprimento de obrigações, mas
sim de fazer parte da cultura de todos que compõem essas
diferentes estruturas da sociedade.
License-217166-5546-0-5
14.1.1 Responsabilidade Social Empresarial e
Responsabilidade Social Corporativa
Qualidade de Saúde e
vida na empresa bem-estar
License-217166-5546-0-5
Essa nova visão de empresa beneficia a sociedade e
as corporações que fazem parte de um empreendimento.
Para isso, é importante considerar alguns fatores, como: a
economia, a educação, o meio ambiente, a saúde, o transporte
e a moradia, bem como as atividades locais e o governo. Dessa
forma, são criados programas sociais, gerando benefícios para
empresa e comunidade e melhorando a qualidade de vida dos
funcionários e da população.
A relação entre a RSE e a RSC permite que as empresas se
beneficiem tanto interna quanto externamente, considerando
a qualidade de vida dos funcionários e da comunidade,
protegendo o meio ambiente e resultando em parcerias que
propiciam o lucro (ALMEIDA, 2002).
License-217166-5546-0-5
sem a devida preocupação com o meio ambiente e com as
consequências negativas das atividades das organizações.
Dessa forma, a fim de reparar os impactos negativos,
empresários realizaram atividades sociais para beneficiar a
comunidade, sem relação com os negócios das empresas,
como uma obrigação moral. Essas atividades também foram
denominadas de investimento social, ação social empresarial,
participação social ou desenvolvimento social (BORGER, 2001).
Econômico
Ambiental Econômico
Social
x Social
Ambiental
Econômico Ambiental
Ético
RSE e sustentabilidade
License-217166-5546-0-5
A responsabilidade socioambiental e a
sustentabilidade são formas de as empresas
agirem em benefício da sociedade, do meio
ambiente e dos negócios.
License-217166-5546-0-5
Semana 17 Ciências do Ambiente
2
14.2 O papel do setor privado e do setor
público sobre a questão socioambiental
License-217166-5547-0-5
A figura, a seguir, representa o novo contexto das empre-
sas que leva a uma cadeia socioambientalmente responsável.
DESFRONTEIRIZAÇÃO ORGANIZACIONAL
GESTÃO ESTRATÉGICA
Direitos
Público
Meio Ética humanos Práticas
interno
ambiente de trabalho
CADEIA LOGÍSTICA
License-217166-5547-0-5
As empresas socioambientalmente
responsáveis mantêm uma proximidade com
os diferentes setores sociais e mercadológicos
envolvidos no contexto produtivo, garantindo,
assim, maior competitividade e credibilidade
social e ambiental.
License-217166-5547-0-5
Setor público e compromisso socioambiental
License-217166-5547-0-5
14.2.2 A participação do cidadão na questão ambiental
License-217166-5547-0-5
Por isso, é imprescindível formar uma população crítica
e consciente sobre as contradições existentes na sociedade
a fim de que se possa pensar de forma coletiva e holística
sobre os caminhos para se chegar a uma sociedade mais justa
e ecologicamente saudável. Cabe, então, ao poder público
promover uma educação de qualidade à população para que
ela possa ter essa visão diferenciada de mundo.
License-217166-5547-0-5
Semana 17 Ciências do Ambiente
3
14.3 Adequação profissional às novas
exigências do mercado sustentável
License-217166-5548-0-9
Além da instrução formal e técnica, para incentivar os
empregados, podem ser criados bônus salariais que propiciem
a melhora da qualidade ambiental. Assim, poderão ser
atribuídas vantagens financeiras para as sugestões, ações e
comportamentos que impliquem eficiência energética, menor
desperdício de materiais, redução de resíduos e efluentes,
tornando-se a longo prazo um hábito comum entre todos os
indivíduos da empresa.
As empresas também podem investir de forma indireta
na mudança de hábitos dos funcionários, como construção de
áreas de descanso arborizadas, espaço de leitura de livros e
revistas com temáticas ambientais, alimentação integral nos
refeitórios, horários flexíveis para diminuir o tráfico no trânsito,
dispor de transporte coletivo para os funcionários, locais com
ventilação e iluminação adequadas etc.
Outro investimento importante é o treinamento técnico
para a gestão ambiental como um todo, que possibilite a
mudança de atitude por parte dos gerentes e subordinados.
Por isso, é importante que a empresa integre a questão
socioambiental em seus programas de treinamento de gerentes
e demais funcionários, para que eles possam considerar as
variáveis sociais e ambientais importantes. Entre as temáticas
que poderiam ser incluídas nesses treinamentos, destacamos:
“Auditoria Ambiental; Auditoria energética; Marketing verde;
Administração de resíduos e reciclagem; Responsabilidade
social da empresa; Comunicação e participação nas questões
ambientais; Tecnologia limpa; etc.” (DONAIRE, 2012, p 104,
grifo nosso).
