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Ecologia é o ramo da biologia que estuda as interações dos organismos vivos entre si e com
o meio ambiente. Podemos entender por “meio ambiente” o conjunto de fatores abióticos (água,
luminosidade, etc.) que exercem determinada influência sobre os seres vivos de um local. O
termo Ecologia foi cunhado por Ernst Haeckel (1834-1919), em 1866, e é derivado da
combinação de duas palavras gregas: oikos, que significa casa, e logos, que significa estudo.
Assim sendo, ecologia significa o "estudo da casa" ou o "estudo do habitat dos seres vivos".
Haeckel, inclusive, contribuiu para a divulgação dos trabalhos de Charles Darwin (1809-1882),
e suas pesquisas geraram conhecimento em diversas áreas além da ecologia como a zoologia e a
filogenia.
ECOLOGIA DE
ECOSSISTEMAS
INTRODUÇÃO
REFLETINDO SOBRE
Você sabia? Uma hipótese, criada por Haeckel, considerou que o primeiro
homem foi o Pithecanthropus alalus, ser não falante e bastante primitivo. Ele rastreou e
trabalhou para mostrar o desenvolvimento das diferentes espécies que surgiram até o
homem moderno. Para apresentar o estudo, ele criou a filogenia das espécies modernas,
isto é ele traçou a história evolutiva do homem. Busque mais informações e fique por
dentro
A Ecologia é uma ciência ampla, cujo foco é a compreensão do funcionamento de
toda a natureza, o que a torna complexa, tendo em vista as muitas variáveis que podem
influenciar no funcionamento de um ecossistema. Como muitos outros campos de
estudo da biologia, não é uma ciência isolada. Para compreendê-la, é necessário
lançarmos mão de fundamentos de diversas áreas de conhecimento. Evolução, genética
e bioquímica, por exemplo, são essenciais para que se compreenda a inter –relação da
natureza com os seres vivos que nela estão inseridos.
Biosfera = Todas as regiões do planeta onde existem seres vivos ou onde algum ser vivo
seja capaz de viver.
Consumidores = Seres que não são capazes de produzir seu próprio alimento e precisam
alimentar-se de outro ser vivo, parte dele ou produtos por ele produzidos para obter sua energia.
São os seres heterotróficos.
Ecossistema = Local geográfico onde ocorre interação entre seres vivos (fatores bióticos) e
os diversos fatores físicos e químicos que influenciam, de alguma forma, os seres vivos (fatores
abióticos).
Nível trófico = Posição que uma espécie ocupa em uma cadeia alimentar.
Produtores = Seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento. São os seres
autotróficos.
1. Entender como a Ecologia começou a ser estudada e como esses estudos avançaram;
2. Conhecer as bases conceituais da Ecologia;
3. Caracterizar os diferentes biomas brasileiros e como eles têm sido degradados pelo
homem, ao longo dos anos.
Como já mencionado na introdução, a Ecologia teve o seu termo cunhado pelo biólogo
alemão Ernst Haeckel, no século XIX, porém a percepção de que a interação entre os seres
vivos e os outros componentes da natureza é intensa e de grande importância, data de
milhares de anos, como pode ser visto, desde textos bíblicos. No livro de Gênesis, o primeiro
capítulo discorre:
Já na Idade Média, o pensamento a respeito da natureza estava ligado, ainda, à criação por
parte do divino, mas influenciado por ideias gregas e orientais. Nesse entendimento, começaram
a se estabelecer ideias que consideravam a natureza através do seu funcionamento lógico e
racional. Por volta do século XV, e até meados do século XIX, praticamente não existiam
políticas públicas e/ou legislação rígida que estivessem voltadas à preservação e ao uso
sustentável dos recursos naturais, ou seja, a natureza era vista como fonte de renda e exploração,
isso fez com que os impactos ambientais crescessem, sobretudo, depois da revolução industrial,
em países capitalistas, ou em ascensão econômica, pois a possibilidade de extração,
transformação e comercialização dos recursos naturais aumentaram em grande escala.
