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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E


SANEAMENTO (AIAS)

VOLUME II

RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL


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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E


SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE
DRENAGEM PLUVIAL DA CIDADE DA BEIRA
(Contracto 02/PCMC/AIAS/2013)
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NOVEMBRO 2014 MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)

VOLUME II

RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E


SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE
DRENAGEM PLUVIAL DA CIDADE DA BEIRA
(Contracto 02/PCMC/AIAS/2013)

HISTÓRICO DO DOCUMENTO

C Revisão Geral 10 / 11 / 2014

B Revisão Geral 02 / 07 /2014

A Revisão Geral 12 / 05 /2014

0 Versão Rascunho. Emissão do documento. 31/ 03 / 2014


Emissão
Descrição Editado Data
/ Revisão

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Este Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) foi elaborado por uma equipa
multidisciplinar liderada pelo Dr. Mário Jorge Rassul, Mestrado em Gestão de
Empresas e Licenciado em Biologia, consultor registado no MICOA,

Certificado 48/2013 de 27 de Novembro de 2013

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ÍNDICE

1 NOTA PRÉVIA............................................................................................................ 17
2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 19
2.1 ÂMBITO ............................................................................................................................ 19
2.2 ANTECEDENTES ................................................................................................................ 19
2.3 OBJECTIVOS ..................................................................................................................... 20
2.4 PROPONENTE ................................................................................................................... 21
2.5 EQUIPA RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO EIA ............................................................. 21
2.6 ESTRUTURA DO RELATÓRIO .............................................................................................. 22
3 ETAPAS E METODOLOGIA DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ............ 25
3.1 FASE 1 – INSTRUÇÃO DO PROCESSO ................................................................................. 25
3.2 FASE 2 – FASE DE PRÉ-VIABILIDADE E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (EPDA) E DOS TERMOS DE
REFERÊNCIA (TDR) ................................................................................................................... 25
3.3 FASE 3 – ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE EIA E PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL ............... 26
4 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO AMBIENTAL .................. 27
4.1 QUADRO LEGAL GERAL NA ÁREA DE AMBIENTE ................................................................. 27
4.1.1 Lei-Quadro do Ambiente ........................................................................................................... 27
4.1.2 Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental...................................... 27
4.1.3 Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental ................................................................ 28
4.1.4 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública, no processo de Avaliação do
Impacto Ambiental ................................................................................................................................. 28
4.1.5 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental .......................................................... 28
4.1.6 Regulamento de Inspecção Ambiental ..................................................................................... 29
4.2 QUADRO LEGAL DE GESTÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DAS ACTIVIDADES DO PROJECTO ... 29
4.2.1 Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes ........... 29
4.2.2 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos ............................................................................. 29
4.2.3 Lei das Águas ........................................................................................................................... 29
4.2.4 Lei de Terras e os respectivos Regulamentos ......................................................................... 29
4.2.5 Lei dos Órgãos Locais do Estado ............................................................................................. 30
4.2.6 Lei Base das Autarquias ........................................................................................................... 30
4.2.7 Lei Orgânica do Conselho Constitucional ................................................................................ 31
4.2.8 Regulamento da lei dos Órgãos Locais do Estado .................................................................. 31
4.2.9 Regulamento de Reassentamento Populacional ..................................................................... 31
4.2.10 Lei do Ordenamento Territorial e respectivo Regulamento ...................................................... 32
4.2.11 Lei do Trabalho ......................................................................................................................... 33

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4.3 OUTROS INSTRUMENTOS LEGAIS SECTORIAIS .................................................................... 33


4.3.1 Lei de Protecção Cultural ......................................................................................................... 33
4.3.2 Regulamento para a Protecção do Património Arqueológico .................................................. 33
4.4 ESTRATÉGIAS, POLÍTICAS E DIRECTIVAS NACIONAIS .......................................................... 33
4.4.1 Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável ..................................................... 33
4.4.2 Política Nacional de Águas ....................................................................................................... 34
4.4.3 Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos ............................................................. 34
4.4.4 Política Nacional de Terras ....................................................................................................... 34
4.4.5 Política de Ordenamento Territorial .......................................................................................... 34
4.4.6 Directiva sobre o Processo de Expropriação para efeitos de Ordenamento Territorial ........... 35
4.4.7 Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Conservação da Diversidade Biológica de
Moçambique .......................................................................................................................................... 35
4.4.8 Programa de Acção Nacional para a adaptação às Mudanças Climáticas (NAPA) ................ 35
4.4.9 Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas .......................................................................... 36
4.5 QUADRO INTERNACIONAL .................................................................................................. 36
4.5.1 Convenções Internacionais ...................................................................................................... 36
4.5.2 Protocolos Regionais ................................................................................................................ 38
4.5.3 Políticas de Salvaguarda s do Banco Mundial ......................................................................... 38
4.5.4 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) .................................................................. 39
5 DESCRIÇÃO DO PROJECTO.................................................................................... 41
5.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ............................................................................................ 41
5.1.1 Introdução ................................................................................................................................. 41
5.1.2 Localização ............................................................................................................................... 44
5.2 ACTIVIDADES DO PROJECTO .............................................................................................. 48
5.2.1 Introdução ................................................................................................................................. 48
5.2.2 Reabilitação dos Canais ........................................................................................................... 50
5.2.2.1 Canal A0............................................................................................................................ 50
5.2.2.2 Canal A2............................................................................................................................ 51
5.2.2.3 Canal A4............................................................................................................................ 58
5.2.3 Reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras (Porta-de-Água) ............................................. 62
5.2.4 Bacia de Armazenamento da Maraza ...................................................................................... 62
5.2.5 Estruturas de Controlo – EC1, EC2, EC3 e EC4 ...................................................................... 66
5.2.6 Reabilitação de Pontes e Pontões ............................................................................................ 68
5.2.7 Substituição dos Passadiços Existentes .................................................................................. 69
5.2.8 Reconstrução Passagens Hidráulicas (Aquedutos) ................................................................. 69

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5.3 OUTRAS INFRA-ESTRUTURAS ASSOCIADAS ........................................................................ 70


5.4 EQUIPAMENTO E MÉTODOS CONSTRUTIVOS ....................................................................... 70
5.5 VALOR DO INVESTIMENTO.................................................................................................. 71
5.6 RECURSOS HUMANOS A MOBILIZAR, NAS FASES DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO ................ 71
5.7 PROGRAMAÇÃO DAS OBRAS ............................................................................................. 71
5.8 RESÍDUOS ........................................................................................................................ 73
5.8.1 Quantificação dos Resíduos ..................................................................................................... 73
5.8.2 Destino dos Resíduos ............................................................................................................... 77
5.8.2.1 Disponibilização dos Materiais Depositados ..................................................................... 81
6 ALTERNATIVAS AO PROJECTO ............................................................................. 85
7 CARACTERIZAÇÃO REFERENCIAL DA ÁREA DO PROJECTO ............................ 89
7.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO ............................................................. 89
7.1.1 Área de Influência Directa (AID) ............................................................................................... 89
7.1.2 Área de Influência Indirecta (AII) .............................................................................................. 89
7.2 MEIO BIOFÍSICO ................................................................................................................ 92
7.2.1 Climatologia .............................................................................................................................. 92
7.2.2 Geologia, Geomorfologia e Hidrogeologia ............................................................................... 93
7.2.3 Solos ......................................................................................................................................... 96
7.2.4 Uso do Solo .............................................................................................................................. 97
7.2.5 Hidrologia e Hidrografia .......................................................................................................... 103
7.2.5.1 Modelação Hidráulica ...................................................................................................... 103
7.2.6 Ecologia, Fauna e Vegetação ................................................................................................. 110
7.2.6.1 Introdução ....................................................................................................................... 110
7.2.6.2 Metodologia Geral ........................................................................................................... 110
7.2.6.3 Resultados ...................................................................................................................... 113
7.2.6.3.1 Perfil da Flora ............................................................................................................. 114
7.2.6.3.2 Perfil da Fauna ........................................................................................................... 116
7.2.6.3.3 Frequência relativa das Espécies de Aves ................................................................ 119
7.2.6.4 Sensibilidade Ecológica .................................................................................................. 119
7.3 MEIO SOCIOECONÓMICO ................................................................................................. 120
7.3.1 Introdução ............................................................................................................................... 120
7.3.2 Metodologia da Pesquisa ....................................................................................................... 120
7.3.3 Aspectos Geográficos e Administrativos ................................................................................ 124
7.3.3.1 Bairros abrangidos pela Fase 1 do Projecto ................................................................... 125
7.3.3.2 Liderança/ Estrutura Administrativa ................................................................................ 127
7.3.4 Aspectos Demográficos .......................................................................................................... 128
7.3.5 Aspectos Socioculturais e Religiosos ..................................................................................... 130
7.3.6 Aspectos Económicos: Emprego/Desemprego, Rendimentos e Despesas........................... 132
7.3.6.1 Rendimentos e Bens da família ...................................................................................... 137

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7.3.7 Aspectos do Sector Agrário .................................................................................................... 137


7.3.8 Aspectos Habitacionais .......................................................................................................... 139
7.3.9 Situação do Abastecimento de Água, Energia Eléctrica, Saneamento e Saúde ................... 140
7.3.9.1 Abastecimento de Água .................................................................................................. 140
7.3.9.2 Abastecimento de Energia Eléctrica ............................................................................... 142
7.3.9.3 Situação do Saneamento ................................................................................................ 143
7.3.9.4 Saúde .............................................................................................................................. 145
7.3.9.5 Acesso aos Serviços de Saúde ...................................................................................... 150
7.3.10 Apresentação do Resultado dos Inquéritos Efectuados......................................................... 151
7.3.10.1 Introdução ....................................................................................................................... 151
7.3.10.2 Composição e características Demográficas da Família ................................................ 152
7.3.10.3 Caracterização Sociocultural da família .......................................................................... 153
7.3.10.4 Caracterização da Habitação .......................................................................................... 154
7.3.10.5 Acesso a infra-estruturas Básicas (água; iluminação/energia; saneamento e saúde) ... 156
7.3.10.5.1 Água ........................................................................................................................... 156
7.3.10.5.2 Iluminação/Energia Eléctrica ..................................................................................... 157
7.3.10.5.3 Saneamento ............................................................................................................... 158
7.3.10.5.4 Saúde ......................................................................................................................... 159
7.3.10.5.5 Acesso aos Serviços de Saúde ................................................................................. 161
7.3.10.6 Rendimentos e Bens da Família ..................................................................................... 162
7.3.10.7 Consumos da Família ..................................................................................................... 164
8 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS .................................................................................. 167
8.1 AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NO CONTEXTO DE MOÇAMBIQUE ........................................ 167
8.2 DESCRIÇÃO GERAL DA CIDADE DA BEIRA E IMPACTOS CLIMÁTICOS .................................. 168
8.3 IMPACTOS DO PROJECTO SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ........................................... 169
9 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ............... 173
9.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 173
9.2 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO ..................................................................... 173
9.3 AVALIAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA ........................................................................................ 174
9.4 DEFINIÇÕES DE SIGNIFICÂNCIA ........................................................................................ 175
9.5 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS ACÇÕES GERADORAS DE IMPACTOS ................................ 176
9.6 IMPACTOS NA FASE DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 177
9.6.1 Meio Biofísico .......................................................................................................................... 178
9.6.2 Meio Socioeconómico ............................................................................................................. 192
9.6.2.1 Aspectos Importantes a ter em Conta Face à Previsão de Impacto Socioeconómicos e
de Desigualdade do Género. ............................................................................................................ 193
9.7 IMPACTOS NA FASE DE OPERAÇÃO .................................................................................. 206
9.7.1 Meio Biofísico .......................................................................................................................... 206
9.7.2 Meio Socioeconómico ............................................................................................................. 212

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9.8 MATRIZ SÍNTESE DE IMPACTOS ........................................................................................ 214


10 O PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA .............................................................. 219
11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 223
12 BIBIOGRAFIA .......................................................................................................... 225
13 ANEXOS…………………………………………………………………………………….. 223
Anexo 1 - Categorização do Projecto pela DPCCA

Anexo 2 - Aprovação e Parecer do MICOA ao EDPA;

Anexo 3 - Modelação Hidráulica;

Anexo 4 - Ecologia;

Anexo 5 – Socioeconomia:

Anexo 5.1 – Modelo de Inquérito Aplicado;

Anexo 5.2 - Grelha de variáveis a serem cruzadas para obtenção do diagnóstico socio-económico,
cultural e de saúde da população-alvo;

Anexo 5.3 – Estrutura do guião das Reuniões de “Focus Group”.

Anexo 6 – Informação sobre o Reassentamento:

Anexo 6.1 - Lista das Infra-estruturas afectadas pelo projecto e sua localização;

Anexo 6.2 - Local do Reassentamento das famílias;

Anexo 6.3 – Habitações Tipo para o reassentamento das famílias.

Anexo 7 – Anúncio para a reunião da Consulta Pública.

Anexo 7.1 - Anuncio publicado no Jornal Noticias;

Anexo 7.2 - Anuncio publicado no Jornal Diário de Moçambique;

Anexo 7.3 - Lista de presenças da reunião do Hotel Moçambique;

Anexo 7.4 - Lista de Presenças da Reunião no Conselho Municipal da Cidade da Beira;

Anexo 7.5 - Relatório de Perguntas e Respostas.

Anexo 8 – Peças Desenhadas do Projecto.

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Etapas do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental. ............................................................. 25
Figura 2 – Cidade da Beira, rede de drenagem entubada e canais de drenagem existentes. ....................... 43
Figura 3 – Localização do Projecto (área de estudo). ..................................................................................... 44
Figura 4 - Faseamento Proposto para as Intervenções do Projecto Global de Drenagem da Cidade da
Beira. ................................................................................................................................................................ 46
Figura 5 – Localização da 1.ª Fase do Projecto. ............................................................................................. 47
Figura 6 – Traçado do Canal A0 a reabilitar. ................................................................................................... 50
Figura 7 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Maraza). ..................................................................... 54
Figura 8 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Mananga). .................................................................. 55
Figura 9 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Avenida 24 de Julho). ................................................ 56
Figura 10 – Traçado do Canal A2 jusante a reabilitar. .................................................................................... 57
Figura 11 – Traçado da Vala A4 a reabilitar. ................................................................................................... 59
Figura 12 – Secções transversais Tipo (em cima canal A0 e A2; em baixo canal A4). .................................. 60
Figura 13 – Localização da Bacia da Maraza (Cartografia elaborado no âmbito do Projecto). ...................... 65
Figura 14 – Futura envolvente da Bacia da Maraza (Desenho de pormenor incluído no Anexo 8 – Peças
Desenhadas do Projecto – Desenho 11.4). ..................................................................................................... 66
Figura 15 - Local do Aterro Sanitário da Beira. ............................................................................................... 77
Figura 16 – Local de Depósito temporário de Terras e Lamas (assinalado a vermelho na figura). ............... 79
Figura 17 – Locais de Recolha das Amostras (Canal A4). .............................................................................. 80
Figura 18 – Localização do projecto (assinalado a azul) em relação ao local do depósito definitivo
designado por “Cerâmica”. .............................................................................................................................. 83
Figura 19 – Localização da zona de depósito designado por “Cerâmica” (Local disponível assinalado a
vermelho). ........................................................................................................................................................ 84
Figura 20 – Vista do futuro local do depósito designado por “Cerâmica”. ...................................................... 84
Figura 21 – Delimitação da Área de Influência Directa e Indirecta do Projecto (1.ª Fase do Projecto). ......... 90
Figura 22 - Delimitação da AID e AII do Projecto (2.ª e 3.ª Fase do Projecto). .............................................. 91
Figura 23 – Frequência de ciclones que atingiram a costa moçambicana nos últimos 75 anos. ................... 93
Figura 24 – Carta Geológica da Beira (Extraído de “Carta Geológica da Região da Grande Beira”, esc.
1/50.000 – Direcção Nacional de Geologia de Moçambique, 2011). .............................................................. 95
Figura 25 – Área residencial ordenada junto ao Canal A2, Av. 24 de Julho (em cima) e Área residencial
desordenada junto ao Canal A2, zona de montante – Munhava (em baixo). ................................................. 98
Figura 26 – Localização da Bacia da Maraza sobreposta com a imagem de satélite. ................................. 100
Figura 27 - Colheita de arroz na bacia da Maraza. ....................................................................................... 101
Figura 28 - Delimitação da bacia da Maraza parcela de arroz já colhida. .................................................... 101

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Figura 29 – Situação actual da Bacia da Maraza na época das chuvas. ...................................................... 102
Figura 30 - Situação Existente (T = 2 anos) - Manchas de inundação geradas pelo extravasamento dos
canais de drenagem existentes. .................................................................................................................... 105
Figura 31 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Mancha de inundação gerada pelo
extravasamento. ............................................................................................................................................ 106
Figura 32 – 1ª Fase - Modelo de Simulação. ................................................................................................ 107
Figura 33 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Mancha de Inundação gerada pelo extravasamento dos
canais. ............................................................................................................................................................ 108
Figura 34 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Hidrograma do caudal afluente à zona de descarga da
Maraza. .......................................................................................................................................................... 109
Figura 35 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Hidrograma afluente e descarregado no Desaguadouro das
Palmeiras. ...................................................................................................................................................... 109
Figura 36 – Mapa de localização da área de amostragem e suas respectivas características. ................... 112
Figura 37 - Estado actual das valas de drenagem (A-E), aspecto da área de retenção natural (E) e as
espécies Pistia stratiotes (F) e Nymphaea nouchali (G). Note nesta figura, a obstrução das valas pela
espécie Eichhornia crassipes (B-C). .............................................................................................................. 116
Figura 38 - Algumas espécies de peixe (A-D) e de aves (E-G) frequentes nas áreas de influência directa e
indirecta do projecto. As espécies ilustradas na figura são respectivamente, Barbus sp Oreochromis sp,
Anguilla marmorata, Nothobranchius rachovii, Corvus albus, Sterna sp e Egretta garzetta. ....................... 118
Figura 39 - Frequência de observações da diversidade de aves nas áreas A (área de influência directa) e
(B área de Influência indirecta do projecto). .................................................................................................. 119
Figura 40 – Bairros – alvo do Inquérito. ......................................................................................................... 121
Figura 41 – Entrevista no Bairro Chipangara. ............................................................................................... 124
Figura 42 – Distribuição da População da Cidade da Beira por Posto Administrativo em 2007 (INE, 2007).125
Figura 43 – Total da População em 2007 por Bairro (a vermelho na figura) /Bairros abrangidos pela
Intervenção do Projecto (a azul na figura) (INE, 2007). ................................................................................ 126
Figura 44 – N.º de pessoas/famílias na Cidade da Beira (Fonte: Recenseamento INE, 2007). ................... 128
Figura 45 – Pirâmide Etária – 2013 (Fonte INE, Projecções Anuais da População Total das Províncias e
Distritos 2007 -2040). ..................................................................................................................................... 129
Figura 46 – Idiomas mais falados por sexo. .................................................................................................. 131
Figura 47 – Língua Materna mais faladas por grupos de idade. ................................................................... 131
Figura 48 – Língua Falada com maior frequência por grupos de idade. ....................................................... 132
Figura 49 – Distribuição da Religião por população e por sexo. ................................................................... 132
Figura 50 - Nº Trabalhadores empregados nos principais ramos de actividade na Cidade da Beira (2010 –
2012) .............................................................................................................................................................. 133
Figura 51 - Evolução do n.º de empresas existentes na Cidade da Beira entre 2010-2012......................... 133

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Figura 52 - Comparação entre a evolução do n.º de empresas e de trabalhadores - Cidade Beira (2010 -
2012) .............................................................................................................................................................. 134
Figura 53 - Distribuição da totalidade da população activa por ramos de actividade na Cidade da Beira
(INE, 2012). .................................................................................................................................................... 136
Figura 54 - Principais actividades económicas exercidas por sexo (assinalado a azul Homem e a castanho
Mulher) na Cidade da Beira (INE, 2012) ....................................................................................................... 136
Figura 55 – Áreas Agrícolas na Cidade da Beira. ......................................................................................... 138
Figura 56 – Distribuição da população de acordo com acesso à rede pública de água. .............................. 141
Figura 57 – Distribuição da população de acordo com o local de acesso à água canalizada. ..................... 141
Figura 58 - Distribuição da população de acordo com o local de acesso à água não canalizada................ 142
Figura 59 – Distribuição dos Agregados Familiares de acordo com a principal fonte de iluminação das suas
habitações. ..................................................................................................................................................... 143
Figura 60 – Distribuição da população de acordo com o sistema de saneamento que possuem. ............... 144
Figura 61 - Morbilidade das doenças relacionadas com o saneamento do meio Bairros periurbanos Cidade
da Beira (Anos 2011 a 2013). ........................................................................................................................ 149
Figura 62 - Comportamento da taxa de letalidade por 100 000 habitantes das principais doenças
relacionadas com o saneamento do meio Bairros da Cidade da Beira. ....................................................... 149
Figura 63 - População residente na área de intervenção do Projecto. ......................................................... 152
Figura 64 - Pequena “horta” em redor da casa – Bairro Maraza................................................................... 153
2
Figura 65 - Média da área das habitações (m ) por bairro abrangido pelo Projecto. .................................... 155
Figura 66 - Distribuição percentual dos materiais das paredes da habitação nos Bairros abrangidos pela
área intervenção do Projecto. ........................................................................................................................ 155
Figura 67 - Distribuição percentual do tipo de material usado na cobertura das habitações nos Bairros
abrangidos pelas obras do Projecto. ............................................................................................................. 156
Figura 68 - Tipo de abastecimento de água da população residente na área de influência da 1.ª Fase do
Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem. ..................................................................................... 157
Figura 69 – Formas de iluminação doméstica das famílias residentes nos Bairros-alvo do Projecto. ......... 158
Figura 70 - Situação da população residente nos Bairros - alvo da intervenção do Projecto em termos de
saneamento. .................................................................................................................................................. 158
Figura 71 - Modelos dos sistemas de saneamento existentes nos Bairros - alvo do Projecto. .................... 159
Figura 72 - Percentagem das doenças ocorridas em adultos/por indivíduo doente – nos Bairros Alvo da
Intervenção do Projecto. ................................................................................................................................ 160
Figura 73 - Doenças ocorridas em crianças. Estudo dos bairros-alvo da intervenção do Projecto. ............. 161
Figura 74 - Locais a que as famílias recorreram para tratamento das doenças. Estudo dos bairros-alvo da
intervenção do Projecto. ................................................................................................................................ 161

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 75 - Distribuição percentual dos rendimentos mensais das famílias dos Bairros - alvo das obras de
reabilitação dos Canais de Drenagem. .......................................................................................................... 162
Figura 76 - Tipologia das despesas realizadas pelas famílias analisadas na área de intervenção do
Projecto .......................................................................................................................................................... 165
Figura 77 - Despesas mensais por agregado familiar segundo divisão das despesas nos Bairros
abrangidos pelo Projecto. .............................................................................................................................. 166
Figura 78 – Cenários de elevação do nível médio da água do mar devido às alterações climáticas (BM,
2010) .............................................................................................................................................................. 170
Figura 79 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) à esquerda e 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) à
direita - Mancha de inundação gerada pelo extravasamento dos canais. .................................................... 171
Figura 80 - Localização das estradas junto dos canais a reabilitar, das zonas povoadas e dos principais
serviços públicos. ........................................................................................................................................... 183
Figura 81 – Processo de Participação Pública Moçambicano ...................................................................... 219
Figura 82 – Abertura da Reunião Pública. ..................................................................................................... 221
Figura 83 - Segunda parte da reunião, sessão de perguntas e respostas. .................................................. 221
Figura 84 – Participantes na Reunião Pública............................................................................................... 222
Figura 85 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A2 e A0 ................................... 246
Figura 86 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A1 e A0 ................................... 247
Figura 87 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A3 e A0 ................................... 248
Figura 88 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A2 e A0 ..................... 249
Figura 89 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A1 e A0 ..................... 250
Figura 90 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A3 e A0 ..................... 251
Figura 91 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico do canal A4 ................................. 252
Figura 92 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A2 e A0 ...................................... 253
Figura 93 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico do canal A4 .................................................. 254
Figura 94 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A1 e A0 ...................................... 255
Figura 95 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A3 e A0 ...................................... 256
Figura 96 – 1ª Fase (T = 50 anos) - Perfil hidráulico do canal A4, com Comporta de Maré ......................... 257
Figura 97 – 1ª Fase (T = 50 anos) – Perfil hidráulico do canal A4, sem Comporta de Maré ........................ 258
Figura 98 - Localização das infra-estruturas a Reassentar e propostas para manutenção no local com
compensação. ................................................................................................................................................ 314
Figura 99 – Planta de localização da Área de Reassentamento. .................................................................. 321
Figura 100 – Habitação Tipo T2 – Modelo A. Planta de Piso ........................................................................ 323
Figura 101 – Habitação Tipo T2 – Modelo B. Planta de Piso ........................................................................ 324
Figura 102 – Habitação Tipo T3 – Modelo A. Planta de Piso ........................................................................ 325
Figura 103 – Habitação Tipo T3 – Modelo B. Planta de Piso ........................................................................ 326

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ABREVIATURAS
AIA – Avaliação de Impacto Ambiental
AIAS – Administração de Infra-estruturas de Águas e Saneamento
AID – Área de influência Directa
AII – Área de Influência Indirecta
BM – Banco Mundial
CFC – Clorofluorcarbonos
CMB - Concelho Municipal da Beira
DTS – Doença de Transmissão sexual
DNAIA – Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental
DNGA – Direcção Nacional de Gestão Ambiental
DINAPOT – Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial
DPCA – Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental
dB(A) – Unidade de medida do ruído
EAS – Estudo Ambiental Simplificado
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
EPDA – Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito
EPI - Equipamento de Protecção Individual
FIAP – Ficha de Informação Ambiental Preliminar
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
IUCN – International Union for Conservation of Nature
LIDAR - Light Detection And Ranging
LEM - Laboratório de Engenharia de Moçambique
MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
QPR – Quadro da Politica de Reassentamento
NEMP – Environment Management Policy
ONG’s – Organizações Não Governamentais
PGA – Plano de Gestão Ambiental
PIA’s – Partes Interessadas e Afectadas
PM 10 – Material Particulado, partículas inaláveis cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm
PM 2,5 – Material Particulado, partículas inaláveis finas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 2,5 µm
TdR – Termos de Referência
REIA – Relatório do Estudo de Impacto Ambiental
RCD – Resíduos de Construção e Demolição
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
UNEP – United Nations Environment Programme
SIDA – Síndroma de Imunodeficiência Adquirida
SSA – Saúde e Segurança Ocupacional

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

1 NOTA PRÉVIA

A República de Moçambique recebeu um crédito da International Development Association (IDA) do Banco


Mundial para a implementação do “Projecto Cidades e Alterações Climáticas (Cities and Climate Change
Project)”, destinado ao financiamento de estudos e trabalhos que visam reduzir a vulnerabilidade das
cidades ao impacto das alterações climáticas. Este projecto desenvolve-se segundo duas componentes:

 Componente 1 – Fortalecimento do Sector Municipal, e


 Componente 2 – Aumento da Resiliência Face às Alterações Climáticas.

O projecto entrou em efectividade em 18 de Julho de 2013, tendo a sua “closing date” em 15 de Dezembro
de 2017. O estudo tem um horizonte de 25 anos.

A Componente 2 é promovida pelo Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH) através da
Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento (AIAS), devendo apoiar o reforço sustentável da
resiliência de alguns municípios perante ameaças ambientais relacionadas com causas climatológicas.

Esta componente deverá entre outras actividades:

 Identificar prioridades para investimentos-chave em cidades seleccionadas para reforço da


resiliência a cheias e erosão provocadas por factores de índole climatológica global; efectuando (i)
avaliação das necessidades actuais, incluindo a selecção das cidades-alvo e projectando
tendências e cenários que considerem o processo de mudança climática e (ii) sessões de formação
para equipas técnicas da AIAS em mudanças climáticas e os seus impactos em matéria de
saneamento.

 Reforçar a resiliência da cidade da Beira quanto ao controlo de cheias incluindo:

(i). o desenvolvimento de um estudo integrado de gestão urbana de águas pluviais;

(ii). o projecto e supervisão de obras de reabilitação de infra-estruturas de drenagem;

(iii). o desenvolvimento de obras de reabilitação de infra-estruturas de drenagem e realinhamento


do canal principal de drenagem, parte do sistema de canais de drenagem;

(iv). o desenvolvimento de obras de reposição dos danos provocados pelas obras principais, tais
como vedações, latrinas, passeios, reassentamentos e infra-estruturas-base, etc., para além de

(v). serviços de consultoria aos Serviços Autónomos de Saneamento (SAS) da cidade.

Para materialização dos objectivos desta componente, na Cidade da Beira, foi desenvolvido o presente
"Estudo Prévio, Projecto de Execução, Gestão e Supervisão da Obra da Reabilitação do Sistema de
Drenagem Pluvial da Cidade da Beira”, que possui as seguintes etapas:

1. Realização do Estudo de Viabilidade do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais das zonas


Norte, Centro e Sul da cidade da Beira (veja Figura 4);

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 17


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2. Desenho do Projecto de Engenharia Detalhado para os Canais A0, A2, e A4, incluindo a
reabilitação dos canais secundários na zona Industrial da Munhava, a Reabilitação do
Desaguadouro e finalmente, construção da Bacia de Retenção da Maraza;
3. Fiscalização da Reabilitação do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais, referidos no ponto 2.

Os Estudos de Viabilidade demonstraram que para a 1ª Fase do Projecto a solução de drenagem dos
terrenos servidos pelo actual sistema de canais a céu aberto passa pela segmentação da actual rede de
canais de drenagem com o objectivo de optimizar a descarga de caudais no desaguadouro ou porta-de-
água das Palmeiras e a operação dos Canais A0 e A2 e troços terminais dos Canais A1 e A3.

Com esta segmentação, conseguida com a activação das estruturas de controlo, os troços anteriormente
referidos e localizados na zona urbana da Cidade da Beira passarão a integrar o primeiro sector de
drenagem, com descarga directa e à maré no desaguadouro das Palmeiras.

Esta segmentação será significativamente beneficiada com a intervenção na zona húmida da Maraza, de
modo a, em segurança e ambiental e socialmente enquadrada, constituir uma bacia de armazenamento na
Maraza, nas cabeceiras do canal A2.

Assim, quando o Desaguadouro das Palmeiras está fechada devido à maré, os caudais afluentes aos
canais deste eixo escoam-se para essa bacia de armazenamento e não ficam nos terrenos habitados nem
invadem a zona baixa da Chota.

Nesta sequência, a intervenção é então centrada nas estruturas dos canais de drenagem existentes,
concretamente no eixo de drenagem dos canais A2 e A0, reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras, na
consolidação da Bacia de armazenamento da Maraza, e na reabilitação do canal A4 associada à
requalificação do subsistema de drenagem da zona industrial.

Sendo necessário proceder à reabilitação dos canais do sistema de drenagem e ao aumento da sua
capacidade de vazão, considerou-se ser determinante proceder à reconstrução dos seus troços de modo a
obter a capacidade necessária para escoar a totalidade dos caudais afluentes.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 18


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2 INTRODUÇÃO

2.1 ÂMBITO

O presente documento constitui o Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) realizado para o
projecto "Estudo Prévio, Projecto de Execução, Gestão e Supervisão da Obra da Reabilitação do Sistema
de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira” na Província de Sofala, como parte do respectivo processo de
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) visando a obtenção da respectiva de Licença Ambiental como
previsto na Lei do Ambiente e o Decreto 45/2004 de 29 de Setembro.

A Administração de Infra-estruturas de Águas e Saneamento (AIAS), proponente do projecto, pretende


implementar um projecto de Reabilitação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira. No entanto
não existindo recursos financeiros suficientes para intervencionar imediatamente a totalidade da área de
estudo, optou por fasear em 3, as intervenções previstas.

As infra-estruturas seleccionadas para a 1ª Fase da intervenção, e sobre as quais incide o presente


Estudo de Impacto Ambiental, terá fundamentalmente, um carácter de reabilitação das seguintes infra-
estruturas existentes:

 Canal A0, com operação geral de limpeza, reabilitação e reposição das condições de escoamento
do Desaguadouro das Palmeiras;

 Canal A2, com seu prolongamento para dentro do bairro da Maraza, operação geral de limpeza,
reperfilamento e revestimentos em betão em algumas zonas do seu traçado; e

 Canal A4, com limpeza e reabilitação, bem como a reconstrução da rede secundária de drenagem
da zona industrial.

Estas intervenções são acompanhadas pela: i) reconstrução de pontes, pontões e passagens hidráulicas,
ii) pela construção de uma bacia de armazenamento na Maraza cujas funções são desenvolvidamente
apresentadas adiante e iii) pela reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras.

Por requerer reassentamento de famílias que vivem nas margens das valas de drenagem a serem
reabilitadas, o Projecto foi classificado pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA)
como sendo de Categoria A (ver Anexo 1).

2.2 ANTECEDENTES

A Cidade da Beira sempre teve uma grande importância económica desde a construção do seu porto de
mercadorias ao qual está ligada a Linha da Beira. A cidade encontra-se no extremo de um dos principais
eixos económicos de desenvolvimento, também conhecido como o Corredor da Beira, constituindo a
principal plataforma de mercadorias de e a para o Zimbabwe, Malawi, Zâmbia e Congo/Zaire. O Porto da
Beira possui por isso uma importância estratégica no contexto nacional e continental constituindo desde
há várias décadas um dos principais sustentáculos do desenvolvimento económico do continente africano
e com perspectivas de grande expansão num futuro próximo, quer devido ao florescimento do comércio de
carvão quer como plataforma de armazenamento e transporte de produtos petrolíferos que seguem para o

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 19


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Zimbabwe em oleodutos e gasodutos, passando pela exportação de ferro, cobre, citrinos e muitos outros
produtos para diversos países do mundo.

As condições particulares da morfologia do terreno onde se implanta a cidade da Beira e todas estas
circunstâncias aqui referidas muito sumariamente justificam que o Governo de Moçambique tenha
decidido avançar com os estudos de melhoria das condições de drenagem da cidade e reabilitação das
infra-estruturas existentes e que o Banco Mundial tenha decidido financiar este projecto.

Por outro lado, a cidade da Beira enfrenta já hoje as ameaças decorrentes das alterações climáticas, dai
que haja necessidade de conduzir uma estratégia de adaptação que possibilite não só a protecção
costeira da cidade, mas também outro tipo de desafios relacionados com a melhoria da infra-estrutura de
drenagem e outras (abastecimento de água e saneamento).

O território sobre o qual incide o estudo compreende as Zonas Sul e Central da cidade da Beira
2 2
(aproximadamente 40 km ) e a Zona Norte da cidade (aproximadamente 10 km ).

Não existindo recursos financeiros suficientes para intervencionar a totalidade da área de estudo, era
necessário desenvolver estudos a nível preliminar para a definição das soluções de curto (1ª Fase), médio
e longo prazo (2ª Fase e 3ª Fase) para a drenagem das áreas de estudo e estudos a nível de projecto
detalhado para as intervenções consideradas prioritárias da solução seleccionada. Esta selecção baseou-
se em critérios hidráulicos, sociais e ambientais.

2.3 OBJECTIVOS

O EIA teve como principal objectivo a avaliação dos potenciais impactos ambientais, sobre o meio biofísico
e socioeconómico, negativos e positivos derivados das diferentes fases do projecto.

Os objectivos específicos do presente REIA são os seguintes:

 Identificar e avaliar os potenciais impactos (positivos e negativos) do projecto no meio biofísico e


socioeconómico nas áreas de influência directa e indirecta do projecto;

 Identificar medidas de mitigação, para evitar ou minimizar os impactos negativos;

 Identificar medidas que possam incrementar potenciais benefícios;

 Elaborar um Plano de Gestão Ambiental (PGA) para mitigar os potenciais impactos negativos e
maximizar os impactos positivos do projecto. O PGA irá igualmente propor medidas para gerir e
monitorar os potenciais impactos durante as suas fases de construção e operação do projecto.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 20


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2.4 PROPONENTE

O proponente do projecto é a:

Administração de Infra-Estruturas de Águas e Saneamento (AIAS).

Com sede na Av. Eduardo Mondlane, N.º 1352 – 4.º Andar,

Maputo, Moçambique.

A Resolução n.º 34/2009, de 10 de Dezembro de 2009 aprovou o Estatuto Orgânico da AIAS, entidade
subordinada ao Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH).

2.5 EQUIPA RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO EIA

O Estudo de Impacto Ambiental do projecto "Estudo Prévio, Projecto de Execução, Gestão e Supervisão
da Obra da Reabilitação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira” será elaborado pela
seguinte equipa técnica multidisciplinar, sob responsabilidade do Dr.º Mário Jorge Rassul, detentor do
certificado de consultor, número 48/2013 emitido em 27 de Novembro de 2013

Quadro 1 – Equipa responsável pela elaboração do EIA

DESCRITOR TÉCNICO
Director do EIA Mário Jorge Rassul
Chefe da Equipa Técnica Mário Jorge Rassul
Geomorfologia/ Geologia Paulo Oliveira
Solos Paulo Oliveira
Hidrogeologia Paulo Oliveira
Clima Paulo Oliveira
Flora e Fauna Cornélio Ntumi
Aspectos Institucionais e Legais Mário Jorge Rassul
Emprego/Demografia Alice Silva
Educação Alice Silva
Saúde José Truzão
Actividades Económicas Tomaz Dentinho
Uso do Solo Adelson José
Outros factores de qualidade do ambiente Albertina Gil
Aspectos culturais Alice Silva

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2.6 ESTRUTURA DO RELATÓRIO

O EIA (presente documento) está organizado em IV Volumes:

 Volume I – Resumo Não Técnico;

 Volume II – O Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA);

 Volume III – O Plano de Gestão Ambiental;

 Volume IV – Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição;

 Volume V – Plano de Saúde e Segurança no Trabalho; e

 Volume VI - Plano de Prevenção ao HIV.

