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Bases da Ecologia

A Ecologia é a parte da Biologia que estuda as


relações dos seres vivos entre si e destes com o
meio. O termo, que foi usado pela primeira vez em
1866 por Ernest Haeckel, vem da junção de duas
palavras gregas: Oikos, que significa casa,
e logos, que quer dizer estudo. Assim sendo,
ecologia significa o “estudo da casa” ou o “estudo
do habitat dos seres vivos”.

Ciência ampla e complexa, a Ecologia preocupa-se


com o entendimento do funcionamento de toda a
natureza. Assim como vários outros campos de
estudo da Biologia, ela não é uma ciência isolada.
Para entendê-la, é necessário, por exemplo,
conhecer um pouco de Evolução, Genética, Biologia
Molecular, Fisiologia e Anatomia.

→ Subdivisões da Ecologia

De uma maneira geral, a Ecologia pode ser


subdividida em dois tipos: a autoecologia e a
sinecologia. Na autoecologia, o estudo volta-se para
uma determinada espécie ou indivíduo, analisando-
se, principalmente, seu comportamento e os
mecanismos adaptativos que garantem a sua
sobrevivência em determinado meio. Já
a sinecologia faz uma análise mais ampla,
analisando grupos de organismos que interagem
entre si e com o meio. Fica claro, portanto, que a
autoecologia e a sinecologia detêm-se sobre
diferentes níveis de organização.

→ Níveis de organização em Ecologia

O estudo de Ecologia baseia-se em quatro níveis


principais de organização, que obedecem a um
arranjo hierárquico que agrupa sistemas mais
simples até os mais complexos. Veja os níveis
estudados em Ecologia:
→ População: conjunto de organismos de uma
mesma espécie que vivem juntos em uma
determinada área e apresentam maiores chances de
reproduzir-se entre si do que com outros indivíduos
de outras populações.
→ Comunidades: conjunto de populações de uma
determinada região.
→ Ecossistema: conjunto formado pela comunidade
e os fatores abióticos.

→ Biosfera: nível mais amplo e autossuficiente que


corresponde a todos os seres vivos do planeta,
abarcando as relações deles entre si e com o meio
ambiente.
Independente do nível de organização estudado,
compreender o meio em que o organismo vive é
essencial no estudo da ecologia. Assim sendo, ao
escolher uma espécie para análise, os ecólogos
preocupam-se em conhecer seu habitat e seu nicho
ecológico, ou seja, o local onde a espécie vive e seu
papel naquela comunidade.

Outro ponto importante da Ecologia e que envolve


todos os níveis de organização é a compreensão das
relações existentes entre os seres vivos. As relações
ecológicas demonstram como as diferentes espécies
interagem e como os indivíduos de uma população
comportam-se.
→ Por que é importante estudar
Ecologia?

Ao estudar a Ecologia, os ecólogos conseguem


visualizar de maneira clara como as espécies
interagem entre si e conseguem coexistir em
determinado ambiente, além de conseguir
informações para a compreensão dos motivos que
levam uma espécie a viver em uma área e a
ausentar-se de outros locais. Também é possível
compreender como uma espécie é capaz de
influenciar uma determinada comunidade e os
impactos gerados por ela. Por meio dessas análises,
é possível fazer previsões a respeito do futuro de
determinadas espécies e as consequências das
mudanças nos padrões de uma comunidade.

É importante destacar também que a Ecologia é


fundamental para a compreensão do futuro do
planeta. A partir do momento que entendemos as
espécies e suas necessidades, conseguimos analisar
claramente como nossas atividades influenciam o
meio. Sendo assim, o entendimento da Ecologia e a
conscientização da população podem ajudar a
garantir um futuro sustentável para o planeta.
Veja alguns dos principais tópicos estudados em
ecologia:


•Cadeia alimentar
•Ciclos biogeoquímicos

•Ecossistema

•Bioma

•Habitat e Nicho Ecológico

•Mudanças climáticas

•Níveis tróficos

•Pirâmides ecológicas

•Poluição

•Problemas ambientais brasileiros

•Relações ecológicas

interespecíficas e intraespecíficas.
•Sucessão ecológica

•Unidades de conservação

Ecossistemas
Ecossistema é o nome dado a um conjunto de
comunidades que vivem em um determinado local e
interagem entre si e com o meio ambiente,
constituindo um sistema estável, equilibrado e
autossuficiente. O termo foi utilizado pela primeira
vez em 1935 pelo ecólogo Arthur George Tansley.
Desde então, faz parte do vocabulário da
comunidade científica e da sociedade.
→ Componentes de um ecossistema

Um ecossistema é formado por dois componentes


básicos: o biótico e o abiótico. O primeiro diz
respeito aos seres vivos da comunidade, tais como
plantas e animais. Esses seres desempenham
diferentes papeis em um ecossistema e ocupam
diferentes níveis tróficos, podendo ser produtores,
consumidores ou decompositores.