Os nômades tinham uma relação muito próxima com a natureza, já que dependiam dela
para sobreviver. Eles viviam em harmonia com o meio ambiente, coletando frutas e raízes,
caçando animais e pescando nos rios. Eles aprendiam a identificar as plantas e animais que
podiam utilizar como fonte de alimento e conheciam as melhores épocas para coleta ou caça.
Esses seres humanos reverenciavam a natureza e o ambiente em que viviam. Sabiam que
esta poderia ser útil e produtiva, mas também poderia ser hostil. Baseados na observação
cotidiana, eles tinham conhecimento sobre as condições climáticas, o solo e a biodiversidade
local e de como tratar com atenção os eventos da natureza com tempestades, por exemplo.
Um dos principais reflexos dessa relação era a preocupação com a preservação dos recursos
naturais. Compreendendo a importância de manter o equilíbrio ecológico, muitas tribos
nômades criaram rituais e mitos que enfatizavam a necessidade de respeitar a natureza e evitar o
desperdício.
Com o tempo, a sedentarização transformou muitos aspectos dessa relação entre ser
humano e natureza. Ao passo que o comportamento nômade foi sendo ultrapassado pelo
domínio de técnicas de cultivo da terra, fabricação e manipulação de ferramentas, o trabalho
coletivo se tornou, cada vez mais, necessário e efetivo. Isso possibilitou que as primeiras
sociedades aparecessem de fato, cada uma com a sua complexidade e o seu entendimento a
respeito da natureza.
É válido mencionar que muitas sociedades, em especial, as indígenas e/ou tribais, sempre
possuíram um comportamento assentado na preservação da natureza, mesmo em memórias
primordiais. O modo como muitas populações vivem está intimamente relacionado à forte
dependência dos recursos naturais à sua volta. Estas populações entendem as atividades
produtivas tão somente como necessárias para suas subsistências. Isso permite que a natureza
molde os seus modos de vida em diversos níveis: alimentação, cultura, crenças, etc.
“Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, nasceu em Xapuri, Acre,
em 15 de dezembro de 1944. Ele descendia de seringueiros, trabalhando, desde a infância, na
extração de látex e acompanhando a luta dos pais por melhores condições de trabalho e direitos
trabalhistas.
Chico Mendes se tornou a voz dos seringueiros, liderando uma luta pelo desenvolvimento
sustentável da Amazônia, para que se respeitasse os direitos dos povos tradicionais e o meio
ambiente. Ele acreditava que uma gestão responsável da floresta poderia garantir trabalho e
renda às comunidades locais, sem prejudicar a preservação da biodiversidade e dos recursos
naturais.
Com o passar dos anos, Chico Mendes se tornou um líder emblemático, referência na luta
pelos direitos dos pobres e pela defesa das florestas e seus povos. Ele fundou o Conselho
Nacional dos Seringueiros, uma organização que defendia os direitos dos trabalhadores da
seringa, e ajudou a criar a Reserva Extrativista Chico Mendes, que homenageia o legado
histórico do ambientalista e inclui mais de 1,3 milhão de hectares de florestas e comunidades no
Acre.
Ao longo de sua vida, ele enfrentou inúmeras adversidades, incluindo ameaças constantes
de morte, prisões injustas e conflitos com madeireiros e proprietários de terras. Em 22 de
dezembro de 1988, ele foi assassinado com um tiro, na frente de sua casa, por dois pistoleiros
contratados por madeireiros locais.
A morte de Chico Mendes chocou o mundo e se tornou um símbolo da luta pelos direitos
ambientais e sociais. Sua memória inspira gerações de ativistas que lutam pela preservação das
florestas, pela justiça social e por um modelo de desenvolvimento sustentável.