O Volume II, o REIA, é composto por 13 capítulos, nomeadamente:

Capitulo 1.Nota Prévia

 Enquadramento do Projecto no Quadro de Financiamento Internacional e Nacional.

Capítulo 2 - Introdução

 Apresenta o âmbito do projecto, os seus antecedentes, os objectivos deste relatório e identifica o


proponente e a equipa responsável pelo relatório;

Capitulo 3. Etapas e Metodologias da Avaliação de Impacto Ambiental

 Apresenta o progresso do processo da AIA e descreve as fases deste processo.

Capitulo 4. Quadro Legal e Institucional para a Gestão Ambiental

 Efectua uma revisão da principal legislação ambiental aplicável e das boas práticas.

Capitulo 5. Descrição do Projecto

 Apresenta a localização do projecto, as principais actividades associadas à implementação do


projecto e os meios humanos, materiais e financeiros necessários para a implementação do
projecto.

Capitulo 6. Alternativas do Projecto

 Apresenta as alternativas do projecto.

Capitulo 7. Caracterização Referencial da Área do Projecto

 Definição da área de influência do projecto;

 Descrição do meio biofísico existente, bem como a situação socioeconómica da área de


implantação do projecto. O desenvolvimento dos dados e análises apresentados relativamente
aos diversos descritores são proporcionais à relevância dos respectivos impactos.

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Capitulo 8. Alterações Climáticas

 Descrição das alterações climáticas no contexto de Moçambique;

 Descrição dos impactos do projecto sobre as mudanças climáticas.

Capítulo 9. Avaliação de Impacto Ambiental e Medidas de Mitigação

 Avaliação sobre os potenciais impactos resultantes da implantação do projecto sobre o meio


biofísico e socioeconómico nas diversas fases de desenvolvimento do projecto;

 Apresentação de medidas de mitigação de forma sintetizada.

Capitulo 10. Consulta Pública

 Objectivos e Processo da Consulta Pública.

Capítulo 11 - Conclusões e Recomendações

 Conclusões e Recomendação evidenciando os principais impactos decorrentes da


implementação do projecto.

Capitulo 12. Bibliografia

 Apresentação das referências bibliográficas utilizadas.

Capítulo 13. Anexos.

 Conjunto de documentos contendo justificações técnicas que complementam e fundamentam as


matérias tratadas no REIA.

Volume III - Plano de Gestão Ambiental

 Contém uma série de recomendações gerais e específicas que, colectivamente, constituem a


base da gestão (mitigação dos impactos) e do controle ambiental durante as fases de construção
e operação do projecto.

Volume IV - Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição

 Contém uma série de recomendações gerais e específicas para a Gestão dos Resíduos durante
a fase de construção do projecto.

Volume V – Plano de Saúde e Segurança no Trabalho e Plano de Prevenção ao HIV

 Contém uma série de recomendações gerais e específicas para a prevenção da Saúde e


Segurança no Trabalho durante a fase de construção do projecto.

Volume VI – Plano de Prevenção ao HIV

 Contém uma série de recomendações gerais e específicas para a prevenção do HIV durante a
fase de construção do projecto.

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3 ETAPAS E METODOLOGIA DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

De acordo com a legislação moçambicana o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto no


45/2004, de 29 de Setembro) integra três etapas distintas (Figura 1), a saber:

I) Instrução do Processo, que consiste na apresentação do projecto à Direcção Provincial para a


Coordenação da Acção Ambiental (DPCA) para classificação em Categoria A, B ou C.

II) Projectos classificados com categoria A têm de fazer EPDA e EIA; e

III) O Estudo de Impacto Ambiental (EIA), consistindo em estudos especializados, nos quais se procede
à avaliação detalhada dos impactos ambientais do projecto proposto; da aprovação do EIA resulta a
atribuição de uma Licença Ambiental por parte do MICOA.

Figura 1 – Etapas do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental.

3.1 FASE 1 – INSTRUÇÃO DO PROCESSO

Para a instrução do processo de Avaliação de Impacto Ambiental, o Proponente, entregou à Direcção


Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental (DPCA), O Relatório de Instrução do Processo e a
respectiva Ficha de Informação Ambiental Preliminar (anexo IV do Decreto 45/2004). Consequentemente,
o Projecto foi considerado de categoria A.

3.2 FASE 2 – FASE DE PRÉ-VIABILIDADE E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (EPDA) E DOS TERMOS DE


REFERÊNCIA (TDR)

Segundo o Decreto nº 45/2004, de 29 de Setembro, todas as actividades incluídas na categoria A, terão


que apresentar um EDPA, antes da realização do Estudo de Impacto Ambiental, que estabelecerá os
principais assuntos a serem estudados e apresentará os Termos de Referencia para o Estudo de Impacto
Ambiental. O EPDA foi submetido ao MICOA a 28 de Novembro de 2013 e aprovado pelo MICOA a 10 de
Fevereiro de 2014 (Anexo 2).

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

3.3 FASE 3 – ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE EIA E PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

Consistindo em estudos especializados, nos quais se procede à avaliação detalhada dos impactos
ambientais do projecto proposto; da aprovação do EIA resulta a atribuição de uma Licença Ambiental por
parte do MICOA. O presente documento constitui o Relatório do Estudo de Impacto Ambiental do Projecto
em análise.

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

4 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO AMBIENTAL

A implementação do projecto de reabilitação dos canais de drenagem (Canais A0, A2 e A4) na cidade da
Beira, só será efectuada após a realização de estudos detalhados, que irão incidir sobre o meio-físico e
socioeconómico, e que irão assegurar a prevenção da afectação significativa das condições ambientais e
socioeconómicas existentes, bem como de saúde e segurança das pessoas.

A AIA para o presente projecto deve ter em conta este aspecto, pelo que se pretende que esta seja
realizada em conformidade não só com a legislação ambiental de Moçambique, como também políticas de
salvaguardas sociais e ambientais do Banco Mundial.

Os capítulos que se seguem apresentam de forma sumária, o quadro legal e institucional aplicável ao
projecto proposto, apresentando aspectos institucionais e os diversos instrumentos legais de potencial
interesse para o mesmo.

4.1 QUADRO LEGAL GERAL NA ÁREA DE AMBIENTE

4.1.1 Lei-Quadro do Ambiente

A Lei-Quadro do Ambiente (Lei Nº. 20/97, de 7 de Outubro), aprovada pelo Parlamento Moçambicano em
Julho de 1997, estabelece o quadro legal para o uso e a gestão correctas do ambiente e das suas
componentes, de forma a assegurar o desenvolvimento sustentável. Esta lei, tal como indicado no Artigo
3.º, aplica-se “a todas as actividades públicas ou privadas que directa ou indirectamente possam influir nos
componentes ambientais”, que incluem a água, ar, solos, subsolo, flora, fauna e todas as condições
socioeconómicas e de saúde que afectam as comunidades.

É determinada na Lei a necessidade de obtenção de uma Licença Ambiental por parte do Proponente,
antes do início da implementação de qualquer actividade susceptível de causar impactos significativos no
ambiente.

A emissão de uma licença ambiental está condicionada à realização de uma Avaliação de Impacto
Ambiental, sujeita à aprovação do MICOA.

4.1.2 Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental

O Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro (publicado na 1.ª Série do Boletim da República, n.º 39) aprova
o Regulamento relativo ao Processo de Avaliação do Impacto Ambiental. O Regulamento define para os
projectos de categoria A, os procedimentos, etapas e a abrangência necessárias do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA); a aprovação e a atribuição de uma Licença Ambiental ao Projecto, pelo MICOA.

O Decreto n.º 42/2008 de 4 de Novembro revogou alguns artigos do Decreto n.º 45/2004, incidindo as
alterações sobre os artigos 5, 15, 18, 20, 21, 24, 25 e 28.

A categorização dos projectos rege-se pelo Decreto n.º 45/2004, sendo que o tipo de Avaliação de
Impacto Ambiental a que as actividades propostas devem estar sujeitas é determinado com base numa
série de condições especificadas nos Anexos I, II e III.

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São definidas três categorias de actividades, nomeadamente:

 Categoria A: corresponde às actividades apresentadas no Anexo I do Regulamento da AIA e


sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);

 Categoria B: é aplicável às actividades definidas no Anexo II do Regulamento de AIA. Estão sujeitas


a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS);

 Categoria C: as actividades desta categoria estão definidas no Anexo III do Regulamento de AIA.
Estas estão isentas de AIA.

O presente estudo enquadra-se na Categoria A pelas seguintes determinações do Decreto n.º 45/2004, de
29 de Setembro:

 “Todas as actividades que impliquem reassentamento populacional” (alínea a, do número 1 do


Anexo 1).

4.1.3 Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental

O Diploma Ministerial n.º 129/2006, de 19 de Julho constitui a Directiva Geral para a realização de Estudos
de Impacto Ambiental das actividades de desenvolvimento susceptíveis de causar impactos significativos
sobre o ambiente e integra um conjunto de orientações e parâmetros globais a que deverá submeter-se a
realização do impacto ambiental nas diferentes áreas de actividade económica e social.

O principal objectivo desta directiva é a normalização dos procedimentos e dotar os vários intervenientes
de linhas mestras que deverão orientar a realização dos relatórios do EIA a submeter ao MICOA.

4.1.4 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública, no processo de


Avaliação do Impacto Ambiental

Esta directiva de participação pública (Diploma Ministerial 130/2006) circunscreve-se no quadro de gestão
ambiental, de acordo com a Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro e do Regulamento sobre o processo de
Avaliação de Impacto Ambiental, aprovado pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro. O objecto geral
desta Directiva é harmonizar os procedimentos e dotar os vários intervenientes de linhas mestras que
deverão orientar o processo de Participação Pública. Este processo deverá iniciar na fase de concepção
da actividade e abrange todas as fases do processo de AIA.

Esta directiva define os princípios básicos, a metodologia e o processo a serem seguidos para um efectivo
processo de participação pública.

4.1.5 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental

O Decreto n.º 25/2011, de 15 de Junho que substituiu o Decreto-Lei n.º 32/2003, de 20 de Agosto aprova
o Regulamento relativo ao Processo de Auditoria Ambiental. O referido decreto aplica-se às actividades
públicas e privadas, que durante a fase da sua implementação, desactivação e restauração, directa ou
indirectamente, possam influir nas componentes ambientais. Assim, em conformidade com o estabelecido

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neste regulamento, a actividade proposta está sujeita a auditorias ambientais, a serem realizadas sempre
o MICOA julgar necessário.

4.1.6 Regulamento de Inspecção Ambiental

O Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto n.º 11/2006, de 15 de Junho) tem por objecto
regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização do cumprimento das normas de protecção
ambiental a nível nacional.

4.2 QUADRO LEGAL DE GESTÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DAS ACTIVIDADES DO PROJECTO

4.2.1 Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de


Efluentes

O Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho constitui o regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de
Emissão de Efluentes e estabelece parâmetros para a emissão de efluentes. Os seus Anexos
estabelecem padrões de referência da qualidade do ar e os limites de emissões das industriais.

4.2.2 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho) estabelece regras
relativas à produção, ao depósito no solo e subsolo, bem como ao lançamento para a água ou atmosfera
de toda e qualquer substância tóxica ou poluidora, assim como a prática de actividades poluidoras que
acelerem a degradação do ambiente, com vista a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre
a saúde e o ambiente.

Este regulamento classifica os resíduos em perigosos e não perigosos e subdivide-os em categorias


estabelecidas no seu Anexo IV.

4.2.3 Lei das Águas

A Lei de Águas, Lei n.º 16/91 de 3 de Agosto que, juntamente com o Regulamento de Licenças e
Concessões de Águas, o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de
Efluentes, o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos, e a base legal para a implementação da gestão
delegada do abastecimento de Água, constitui o quadro legal do regime de águas em Moçambique nas
suas vertentes de aproveitamento, protecção, preservação, abastecimento e consumo.

4.2.4 Lei de Terras e os respectivos Regulamentos

A Lei de Terras (Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro) estabelece os termos em que se opera a constituição,
exercício, modificação, transmissão e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra. Como
princípio, a Lei define que a terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida ou, por qualquer outra
forma, alienada, hipotecada ou penhorada.

Esta Lei e seu Regulamento (Decreto n.º 66/98) estabelecem os termos em que se opera a constituição,
exercício, modificação, transmissão e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra e definem

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zonas de protecção parcial e total, com vista à conservação ou preservação da natureza e de defesa e
segurança do Estado.

O Diploma Ministerial n.º 29-A/2000 de 17 de Março estabelece os mecanismos de delimitação das áreas
ocupadas pelas comunidades locais e pelas pessoas singulares nacionais de boa-fé, bem como para a
demarcação no contexto da emissão de títulos relativos ao DUAT. O artigo 3 refere-se que “a delimitação
e/ou demarcação de áreas ocupadas pela comunidades locais não impede a realização de actividades
económicas ou de outros empreendimentos, desde que obtenham o consentimento das comunidades”. O
Diploma de forma geral regula o processo de delimitação e demarcação de áreas sujeitas ao direito de uso
de aproveitamento de terras das comunidades locais e singulares nacionais de boa-fé.

4.2.5 Lei dos Órgãos Locais do Estado

A Lei n.º 8/2003, de 19 de Maio estabelece princípios e normas de organização, competências e de


funcionamento dos órgãos locais do Estado nos escalões de província, distrito, posto administrativo e de
localidade.

A província é a maior unidade territorial da organização política, económica e social da Administração local
do Estado. A província é constituída por distritos que estão divididos em postos administrativos que por
sua vez estão divididos em localidades.

O posto administrativo é a unidade territorial imediatamente inferior ao distrito, tendo em vista garantir a
aproximação inferior ao distrito, tendo em vista garantir a aproximação efectiva dos serviços da
administração Local do estado às populações e assegurar maior participação dos cidadãos na realização
dos interesses locais.

São competências do Chefe do posto administrativo:

a) Promover e organizar a participação das comunidades locais, na solução dos problemas locais;
b) Zelar pela manutenção da ordem e tranquilidade públicas no respectivo território;
c) Promover o desenvolvimento de actividades económicas, sociais e culturais, estimulando a
ocupação de todos os cidadãos capazes, priorizando as camadas mais vulneráveis;
d) Assegurar a análise das reclamações sugestões dos cidadãos, dando soluções àquelas que são
da sua competência e remeter as que não sejam para os níveis competentes;
e) Fazer reuniões públicas sempre que for necessário para dar informações, auscultar as
comunidades locais sobre a vida destas, recolher sugestões sobre o funcionamento da
Administração e promover a educação cívica;
f) Prestar contas de execução das tarefas emanadas dos órgãos de escalões superiores.

4.2.6 Lei Base das Autarquias

A Lei n.º 2/97, de 28 de Maio aprova o quadro jurídico para implementação das autarquias locais.

Esta lei, para além de definir a composição e função dos órgãos que constituem a administração da
cidade, descreve as suas competências em termos de gestão ambiental e apresenta o articulado de
enquadramento das autoridades tradicionais (art.º 28º) na interacção com as comunidades.

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Em complementaridade, o Decreto nº 6/2006, de 12 de Abril, que define a estrutura tipo dos Governos
Distritais, normatiza a composição deste órgão (Administração do Distrito e Conselho Consultivo que é
formado por lideres formais e tradicionais que desempenham um papel de apoio à governação).

4.2.7 Lei Orgânica do Conselho Constitucional

A Constituição da República, que entrou em vigor em 21 de Janeiro de 2005, introduziu alterações


significativas na concepção e competências do Conselho Constitucional da República de Moçambique,
impondo-se, assim, a aprovação de uma nova Lei Orgânica.

A Lei n.º 6/2006, de 02 de Agosto (nova Lei orgânica), vem dar resposta e adequação às inovações
introduzidas pela Constituição de 2004.

A Lei n.º 5/2008, de 9 de Julho, altera pontualmente alguns dos artigos da Lei n.º 6/2006, de 2 de Agosto.

4.2.8 Regulamento da lei dos Órgãos Locais do Estado

O Decreto n.º 11/2005, de 10 de Junho designado como Regulamento do Órgãos Locais do Estado teve
como objectivo regulamentar a Lei n.º 8/2003, de 19 de Maio, que estabelece os princípios e normas de
organização, competências e funcionamento dos órgãos locais do Estado.

Este decreto tem relevância para a organização e funcionalidade do sistema administrativo dos bairros e
na implementação de medidas positivas e de resolução de problemas comunitários, definindo a acção das
autoridades comunitárias (artigos 104 a 108) e a articulação destas com os órgãos locais do Estado.

4.2.9 Regulamento de Reassentamento Populacional

O Decreto n.º 31/2012, de 8 de Agosto, aprova o Processo de Reassentamento resultante de Actividade


Económicas.

Este Regulamento estabelece regras e princípios básicos sobre o processo de reassentamento, resultante
de actividades económicas de iniciativa pública ou privada, efectuadas por pessoas singulares ou
colectivas, nacionais ou estrangeiras, com vista a promoção da qualidade de vida dos cidadãos e a
protecção do ambiente.

O reassentamento – entendido como a deslocação ou transferência da população afectada pela


implantação de empreendimentos económicos, de um ponto do território nacional para outro,
acompanhada da restauração ou criação de condições iguais ou acima do padrão de vida anterior – visa
impulsionar o desenvolvimento socioeconómico do país e garantir que essa população tenha uma melhor
qualidade de vida e equidade social, tendo em conta a sustentabilidade dos aspectos físicos, ambientais e
sociais.

O Processo de Reassentamento é acompanhado pela Comissão Técnica de acompanhamento e


Supervisão, um órgão multissectorial, ao qual cabe, nomeadamente, acompanhar, supervisionar, dar

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recomendações metodológicas sobre todo o processo de reassentamento e emitir parecer técnico acerca
dos planos de reassentamento.

O Plano de Reassentamento é parte integrante do Processo de Avaliação de impacto Ambiental, de


acordo com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de impacto ambiental (Decreto n.º 45/2004, de
29 de Setembro) e é precedido pela emissão de licença ambiental.

A população directamente afectada – entendida como aquela que tenha perdido totalmente os seus bens,
como casas, meios de subsistência e outro tipo de infra-estruturas – tem direito:

 A ver restabelecido o seu nível de renda, igual ou superior ao anterior;


 A ver restaurado o seu padrão de vida igual ou superior ao anterior;
 A ser transportada com os seus bens para o novo local de residência;
 A viver num espaço físico infra-estruturado, com equipamentos sociais;
 A ter espaço para praticar as suas actividades de subsistência;
 A dar opinião em todo o processo de reassentamento.

O processo de elaboração e implementação do Plano de Reassentamento abrange a realização de


consultas públicas, publicitadas nos principais meios de comunicação social existentes e nos locais de
intervenção, constituindo uma garantia do direito à informação por parte dos cidadãos, em particular das
pessoas afectadas ou interessadas.

4.2.10 Lei do Ordenamento Territorial e respectivo Regulamento

A Lei n.º 19/2007, de 18 de Julho (publicado na 1.ª Série do Boletim da República, n.º 29) aprova a Política
de Ordenamento do Território.

A Lei de Ordenamento do Território faz em conformidade com os princípios e objectivos gerais e


específicos o enquadramento jurídico da Política de Ordenamento do Território, para que se alcancem,
como objectivos essenciais, o aproveitamento racional e sustentável dos recursos naturais, a preservação
do equilíbrio ambiental, a promoção da coesão nacional, a valorização dos diversos potenciais de cada
região, a promoção da qualidade de vida dos cidadãos, o equilíbrio entre a qualidade de vida nas zonas
rurais e nas zonas urbanas, o melhoramento das condições de habitação, das infra-estruturas e dos
sistemas urbanos, a segurança das populações vulneráveis a calamidades naturais ou provocadas.

O Regulamento da Lei do Ordenamento do Território (Decreto n.º23/2008 de 1 de Julho) estabelece o


regime jurídico dos instrumentos de ordenamento territorial. Segundo definido no seu artigo 3.º, o
Regulamento “aplica-se a todo o território nacional e, para efeitos de ordenamento do território, regula as
relações entre os diversos níveis da Administração Pública, e desta com os demais sujeitos públicos e
privados, representantes dos diferentes interesses económicos, sociais e culturais, incluindo as
comunidades locais”. O Regulamento determina, no seu artigo 9.º, a necessidade de envolvimento do
público, das comunidades locais e de pessoas colectivas públicas e privadas, ao longo de todo o processo
de elaboração, execução, alteração e revisão dos instrumentos de ordenamento territorial.

O Diploma Ministerial nº181/2010, de 3 de Novembro, que aprova a Directiva sobre o processo de


expropriação para efeitos de Ordenamento Territorial. Através deste documento, os Ministros das

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Finanças, Justiça e Coordenação da Acção Ambiental definiram os princípios, instruções e parâmetros a


observar pelas autoridades governamentais na expropriação de propriedade privada para efeitos de
ordenamento do território nacional.

4.2.11 Lei do Trabalho

A Lei nº 23/2007, de 01 de Agosto (Lei do Trabalho), define os princípios gerais e estabelece o regime
jurídico aplicável às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado, prestado por conta de
outrem e mediante remuneração.

4.3 OUTROS INSTRUMENTOS LEGAIS SECTORIAIS

4.3.1 Lei de Protecção Cultural

A Lei n.º 10/88, de 22 de Dezembro (Lei do Património Cultural) “tem por objectivo a protecção legal dos
bens materiais e imateriais do património cultural moçambicano” (Artigo n.º 1).

Cabe ainda ao Estado “garantir a protecção dos bens imateriais do património cultural, competindo-lhe,
(…) promover o estudo e a revitalização das tradições culturais populares, ritos e folclore e promover a
recolha e registo gráfico, fotográfico, fílmico e fonográfico dos bens culturais imateriais.”

4.3.2 Regulamento para a Protecção do Património Arqueológico

O Regulamento para a Protecção do Património Arqueológico (Decreto-Lei n.º 27/97, de 20 de Julho)


proíbe, no seu artigo 21, a realização de obras de construção, alienações, obras de demolição ou
quaisquer outras que determinem a alteração física nas zonas de protecção de elementos imóveis
arqueológicos, ou em áreas que possuam evidências de elementos arqueológicos de inestimável valor
científico e que importa preservar para as gerações futuras. Este regulamento determina, entre outros
aspectos, que a descoberta de artefactos deve ser comunicada à autoridade local mais próxima
(Administração Distrital ou Conselho Municipal) dentro de um período de 48 horas.

4.4 ESTRATÉGIAS, POLÍTICAS E DIRECTIVAS NACIONAIS

4.4.1 Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável

A estratégia foi aprovada pela IX Sessão do Conselho de Ministros a 24 de Julho de 2007 procura
responder aos desafios que o país presentemente enfrenta para o seu desenvolvimento sustentável, do
ponto de vista multi-sectorial e de longo prazo sobre os ecossistemas promovendo a protecção e a gestão
dos recursos naturais e a biodiversidade assim como a protecção e edificação do património arqueológico
e histórico.

Os cenários, objectivos e estratégicas de intervenção centram-se no seguinte: Ecossistemas – Protecção


e Gestão dos Recursos Naturais; Biodiversidade – Espécies e Áreas de Protecção; Ambiente Urbano;
Poluição Atmosférica – Saúde Ambiental e Humana e as questões de mudanças climáticas e a camada do
ozono e População.

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4.4.2 Política Nacional de Águas

A Política Nacional de Águas foi aprovada pelo Conselho de Ministros a 21 de Agosto de 2007, surge na
sequência da lei de águas de 1991. Define os seus principais objectivos a médio prazo (2015) e a longo
prazo (2025).

Política de Águas procura dar mais ênfase aos seguintes aspectos:

 Abastecimento de água para o desenvolvimento económico;

 Abastecimento de água para o ambiente;

 A questão do saneamento;

 A questão de cheias e secas; e

 A gestão integrada dos recursos hídricos.

4.4.3 Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos

O principal objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos é a implementação efectiva


da Política de Águas, cuja meta compreende a satisfação das necessidades básicas de abastecimento de
água para o consumo humano, melhoramento do saneamento, utilização eficiente da água para o
desenvolvimento económico, água para conservação ambiental, redução da vulnerabilidade a cheias e
secas, e promoção da paz e integração regional, bem como garantir os recursos hídricos para o
desenvolvimento de Moçambique.

4.4.4 Política Nacional de Terras

A Política Nacional de Terras de 1995 promove o direito de uso e aproveitamento da terra e esclarece
sobre as várias formas da sua utilização. No seu Artigo 17.º, reitera que a terra é propriedade do Estado,
princípio actualmente consagrado na Constituição da República. Recomenda o uso sustentável dos
recursos naturais de forma a garantir a qualidade de vida para as presentes e futuras gerações,
assegurando que as zonas de protecção total e parcial mantenham a qualidade ambiental e os fins
especiais para os quais foram constituídas. Incluem-se aqui as zonas costeiras, zonas de alta
biodiversidade e faixas de terrenos ao longo das águas interiores.

4.4.5 Política de Ordenamento Territorial

A Política de Ordenamento Territorial (Resolução n.º 18/2007, de 30 de Maio) constitui um conjunto de


directivas que visam permitir ao Governo, por meio de um processo de concertação, integração e
participação, a todos os níveis, definir os objectivos gerais para os instrumentos de ordenamento territorial,
tendo em vista uma melhor distribuição das actividades humanas no território, a preservação das zonas de
reservas naturais e de estatuto especial, assegurando, deste modo, a sustentabilidade do
desenvolvimento humano e o cumprimento dos tratados e acordos internacionais, no âmbito territorial.

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4.4.6 Directiva sobre o Processo de Expropriação para efeitos de Ordenamento


Territorial

A Directiva sobre o Processo de Expropriação para efeitos de Ordenamento Territorial (Diploma Ministerial
n.º 181/2010 de 3 de Novembro) surgiu da necessidade de operacionalizar o processo de expropriação
para efeitos de ordenamento territorial. O objecto da Directiva é estabelecer as regras e os procedimentos
de expropriação para efeitos de ordenamento territorial e dotar os diferentes intervenientes de linhas de
orientação que deverão nortear o procedimento de expropriação.

4.4.7 Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Conservação da Diversidade


Biológica de Moçambique

A Estratégia e Plano de Acção para a Conservação da Diversidade Biológica de Moçambique foi aprovada
pelo Conselho de Ministros a 22 de Julho de 2003.

Constituem objectivos principais da Estratégia e Plano de Acção para a Diversidade Biológica:

 Alcançar o requisito do Artigo 6 da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD) que apela as
partes, a desenvolverem estratégias nacionais que reflictam as medidas preconizadas na
convenção.

 Identificar questões para as quais, acções nacionais sejam tratadas como matéria prioritária e para
as quais existe uma necessidade imediata de coordenação de esforços.

 Dispor de um instrumento base que ajude as agências governamentais e a sociedade em geral a


assegurar que todos os planos políticos governamentais relacionados com a Diversidade Biológica
sejam realizados, principalmente através de esforços que visem coordenar políticas, programas e
estratégias sectoriais relevantes.

4.4.8 Programa de Acção Nacional para a adaptação às Mudanças Climáticas


(NAPA)

Moçambique é um país onde a ocorrência de eventos extremos do clima constitui a grande barreira para o
rápido desenvolvimento económico sustentável pelos danos humanos e materiais até a perda de culturas
que a ocorrência desses eventos extremos, com uma frequência de pelo menos um evento em cada ano
acarreta. Como consequência a população vive numa situação de ameaça e instabilidade. O Governo de
Moçambique (GM), as Organizações Não Governamentais (ONG), as Organizações das Nações Unidas,
os Parceiros Internacionais e Agências Humanitárias (AH) têm vindo a desenvolver esforços visando a
redução dos impactos dos eventos extremos através da elaboração de vários planos e programas de
acção. É neste contexto que foi criado um grupo multi-sectorial denominado “NAPA team” com
responsabilidade de coordenar a elaboração e implementação do Programa de Acção Nacional para
Adaptação às mudanças climáticas em Moçambique.

O presente documento apresenta 4 (quatro) acções consideradas urgentes para a criação de capacidade
nacional de lidar com a variabilidade e mudanças climáticas. As acções distribuem-se em vários sectores
de desenvolvimento económico e social, destacando-se, os seguintes: prevenção de desastres naturais

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orientado para o Sistema de Alerta e Aviso Prévio, o sector agrário, a zona costeira orientada para várias
actividades com destaque para a erosão e pesca, o sector de água particularmente no âmbito de
mudanças do clima, o sector de energia e o ambiente.

A escolha dos sectores teve como base a informação contida nos seguintes documentos elaborados no
processo de preparação do NAPA: Síntese de Informação Disponível sobre Efeitos Adversos das
Mudanças Climáticas em Moçambique, Medidas de Adaptação às Mudanças do Clima e Relatório da
Avaliação Participativa e outros programas, estratégias e planos nacionais e sectoriais relevantes ao
processo, como é o caso do Programa Quinquenal do Governo (2005-2009) e PARPA III (2011-2014).

Espera-se que a implementação rigorosa das acções listadas neste documento seja uma grande
contribuição para o alívio da pobreza e uma âncora rumo ao desenvolvimento sustentável em
Moçambique.

4.4.9 Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas

A Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas (2013 – 2025) tem como objectivo estabelecer as
directrizes de acção para aumentar a resiliência, incluindo a redução dos riscos climáticos, nas
comunidades e na economia nacional, promovendo o desenvolvimento de baixo carbono e a economia
verde através da integração da adaptação e da mitigação no processo de planificação sectorial e local.

Tem como Visão “Reduzir a vulnerabilidade às MC e melhorar as condições de vida dos moçambicanos,
através da implementação de medidas concretas de adaptação e redução de riscos climáticos e ainda de
mitigação e desenvolvimento de baixo carbono, visando um desenvolvimento sustentável, com a
participação activa de todos os actores e sectores sociais, ambientais e económicos”.

Moçambique, como signatário da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas
(CQNUMC) desde 1995, assumiu algumas acções a desenvolver na mitigação das emissões de GEE
(gases com efeito de estufa) (CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs e SF6), bem como na adaptação das suas
políticas de desenvolvimento com vista a responder aos impactos das MC e promoção e cooperação em
campos como a investigação científica, tecnológica, técnica e socioeconómica, a observação sistemática,
a educação, a formação e informação do público e encorajamento da sua ampla participação no processo
das MC, incluindo de organizações não-governamentais (ONGs). Moçambique é também signatário do
Plano de Acção de Hyogo (2005-2015), o qual norteia as principais acções para redução do risco de
desastres, incluindo os riscos climáticos.

4.5 QUADRO INTERNACIONAL

4.5.1 Convenções Internacionais

Dentre as convenções e declarações ambientais ratificadas por Moçambique merecem particular destaque
para o presente estudo as seguintes:

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

CONVENÇÃO AFRICANA PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E RECURSOS NATURAIS

Esta Convenção foi ratificada pela Resolução n.º 18/81, de 30 de Dezembro, cujo princípio fundamental
integrado no Artigo II orienta os Estados para a tomada de medidas necessárias para assegurar a
conservação, utilização e desenvolvimento do solo, da água, da flora e da fauna de acordo com princípios
científicos e tomando em consideração os interesses das populações.

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Foi ratificada através da Resolução n.º 1/94, de 24 de Agosto, cujo objectivo é promover a redução da
emissão de gases com efeitos de estufa para níveis seguros, minimizando assim os impactos ambientais
negativos do aquecimento global.

CONVENÇÃO SOBRE A PROTECÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA

Foi ratificada pela Resolução n.º 2/94, de 24 de Agosto, a qual tem como objectivo a conservação da
diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos
benefícios que advém da utilização dos recursos genéticos inclusivamente através do acesso adequado a
esses recursos e da transferência apropriada das tecnologias relevantes.

CONVENÇÃO DE RAMSAR SOBRE ZONAS HÚMIDAS DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL

Foi ratificada através da Resolução n.º 45/2003, de 5 de Novembro. Ao ratificarem a convenção, os


governos signatários comprometeram-se a designar sítios a integrar a Lista de Zonas Húmidas de
Importância Internacional e comprometeram-se a trabalhar no sentido do uso sustentável das suas zonas
húmidas através do planeamento territorial, desenvolvimento de políticas e publicação de legislação,
acções de gestão e educação das suas populações. Comprometeram-se ainda a designar sítios adicionais
para a Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional e a assegurar a sua correcta e efectiva
gestão e a cooperar internacionalmente relativamente a zonas húmidas transfronteiriças, a sistemas de
zonas húmidas partilhados, espécies comuns e projectos de desenvolvimento que possam afectar zonas
húmidas.

CONVENÇÃO SOBRE A PROTECÇÃO DO PATRIMÓNIO MUNDIAL, CULTURAL E NATURAL

Foi ratificada através de Resolução do Conselho de Ministros de 1982. O objectivo da referida convenção
é de instituir serviços de protecção, conservação e valorização do referido património guiado por políticas
integrantes dos planos gerais de cada Estado bem como por métodos de intervenção técnico-científicos
que permitam enfrentar os perigos ameaçam a preservação do património cultural e natural.

AGENDA 21 DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO.

A Agenda 21 de 1992 é um plano de acção detalhado a ser implementado a nível global, nacional e local
pelo Sistema das Nações Unidas, governos e principais grupos, com vista à redução dos impactos da
acção humana no ambiente.

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4.5.2 Protocolos Regionais

Moçambique é signatário do Tratado da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) da


qual é membro. Neste âmbito, em 2008, os países membros da SADC assinaram o Protocolo da SADC
sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, cujo objecto é incentivar a cooperação na área da transferência da
Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como promover o seu desenvolvimento e domínio nos Estados
membros.

O Protocolo acima referido foi ratificado pelo Conselho de Ministros de Moçambique, através da
Resolução Nº 76/2008 de 23 de Dezembro de 2008 e depositado no Secretariado da SADC a 27 de Março
de 2009. O mesmo foi publicado no Boletim da República, I Série, Nº 52 de 30 de Dezembro de 2008, 14º
Suplemento.

O Protocolo da SADC Sobre Transportes, Comunicações e Meteorologia foi assinado 23 de Agosto de


1996, na Cimeira de Maseru, no Reino do Lesoto e ratificado em 12 de Maio de 1998.

O objectivo primário deste Protocolo é estabelecer infra-estruturas ambiental e economicamente


sustentáveis nas áreas dos transportes, comunicações e da meteorologia. Isso inclui todas as questões
políticas, jurídicas, regulamentadoras, institucionais, operacionais, logísticas, técnicas, comerciais,
administrativas, financeiras, de recursos humanos e outras. O Protocolo obriga a adopção de medidas
simplificadas para a saída alfandegária em fronteiras e portos, requisitos financeiros para a importação,
exportação e circulação em trânsito de mercadorias e veículos terrestres e despacho alfandegário para
cidadãos da SADC, incluindo medidas de imigração e de saúde pública. No referente a saúde pública, o
combate ao HIV e SIDA é proeminente.

4.5.3 Políticas de Salvaguarda s do Banco Mundial

O Projecto é financiado pelo Banco Mundial (BM). Quanto às políticas de salvaguarda do BM, o EIA
deverá seguir para além das directrizes sobre as melhores práticas as seguintes normas:

 Avaliação Ambiental (OP e BP 4.01) que fornece as directrizes para classificação de projectos,
dependendo do tipo, local, susceptibilidade e escala, bem como o Decreto n º 45/2004 de 29 de
Setembro. O objectivo deste procedimento é garantir que os projectos financiados pelo BM sejam
ambiental e socialmente sustentáveis, garantindo uma melhor tomada de decisão através da
integração de questões ambientais e sociais de impacto a partir de um planeamento e execução de
acções de desenvolvimento.

 Reassentamento Involuntário (OP e BP 4.12). As directrizes para o reassentamento involuntário


determinam que, quando a magnitude dos impactos afecte mais de 200 pessoas, possa ser solicitado
um plano de reassentamento completo para tratar as medidas de mitigação necessárias para gerir os
efeitos potencialmente empobrecedores do reassentamento involuntário. Quando as pessoas
afectadas forem menos de 200, torna-se aceitável um plano de reassentamento simplificado. O
processo de reassentamento é sempre precedido de consulta das populações, dando oportunidade aos
afectados de participar na planificação e implementação dos programas de reassentamento. A política

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não abrange apenas o deslocamento físico, mas também qualquer perda de terrenos ou outras
propriedades.

4.5.4 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)

Finalmente, importa ainda referir, que em matéria de compromissos internacionais terão que ser atendidos
os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s): Assinado pelos estados membro da Organização
das Nações Unidas (ONU) em 2000, fixam objectivos de desenvolvimento específicos a serem alcançados
até ao ano 2015 nas áreas de combate à pobreza. O projecto dos sistemas de saneamento e drenagem
das águas pluviais tem como objectivo a melhoria dos serviços de saneamento e drenagem das águas
pluviais e para além das metas definidas nos Planos de Desenvolvimento e para Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio do qual Moçambique é signatário.

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5 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

5.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

5.1.1 Introdução

A zona urbana ou estruturada da Cidade da Beira é a única que é servida por uma rede de drenagem
clássica de colectores enterrados. A zona vizinha, a vulgarmente designada por Zona Suburbana da
Chota, é servida por uma rede de canais, na sua quase totalidade não revestidos.