De alguma forma, todos os seres vivos de um


ecossistema dependem uns dos outros. Os
produtores, por exemplo, garantem a entrada de
energia no sistema. Os consumidores, por sua vez,
promovem o fluxo de energia e matéria. Por fim, os
decompositores garantem a ciclagem dos nutrientes.

Além dos componentes bióticos, temos os


componentes abióticos, que são as partes sem vida
do ambiente, como o solo, a atmosfera, a luz e a
água. Esses fatores são fundamentais para a
manutenção da vida, pois garantem a sobrevivência
das espécies, atuando, inclusive, no metabolismo
dos seres vivos, como é o caso da água.
→ Exemplos de ecossistemas
Os ecossistemas podem ser observados em
diferentes escalas. O maior ecossistema existente é
a própria biosfera, que corresponde a todos os locais
do globo onde existe vida. Outro exemplo são as
florestas tropicais, que se destacam por sua grande
biodiversidade.
Entretanto, ecossistemas podem ocorrer em
pequena escala, com em um pequeno aquário
autossuficiente que contenha plantas, peixes e
algas. Vale destacar ainda que uma única planta de
uma floresta pode ser considerada um ecossistema,
pois engloba ali vários organismos que interagem
com os fatores abióticos.
É importante entender que todos os ecossistemas
estão interligados e, portanto, existe a troca de
matéria e energia entre eles, independentemente de
seu tamanho. Assim sendo, cada ecossistema,
mesmo que pequeno, é importante para garantir o
equilíbrio do planeta.
Cadeias e Teias Alimentares

Em todo e qualquer ecossistema encontramos


organismos vivos que estabelecem relações de
alimentação entre eles. Uma planta realizando
fotossíntese, uma lagarta comendo uma planta e um
pássaro comendo uma lagarta são exemplos de
relações de alimentação existentes entre os seres
vivos. Essas relações são estudadas pela análise
das cadeias e teias alimentares.

→ Cadeias alimentares

As cadeias alimentares são as relações de


alimentação existentes entre os seres vivos de um
ecossistema. Por meio da análise da cadeia
alimentar, é possível observar como os nutrientes e
a energia fluem entre os seres vivos que vivem
naquela região. Diferentemente de uma teia
alimentar, a cadeia apresenta um fluxo unidirecional.
Veja um exemplo:
Planta → Borboleta → Sapo → Serpente

As setas no exemplo acima representam o sentido


do fluxo de energia e podem ser lidas como “serve
de alimento para”. Sendo assim, a planta serve de
alimento para a borboleta, que serve de alimento
para o sapo, que serve de alimento para a serpente.

Tanto as cadeias alimentares como as teias


apresentam diferentes níveis tróficos. São eles:
•Produtores: são o primeiro nível trófico a ser
analisado em uma cadeia alimentar e também em
uma teia. Eles são capazes de produzir seu
alimento, não necessitando de ingerir outros seres
vivos. Os processos utilizados por esses seres
vivos, que são chamados de autotróficos, para a
produção dos alimentos é a fotossíntese e a
quimiossíntese. Podemos citar como exemplos de
produtores as plantas, algas e algumas espécies
de bactérias.

Consumidores: organismos que não são capazes de


produzir seu próprio alimento, sendo, portanto,
heterotróficos. Os consumidores apresentam
diferentes classificações: os que se alimentam dos
produtores são chamados de consumidores
primários; os que se alimentam de consumidores
primários são chamados de secundários; os que se
alimentam dos secundários recebem o nome
de terciários e assim sucessivamente. A cada nível,
energia e matéria são perdidas, por isso, as cadeias
alimentares geralmente apresentam poucos níveis
tróficos.
•Decompositores: assim como os consumidores,
os decompositores são heterotróficos, pois não
produzem seu próprio alimento. Esses organismos,
geralmente representados por fungos e bactérias,
realizam a decomposição – processo responsável
por devolver ao ambiente nutrientes para que
possam ser utilizados por outros seres vivos.
→ Teia alimentar

A teia alimentar representa melhor as relações de


alimentação que existem em um ecossistema. Ela
pode ser definida de uma maneira simplificada como
as várias cadeias alimentares de um
ecossistema. Assim sendo, a teia não apresenta um
fluxo unidirecional, como a cadeia alimentar, pois
mostra que um mesmo organismo pode apresentar
diferentes hábitos alimentares e,
consequentemente, ocupar diferentes níveis tróficos.

