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Tema 1: Aspectos conceituais de ecologia básica


HISTORICO
Homem primitivo x conhecimentos ecológicos. Era necessário?
Na sociedade primitiva, para sobreviver, todos os indivíduos precisavam conhecer
o seu ambiente, ou seja, as forças da natureza e os vegetais e os animais a sua
volta.
• Hipócrates, Aristóteles e outros filósofos gregos: fazem referência a temas
ecológicos em suas obras.
• Idade Média: visão aristotélica da natureza, isto é, a natureza sempre
esteve em “equilíbrio perfeito”.

ALGUNS CIENTISTA IMPORTANTES


*Gaunt: pioneiro no estudo da demografia (mortalidade, razão sexual, taxa de
nascimentos, etc).
*Leeuwenhoeck (1632): importância das cadeias alimentares e a regulação das
populações.
*Richard Bradley: produtividade biológica.
*Buffon (1756): princípio básico da regulação ecológica das populações.
*Malthus (1798): populações podem crescer em ritmo exponencial enquanto os
recursos necessários a essas populações crescem em ritmo aritmético.
*Darwin (1859) e Malthus mudaram a visão aristotélica e a base para essa
mudança de pensamento baseou-se nos seguintes fatos:
a) muitas espécies foram extintas no decorrer dos tempos;
b)existe competição causada por pressão populacional;
c)a seleção natural e a luta pela existência são mecanismos evidenciáveis na
natureza.

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*Ernest Haeckel, em 1866 na Alemanha, propôs pela primeira vez o termo


ecologia – “Estudo da casa”
Ecologia é o estudo de todas as inter-relações complexas denominadas por
Darwin como as condições da luta pela existência.” Ou, ainda, a ecologia era “a
ciência capaz de compreender a relação do organismo com o seu ambiente.”
A ECOLOGIA NÃO É UMA CIENCIA FACIL. PORQUE?
Apresenta: milhões de espécies diferentes, incontáveis, bilhões de indivíduos
geneticamente distintos, todos vivos e interagindo em um mundo variado e
sempre em transformação.
A ecologia, sendo uma ciência... os ecólogos procuram explicar e compreender.
Explicação imediata (aqui e agora) – a distribuição e abundância atuais de uma
determinada espécie de ave pode ser explicada pelo ambiente físico que ela
tolera, o alimento que consome e os parasitas e predadores que a atacam.
Explicação final – da distribuição e abundância atuais dessa aves baseia-se nas
experiências ecológicas de seus ancestrais.
Antes de compreender algo... é preciso descrever o que desejamos entender.
CONCEITO
“Estudo das relações entre os seres vivos, e destes com o meio em que vivem”.

Ecologia é o estudo das relações totais dos animais no seu ambiente orgânico
como inorgânico e em particular o estudo das relações do tipo positivo ou
amistoso ou do tipo negativo (inimigos) entre plantas e animais no ambiente em
que vive (Ernst Haeckel- 1866).
Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente
onde estes vivem. (MacNaughton and Wolf 1973).

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Ecologia é a ciência que estuda a dinâmica dos Ecossistemas. É a disciplina que