Chico Mendes foi um herói, um homem que lutou pelos seus direitos e pelos direitos de seu
povo. Ele sempre defendeu a Amazônia e seus recursos naturais, e mostrou ao mundo a
importância da luta em prol do meio ambiente e da sustentabilidade. Suas conquistas e sua vida
foram interrompidas de maneira brutal e injusta, mas seu legado fica como um exemplo de
coragem, dignidade e mobilização social”.
Alexander von Humboldt (1769 -1859), considerado, por muitos, como o pai da Ecologia,
foi o primeiro cientista que se dedicou ao estudo das relações que os organismos estabelecem
entre si e com o meio ambiente, firmando algumas bases que relacionaram os seres vivos e o
fluxo de energia na natureza. Ele considerava suicídio fazer mal uso dos recursos naturais.
Embora as contribuições de Von Humboldt tenham sido essenciais, enquanto ciência, a Ecologia
não possui uma data definida como início de seu marco. Foi através dos trabalhos do
economista inglês Thomas Malthus, no início do século XIX, que as questões ligadas ao
crescimento populacional e à capacidade da Terra de produzir alimentos vieram à tona no meio
científico. Outros pesquisadores, como Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925) também
desenvolveram trabalhos que ajudaram a explicar como as populações mantinham as suas
diversas interações, tanto com outros seres vivos, como com o meio ambiente. Já em meados do
século XX, americanos e europeus já estudavam a distribuição dos biomas, a partir de sucessões
(ecológicas). Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann estudou o fluxo de energia, no
meio ambiente, a partir dos conceitos de níveis tróficos, em que a transferência de energia entre
os organismos vivos ocorre iniciando nos produtores (seres autótrofos) e finalizando nos
decompositores (bactérias e fungos responsáveis pela ciclagem dos nutrientes).
Para a compreensão das mudanças climáticas -tema que tem ganhado destaque nos últimos
anos- a ecologia pode ser considerada peça chave. As mudanças climáticas são resultado das
ações humanas, sobretudo, da intensificação das atividades produtivas e da queima de
combustíveis fósseis. Tais mudanças têm consequências preocupantes do ponto de vista
ambiental, como o aumento da temperatura global, a elevação do nível do mar, a intensificação
de eventos climáticos extremos e a redução dos recursos naturais disponíveis.
Por fim, é importante destacar que a ecologia é substancial para a construção de uma
sociedade mais justa, saudável e equilibrada, que seja capaz de satisfazer as necessidades
humanas sem comprometer as próximas gerações. É necessário, portanto, que a ecologia seja
entendida como uma ciência relevante e que ocupe espaço na discussão política e social, a fim
de construir um futuro mais sustentável e consciente.
A ecologia é um ramo científico, relativamente novo, pois até meados do século XX, não
existiam bases conceituais sólidas. Na atualidade, a ecologia já firmou conceitos,
principalmente, em torno do seu objeto de estudo mais elementar: o ecossistema -que é
a unidade básica da Ecologia- e sua principal função que é realçar e enfatizar a obrigatoriedade,
interdependência e causalidade das relações contidas entre os produtores, consumidores,
decompositores e os fatores abióticos do ambiente (Odum & Eugene, 2006). A integração dos
seres vivos com os fatores não vivos nas mesmas perspectivas de estudo, somado ao somado ao
tempo cronológico de observação e análise, torna o estudo da ecologia complexo.
sempre saindo de um estado menos complexo para um mais complexo, também chamado
de comunidade clímax. Esse decurso se dá de forma natural, fazendo com que todo ecossistema
mantenha uma relação entre o passado e o futuro do local onde se encontra. Tal processo é
chamado de sucessão ecológica. A população é reconhecida como sendo a unidade funcional de
um ecossistema.
A ecologia de sistemas nos permite entender as muitas relações que existem, nos sistemas
naturais, e compreender como as mudanças em um componente podem afetar todo o sistema.