As restantes zonas referidas não dispõem de qualquer tipo de infra-estrutura de drenagem.

ZONA URBANA

O sistema de drenagem da Zona Urbana teve o seu início de construção na década de 60 do século
passado e consiste basicamente de uma rede clássica de colectores enterrados. Esta rede de colectores
de drenagem de águas pluviais (assinalada a verde na Figura 2) serve a zona urbana estruturada ou
consolidada da Cidade da Beira, entre o Estuário do Rio Púngué e o Canal de Moçambique, abrangendo
os Bairros dos Pioneiros, do Esturro, da Mananga, de Matacuane, de Chaimite, Ponta-Gêa, Chipangara,
Macurungo e Macuti.

Esta rede encontra-se subdividida em 23 bacias autónomas, com saídas ou pontos de descarga
independentes para o Oceano Índico, para o Estuário do Púngué e para a rede de canais de drenagem da
Zona Suburbana, a saber:

 Duas saídas no Estuário do rio Púngué perto do porto;

 Uma saída directamente no Estuário do rio Púngué;

 Duas saídas directamente para o mar;

 Uma saída do Canal A0, no bairro Palmeiras, que recebe as águas pluviais das descargas de dois
colectores;

 Seis saídas directamente para o Canal A3;

 Duas saídas num canal secundário do Canal A3;

 Sete saídas no Canal A2;

 Uma saída no Canal A4;

 Uma saída para o rio Chiveve.

A rede de drenagem desta Zona Urbana totaliza cerca de 57 km de colectores enterrados. Esta infra-
estrutura foi recentemente reabilitada, quer os colectores propriamente ditos quer as saídas ou descargas
de água, estruturas e equipamentos.

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As saídas da rede de drenagem desta zona urbana para o Oceano Índico e para o Estuário do Púngué
dispõem de comportas automáticas e manuais de funcionamento à maré, destinadas a abrir ou fechar
consoante o diferencial de cargas hidráulicas entre montante e jusante.

ZONA SUBURBANA

A Zona Suburbana é por sua vez drenada por uma rede de canais, maioritariamente não revestidos. O seu
ramo principal e convergente final é o Canal A0, ao qual confluem, de jusante para montante, o Canal A3,
e na mesma secção o Canal A1 e o Canal A2.

Isolado deste conjunto de canais com descarga controlada no Oceano Indico, será ainda de referir o
Canal A4, com descarga livre no Rio Chicota, afluente da margem esquerda do rio Púngué.

Todos os canais existentes são não revestidos, em secções totalmente escavadas de forma trapezoidal.
Apenas um pequeno troço do Canal A2, num trajecto urbano (ao longo da Rua 24 de Julho) apresenta
uma secção completa revestida a betão armado. Para além deste poderia ainda ser referido o troço
terminal do Canal A0, revestido por lajetas de betão actualmente em estado de pré-ruína.

Todos os restantes canais apresentam apenas a sua secção revestida por um coberto vegetal rasteiro e
espontâneo, que não restringe significativamente o escoamento, e que confere à secção existente um
efeito estabilizador não desprezável. Nos troços de cabeceira do Canal A2 esta vegetação, pela evolução
e desenvolvimento que apresenta, já interfere negativamente com o escoamento.

A rede primária de drenagem, que apresenta uma extensão total de cerca de 17 km, é complementada na
zona baixa da Várzea por uma rede secundária, igualmente de canais não revestidos, cada um deles com
cerca de 1 km de comprimento e afastados cerca de 300 m entre si.

Esta rede de canais dispõe de uma descarga directa para o Oceano Índico: a estrutura desaguadora
localizada na secção terminal do Canal A0, na designada Zona das Palmeiras.

Esta estrutura desaguadora dispõe de cinco vãos de passagem, encontrando-se actualmente apenas três
vãos em operação. Os vãos operacionais são obturáveis por intermédio de comportas de corrediça de
madeira reforçada. O seu accionamento é realizado por um único aparelho de elevação, um monocarril
equipado com um diferencial eléctrico socorrido por um diferencial manual.

Esta estrutura de descarga apresenta-se pois parcialmente operacional, carecendo de reabilitação ao nível
da própria estrutura e equipamentos de controlo, bem como ao nível da desembocadura marítima.
Apresenta-se também muito assoreada, tanto a montante no canal A0 como a jusante já no mar.

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Figura 2 – Cidade da Beira, rede de drenagem entubada e canais de drenagem existentes.

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5.1.2 Localização

O projecto localiza-se na Cidade da Beira, na Província de Sofala, em Moçambique (Figura 3).

Figura 3 – Localização do Projecto (área de estudo).

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2
O território sobre o qual incidiu o estudo compreende as Zonas Sul e Centro (aproximadamente 40 km ) e
2
a Zona Norte (aproximadamente 10 km ) da cidade da Beira, correspondentes actualmente aos Postos
Administrativos Central (PA1) e de Munhava (PA2). Os dois Postos administrativos integram 13 Bairros
nomeadamente Chaimite, Chipangara, Esturro, Macuti, Macurungo, Matacuane, Pioneiros, Ponta-Gêa,
Vaz, Mananga, Maraza, Munhava e Chota, conforme se pode observar na Figura 3.

Nas zonas Sul e Centro, a área envolve


apenas os seguintes bairros: Chipangara (NE),
Macuti, Esturro (NE), Matacuane, Macurungo,
Mananga, Chota, Maraza e Munhava. Auto-estrada

A zona Norte da cidade envolvida nos estudos


está delimitada fundamentalmente pela linha
de caminho-de-ferro a Leste e pela Auto-
estrada a Oeste (bairros do Alto da Manga,
Nhaconjo e Chingussura).
Linha de caminho-de-ferro
Assim, o projecto da “Reabilitação do Sistema
de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira”
insere-se na zona urbana e suburbana da
Cidade da Beira, que totaliza cerca de
4 400 ha, com a seguinte distribuição:

 Cidade da Beira - Zona Urbana: 172 ha


(com sistema de drenagem entubada)
 Cidade da Beira - Zona Suburbana: 2
155 ha
 Zona do Alto da Manga, Nhaconjo e Chingussura - 820 ha
 Zona de Munhava - 350 ha
 Zona de Maraza – 902 ha

Não havendo recursos financeiros suficientes para intervencionar imediatamente a totalidade da área de
estudo que está identificada anteriormente, optou-se por desenvolver o projecto total nas três fases que se
indicam na figura seguinte.

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Figura 4 - Faseamento Proposto para as Intervenções do Projecto Global de Drenagem da


Cidade da Beira.

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A Figura 5 indica o território sobre o qual incide a 1.ª Fase do Projecto e o presente EIA, os limites dos
bairros e a rede de canais de drenagem a intervencionar.

Figura 5 – Localização da 1.ª Fase do Projecto.

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5.2 ACTIVIDADES DO PROJECTO

5.2.1 Introdução

Conforme referido anteriormente o presente Estudo de Impacto Ambiental incide sobre a 1.ª Fase de
intervenção do projecto global de reabilitação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira.

Assim, a 1ª Fase de intervenção do projecto foi definida tendo em consideração os maiores benefícios que
podem ser esperados com o investimento nas infra-estruturas para o qual o Projecto oferece
financiamento.

Estes benefícios são, resumidamente, os seguintes:


 Melhoria das condições de drenagem na zona onde se está a dar a expansão da cidade, ainda
que de forma desordenada (Maraza e Munhava) e onde se verificou perda de vidas humanas nas
últimas cheias importantes registadas na cidade (canal A2 e A0);
 Melhoria das condições de drenagem nos bairros urbanos cujas condutas de drenagem drenam
para o canal A2 e A0;
 Melhoria das condições de drenagem na Munhava onde se situa o parque industrial da cidade
(zona de influência do canal A4).

Estas soluções foram desenhadas no quadro de uma solução global para a drenagem da cidade da Beira,
incluindo as fases subsequentes do programa de investimentos na rede de drenagem e de forma coerente
com o Plano Director da Cidade da Beira, recentemente aprovado.

A proposta de intervenção imediata (1ª Fase do projecto) é centrada nas estruturas dos canais de
drenagem existentes, concretamente nos canais A0 e A2, reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras e
na construção da bacia de armazenamento na Maraza, e na reabilitação do canal A4. Esta bacia de
armazenamento será localizada de forma articulada com o espaço previsto para o efeito no Plano Director
da Cidade da Beira, aprovado em 2014, que adiante será referido por Plano Director da Beira.

Esta proposta concretiza-se com a sectorização da bacia drenante do canal A2 e a possibilidade de


descarga temporária de caudais para Norte como complemento ao desaguadouro das Palmeiras.

Neste pressuposto, esta sub-bacia e os troços do canal A2 interessados passam a ter também por destino
principal os espaços livres existentes no Bairro da Maraza e o sistema de drenagem com que o mesmo
vier a ser dotado. Para o efeito, serão necessariamente realizados trabalhos de reperfilamentos nos troços
de montante do canal A2 e na zona a Norte da Rua Kruss Gomes. A entrega dos caudais na bacia de
armazenamento implica ainda o prolongamento para montante de um dos canais de drenagem existentes.

O reperfilamento do canal A2 não prejudica totalmente o seu escoamento para o Desaguadouro das
Palmeiras, pelo que a estrutura de seccionamento a construir no início no troço em betão deste canal irá
permitir o escoamento bidireccional, apenas para manter a máxima versatilidade de operação e de
conectividade entre subsistemas. Com esta segmentação é retirada ao Desaguadouro das Palmeiras um
3
caudal de cerca de 20 m /s. As obras afectadas a esta proposta de intervenção, no tocante ao sistema
que drena para o Desaguadouro das Palmeiras, são então as seguintes:

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 Construção de uma estrutura de controlo de caudais no início do troço revestido do canal A2;
 Reperfilamento e revestimento do troço inicial, de montante, do canal A2 e respectivos canais
afluentes de percurso, incluindo os canais existentes a montante da Rua Kruss Gomes. Estes
trabalhos poderão decorrer no interior da faixa actual de ocupação. Caso se venha a justificar por
razões urbanísticas a constituição de uma via de acesso ao longo do seu traçado tornar-se-á
necessário um ligeiro alargamento da sua faixa longitudinal mas com um diminuto impacto social;
 Construção da bacia de armazenamento na zona da Maraza, totalmente em escavação e com
pequenas motas envolventes de protecção; e
 Interligação com o subsistema de drenagem interna do bairro da Maraza.

Esta solução obriga ao reassentamento de cerca de 21 famílias e à compensação de aproximadamente


mais 19 famílias que estão hoje instaladas ao longo dos canais a intervencionar. A compensação resulta
da afectação de construções acessórias (anexos, alpendres, latrinas e vedações) pertencentes às 19
famílias, sendo que estas irão permanecer na sua actual casa principal. Salienta-se que estes dados serão
tratados no Plano de Reassentamento ora em curso.

A construção da bacia da Maraza não dá lugar a reassentamento mas apenas a compensações das cerca
de 489 pessoas que possuem 609 parcelas (vulgo “machambas”), para o cultivo de arroz. A ocupação
destas parcelas far-se-á depois da época das colheitas e o Conselho Municipal da Cidade da Beira irá
atribuir parcelas substitutas, nas zonas de Inhamizua e Mungassa. Este trabalho está em curso, com a
participação da especialista em reassentamentos e questões sociais e com o envolvimento do CMB, de
quem depende em larga medida a sua resolução a contento das partes.

No interface entre o oceano-receptor e o sistema de drenagem interno (canal A0), a exploração da actual
estrutura de descarga das Palmeiras deverá ser realizada da forma mais eficaz possível. Esta deverá
assegurar permanentemente a sua máxima capacidade de descarga, correspondente aos cinco vãos
construídos, e não estar restringida aos três vãos de descarga actualmente em funcionamento. Também,
não deverá estar condicionada pelos assoreamentos interno e frontal existentes. Considera-se pois que
esta é uma intervenção prioritária.

Os trabalhos desta fase complementam-se com a intervenção na zona portuária e industrial que drena
para o rio Chicota através do canal A4 e por intermédio deste para o estuário do rio Púngué. Por razões de
morfologia das áreas envolventes incluirá ainda uma faixa de terreno urbano a sul do canal A4 até ao
bairro dos Pioneiros.

No que respeita ao modo de execução da obra, o empreiteiro deverá isolar hidraulicamente o troço de
canal em obra através da instalação de ensecadeiras temporárias, removíveis e reutilizáveis.

Estas ensecadeiras temporárias destinam-se a colocar a seco troços de algumas dezenas de metros em
cada troço do canal intervencionado, sem interrupção da livre circulação dos caudais afluentes ao troço
em intervenção preferencialmente por gravidade no interior da obra do canal. O Empreiteiro terá que
executar a obra, em cada troço, alternadamente na margem esquerda e margem direita, de modo a não
interromper a livre circulação dos caudais, como já referido. Assim, não há transporte destas águas para
fora da rede de canais e não há qualquer alteração do ambiente circundante.

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5.2.2 Reabilitação dos Canais

5.2.2.1 Canal A0
Este canal, totalmente em escavação, com 24 m de rasto e com uma profundidade média de 1,8 m,
apresenta uma secção transversal trapezoidal, com rasto “não revestido” e espaldas parcialmente
revestidas com lajedo de betão (tipo rosacometa).
Lateralmente à sua secção transversal desenvolvem-se duas vias não pavimentadas e não dispõe de
qualquer tipo de protecção longitudinal.
Este troço dispõe de uma ponte rodoviária em bom estado.

22
21

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Figura 6 – Traçado do Canal A0 a reabilitar.

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INTERVENÇÕES PROPOSTAS

Zona de trabalho: canal A0, com 940 m de comprimento, 24 m de rasto e 2,3 m de altura de espalda
lateral.

Este troço será alvo dos seguintes trabalhos de reabilitação:

Execução de 940 metros de secção rectangular em betão armado, com o fundo não revestido, no Canal
A0, e nos troços terminais dos canais A1 e A3:

 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;

 Limpeza e desmatação do interior dos canais;

 Limpeza e desmatação das margens dos canais;

 Reperfilamento dos canais;

 Aterro dos terraços laterais, ao longo do canal principal e canais secundários afluentes;

 Demolição de passagens pedonais existentes;

 Execução de novas passagens pedonais;

 Construção dos muros laterais de revestimento e de regularização do canal;

 Assentamento da geo-membrana de drenagem do tardoz do canal;

 Aplicação de barbacãs de drenagem do tardoz do canal;

 Regularização e nivelamento do rasto do canal;

 Assentamento do enrocamento de protecção dos muros laterais;

 Aterro do tardoz dos muros laterais, para nivelamento;

 Construção de passeio, lancis e guardas de protecção ao longo de todos os troços regularizados;

 Construção de valeta longitudinal de recolha do passeio, da via, e da faixa lateral de drenagem para
o canal,

 Remodelação de uma passagem hidráulica existente em travessia rodoviária;

 Construção do caboduto ou bainha técnica enterrada entre as Palmeiras e as EC1 e EC3, para
instalação de cabo dedicado de comunicações; e

 Reformulação e controlo das estruturas de descarga laterais.

5.2.2.2 Canal A2
CANAL A2 – TROÇO REVESTIDO

O troço revestido do canal trapezoidal A2, de secção completa, rasto e espaldas a 1(v) : 2(h), será no
âmbito do presente projecto de intervenção objecto de reabilitação parcial.

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Este canal, totalmente em escavação com 6 m de rasto e espaldas betonadas à altura máxima de 1,8 m,
encontra-se em razoável estado de conservação.

A secção revestida não atinge a cota das bermas laterais, existindo uma pequena espalda superior
estabilizada com um consistente revestimento vegetal.

As bermas de ambos os lados dispõem de um passeio e de uma guarda metálica de protecção, seguindo-
se uma via rodoviária em betão betuminoso.

CANAL A2 – TROÇOS NÃO REVESTIDOS

Os troços de cabeceira do canal A2 apresentam-se não revestidos, pelo que serão no âmbito do presente
projecto objecto de reabilitação.

Para além dos trabalhos de revestimento serão complementarmente realizados trabalhos de nivelamento
das bermas, nivelamento e reperfilamentos dos fundos e construção de vias laterais.

O canal primário, totalmente em escavação, com 7 m de rasto e com uma profundidade média de 1,1 m,
apresenta uma secção transversal trapezoidal degradada e com um revestimento vegetal descontrolado.

Os canais secundários, afluentes ao primário, totalmente em escavação, apresentam rastos


compreendidos entre os 8 e os 12 m e com uma profundidade média de 0.8 m; apresentam secções
transversais trapezoidais degradas e com revestimento vegetal descontrolado.

INTERVENÇÕES PROPOSTAS
Canal A2, montante

Execução de 4310 metros de secção rectangular de fundo revestido e remodelação de 5 passagens


hidráulicas existentes:
 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;
 Limpeza e desmatação do interior do canal e das margens do canal a intervencionar;
 Escavação para abertura da caixa do canal do troço inicial;
 Escavação para alargamento e regularização do troço inicial do canal;
 Reperfilamento do canal;
 Aterro dos terraços laterais ao longo do canal principal e canais secundários afluentes;
 Demolição de passagens hidráulicas existentes em travessias rodoviárias;
 Execução de novas passagens hidráulicas em travessias rodoviárias;
 Demolição de passagens pedonais existentes;
 Execução de novas passagens pedonais;
 Construção dos muros laterais de revestimento e de regularização de todo o canal;
 Assentamento da geomembrana na face posterior dos muros e aplicação de bueiros de
drenagem;
 Aplicação de barbacãs de drenagem do tardoz do canal;

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 Regularização e nivelamento do rasto do canal;


 Assentamento do enrocamento de protecção dos muros laterais;
 Aterro dos encontros posteriores dos muros laterais, para nivelamento;
 Construção de passeio, fio de água e guardas de protecção ao longo de todo o troço regularizado;
 Construção de valeta longitudinal de recolha do passeio, da via e da faixa lateral de drenagem
para o canal.
Canal A2 jusante - troço revestido
 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;
 Limpeza e desmatação do interior do canal;
 Limpeza das juntas de construção do canal e aplicação de mástique no preenchimento das juntas;
 Demolição de passeios deformados;
 Assentamento dos materiais de revestimento e lancis e respectivas fundações;
 Reconstrução de guardas de protecção do canal; e
 Remodelação de 4 passagens hidráulicas em esquadros fechados em travessias rodoviárias.
Canal A2 jusante – troço não revestido
Execução de 1159 metros de secção rectangular em betão armado, com o fundo não revestido:
 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;
 Limpeza e desmatação do interior do canal;
 Limpeza e desmatação das margens do canal, a intervencionar;
 Escavação para reperfilamento da cuvete do canal;
 Aterro dos terraços laterais, ao longo do canal;
 Demolição de passagens pedonais existentes;
 Execução de novas passagens pedonais;
 Construção dos muros laterais de revestimento e de regularização de todo o troço de cabeceira do
canal;
 Assentamento da geo-membrana pela face posterior dos muros e aplicação de bueiros;
 Aplicação de barbacãs de drenagem do tardoz do canal;
 Regularização e nivelamento do fundo do canal;
 Assentamento do enrocamento de protecção dos muros laterais;
 Aterro dos encontros laterais;
 Construção de passeio, fio de água e guardas de protecção ao longo de todo o troço;
 Construção de valeta longitudinal de recolha do passeio, da via, e da faixa lateral de drenagem
para o canal.

Nas figuras seguintes encontram-se representados os vários troços do canal A2 a intervencionar, de norte
para sul.

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Figura 7 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Maraza).

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Figura 8 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Mananga).

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Figura 9 – Traçado do Canal A2 a reabilitar (troço na Avenida 24 de Julho).

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Figura 10 – Traçado do Canal A2 jusante a reabilitar.

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5.2.2.3 Canal A4
O canal A4, rede primária, não é revestido e carece de significativos trabalhos de limpeza, reconstrução e
de beneficiação.

INTERVENÇÕES PROPOSTAS
Execução de 41m de secção rectangular em betão armado, com fundo não revestido, remodelação de
uma passagem hidráulica existente e execução de 1973 m de secção trapezoidal não revestida:

 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;

 Limpeza e desmatação do interior do canal;

 Limpeza e desmatação das margens do canal;

 Limpeza da estrada lateral ao canal;

 Escavação para abertura da cuvete do troço a intervencionar do canal;

 Escavação para reperfilamento do troço a intervencionar do canal;

 Limpeza e desobstrução das passagens hidráulicas do canal;

 Construção de uma passagem hidráulica em travessia rodoviária de reforço da drenagem da zona


industrial;

 Construção da estrutura de controlo da maré, superestrutura para fixação de comportas de maré,


equipamento, instrumentação e monitorização; e

 Pavimentação da via rodoviária de acesso.

Reconstrução de uma rede secundária de canais de drenagem na zona industrial, numa extensão de
1611 m:

 Escavação em trincheira para abertura da vala;

 Colocação de cama de areia no fundo da vala e nivelamento de fundo;

 Assentamento de tubagens;

 Betonagem in situ da secção dos canais, seguida da regularização do terreno envolvente;

 Execução da camada de drenagem do tardoz do canal;

 Colocação das guardas de protecção ao canal; e

 Reposição do pavimento.

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Figura 11 – Traçado da Vala A4 a reabilitar.

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Nas figuras seguintes apresentam-se as secções tipo propostas no âmbito do presente projecto, sendo
que no Anexo 8 encontra-se as Plantas das redes dos canais (Desenho 7 do Projecto de Execução).

Figura 12 – Secções transversais Tipo (em cima canal A0 e A2; em baixo canal A4).

No apresenta-se um resumo das características físicas projectadas dos canais a intervencionar no âmbito
do projecto (de jusante para montante).

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Quadro 2 – Quadro Síntese das Características Geométricas dos Canais de Drenagem.


Inclinação Altura de Largura Largura
Desenvolvimento
Canal máxima coroamento de Rasto da Boca Secção
(m)
(m/m) (m) (m) (m)

A0 940 0,0007 2,7 30 30 Rectangular


A3 122 0,0029 3,4 20 20 Rectangular
A1 277 0,0008 2,7 18 18 Rectangular
A2J 1109 0,0001 3,1 20 20 Rectangular
A2M 2751 0,0001 2,2 16 16 Rectangular
A2.1 1030 0,0040 2,2 8 8 Rectangular
A2.2 140 0,0032 1,3 2 2 Rectangular
A2.3 394 0,0073 2,1 8 8 Rectangular

A4 2014 0,0003 4,0/3,0 6 6/18 Rectangular/Trapezoidal

Quadro 3 – Quadro Síntese de Dimensionamento Hidráulico.


Vértice Caudal Velocidade Nível Altura
Vértice Ks Volume
Canal inicial máximo máxima máximo máxima
final (eixo) (m1/3/s) (m3)
(eixo) (m3/s) (m/s) (m) (m)

A0-01 A0-11 30 24,9 0,9 2,60 1,98 492057


A0
A0-11 A0-20 30 33,3 (1) 2,7 2,60 2,25 822850
A3-01 A3-02 25 14,6 0,7 2,60 2,23 306167
A3 A3-02 A3-04 25 14,6 0,7 2,60 2,24 306167
A3-04 A3-05 25 14,6 0,7 2,60 2,14 306167
A1-01 A1-02 25 8,2 1,0 2,60 1,90 246971
A1-02 A1-03 25 8,2 1,0 2,60 1,90 246971
A1 A1-03 A1-04 25 8,2 1,0 2,60 1,89 246971
A1-04 A1-05 25 8,2 1,0 2,60 1,87 246971
A1-05 A1-09 25 8,0 0,6 2,60 1,95 243036
A2.J A2.J-01 A2.J-27 30 25,9 1,0 2,60 1,94 199962
(2)
A2.M A2.M-1 A2.M-69 50 27,9 2,4 2,87 1,77 132640
A2.1-01 A2.1-16 62.5 3,3 0,8 2,94 1,25 11781
A2.1 A2.1-16 A2.1-30 62.5 8,7 1,7 2,76 1,51 33931
A2.1-30 A2.1-33 62.5 7,7 0,9 2,75 1,66 33372
A2.2-01 A2.2-04 62.5 3,1 0,9 2,49 0,15 7580
A2.2
A2.2-04 A2.2-09 62.5 3,1 0,9 2,49 0,34 7580
A2.3-01 A2.3-03 62.5 1,7 0,7 2,49 0,32 4762
A2.3-03 A2.3-05 62.5 1,7 0,7 2,49 0,42 4762
A2.3-05 A2.3-07 62.5 1,7 0,7 2,49 0,52 4762
A2.3
A2.3-07 A2.3-09 62.5 1,7 0,7 2,49 0,55 4762
A2.3-09 A2.3-10 62.5 3,1 0,9 2,49 0,60 7580
A2.3-010 A2.3-11 62.5 3,1 0,9 2,49 0,65 7580
A4-01 A4-02 62.5 16,7 1,7 3,33 2,54 96907
A4-02 A4-05 62.5 2,0 1,8 3,33 2,55 13780
A4
A4-05 A4-07 25 16,7 1,4 3,32 2,55 96891
A4-07 A4-45 25 15,7 1,3 3,37 2,87 120543

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5.2.3 Reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras (Porta-de-Água)

Esta estrutura será objecto de total reabilitação.

Para o efeito enumeram-se as seguintes actividades


mais relevantes, de montante para jusante:
 Reabilitação dos encontros de betão do canal
de transição entre o Canal A0 e a obra de
entrada do Desaguadouro;
 Estabilização do fundo do canal de transição;
 Execução de lajetas imediatamente a jusante
das grelhas de protecção e de separação
instaladas na obra de entrada, de fundamental
importância para a segurança dos operadores;
 Construção de um fosso de depósito do
material separado pelas grelhas, e respectiva
rampa de acesso para máquina de limpeza,
em posição lateral à obra de entrada;
 Desassoreamento e limpeza dos depósito
consolidados existentes nos aquedutos de
passagem;
 Reabilitação estrutural dos aquedutos, quer do rasto quer das paredes e tectos;
 Instalação de novas comportas de controlo e de seccionamento;
 Instalação de nova instrumentação de controlo local e remoto da instalação, compatível o exercício
da sua televigilância;
 Instalação de equipamento e programas informático para o exercício da televigilância;
 Instalação do equipamento para controlo do estado de segurança da instalação;
 Reformulação do edifício de exploração da instalação, a ser estendido por forma a cobrir os dois
vãos extremos laterais existentes, o V1 e o V5; e
 Reabilitação do enrocamento de protecção da obra de saída da instalação.

5.2.4 Bacia de Armazenamento da Maraza

A actual rede de drenagem implantada na zona periurbana da cidade da Beira descarrega os caudais
afluentes directamente e por gravidade no Oceano Índico através do Desaguadouro das Palmeiras.
Os caudais afluentes são provenientes, quer da Zona Periurbana quer de algumas das sub-bacias de
drenagem da Zona Urbana com que confinam as referidas infra-estruturas de drenagem.

Da conjugação dos hidrogramas de cheia com o ciclo de maré, verificam-se prolongados intervalos de
tempo de retenção dos caudais pluviais no interior do sistema de drenagem; a retenção de elevados
caudais pluviais provoca por vezes transbordamentos indiscriminados na zona baixa da Munhava e em
toda a zona baixa da Chota, com consequentes impactos negativos, sociais e ambientais.

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O controlo desta situação de alagamento por transbordamentos passa pela instalação estratégica de uma
bacia de armazenamento, estrutura com capacidade para reter temporariamente os caudais pluviais
afluentes ao sistema de drenagem e impedidos de descarregar no Oceano Índico pelos níveis altos de
maré entretanto ocorrentes. Esta bacia, ligada ao Canal A2 na sua extremidade de montante, tem por
objectivo o armazenamento temporário dos caudais/volumes afluentes à rede primária de drenagem,
nomeadamente, aos canais de drenagem A2 e A0, para posterior restituição a jusante e à maré pelo
Desaguadouro das Palmeiras.

Dadas as limitações de espaço e as restrições topográficas existentes, foi considerada a implantação de


uma primeira bacia de armazenamento na zona da Maraza. Mais tarde, durante a 2ª fase do projecto,
poderá ser implantada uma segunda bacia de armazenamento na zona do Chota-Estoril.

O controlo de caudais / volumes no interior dos canais de drenagem A2 e A0 e sua condução temporária
para e da Bacia da Maraza, implicará necessariamente o isolamento controlado dos subsistemas de
drenagem da zona mais baixa da Chota, ao nível dos canais A1 e A3 e canais secundários e terciários
associados.

Para o efeito serão, simultaneamente com esta obra da bacia, recuperadas as estruturas de controlo
existentes no final dos canais de drenagem A1 e A3.

A definição de formas desta infra-estrutura de armazenamento está fortemente dependente da geometria


do Canal A2, nomeadamente da cota de soleira e da cota do nível máximo do plano de água, valores que
estabelecem o nível mínimo do plano de água na bacia e o nível do plano de água de pleno
armazenamento.

Assim, a bacia de armazenamento terá as seguintes características básicas (ver figuras do Anexo 8 –
Bacia da Maraza):

 A sua forma foi estabelecida no sentido da menor inércia e mais rápida resposta hidrodinâmica,
próxima da circular;

 A bacia será totalmente em escavação com nível de pleno armazenamento coincidente com o
nível máximo do plano de água no Canal A2 e nível mínimo cerca de 0,50 m abaixo da cota de
soleira do Canal A2, a fim de permitir constituir um rebaixe à entrada que favoreça o depósito
localizado de inertes;

 Para efeito de definição da sua secção transversal tipo, os taludes no interior serão a 1/3 e no
exterior a 1/6;

 A folga foi estabelecida nos 0,5 m;

 A linha de coroamento será variável por forma a disponibilizar espaços complementares a seco,
compatíveis com a eventual instalação de zonas de lazer;

 A bacia terá uma secção transversal múltipla, prolongando-se todo o rebaixe ao longo de todo o
reservatório, que ficará permanente húmida; este rebaixo ficou já desenvolvido de forma a

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integrar-se com os trabalhos de 2ª fase, nomeadamente a sua ligação à vala de drenagem


adjacente da zona da Maraza;

 A bacia será não revestida, mas os aterros das bermas e nomeadamente as superfícies interiores
serão executadas com solos seleccionados provenientes das escavações e com características
mais impermeáveis ou argilosas, para controlar as linhas de percolação interiores;

 Na ligação ao canal A2 será executada uma estrutura de controlo da entrada de água, sem
qualquer elemento regulador, simplesmente equipada com grelhas de protecção e de separação
de sobrenadantes, a 70º com 0,05 m de espaço interbarras; complementarmente serão instaladas
peças fixas para montagem de ensecadeiras para remoção das grelhas do tipo “stop-logs”. Com
estes equipamentos poderá ser regulada a altura de água na bacia, incluindo o seu total
esvaziamento. Com estes equipamentos poderá ser regulada a altura de água na bacia, incluindo
o seu total esvaziamento.

 Para o escoamento e controlo dos caudais entrados, com o valor máximo de cerca de 40 m3/s, foi
considerada a instalação de cinco vãos;

 Para os caudais saídos, com retorno para o Desaguadouro das Palmeiras, com o valor máximo de
4 m3/s, não foi considerada a instalação de qualquer estrutura própria; de facto este pequeno
caudal poderá circular em sentido inverso nos já referidos cinco vãos de entrada sem significativas
perdas de carga localizadas;

 Complementarmente à linha de grelhas foi considerada a instalação de um fosso de depósito


temporário dos materiais sólidos orgânicos e inorgânicos retidos nas grelhas, com drenagem para
o canal; a sua limpeza será realizada por intermédio de uma retroescavadora, com acesso próprio;

 Numa segunda fase e para ligação directa à futura bacia de armazenamento da Chota/Estoril foi
prevista a localização de uma segunda estrutura de controlo na linha de berma oposta à da
primeira estrutura, nas proximidades da futura vala de drenagem de pé-de-talude já considerada
em anteriores estudos de drenagem da zona da Maraza. Esta vala terá o desenvolvimento total do
comprimento efectivo da bacia da Maraza, e destinada à recolha e ao transporte dos caudais
marginais a Sul para a zona da segunda bacia de armazenamento a Bacia da Chota-Estoril;

 Para controlo do grau de colmatação da linha de grelhas foi considerada a instalação de


medidores de nível contínuo, do tipo sensor piezoresistivos submersos. Os dados serão
registados em tempo real a intervalos parametrizáveis e sazonais. Os valores críticos serão
objecto de transmissão para o Centro de Despacho do sistema de drenagem, a fim de despoletar
as acções devidas de manutenção justificáveis. Assim, a instrumentação será complementada
com uma unidade “datalogger” e um modem para transmissão; a alimentação eléctrica será a
partir da rede pública a ficar socorrida com uma UPS com uma semana de operação continuada.
Toda esta instrumentação ficará alojada e integrada num armário metálico assente directamente
sobre a estrutura.


3
A capacidade da bacia foi estabelecida nos 175 hm .

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Figura 13 – Localização da Bacia da Maraza (Cartografia elaborado no âmbito do


Projecto).
INTERVENÇÕES PROPOSTAS

 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;


 Limpeza e desmatação das zonas de trabalho;
 Escavação geral do reservatório/bacia;
 Aterro dos diques marginais, sobre manta geotêxtil de reforço;

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 Construção da estrutura de controlo (entrada e saída de caudais), incluindo laje de fundo,


encontros, pilares intermédio, passadiços e trechos de transição de montante e de jusante;
 Enrocamentos de protecção do fundo e dos taludes nos trechos de entrada e de saída;
 Construção dos espaços/parques lúdicos e de lazer,
 Construção do pontão de pesca;
 Construção do ancoradouro para embarcações de recreio;
 Construção do parque infantil;
 Construção da portaria e instalações sanitárias;
 Construção dos acessos aos parques e do acesso ao interior da bacia;
 Fornecimento de peças fixas para 2x5 vãos e de dois conjuntos de ensecadeira tipo “water-stops”;
 Instalação da instrumentação e instalação do sistema de monitorização, controlo e comunicações;
 Construção dos acessos rodoviários no exterior e parque exterior;
 Instalações eléctricas de iluminação e tomadas;
 Vedações e arranjos gerais.

Figura 14 – Futura envolvente da Bacia da Maraza (Desenho de pormenor incluído


no Anexo 8 – Peças Desenhadas do Projecto – Desenho 11.4).

5.2.5 Estruturas de Controlo – EC1, EC2, EC3 e EC4

O sistema de drenagem da Cidade da Beira, para além da rede de canais, primária, secundária e terciária,
integra um conjunto de estruturas auxiliares de controlo dos escoamentos, assumindo papel
preponderante o Desaguadouro das Palmeiras, estrutura de descarga terminal.

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Para além desta e com funcionalidades específicas no sistema de drenagem a reabilitação, importa referir
a estrutura de controlo existente no final do Canal A1, a EC1, e a estrutura de controlo no final do Canal
A3, EC3.

Estas estruturas de controlo existentes são objecto de reabilitação total no âmbito do presente trabalho,
sendo-lhes agora atribuídas simultaneamente novas finalidades.

Para além das referidas estruturas existentes será ainda de salientar os trabalhos de reconstrução total
das restantes estruturas de controlo similares existentes, sendo a primeira, em posição intermédio do
Canal A2 e a segunda no troço terminal do Canal A4.

Esta última, a EC4, ao conter a jusante as ondas de maré, do lado do rio Púngué, irá assegurar as
desejadas condições hidráulicas de descarga e, eventualmente, de armazenamento temporário no interior
do canal A4, dos caudais pluviais gerados em toda a bacia da zona industrial.

INTERVENÇÕES PROPOSTAS

ESTRUTURA DE CONTROLO EC1 E EC3

 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;

 Limpeza e desmatação das margens e trechos de ligação;

 Limpeza profunda a jacto de água;

 Demolição dos passadiços e muros laterais em ruína;

 Reconstrução geral da super estrutura, laje de fundo, encontros laterais, pilares intermédios,
passadiços, transições a montante e jusante;

 Montagem de novos equipamentos hidro-electro-mecânicos e instrumentação;

 Construção de abrigos para quadros eléctricos;

 Instalações de iluminação e tomadas;

 Vedações arranjos gerais; e

 Instalação da instrumentação e instalação do sistema de monitorização, controlo e comunicações;

ESTRUTURA DE CONTROLO EC2 E EC4

 Ensecamento e drenagem na zona de trabalho;

 Limpeza e desmatação do fundo e das margens nas zonas de trabalho;

 Construção das fundações;

 Construção das lajes de fundo, encontros, pilares intermédio, passadiços e trechos de transição de
montante e de jusante;

 Montagem de novos equipamentos hidro-electro-mecânicos e instrumentação;

 Construção de abrigos para quadros eléctricos;

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Instalação da instrumentação e instalação do sistema de monitorização, controlo e comunicações;

 Instalações eléctricas de iluminação e tomadas;

 Vedações e arranjos gerais.

5.2.6 Reabilitação de Pontes e Pontões

Todas as pontes existentes serão objecto de reabilitação completa.

As pontes observadas não apresentam situações objectivas que denotem existir qualquer risco estrutural,
quer ao nível das respectivas fundações, quer da sua própria superestrutura.

No entanto, com o desenvolvimento dos trabalhos de reabilitação e de reperfilamento dos canais de


drenagem que lhes estão interessados, poder-se-ão vir a revelar necessários alguns trabalhos de
beneficiação, particularmente ao nível das fundações.

De facto, não seriam de todo inesperadas situações de erosão localizadas nos encontros e nos pilares
centrais, que serão objecto de intervenção.

Os encontros laterais nas secções de transição denotam genericamente um estado de ruína completa
objecto de necessária intervenção.