estuda os processos, interações e a dinâmica de todos os seres vivos co os
aspectos químicos e físicos do meio ambiente, incluindo também aspectos
econômicos, sociais, culturais e psicológicos peculiares ao homem, que de
maneira interativa deve sintetizar e gerar informações para a maioria dos demais
campos do conhecimento (Wickersham –1975).
Ecologia é o modelo ou a totalidade das relações entre os organismos e seu
ambiente (Webster’s – 1976).
Ecologia é a ciência das relações dos seres vivos com o seu meio. Termo usado
freqüentemente e erradamente para designar o meio ou o meio ambiente
(Dansereau-1978).
Ecologia é o estudo do “ambiente da casa”, incluído todos os organismos contidos
nela (incluindo o homem) e todos os processos funcionais que a tornam habitável
(Eugene Odum – 1983).
Ecologia é a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as
interações, de qualquer natureza, existentes entre seres vivos e seu meio (Roger
Dajoz – 1983).
Ecologia é disciplina da Biologia que lida com o estudo das inter-relações
dinâmicas dos fatores bióticos e abióticos do meio ambiente. (USDT – 1983).
Ecologia é o ramo da ciência humana que estuda a estrutura e o desenvolvimento
das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua
conseqüente adaptação a ele, assim como os novos aspectos que os processos
tecnológicos ou os sistemas de organização social possam acarretar para as
condições de vida do homem. (Ferreira 1985).
Ecologia é o estudo das relações, distribuição e abundância de organismos ou
grupos de organismos em um ambiente.(Dodson et. al. 1998).
Ecologia é o estudo científico das relações que determinam a distribuição e
abundancia de organismos (Krebs, 2001).
Ecologia é o estudo científico das relações entre organismos e seu ambiente.
(Begon et al. 2006).

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Ecologia é o estudo especial e temporal de padrões de distribuição e abundância


dos organismos, incluindo suas causas e suas conseqüências. (Scheiner and
Willing 2008).
Importância do estudo da ecologia
 Racionalização da utilização dos recursos naturais (sustentabilidade).
 Controle da poluição
 Controle do crescimento das populações.
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

Átomos – “unidade” da matéria.


Ex: hidrogênio, carbono, oxigênio, ferro, iodo...
Moléculas – conjunto de átomos.
Ex: água, proteínas, carboidratos, lipídios...
Organelas – conjunto de moléculas.
Ex: ribossomos, plastos, mitocôndrias, complexo de Golgi...
Células – conjunto de organelas.
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Ex: hemácia, neurônio, espermatozoide, óvulo, zigoto...


Tecidos – conjunto de células semelhantes.
Ex: tec. nervoso, tec. adiposo,...
Órgãos – conjunto de tecidos.
Ex: coração, cérebro, pulmão, intestino, pele...
Sistemas – conjunto de órgãos.
Ex: sist. digestório, sist. respiratório, sist. circulatório, sist. excretor
ORGANISMO
 unicelular
 pluricelular.

População – conjunto de organismos da mesma espécie que vivem numa


determinada área.
Comunidade (biota ou biocenose) – conjunto de organismos de espécies
diferentes que vivem numa determinada área.
Ecossistema – conjunto formado pelo meio físico (biótopo) e a comunidade
que com o meio se relaciona.
Ex: florestas, savanas, pântanos, desertos...
Biosfera – conjunto de todos os ecossistemas.
Ex: camada do planeta Terra onde se encontra seres vivos.
*Somente os níveis acima de organismo são objetos de estudo da Ecologia.

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RESUMO

CONCEITOS COMPLEMENTARES
Biomas – conjunto de diferentes ecossistemas que apresentam certo nível de
homogeneidade
Ex: florestas tropicais, florestas temperadas, ....
Habitat – espaço físico (local) onde vive um determinado organismo
Nicho ecológico – função que o organismo exerce em seu habitat (alimentação,
abrigo, reprodução, inimigos naturais).
Ecótono: Transição entre dois ecossistemas vizinhos.
ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos com semelhanças fisiológicas e que são
capazes de se reproduzirem naturalmente, originando descendentes férteis, ou
híbridos estéreis.
Ex.: Felis catus, Orcinus orca, Boa constrictor, etc.
MEIO AMBIENTE – É o meio não vivo e vivo que cercam o ser vivo.