A ecologia também se baseia na teoria da evolução, que reconhece a história da vida na Terra e
as adaptações que os organismos desenvolveram para sobreviver em seu ambiente. A ecologia
evolutiva enfoca as interações entre os seres vivos e o meio físico, ao longo do tempo, levando
em consideração o estudo das adaptações comportamentais, fisiológicas e morfológicas que
possibilitaram a biodiversidade da Terra.
Para que, de fato, uma sucessão ecológica ocorra, faz-se necessário que o processo como
um todo passe por três características básicas:
Colonização dos primeiros seres vivos após uma grande perturbação ambiental. Ocorre em
ambientes que nunca tinham sido ocupados por outros organismos, isto é, em áreas sem vida
como, por exemplo, em superfícies arenosas expostas ao sol constante, afloramentos rochosos
ou porções de lava vulcânica solidificada.
Esse tipo de sucessão, geralmente, acontece em lugares de condições severas e de difícil
estabelecimento de organismos. Os organismos, que mesmo nessas condições, conseguem se
desenvolver, são chamadas de espécies pioneiras. Os líquens, por exemplo, são espécies
pioneiras formadas pela associação simbiótica de fungos e cianobactérias e que têm a
capacidade de se estabelecer em rochas. A partir de então, pode haver o desenvolvimento de
novos seres e, consequentemente, novas comunidades.
REFLETINDO SOBRE
Vale registrar! Krakatoa: a erupção, há 137 anos, que foi sentida no planeta
inteiro. Essa erupção praticamente extinguiu toda a vida na ilha de mesmo nome.
Isso proporcionou a possibilidade de se estudar a sucessão ecológica no local
atingido. Você sabe onde fica Krakatoa? Como está o vulcão hoje? Vamos
pesquisar!
Acontece quando uma comunidade original, já colonizada, passa por uma perturbação que a
destruiu.
Considerando que os organismos não foram extintos por completo dessas áreas (ainda
restam sementes, raízes, colônias de fungos e outros micro-organismos, etc.), esse tipo de
sucessão inicia de maneira rápida. As espécies que são encontradas, na ocorrência dessa
sucessão, podem ser divididas em:
Existe uma relação direta do desenvolvimento das comunidades pioneiras com o das
comunidades que as sucederão, que são as intermediárias. Normalmente, as comunidades
pioneiras ajudam no desenvolvimento das espécies que vão se instalar depois na localidade,
sendo responsáveis por aumentar a biomassa local, fertilizar o solo, dentre outros fatores que
facilitarão o desenvolvimento das próximas comunidades. Porém a presença de algumas
espécies inibem o crescimento de outras, fazendo com que colonização seja direcionada
dependendo de quem chegou na localidade de forma prévia ou mais rápida.
d) Comunidade intermediária
Essa comunidade depende de como e por quais organismos a colonização inicial foi
realizada. Como um aumento na diversidade biológica já pode ser observado, mas o auge ainda
não foi atingido, ela é chamada de comunidade de transição. Diz-se que o ambiente está em fase
de SERAL e é muito comum a presença de vegetação de pequeno porte, arbustiva e herbácea.
Nessa fase, o ambiente não suporta grandes perturbações, pois a comunidade ecológica ainda
não está completamente instalada.
e) Comunidade clímax
Nela, já podem ser percebidos uma maior diversidade biológica, bem como uma maior
biomassa. Pode-se dizer que o auge foi atingido ou está muito próximo. Espécies não antes
encontradas, no local, podem ser vistas, fazendo com que teias alimentares mais complexas
ocorram. Essa localidade suporta uma perturbação ambiental maior do que as que ainda
possuem comunidades intermediárias ou pioneiras. Essa comunidade pode ser definida
como: uma comunidade ecológica, na qual, as proporções entre as diferentes espécies se
conservam, através dos tempos, a reciclagem dos elementos funciona com regularidade e a
massa total do sistema permanece constante.