Quanto à estrutura propriamente dita, deverão ser programados trabalhos de reabilitação das respectivas
juntas de dilatação transversais e de reconstrução de guardas laterais.

Assim, todas as pontes serão, em tempo oportuno e com as adequadas acessibilidades gerais, objecto de
verificação das respectivas patologias, podendo considerar-se necessário, na máxima abrangência, a
realização dos seguintes trabalhos de beneficiação geral:

 Aplicação de filtros e de enrocamentos de protecção nas transições de montante e de jusante, em


perfeita harmonia com os revestimentos de protecção que vierem a ser aplicados localmente;

 Aplicação de filtros e de enrocamentos


de protecção dos encabeçamentos dos
encontros laterais e dos pilares
centrais, em articulação com os
revestimentos locais;

 Reconstrução das guardas laterais em


conformidade com o executado ou
outra definição que se venha a revelar
ser mais adequada, quer do ponto de
vista técnico quer económico;

 Reconstrução das juntas de dilatação


junto aos encontros, incluindo a recuperação local dos revestimento dos pavimentos.

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5.2.7 Substituição dos Passadiços Existentes

Todos os passadiços precários instalados serão objecto de substituição por elementos funcionais
equivalentes de inequívoca resistência e estabilidade.

Da conjugação local entre as secções revestidas e os passadiços poderão resultar pontuais alterações
das larguras dos canais, naturalmente sem prejuízo das respectivas capacidades de vazão, mas também
o reforço pontual dos muros de contenção lateral para dar suporte à estrutura do tabuleiro do passadiço.

Desta forma, procurar-se-á a máxima articulação entre as duas estruturas por forma a obter a máxima
economia global, mas também a necessária articulação possível dos pontos de vista estético e funcional.

Os passadiços terão uma largura mínima de 1,5 m, podendo em zonas com maior densidade populacional
passar para 2.0 m de largura útil.

5.2.8 Reconstrução Passagens Hidráulicas (Aquedutos)

Com a revisão da rede de drenagem, resultarão necessários trabalhos de reconstrução de alguns dos
aquedutos instalados. Esta necessidade resulta da revisão realizada ao nível dos respectivos perfis
longitudinais e ao nível das respectivas secções transversais, em ambos os casos em articulação com os
caudais a escoar.

Todas as intervenções visam aumentar a capacidade de vazão dos canais intervencionados.

Esta situação assumiu particular notoriedade nos troços de montante do canal A2, resultante da inversão
proposta para os respectivos escoamentos. Nesta zona todas as estruturas existentes (V6, V7 e V8) serão
objecto de remodelação.

Neste conjunto assume particular importância a travessia da Rua Kruss Gomes. De facto, o actual quadro
2
de um vão único de 2,5x1.2 m , afigura-se restritivo para o escoamento livre do caudal de verificação de
3 2
cerca de 14 m /s. Para esta secção será conveniente dispor de uma secção útil não inferior de 4 m .

No quadro seguinte apresenta-se uma síntese do dimensionamento das passagens hidráulicas da rede
primária de drenagem e os respectivos caudais de ponta expectáveis para o período de retorno de 10
anos com o agravamento decorrente das alterações climáticas. No Anexo 8 – Peças Desenhadas do
Projecto encontra-se a localização das Passagens Hidráulicas a Reabilitar/Reconstruir.

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Quadro 4 – Caracterização das Passagens Hidráulicas a Reabilitar/Reconstruir


Perda de
Q Nível a Nível a
Largura Altura Nº de Comp. carga
PH Secção Afluente jusante montante
(m) (m) Aquedutos (m) 3 total
(m /s) (m) (m)
(m)
V8 Rectangular 5,1 1,8 3 7,3 27,1 2,34 0,04 2,38
V7 Rectangular 5,1 1,8 3 16,8 25,0 2,61 0,02 2,63
V6 Rectangular 5,1 1,8 3 15,0 23,5 2,66 0,01 2,67
V9 Rectangular 3,9 1,5 2 6,2 9,0 2,78 0,11 2,89
V10 Rectangular 1,0 1,0 3 23,5 6,3 2,80 0,04 2,84
V11 Rectangular 4,0 1,5 1 6,5 3,3 2,92 0,01 2,93
V12 Rectangular 4,0 1,5 1 10,2 2,7 2,97 0,03 3,00
V5 Rectangular 4,0 2,0 1 16,0 5,4 2,90 0,01 2,91
V4 Rectangular 4,0 2,0 1 32,5 5,4 2,91 0,01 2,92
V3 Rectangular 2,3 1,8 2 24,5 5,4 2,93 0,02 2,94
V2 Rectangular 2,4 1,8 2 76,1 17,5 2,60 0,31 2,88
V1 Rectangular 2,0 2,0 6 13,0 29,8 2,60 0,04 2,60
V13A Circular 3DN1800+DN1200 4 25,7 16,7 2,40 0,21 2,65
V13B Circular 3DN1800+DN1200 4 35,1 16,7 2,40 0,25 2,64

5.3 OUTRAS INFRA-ESTRUTURAS ASSOCIADAS

A construção de infra-estruturas será feita segundo as necessidades inerentes às diferentes fases do


projecto. As infra-estruturas mais relevantes, a construir com a implementação do projecto, são as
seguintes:

 Habitações para reassentamento das famílias desalojadas no âmbito do projecto, e eventuais


equipamentos sociais necessários à sua adequada integração social na nova área residencial,

 Estação Climatológica, no âmbito do controlo e monitorização,

 Vias de circulação ao longo dos canais, nomeadamente o caminho existente junto ao canal A4 na
zona frontal à ETAR.

5.4 EQUIPAMENTO E MÉTODOS CONSTRUTIVOS

As soluções estruturais foram estabelecidas tendo em consideração a utilização de processos construtivos


correntes e suficientemente experimentados.

Nas componentes de betão armado são utilizadas soluções monolíticas betonadas in situ com formas e
dimensões compatíveis com o recurso a meios e tecnologia largamente utilizados em estruturas desta
natureza, conseguindo-se assim conciliar aspectos como, facilidade, rapidez e garantia de qualidade de
execução bem como os custos associados.

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Nas componentes estruturais com elementos de madeira e metálicos, foram adoptadas soluções que
viabilizem a sua execução com meios correntes, quer meios de transporte quer meios de elevação e
montagem.

As estruturas propostas permitem recorrer a processos construtivos correntes, envolvendo meios e


equipamentos de dimensões adequadas aos espaços previstos para a execução dos trabalhos de
construção civil. Desta forma, evitando-se a necessidade de meios e processos construtivos especiais, é
possível executar a obra tendo em conta os aspectos económicos, rapidez de execução e minimização do
impacto da construção.

Assim, em termos de equipamentos, está previsto o uso de maquinaria pesada de vários tipos durante a
fase de construção, como por exemplo draga de areia de grande capacidade, equipamento de
densificação de areia por vibro-flotação, camiões basculantes, britadoras, escavadoras hidráulicas,
guindastes e outras, bem como equipamento e ferramentas de oficinas, de entre os quais maquinaria e
ferramentas diversas.

5.5 VALOR DO INVESTIMENTO

O valor total de investimento do projecto, que inclui a reabilitação dos canais A0, A2 e A4, incluindo os
estudos, elaboração do projecto executivo a as obras da 1ª Fase de 54.350.00,00 USD (cinquenta e
quatro milhões e trezentos e cinquenta mil dólares americanos).

5.6 RECURSOS HUMANOS A MOBILIZAR, NAS FASES DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO

Os trabalhos de construção implicam o recrutamento de recursos humanos locais, e inclui um considerável


número de postos de trabalho, estima-se que na fase de reabilitação/construção dos canais e das infra-
estruturas associadas a estes o número de trabalhadores possa atingir os 260 contratados.

5.7 PROGRAMAÇÃO DAS OBRAS

Para que se possa ter uma noção do desenvolvimento das obras a executar, apresenta-se em seguida o
cronograma dos trabalhos previstos executar durante a fase de construção do Projecto, chamando-se no
entanto à atenção para o facto de ser um cronograma indicativo pois este depende significativamente das
condições climatéricas.

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Quadro 5 – Cronograma dos Trabalhos a Executar no âmbito do Projecto


ANO 2015 2016 2017
Meses - Época Chuva / Época Seca Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

TRABALHOS GERAIS

Montagem de Estaleiro

Insalações e Escritórios para a Fiscalização e Dono de Obra

Trabalhos Gerais de Preparação e Acompanhamento da Obra

Trabalhos Gerais de Encerramento da Obra

Desmontagem de Estaleiro

TROÇO - CANAL A0

Canal A0

Estrutura de controle de caudal A1

Estrutura de controle de caudal A3

Desaguadouro das Palmeiras


Lado Terra
Lado Mar

Passadiços Pedonais

Passagens Viárias

Reabilitação / Reconstrução de infraestruturas afectadas pela construção dos canais

TROÇO - CANAL A2

Canal A2 montante - troço Maraza - Kruz Gomes


Canal A2 montante - troço Kruz Gomes - EC2
Canal A2 jusante
Estrutura de controle de caudal A2

Estrutura de controle de caudal e Bacia de Retenção da Maraza

Passadiços Pedonais

Passagens Viárias

Reabilitação do Canal A2 Revestido

Reabilitação / Reconstrução de infraestruturas afectadas pela construção dos canais

TROÇO - CANAL A4

Canal A4

Estrutura de controle de caudal A4

Passagens Viárias

Passagem Caminho de Ferro

Zona Industrial

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5.8 RESÍDUOS

As intervenções necessárias à implementação do projecto, nomeadamente as actividades de limpeza e


desmatação dos canais e das respectivas zonas de servidão, movimentos de terra para reperfilamento dos
canais, reconstrução de travessias pedonais existentes e de aquedutos, irão gerar resíduos de natureza
diversa.

Assim, verifica-se que estes trabalhos nos canais de drenagem (A0, A2 e A4 e zona industrial) e
construção da Bacia da Maraza implicarão a gestão dos seguintes resíduos e materiais sobrantes:

1. RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) que se acumulam nos canais;

2. Lamas que se têm acumulado no fundo dos canais por ineficiente limpeza regular;

3. RCD (Resíduos de Construção e Demolição) resultantes da demolição de passagens hidráulicas,


passadiços e espaldas que se encontram em muito mau estado;

4. Terras sobrantes do movimento de terras necessário à execução da obra de reabilitação e


reconstrução dos canais;

5. Terras (solos férteis) resultantes da escavação de terrenos agrícolas da bacia da Maraza;

6. RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) gerados durante a obra de construção e resultantes das
actividades do estaleiro.

5.8.1 Quantificação dos Resíduos

A quantificação dos materiais sobrantes encontra-se resumida no Quadro 6.

Quadro 6 – Quantificação dos Resíduos


Quantidades Possibilidade de
Identificação dos Resíduos
Produzidas
De Acordo com o Decreto n.º 13/2006, Origem / Fonte Classificação Tratamento / Eliminação
(Estimativa)
de 15 de Junho, Artigo 6º e Anexo IV
(ton) Preferencial

Escritórios / Fornecedor Resíduos não


2.a) Papel ou cartão 3 Reciclagem1
de Materiais perigosos

Resíduos não
2.b) Plástico Fornecedor de Materiais 8 Reciclagem
perigosos

Não quantificável Resíduos não


2.c) Vidro Escritórios Reciclagem
nesta fase perigosos

1
A reciclagem é opção preferida de eliminação dos resíduos. Não havendo empresas de reciclagem na Beira, estes resíduos serão
depositados na Lixeira do Conselho Municipal da Beira.

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Quantidades Possibilidade de
Identificação dos Resíduos
Produzidas
De Acordo com o Decreto n.º 13/2006, Origem / Fonte Classificação Tratamento / Eliminação
(Estimativa)
de 15 de Junho, Artigo 6º e Anexo IV
(ton) Preferencial

Fornecedor de Materiais
Reciclagem/Entrega aos
de Construção, Resíduos não
2.d) Metal 1199 compradores de sucata de
manutenção, perigosos
ferro
desactivação

Materiais resultantes das


Não quantificável Resíduos não
2.e) Entulho construções e Reuso/Reciclagem
nesta fase perigosos
demolições locais

Materiais resultantes das


Não quantificável Resíduos não
2.f) Sucata construções e Reuso/Reciclagem
nesta fase perigosos
demolições locais

Limpeza da área dos Resíduos não


2.g) Matéria Orgânica 4526 Reuso/Reciclagem
canais perigosos

Não quantificável Resíduos não Deposição temporária no


2.h) Pneus Veículos
nesta fase perigosos estaleiro do Empreiteiro

Não quantificável Resíduos não Deposição temporária no


2.h) Filtros de ar Veículos
nesta fase perigosos estaleiro do Empreiteiro

Peças substituídas de Não quantificável Resíduos não Deposição temporária no


2.h) Veículos / Máquinas
camiões e máquinas nesta fase perigosos estaleiro do Empreiteiro

Materiais resultantes da Materiais resultantes das


Resíduos não Reciclagem / Deposição no
2.h) construção e demolição construções e 2865
perigosos Estaleiro da Obra
(RCD) demolições locais

Oferta ou venda ao
Terras Provenientes da Munícipes que necessitem
Escavação na Bacia da Resíduos não
2.h) escavação da Bacia da 543228 para altear os seus terrenos.
Maraza perigosos
Maraza Deposição temporária no
Local indicado na Figura 15

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Quantidades Possibilidade de
Identificação dos Resíduos
Produzidas
De Acordo com o Decreto n.º 13/2006, Origem / Fonte Classificação Tratamento / Eliminação
(Estimativa)
de 15 de Junho, Artigo 6º e Anexo IV
(ton) Preferencial

Oferta ou venda ao
Munícipes que necessitem
para altear os seus terrenos,
após a confirmação da sua
Terras Provenientes da conformidade no que
Escavações nos canais Resíduos não
2.h) escavação dos canais A0, 761824 respeita aos
A0, A1, A2 e A4 perigosos
A1, A2 e A4 microorganismos
patogénicos (Salmonella
spp. e Eschericia coli).
Deposição temporária no
Local indicado na Figura 15

Oferta ou venda ao
Munícipes que necessitem
para altear os seus terrenos,
após a confirmação da sua
Lamas Provenientes do conformidade no que
Escavações nos canais Resíduos não
2.h) fundo dos canais A0, A1, 163680 respeita aos
A0, A1, A2 e A4 perigosos
A2 e A4 microorganismos
patogénicos (Salmonella
spp. e Eschericia coli).
Deposição temporária no
Local indicado na Figura 15

Resíduos Sólidos
Domésticos resultantes da Limpeza local dos canais Resíduos não
2.h) 6000 Aterro Sanitário Municipal
limpeza dos canais A0, A1, A0, A1, A2 e A4 perigosos
A2 e A4

Encaminhadas para um
Solos contaminados
2. h) / Não quantificável Resíduos operador licenciado que as
resultantes da escavação Escavação do canal A4
Y…(*) nesta fase perigosos deverá conduzir a destino
do canal A4
final apropriado

Encaminhadas para um
Lamas contaminados
2. h) / Não quantificável Resíduos operador licenciado que as
resultantes da escavação Escavação do canal A4
Y…(*) nesta fase perigosos deverá conduzir a destino
do canal A4
final apropriado

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Quantidades Possibilidade de
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Produzidas
De Acordo com o Decreto n.º 13/2006, Origem / Fonte Classificação Tratamento / Eliminação
(Estimativa)
de 15 de Junho, Artigo 6º e Anexo IV
(ton) Preferencial

Encaminhadas para um
Resíduos Sólidos
2. h) / Não quantificável Resíduos operador licenciado que as
Domésticos resultantes da Limpeza do canal A4
Y…(*) nesta fase perigosos deverá conduzir a destino
limpeza do canal A4
final apropriado

Temporariamente
armazenadas no Estaleiro
do empreiteiro em local
Não quantificável Resíduos protegido.
Y8 Resíduos de óleos Veículos
nesta fase perigosos Deposito Apropriado gerido
por operador legalizado de
acordo com a Legislação
Moçambicana.

Temporariamente
armazenadas no Estaleiro
do empreiteiro em local
Não quantificável Resíduos protegido.
Y15 Baterias de chumbo-ácido Veículos
nesta fase perigosos Deposito Apropriado gerido
por operador legalizado de
acordo com a Legislação
Moçambicana.

Temporariamente
armazenadas no Estaleiro
do empreiteiro em local
Pequenas baterias,
Não quantificável Resíduos protegido.
Y15 lâmpadas fluorescentes e Escritórios
nesta fase perigosos Deposito Apropriado gerido
de sódio
por operador legalizado de
acordo com a Legislação
Moçambicana.

Temporariamente
armazenadas no Estaleiro
Cartuchos das Não quantificável Resíduos do empreiteiro em local
Y16 Escritórios
Impressoras nesta fase perigosos protegido.
Reciclagem (Retoma pelo
fornecedor)

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de 15 de Junho, Artigo 6º e Anexo IV
(ton) Preferencial

Deposito Apropriado gerido


por operador legalizado de
acordo com a Legislação
Primeiros Socorros
Não quantificável Moçambicana.
Y1 Resíduos clínicos /Centro de Tratamento Biomédica
nesta fase Preferencialmente terão o
Médico
mesmo destino dos resíduos
do Hospital Provincial de
Sofala.

Total 1486067 - -

(*) De acordo com as análises a serem realizadas pelo empreiteiro.

5.8.2 Destino dos Resíduos

Os destinos finais dos Resíduos são os seguintes:

1. Os resíduos equiparados a RSU removidos dos canais serão conduzidos para o aterro de RSU do
CMB (Concelho Municipal da Beira) e cuja localização se indica na Figura 15. A localização mais
precisa poderá ser vista na Figura 16. Este local tem sido utilizado como destino dos produtos da
limpeza dos canais que o CMB esporadicamente efectua, e que têm a mesma natureza destes
que serão agora ser recolhidos;

Figura 15 - Local do Aterro Sanitário da Beira.


2. As lamas que se têm acumulado nos canais por falta da sua limpeza regular e condução a
depósito adequado;

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3. Os RCD (Resíduos de Construção e Demolição), considerando a grande procura de materiais de


aterro, ficarão depositados temporariamente no estaleiro do empreiteiro (madeiras, escombros de
betão e alvenaria para inertes);

4. As terras sobrantes resultantes da escavação da bacia da Maraza serão temporariamente


armazenadas no local se identifica na Figura 16. O Conselho Municipal da Cidade da Beira poderá
oferecer ou vender estes solos para os Munícipes que necessitem de altear as suas parcelas. É
de reiterar que dada a topografia da Cidade a procura de solos e inertes para aterro de áreas para
áreas habitacionais é muito grande.

5. As terras sobrantes resultantes da escavação dos canais serão temporariamente armazenadas no


local se identifica na Figura 16. Após a confirmação da sua conformidade no que respeita aos
microorganismos patogénicos (Salmonella spp. e Eschericia coli), o Conselho Municipal da Cidade
da Beira poderá oferecer ou vender estes solos para os Munícipes que necessitem de altear as
suas parcelas. É de reiterar que dada a topografia da Cidade a procura de solos e inertes para
aterro de áreas para áreas habitacionais é muito grande.

Subsistem algumas dúvidas acerca da eventual contaminação das lamas referidas em 2. Tendo em
consideração os resultados das análises químicas das lamas do rio Chiveve (que não identificou nenhum
problema de contaminação naquelas lamas, sejam metais pesados sejam hidrocarbonetos – Quadro 7, é
possível estabelecer o seguinte:

1. As lamas dos canais A0, A1 e A2 não se encontram contaminadas. Contêm matéria orgânica (da
vegetação e da defecação ao ar livre que é comum na região) e, no troço destes canais sujeito à
influência das marés, cloretos. A concentração de metais pesados e hidrocarbonetos é baixa ou
inexistente, já que não há qualquer actividade industrial na zona de influência e na bacia drenada
por estes canais. Assim sendo estas lamas serão depositadas temporariamente no local
identificado na Figura 16;

2. Quanto às lamas do canal A4, dada a vizinhança do Porto da cidade da Beira e das unidades
industriais aí instaladas (CFM, terminal de combustíveis da BP), estas poderiam estar
contaminadas. A eventual contaminação destas lamas foi confirmada por uma campanha de
análises de metais pesados e hidrocarbonetos (veja Quadro 8, lista de análises que foram
realizadas).

Salienta-se ainda que o local indicado na Figura 16, foi acordado com o CMB, através de respectivo
Vereador da Construção e Urbanização, que concedeu permissão para que o local fosse utilizado no
âmbito do Projecto como depósito temporário.

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Figura 16 – Local de Depósito temporário de Terras e Lamas (assinalado a vermelho na figura).

Quadro 7 - Resultados das análises químicas das amostras de solo (Fonte: LEM).
Resultados %
Local Descarga do Rio Chiveve Paragem de Autocarros, Maquinino Piscina do Goto
Amostragem Proximo Canal 20 m afastado do canal Proximo Canal 20 m afastado do canal Proximo Canal
Profundidade 10 cm 30 cm 10 cm 30 cm 10 cm 30 cm 10 cm 30 cm 10 cm 30 cm
CES B.1 1 -10 B.1 1 -30 B.1 2 -10 B.1 2 -30 B.2 1 -10 B.2 1 -30 B.2 2 -10 B.2 2 -30 B.3 1 -10 B.3 1 -30
LEM 2661- 2662- 2663- 2664- 2665- 2666- 2667- 2668- 2669- 2670-
PARÂMETROS
Zinco, ZnO 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Cobre, CnO 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Cadmio, CdO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Chumbo, PbO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Arsenico, AsO3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Manganês, MnO 0,10 0,07 0,10 0,10 0,09 0,10 0,12 0,10 0,05 0,05
Aluminio, Al2O3 3,76 3,16 3,07 3,16 43,13 4,61 4,26 3,13 4,28 3,14
Cloretos, % Cl- 0,23 0,24 0,23 0,23 0,23 0,24 0,23 0,23 0,24 0,23

Quadro 8 – Lista de análises que foram realizadas para verificação da eventual


contaminação das lamas do canal A4.
PARÂMETROS
Cádmio Zinco
Cobre Mercúrio
Níquel Crómio
Chumbo PAH (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos)

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Na figura seguinte encontra-se assinalada a localização aproximada onde as amostras foram colhidas
(Pontos A, B e C), tendo sido colectadas a duas profundidades, -0,3m e -0,5m, tomando como referência a
cota local do fundo do canal.

Figura 17 – Locais de Recolha das Amostras (Canal A4).


O resultado das análises efectuadas encontra-se no Quadro seguinte.

Quadro 9 – Resultados das análises químicas das lamas da vala de drenagem A4


(Fonte: LEM) e valores limites de concentração de metais pesados.
Resultados in % Parametros
Pontos de Amostragem Directiva do
(localização na Figura 17) A B C Portugal Conselho n.º
Profundidade 30 cm 50 cm 30 cm 50 cm 30 cm 50 cm 86/278/CEE
TPF A 0,3 A 0,5 B 0,3 B 0,5 C 0,3 C 0,5 Concentracao Nos solos Nos solos
LEM 3351 -X 3352 -X 3353 -X 3354 -X 3355 -X 3356 -X em solos agricolas agricolas

PARAMETROS (mg/kg)
pH 7,73 7,84 7,77 7,69 7,88 8,65 >7 N/A N/A
Hidrocarbonetos Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente N/A N/A N/A
Cobre (Cu 2+) 141,82 99,72 28,18 37,86 32,54 29,66 200 1.000 1000 a 1750
Cadmio (Cd2+) 1,58 20,16 15,48 <1,0170 15,22 <0,0170 4 20 20 a 40
Chumbo (Pb2+) 36,20 44,20 19,24 6,90 242,60 20,52 450 750 750 a 1200
Crómio (Cr2+) 16,46 18,02 20,64 31,60 29,32 26,20 300 1.000 N/A
Mercurio (Hg2+) <0,0125 <0,0125 <0,0125 0,04 <0,0125 0,08 2 16 16 a 25
Niquel (Ni 2+) 15,76 14,74 9,22 12,68 15,38 12,76 110 300 300 a 400
(Zinco Zn2+) 377,90 273,20 34,06 37,62 39,66 36,16 450 2.500 2500 a 4000

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Da comparação dos valores obtidos nas análises com os valores limite constantes do Quadro 9
(Legislação Portuguesa - Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, para amostras com pH superior a 7 e
Legislação Comunitária - Directiva do Conselho n.º 86/278/CEE), tem-se o seguinte em relação aos
parâmetros analisados:

 Cobre, chumbo, crómio, mercúrio, níquel e zinco: as seis amostras analisadas nos três locais e às
profundidades atrás referidas apresentam valores abaixo do valor limite definido na legislação
para um solo não contaminado;

 Cádmio: Das seis amostras analisadas, três são consentâneas com solo normal e duas com
lamas aplicáveis em agricultura. Com efeito, nos locais A (-0,3 m), B (-0,5 m) e C (-0,5 m)
encontraram-se valores inferiores ao valor limite estipulado para solo não contaminado e nos
locais A (-0,5 m), B (-0,3 m) e C (-0,3 m) os valores observados são consentâneos com o
estabelecido para lamas aplicáveis a solos agrícolas;

 As amostras analisadas não apresentam hidrocarbonetos aromáticos.

Tendo em conta o exposto, as lamas provenientes do canal 4 não necessitam de destino final especial,
uma vez que as suas características são consentâneas com solos não contaminados ou com solos
aplicáveis em agricultura.

No entanto, dada a vizinhança do Porto da cidade da Beira e das unidades industriais aí instaladas (CFM,
terminal de combustíveis da BP) ao canal A4, como medida preventiva, durante o decorrer dos trabalhos
neste canal deverão ser realizadas análises de metais pesados e hidrocarbonetos. As análises a realizar
são as constantes do Quadro 8. No caso de eventual contaminação destas lamas estas deverão ser
encaminhadas para um operador licenciado que as deverá conduzir a destino final apropriado.

5.8.2.1 Disponibilização dos Materiais Depositados


A cidade da Beira é dotada de sistema separativo de drenagem. Os canais objecto desta obra drenam as
águas pluviais da cidade da Beira, podendo estas eventualmente sofrer de contaminação fecal devido a
defecação ao ar livre ou descargas pontuais de águas residuais. No entanto, o caudal é
predominantemente pluvial. Por outro lado, actualmente estes canais estão sob a influência das marés,
particularmente com as de maior amplitude nos canais A0, A1, A2 jusante, A3 e A4, verificando-se a
diluição das águas pluviais com a água salgada naqueles troços. Todos estes factores contribuem para
que a contaminação fecal seja minimizada e seja suficiente a deposição temporária desses materiais
retirados do fundo dos canais, para que ocorra a decomposição aeróbica dos mesmos, antecedendo a sua
cedência para a utilização.

Durante a deposição temporária ocorrerá um processo de decomposição da matéria orgânica e a


inactivação da maior parte dos microrganismos fecais, por desidratação das lamas pela acção dos
microrganismos mesófilos e termófilos, cujos níveis de desenvolvimento ocorrem a temperaturas entre
15ºC e 45 ºC (ou entre 45 ºC e 60 ºC, segundo alguns autores). Para que sejam criadas as condições para
a inactivação dos microrganismos patogénicos e parasitas, sensíveis ao aumento da temperatura, a
temperatura na pilha de compostagem deve manter-se a cerca de 55ºC durante 15 dias, situação que
acontece naturalmente devido aos processos biológicos aí ocorrentes.

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Este procedimento permitirá a decomposição biológica de materiais orgânicos em condições aeróbias e,


assim, que o produto se torne reutilizável não só na agricultura mas noutros fins, de consistência favorável
e mais fácil de manusear (inodoro e seco). Um produto com potencial de valorização, portanto.

Pelo referido anteriormente será necessária a confirmação da conformidade dos materiais depositados no
que respeita aos microorganismos patogénicos (Salmonella spp. e Eschericia coli), antes de serem
disponibilizados ao Conselho Municipal da Beira para este oferecer ou vender estes solos para os
Munícipes que necessitem de altear as suas parcelas. Assim propõe-se a seguinte estratégia:

1. Realização, pelo empreiteiro, de análises às lamas para verificar a existência ou não de


contaminação fecal;

2. Caso se verifique existir tal contaminação, deposição temporária dessas lamas no depósito
temporário já previsto para este efeito junto ao aterro de RSU e ETAR, para compostagem;

3. Passado um prazo de 20 dias, realização de novas análises para verificar se subsistem


problemas de contaminação; caso não se verifiquem os materiais podem ser dispensados para
aplicação em terrenos agrícolas e outros; caso subsista contaminação e não se vislumbre que o
problema possa ser resolvido por esta via, transporte para depósito em local adequado, na
proximidade do depósito previsto para as lamas do Chiveve.

Realização de análises aos materiais depositados a disponibilizar, para verificar a existência ou não de
contaminação fecal. As análises representativas a microorganismos patogénicos, serão as seguintes, de
acordo com as normas ISO 6579-2002, no caso da Salmonella spp e a ISO 16649-2.2001 para a
Escherichia coli. Os valores limites admitidos serão:

Salmonella spp. – ausente em 50g de material original;

Escherichia coli - < 1000 células /g de matéria fresca.

A frequência das análises para o plano de amostragem deverá contemplar a recolha mensal
representativa dos materiais depositados a disponibilizar, por zona mensal de depósito, após a
permanência mínima dos materiais em depósito de 20 dias.

Conforme referido anteriormente, no caso em que subsista contaminação dos materiais depositados e
não se vislumbre que o problema possa ser resolvido por via da compostagem os materiais devem ser
transportados para depósito em local adequado, nomeadamente para o depósito previsto para as lamas
do Chiveve. O local do aterro foi designado por “Cerâmica”, tendo sido identificado no âmbito do projecto
“Adaptação às Mudanças Climáticas na Cidade da Beira – Reabilitação, Extensão e Operação do
Sistema de Drenagem Urbano de Águas Pluviais”, cuja localização se apresenta na figura seguinte.

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Figura 18 – Localização do projecto (assinalado a azul) em relação ao local do


depósito definitivo designado por “Cerâmica”.
BREVE DESCRIÇÃO DO LOCAL

O local proposto encontra-se a cerca de 40 km de distância do canal A4 e situa-se a Oeste da Estrada


Nacional 6.

A área foi utilizada para a exploração de argila para Cerâmica, mas actualmente encontra-se
abandonada.

A distância desta área à habitação mais próxima é de cerca de 170 m, e da povoação mais próxima é de
200 m. Em termos ambientais, considera-se que a área não possui nenhum valor ecológico, ou seja não é
uma área de especial importância ecológica que desempenhe funções únicas cruciais para a
continuidade do funcionamento dos ecossistemas.

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Depósito previsto para as lamas


do Chiveve

Local Disponível para


Depósito

Figura 19 – Localização da zona de depósito designado por “Cerâmica” (Local


disponível assinalado a vermelho).
3
A área a ser usada para depósito de materiais será necessária para armazenar cerca de 50 000 m . O
aterro a realizar deverá ser contido em altura até um valor máximo da ordem dos 2 m a 2,5 m.

Salienta-se que na envolvente ao depósito do Chiveve existe área disponível para expandir o depósito,
caso seja necessário, conforme assinalado na figura anterior.

Figura 20 – Vista do futuro local do depósito designado por “Cerâmica”.

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6 ALTERNATIVAS AO PROJECTO

O presente Relatório do Estudo de Impacto Ambiental, foi elaborado com base no Estudo Prévio de
Definição de Âmbito e dos Termos de Referencia (EPDA) aprovados pelo MICOA, através da carta
10/GM/MICOA/189/2014 de 10 de Fevereiro de 2014. No EPDA foram descritas todas as alternativas
consideradas nas fases iniciais do projecto, nomeadamente:

 Alternativa 1 – Não realizar qualquer acção, refere-se à actual situação existente;

 Alternativa 2 – Realizar uma intervenção de limpeza na estrutura de drenagem primária;

 Alternativa 3 – Identificada como Alternativa Base, corresponde a realizar uma intervenção nos
Canais A0, A2 e A4, de modo a ampliar a capacidade de transporte da rede de drenagem existente
e indo ao encontro dos objectivos do Projecto Cidades e Mudanças Climáticas de melhoria das
condições de drenagem dos bairros da Munhava e Maraza.

Como variantes a esta Alternativa Base foram estudadas as seguintes hipóteses:

 Alternativa 4

o Variante à Alternativa 3_Solução 1, e corresponde às intervenções:

 Intervenção nos canais A0, A2 e A4, intervenção nos canais A1 e A3, troços de jusante, e
estrutura de descarga no bairro da Maraza, com bacia de retenção;

o Variante à Alternativa 3_Solução 2, e corresponde às intervenções:

 Intervenção nos canais A0, A2 e A4, intervenção nos canais A1 e A3, troços de jusante, e
estrutura de descarga no canal A4, com bacia de retenção na Munhava; e

o Variante à Alternativa 3_Solução 3, e corresponde às intervenções:

 Intervenção nos canais A0, A2 e A4, intervenção nos canais A1 e A3, troços de jusante,
Interligação no canal A2, troço de montante, intervenção no canal A1, troço de montante e
Zona da Chota e estrutura de descarga no Estoril ou alternativamente no rio Maria, com
bacia de retenção (solução que finalmente acabou por ser retida); e

 Alternativa 5 - Intervenção total no sistema de drenagem.

No que respeita à localização da bacia de armazenamento da Maraza, foram também estudadas


alternativas à sua localização conforme se descreve sinteticamente de seguida:

1. Porque o escoamento das águas pluviais estará sempre condicionado pelo nível das águas do
mar na porta das Palmeiras (que terão de estar fechadas durante umas horas durante as praia
mar), para melhorar significativamente as condições de drenagem da zona será necessário
construir uma bacia de armazenamento temporário das águas pluviais (hoje essas águas escoam-
se para as cotas mais baixas que se encontram na zona da Chota hoje já densamente povoadas,
acumulando-se aí);

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2. A localização ideal desta bacia seria na proximidade da porta das Palmeiras, solução que, no
entanto, teve de ser abandonada devido à ocupação estruturada desses terrenos, com
habitações, hotéis e outras infra-estruturas cuja remoção teria custos proibitivos;

3. Na impossibilidade da localização nas Palmeiras foi então encontrada uma outra solução, na zona
da Maraza. Esta localização justifica-se por razões hidráulicas (sempre teriam de ser terrenos a
cotas baixas para onde as águas possam escoar-se graviticamente), sociais (terrenos que não
estivessem ocupados com construções nem na vizinhança de habitações), económicos (terrenos
na vizinhança da extremidade do canal A2, zona considerada prioritária para a drenagem, para
não incorrer em custos excessivos) e de saúde pública (terrenos já hoje alagados, não se estando
com isto a agravar problemas já existentes);

4. O funcionamento previsto do sistema de canais é então o seguinte (quando a porta das Palmeiras
estiver fechada devido à maré): (1) as comportas localizadas nos canais A1 e A3 serão fechadas,
isolando o subsistema da Chota, as águas dos canais A2 e A0 serão drenadas graviticamente
para a bacia da Maraza, fechando em seguida a comporta do canal A2; as águas da Chota ficarão
lá retidas e a situação será, no entanto melhorada relativamente à situação que hoje ali se vive,
pois deixa de receber os caudais que são desviados para a bacia de retenção da Maraza; (2)
quando a porta das Palmeiras abrir será dada prioridade à drenagem da Chota, mantendo
encerrada a comporta do canal A2; (3) assim que as condições de níveis a montante e a jusante
das comportas de cabeceira dos canais A1 e A3 o permitirem, será aberta a comporta do canal A2
e a bacia da Maraza será esvaziada para o mar via canal A0.

5. Este funcionamento hidráulico não seria possível com outra localização da bacia da Maraza
(localizada na Chota, por exemplo).

6. Na segunda fase do projecto as intervenções incidirão sobre a zona da Chota, com a construção
de uma segunda porta de mar e uma bacia de retenção de caudais na zona do Estoril (interposta
portanto entre a rede de canais de drenagem e a porta de mar), podendo a bacia da Maraza ser
então drenada para essa nova porta. Os canais A1 e A3 deixariam de drenar para as Palmeiras e
as suas águas seriam encaminhadas para o estuário do rio Maria onde se projecta que possa ficar
situada essa nova porta.

Assim, e na sequência dos estudos realizados e resultados intercalares obtidos no Estudo de Viabilidade
foram retidas as seguintes propostas finais, a saber:

 1ª Fase – Corresponde a realizar uma intervenção nos canais A0, A2 e A4 e a construção de uma
bacia de armazenamento na Maraza, bem como a reabilitação do Desaguadouro das Palmeiras e
das estruturas de controlo dos canais A1, A3 e A4 e uma estrutura de controlo no canal A2;

 2ª e 3ª Fases – Intervenção total no sistema de drenagem, que incluiu para além das intervenções
previstas na 1.ª Fase as seguintes: intervenção na rede primária dos canais A1 e A3, troços de
jusante e de montante, com bacia de armazenamento do Estoril e descarga para um afluente do rio
Maria, bem como a reabilitação das estruturas de controlo dos canais A1, A3 e A4, a construção de
uma estrutura de controlo no canal A2 e, ainda, a rede de drenagem secundária da zona da Chota e

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
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a construção da rede de drenagem das zonas Norte e Centro da cidade da Beira. O Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) agora apresentado incide estritamente sobre as intervenções previstas
realizar na 1.ª Fase do projecto.

Assim, considerando que a 1.ª Fase do projecto proposto consiste essencialmente na reabilitação de
algumas valas de drenagem existente na Cidade da Beira, as alternativas à implementação desta
actividade seriam:

 Alternativa 0: a não reabilitação dos canais A0, A2 e A4, do desaguadouro das Palmeiras e a não
construção da bacia de bacia de armazenamento na Maraza.