As cadeias alimentares, também chamadas de


cadeias tróficas, podem ser definidas como uma
sequência linear de organismos em que um serve de
alimento para o outro. Entretanto, um organismo
não está presente em apenas uma cadeia alimentar,
pois, em um ecossistema, as várias cadeias
existentes conectam-se. As cadeias alimentares
conectadas em determinado ecossistema são
chamadas de teia alimentar.
Na teia alimentar, assim como na cadeia alimentar,
podemos agrupar os organismos em diferentes
níveis tróficos, ou seja, podemos agrupar os seres
que possuem os hábitos alimentares
semelhantes. Os organismos podem ser
classificados, portanto, em:
→ Produtores: São os seres autótrofos, ou seja, que
são capazes de produzir seu próprio alimento. Eles
representam sempre o primeiro nível trófico de uma
cadeia ou teia alimentar. Nesse grupo, temos as
plantas, algas e algumas bactérias.

→ Consumidores: São organismos heterotróficos que


se alimentam de outros seres vivos. Um animal
herbívoro que se alimenta de um produtor é um
exemplo de consumidor, assim como o animal que
se alimenta desse herbívoro.

Os consumidores podem ser classificados em


primários, secundários, terciários e assim
sucessivamente. Os primários são aqueles que se
alimentam dos produtores; os secundários são
aqueles que se alimentam dos primários; os
terciários são aqueles que se alimentam dos
secundários e assim por diante.

→ Decompositores: São organismos heterotróficos


que realizam o processo de decomposição e atuam
sobre todos os seres vivos. Como exemplo de
decompositores, podemos citar os fungos e
bactérias.
Em uma teia alimentar, diferentemente da cadeia
alimentar, que se apresenta linear, um mesmo
organismo pode ocupar diferentes níveis tróficos. No
esquema acima, por exemplo, a cobra pode ser
consumidora secundária ou terciária. Quando ela se
alimenta do coelho, que é um consumidor primário
porque se alimentou das folhas, ela é classificada
como consumidora secundária; mas quando ela se
alimenta do sapo, exerce um papel de consumidora
terciária no ecossistema, pois o sapo alimentou-se
de insetos, que são consumidores primários.

A teia alimentar representa mais fielmente um


ecossistema, pois demonstra as redes formadas por
diferentes cadeias de maneira simultânea. Quando
analisamos apenas uma cadeia alimentar, estamos
verificando apenas uma porção das diversas
interações alimentares existentes.

Relações Ecológicas

Relações ecológicas são interações que ocorrem


entre os seres vivos. Elas podem ocorrer tanto entre
indivíduos de uma mesma espécie quanto entre
organismos de espécies diferentes. É denominada
relação ecológica harmônica quando nenhum dos
organismos envolvidos é prejudicado na interação, e
desarmônica, quando há prejuízo para, pelo menos,
um dos envolvidos.

Resumo sobre relações ecológicas



•Relações ecológicas são interações que ocorrem
entre os seres vivos.

•Nas relações ecológicas harmônicas, nenhum dos
indivíduos é prejudicado com a associação.

•Nas relações ecológicas desarmônicas, pelo
menos um dos envolvidos é prejudicado.

•As relações ecológicas intraespecíficas ocorrem
entre indivíduos de uma mesma espécie.

•Sociedade, colônia, competição intraespecífica e
canibalismo são exemplos de relações
intraespecíficas.

•As relações ecológicas interespecíficas ocorrem
entre indivíduos de espécies diferentes.

•Mutualismo, comensalismo, predatismo,
parasitismo, amensalismo e competição
interespecíficas são exemplos de relações
interespecíficas.

O que são relações ecológicas?


Em uma comunidade, os seres vivos estabelecem
interações entre si. Essas interações são
denominadas relações ecológicas e podem ocorrer
entre indivíduos de uma mesma espécie
(intraespecíficas) ou entre indivíduos de espécies
diferentes (interespecíficas).
As relações ecológicas podem beneficiar todos os
envolvidos, beneficiar apenas um dos envolvidos e
não causar nenhum benefício ou prejuízo para o
outro, ou, ainda, beneficiar apenas um dos
envolvidos e prejudicar o outro. Quando uma relação
não provoca prejuízo para nenhum dos envolvidos,
ela é chamada de harmônica. Já as relações em que,
pelo menos, um dos envolvidos sofre alguma
desvantagem são chamadas de desarmônicas.