Já um ecossistema pode ser considerado como sendo o conjunto das interações entre os
seres vivos de uma região (todas as comunidades) e os componentes abióticos (os elementos
químicos e físicos) da mesma localidade. É um sistema natural que inclui o solo, o ar, a água e a
luz solar. Todos os componentes do ecossistema estão interconectados e dependem uns dos
outros para sobrevivência e para manter um equilíbrio natural.
Existem diferentes tipos de ecossistemas, como florestas, oceanos, desertos, lagos, rios e
pradarias. Cada um deles possui características específicas que abrigam diferentes espécies de
seres vivos e interações distintas entre eles.
Os ecossistemas são importantes, porque fornecem serviços ambientais essenciais, como
purificação do ar e da água, decomposição de resíduos, polinização de plantas, entre outros. A
preservação e a conservação desses sistemas são fundamentais para a manutenção da
biodiversidade, proteção da vida selvagem e garantia do equilíbrio ecológico.
A biosfera é a parte da Terra onde os seres vivos existem. Ela abrange a superfície terrestre,
a água e a atmosfera, sendo formada por todos os ecossistemas do planeta. A biosfera é
composta, portanto, por todos os organismos vivos e suas interações com o meio ambiente
físico.
A biosfera é uma das quatro esferas da Terra, juntamente com a atmosfera (camada de ar
que envolve o planeta), hidrosfera (água na superfície e subsolo) e a geosfera (rochas e solos).
Juntas, essas esferas compõem o sistema Terra, que é um sistema interligado de processos
físicos, químicos e biológicos responsáveis pela manutenção da vida.
A biosfera é extremamente
importante, pois é nela que se
desenvolve toda a vida conhecida.
Ela é composta por diversos
ecossistemas que se inter-relacionam
e interagem de diversas formas,
formando complexas redes
ecológicas de seres vivos. Através
dessas interações, os organismos são
capazes de se adaptar ao ambiente
em que vivem e evoluir, ao longo do
tempo, garantindo a perpetuação da
vida na Terra.
Os pesquisadores divergem
quanto ao conceito de estresse e
distúrbio ambiental, mas, no geral,
existe um consenso no sentido de que
o estresse está relacionado a fatores
limitantes de crescimento e reprodução dos indivíduos de uma população (escassez hídrica,
tempestades de vento ou água, alteração de fatores físico-químicos como temperatura,
salinidade, ph etc.), o que não envolve diretamente a mortalidade dos mesmos. Já um distúrbio
promove o rompimento da estrutura de um ecossistema, comunidade ou população,
modificando, de forma drástica, a disponibilidade de recursos no ambiente.
O termo perturbação, no entanto, trata dos efeitos de um distúrbio ou estresse, ou seja,
como o sistema ecológico responde quando submetido aos processos citados acima. Um estresse
ou distúrbio pode ser
As ferramentas científicas como indicadoras podem aferir tanto os efeitos positivos quanto
os negativos de uma intervenção, no ambiente terrestre, aquático ou do ar. Essas aferições
geram conhecimento com capacidade de benefícios ambientais e sociais. Algumas dessas
ferramentas são: análise de enzimas do solo, biomassa microbiana, fauna do solo, banco de
plântulas, entre outros. A partir dessas análises, ações podem ser tomadas, dentre elas:
· Aproveitamento de resíduos orgânicos.
· Diversificação de sistemas de produção.
· Inoculantes e insumos biológicos.
· Sistema de produção de grãos.
· Culturas energéticas.
· Pastagens.
· Recuperação de áreas degradadas.
O Sol é a principal fonte de energia de um ecossistema e vale destacar que ele também é a
única fonte de entrada dessa energia. O fluxo de energia sempre ocorre de forma unidirecional
através dos níveis tróficos.
OBS: O nível trófico refere-se à posição que um ser vivo ocupa em uma cadeia ou teia
alimentar, podendo ser um Produtor, Consumidor ou Decompositor. Ver figura 13.