 Alternativa 1: a reabilitação dos canais e desaguadouro referidos e a construção da bacia de bacia


de armazenamento na Maraza.

Aceitando a alternativa 0, a Cidade da Beira continuara sofrendo das cheias em períodos chuvosos que
tendem a agravar-se com os efeitos cumulativos das mudanças climáticas. Outrossim, a aceitação desta
alternativa poderia por em causa o Projecto no seu todo, e perder-se a oportunidade de se projectar a
drenagem da Cidade da Beira, como referido e mostrado nos mapas anteriores (Figura 4).

Aceitando a alternativa 1, a implementação da primeira fase do projecto de reabilitação das valas de


drenagem A0, A2 e A4 melhorar significativamente a drenagem dos bairros abrangidos. Simultaneamente,
projectar-se-á as fases seguintes da implementação do Projecto de drenagem aumentando a resiliência da
Cidade da Beira, às mudanças climáticas.

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
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7 CARACTERIZAÇÃO REFERENCIAL DA ÁREA DO PROJECTO

7.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO

No presente capítulo são definidas as Áreas de Influência Directa (AID) e Indirecta (AII) do projecto, zonas
nas quais deverá ser avaliado o impacto ambiental do projecto.

7.1.1 Área de Influência Directa (AID)

A AID constitui a área de estudo de impactos directos, associada à zona directamente intervencionada
pelo projecto, atendendo às suas diferentes componentes, onde se verificarão alterações aos actuais usos
do solo, ou seja, a área ocupada pelos canais a reabilitar, estaleiros e zonas de apoio à obra (área social,
acesso, áreas de empréstimo, etc.).

Considera-se também relevante a avaliação de uma área envolvente de afectação directa, faixa esta que
constitui uma zona de continuidade, definida para 10 m para além da área ocupada pelos canais que
serão alvo de reabilitação.

Os trabalhos de campo realizados para as várias componentes ambientais (aspectos biofísicos e


socioeconómicos), concentraram-se na AID do projecto de modo a complementar a pesquisa e
desenvolvimento dos estudos de referenciação, caracterização e definição do projecto que será objecto da
Fase 1 do presente projecto. Esta pesquisa de campo constituirá o suporte da avaliação de impactos.

7.1.2 Área de Influência Indirecta (AII)

A AII respeita à área mais abrangente até onde se possam fazer sentir as influências da intervenção, não
directamente pela sua alocação directa, mas pelos efeitos causados pelas várias actividades associadas
ao projecto.

Uma zona tampão de 500 m à área ocupada pelos canais a reabilitar. Para o caso da componente
socioeconómica, este limite convencionado abrange as unidades administrativas de caracter local que
sofrerão estes impactos directos, ou seja, os bairros ou parte da globalidade dos Postos Administrativos
localizados dentro deste perímetro. A componente ecologia, o trabalho de campo estendeu para além da
área de estudo propriamente dita, por forma a estudar as unidades ecológicas existentes da Cidade da
Beira. Adicionalmente, efectuaram-se alguns transectos em áreas periféricas (planícies e áreas húmidas
adjacentes ao Rio Savane), colhendo dados primários da flora e fauna (particularmente a avifauna)
existentes da zona, permitindo um maior conhecimento da área do projecto, e das unidades biológicas
vizinhas á área do projecto.

Para além da área de influência indirecta indicada na figura, considerámos também uma área de influência
de 50 m em redor dos locais de depósito dos resíduos resultantes da implementação do projecto,
nomeadamente do Aterro Sanitário da Beira (identificado na Figura 15) onde serão colocados os RSU, do
local de depósito temporário de terras e lamas (identificado na Figura 16).

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Figura 21 – Delimitação da Área de Influência Directa e Indirecta do Projecto (1.ª Fase do Projecto).

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Figura 22 - Delimitação da AID e AII do Projecto (2.ª e 3.ª Fase do Projecto).

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7.2 MEIO BIOFÍSICO

7.2.1 Climatologia

O clima da cidade da Beira é influenciado pelos ventos de Monção, vindos da África Oriental, dividindo o
ano em duas estações: a estação seca (de Abril até Outubro), e a estação húmida (de Novembro até
Março). O clima da zona é do tipo tropical húmido, caracterizado por temperaturas moderadas a quentes e
uma estação seca acentuada.

A pluviosidade média anual é de aproximadamente 1 600 mm. A pluviosidade é no entanto bastante


variável havendo registo de variações entre 1 027 mm e 2 135 mm durante o período 1961 a 2003.
Eventos ciclónicos comuns naquela região conduzem também a variações significativas na pluviosidade
diária. A título de exemplo, em 1986 foi registado num único dia uma precipitação de 386 mm.

Ao contrário da pluviosidade, as temperaturas médias mensais apresentam variações moderadas: de


20 °C na estação fresca (Junho-Julho) até 29 °C, na estação quente (Janeiro-Fevereiro). Uma máxima de
43 °C e uma mínima de 8 °C foram já registadas entre os anos 1961 e 2004.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima registrada (°C) 38 39 35 38 36 32 33 34 37 37 40 38 40

Temperatura máxima média (°C) 31 30 29 28 26 24 24 25 27 28 29 29 28

Temperatura mínima média (°C) 26 26 26 24 21 19 18 19 21 23 24 26 23

Temperatura mínima registrada (°C) 21 21 18 18 14 12 11 13 12 16 18 14 11

Precipitação (mm) 266,7 259,1 264,2 116,8 66 40,6 33 33 25,4 33 121,9 243,8 1 478,3

Fonte: Weatherbase, 6 de Junho de 2010

Quanto ao vento, é bastante constante durante todo o ano, tanto no que diz respeito à direcção (SSE)
como à velocidade. Dada a diferença de temperatura entre o mar e a terra, surgem ao fim do dia ventos
marítimos, que avivam a intensidade do vento. Além de serem constantes, os ventos são também muitos
moderados. A média mensal de velocidade dos ventos varia entre 11 e 16 km/h, enquanto que a média
mensal para a velocidade máxima varia entre 30 e 40 km/h. Em ambos casos, os ventos de alta
velocidade sopram principalmente na estação húmida, quando a costa moçambicana é alvo de furacões
vindo de Este ou Noroeste. Entre os anos 1960 e 2000, um total de 24 ciclones atingiram a costa
moçambicana. Nesses períodos, os ventos chegam a ultrapassar os 200 km/h e são geralmente
acompanhados de mar agitado e chuvas torrenciais tornando-se assim em ciclones violentos que podem
provocar grandes prejuízos.

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Figura 23 – Frequência de ciclones que atingiram a costa moçambicana nos últimos 75


anos.

7.2.2 Geologia, Geomorfologia e Hidrogeologia

GEOLOGIA

A cidade da Beira localiza-se na margem esquerda da foz do rio Púngué, desenvolvendo-se parcialmente
sobre a planície aluvial pantanosa, com suave inclinação para SE e drenagem natural deficiente. A cidade
só se desenvolveu à custa da construção de aterros e de um sistema de canais para facilitar o
escoamento de água.

A morfologia plana determinou a criação de zonas rebaixadas, por erosão das linhas de água, e zonas
mais elevadas onde as formações mais antigas, principalmente a formação Dondo, afloram.

Do período Quaternário, além das aluviões, eluviões e areias de duna (Holocénico), também afloram na
região depósitos de cordões litorais e de terraços fluviais do Plistocénico.

A formação mais antiga, Mazamba [NMz] (de idade atribuída ao Miocénico superior), com espessura
desconhecida, é constituída por arenitos arcósicos, de cor cinzenta esverdeada, com intercalações
métricas de argilitos e conglomerados. Sobre ela assenta a formação Dondo [N Do] (do Pliocénico), cuja
espessura é inferior a 10m, constituída por arenitos de grão médio a fino, por vezes pouco consolidados,
de cor vermelha alaranjada, com intercalações de argilitos e, por vezes, concreções de ferro e manganês.

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Os depósitos aluvionares podem incluir depósitos fluviais [Q a, Qe] (aluviões e eluviões indiferenciados),
depósitos fluvio-estuarinos [Qma, Qsa] (areias, siltes e argilas com mangal e/ou com sapal e depósitos de
marisma [Qmr] com sedimentos predominantemente arenosos e lodosos resultantes da alteração da
formação do Dondo; a sua acumulação originou uma paisagem plana recoberta por erva e pequenos
arbustos.

Os sedimentos fluviais do rio Púngué são constituídos principalmente por lodos escuros e camadas
intercaladas de areia fina, formando uma planície de inundação extensa com pequenas lagoas. Os
depósitos de marisma estão associados a uma rede de pequenos ribeiros NW-SE que secam na estação
seca e que por vezes não atingem a costa na estação húmida, acumulando-se na vasta planície para NE
do local do aeroporto.

Ocorrem ainda acumulações de siltes e lodos em lagunas que se formam atrás das dunas e praias ao
longo da costa. Durante as marés-altas a água inunda a planície interior onde florescem mangais. Com o
tempo, estas lagunas deixam de ter influência marinha, verificando-se o declínio dos mangais, passando a
ser utilizadas para plantação de arroz. As praias e dunas ao longo da franja litoral [Q d, Qm] são
constituídas essencialmente por areias eólicas.

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Figura 24 – Carta Geológica da Beira (Extraído de “Carta Geológica da Região da Grande


Beira”, esc. 1/50.000 – Direcção Nacional de Geologia de Moçambique, 2011).

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GEOMORFOLOGIA E CONDIÇÕES HIDROGEOLÓGICAS

A planície costeira da Cidade da Beira, que se formou com a acumulação de material aluvionar durante o
período Quaternário, quando o nível das águas baixou, permitiu que os rios Púngué e Búzi depositassem
os seus sedimentos continentais provenientes desmantelamento das formações mais antigas, localizadas
a montante.

A camada superficial aluvionar é composta principalmente por material arenoso e siltoso que cobre uma
aluvião argilosa com matéria orgânica desenvolvida em zonas pantanosas. Este substrato impermeável
justifica a baixa capacidade de auto-drenagem dos solos existentes.

Na época Holocénica, uma regressão marinha atrasada deu origem a uma cintura de dunas costeiras que
demarca actualmente o limite ocidental da cidade e que condiciona francamente a drenagem externa e o
consequente desenvolvimento de zonas vulneráveis a inundações. Verifica-se que as planícies junto à
costa e dos rios Púngué e Búzi são afectadas pela flutuação periódica dos níveis da superfície da água,
isto é, marés e cheias.

O sistema de drenagem natural da Cidade da Beira estende-se desde a costa oceânica e zona estuarina
do rio Púngué até aos limites Norte dos bairros da Munhava e Chota, abrangendo assim três unidades:

 As dunas costeiras móveis;

 A zona estuarina do rio Púngué; e

 A zona permanentemente húmida junto à costa oceânica, antes de alcançar as dunas.

As zonas Sul e Centro da Cidade da Beira apresentam um coberto aluvionar arenoso, que pode conter
água subterrânea a pequena profundidade, ao longo dos vales principais e na faixa costeira. São
facilmente identificáveis numerosos pequenos lagos e lagoas temporários ocupando leitos argilosos locais,
o que indicia um nível freático próximo da superfície do terreno.

Os lençóis freáticos localizam-se nos estratos aluvionares argilosos e arenosos. As condições de recarga
natural são pouco favoráveis e a produtividade de furos é muito limitada, mesmo sendo o nível freático
muito superficial (-3 m a -5 m). A proximidade com o mar faz com que a água salgada possa introduzir-se
facilmente no subsolo e como consequência, o lençol freático mais profundo é muitas vezes salobre e
impróprio para uso doméstico ou agrícola.

Do ponto de vista da drenagem, os solos superficiais apresentam um baixo índice de permeabilidade,


sendo rapidamente satisfeita a sua capacidade de campo, e resultando do facto, uma dispersa retenção
superficial em todas as irregularidades que o terreno oferece.

7.2.3 Solos

Não existem afloramentos rochosos em toda a cidade da Beira. É contudo possível encontrar argilas
marinhas nas planícies costeiras que sofrem a influência da maré, com humidade natural muito para além
dos 50%, encontrando-se assim habitualmente, acima do seu limite líquido. Nestas condições, a sua

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resistência mecânica é praticamente nula e a sua sensibilidade é totalmente influenciada pela natureza e
quantidade de sais contidos na água.

Quanto aos solos das planícies estuarinas, eles são constituídos principalmente por depósitos de areias
médias a finas e por depósitos de siltes e argilas siltosas, depositando-se estas últimas próximo do mar.
Observa-se normalmente a alternância de camadas silto-argilosas com camadas arenosas. Estes
depósitos estão sujeitos a ciclos alternados de humidade e secagem. Os depósitos das planícies
aluvionares possuem melhores características geotécnicas que os depósitos das planícies costeiras.

Os canais em estudo desenvolvem-se aproximadamente na direcção sul-norte/noroeste, desde a frente


marítima, sobre a planície aluvial; nas margens dos canais verifica-se a presença contínua de uma
camada de aterro com 1,5 m de espessura média.

Ao longo dos trechos em projecto os depósitos aluvionares apresentam espessura da ordem ou superior a
15 m e são constituídos essencialmente por sedimentos arenosos e areno-lodosos, intercalados,
aumentando a possança das camadas de lodo escuro, que surgem quase invariavelmente na base dos
aterros, para norte, onde chega a atingir mais de uma dezena de metros de espessura, como na zona
mais próxima da bacia da Maraza.

O conjunto dos resultados das sondagens e ensaios realizados permite caracterizar assim a situação:

- Zona terminal do canal A0 (a jusante do A3): aterros e sedimentos essencialmente arenosos;

- Restante extensão do A0 e canal A2: aterros e sedimentos essencialmente lodosos (“matopes”);

- Canal A4: sedimentos argilosos e lodosos;

- Bacia da Maraza: sedimentos argilosos e lodosos;

Regra geral, não se prevê que os materiais resultantes das escavações possam ser aplicados em aterros.
Eles serão essencialmente constituídos por sedimentos finos, lodosos, muitas vezes com matéria orgânica
e quase sempre com elevados teores em água. Apenas muito pontualmente se poderão reutilizar algumas
areias de aterros superficiais, se se fizer uma escavação selectiva desses materiais, o que deve tornar
esse aproveitamento pouco interessante.

Assim, terá de recorrer-se a solos de empréstimo, em princípio areias de Dondo, que podem fornecer
materiais de boa qualidade, provenientes de areeiros em actividade ou com viabilidade para exploração.

7.2.4 Uso do Solo

A cidade da Beira, localiza-se na costa do Oceano Índico, na zona central do país, na margem esquerda
da foz do Rio Púngué, desenvolvendo-se parcialmente sobre a planície aluvial pantanosa, com suave
inclinação para SE e drenagem natural deficiente. A cidade só se desenvolveu à custa da construção de
aterros e de um sistema de canais para facilitar o escoamento de água.

A construção do caminho-de-ferro (após a 1.ª Grande Guerra) e do Porto da Beira (1927/1939)


contribuíram para o desenvolvimento económico e expansão da cidade da Beira.

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Aliás, desde a década 80/90 do século passado que o Corredor da Beira tem beneficiado de vários
projectos de cooperação internacional, encontrando-se o Porto da Beira em expansão e melhoria das suas
infra-estruturas. A conclusão da reabilitação da Linha do Sena vai aumentar significativamente o volume
anual de cargas a manusear no Porto da Beira, principalmente com o início da exportação do carvão de
Moatize.

O uso e a cobertura do solo têm sofrido alterações profundas entre 1979 e 2010, com especial enfoque na
expansão da área urbanizada (zonas de habitação formal, habitação informal e área do porto) nos últimos
três anos. Em consequência tem-se verificado uma diminuição das áreas de mangais e das áreas de
cultivo na zona Norte da cidade

A cidade está actualmente a sofrer processos de desenvolvimento bastante rápidos com a criação de
novas actividades económicas e ocupação humana de territórios até aqui utilizados como campos
agrícolas ou como zonas de incultos (zonas inundáveis).

De facto parte significativa da cidade encontra-se ocupada actualmente com extensas áreas de habitação
informal desordenada e em expansão acelerada, rodeada mais a norte por áreas agrícolas sobretudo nas
zonas de baixa, e a oeste com a presença preponderante do porto e toda a área industrial em expansão.

A área residencial, mais ou menos ordenada, variando de local para local a densidade de habitações
(baixa densidade, média e elevada densidade) encontra-se actualmente concentrada na zona Sul da
cidade da Beira (Figura 25).

Figura 25 – Área residencial ordenada junto ao Canal A2, Av. 24 de Julho (em cima) e Área
residencial desordenada junto ao Canal A2, zona de montante – Munhava (em baixo).

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Actualmente são vários os conflitos entre a posse da terra e a pressão que existe entre áreas para
habitação e para indústria. Esta competição pelos melhores terrenos afecta sobremaneira quer o
desenvolvimento económico da cidade, quer o próprio funcionamento em termos de funcionamento das
redes (viária, abastecimento de água e saneamento). Em última análise é fonte geradora de conflitos
sociais.

Salienta-se que:

 A Cidade da Beira nos moldes em que se encontra não comporta a população que reside na sua
área urbana e peri-urbana e carece de investimentos em termos de infra-estruturas;
 As questões das inundações e da insuficiente drenagem da cidade são efectivamente o maior
constrangimento ao próprio funcionamento da cidade e a maior condicionante em termos de
organização e ordenamento do espaço geográfico; Por exemplo, na zona Munhava – Matope, e
mesmo em algumas zonas da Chota onde os terrenos são essencialmente pantanosos, os
assentamentos informais localizam-se sobretudo ao longo das bermas das estradas, caminhos e na
via-férrea, aproveitando muitas das vezes a zona de aterro desses eixos. Dai que há medida que
nos afastamos dos eixos de circulação a densidade habitacional desce sobremaneira, até
atingirmos as zonas de cotas mais baixas, geralmente desocupadas;
 Existe um conjunto de bairros que carecem de um planeamento rigoroso e de investimento em infra-
estruturas. Apesar de existirem espaços ordenados e infra-estruturados, como é o caso dos bairros
do Esturro, Matacuane, Macuti e Ponta-Gêa, os bairros de Munhava, Mananga, Alto da Manga,
Maraza, Chota e Chipangara carecem de planeamento adequado;
 Toda a zona de envolvente imediata do Chiveve (único acidente geográfico notável na cidade)
carece de intervenção em termos de drenagem e requalificação aos níveis ambiental, económico e
social;
 A zona costeira da Chota, Macuti, Muave e sobretudo Nhangau, zonas por excelência para turismo
e lazer estão confrontadas actualmente com questões ligadas á erosão costeira e qualidade da
água dos cursos de água afluentes que carece de soluções a médio a longo prazo; e
 Existem condicionalismos ligados aos assentamentos informais em alguns bairros da cidade que
carecem de medidas activas que promovam a deslocalização e reassentamento voluntários de
algumas populações, sobretudo nas zonas susceptíveis de inundação frequente, com óbvios
benefícios para o próprio esquema de ordenamento da cidade mas também por questões de índole
sanitária.

A profunda reorganização do espaço territorial terá igualmente impactos ao nível do próprio funcionamento
hidráulico da região, facto que será atenuado com a melhoria das infra-estruturas de drenagem de águas
pluviais e águas residuais bem como os investimentos na rede viária. No entanto a organização do espaço
na cidade, nomeadamente as decisões ao nível da instalação de equipamentos ou zonas habitacionais e
que necessariamente provocam a diminuição da capacidade de infiltração dos solos deverá estra
condicionada aos estudos a desenvolver nesse sentido – nomeadamente a escolha dos locais mais
apropriados para a instalação de bacias de retenção.

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Nas áreas onde os solos apresentam maior susceptibilidade para inundarem, ao lado das valas e nas
zonas baixas de algumas das bacias com fluxos de água intermitentes, existem parcelas de cultivo
pequenas devido à maior procura pelas famílias de menores rendimentos, especialmente nas zonas peri-
urbanas. É natural que todos os projectos em curso tenham impactos ao nível do rendimento das famílias,
situação que deverá ser acautelada. Nas zonas onde estão previstas bacias de retenção e que se
encontram ocupadas com assentamentos informais devido à pressão de falta de espaço nas zonas
urbanas, deverão ser acautelados os limites e salvaguardada a hipótese de posterior ocupação dessas
áreas.

A zona de implementação da bacia da Maraza encontra-se actualmente inserida numa extensa área de
machambas (terreno agrícola) (Figura 26).

Ao todo será ocupada uma área de 22 hectares e serão afectadas 609 “machambas”, envolvendo 489
pessoas pois existem casos em que a mesma pessoa (e a sua família) exploram mais do que uma
parcela. Todos os utilizadores destas “machambas” terão novas parcelas de terreno de cultivo atribuídas
pelo CMB, a título de compensação, nas zonas de Inhamizua e Mungassa.

Figura 26 – Localização da Bacia da Maraza sobreposta com a imagem de satélite.

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Figura 27 - Colheita de arroz na bacia da Maraza.

Figura 28 - Delimitação da bacia da Maraza parcela de arroz já colhida.

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Salienta-se no entanto, que o local escolhido para a implementação desta bacia, com base em critérios
hidráulicos, situa-se na proximidade do canal A2 para que fosse possível derivar para lá os caudais desse
canal, e a cotas baixas. Esta situação leva a que esta zona se encontre inundada durante toda a época
das chuvas, razão aliás pela qual têm apenas uma ocupação agrícola centrada na cultura do arroz,
conforme se pode verificar na figura seguinte.

Não há qualquer construção, seja habitação ou outra, nos terrenos demarcados para a construção da
bacia da Maraza, conforme confirmado presencialmente pela equipa do projecto e responsáveis do CMB
no decurso dos trabalhos.

Figura 29 – Situação actual da Bacia da Maraza na época das chuvas.

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7.2.5 Hidrologia e Hidrografia

À excepção do Rio Chiveve, a área de incidência das valas de drenagem A0, A2 e A4, não é atravessada
por nenhuma outra linha de água natural. No entanto, a cidade da Beira é ainda atravessada, para além
do rio Chiveve, na zona da Manga pelo Rio Nhacondjo e na zona de Nhangua e Régulo Luís pelos rios
Ladrão e Maria. As condições hidrológicas da cidade foram entretanto modificadas profundamente pela
crescente intervenção humana na cidade. A hidrologia da cidade da Beira e arredores explica-se
principalmente pela sua localização na planície litoral de inundação, onde convergem influências de
natureza oceânica e fluvial.

A ampla planície aluvionar que se estende atrás do cordão de dunas é uma terra plana caracterizada por
altitudes muito baixas. Na parte sul da planície, onde se desenvolveu a maioria parte da infra-estrutura e
habitações urbanas, mais de 85% da área encontra-se a uma altitude inferior à cota 5, o que é inferior ao
nível das marés altas.

As infra-estruturas e construções urbanas da cidade encontram-se concentradas em cerca de 30% da


zona da cidade onde a altitude média é superior à 4m. Algumas das construções precárias porém
encontram-se distribuídas em zonas onde a altitude média é menor, o que as torna susceptíveis de
inundação. O declive médio da planície aluvionar é de menos de 1%, o que dificulta a drenagem natural
das águas pluviais. Por isso, sempre que ocorrem fortes precipitações ou durante períodos de maré alta
acompanhadas de precipitação moderada, o escoamento superficial torna-se deficiente devido à falta de
declive o que faz com que grande parte da cidade fique inundada. Esta situação, que se verifica quase
todos os anos, tem como consequência a paralisação durante algumas semanas da vida na cidade devido
à inundação ou intrusão de água do mar pelo rio ou canais de drenagem.

7.2.5.1 Modelação Hidráulica


Na realização de simulações hidrodinâmicas do sistema de drenagem da cidade da Beira foi utilizado o
programa de simulação MIKE URBAN (versão 2014), da DHI.

A metodologia aplicada teve como pressuposto a análise do comportamento hidrodinâmico dos canais de
drenagem de acordo com as condições de fronteira admitidas no modelo de escoamento unidimensional e
bidimensional para escoamentos com superfície livre.

Os resultados obtidos, para as diferentes simulações realizadas, com relevo para os comportamentos
hidrodinâmico dos canais de drenagem e para os extravasamentos que possam resultar.

Os resultados obtidos são apresentados em perfis longitudinais ao longo dos canais principais e em
plantas topográficas da área em estudo, com especial realce para estes últimos elementos onde são
apresentados os planos de alagamento expectáveis para os diversos cenários considerados,
apresentados em pontos próprios.

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MODELO M ATEMÁTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM

A caracterização topográfica das zonas objecto do presente estudo de simulação foi realizada com base
em topografia recentemente adquirida (levantamento LiDAR), complementada pelo levantamento topo-
cadastral dos canais de drenagem existente e passagens hidráulicas.

Esta informação foi utilizada na construção de um modelo digital de terreno de toda área intervencionada.

Este foi construído através da definição das propriedades geométricas e hidráulicas dos respectivos
sistemas de drenagem e seus componentes, bem como das bacias de drenagem associadas.

Todos os troços da rede de drenagem, incluindo as passagens hidráulicas existentes, foram objecto de
modelação com o objectivo de avaliar as suas actuais capacidades de vazão face à geometria das
secções, aos revestimentos e às alturas de bermas.

Para o efeito foi utilizado o módulo de escoamento unidimensional do programa de simulação já referido,
com as seguintes condições intrínsecas:

 Resistência ao escoamento obtida pela aplicação da Lei de Escoamento de Manning-Strickler,


com coeficientes de resistência ao escoamento específicos para diferentes superfícies de suporte
ao escoamento (revestimentos);

 Diferentes histogramas associados a diferentes períodos de retorno, com e sem alterações


climáticas;

 Utilização do submodelo hidrológico ”Time-Area” para a simulação do escoamento produzido nas


bacias de drenagem associadas;

 Integração no modelo de todas as estruturas hidráulicas complementares existentes, tais como,


passagens hidráulicas, em pressão e com superfície livre, afluências pontuais e estruturas de
controlo, intermédias e terminais.

RESULTADOS – SITUAÇÃO EXISTENTE

Foram realizadas simulações para os seguintes períodos de retorno: 2 anos e 10 anos, sem e com o
agravamento devido às previsíveis alterações climáticas.

Os resultados das simulações realizadas permitiram elaborar dois elementos gráficos que se
consideraram fundamentais para as análises comportamentais do sistema de drenagem em apreço, a
saber:

 Em primeiro lugar, os mapas de inundação ou de alagamento que se apresentam sobre base


topográfica pormenorizada e com escala colorimétrica relativa à profundidade de água sobre o
terreno;

 Em segundo lugar, os perfis longitudinais relativos aos canais da rede primária de drenagem, onde
são apresentados as envolventes críticas das linhas piezométricas obtidas, bem como as
respectiva linhas de energia, e

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 Em terceiro lugar, os hidrogramas de caudais escoados para as secções identificadas como


críticas.

Neste enquadramento os primeiros elementos obtidos são referentes ao sistema existente sujeitos às
condições externas de precipitação associada ao período de retorno de dois anos.

Quanto às inundações, são evidentes as insuficiências ocorrentes ao longo dos canais principais,
indiciando a situação crítica que se revela todos os anos por uma quase que permanente situação de
inundação em toda a zona baixa da Chota e ao longo do canal A2. De referir que esta situação de
inundação resulta da insuficiente capacidade de vazão dos canais existentes e da inexistência de um
sistema de recolha mais eficiente dos caudais precipitados.

Figura 30 - Situação Existente (T = 2 anos) - Manchas de inundação geradas pelo


extravasamento dos canais de drenagem existentes.

Os perfis longitudinais (incluídos no Anexo 3) relevam, por sua vez, uma global incapacidade de transporte
dos caudais afluentes, sendo de salientar nomeadamente:

 Na maioria das passagens hidráulicas verificam-se fortes estrangulamentos, pelo que localmente o
escoamento entra em pressão, o que provoca o aumento significativo dos níveis de água para
montante;

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 Em diversos locais verificam-se transbordamentos significativos (1) por incapacidade das


passagens hidráulicas, (2) por incapacidade dos canais propriamente ditos (3) e por retenção dos
caudais no interior dos canais quando acontece o fecho à maré das comportas do Desaguadouro
das Palmeiras.

Na simulação realizada e para o período de retorno de 2 anos, o canal A4 não apresenta


extravasamentos.

Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para a simulação da situação existente, que reflecte o
comportamento do sistema de drenagem para o período de retorno de 10 anos com o agravamento das
alterações climáticas.

Figura 31 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Mancha de inundação gerada pelo
extravasamento.
Como se pode constatar, as situações de extravasamento a partir dos canais são significativamente
agravadas.

De modo a melhor ser entendido o comportamento dos canais com o efeito da maré foram realizadas duas
simulações, com e sem a influência da maré, para a estrutura física existente e para um período de
retorno de 10 anos com agravamento das alterações climáticas.

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A interacção da maré implica o impedimento da descarga dos caudais afluentes ao Desaguadouro das
Palmeiras.

Destas simulações obtiveram-se hidrogramas que são elucidativos do facto dos canais A1 e A3
funcionarem como elemento de descarga dos canais A2 e A0, localizados a cotas superiores. A análise
destes elementos permite confirmar que o escoamento nos canais A1 e A3 é francamente prejudicado
pelas afluências dos canais A2 e A0, de onde surgem naturalmente as regulares inundações ao longo da
sua rede hidrográfica.

1ª FASE DE INTERVENÇÃO

Na 1ª Fase considerou-se, em simultâneo, a execução das obras de reformulação dos canais A2


(alteração da sua pendente), canais A0 e A4, a execução da bacia de armazenamento na Maraza, bem
como a intervenção nas estruturas de controlo de caudais nos canais A1, A2, A3 e A4.

Para o modelo de simulação considerou-se que a restante rede não seria alterada, mantendo-se por
conseguinte os canais A1 e A3 a drenar para o Desaguadouro das Palmeiras, conforme figurino actual.

Figura 32 – 1ª Fase - Modelo de Simulação.

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Foi feita uma simulação da rede de drenagem para o período de retorno de 10 anos com agravamento das
alterações climáticas cujos resultados se apresentam em seguida.

Figura 33 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Mancha de Inundação gerada pelo


extravasamento dos canais.

Os perfis longitudinais dos principais canais com a linha piezométrica no instante mais desfavorável, para
esta simulação, são os que se apresentam no Anexo 3.

No caso do período de retorno de 10 anos com agravamento das alterações climáticas, irão ocorrer
alagamentos no canal A1 montante com a contribuição dos caudais de drenagem do Bairro da Mananga,
que resultam no alagamento das zonas marginais do mesmo canal.

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Para além disso ressaltam-se os alagamentos que se verificam na Zona da Chota e ao longo do canal A3,
por incapacidade do mesmo para os caudais afluentes.

De modo a melhor ser entendido o comportamento dos canais com o efeito da maré foram realizadas duas
simulações, com e sem a influência da maré, para a estrutura física definida com as intervenções da 1ª
Fase.

A interacção da maré implica o impedimento da descarga dos caudais afluentes ao Desaguadouro das
Palmeiras.

Da simulação que representa a 1ª Fase para um período de retorno de 10 anos, com agravamento
provocado pelas Alterações Climáticas, extraiu-se o hidrograma dos caudais afluentes à futura bacia de
armazenamento da Maraza, bem como o correspondente ao desaguadouro das Palmeiras. As figuras que
os ilustram apresentam-se em seguida.

Figura 34 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Figura 35 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) -
Hidrograma do caudal afluente à zona de Hidrograma afluente e descarregado no
descarga da Maraza. Desaguadouro das Palmeiras.

A simulação do comportamento hidráulico do canal A4, estrutura de drenagem que serve a área industrial,
realizou-se para um período de retorno de 50 anos.

Este canal descarrega os seus caudais à maré no rio Púngué.

De modo a melhor avaliar a influência de uma estrutura de controlo na descarga neste canal foram
realizadas as simulações com e sem comporta na descarga.

No Anexo 3 apresentam-se as figuras com a representação dos perfis do canal que resultaram da
modelação para as duas situações. Como pode ser observado nas figuras que ilustram esta simulação, as
cotas elevadas dos terrenos adjacentes ao canal impedem o extravasamento deste por influência da maré
ou mesmo por afluência de caudais com origem numa precipitação com um período de retorno de 50
anos.

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7.2.6 Ecologia, Fauna e Vegetação

7.2.6.1 Introdução
A avaliação da componente de ecologia terrestre na área de implementação do projecto de Reabilitação
do sistema de drenagem pluvial da cidade da Beira, Moçambique, foi efectuada através da descrição da
flora e da fauna existentes nas zonas de influência directa e indirecta deste projecto.

Especificamente, este estudo teve como objectivos:

 Caracterizar de forma geral a flora e a fauna que ocorra nas áreas de influência Directa e
Indirecta.

 Descrever o estado de conservação das espécies de flora e da fauna potencialmente existentes


na área, bem como daquelas referenciadas durante o trabalho de campo; com recurso à lista de
espécies ameaçadas de Moçambique, às categorias da Convenção sobre o Comércio
Internacional de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES) ao Regulamento de
Florestas e Fauna Bravia (DNFFB, 2002) e à Lista Vermelha da União Mundial para a Natureza
(IUCN).

7.2.6.2 Metodologia Geral


O presente trabalho foi realizado no mês de Janeiro de 2014. A metodologia utilizada para a
caracterização da fauna e flora existentes na área do projecto, seguiu o princípio da precaução e da
abordagem vertical de habitat. O princípio da precaução (Goldstein & Carruth, 2004), assume que a
existência de uma espécie é provável, mesmo que não tenha sido observada, simplesmente por
ocorrerem condições suficientes para a sua ocorrência potencial. Uma matriz de eixos horizontal e vertical
de paisagem foi construída sobre o pressuposto de que existe uma relação de causa-efeito entre as
actividades e os impactos específicos. Os eixos horizontal e vertical foram assumidos dependentes das
características do habitat. Assim, as mudanças na composição do habitat e a estrutura podem ser cruciais
na qualidade e abundância da fauna.

Este trabalho foi feito por etapas: i) um estudo de gabinete e ii) trabalho de campo.

O estudo de gabinete incluiu uma revisão da literatura sobre os aspectos ambientais relevantes, cuja
distribuição e abundância da fauna e flora podem ser dependentes (por exemplo, tipos de habitat,
cobertura de uso da terra, a água, os tipos de solo, topografia e densidade humana) e na avaliação dos
mapas com as descrições da área de influência direita e indirecta do projecto.

Durante o trabalho de campo, percorreu-se toda a área de influência directa constituída pelas valas de
drenagem designadas por A0, A2, A4, Zona de retenção natural e Zona de retenção artificial (bacia da
Maraza) e indirecta constituída por áreas dunares oceânicas de descarga, mosaico de pântanos de água
doce, caniçais e arrozais (Zona de Chota e Mungassa), planícies pantanosas, bosques em solos elevados
nas planícies de água com um nível freático alto, e o mangal (vide Figura 36 e Quadro I incluído no Anexo
4) e registados em informações da folha de registo foram relativos a:

 Tipo de habitat;

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 Espécies observadas / detectadas / ouvidas;

 Espécies de potencial ocorrência, e

 Sensibilidade do habitat ou da área.

Finalmente, portefólios de flora e fauna produzidos a partir de estudo de gabinete e de campo foram
reunidos para inter-verificação e correcções e edição final. Os nomes comuns e científicos foram
baseados em Shneider et al. (2005).

O estado de conservação de espécies da fauna potencialmente presentes na área, bem como aquelas
mencionadas durante o trabalho de campo, foi determinado utilizando a lista de espécies ameaçadas em
Moçambique - Checklist de Vertebrados de Moçambique (Schneider et al., 2005). Foram igualmente
usadas as categorias da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e
da Flora (CITES), Lei e Regulamento de Florestas e Fauna (DNFFB, 2002) e na Lista Vermelha da União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

A sensibilidade de habitat ou de uma área ou zona foi avaliada usando o princípio do seu valor para a
conservação ou das espécies aí observadas ou de ocorrência potencial (Basso et al., 2000).

Os dados colhidos da avifauna (que são o grupo mais observado) foram expressos como frequência
relativa de observações de espécies por habitat. Esta estimativa segue o princípio de que, habitats com a
maioria de espécies representam uma maior atractividade. A frequência relativa foi estimada considerando
os pontos que cobriam cada tipo de habitat ao longo da área de estudo e o número de espécies ou sinais
observados. Os resultados das análises acima mencionadas foram então ilustrados utilizando o programa
PRISMA.

PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

M AMÍFEROS

A amostragem de mamíferos nas áreas de influência directa e indirecta do projecto foi baseada no método
indirecto (considerando as características das áreas) e em consultas aos moradores de cada zona
específica com o recurso à ilustração das imagens de guias de campo, a fim de identificar as espécies
observadas na área.

ANFÍBIOS

O levantamento das espécies de anfíbios baseou-se nas observações directas e indirectas na área de
influência directa e indirecta do projecto, bem como inferência a partir das características de habitats
destas áreas. Para as espécies com potencial de ocorrência na área, foram feitas entrevistas a moradores
de cada zona específica combinadas com a ilustração das imagens de guias de campo.

AVES

Para a identificação e registo das aves foram usados os métodos directos (observação directa) e
indirectos (baseado no reconhecimento dos sons de cânticos das aves) e guias de campo. Para as
espécies de ocorrência potencial na área, foram feitas entrevistas a moradores de cada zona específica
combinadas com a ilustração das imagens de guias de campo.