É importante ressaltar que as orientações desses
treinamentos não devem se restringir a informações
técnicas para que estes não se tornem enfadonhos e pouco
eficientes. Assim, é necessário a prática do conhecimento,
visitando empreendimentos que apresentam a proposta de
gestão ambiental, bem como a participação de organizações
não governamentais e dos diversos setores da sociedade
nos esquemas de treinamentos para compreender todas
as variáveis que integram o contexto da questão social e
ambiental da organização empresarial.
Esses aspectos são importantes, já que a qualidade
ambiental e a mudança de atitudes e o enquadramento dos
recursos humanos às demandas socioambientais só poderão
evoluir com investimentos massivos em sua formação e
conscientização.
License-217166-5548-0-9
O investimento no treinamento dos recursos
humanos para as questões sociais e ambientais
é muito importante, pois são eles que poderão
propiciar sucesso para a empresa.
License-217166-5548-0-9
ambiente e aos fatores sociais, preocupem-se com as questões
éticas e pensem de forma crítica, holística e coletiva sobre as
contradições da sociedade.
A educação dos futuros gestores ambientais de uma
empresa é extremamente relevante para que as organizações
propiciem um modo de agir diferenciado, que demonstre
preocupação com as pessoas e com as gerações futuras.
De acordo com Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009, p.
190), os gestores ambientais têm quatro desafios-chave que
devem estar preparados para enfrentar, como: “pensar e agir
num contexto global, ampliar o propósito da empresa para além
dos resultados econômico-financeiros, colocar a ética como
atributo central e reestruturar a educação dos executivos”,
o objetivo de tais medidas é “inserir transversalmente nos
currículos a responsabilidade social empresarial”.
Dessa forma, o papel das IES compreende a formação de
profissionais capazes de enfrentar esses desafios impostos pelo
mundo globalizado. Para isso, tais instituições devem investir
em produção de conhecimentos técnicos e científicos e no
desenvolvimento de modelos de aprendizados mais comprometidos
com o bem-estar social e ambiental do planeta. Assim, os
projetos pedagógicos dos cursos devem ser alicerçados por ideais
que valorizem a educação de novos valores, comportamentos e
condutas pessoais e organizacionais, incorporando as dimensões
sociais e ambientais nas diferentes disciplinas dos cursos de
formação desses profissionais, visto que:
São elas que formam os dirigentes
intelectuais e políticos, os futuros diretores
empresariais, assim como grande parte do
corpo docente. No âmbito de seu papel social
as universidades podem pôr a sua autonomia
a serviço do debate das grandes questões
éticas e científicas com as quais se confrontará
a sociedade de amanhã e fazer a ligação com
o resto do sistema educativo, oferecendo
aos adultos a possibilidade de retomar os
estudos e desempenhando a função de centro
de estudo, enriquecimento a preservação da
cultura (DELORS, 2004, p. 141).
License-217166-5548-0-9
Além disso, é importante promover debates sobre a
sustentabilidade, propiciando aos estudantes conhecimentos
para que eles sejam capazes de refletir as ações de uma empresa
e instituir novas práticas gerenciais. Essas são medidas que
fazem com que as IES reencontrem o verdadeiro sentido de
contribuição social e ambiental de seus serviços à comunidade.
License-217166-5548-0-9
Conexão de diferentes saberes
License-217166-5548-0-9
Conhecimento Habilidades Atitudes Valores
Compreender a complexidade
do tema, sua transversalidade Identificar oportunidade e Coragem para romper Elevado senso de
e suas conexões em toda a criar soluções novas. barreiras à mudança. justiça.
cadeia produtiva.
Entender o tripé
Interagir com stakeholders Perseverar. Transparência.
da sustentabilidade.
Analisar riscos e
Dominar as variáveis do
oportunidades sob vários Proatividade. Fé no futuro.
sistema
ângulos.
Construir redes de
Visão coletivista.
relacionamento.
License-217166-5548-0-9
especializar cada vez mais sobre o assunto e as conexões
que fazem com outros conhecimentos e pessoas são fatores
que fazem a diferença na sua vida pessoal e, principalmente,
profissional.
Dessa forma, podemos entender que para ser um gestor
socioambiental de sucesso, é necessário estar em constante
formação, aprendendo novos conhecimentos e habilidades
conceituais, humanas e técnicas. Além de ter a habilidade
de estabelecer conexões de ideias e o inter-relacionamento
com os diferentes públicos que estão ligados à empresa.
Possibilitando, dessa forma, uma nova forma de gerir uma
empresa e conduzi-la ao desenvolvimento sustentável.
License-217166-5548-0-9
Conexão
Aplicação
License-217166-5548-0-9
REFERÊNCIAS
License-217166-5548-0-9