Para que haja equilíbrio em um ecossistema, o fluxo de energia deve ocorrer entre todos os
organismos de uma comunidade, desde os seres fotossintetizantes (realizam a transformação da
energia luminosa – inorgânica – em matéria orgânica), passando pelos consumidores (podem ser
de primeira, segunda, terceira ordem etc.) e chegando até aos decompositores (fungos e
bactérias) que realizam a ciclagem da matéria.
Figura 12: Fluxo de energia em um ecossistema
A energia solar pode ser transformada em energia química e, consequentemente, em energia
utilizável pelos seres vivos para a manutenção e funcionamento de seus corpos, contudo nem
todos os seres possuem essa capacidade. Os organismos fotossintetizantes são classificados
como autótrofos (produzem o seu próprio alimento) e, sem eles, não existiria cadeia alimentar
ou fluxo de energia em um ecossistema, pois os outros seres não conseguiriam aproveitar a luz
solar para a sua alimentação.
A luz do sol é captada pelas folhas das plantas, através do pigmento clorofila, que é
responsável também pela coloração verde delas. A clorofila capta a luz do sol que, por sua vez,
quebra o dióxido de carbono (CO2) e, com a água (H20) absorvida do solo, sintetiza a molécula
de glicose (C6H1206), liberando oxigênio (O2). A glicose é a base de outra seiva (seiva elaborada)
que fornece à planta energia para crescer, aumentar a sua biomassa e se manter através da
respiração celular, podendo também disponibilizar essa energia para os organismos que se
alimentarem dessa planta, iniciando o fluxo de energia em uma cadeia alimentar.
Na fotossíntese é utilizada apenas uma pequena parcela da luz solar que chega à Terra
(cerca de 2% dependendo da localidade). Essa luz gera energia e esta não pode ser destruída
assim como afirma a primeira lei fundamental da termodinâmica: “A energia não pode ser
criada nem destruída e sim transformada”.
Outro fato relevante a respeito da energia num ecossistema é que ela não fica disponível na
mesma quantidade quando passa de um nível trófico para outro. A cada nível trófico, menos
energia é passada para o organismo seguinte.
REFLETINDO SOBRE
O PULMÃO DO MUNDO
Até pouco tempo, acreditava-se que a região amazônica era a grande responsável
pela manutenção dos níveis de oxigênio da terra, sendo popularmente chamada de
‘pulmão da terra’. Porém, recentes pesquisas descobriram a existência de um novo
“pulmão”: as algas marinhas. Apesar de se apresentar nas cores verdes, azuis, marrons,
amarelas e vermelhas, todas as algas possuem clorofila e fazem fotossíntese. Como são
muito numerosas ainda liberam mais oxigênio do que precisam consumir, se atribui à
sua fotossíntese a maior parte de oxigênio existente no planeta.
Consumidores - Por não conseguirem produzir o seu próprio alimento, isto é, sintetizar a
matéria orgânica a partir da inorgânica, os animais são classificados como heterótrofos.
Para se alimentar, os organismos heterótrofos precisam obter energia vinda de outros seres
vivos. Quando um ser se alimenta de um produtor, ele é chamado de consumidor primário.
Consumidores secundários são aqueles que se alimentam dos consumidores primários e assim
por diante. Os produtores estão no 1º nível trófico, os consumidores primários no 2° nível, os
secundários no 3° nível e assim sucessivamente.
Figura 16: exemplo de níveis tróficos
Uma observação importante é que uma mesma espécie pode ocupar diferentes níveis
tróficos, dependendo da cadeia ou teia alimentar considerada . Por exemplo: se considerarmos
um homem que comeu uma fruta. Nessa ocasião, ele estaria classificado como consumidor
primário, mas quando considerarmos o mesmo homem comendo carne de vaca, ele estaria agora
classificado como consumidor secundário. Quando um organismo se alimenta de produtor, na
verdade está ingerindo a energia química acumulada por ele e produzida na fotossíntese. Uma
parte dessa energia é perdida (liberada) em forma de calor e outra parte fica estocada em seu
corpo, podendo ser utilizada ou mesmo disponibilizada para um consumidor secundário. Um
consumidor secundário pode servir de alimento para um terciário e assim por diante.