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SUBDIVISÕES DA ECOLOGIA
A relação biológica de uma espécie com seu ambiente e a situação atual de sua
população é conhecida como HISTORIA NATURAL ou algumas vezes,
simplesmente de Ecologia das espécies.
A Ecologia divide-se em três grandes áreas de estudo:
1. Dinâmica das Populações
Descreve as variações da abundância das diversas espécies e procura as
causas dessas variações.
Para avaliar o desenvolvimento de uma população, é preciso conhecer
certos atributos que lhe são característicos:
 Taxa de Natalidade - Número de indivíduos que nascem em um
determinado intervalo de tempo.
 Taxa de Mortalidade - Número de indivíduos que morrem em um
determinado período de tempo.
 Taxa de Imigração - Número de indivíduos que chegam a uma
população.
 Taxa de Emigração - Número de indivíduos que saem de uma
população.
 Densidade Populacional - É a relação entre o número de indivíduos
quecompõem determinada população e o espaço ocupado por eles.
D = n° de indivíduos/espaço.
2. Sinecologia
– Sinecologia é a Ecologia dos conjuntos de seres vivos. Do grego: Syn,
significa conjunto, oikos, casa e logos estudo (Schroter 1902);
– Analisa as relações entre indivíduos pertencentes às diversas espécies de
um grupo e seu meio. O termo biocenótica é sinônimo.
Pontos de vista:
1. Sinecologia Descritiva ou Estática;
- Consiste em descrever os grupos de organismos existentes em um meio
determinado. Obtém-se assim conhecimentos precisos sobre a composição
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especifica dos grupos, a abundância, freqüência, constância e distribuição espacial


das espécies constitutivas.
2. Sinecologia Funcional ou Dinâmica;
Pode-se descrever a evolução dos grupos e examinar as influências que os fazem
suceder-se em um lugar determinado.
- Pode-se também estudar os transportes de matéria e de energia entre os
diversos constituintes de um ecossistema, o que conduz às noções de cadeia
alimentar, de pirâmides dos números, das biomassas e das energias, de
produtividade e de rendimento. Esta última parte constitui o que se chama a
sinecologia quantitativa.
3. Auto-ecologia
A auto-ecologia (Schroter, 1896) estuda as relações de uma única espécie com
seu meio. Define essencialmente os limites de tolerância e as preferências das
espécies em face dos diversos factores ecológicos e examina a acção do meio
sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento. Desprezam-se as interacções
dessa espécie com as outras, mas frequentemente ganha-se na precisão das
informações. Assim definida, a auto-ecologia tem evidentemente
correlacionamentos com a fisiologia e a morfologia. Mas tem também seus
próprios problemas. Por exemplo, a determinação das preferências térmicas de
uma espécie permitirá explicar (ao menos em parte) sua localização nos diversos
meios, sua repartição geográfica, abundância e actividade.
Outras subdivisões da ecologia levam em consideração a natureza do meio e
correspondem aos três grandes conjuntos da biosfera: a ecologia marítima, a
ecologia terrestre e a ecologia límnica. A natureza dos organismos e os métodos
de estudo são geralmente muito diferentes nesses três meios, embora em muitos
casos os princípios gerais sejam os mesmos. E' preciso abandonar a divisão antiga
entre ecologia animal e ecologia vegetal, que separava arbitrariamente
organismos que guardam entre si estreitas inter-relações. Se um pesquisador se
limita ao estudo dos vegetais ou ao dos animais é unicamente por motivo da
impossibilidade material que uma só pessoa tem de abordar os dois campos.

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Interações com outras disciplinas

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O QUE ÉUMUM ECOSSISTEMA ?

O ECOSSISTEMA é a unidade básica do estudo da ecologia.


Em um ecossistema, o conjunto de seres vivos (biocenose) interage entre si e com
o meio natural (biótipo) de maneira equilibrada, pela reciclagem de matéria e
pelo uso eficiente da energia solar.
A união entre esses conjuntos, biótipo e biocenose, forma o ecossistema.
EXEMPLOS DEDE ECOSSISTEMAS
 Uma planta constitui um ecossistema;
 O oceano é um ecossistema;
 Um aquário é um ecossistema;
 Uma floresta é um ecossistema;
 Um reservatório hídrico, exemplifica um ecossistema.
COMPONENTES DE UM ECOSSISTEMAS
Bioticos (biocenose)
seres vivos
 Seres vivos – produtores,
 consumidores (vários níveis),
 decompositores.