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PEIXES

A identificação de peixes foi baseada nas entrevistas aos moradores locais, e no método de observação
directa.

FLORA

A identificação das espécies de flora seguiu os padrões da taxonomia clássica, feita com base em
características morfológicas, utilizando-se como base guias de campo. Para espécies cuja identificação
não tenha sido possível no campo, foram colhidos para a posterior identificação com base nos guias de
campo. Identificação de Espécies Invasivas foi feita com base em guias locais.

Figura 36 – Mapa de localização da área de amostragem e suas respectivas características.

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7.2.6.3 Resultados
No quadro seguinte é efectuada a caracterização da área de influência directa e indirecta do projecto ao
nível da componente ecológica.

Não existe na zona de estudo nenhuma espécie de flora ou fauna que merece estatuto especial de
protecção ou que esteja lista do Red Data Book da IUCN.
Quadro 10 – Caracterização da Área de Influência Directa e Indirecta do Projecto.

Área de Influência Directa Características florísticas Características faunísticas


A0: Faixa de rodagem à esquerda Caracterizada por uma cobertura Aves, Mamíferos, Rãs,
arbustiva com predominância de Peixe, incluindo o
Phragmites australis, e presença da perioftalmos, juvenis de
A0: Faixa de rodagem à esquerda Acacia xanthophloea e Avicennia camarão (Metapenaeus
marina monocerus) e larvas de peixe

A2: Faixa de rodagem à esquerda Área coberta por Eichhornia azurea e Aves, Mamíferos, Anfíbios,
Phragmites australis e uma pequena
área de Eragrostis chloromelas
A2: Faixa de rodagem à direita Predominância de Phragmites australis Rato das casas, rato
com Ziziphus mauritiana pequeno das canas, Peixe

A4: Faixa de rodagem à direita Predominância de Pennisetum Aves


purpureum

Retenção Natural: Mosaico de pântanos Eragrostis sp, Typha latifolia Aves, Peixes, Anfíbios,
de água doce, caniçais e arrozais

Retenção Artificial: Mosaico de pântanos Com maior predominância de Aves, Mamíferos, Anfíbios,
de água doce, caniçais e arrozais Phragmites australis e Andropogon Répteis, Peixes
gayanus

Área de Influência Indirecta


Dunas Dominadas por Canavalia maritima, Aves, Anfíbios
Cucumis sp, Ipomoea pescapre e
Sporobolus virginicus.

Zona de Chota e Mungassa: Mosaico Pennisetum purpureum, Eragrostis Aves, Anfíbios


de pântanos de água doce, caniçais e rigidior, Phragmites australis, Cyperus
javanicus, Cynodon dactylon
arrozais, com áreas habitacionais

Planícies pantanosas Hyphaene coriacea, Chloris gayana, Aves e Peixes


Cymbopogon plurinodes
Bosques em solo elevado nas Cynodon dactylon, Eragrostis curvula, Aves
planícies de água com um nível Milletia stuhlmanii, Tabernaemontana
freático alto elegans e Afzelia quanzensis

Mangal Avicennia marina, Sonneratia alba, Camarão, moluscos e aves


Hierita littoralis, Rhizophora mucronata
e Lumnitzera racemosa

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7.2.6.3.1 Perfil da Flora

Área de Influência Directa constituída pelas valas de drenagem designadas por A0, A2, A4, Zona de
retenção natural e Zona de retenção artificial (bacia da Maraza), está localizada em áreas pantanosas
circundadas por habitações (Figura 37). As zonas de Retenção natural e Retenção artificial (bacia da
Maraza) são zonas mal drenadas e categorizadas como sendo Mosaico de pântanos de água doce,
caniçais e arrozais.

Durante o trabalho de campo foram identificadas 62 espécies de flora, de entre as quais 38 gramíneas, 5
plantas invasivas, e outras 14 plantas entre lenhosas e cinco espécies de mangal. Os resultados de
campo mostraram que os canais de drenagem A0, A2, A4, estão cobertas por capim, Phragmites australis,
Pennisetum purpureum, Eragrostis sp e por planta invasiva Eichhornia crassipe (Vide Quadro II incluído no
Anexo 4).

Os Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais localizam-se por detrás das dunas costeiras
e dos mangais. Em algumas secções (como por exemplo no entroncamento entre A0 e A3) regista -se a
ocorrência de mangal remanescente, daquilo que outrora fora uma mancha de mangal consolidada
dominada pela espécie Avicennia marina. Contudo, muitas habitações precárias invadiram esses
pântanos de água doce, criando más condições de vida para os residentes. Predominam nesta área as
espécies Pennisetum purpureum, Eragrostis rigidior, Cyperus javanicus, Cynodon dactylon, Paspalum
dilatatum, Cymbopogon plurinodes e Andropogon gayanus.

A zona de influência indirecta inclui as áreas dunares oceânicas de descarga, mosaico de pântanos de
água doce, caniçais e arrozais (Zona de Chota e Mungassa), planícies pantanosas, bosques em solos
elevados nas planícies de água com um nível freático alto, e o mangal.

As dunas são completamente urbanizadas com uma estrada costeira que se estende ao longo da crista
da duna. A crista da duna possui entre 10 e 30 metros de largura. De modo gera l, a duna tem entre 1,5
a 3 metros de altura, e são dominadas por plantas rasteiras e ervas tais como Ipoamea pes-capre,
Canavalia maritima, Ricinus communis, Sporobolus virginicus (espécie de erva) e Cyperus spp. Existem
poucas Casuarinas na cadeia de dunas e a espécie identificada no presente trabalho é Casuarina
equisetifolia.

Planícies pantanosas são áreas com más condições de drenagem, que são sazonalmente inundadas
principalmente na época chuvosa, e são dominadas por várias espécies de capim panicum sp, Chloris
gayana, e Andropogon gayanus, palmeiras como Phoenix reclinata e por plantas invasiva Nymphaea sp.

Os mosaicos de pântanos de água doce, caniçais e arrozais são cobertas por uma camada de capim que
inclui a Setaria sp, Paniceae e Andropogoneae. Algumas zonas são cobertas de espécies como
Euphorbia sp., Euclea sp., Ximenia americana, Phoenix reclinata. Associadas a estas espécies há
muitas fruteiras tais como maçaniqueira (Ziziphus mauritiana) e Diospyros sp.

A zona de mangal é dominada por cinco espécies de mangal: Avicennia marina, Sonneratia alba, Hierita
littoralis, Rhizophora mucronata e Lumnitzera racemosa. Associadas ao mangal, ocorrem outras espécies
de árvores como Hibiscus tiliaceus, Peltophorum pterocapum bem como Pluchea sp.

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Os bosques ocupam manchas em zonas de planície, mas de topografia elevada. Esta zona fornece um
microclima específico para a ocorrência (ainda que na fase arbustiva) de algumas espécies de árvores tais
como Milletia stuhlmanii, Tabernaemontana elegans e Afzelia quanzensis de interesse para uso pela
população local.

A B

C D

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E F

Figura 37 - Estado actual das valas de drenagem (A-E), aspecto da área de retenção natural
(E) e as espécies Pistia stratiotes (F) e Nymphaea nouchali (G). Note nesta figura, a
obstrução das valas pela espécie Eichhornia crassipes (B-C).

7.2.6.3.2 Perfil da Fauna

Os resultados do trabalho de campo tanto na área de influência directa assim como na área de influência
indirecta revelaram a existência de pelo menos 52 espécies de fauna, tendo sido observadas e
referenciadas 43 espécies de aves, 3 de peixes, 3 de mamíferos e 3 de anfíbios (para mais detalhes,
consulte o Quadro III incluído no Anexo 4).

. Na área de Influência Directa constituída pelas valas de drenagem designadas por A0, A2, A4, as
espécies de aves mais predominantes foram: Toutinegra (Pycnonotus barbatus), Corvo-indiano (Corvus
splendens), Pardal-comum (Passer domesticus), Corvo Malhado (Corvus albus) e Andorinhas (Sterna sp)
e Red Bishop (Euplectes orix). Na sua grande maioria, estas espécies são tolerantes ao distúrbio
antropogénico.

Os Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais fornecem micro-habitats para uma
diversidade de espécies de aves, anfíbios e peixes. As espécies de aves mais dominantes incluem

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Garça-branca-pequena (Egretta garzetta) e Garça-de-cabeça-preta (Ardea melanocephala), Corvo


Malhado (Corvus albus) e Pardal-comum (Passer domesticus).

Os anfíbios mais comuns na área correspondem á rela-sarapintada (Hyperolius marmoratus), sapo-de-


costas-castanhas (Leptopelis mossambicus), Bufo sp e as espécies de peixes mais comuns são Tilápia
(Oreochromis sp) e Enguia-gigante (Anguilla marmorata) (Figura 38).

Salvo a presença de Egretta garzetta, as áreas dunares são em geral pouco ricas em biodiversidade. Já
as planícies pantanosas são ricas em aves, sendo predominantemente visitadas ou habitadas pelas
espécies de aves como Ibis-sagrado (Threskiornis aethiopicus), Garça-branca-pequena (Egretta garzetta),
Corvo malhado (Corvus albus), Mycteria ibis, Anastomus lamelligerus e por espécies de peixe como
Oreochromis sp, Anguilla marmorata.

Os bosques que ocupam solos elevados nas planícies de água com um nível freático alto são
frequentados por aves das espécies Pycnonotus barbatus, Phylloscopus trochilus, Merops apiaster.

Os mangais albergam certas espécies de moluscos, crustáceos (por exemplo o caranguejo do mangal,
Scylla serrata) e peixes (por exemplo o gobião ou saltador de lamas, Periophthalmus kalolo ou
Periophthalmus africanus.

O sistema de terras húmidas locais propicia a existência de uma maior diversidade de fauna e flora local.
Esses ecossistemas são de relevante importância para a fauna e abrigam espécies originárias das áreas
circundantes, tanto terrestres como aquáticas. As espécies de fauna mencionadas pelos moradores locais
como sendo as de potencial ocorrência compreendem os peixes, répteis, anfíbios e aves (Vide Quadro IV
incluído no Anexo 4).

As espécies de peixe mais mencionadas são Tilápia (Oreochromis sp), Enguia-gigante (Anguilla
marmorata), Peixe-bastardo da Beira (Nothobranchius kuhntae) e Peixe-bastardo-arco-iris
(Nothobranchius rachovii). Mais mencionadas foram também as espécies de répteis como Mamba-verde
(Dendroaspis angusticeps), Naja mossambica e Víbora-dos-pântanos (Proatheris superciliaris) bem como
os anfíbios Sapo-das-folhas-gigante (Afrixalus fornasini), Breviceps sp e Rela-sarapintada (Hyperolius
marmoratus).

A maioria das espécies mencionadas é tolerante aos gradientes ambientais modificados por seres
humanos, por exemplo o Corvus albus, Sterna sp, Egretta garzeta, e Passer domesticus.

Estes resultados confirmam a noção de que a fauna de tamanho médio e maior é quase inexistente, salvo
alguns exemplares de tamanho menor. Contudo, a fauna associada às áreas húmidas (sobretudo a
avifauna, anfíbios e peixe) é ainda representativa.

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A B

C D

E F

Figura 38 - Algumas espécies de peixe (A-D) e de aves (E-G) frequentes nas áreas de influência
directa e indirecta do projecto. As espécies ilustradas na figura são respectivamente, Barbus sp
Oreochromis sp, Anguilla marmorata, Nothobranchius rachovii, Corvus albus, Sterna sp e Egretta
garzetta.

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7.2.6.3.3 Frequência relativa das Espécies de Aves

A frequência relativa das espécies de aves na área de influência directa mostrou que as de maior
frequência de ocorrência compreendem o Corvus albus, Sterna sp, Egretta garzetta e Passer domesticus.
Enquanto na área de influência indirecta as espécies com maior frequência de ocorrência foram Egretta
garzetta, Threskiornis aethiopicus, Corvus albus (Figura 38).

A similaridade nas espécies pode estar relacionada ao facto de serem espécies tolerantes aos gradientes
ambientais modificados por seres humanos.

A
0.4
Frequência de Aves

0.3

0.2

0.1

0.0
Euplectes orix

Ceryle rudis
Passer domesticus

Corvus splendens
Corvus albus

Passer melanurus

Cinnyrisfuscus

Actitis hypoleucos
Pycnonotus barbatus

Terathopius ecaudatus
Sterna sp

Egretta alba

Columba livia
Egretta garzetta

Motacilla aguimp
Streptopelia capicola

Ardea melanocephala

Nomes das Espécies de Aves Observadas

B
0.25
Frequência de Aves

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00
ea
s

ba
ae tta

us

is
s

ue lbu
cu

ib
er
el

al
e

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ria
a

qu

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ta

or

la

M
et

C
s
gr

us
Q
ni
E

ki

st
es

na
hr

A
T

Nomes das Espécies de Aves Observadas

Figura 39 - Frequência de observações da diversidade de aves nas áreas A (área de


influência directa) e (B área de Influência indirecta do projecto).

7.2.6.4 Sensibilidade Ecológica


As áreas sensíveis são áreas de especial importância ecológica que desempenham funções únicas e que,
portanto, cruciais para a continuidade do funcionamento dos ecossistemas. Como referido anteriormente,
a Área de Influência Directa constituída pelas valas de drenagem existentes (A0, A2 e A4) não apresenta

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elevado valor ecológico. A flora e a fauna aqui existente é, na maioria dos casos oportunista em resposta
aos longos anos de degradação das valas. As zonas de retenção natural e artificial, têm vindo a ser
utilizadas como áreas agrícolas. No passado, elas terão sido importantes áreas húmidas para as espécies
dependentes de presença de água. Dada a intensa actividade humana nestas zonas poucas espécies de
aves de valor para a conservação foram observadas. A retenção de água nestas zonas poderá no futuro
recuperar a sua qualidade para albergar muito mais espécies.

A Área de Influência Indirecta apresenta algumas diferenças, segundo o nível de influência humana. A
zona de Mungassa é caracterizada por arrozais, portanto pobre em espécies florísticas de interesse para a
conservação. A maioria das espécies faunísticas aqui existente ou que por aqui cruza, é tolerante aos
gradientes modificados por humanos. Em contrapartida, algumas áreas pantanosas de Chota e de Savane
mantêm uma qualidade para albergar uma diversidade de espécies de flora e fauna de valor, sobretudo a
avifauna. Estes sítios oferecem habitats importantes para muitas espécies aquáticas, especialmente para
espécies de anfíbios, espécies de populações de peixes, répteis e aves. Os pequenos bosques existentes
na área húmida a caminho de Savane, oferecem um microclima específico para a ocorrência (ainda que
na fase arbustiva) de algumas espécies de árvores de interesse para a conservação e para uso pela
população. Aqui, a avifauna é rica as poucas manchas de bosques, bem como as áreas livres da
agricultura, funcionam como refúgios para muitas espécies que migram de áreas degradadas pela
actividade humana e quando os pântanos enchem de água.

As zonas de mangal são importantes para algumas espécies de camarão, moluscos, aves e o peixe
comum do mangal, Periophthalmus. O mangal é por lei, uma zona a proteger dada a sua importância para
reprodução de espécies de valor para as pescarias, contenção de erosão bem como na depuração das
águas residuais. Não parece contudo, que de forma muito expressiva sejam afectadas estas funções, o
que torna estes lugares pouco sensíveis à luz deste projecto.

7.3 MEIO SOCIOECONÓMICO

7.3.1 Introdução

A avaliação da componente de socioeconomia na área de implementação do projecto de Reabilitação do


sistema de drenagem pluvial da cidade da Beira, Moçambique, foi efectuada através da recolha de dados
secundários (dados disponibilizados pelo INE e Bibliografia temática) e de dados primários através de
inquéritos as famílias residentes nos Bairros abrangidos pelas valas de drenagem.

Descreve-se a seguir a metodologia usada para a recolha dos dados primários.

7.3.2 Metodologia da Pesquisa

Para a realização deste Estudo, após definidos os seus objectivos, foram seguidas as seguintes etapas:

1.ª ETAPA – Identificação dos Bairros da cidade da Beira a serem contemplados na amostra.

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Uma vez definido a opção técnica que melhor satisfazia a Fase 1, deste projecto foram definidos os
bairros alvo do inquérito (Figura 40).

Figura 40 – Bairros – alvo do Inquérito.


2ª ETAPA - Visita exploratória dos bairros, auscultação das autoridades locais, definição do número de
inquéritos por bairro (Quadro 11), de acordo com o número total de habitantes e áreas consideradas mais
problemáticas em termos da influência e proximidade espacial dos Canais de Drenagem a reabilitar.

Nesta etapa foi definido o número de entrevistas a serem feitos em cada Bairro e Quarteirões abrangidos,
foi efectuada uma primeira ronda de contactos com informadores qualificados dos Postos Administrativos
e Bairros seleccionados.

Esta fase do processo decorreu entre Dezembro de 2013 e Janeiro de 2014

Quadro 11 - Distribuição do número de entrevistas realizadas/Bairro suburbano da


cidade da Beira.
Posto Administrativo Nº Nº de entrevistas Nº de habitantes
Bairro %
Habitantes realizadas abrangidos

Chipangara 25023 10 50 0,2


CENTRAL
Esturro 23881 10 52 0,2
Munhava Central 30546 20 133 0,5
Mananga 23158 15 71 0,3
MUNHAVA
Maraza 19975 8 43 0,2

Vaz 8338 7 39 0,5

Total 130921 70 388 2

Nota: Embora o Bairro Vaz não faça parte da área da 1ª Fase de Intervenção do Projecto (fica localizado entre a Munhava e
Mananga) foram feitas algumas entrevistas para análise comparativa e porque será o Bairro de acolhimento das famílias a
serem reassentadas.

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

3.ª ETAPA – Elaboração da versão preliminar do guião de inquérito, do roteiro das entrevistas de “focus
groups” e preparação do trabalho de campo e da respectiva logística:

- Elaboração da 1ª versão do inquérito;


- Revisão da versão preliminar do inquérito e elaboração da versão definitiva (incluída no Anexo
5.3);
Os documentos preparados foram aprovados pela AIAS - Administração de Infra-estruturas de
Água e Saneamento antes de serem testados. Foi também discutido com o cliente os indicadores
a obter através do cruzamento da informação recolhida em cada inquérito.
- Elaboração do roteiro de questões a serem colocadas no âmbito das reuniões de “focus groups”
em cada um dos Bairros seleccionados.
- Selecção dos entrevistadores:
Na cidade da Beira, foram seleccionados 4 entrevistadores, sendo 1 deles igualmente o
Supervisor de Campo.

4.ª ETAPA – Aplicação de métodos participativos de pesquisa:

- Realização de “focus groups” em todos os Bairros-alvo do estudo com mulheres influentes nas
comunidades dos bairros; líderes tradicionais e religiosos e empresários locais;
- Realização de reuniões alargadas com líderes administrativos dos Postos e Bairros - alvo do
estudo.

5.ª ETAPA – Realização de acção de formação dos entrevistadores e testagem dos questionários nos
bairros.

Na Cidade da Beira, o seminário de formação dos entrevistadores decorreu durante 2 dias, com testagem
do inquérito em sala e posteriormente numa área do Bairro da Munhava - Munhava Matope -, não
abrangida pelo estudo).

6.ª ETAPA – Realização das Entrevistas

ESCOLHA DO MÉTODO DE AMOSTRAGEM

Considerando os objectivos do estudo e a definição do tipo de informação a recolher sobre as


comunidades periurbanas da cidade da Beira, o método de amostragem escolhido para as entrevistas
realizadas nos bairros-alvo, recaiu sobre a amostra probabilística estratificada.

A amostra probabilística, como o próprio nome indica,” considera um subgrupo da população no qual
todos os elementos possuem a mesma possibilidade de serem escolhidos. Isso é obtido definindo as
características da população, o tamanho da amostra e por meio de uma selecção aleatória das unidades
2
de análise.”

No caso em estudo, todas as famílias residentes nos bairros periurbanos seleccionados previamente,
estavam em condições de serem alvo da pesquisa. Contudo, dentro deste conjunto de famílias observa-se
um conjunto que preenche os atributos dos objectivos da nossa investigação: famílias residindo com

2
In: Sampieri, Roberto Hernandez, “Metodologia de Pesquisa”- 3ª Ed., Ed Mc Graw-Hill, S. Paulo, 2006

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grande proximidade da margem dos Canais de Drenagem; famílias com crianças abaixo dos 5 anos;
mulheres chefes de famílias; por exemplo. Assim, foi utilizada a estratificação de segmentos da amostra,
no sentido de integrar na pesquisa agregados preenchendo os requisitos pré-definidos.

Para além disso, a amostra estratificada é “usada quando o universo é grande e o investigador pretende
obter uma amostra representativa segundo variáveis pré-identificadas. Tem a vantagem de ser mais
eficiente do que os métodos de amostragem simples ou sistemática e é mais económico em termos de
3
tempo e de dinheiro e dá resultados com menor probabilidade de erro associada.”

Quanto ao tamanho da amostra seleccionada, esta foi elaborada tendo em conta a limitação de recursos
de tempo, financeiros e de distâncias geográficas entre todos os bairros, recorrendo-se, assim, ao modelo
da amostragem por conglomerados que se baseia na selecção de um subgrupo no qual as unidades de
4
análise encontram-se limitadas a determinados lugares físicos . No que concerne aos bairros periurbanos
da cidade da Beira, estes são áreas bem delimitadas geograficamente e constituídas por quarteirões.

Assim, o tamanho da amostra escolhida em cada bairro foi definida através do conhecimento do número
de quarteirões e, em cada quarteirão, do número de famílias ali residentes. A escolha dos quarteirões foi
feita de modo aleatório, através da utilização de um quadro de número aleatórios ou ”randômicos”,
5
usando-se como referência o “ Quadro de Números Aleatórios” da Rand Corporation .

Aplicado o método referido, obteve-se uma amostra, que na sua totalidade, correspondeu a 70 famílias,
constituídas por 388 indivíduos.
6
De acordo com Roberto Hernandez Sampieri, no livro “Metodologia de Pesquisa” , “as amostras
frequentemente usadas em pesquisas urbanas sobre comportamentos e atitudes costumam variar entre
200 a 700 indivíduos”. Considera-se, por isso, que a amostra encontrada para este estudo garante os
níveis de representatividade necessários, que nos permitam fazer generalizações para a área territorial em
apreciação.

As entrevistas às famílias decorreram num período de 6 dias ininterruptos, entre 15 e 22 de Janeiro de


2014 (Figura 28).

Em média, cada entrevistador realizou 4 entrevistas/dia, tendo cada uma das entrevistas demorado entre
1 hora e 1 hora e 30 minutos. As entrevistas foram feitas sempre ou com o Chefe do agregado ou sua
esposa (quando o Chefe do agregado era um homem e se encontrava ausente).

3
Hill, Manuela e Andrew, “Investigação por Questionário”, Ed. Sílabo, 2ª Edição, Lisboa, 2005
4
In: Sampieri, Roberto Hernandez, “Metodologia de Pesquisa”- 3ª Ed., Ed Mc Graw-Hill, S. Paulo, 2006
5
Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológica, com sede na Califórnia, Estados Unidos da América
6
Op.cit.

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Figura 41 – Entrevista no Bairro Chipangara.


7.ª ETAPA – Elaboração da Grelha de Indicadores e Variáveis para Introdução de Dados e Sua
Interpretação.

Ainda durante o trabalho de campo foi desenvolvido um documento estruturado contendo todos os
indicadores a tratar e o respectivo cruzamento de variáveis. Foram igualmente elaboradas as
categorizações e classificações das respostas, para uniformizar a informação a ser processada em Excel.

Após a conclusão do trabalho de campo, todos os inquéritos foram introduzidos no sistema informático.

Apresenta-se, no Anexo 5.2, a descrição dos cruzamentos de informação que se pretendeu obter, após o
processamento dos dados.

8.ª ETAPA - Análise e interpretação sociológica da informação recolhida no campo.

Análise da informação e respectiva interpretação, relativamente a cada uma das temáticas descritas na
grelha de indicadores e com importância para a avaliação da situação socioeconómica, cultural e de
comportamentos de risco em termos de higiene familiar e de saúde.

Esta análise foi incluída na caracterização socioeconómica apresentada nos próximos capítulos.

7.3.3 Aspectos Geográficos e Administrativos


2
Com uma área de 631 Km , a Cidade da Beira ocupa 0,9% do território da Província de Sofala. Em 2007,
2
a densidade populacional era de 731 hab/km , enquanto os restantes distritos da Província de Sofala
2
tinham, em média, apenas 28 habitantes/Km .

Considerada a segunda cidade do país, depois da capital (Maputo), em termos de importância económica
e geoestratégica, administrativamente a Cidade da Beira encontra-se dividida em 5 Postos
Administrativos, PA Central; PA da Munhava; PA de Inhamizua; PA de Manga-Loforte e PA de Nhangau

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que possuem na totalidade 26 bairros, designadamente, Macuti, Palmeiras, Ponta-Gêa, Chaimite,


Pioneiros, Esturro, Matacuane, Macurungo, Munhava-Central, Mananga, Vaz, Maraza, Chota, Alto da
Manga, Nhaconjo, Chingussura, Vila Massane, Inhamízua, Matadouro, Mungassa, Ndunda, Manga
Mascarenhas, Muave, Nhangau, Nhangoma e Chonja.

Figura 42 – Distribuição da População da Cidade da Beira por Posto Administrativo


em 2007 (INE, 2007).
Tanto em 2007, como de acordo com as projecções feitas para a Cidade da Beira para os anos 2013 e
2014, o Posto Administrativo que alberga um maior número de cidadãos é o Central, o qual abrange 37%
da população total da cidade e é constituído por 8 bairros, designadamente os de origem mais antiga e por
onde se iniciou o crescimento da área urbana da Beira. Este é também o Posto Administrativo onde os
bairros apresentam as maiores taxas de áreas urbanizadas e semi-urbanizadas.

Os Postos Administrativos com menor número de população residente correspondem às áreas de fixação
populacional mais recente e às zonas de expansão urbana definidas pelo município: Postos
Administrativos de Manga Loforte e Nhangau, que se apresentavam em 2007, com 14% da população
total da cidade.

7.3.3.1 Bairros abrangidos pela Fase 1 do Projecto


A Fase 1 do projecto de reabilitação dos Canais de Drenagem, abrangerá os bairros de Chipangara,
Esturro, Matacuane, Macurungo, localizados no Posto Administrativo Central e Munhava Central e
Maraza, localizados no Posto Administrativo da Munhava.

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Figura 43 – Total da População em 2007 por Bairro (a vermelho na figura) /Bairros


abrangidos pela Intervenção do Projecto (a azul na figura) (INE, 2007).
A Fase 1 do Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem da Cidade da Beira terá, assim, um
impacto directo em 6 (23%) dos 26 bairros que compõem a cidade.

Em termos populacionais, tal como se verifica no Gráfico acima, a intervenção directa do Projecto, atingirá
36% da população da cidade, que corresponde à que vive nos bairros atingidos pela reabilitação dos
Canais de Drenagem A2, A0 e A4 e ainda na área da construção da Bacia de retenção no Bairro da
Maraza. Isto significa uma abrangência de aproximadamente 170 000 habitantes em 2014, de acordo com
as projecções feitas pelo INE.

Da totalidade dos bairros potencialmente afectados, Matacuane e Munhava Central são os que
apresentam um maior nº de população residente.

Matacuane, inserido no Posto Administrativo Central possuía 34 547 habitantes, em 2007, sendo o bairro
mais populoso de toda a Cidade da Beira, de acordo com os dados do último Censos do INE.

Munhava, localizado no Posto Administrativo com o mesmo nome é o 2º bairro da Cidade com maior nº de
habitantes: 30 546 habitantes.

No passado, Munhava era o bairro mais populoso da cidade (Censos do INE de 1997). Contudo, na
actualidade, de acordo com os dados do Recenseamento Populacional feito em 2007, Matacuane passou

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a ser o bairro com maior número de habitantes e igualmente com a mais alta densidade populacional,
atendendo a que a sua área é bastante inferior à do Bairro da Munhava.

A medição das áreas dos Bairros foi feita em 1997, tendo em conta os limites administrativos.

Quadro 12 – Áreas dos bairros afectados pela Reabilitação da Rede de Drenagem

2
População (**), em Densidade populacional, em
Bairros Área (*), em km 2
hab hab/km

Munhava Central 9,35 30 546 3 267


Esturro 1,65 25 332 15 353
Chipangara 1,89 25 023 13 239
Maraza 3,01 19 975 6 636
Matacuane 2,12 34 547 16 296
Macurungo 2,41 20 944 8 690

Nota:
(*) --‐ Fonte: DINAGECA, 1997
(**) --‐ Fonte: INE, Dados de 2013 (Projecções)

Os bairros com maior densidade populacional são os que sofreram uma expansão urbana assinalável nos
últimos anos, a qual, contudo, nem sempre correspondeu a formas legais e ordenadas de edificação.

Dos bairros que serão abrangidos pelas obras de reabilitação dos canais de drenagem, os que mais
cresceram no período entre 2007 e 2013 (projecções do INE) são o de Matacuane, Mananga, Munhava e
Chipangara.

Esturro apresenta-se como uma área praticamente sem espaço livre, ao invés de Maraza que apesar de
ter tido um crescimento de cerca de 7% nos últimos 6 anos, ainda possui algumas áreas não ocupadas e
onde se verifica alguma produção agrícola, principalmente nas zonas mais alagadas onde a população
ainda continua a fazer pequenas produções de arroz.

7.3.3.2 Liderança/ Estrutura Administrativa


Em termos administrativos, os bairros da cidade encontram-se agrupados em Postos Administrativos. Esta
estrutura de governação é apoiada pela Assembleia Municipal, que é constituída por um presidente e
diferentes comissões especializadas.

Ao nível dos bairros existem liderança formal e tradicional.

A liderança formal é encabeçada pelo Secretário do Bairro que tem como função fazer a ligação entre a
comunidade e as estruturas de governação formal do município. Abaixo do Secretário do Bairro
encontram-se os Secretários dos círculos, os Chefes de Quarteirão, os Secretários das Células do partido
e os Chefes de 10 casas. Em alguns dos bairros existe também uma liderança tradicional, chefiada por
régulos de diferentes escalões.

Os Municípios possuem um pacote legislativo autárquico que regula a organização administrativa.

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Assim, nos bairros alvo do Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira,
verifica-se que para além das lideranças formais existem também lideranças tradicionais - régulos e
respectivos adjuntos cujo poder se manifesta, essencialmente, no apoio à resolução de conflitos sociais e
na organização das cerimónias tradicionais.

7.3.4 Aspectos Demográficos

Em termos demográficos, a Cidade da Beira é a que mais população possui na Província de Sofala,
albergando 24% da população da Província.

Tendo por base o Recenseamento Geral da População e Habitação do ano de 2007, a população da
Cidade da Beira atingia o valor de 431 583 habitantes, dos quais 219 624 eram do sexo masculino (51%) e
211 959 do sexo feminino (49%).

De acordo com as projecções feitas até ao ano 2040, o INE estimava que em 2013 o número total de
indivíduos residindo na cidade tenha aumentado para cerca de 457,799 habitantes. Isto significa que entre
2007 e 2013, a população aumentou 6%.

Em 2007, de acordo com o Recenseamento Geral da População, o número total de agregados familiares
da cidade da Beira correspondia a 94 804. Tendo em conta o número de habitantes recenseados (431
583), verificava-se, no momento do Censo, que o número médio de pessoas/agregado em toda a cidade
da Beira era de 4,5 pessoas/agregado, situando-se dentro dos parâmetros da média nacional.

Figura 44 – N.º de pessoas/famílias na Cidade da Beira (Fonte: Recenseamento INE,


2007).

É de sublinhar que é uma característica das zonas urbanas que o número de elementos por família seja
inferior ao dos agregados das zonas rurais. Na área rural da Província de Sofala o número médio de
elementos por agregado familiar era de 5 pessoas, em 2007.

Igualmente é de referir que o número médio de pessoas por agregado familiar é substancialmente superior
nas áreas de habitação precária, não urbanizadas ou em início de processo de urbanização. É, por
exemplo, o que se passa nos bairros de expansão da cidade localizados nos Postos Administrativos de

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Manga Loforte e Nhangau que apresentam uma média de 6 pessoas / agregado (dados do INE com base
em projecções de 2012).

Contudo, é de referir que no Relatório do INE de 2009, sobre a actualização do IOF (Inquérito aos
Agregados Familiares) conclui-se que: "a área urbana supera a área rural no que diz respeito a
percentagem de agregados compostos por 7 ou mais membros, pois esta é de 23.4% na área urbana,
contra 18.8% na área rural (...) Entre províncias, também se registam diferenças quanto a composição dos
agregados familiares. Assim, nas Províncias de Niassa, Cabo Delgado e Maputo Província predominam
agregados familiares compostos por entre 3 a 4 membros, com 38%, 37.5%, e 33%, respectivamente. Por
7
sua vez, na Província de Sofala (28.9%) predominam agregados compostos por 7 ou mais membros" .

A estrutura demográfica da população apresenta as características apresentadas na figura seguinte.

Figura 45 – Pirâmide Etária – 2013 (Fonte INE, Projecções Anuais da População Total das
Províncias e Distritos 2007 -2040).

Da análise da pirâmide etária verifica-se que os homens têm uma maior representatividade do que as
mulheres, numa proporção de por cada 100 homens existem 98 mulheres.

Somente no Bairro de Inhamízua, no Posto Administrativo com o mesmo nome, as mulheres são em maior
número, embora a diferença seja da ordem de mais 46 representantes do sexo feminino do que do
masculino.

Dos 0 aos 19 anos, o sexo feminino apresenta maior número de efectivos. Contudo, é principalmente a
partir da classe etária dos 20 - 24 anos que as mulheres passam a ter menos peso demográfico do que os
homens.

7
In: "Relatório Final aos Orçamentos Familiares - IOF,2008/2009, INE Moçambique, Ed 2011

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Essa constatação aplica-se a todas as classes de idades, até aos 70 anos.

 A população da Cidade da Beira é bastante jovem, com 38% dos indivíduos com idades abaixo dos
15 anos;

 Dos 15 aos 64 anos, situa-se 60% da população residente; e

 Só existe 2% de população acima dos 65 anos.

Fazendo uma comparação percentual entre a população em idade activa que reside na Cidade da Beira e
no resto da Província de Sofala, verifica-se que na Cidade da Beira, a classe economicamente activa é de
60% do total da população que ali vive, enquanto no resto da Província é apenas de 30%.

Este fenómeno está relacionado com as possibilidades de trabalho que a Cidade da Beira oferece,
principalmente para o sexo masculino tanto no Porto da Beira como na Zona Industrial.

Apesar disso, o saldo migratório na Cidade da Beira era, em 2007, negativo, isto é, saíram mais efectivos
para outros distritos da Província do que migraram pessoas para a Cidade da Beira.

A razão de dependência é bastante elevada com 70 pessoas economicamente activas para 100 pessoas
inactivas. Mas este valor é o mais baixo de toda a Província de Sofala. Nas áreas rurais da Província este
indicador sobe para os 138% (Recenseamento INE, 2007).

No que se refere às taxas de fecundidade e de natalidade, é na Cidade da Beira que se verificam os


valores mais baixos da Província (4 filhos por mulher na Cidade contra 6 no resto da Província). Começa a
verificar-se a tendência de a taxa de fecundidade ser mais elevada nas mulheres acima dos 19 anos, o
que está em sintonia com os padrões da vida urbana e a acessibilidade massiva do sexo feminino à
educação formal.

Tratando-se de bairros da cidade com uma elevada percentagem de áreas semi e não urbanizadas, as
condições de vida e de habitação são francamente deficientes e onde se agrupam agregados familiares de
maior dimensão, configurando o perfil de família alargada.

7.3.5 Aspectos Socioculturais e Religiosos

A diversidade linguística de Moçambique é uma das principais características culturais, existindo uma
enorme diversidade de idiomas, pese embora a língua portuguesa seja a língua oficial do País, Para a
maioria da população estes idiomas nacionais constituem a sua língua materna e a mais utilizada na
comunicação diária.

Na cidade da Beira, o Português é falado por 36% da população, seguido das línguas maternas a Cisena
e o Cindau com 24% e 23%, respectivamente.

Como se pode verificar através do Figura 47, no que concerne ao idioma, não existem diferenças
significativas entre homens e mulheres, embora possa parecer que mais mulheres falem Xitsua e mais
homens o Echuabo.

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IDIOMAS MAIS FALADOS POR SEXO


TOTAL HOMENS MULHERES

OUTRAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS 1 0 0


OUTRAS LÍNGUAS MOÇAMBICANAS 4 2 2
EMAKHUWA 1 1 0
XITSWA 3 1 2
ECHUWABO 8 5 3
CINDAU 23 11 12
CISENA 24 12 12
PORTUGUÊS 36 18 17

Figura 46 – Idiomas mais falados por sexo.


Considerando os 3 idiomas mais falados, Português, Cisena e Cindau, verifica-se que o Português é
considerada língua materna nas faixas etárias mais jovens e que a percentagem decresce de forma
abrupta nos escalões de 15 a 49 anos.

O número de falantes das línguas maternas cresce linear e suavemente com a faixa etária.

Lingua Materna, mais faladas


70
60
50
40
30
20
10
0
15 - 20 - 25 - 30 - 35 - 40 - 45 - 50 - 55 - 60 - 65 - 70 - 75 - 80 e +
19 24 29 34 39 44 49 54 59 64 69 74 79

PORTUGUÊS CISENA CINDAU

Figura 47 – Língua Materna mais faladas por grupos de idade.