Relações ecológicas intraespecíficas

As relações ecológicas intraespecíficas ocorrem


entre organismos de uma mesma espécie. Elas
podem ser harmônicas, como a sociedade e a
colônica, ou desarmônicas, como a competição
intraespecífica e o canibalismo.
Sociedade: é uma relação ecológica em que
organismos de uma mesma espécie vivem em
grupos caracterizados pela divisão de trabalho. Na
sociedade não há união física entre os organismos, e
os indivíduos trabalham de modo cooperativo.
As abelhas são animais que vivem em sociedades.

Nas colmeias é possível verificar três castas, as


quais realizam tarefas bem definidas. A rainha é a
única fêmea que se reproduz na colmeia. As
operárias são fêmeas que realizam diferentes
atividades, como produção de cera, coleta de néctar
e pólen e alimentação dos indivíduos em fase larval.
Por fim, temos o zangão, que atua garantindo a
fecundação da rainha.

Colônia: é uma relação ecológica em que


organismos de uma mesma espécie estão
associados anatomicamente. Nessa relação pode ou
não ocorrer divisão de tarefas. As caravelas, por
exemplo, são um exemplo de colônia em que há a
divisão de trabalho entre os indivíduos envolvidos.
Nesse grupo, há um indivíduo adaptado para a
flutuação e outros especializados na reprodução,
defesa e alimentação. Existem colônias móveis,
como as caravelas, e fixas, como as esponjas.
• Competição intraespecífica: ocorre quando
organismos da mesma espécie disputam entre si
por algum recurso, como alimento, acesso à luz
ou água. A competição pode ocorrer também por
território e direito de acasalar. Esse tipo de
competição é responsável por controlar o tamanho
de determinada população.

Canibalismo: ocorre quando um indivíduo mata e


se alimenta de outro da mesma espécie. Um
exemplo de canibalismo pode ser observado entre
os louva-deuses. Nessa espécie, a fêmea se
alimenta do macho durante a cópula.

Relações ecológicas interespecíficas


As relações interespecíficas ocorrem entre
organismos de espécies diferentes. Mutualismo e
comensalismo são exemplos de relações
interespecíficas harmônicas, enquanto predação,
parasitismo, amensalismo e competição
interespecífica exemplificam relações desarmônicas.

Mutualismo: caracteriza-se pelo fato de que os


dois organismos envolvidos se beneficiam da
interação. O mutualismo pode ser classificado em
obrigatório e facultativo.
O obrigatório ocorre quando a interação é
obrigatória para a sobrevivência de, pelo menos, um
dos envolvidos. Esse é o caso dos líquens, uma
associação entre fungos e algas ou entre fungos
e cianobactérias. No facultativo, os organismos se
beneficiam da interação, mas podem viver de
maneira independente. Nesse último caso, podemos
citar as plantas com flores e os insetos
polinizadores.

Comensalismo: indivíduos de espécies diferentes


se associam de modo que uma espécie é
beneficiada e a outra não sofre prejuízo ou benefício
com essa associação. Esse é o caso dos abutres, que
se alimentam dos restos deixados pelo leão.
O inquilinismo é considerado um tipo de
comensalismo, uma vez que, nessa interação, uma
espécie vive sobre ou no interior de outra sem lhe
causar prejuízo. O epifitismo é um tipo de
inquilinismo.

Predatismo: acontece quando um indivíduo de


uma espécie (predador) mata um indivíduo de uma
outra espécie (presa) para se alimentar. Quando um
organismo mata e se alimenta de um vegetal,
dizemos que a relação em questão é a herbivoria.
Parasitismo: é uma relação ecológica em que um
organismo (parasita) retira os nutrientes de que
precisa para a sua sobrevivência do corpo de um
indivíduo de outra espécie (hospedeiro).
Geralmente, o parasita é muito menor que o
hospedeiro, e, diferentemente do predatismo, o
parasita raramente mata seu hospedeiro. O parasita
pode viver sobre o corpo do hospedeiro
(ectoparasita) ou em seu interior (endoparasita). O
piolho é um exemplo de ectoparasita, enquanto a
lombriga é um endoparasita.

Amensalismo: é uma relação ecológica em que


uma espécie impede o desenvolvimento de outra.
Esse é o caso de alguns fungos que
secretam antibióticos, que inibem o crescimento de
bactérias.

Competição interespecífica: ocorre quando


indivíduos de espécies diferentes disputam por
recursos, como alimento e água. Essa competição,
quando muito severa, pode fazer com que uma das
espécies envolvidas busque outros lugares para se
desenvolver ou até mesmo entre em extinção.

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