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Abióticos (biotopo)
Materia inorgânica ou sem vida
 Condições climáticas
 Condições edáficas
 Variáveis físicas e químicas.
ECOSSISTEMA AQUÁTICO

Composto pelas plantas da margem e do fundo da


lagoa e por algas microscópicas, as quais são as
FLORA PRODUTORES maiores responsáveis pela oxigenação do ambiente
aquático e terrestre; à esta categoria formada pelas
algas microscópicas chamamos fitoplâncton.

Composto por pequenos animais flutuantes


CONSUMIDORES (chamados Zooplâncton), caramujos e peixes
FAUNA
PRIMÁRIOS herbívoros, todos se alimentado diretamente dos
vegetais.

CONSUMIDORES São aqueles que alimentam-se do nível anterior, ou


SECUNDÁRIOS seja, peixes carnívoros, insetos, cágados, etc.,

As aves aquáticas são o principal componente desta


CONSUMIDORES
categoria, alimentando-se dos consumidores
TERCIÁRIOS
secundários.

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Esta categoria não pertence nem a fauna e nem a


DECOMPOSITORES flora, alimentando-se no entanto dos restos destes, e
sendo composta por fungos e bactérias.

ECOSSISTEMA TERRESTRE

Formado por todos os componentes fotossintetizantes,


os quais produzem seu próprio alimento (autótrofos)
FLORA Produtores
tais como gramíneas, ervas rasteiras, liquens, arbustos,
trepadeiras e árvores;

São todos os herbívoros, que no caso dos ecossistemas


Consumidores
FAUNA terrestres tratam-se de insetos, roedores, aves e
primários
ruminantes;

Alimentam-se diretamente dos consumidores


Consumidores
primários (herbívoros). São formados principalmente
Secundários
por carnívoros de pequeno porte;

Consumidores Tratam-se de consumidores de porte maior que


terciários alimentam-se dos consumidores secundários;

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Aqui também como no caso dos ecossistemas


Decompositores aquáticos, esta categoria não pertence nem a fauna e
nem a flora e sendo composta por fungos e bactérias.

CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS


No estudo dos ecossistemas distinguem-se quatro características básicas:
♦ Continuidade - todos os ecossistemas do planeta estão interligados, formando
um grande ecossistema - a biosfera;

♦ Sistema aberto - sob o ponto de vista da termodinâmica, todos os ecossistemas


são sistemas abertos, que se mantêm através do fluxo contínuo de energia solar;
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA (OU LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA)
“A energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada
ou destruída”
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
“Todo o processo de transformação de energia dá-se a partir de uma maneira
mais nobre para uma menos nobre, ou de menor qualidade”

♦ Homeostase - todo ecossistema é dotado de auto-regulação, o que o torna


capaz de resistir às mudanças e lhe confere um estado de equilíbrio dinâmico;
Hipótese de Gaia (a terra seria uma organismo vivo)
Toda a massa de matéria viva da Terra funciona como um vasto organismo
que ativamente modifica o seu planeta para produzir o ambiente que
melhor serve as suas necessidades.

♦ Sucessão ecológica - a maioria dos ecossistemas forma-se no curso de uma


longa evolução, conseqüência do processo de adaptação entre as espécies e o

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meio ambiente. Uma sucessão ecológica pode levar dezenas a centenas de anos,
até que a comunidade estabilize atingindo o clímax.
A sucessão pode ser primária ou secundária. A primeira ocorre em regiões nunca
antes habitadas, como numa crosta rochosa. A segunda ocorre em regiões antes
habitadas mas que, em função de fatores naturais ou artificiais, como
enchentes,erupções vulcânicas, queimadas, projetos agrícolas, etc., romperam o
clímax, retornando ao processo de sucessão.
Estabilidade ecológica
Estabilidade ecológica é caracterizada pela persistência de um ecossistema em
manter-se próximo a um estado de equilíbrio. Estabilidade envolve dois conceitos
necessários para delinear a resposta de uma comunidade a distúrbios: resistência
(ecologia) e resiliência (ecologia).
A figura abaixo exemplifica o comportamento de um ecossistema submetido a um
distúrbio, provocando um desvio na amplitude operativa normal de uma função
importante de um ecossistema. A resistência relativa é medida em termos do
grau de desvio, enquanto a resiliência relativa é medida pelo tempo necessário
para recuperação.