Por outro lado, se analisarmos a língua que é falada mais frequentemente, verifica-se também que a
percentagem de falantes de Português decresce com a idade.

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Lingua que fala com mais Frequencia


80
70
60
50
40
30
20
10
0
15 - 20 - 25 - 30 - 35 - 40 - 45 - 50 - 55 - 60 - 65 - 70 - 75 - 80 e +
19 24 29 34 39 44 49 54 59 64 69 74 79

PORTUGUÊS CISENA CINDAU

Figura 48 – Língua Falada com maior frequência por grupos de idade.

As religiões católicas (34%) e Anglicana (34%) são professadas por 68% da população e 11% professam
a religião Islâmica.

População por Religião

SEM RELIGIÃO
DESCONHEC.
OUTRA
EVANGÉLICA/ PENTECOSTAL Mulheres

ZIONE/SIÃO Homens

ISLÂMICA TOTAL

ANGLICANA
CATÓLICA

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000

Figura 49 – Distribuição da Religião por população e por sexo.

7.3.6 Aspectos Económicos: Emprego/Desemprego, Rendimentos e Despesas

Um dos principais remos de actividade desenvolvido na Cidade da Beira é a actividade industrial. Esta
cidade detém o segundo maior parque industrial do País constituído por várias unidades industriais, nas
quais se inclui a pesca.

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Estas indústrias oferecem emprego directo a milhares de pessoas, apresentando um potencial de


desenvolvimento e impacto tributário significativo.

Fonte: III Recenseamento Geral da População e Habitação. – Província de Sofala (Resultados Definitivos, INE, 2010)

Figura 50 - Nº Trabalhadores empregados nos principais ramos de actividade na


Cidade da Beira (2010 – 2012)
Existem na Cidade da Beira cerca de 405 unidades industriais recenseadas concentrando uma variedade
de ramos, designadamente, indústrias alimentares, de pesca, de aquacultura, de vestuário, de fabricação
de produtos metálicos e de fabricação de mobiliário e colchões.

De acordo com esta mesma fonte, em 2007, encontravam-se activas cerca de 2 173 unidades de
comércio a grosso e a retalho, sendo esta a actividade mais praticada na Cidade da Beira, quer em
moldes formais como informais. O comércio formalmente estabelecido é representado por cinco mercados
municipais, sendo o Mercado Municipal Maquinino, o de maior destaque na cidade, albergando mais de
7 000 vendedores.

Existem ainda, um grande número de pontos onde se pratica o comércio informal comércio informal com
centenas de bancas espalhadas pela cidade.

As actividades primárias são também desenvolvidas na Cidade da Beira, sendo a agricultura praticada em
moldes de subsistência, em pequenas “machambas” familiares, cujo excedente abastece os mercados
informais da cidade e a pesca praticada principalmente na Praia Nova.

Figura 51 - Evolução do n.º de empresas existentes na Cidade da Beira entre 2010-


2012.

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Consultado o documento do INE designado como "Estatísticas do Distrito Cidade da Beira, 2012" verifica-
se que entre 2010 e 2012 o nº de empresas registadas formalmente na Classificação de Actividades
Económicas decresceu 1% entre 2010 e 2012.

No que se refere ao nº de trabalhadores prestando serviço nessas empresas, a situação é inversa, pois
entre 2010 e 2012 o nº de pessoas empregadas cresceu 2% entre 2010 e 2011, mantendo-se a mesma
situação em 2012.

Figura 52 - Comparação entre a evolução do n.º de empresas e de trabalhadores -


Cidade Beira (2010 - 2012)
Fazendo uma comparação sumária entre o número de empresas que cresceram e decresceram, no triénio
2009 - 2012, em função dos principais ramos de actividade desenvolvida e o aumento ou diminuição da
criação de empregos no mesmo período também por ramo de actividade, chegamos às seguintes
conclusões observáveis no Quadro seguinte.

Quadro 13 - Comparação sumária entre o número de empresas que cresceram e


decresceram, no triénio 2009 – 2012 na Cidade da Beira.
Empresas por ramo de actividade Postos de Trabalho

Cresceram Decresceram Aumentaram Diminuíram


Indústrias Alimentares X X
Indústrias de Vestuário X X
Agricultura. Produção Animal,
actividades serviços relacionados X X
Pesca e aquacultura X X
Impressão e reprodução de suportes
gravados X X
Indústrias Metalúrgicas X X
Promoção Imobiliária X X
Fabricação de mobiliário X X
Actividades especializadas
construção x x
Comércio a retalho X X

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Empresas por ramo de actividade Postos de Trabalho

Cresceram Decresceram Aumentaram Diminuíram


Transportes terrestres; transportes
por oleodutos e gasodutos X X
Alojamento X X
Restauração e similares X X
Telecomunicações X X
Educação X X

Actividade teatro; música; dança X X

Fonte: "Estatísticas Distritais - Cidade da Beira", Nov de 2012, INE, Moçambique

As indústrias que mais criaram novos empregos nos 3 penúltimos anos foram as da área alimentar, pesca,
artes gráficas, telecomunicações, fabricação de mobiliário e as indústrias metalúrgicas.

Verifica-se que apesar do decréscimo do nº de empresas do comércio a retalho (uma das actividades
económicas principais e que emprega o maior número de pessoas, formalmente), o número de postos de
trabalho neste ramo de actividade aumentou. O mesmo aconteceu com as empresas ligadas aos serviços
de alojamento que, embora tenham decrescido em número aumentaram a massa laboral.

Isto pressupõe que, nestas áreas de actividade, a dimensão das unidades empresariais começa a ter uma
expressão significativa, necessitando, por isso, de maior quantidade de mão-de-obra. A reabilitação e
entrada em funcionamento de alguns dos antigos hotéis é um dos motivos.

Também no campo da restauração houve um aumento de trabalhadores, embora, nesta matéria, as


empresas tenham crescido pouco, quantitativamente.

As indústrias que laboram para o Porto da Beira continuaram a ter expansão, embora não haja informação
estatística sobre algumas das empresas ligadas directamente à actividade desta grande infra-estrutura da
cidade.

De salientar que se tem registado nos últimos anos uma diminuição de empregos no sector da indústria do
vestuário, da agricultura e produção animal e nas actividades ligadas à construção civil.

Também no Sector da Educação, embora tenham aumentado o número de Estabelecimentos de Ensino


diminuiu o número de profissionais que neles laboram, mas de modo insignificante (2%).

De acordo com dados amostrais trabalhados pelo INE, em 2102, a taxa de desemprego dos homens em
idade economicamente activa era de 19% e a das mulheres de 35%.

Na área de intervenção do Projecto existem bastantes pessoas em situação de desemprego,


principalmente do sexo masculino (40%). Um grande número das mulheres em idade economicamente
activa estão na situação de domésticas, que, para além de tratarem dos afazeres domésticos também vão
à "machamba", obtendo, assim, um apoio alimentar para o consumo da família.

No que concerne aos principais ramos de actividade em que se enquadra a população economicamente
activa na Cidade da Beira, segundo dados actualizados pelo INE em 2012, 31% dos indivíduos

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

dedicavam-se à actividade comercial, seguindo-se a agricultura e pescas e em 3º lugar as indústrias


manufactureiras.

Os serviços ocupavam 21% da população. É nas zonas urbanas que se concentram a maior parte das
empresas que prestam serviços bem como os organismos do Estado e das autarquias locais.

Importante salientar que a actividade de construção apenas ocupava 6% da população, demonstrando


ainda um pouco expressivo desenvolvimento urbano da cidade, o que é atestado pelo elevado número de
edifícios degradados e pelas más condições das vias.

Figura 53 - Distribuição da totalidade da população activa por ramos de actividade


na Cidade da Beira (INE, 2012).

Figura 54 - Principais actividades económicas exercidas por sexo (assinalado a azul


Homem e a castanho Mulher) na Cidade da Beira (INE, 2012)
Analisando a distribuição da população activa por ramo de actividade e por sexo, verifica-se que as
mulheres estão essencialmente ligadas às actividades agrícolas e da pesca, representando 75% da força
de trabalho que se dedica a essas actividades.

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A segunda actividade onde a mulher tem também um envolvimento significativo é a do comércio. No ramo
dos outros serviços, há também uma participação feminina de 30%, sendo que nesta categoria se engloba
a educação e também a actividade do trabalho doméstico.

As características aqui apresentadas da distribuição da mão-de-obra feminina por ramo de actividade têm
ligação directa com a maior vulnerabilidade da mulher em termos económicos relativamente aos homens,
o que tem também como base a sua maior desqualificação e o mais baixo nível de escolarização.

Aliás, é sabido que à medida que o nível de educação dos indivíduos vai aumentando menor é a sua
participação no sector da agricultura. E pelo contrário, a participação nos outros ramos de actividade vai
aumentando com o nível de escolaridade.

7.3.6.1 Rendimentos e Bens da família


As condições económicas das famílias constituem um instrumento de análise essencial para a avaliação
dos seus níveis de vida. No entanto, para além dos rendimentos, outras medidas existem que servem para
definir em que estádio de desenvolvimento se encontra uma população no que concerne ao conjunto de
oportunidades que tem para melhorar a sua vida, nas suas múltiplas dimensões.

As Nações Unidas, no Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2000, introduziu um conceito de


Desenvolvimento Humano, no qual estabeleceu que esse vai além do rendimento e do crescimento
económico englobando as potencialidades e capacidades da população.

Nestas circunstâncias, a caracterização dos níveis de vida das pessoas passou a ser visto em 2
perspectivas diferentes: a primeira relacionada com o nível dos rendimentos, que se refere, para a
caracterização da pobreza, da impossibilidade de satisfação das necessidades básicas por falta de
dinheiro, e a segunda designada “pobreza humana”, relacionada com a falta de acessibilidade a infra-
estruturas sociais tais como água potável, educação e cuidados de saúde.

A multidimensionalidade da pobreza e o conceito de extrema pobreza gerou o instrumento de avaliação


designado por “linha da pobreza,” através da qual se avalia quais os indivíduos que estão em risco de
sobrevivência por não terem o suficiente para prover as suas necessidades básicas.

Na Província de Sofala, em termos globais, a despesa média mensal dos agregados familiares, de acordo
com o IOF-Inquérito aos Orçamentos Familiares 2008/2009, publicado pelo INE em 2011, era de 3230 MT
mensais por agregado, sendo 650 MT "per capita". Na área urbana da Beira, esse valor era de 3680 MT
mensais, sendo 694 MT o valor "per capita".

Ainda de acordo com o mesmo documento, entre 2003 e 2008, a única Província do País que teve uma
descida de nível do valor das despesas dos agregados familiares em relação à média nacional foi
precisamente a Província de Sofala.

7.3.7 Aspectos do Sector Agrário

O sector agrário em Moçambique é constituído essencialmente pelo sector familiar, que pratica uma
agricultura de subsistência, a qual depende principalmente das chuvas.

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Relativamente à Beira a análise da população e ocupação da terra na sua vertente agrícola não é alheia à
própria natureza da evolução da população da Beira. A estimativa da população em 2007 indicava uma
população de 436 240 habitantes, a maioria dos quais a viver em bairros suburbanos.

A agricultura juntamente com a criação animal, inserem-se no conjunto de actividades económicas que
suportam uma parte significativa da população da Beira. Uma parte importante da população, pratica
agricultura de forma informal e mais numa perspectiva de sustentabilidade agregada a outras fontes de
rendimento como suporte para o rendimento familiar. Toda esta população que abrange a malha urbana e
peri-urbana da cidade caracteriza-se por enormes carências em termos de segurança alimentar básica.

Saliente-se que quando nos referimos a agricultura praticada nos arredores da cidade da Beira, referimo-
nos a um conjunto de práticas com uma dimensão reduzida, caracterizada por baixo investimento e
reduzida utilização de insumos agrícolas. Daí que a procura de terras com aptidão agrícola seja
confrontada diariamente com a necessidade de expansão da área urbanizada, mercê do aumento
populacional verificado nos últimos anos.

Acresce o facto de não existirem de todo infra-estruturas essenciais de suporte à actividade agrícola, por
exemplo, rede eléctrica, canais de irrigação ou uma malha de caminhos agrícolas. De facto, exceptuando
a zona da Chota outrora ocupada com extensos arrozais e que possui com espinha dorsal um acesso
rodoviário, mas que é actualmente confrontada com um crescendo em termos de ocupação habitacional,
as restantes áreas com potencial agrícola, nomeadamente a zona da Maraza não possuem acessos ou
caminhos agrícolas, muito menos distribuição eléctrica.

Figura 55 – Áreas Agrícolas na Cidade da Beira.

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Em termos de produção agrícola propriamente dita, as principais culturas que se identificam na área da
cidade da Beira são o arroz (uma das bases da alimentação e com uma preponderância em termos de
terrenos na áreas da bacia da Maraza. A pequena produção de produtos hortícolas e tubérculos (tomate,
mandioca, couves, batatas, feijão) e frutos (banana, citrinos, amendoim, caju). De salientar que parte
significativa dos produtos que são comercializados no mercado da Beira são oriundos de outros distritos
na periferia da cidade da Beira. A natureza alagadiça destes solos (mais evidente na Maraza),
condicionado pela própria orografia da bacia, condiciona a diversificação cultural dos terrenos aráveis, daí
que a cultura do arroz, praticado em pequenas machambas seja dominante na zona. De salientar que na
cintura que envolve e delimita a bacia encontramos cortinas de árvores de fruto (normalmente bananeiras)
e pequenas hortas que rodeiam e caracterizam os assentamentos informais que caracterizam a paisagem
peri-urbana da cidade da Beira. Já a zona da Chota/Estoril, para além de alguns arrozais (na zona da
Chota), destaca-se o mosaico de machambas com policultura essencialmente hortícolas e pequenos
tubérculos, com produtividades muito limitadas devido à salinidade que os solos apresentam e à
proximidade da toalha freática que condiciona sobremaneira a drenagem interna dos solos.

7.3.8 Aspectos Habitacionais

A habitação é uma das necessidades básicas em todas as sociedades. As características físicas das
habitações em termos de material de construção e acesso a serviços básicos bem como a área interna
disponível para todos os elementos que constituem o agregado familiar são indicadores de referência para
a avaliação da qualidade de vida das famílias bem como do grau de desenvolvimento sócio-económico
global.

O Relatório sobre as Estatísticas Distritais da Cidade da Beira publicado pelo INE, em 2013, apresenta os
dados sobre as características da habitação na Cidade da Beira:

- Das 94 804 habitações existentes, 56% têm como material de construção das paredes: blocos de
cimento (49%) e blocos de tijolo (7%);
- As restantes 44% são de material pouco duradouro em que o que predomina são os paus
maticados (33%) e de materiais mais precários como sejam a lata, cartão, caniço e madeira
(10%);
- O tipo de cobertura das casas é, em 59% dos casos, de chapas de zinco e 20% de chapas de
lusalite.10% têm cobertura de capim/colmo e palmeira. São as habitações das famílias mais
pobres. Muitas delas localizadas junto às margens dos Canais de Drenagem;
- O pavimento das habitações é de cimento na sua esmagadora maioria (71%). Em materiais mais
nobres como sejam o parquet, o mármore e o mosaico ou tijoleira apenas existem 9% de
habitações. Sendo que 20% das habitações são pavimentadas em adobe (12%) e em terra batida
(8%).

No seu conjunto, a situação do parque habitacional da cidade apresenta uma grande diversidade à medida
que se vai percorrendo o seu território. Do centro para as periferias encontram-se grandes diferenças na
qualidade e tipo de construção das habitações, sendo que nas zonas actualmente em desenvolvimento

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onde existem planos de urbanização já é possível observar a existência de habitações construídas (e em


construção) com materiais de boa qualidade.

Os bairros com habitações de maior dimensão localizam-se no Bairro da Maraza, uma zona da cidade
relativamente afastada do centro e em que ainda existe bastante espaço livre.

No bairro do Esturro a situação é precisamente o inverso. Sendo uma área totalmente ocupada, a área
das habitações reflecte precisamente esse facto.

A Munhava que era, até 1997, o bairro mais populoso da cidade e que agora se encontra em 2º lugar em
2
termos de população apresenta também uma área habitacional média bastante reduzida: 52 m .

Reportando-nos ao Quadro 12 que apresenta as densidades populacionais dos diversos bairros afectados
pelo Projecto, verifica-se que o Bairro do Esturro (com a área mais pequena das habitações) é o que tem
maior densidade populacional e o Bairro da Maraza, (com a maior área habitacional média) é o que tem a
mais baixa densidade habitacional.

Relativamente à dimensão dos espaços onde se encontram implantadas as habitações (talhões) a sua
2
área média, na globalidade dos bairros, é de 269 m .

Tal como no caso das áreas das habitações também existem diferenças significativas de valores máximo
2
e mínimo encontrados e de bairro para bairro: Esturro com a menor área média do talhão (205 m ) e
2 2
Maraza com a maior área média do talhão (308 m ). Sendo o valor mínimo do talhão de 54 m (no Bairro
2
do Esturro) e 1040 m o valor máximo (no Bairro Chipangara). São, contudo, situações únicas no contexto
do total do universo do estudo.

É importante observar que nas áreas em que o município está elaborar planos de ordenamento, o talhão
2
tem a área de 600 m e atendendo à nova legislação sobre o reassentamento de populações, publicada
2
em Agosto de 2012, as áreas mínimas de habitação nova estão definidas com o valor de 70 m .

Estas novas características urbanísticas irão propiciar um melhoramento no "modus vivendi" da população
e uma organização espacial mais equilibrada.

7.3.9 Situação do Abastecimento de Água, Energia Eléctrica, Saneamento e


Saúde

7.3.9.1 Abastecimento de Água


O tipo de acesso à fonte de água potável é um
dos indicadores mais importantes para análise
dos níveis de saúde de uma população.

Na Cidade da Beira, em 2007, 53% da população


abastecia-se de água da rede pública enquanto Fontanário de abastecimento
público equipado com "bomba
que 47% de água não canalizada manual" (Bairro de Inhamizua)

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NÃO É CANALIZADA 44.268 47%

ÁGUA CANALIZADA 50.536 53%

Total 94.804 100%

0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000

Agregados Percent

Figura 56 – Distribuição da população de acordo com acesso à rede pública de


água.
Considerando o universo da população que tem acesso a água canalizada, somente 22% tem água dentro
de casa estando o restante com torneira no quintal.

Agua Canalizada

22%

78%
dentro da casa
fora de casa

Figura 57 – Distribuição da população de acordo com o local de acesso à água


canalizada.
Se considerar-se, finalmente os que tem acesso a água não canalizada verifica-se que 61% da população
tem acesso a água potável (fontenários e poço com bombas).

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Água não Canalizada


60 52
50
40 36
30
20 9
10 1 2
0
fontenário poço/furo poço sem outros
protegido c/ bomba rio/lago/lagoa
bomba manual

Figura 58 - Distribuição da população de acordo com o local de acesso à água não


canalizada.
Nos últimos anos, a situação do abastecimento de água à população urbana da Cidade da Beira tem
evoluído favoravelmente.

De acordo com a Direcção do FIPAG local praticamente todos os bairros da cidade se encontram cobertos
pela rede, embora nalguns a cobertura seja apenas de 50%.

As zonas de expansão da cidade como Nhangau ainda não possuem cobertura do FIPAG. Contudo, está
previsto a breve trecho um Projecto de Expansão da rede com a extensão de
110 km para reforço do abastecimento de alguns bairros da cidade onde se tem verificado um grande
crescimento populacional, como é o caso de Macurungo e Chota/Estoril. Irão também ser abrangidos os
Bairros da Manga, Mungassa, Estoril, parte da Ponta Gêa e um reforço na zona do Macúti.

Os Bairros actualmente com menor cobertura são o de Maraza; Munhava (onde subsistem muitas ligações
clandestinas fruto do grande desordenamento da implantação das casas e da falta de arruamentos que se
verifica naquele espaço urbano), Macurungo e Chipangara.

É importante realçar que a situação do abastecimento de água teve grandes melhorias não só fruto da
expansão da rede que tem vindo a ser feita mas pela política levada a cabo pelo FIPAG local promovendo
formas de pagamento a prestações para a montagem de contadores, o que facilita o acesso à água
canalizada dentro de casa ou no quintal, pelas famílias com menores recursos financeiros.

7.3.9.2 Abastecimento de Energia Eléctrica


O acesso às fontes de emergia eléctrica para iluminação na Cidade da Beira é ainda precário. De acordo
com o III Recenseamento Geral da População e Habitação (2007), menos de metade da população (37%
das famílias) tem acesso a energia eléctrica.

A principal fonte de iluminação na maior parte das habitações (59%) era o petróleo/parafina ou querosene.

Somente 3% usavam velas, enquanto o uso de baterias e lenha apenas era usado por 0,8% de famílias.

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O abastecimento de energia eléctrica aumentou significativamente nos últimos anos, principalmente nas
zonas urbanas do país, embora ainda hajam grandes problemas técnicos na manutenção continuada do
fornecimento.

A Direcção dos Serviços da Electricidade de Moçambique na Cidade da Beira afirma que todos os Bairros
da Cidade se encontram já electrificados, embora tenha que haver uma adaptação técnica anual às novas
necessidades que vão surgindo em termos de aumento de utilizadores, especificamente nas novas áreas
de expansão urbana, daí que, neste momento, a estratégia da empresa se centra no aumento da
qualidade do serviço prestado e não na extensão da rede.

Fontes de Energia

OUTRAS
LENHA
BATERIAS
VELAS
PETRÓLEO / PARAFINA / QUEROSENE
GÁS
GERADOR / PLACA SOLAR
ELECTRICIDADE
ENERGIA - Total
0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 100.000

PETRÓLEO /
GERADOR /
ENERGIA - Total ELECTRICIDADE GÁS PARAFINA / VELAS BATERIAS LENHA OUTRAS
PLACA SOLAR
QUEROSENE
Percentagem 100% 37% 0% 0% 59% 3% 0% 0% 0%
Familias 94.203 35.218 186 63 55.156 2.897 92 396 195

Percentagem Familias

Figura 59 – Distribuição dos Agregados Familiares de acordo com a principal fonte


de iluminação das suas habitações.
7.3.9.3 Situação do Saneamento
As necessidades fisiológicas obrigam, a necessidade de eliminação diária dos excrementos, material fecal,
colocando desafios de ligados às práticas de eliminação de excretas.

Dados do Censo de 2007, indicam que na Beira, um grande número de famílias (30%) não possuíam
qualquer sistema de saneamento de "excreta"; 21% possuíam uma Latrina Tradicional; 33% uma Latrina
Melhorada e apenas 17% uma retrete ligada a fossa séptica, o que correspondente a população residente
nos bairros de "cimento".

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Saneamento

17%
30%

14% 33%
7%

RETRETE LIGADA A FOSSA SEPTICA LATRINA MELHORADA LATRINA TRADICIONAL MELHORADA


LATRINA NAO MELHORADA NÃO TEM RETRETE/LATRINA

Figura 60 – Distribuição da população de acordo com o sistema de saneamento que


possuem.
Para a solução dos problemas de saneamento, têm de ser considerados não apenas problemas técnicos,
mas também ambientais e humanos. A educação desempenha um papel essencial para que as
populações adoptem ou alterem as suas práticas e hábitos. Não existe uma solução técnica para todas as
situações, mas existe uma solução técnica que poderá ser adaptada ao local, aos recursos financeiros, à
habilidade e a concordância com a “Latrina Tradicional” em uso no local.

A existência de um sistema de saneamento seguro em áreas de grande densidade populacional é um


factor preponderante para a protecção das pessoas no que concerne ao contacto com "excreta" e vectores
propiciadores das doenças diarreicas. É comum na cidade da Beira a pratica de fecalismo a céu aberto,
cuja gravidade para a saúde pública aumenta pelo facto do lençol freático ser muito alto e as inundações
serem frequentes.

O Programa Nacional de Saneamento a Baixo Custo promoveu e construiu em diversas províncias através
de Projectos de Latrinas Melhoradas, vários tipos de latrinas. São aqui referidas somente as mais
disseminadas:

 Latrina Tipo S1: consiste em uma laje que uma família compra num estaleiro. Para construção, a
família abre uma cova e coloca a laje por cima da cova. Este tipo de latrina é recomendável para
os solos estáveis, sem facilidade de desabarem.
 Latrina tipo S2: para esta latrina, a família dirige-se a um estaleiro de latrinas melhoradas onde
adquire uma laje, 100 ou 80 blocos para lajes de 1,5 m e 1,2 m respectivamente, e mão-de-obra
para escavação e revestimento da fossa da latrina.

A latrina tipo S2 é recomendável para solos soltos, ou solos argilosos, solos com muita humidade.

 Latrina tipo S3: este tipo de latrinas é recomendável para terrenos com nível freático elevado e
de difícil escavação. Abre-se uma cova à profundidade possível, reveste-se a cova com blocos

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com 2 ou 3 fiadas de blocos acima do terreno, para aumentar a capacidade (volume) de


armazenamento de fezes.

Reconhecendo que existem dificuldades em utilizar este tipo de latrinas, em posição a acocora, isto é, sem
assento, por determinados grupos populacionais específicos, o PNSBC, iniciou em 1993 a produção por
encomenda de lajes com assento. Sendo assim, mulheres grávidas, idosos e deficientes físicos, poderão
encomendarem e/ adquirir lajes com assentos para construção das latrinas do tipo S1, S2 e S3 conforme o
tipo de terreno.

Foi igualmente experimentado, o uso de latrinas ecológicas, em zonas com elevado lençol freático, como é
o caso da Beira. Em Gura-Guara, distrito de Buzi em Moçambique no centro de reassentamento de
deslocados de Cheias 2000, levou à criação de latrinas ecológicas com dois compartimentos que são
usados um após o outro encher e os excretas secos podem serem retirados para dar lugar o ciclo seguinte
do uso do compartimento assim sucessivamente, a vida útil da latrina não depende da capacidade das
fossas mas do material de construção.

7.3.9.4 Saúde
A Organização Mundial de Saúde define o saneamento básico como "o controle de todos os fatores do
meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos negativos sobre o seu bem-estar físico,
mental ou social”. O saneamento básico tem como principal objetivo zelar pela saúde do ser humano,
tendo em conta que muitas doenças podem desenvolver-se quando há um saneamento precário. Assim,
as medidas de prevenção que visam promover a saúde do Homem, são as seguintes:

 Abastecimento de água;

 Manutenção do sistema de esgotos;

 Coleta, remoção e destino final do lixo;

 Drenagem de águas pluviais;

 Controle de insetos e roedores;

 Saneamento dos alimentos;

 Controle da poluição ambiental;

 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e de recreação;

 Saneamento aplicado ao planeamento do território.

As doenças infecciosas relacionadas com o Saneamento do Meio estão classificadas de acordo com o
ambiente em que são transmitidas.

Existem:

- A) Doenças infecciosas relacionadas com a água;

- B) Doenças infecciosas relacionadas com “excreta”;

- C) Doenças infecciosas relacionadas com o lixo.

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

A) Doenças infecciosas relacionadas com a água

Dos muitos usos que a água pode ter alguns estão relacionados, directa ou indirectamente, com a saúde
humana como a água para beber, para a higiene corporal, para a higiene do ambiente, preparação dos
alimentos, para a rega, etc. Na relação água/saúde influenciam tanto a qualidade quanto a quantidade
da água.

As doenças infecciosas relacionadas com a água podem ser causadas por agentes microbianos e
agentes químicos e de acordo com o mecanismo de transmissão destas doenças podem ser
classificadas em quatro grupos:
º
1 Grupo: Doenças cujos agentes infecciosos são transportados pela água e que são adquiridos pela
ingestão de água ou alimento contaminados por organismos patogénicos, como por exemplo:

- Cólera (agente etiológico: Vibrio cholerae);

- Febre tifóide (agente etiológico: Salmonella typhi sp);

- Disenteria bacteriana (agente etiológico: Shigella Spp, Escherichia coli e Salmonella sp.);

- Hepatite infecciosa ou Hepatite A (agente etiológico: VHA - Vírus da Hepatite A).


o
2 . Grupo: Doenças adquiridas pela escassez de água para a higiene. Estudos realizados sob a égide
da OMS-Organização Mundial de Saúde, em várias comunidades, comprovaram que a quantidade de
água é mais importante que a qualidade. Quando se aumentou o volume de água utilizado pela
comunidade na sua higiene pessoal verificou-se uma diminuição na incidência de certas doenças do
tracto intestinal. Contudo, quando se melhorou a qualidade da água a diminuição da incidência das
doenças não foi tão significativa.

A falta de água afecta directamente a higiene pessoal e doméstica propiciando principalmente a


disseminação de doenças tais como:

- Diarreias: responsáveis por grande parte da mortalidade infantil;

- Infecções de pele e olhos: sarnas, fungos de pele, tracoma (infecção nos olhos), etc.;

- Infecções do tracto respiratório;

- Infecções causadas por piolhos, como a febre tifo.

3º Grupo: Doenças adquiridas pelo contacto com água que contém hospedeiros aquáticos. São aqueles
em que o agente patogénico passa parte do seu ciclo de vida na água, num hospedeiro aquático. Um
exemplo clássico é a bilharziose em que, a água poluída com “excreta” contaminada, e na presença de
caracóis portadores de Schistosoma, transmitem ao homem por picada na pele o parasita da doença.

Para apanhar esta doença, é necessário que as pessoas doentes defequem nas proximidades de cursos
de água, lagoas, lagos, pântanos ou rios e nesses lugares haja caracóis onde os parasitas se
desenvolvem.

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Nos caracóis os parasitam se desenvolvem e algumas semanas depois, abandonam os caracóis,


passam a chamar-se cercárias. É nesta forma infecciosa que podem infectar o Homem através da pele,
quando ele entra nessas águas.

Uma vez dentro do corpo do Homem, o parasita aloja-se no aparelho urinário, onde crescem e
novamente põe ovos, que serão eliminados pela urina ou fezes, reiniciando o ciclo.

A presença do caracol é fundamental para a vida do Schistosoma, pois sem eles não se podem
desenvolver.

4º Grupo: Doenças transmitidas por insectos vectores relacionados com a água. São doenças
adquiridas através de picadas de insectos infectados que se reproduzem na água ou vivem perto de
reservatórios de água (águas estagnadas, por exemplo):

- Malária transmitida por mosquito fêmea do género Anopheles,

- Febre amarela e dengue (vírus) transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em
água limpa como por exemplo, dentro de latas de água que não estejam devidamente tapadas.

- Doença do sono provocada pelo tripanossoma brucei é transmitida pela mosca “tsetse” (Glossina
spp), também conhecida pela mosca do sono,

- Oncocercose (causa cegueira), transmitida pela mosca (Simulium) que põe ovos no leito de
ribeiras; riachos; valas

B) Doenças infecciosas relacionadas com “excreta”

São aquelas causadas por agentes patogénicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) existentes
em “excreta” humanos, normalmente nas fezes.

Muitas das doenças relacionadas com os “excreta” também estão relacionadas com a água. Podem ser
transmitidas de várias formas como, por exemplo:

- Contacto pessoa a pessoa. Ex.: Poliomielite, Hepatite A;

- Ingestão de alimentos e água contaminada com material fecal;

Ex.: Salmonelose, Cólera, Febre Tifóide, Tricocefalíase, etc.

- Penetração de excrementos existentes no solo através da planta dos pés.

Ex.: Áscaris lumbricoides, ancislotomíase (infecção também conhecida por “amarelão”), etc.

- Ingestão de carnes de boi e de porco contaminadas. Ex.: Taeníase.

- Transmissão através de insectos vectores que se reproduzem em locais onde há fezes expostas
ou águas altamente poluídas (fossas sépticas, latrinas, etc.) Ex.: Filariose, causada por vermes
nematóides do género Filária que se desenvolvem no organismo dos mosquitos transmissores que
pertencem ao género Culex. Estes mosquitos reproduzem-se em águas poluídas, lagos, mangais.
A presença desses mosquitos está associada a falta de sistemas de drenagem e a carência de
disposição adequada de esgotos.

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C) Doenças infecciosas relacionadas com o lixo

- Os resíduos sólidos (lixo) quando não são adequadamente dispostos, proporcionam a proliferação
de moscas, as quais são responsáveis pela transmissão de uma infinidade de doenças infecciosas
(amebíase, salmonelose, etc.) O lixo serve ainda como criadouro e esconderijo de ratos que
também são transmissores de doenças como: peste bubónica, leptospirose (transmitidas pela
urina do rato) e febres (devido a mordedura do rato). O lixo também favorece a proliferação de
mosquitos que se desenvolvem em água acumulada em latas e outros recipientes abertos
encontrados em monturos.

De acordo com os dados analisados pelo INE, em coordenação com o MISAU - Ministério da Saúde,
entre 2007-2008, publicados no "Inquérito Nacional sobre as Causas de Mortalidade em Moçambique",
tanto na área urbana como na rural, o HIV/SIDA e a malária figuravam como as principais causas de
morte para óbitos de 5 anos e mais.

Nas crianças com menos de 5 anos, a principal causa de morte era a malária, seguida do HIV/SIDA.

Na área urbana, a proporção de óbitos por HIV/SIDA, era de 38.0% e por malária de 18.0%, e na área
rural a proporção de mortes por HIV/SIDA era de 36% e por malária quase 20%.

As doenças relacionadas com as deficientes condições de saneamento do meio, como a malária,


constituíram a 2ª causa de doença e de morte nos bairros peri-urbanos da cidade.

É de salientar que, embora o número de casos de malária tenha decrescido entre 2012 e 2013, o número
de óbitos provocado pela doença aumentou, durante o mesmo período.

Quadro 14 – Principais Causas de Morte na Província de Sofala

Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 (11 meses)

Taxa de Nº Óbitos Taxa de letalidade Nº Taxa de Letalidade


Nº casos Óbitos Óbitos
letalidade (%) casos (%) casos (%)

Malária 67 716 22 32,5 69 297 32 46,2 61 021 37 60,6

Diarreia 36 041 4 11,1 35 445 3 8,5 24 209 1 4,1

Cólera 0 0 0,0 0 0 0,0 0 0 0,0

Fonte: Direcção Provincial de Saúde de Sofala (Dez/2013)

Um aspecto positivo significativo é a inexistência de casos de cólera nos últimos 3 anos, tanto na Cidade
da Beira como na Província de Sofala, o que se deve às melhores condições de abastecimento de água e
à maior cobertura do saneamento urbano.

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Fonte: Direcção Provincial de Saúde de Sofala (Dez/2013)

Figura 61 - Morbilidade das doenças relacionadas com o saneamento do meio


Bairros periurbanos Cidade da Beira (Anos 2011 a 2013).
No que concerne à taxa de letalidade8 por 100 mil habitantes, observou-se que a malária apresentou uma
taxa de letalidade superior às doenças diarreicas, sendo preocupante o facto de o nº de óbitos ter
praticamente duplicado entre 2011 e 2013

Figura 62 - Comportamento da taxa de letalidade por 100 000 habitantes das principais
doenças relacionadas com o saneamento do meio Bairros da Cidade da Beira.

8
Taxa de Letalidade - Proporção entre o número de mortes por uma doença e o número total de doentes que sofrem dessa doença,
ao longo de um determinado período de tempo. É geralmente expressa em percentagem.

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Tal como apresentado anteriormente, a malária constitui uma doença cujas causas muito têm a ver com a
existência de águas estagnadas perto de áreas residenciais.

Importante dar a conhecer quais os problemas ambientais relacionados com o comércio informal da
cidade da Beira, de acordo com o Relatório disponibilizado pela Direcção Provincial de Saúde de Sofala,
em Dezembro de 2013:

- Grande concentração de lixo na maioria dos mercados e nos postos de venda de produtos
alimentares;
- Estagnação de águas mesmo nos mercados formais: No de Maquinino - Postos de venda de
Hortaliças e tomate;
- Deficiente higiene na confecção dos alimentos postos à venda;
- O lixo é depositado a céu aberto.

7.3.9.5 Acesso aos Serviços de Saúde


Nas áreas periurbanas da cidade da Beira, as famílias têm fácil acesso ao hospital ou ao Centro de
Saúde.

Existe uma consciência alargada da comunidade em relação ao tratamento das doenças nas Unidades
Sanitárias.

As Unidades Sanitárias existentes em toda a Cidade da Beira são em número de 37, incluindo um Hospital
Central, localizado no Bairro do Macúti.

Da totalidade destas Unidades Sanitárias, apenas 15 se encontram registadas no Sistema Nacional de


Saúde e à disposição da população em geral.

As restantes (22) são privadas ou de utilização condicionada a determinados grupos profissionais.

Ex: Unidade Sanitária Cornelder de utilização dos funcionários dos CFM-Caminhos de Ferro de
Moçambique, e que se localiza no Porto da Beira.

Das Unidades Sanitárias usadas pela população da Beira, 13 correspondem à categoria de Centros de
9 10
Saúde , 1 a Posto de Saúde e 1 Hospital Central, para onde são encaminhados os casos que não têm
solução clínica nos Centros de Saúde e que se situam nas imediações do Hospital Central.

Em 2012, foi criado um Centro de Saúde no Esturro, tendo por base o Posto de Saúde anteriormente
existente no mesmo local, mas que funciona em moldes privados, o que não permite o acesso à
população com menores recursos económicos.

9
In: Diploma Ministerial 127/2002, de 31 de Julho do Ministério da Saúde - Cap. I - Artº I - ponto 3. "Centros de Saúde são Unidades
Sanitárias de Nível Primário, que têm como função dispensar Cuidados de Saúde Primários à população da sua Área de Saúde,
incluindo intervenções sobre o Meio Ambiente."
10
Tipo de Unidade Sanitária que, de acordo com o Normativo citado em Nota 5, deveria ter deixado de existir em 2007 e ser
transformado em Centro de Saúde.