Como estão no nível onde ocorre a transferência de energia de volta para o meio, os
decompositores atuam em quaisquer parte de uma cadeia alimentar, decompondo a matéria de
todos os organismos mortos. Normalmente, eles são representados ao fim de uma cadeia
alimentar, mas devem estar em paralelo aos demais.
Como supracitado, a quantidade de energia diminui, ao longo da cadeia alimentar, com isso
cada nível trófico terá acesso a uma menor quantidade de energia se comparado ao nível abaixo.
Isso pode ser exemplificado pela diferença entre a produtividade primaria bruta (PPB) e a
produtividade primária líquida (PPL) em um local em determinado tempo. A PPB refere-se ao
total da biomassa dos produtores, a partir da fotossíntese numa área em um dado tempo. Já a
PPL pode ser entendida como a energia disponível dos produtores para os consumidores
primários. Assim sendo, a PPL é a diferença entre a PPB e os gastos com a respiração dos
produtores.
OBS: a ação dos decompositores pode ser vista no vídeo do link a seguir. Vale a pena
conferir! https://www.youtube.com/watch?v=ykBFTiYLwnU
Em geral, a cadeia alimentar começa com as plantas, que são produtores primários e são
capazes de produzir seu próprio alimento, por meio da fotossíntese. Herbívoros, que comem
plantas, são consumidores primários e carnívoros, que comem herbívoros, são consumidores
secundários. E assim por diante até chegar aos principais predadores no topo da cadeia
alimentar.
Uma teia alimentar é uma representação complexa das interações entre organismos em um
ecossistema. Eles mostram como os organismos dependem uns dos outros e como se alimentam
uns dos outros, formando redes de transferência de energia.
Ao contrário das cadeias alimentares lineares, as teias alimentares são mais dinâmicas e
podem ilustrar melhor as conexões entre os diferentes níveis tróficos. A teia alimentar não é
uma cadeia única, mas possui várias cadeias alimentares inter-relacionadas, formando múltiplas
camadas de relacionamentos complexos.
Em uma teia alimentar, cada organismo é considerado um elo que pode ser consumido por
outros organismos em diferentes níveis tróficos. Por exemplo, plantas podem ser comidas por
herbívoros (consumidores primários), que por sua vez podem ser comidos por predadores
(consumidores secundários). Além disso, cada organismo pode ter diferentes presas e
predadores, levando à complexidade da teia alimentar.
OBS: não confunda bioma com ecossistema. Apesar desses termos serem utilizados
como sinônimos, significam coisas bem diferentes. Um bioma é um agrupamento de
vegetações que por ser de grande dimensão pode ser identificado a nível regional.
Ecossistema, no entanto, se refere ao conjunto de interações dos organismos vivos com o
meio ambiente.
Muitas tribos indígenas vivem na Amazônia e são considerados como guardiões da floresta
e dos rios. Podem ser citadas as tribos: Guarani, Xerente e Amawáka.
Muitas espécies são endêmicas, cerca de 33%, e dentre algumas caraterísticas adaptativas
ao clima, podemos citar: queda das folhas de forma sazonal, presença de folhas modificadas em
espinhos, caules suculentos para o armazenamento de água, cutículas muito impermeáveis e um
sistema de raízes bem desenvolvido, o que permite captar e armazenar água por longos
períodos. É importante mencionar que algumas espécies de plantas, presentes na Caatinga,
conseguem realizar sua fotossíntese, através de outras partes de corpo que não as folhas. Isso
pode ocorrer pela presença de clorofila em células do caule, garantindo, assim, a sobrevivência
alimentar da planta nos períodos de queda das folhas.
Dentre os exemplares mais conhecidos de sua flora estão: Aroeira,
Umbuzeiro, Juazeiro, Macambira, Coroa-de-frade, xique-xique, maniçoba e
Carnaúba.