Contudo o conceito de estabilidade em um ecossistema não é unânime. O estado


de equilíbrio de um ecossistema pode ser considerado dinâmico, uma vez que
alguns ecossistemas podem ter mais de um estado de equilíbrio e podem mover-
se entre esses estados após um distúrbio ou durante um processo de restauração.

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Distúrbio (ecologia)
Em ecologia, distúrbio é uma alteração transitória em um ecossistema, ou seja,
tudo aquilo que inicia, interrompe ou redireciona o processo de sua sucessão ou
regeneração.
Fogo, ação de herbívoros, queda de árvores, inundações, revolvimento de solo,
deslizamentos de terra, atividades vulcânicas, ataques de insetos, entre outros,
constituem distúrbios.
Condições de distúrbio
Condições específicas são muitas vezes necessárias aos distúrbios e ocorrem
freqüentemente como parte de um ciclo. Quando essas condições são
influenciadas pelo clima (estiagens, inundações, fogo, etc) o distúrbio pode
adquirir caráter periódico.
Dimensões do distúrbio
O distúrbio pode ser considerado em três dimensões: espaço, tempo e
magnitude.

1. Espaço: refere-se à localização e extensão do distúrbio. A dinâmica de uma


mancha de vegetação onde ocorreu um distúrbio é afetada por sua
extensão. Por exemplo, o efeito do fogo sobre uma mancha de vegetação
se intensificará de acordo com o tamanho das manchas queimadas; quanto
menor o tamanho das manchas, maior será a extensão das bordas com
manchas não queimada e, consequentemente, mais fácil a colonização dos
espaços pelas plantas sobreviventes.
2. Tempo: inclui época, previsibilidade e frequência do distúrbio. Por
exemplo, a época de ocorrência de distúrbios pode afetar as espécies de
forma diversificada. A frequência com que o fogo ocorre reduz a sua
extensão e magnitude, pois menos material combustível se acumula. Se a
frequência for a curto prazo é considerada um distúrbio, flutuação no
gradiente de vegetação no tempo; a médio prazo ocorrerá sucessões e
regenerações; e a longo prazo (milênios) pode haver mudanças drásticas
na fitofisionomia e até mesmo especiação.
3. Magnitude: é a severidade do evento, indicada pelos seus efeitos nos
organismos. A amplitude da ação de herbívoros pode ser avaliada pelo
grau de perda de biomassa, e depende da densidade de herbívoros em
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relação à disponibilidade de forragem. A escala das observações é


importante, pois o distúrbio raramente é homogêneo, sendo que o grau de
seletividade de tipos de comunidades, manchas, plantas ou partes de
plantas individuais depende do comportamento do herbívoro, por
exemplo.

Resistência e Resiliência (ecologia)


Resistência (ou estabilidade de resistência) é a capacidade que um sistema
apresenta de manter sua estrutura e funcionamento diante de um distúrbio.
Resiliência (ou estabilidade de resiliência) é a capacidade de um sistema
restabelecer seu equilíbrio após este ter sido rompido por um distúrbio, ou seja,
sua capacidade de recuperação.
Resistência x Resiliência
Alguns autores acreditam que estabilidade de resistência e estabilidade de
resiliência em um ecossistema são características mutuamente excludentes,
assim, ou um sistema apresenta alta resistência e baixa resiliência, ou o contrário.
Dessa forma, um sistema não poderia possuir altos índices de ambas as
características

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