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Conforme pode ser observado no Quadro abaixo, entre 2011 e 2013, as Unidades Sanitárias existentes
viram-se confrontadas, em termos globais, com um aumento de população abrangida de cerca de 12%,
mantendo, contudo, os mesmos meios técnicos e humanos, conforme informação prestada pela Direcção
Provincial de Saúde de Sofala em Janeiro de 2014.

Quadro 15 – Unidades Sanitárias Existentes em Sofala por população abrangida.


Categoria da Unidade
Unidade Sanitária População abrangida
Sanitária
Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013

Ponta Gea 70370 70681 70959 Centro Saúde Tipo A11


Macurungo 55479 55724 55943 Centro Saúde Tipo A
Munhava 71097 71410 71691 Centro Saúde Tipo A
Chota 20022 20110 20189 Centro Saúde Tipo B12

Manga Mascarenha 47761 47972 48160 Centro Saúde Tipo A


Nhaconjo 48079 48291 48481 Centro Saúde Tipo A
Chingussura 44810 45008 45185 Centro Saúde Tipo B
Chamba 29919 30051 30169 Centro Saúde Tipo B
Cerâmica 14846 14911 14970 Centro Saúde Tipo C13
Nhangau 29147 29276 29391 Centro Saúde Tipo B
Matadouro 12394 12449 12498 Posto de Saúde
Marocanhe 10079 10123 10163 Centro Saúde Tipo C

Inhamudima S/dados S/dados S/dados S/dados

7.3.10 Apresentação do Resultado dos Inquéritos Efectuados

7.3.10.1 Introdução
Conforme referido anteriormente foram inquiridas 70 famílias, constituídas por 388 indivíduos.

As entrevistas às famílias decorreram num período de 6 dias ininterruptos, entre 15 e 22 de Janeiro de


2014. O modelo de inquérito utilizado encontra-se no Anexo 5.1.

Em média, cada entrevistador realizou 4 entrevistas/dia, tendo cada uma das entrevistas demorado entre
1 hora e 1 hora e 30 minutos. As entrevistas foram feitas sempre ou com o Chefe do agregado ou sua
esposa (quando o Chefe do agregado era um homem e se encontrava ausente).

Apresentam-se de seguida os resultados dos inquéritos realizados.

11
Centro de Saúde Urbano Tipo A - Serve população dentro da sua Zona de Influência Directa - 1 a 4 km de raio. Abrange entre 40
000 a 100 000 habitantes.
12
Centro de Saúde Urbano Tipo B - Serve população dentro da sua Zona de Influência Directa (2 a 4 km de raio). Abrange entre 18
000 a 48 000 habitantes
13
Centro de Saúde Urbano Tipo C - Serve população dentro da sua Zona de Influência Directa (4km ou mais de raio). Abrange entre
10 000 a 25 000 habitantes.

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7.3.10.2 Composição e características Demográficas da Família


No Corredor de Impacto dos 3 Canais de Drenagem (A2, A0 e A4), as famílias têm, em média, 6
elementos no seu agregado.

No seio das famílias, o sexo masculino tem maior representatividade do que o sexo feminino (como é
também o retracto demográfico da cidade da Beira). Cerca de 54% de homens com mais de 19 anos e
apenas 46% de mulheres, dentro da mesma faixa etária.

Quanto às crianças abaixo da idade escolar, portanto com menos de 5 anos, a percentagem em relação à
população total é de 9,5%. As que se situam acima dos 5 anos e até aos 18 anos representam 38%.

As pessoas acima dos 65 anos representam somente 2% do total.

Figura 63 - População residente na área de intervenção do Projecto.


Ao nível da liderança da família, 82% são homens e 18% mulheres.

As mulheres chefes de família, embora em número diminuto, constituem-se como um grupo que tem à sua
responsabilidade em todos os casos pelo menos 2 crianças.

O índice de dependência demográfica, relação entre a população em idade não activa (menores de 19
anos e idosos de 65 anos ou mais) e em idade activa (19-64 anos) é bastante alto - 94%, ou seja, 94
dependentes por cada 100 activos.

Este facto é muito desfavorável ao desenvolvimento e potência elevadas taxas de desemprego com a
consequente instabilidade económica.

No que concerne ao estado civil dos homens e mulheres adultos que fizeram parte do estudo, este indicia
a situação encontrada maioritariamente nas zonas urbanas do país.

O Estado Civil é a situação de uma pessoa em relação ao matrimónio e é uma condição sócio-
demográfica fundamental numa sociedade, por esta abranger aspectos: sociais, legais, biológicos,
religiosos e até mesmo económicos.

Assim, verifica-se que 56% vivem em união marital; 20% são solteiros; 10% são casados e 4%
separadas/viúvas.

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A prevalência da "relação-de-viver-junto" normalmente implica um grau mais baixo de compromisso entre


os esposos e também uma situação de pobreza e vulnerabilidade da estabilidade do agregado familiar
como unidade doméstica.

A informalidade laboral atinge 42% dos Chefes dos agregados, sendo a agricultura, a pesca e o comércio
as 3 principais actividades a que se dedica a população economicamente activa.

No que toca à análise dos rendimentos das famílias, estes dependem de diversos factores como seja o
tipo de actividade realizada, a sua importância no contexto da economia local e a forma continuada ou não
da realização desse trabalho.

Figura 64 - Pequena “horta” em redor da casa – Bairro Maraza


De uma forma geral, e tendo em conta que a maioria da população urbana dos bairros periféricos das
cidades ainda vive em "economia de subsistência", o que significa não ter uma remuneração fixa
atendendo ao facto de "trabalharem por conta própria" seja na agricultura ou no comércio, praticado de
modo informal, verifica-se que a estrutura da economia familiar da Cidade da Beira é periclitante. Este é
também o perfil da situação da população directa e indirectamente afectada pelo Projecto de Reabilitação
dos Canais de Drenagem que se socorre de pequenos trabalhos, vulgo biscates, do cultivo de alguns
produtos junto à casa, da ida à "machamba" e da prática do comércio de rua para conseguir sobreviver.

7.3.10.3 Caracterização Sociocultural da família


Nas famílias inquiridas verifica-se que, no concerne às línguas mais faladas pelo grupo de residentes 34%
comunica em português e simultaneamente em língua CiSena e 32% em Ndau e português.

Apenas 18% das famílias assumem que se expressam unicamente em língua portuguesa. Trata-se de
pessoas mais jovens que não conseguem expressar-se correctamente na língua materna atendendo ao
facto de terem frequentado o sistema escolar formal até um nível superior à educação básica (6ª classe) e
já viverem há muitos anos em meio urbano.

Poucos agregados falam exclusivamente a sua língua materna, quer esta seja CiSena ou Ndau. Existe
ainda a presença de alguns agregados que dominam a língua Chuabo, o que corresponde a agregados
cuja origem territorial é a Província da Zambézia.

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O reconhecimento das características do domínio linguístico é bastante importante quer no que concerne
à comunicação entre pessoas da mesma comunidade, mas também para a elaboração de acções de
sensibilização para as questões ambientais decorrentes dos trabalhos de reabilitação das valas de
drenagem assim como para a promoção de acções de formação dos potenciais trabalhadores nas fases
de construção e operação.

Em termos religiosos, a maior parte das famílias seguem os princípios do Cristianismo, embora
frequentando diferentes igrejas. Os muçulmanos residentes nos bairros periféricos são uma minoria, em
termos quantitativos, relativamente aos cristãos (90% de cristãos e 10% de muçulmanos).

Os dados aqui apresentados coincidem com os resultados apresentado no Relatório dos Indicadores
Sociais da Cidade da Beira publicado pelo INE, em 2012.

Verifica-se que a ligação a um tipo de culto religioso é também uma forma de associação em termos
sociais, pelo menos entre os grupos de crentes, que se reúnem amiúde e onde há a realização de eventos
onde todos participam.

Um aspecto cultural deveras importante para a avaliação da ligação das famílias ao seu habitat original,
designadamente dos mais velhos, tem a ver com a continuada prática de cerimónias tradicionais
associadas a diferentes temáticas do ciclo de vida da família, da sua espiritualidade e da sua ligação com
a natureza.

As comunidades dos bairros abrangidos pela reabilitação dos Canais de Drenagem não praticam
cerimónias tradicionais, na sua esmagadora maioria.

Os ritos de iniciação apenas são feitos por 2% das famílias inquiridas; os de agradecimento aos
antepassados por 3% e os ritos associados à agricultura não são praticados por nenhuma das famílias
inquiridas.

Esta factualidade demonstra que a população residente na área de estudo têm já interiorizado um estilo de
vida urbano, a que se associa o facto das dificuldades financeiras e da inexistência de condições físicas
(falta de espaço adequado) para a prática de um conjunto de rituais que, nas áreas rurais, se assumiam
como factores essenciais para a socialização e integração nos grupos de pertença e na comunidade
global.

7.3.10.4 Caracterização da Habitação


Nos bairros afectados pelo Projecto, mais especificamente na sua área de intervenção directa, junto aos
Canais de Drenagem, grande parte das habitações são ainda de materiais precários e em estado de
degradação acentuado, em muitas das situações.

As famílias inquiridas residem em habitações com as seguintes características:

- Em termos de posse, 81% vivem em casa própria e 19% em casa arrendada;


- Não existem situações de habitações emprestadas ou de subalugueres;

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- No que concerne ao terreno onde se encontram edificadas as habitações, não foi encontrada
nenhuma situação em que a família possuísse um DUAT (documento formal de Direito de Uso e
Aproveitamento da Terra), embora 75% considerasse viver em espaço próprio;
2
- Relativamente à área das habitações, a média global é de 62 m /habitação, embora se encontrem
grandes disparidades entre o valor máximo e mínimo e também de bairro para bairro.

Figura 65 - Média da área das habitações (m2) por bairro abrangido pelo Projecto.
2 2
O valor mínimo encontrado na dimensão das habitações foi de 12 m e a área máxima de 198 m . É de
salientar terem sido encontradas famílias com mais de 8 elementos vivendo em espaços entre os 20 e os
2
30 m , o que é, em todas as vertentes da vida humana, uma situação extremamente deficitária e
condicionadora do desenvolvimento saudável individual e familiar.

Ainda no contexto da caracterização da situação habitacional das famílias abrangidas pela 1ª Fase de
Intervenção do projecto, observa-se que 38% das habitações alvo do estudo são construídas em pau-a-
pique não maticado e 24% de paus maticados. Daqui resulta que 62% das paredes das habitações onde
vivem as famílias residentes na área de intervenção do Projecto são de natureza precária, havendo 24%
em que a situação é mesmo muito precária, degradando-se com facilidade e com poucas defesas em
relação às intempéries.

Figura 66 - Distribuição percentual dos materiais das paredes da habitação nos


Bairros abrangidos pela área intervenção do Projecto.

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Em caniço, apenas existem 3% e 35% já são construídas em blocos de cimento ou de tijolo, o que indicia
já algum cuidado (e também capacidade financeira) em possuir uma habitação mais duradoura.

Contudo, estes resultados estão bastante abaixo da média da cidade, como um todo pois trata-se
exclusivamente de áreas não urbanizadas e onde se concentra a maior proporção de população urbana
pobre.

Em relação à cobertura das habitações, grande parte destas são já cobertas com chapas de zinco, a
exemplo do que se passa na cidade como um todo.

Este material está muito disponível no mercado e apesar do seu custo muitas das famílias fazem um
esforço gradual e vão colocando as chapas de zinco à medida das suas possibilidades.

Face aos níveis de precipitação da cidade da Beira, este tipo de cobertura é de maior duração e não deixa
entrar água com facilidade.

Figura 67 - Distribuição percentual do tipo de material usado na cobertura das


habitações nos Bairros abrangidos pelas obras do Projecto.

7.3.10.5 Acesso a infra-estruturas Básicas (água; iluminação/energia; saneamento e


saúde)
7.3.10.5.1 Água

As áreas abrangidas pela 1.ª Fase do Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem apresentam-se
com condições de abastecimento de água à maioria da população residente, pelo menos durante 16
horas/dia.

Há, contudo, um problema que subsiste e que tem a ver com a qualidade da água à saída da torneira.
Ainda existe 10% de turvação que não é possível ser eliminada pelo FPAG atendendo ao facto de a
Estação de Tratamento existente precisar de ser ampliada e reformulada em alguns aspectos técnicos. No
entanto, a garantia da potabilidade da água é dada pelo CHAEM-Centro de Higiene Ambiental e Exames
Médicos, Órgão da Direcção Provincial de Saúde de Sofala que diariamente monitora os níveis de
turvação.

Em todas as unidades familiares inquiridas o abastecimento de água é feito por água da rede pública.

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Grande parte das famílias já tem abastecimento próprio, através do FIPAG, embora fora da habitação -
39%. Apenas 1% tem abastecimento de água dentro de casa e 38% compra a água aos vizinhos. A
percentagem dos que recorrem ao fontanário público é bastante baixa, comparando com os que já têm
água ou no espaço residencial ou em área contígua.

Figura 68 - Tipo de abastecimento de água da população residente na área de


influência da 1.ª Fase do Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem.
Verifica-se também, que os que "compram" a água aos vizinhos gastam mais dinheiro mensalmente do
que os que têm abastecimento próprio no quintal.

Praticamente todas as famílias pagam mais de 50 MT pela água que consomem quer seja esse valor pago
à semana ou ao mês. Do total, somente 2 famílias não pagam a água que consomem, sendo-lhes a água
oferecida pelos vizinhos tendo em conta a sua pobreza.

7.3.10.5.2 Iluminação/Energia Eléctrica

Nos Bairros-alvo do estudo, 62% das famílias têm electricidade na habitação pelo sistema Credilec e 14%
pelo Quadrelec, originando que 76% das famílias têm uma forma moderna de energia. Ambos os sistemas
permitem que haja acesso à electricidade, mas o Quadrelec pode ser instalado em habitações de material
precário enquanto o Credelec apenas pode ser utilizado em habitações construídas em blocos ou de
alvenaria.

Existem ainda 23% de famílias que usam o candeeiro a petróleo - método de iluminação que faz parte das
formas tradicionais de energia.

A maior percentagem das famílias que vivem nestas condições são as do Bairro Munhava Central. É
também importante referir que todas as famílias que não têm energia eléctrica na habitação também não
têm o seu próprio abastecimento de água: 69% delas compra água ao vizinho e as restantes (31%)
recolhem a água no fontanário.

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DA CIDADE DA BEIRA
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Figura 69 – Formas de iluminação doméstica das famílias residentes nos Bairros-


alvo do Projecto.
7.3.10.5.3 Saneamento

O resultado do inquérito realizado, nas áreas onde haverá a reabilitação dos Canais de Drenagem A0, A2
e A4, dá-nos a conhecer que, neste universo, 74% das famílias têm um sistema de saneamento embora
ainda subsista uma percentagem de 26% que não possui qualquer tipo de sistema (Figura 70).

Dos que possuem um sistema de saneamento, 72% têm uma Latrina Melhorada. A maioria com
respiradouro para libertar os maus cheiros para fora da instalação sanitária. Cerca de 21% têm uma
Latrina Melhorada ligada a uma fossa séptica e 7% têm uma retrete de despejo manual.

Não se observou a existência de nenhuma retrete de autoclismo ligada à rede de esgotos urbanos pois
todas estas áreas não se encontram urbanizadas, portanto sem dispõem das infra-estruturas existentes na
cidade convencional.

Nos bairros representados na amostra estudada, Chipangara e Esturro são os que apresentam maior
número de Latrinas Melhoradas. Este facto terá relação com o histórico do Programa Nacional de
Saneamento a Baixo Custo pois um dos Estaleiros de Construção de Latrinas Melhoradas localizava-se
em Munhava O Bairro de Chipangara situado próximo do centro da cidade e já com uma existência muito
antiga, teve, por isso, acesso facilitado à aquisição de latrinas melhoradas provenientes dos Estaleiros que
existiam na cidade da Beira, no tempo em que estes sistemas de saneamento tinham uma elevada
comparticipação no seu custo final por parte do Estado e dos doadores Internacionais.

Figura 70 - Situação da população residente nos Bairros - alvo da intervenção do


Projecto em termos de saneamento.

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Os problemas de drenagem existentes na cidade e o elevado nível freático dificultam a construção de


latrinas, sendo necessário conhecimentos técnicos e/ou capacidade financeira para a construção de
latrinas “in situ” que não desabem com rapidez e que não encham rapidamente. A latrina melhorada
simples – a mais acessível em termos de custo - não é adequada para a maior parte dos solos dos Bairros
abrangidos pelo projecto. A latrina melhorada completa, (com uma cova revestida de blocos) implica ser
elevada, em média, acima de 1, 20 m do solo para evitar que fique alagada facilmente, o que implica um
custo mais elevado.

Assim, escolha actual da maioria das pessoas nos Bairros abrangidos pelo projecto, recai, neste momento
na latrina de despejo manual com fossa isolada e respiradouro, sendo que esta escolha ainda não é
acessível, em termos financeiros, à maioria das famílias.

Figura 71 - Modelos dos sistemas de saneamento existentes nos Bairros - alvo do


Projecto.
Sendo que os que não têm sistema de saneamento (26% do total da amostra estudada, o que é bastante
expressivo) apresentam 3 razões distintas para não possuírem uma latrina em casa:

1º. Por não ter dinheiro para construir;


2º. Ter já tido uma Latrina mas que desabou pelo efeito da chuva;
3º. A área disponível do talhão não é suficiente para a construção de uma latrina ou qualquer outro
sistema de saneamento.

7.3.10.5.4 Saúde

A panorâmica dada para a situação global dos bairros da Cidade da Beira é, aproximadamente, a que se
pode encontrar nos bairros periféricos que se encontram na área de intervenção dos Canais de Drenagem
a reabilitar:
Do universo dos elementos que fazem parte das famílias inquiridas, 24 adultos e 22 crianças estiveram
doentes durante o ano de 2013 até à data do inquérito (22 de Janeiro de 2014).
Na Figura seguinte apresenta-se a percentagem da ocorrência de cada uma das doenças em relação ao
número total de adultos doentes.

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Figura 72 - Percentagem das doenças ocorridas em adultos/por indivíduo doente –


nos Bairros Alvo da Intervenção do Projecto.
Pela análise do gráfico anterior, podemos constatar que a malária foi a causa de doença de 46% dos 24
indivíduos adultos que estiveram doentes, sendo assim a doença que mais se verificou na população
inquirida, relativamente ao ano 2013. As doenças
diarreicas, embora tendo ocorrido apresentam uma
percentagem deveras insignificante face ao quadro da
morbilidade verificada (somente dois adultos).

As "outras doenças" repartem-se em problemas do


sistema circulatório; lombalgias; dores de cabeça.

A maior parte destes casos afectam mulheres.

No que concerne às crianças, as doenças diarreicas


encontram-se em 1º lugar no "ranking" das enfermidades
que as afectaram, quer na faixa etária abaixo dos 5 anos,
que na faixa etária seguinte: 5 -9 anos, durante o ano de Crianças brincando na lama - Bº Esturro
2013

Grande responsável pela mortalidade infantil (Figura


73), a diarreia tem causas directas no que se refere a
factores associados a dificuldades de abastecimento de
água por parte das famílias ou consumo de água
imprópria e à contaminação de alimentos por vectores,
como sejam as moscas.

- A malária afecta 27% dos casos em que as


famílias assinalaram ter havido crianças
doentes no seio da família, em 2013.
Bº Matacuane - área alagada junto a
- Na categoria das "outras doenças", as doenças residências atingindo também a fonte de
abastecimento de água potável da população
do foro respiratório têm prevalência.
- Não se registaram caso de cólera nem de

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bilharziose.

Foi o Bairro da Munhava Central que registou o maior número de casos de malária, tanto entre adultos
como em crianças.

Figura 73 - Doenças ocorridas em crianças. Estudo dos bairros-alvo da intervenção


do Projecto.
7.3.10.5.5 Acesso aos Serviços de Saúde

No âmbito do estudo levado a efeito, e que no fundo representa a situação da Cidade da Beira, atendendo
ao seu contexto urbano e à maior disponibilização de equipamentos sanitários do que em meio rural, as
pessoas afectadas por qualquer tipo de doença ou enfermidade, pertencendo aos agregados familiares
inquiridos, recorreram, em 89%, a um equipamento de Saúde: 38% ao Hospital Central da Beira e 51% a
um Centro de Saúde.

Tratamentos em casa foram levados a efeito por 8% de pessoas e o recurso ao curandeiro apenas por 3%
das pessoas.

Figura 74 - Locais a que as famílias recorreram para tratamento das doenças.


Estudo dos bairros-alvo da intervenção do Projecto.
A cobertura em cuidados de saúde primários da população residente nos bairros abrangidos pela 1ª Fase
de Intervenção do Projecto de Reabilitação dos Canais de Drenagem tem a seguinte configuração actual:

 Matacuane - Coberto por um Centro de Saúde (Hospital Militar)


 Chipangara - Não possui Centro de Saúde na sua área territorial. As pessoas deste Bairro
recorrem ao Centro de Saúde da Ponta Gea.

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Quem possuir condições económicas pode recorrer a um Centro de Saúde de natureza privada
(S. João Baptista).
 Maraza - Não possui Centro de Saúde na sua área territorial. As pessoas deste Bairro recorrem ao
Centro de Saúde da Munhava.
 Esturro - Coberto por um Centro de Saúde privado. A maioria da população recorre ao Centro de
Saúde existente em Matacuane (Hospital Militar).
 Munhava - Coberto por um Centro de Saúde, mas assiste, adicionalmente, a população da
Maraza.
 Macurungo - Coberto por um Centro de Saúde Tipo A.

7.3.10.6 Rendimentos e Bens da Família


Das 70 famílias entrevistadas nos bairros localizados na área de influência directa do Projecto:

- 40% afirmaram ter rendimentos mensais que não ultrapassam os 2 500 MT;
- 41% afirmaram ter rendimentos entre 2501 MT e os 5 000 MT;
- Apenas 19% dizem auferir rendimentos acima dos 5 000 MT.

Figura 75 - Distribuição percentual dos rendimentos mensais das famílias dos


Bairros - alvo das obras de reabilitação dos Canais de Drenagem.
Contabilizando estes resultados por bairros constatou-se que, na realidade, em termos sociológicos, estas
áreas de ocupação urbana não apresentam diferenças muito significativas entre populações. Apresentam
padrões de rendimentos e de consumos muito similares assim como tipos de ocupação profissional e
estilos de vida baseados nos mesmos pressupostos face às características do habitat onde vivem.

Há, contudo, a realçar que nos Bairros de Mananga e Maraza (2 bairros contíguos) 49% das famílias
entrevistadas apresentaram rendimentos mensais bastante baixos: entre 1000 a 2 500 MT.

As que dizem ter rendimentos acima de 5 000 MT, 60% pertencem ao Bairro de Chipangara. Esta
evidência poderá ter a ver com o facto de este bairro se situar mais perto do centro da cidade de
"cimento", havendo, por isso, maiores oportunidades de negócio e de realização de "biscates" para os
residentes.

Salienta-se que, embora o nível de receitas dos agregados familiares não caracterize automaticamente o
seu bem-estar, estas são um indicador do potencial do seu nível de vida.

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Nesse sentido, o valor monetário disponível por pessoa, dentro do agregado familiar, é um indicador
importante para avaliar não só as suas possibilidades de subsistência física mas também a que outra
natureza de bens poderá ter acesso.

Assim, apurou-se que o valor médio das receitas em dinheiro existente nas famílias da área de
intervenção do projecto é de 2 260 MT/mês, o que dá, por pessoa o valor de 376 MT.

A mediana dos rendimentos situa-se no intervalo entre 2100 - 2500 MT, o que significa o valor da receita
que divide a população em duas partes iguais: 50 % com receita abaixo do valor mediano e 50% acima do
valor mediano.

Em 2013, o intervalo do valor do salário mínimo em Moçambique situava-se entre 2500 MT para os
trabalhadores agrícolas e 6 817 MT para os trabalhadores dos serviços e actividades financeiras.

Como se depreende, 40% das famílias em análise apresentam um valor médio de rendimentos inferior ao
valor mais baixo do salário mínimo nacional, havendo pelo menos 18% que se encontram abaixo da "linha
da pobreza".
14
Atendendo a que a “cesta básica ” considerada essencial para que um individuo tenha uma alimentação
saudável, fundamental para a manutenção de um bom estado de saúde era calculada, em 2013, com o
valor de 7 700 MT/mensais para uma família de 5 pessoas, verifica-se que, para uma família média dos
bairros alvo do Projecto, o valor mínimo de rendimento para cada elemento de um agregado, (rendimento
"per capita") se deveria situar nos 1540 MT, o que implicaria que os agregados familiares tivessem, como
receitas mensais entre os 8000 - 9 000 MT, o que se encontra 76% abaixo da realidade encontrada.

Quanto às despesas das famílias, verificou-se uma grande dificuldade em que as pessoas dos agregados
familiares entrevistados conseguissem, de forma clara, indicar os tipos e valores das despesas realizadas
na unidade doméstica durante o mês anterior ao da realização do inquérito.

Em muitas situações, os valores apresentados ultrapassavam largamente o que tinha sido indicado como
rendimento, o que significa a inexistência de gestão orçamental das famílias o que poderá estar
correlacionado com os níveis de escolaridade destas. Foi mais difícil conseguir obter respostas "sensatas",
nesta matéria, por parte das pessoas analfabetas do que das que tinham algum nível de escolaridade.

A recolha de informação sobre as despesas das famílias é importante pois constitui o indicador que
reflecte de forma mais abrangente as suas condições de vida. É precisamente o nível de despesas que
nos permite avaliar o seu nível de bem-estar.

A posse de bens duráveis é também um indicador que reflecte de forma visível o nível de vida da
população. Assim, nos inquéritos realizados as famílias que habitam a envolvente da área de influência do
presente projecto, foi incluída uma questão em relação à posse de bens duráveis, sendo os resultados
apresentados no Quadro seguinte.

14
"Cesta básica" - Medida tomada pelo Governo de Moçambique, em 2010, no âmbito do Plano Quinquenal 2010-2014. É constituída
por: arroz; farinha de milho; óleo alimentar; peixe de segunda; feijão manteiga; açúcar e pão.

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Quadro 16 - Frequência dos bens que as famílias disseram possuir nos inquéritos
realizados
Bens da Família Frequência
Fogão a carvão 64
Televisão 43
Cadeiras 39
Cama 33
Geleira 20
Bicicleta 20
Rádio 17
Mobília de sala 16
Telefone móvel 15
Mesa 12
Motorizada 5
Fogão a gás 4
Carro 2
Fogão de lenha 1
Esteira 1
Máquina de costura 1

De acordo com os dados do inquérito efectuado, verifica-se que:

- O bem mais possuído é o fogão a carvão;


- O segundo bem mais possuído é a televisão;
- O telefone móvel já apresenta algum significado em termos do número de famílias que o
possuem;
- A bicicleta é o meio de transporte que a maior parte das famílias possui. Contudo, verifica-se
haver famílias com carro e motorizada;
- As famílias com menores rendimentos foram as que apresentaram possuir cadeiras e mesa como
bens principais.

7.3.10.7 Consumos da Família


Na área de intervenção do Projecto, os principais tipos das despesas indicadas pelos agregados que
fizeram parte da amostra, resultou nas principais constatações (Figura 76):

- Todas as famílias gastaram dinheiro com produtos alimentares e bebidas não alcoólicas - 100%;
- 97% das famílias tiveram gastos com habitação e despesas acessórias como água e electricidade.
Igual percentagem no que concerne a despesas com transportes;
- 96% das famílias tiveram gastos com comunicações (em quase todas as famílias há pelo menos
um telefone móvel);
- 81% das famílias tiveram gastos com saúde. Estas despesas incluem deslocações ao hospital;
compra de medicamentos mas também a consulta a médicos tradicionais;

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- 75% das famílias tiveram despesas com a educação dos seus educandos;
- Somente 66% das famílias gastaram dinheiro em vestuário e calçado;
- 62% das famílias afirmaram ter tido outro tipo de despesas, como seja: pagamento a vizinhos para
reparações da habitação e/outros pequenos serviços; compra de mobiliário, etc.

Figura 76 - Tipologia das despesas realizadas pelas famílias analisadas na área de


intervenção do Projecto
Relativamente aos valores gastos (Figura 77), na hierarquia das despesas encontra-se, em primeiro lugar,
a alimentação e bebidas não alcoólicas significando a principal despesa e a mais avultada para 85% das
famílias.

Em segundo lugar, posicionam-se as despesas com a habitação. Isto tem razão de ser nas zonas
urbanas, pois muitas das famílias pagam renda de casa e precisam de assegurar o pagamento dos
serviços de energia eléctrica e água e ainda compra de combustível. Nesta categoria de despesas 82%
das famílias pagam mensalmente entre 500 a 990 MT.

As comunicações e os transportes representam a 3ª e 4ª maiores despesas feita pelas famílias.


Correspondem a custos inerentes à vida na cidade; necessidade de deslocação para a realização das
suas actividades de rendimento, por exemplo e, no que concerne às comunicações, o telefone móvel já
representa, para grande parte das pessoas, um bem praticamente essencial.

As despesas com a educação que foram apontadas pelas famílias eram de abrangência quantitativa
alargada pois durante a realização do inquérito estava a ser preparado o início de um novo ano escolar
com todas as necessidades daí decorrentes.

Quanto aos valores despendidos, 81% dos Chefes dos Agregados familiares afirmou ter gasto até 500 MT
nos diversos itens necessários para a frequência escolar das crianças da família.

As despesas com vestuário e calçado encontram-se a par das despesas com educação, embora os
valores "per capita" nos gastos em roupa e calçado tenham sido de 60 MT.

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Figura 77 - Despesas mensais por agregado familiar segundo divisão das despesas
nos Bairros abrangidos pelo Projecto.

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8 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Um dos objectivos principais do presente projecto é o controlo das inundações provocadas pelos eventos
ordinários e excepcionais de pluviosidade e o reforço da resiliência da cidade da Beira aos efeitos das
alterações climáticas, que tendem a agravar-se e adquirir proporções de desastres, se não forem
melhorados os sistemas de drenagem da Cidade.

Uma cidade resiliente é capaz de se adaptar aos impactos das mudanças climáticas e desastres naturais,
reduzindo consideravelmente a magnitude e severidade das consequências económicas e sociais de tais
impactos.

8.1 AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NO CONTEXTO DE MOÇAMBIQUE

Moçambique é vulnerável às Mudanças Climáticas (MC) devido à sua localização geográfica na zona de
convergência inter-tropical e a jusante das bacias hidrográficas partilhadas, à sua longa costa e à
existência de extensas áreas com altitude abaixo do actual nível das águas do mar. Por outro lado,
contribuem para a sua vulnerabilidade e baixa capacidade de adaptação, entre outros factores, a pobreza,
os limitados investimentos em tecnologia avançada, e a fragilidade das infra-estruturas e serviços sociais
com destaque para a saúde e saneamento. No país as MC manifestam-se através de mudanças nos
padrões de temperatura e precipitação, aumento do nível da águas do mar e no aumento tanto em termos
de frequência e intensidade de eventos climáticos extremos tais como secas, cheias e ciclones tropicais
que afectam diferentes regiões do país todos os anos. As consequências incluem perda de vidas
humanas, de culturas agrícolas, animais domésticos e fauna bravia, destruição de infra-estruturas sociais
e económicas, aumento da dependência da ajuda internacional, aumento dos preços dos produtos
agrícolas e deterioração da saúde humana, degradação ambiental e perda de ecossistemas. As MC
representam assim um retrocesso nos esforços do Governo e seus parceiros no combate à pobreza e
persecução dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (in Estratégia Nacional de Mudanças
Climáticas (2013-1025), Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental).

Cenários climáticos desenvolvidos para Moçambique, aquando da preparação da Primeira Comunicação


Nacional (PCN), indicam que até 2075 poderá registar-se um aumento da temperatura média do ar entre
1,8 ºC a 3,2 ºC, redução da precipitação entre 2% a 9%, aumento da radiação solar entre 2% a 3% e
aumento da evapo-transpiração entre 9% a 13%. Estes resultados voltaram a ser confirmados com os
15
estudos realizados pelo INGC em 2009 .

Apesar de cenários serem pautados de algumas incertezas e os impactos exactos sejam difíceis de
determinar actualmente, a necessidade de adaptação dos Países às Mudanças Climáticas é já premente.

De acordo com o Índice de Risco Climático 2012 da ONG germânica Germanwatch, no continente
africano, Moçambique é, de longe, o país mais ameaçado pelas alterações climáticas. Desde há muito que
são reconhecidas as ameaças e riscos climáticos actuais e futuros que Moçambique enfrenta. A nível
mundial o país situa-se no décimo nono lugar dos países em risco.

15
INGC (2009): Estudo sobre o impacto das alterações climáticas no risco de calamidades em Moçambique. Relatório Síntese. Segunda Versão.

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As projecções do INGC (2009) antecipam que as MC em Moçambique se manifestem principalmente nos:

 Padrões de temperatura:
 da atmosfera - com aumento médio entre 1,5ºC a 3,0°C no período entre 2046 a 2065 e registo
de mais dias quentes e menos dias frios, com aumento da temperatura máxima e mínima;
 dos oceanos – com subida dos níveis médios e alteração na distribuição e disponibilidade dos
stocks pesqueiros e efeitos em ecossistemas marinhos (como sejam, por exemplo, os corais).
 Padrões de precipitação:
 com comportamento irregular das chuvas em termos de momento de início e término, carga
pluviométrica (fenómenos de precipitação intensa num curto espaço de tempo) e duração da
época chuvosa (estiagem), desfigurando as noções de “início oficial” e “real” da campanha
agrícola, podendo resultar em algumas regiões na diminuição dos rendimentos potenciais
actuais na ordem dos 25%;
 com crescente redução dos níveis de rendimento agrícolas potenciais até 20% nas principais
culturas que constituem para a base de segurança alimentar e condição para a melhoria dos
rendimentos per capita das famílias moçambicanas.
 Aumento da frequência e intensidade dos eventos extremos (secas, cheias e ciclones tropicais);
 persistência de situação de cheias extraordinárias em locais identificáveis do país e que se
podem referir como “locais” ou “zonas de risco”;
 ciclones e outros ventos fortes;
 secas prolongadas.
 Subida do nível das águas do mar: (15 cm, 30 cm e 45 cm como consequência da expansão térmica
e 15 cm, 110 cm e 415 cm como consequência da redução das calotas de gelo continental nos anos
2030, 2060 e 2100, respectivamente).
 identificadas zonas com potencial risco acrescido pela emergência de outros fenómenos naturais
adversos como a perda e erosão de áreas costeiras, intrusão de água salina, desertificação;
 redução das áreas disponíveis para a prática de agricultura nas zonas verdes ou baixas;
 muitos dos principais centros urbanos do País, incluindo Maputo, Beira e Quelimane, encontram-
se numa situação crítica em termos da vulnerabilidade (vidas humanas, propriedades, infra-
estruturas sociais, etc.) perante os efeitos das MC.

8.2 DESCRIÇÃO GERAL DA CIDADE DA BEIRA E IMPACTOS CLIMÁTICOS

A cidade da Beira, situada no centro do país, é a segunda maior cidade costeira de Moçambique, com
cerca de meio milhão de habitantes, irá ser afectada pela subida do nível dos oceano. Neste momento já
são visíveis os efeitos da erosão costeira nesta cidade.
Em parte, erros no planeamento urbano contribuíram para esta situação. Alguns quarteirões foram
construídos em mangais fato que afectou a protecção das plantas. Mas este problema é mais grave, já
que nesta cidade existem grandes problemas de drenagem. Apesar dos sistemas de escoamento que
foram implantados, o problema das cheias e das vazantes mantém-se. Parte das águas da cidade não é
escoada. Com as alterações climáticas, que aumentam as precipitações extremas e fazem crescer a
variabilidade, então torna-se mais difícil que essas águas sejam escoadas.

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A ampla planície aluvionar da cidade da Beira, que se estende atrás do cordão de dunas é uma terra plana
caracterizada por altitudes muito baixas. Na parte sul da planície, onde se desenvolveu a maioria parte da
infra-estrutura e habitações urbanas, mais de 85% da área encontra-se a uma altitude inferior à 5m, o que
é inferior ao nível das marés altas. A infra-estrutura e construções urbanas da cidade encontra-se
geralmente concentrada em cerca de 30% da zona da cidade onde a altitude média é superior à 4m.
Algumas das construções precárias porém encontram-se distribuídas em zonas onde a altitude média é
menor, em alguns casos bastante menor, o que as torna susceptíveis de inundação. O declive médio da
planície aluvionar é de menos de 1%, o que dificulta a drenagem natural das águas pluviais. Por isso,
sempre que ocorrem fortes precipitações ou durante períodos de maré alta acompanhadas de precipitação
moderada, o escoamento superficial torna-se deficiente devido à falta de declive o que faz com que
grande parte da cidade fique inundada. Esta situação, que se verifica quase todos os anos, tem como
consequência a paralisação durante algumas semanas da vida na cidade devido à inundação ou intrusão
de água do mar pelo rio ou canais de drenagem.
A corrente marítima que se desloca paralelamente à costa contribui para a ampliação das áreas de
inundação, tendo em conta o fraco declive da plataforma continental. Esta é muitas vezes responsável
pela destruição que se verifica nos cordões de dunas constituídos por dunas móveis de areia branca,
existindo o receio de que estes fenómenos sejam acentuados pelas alterações climáticas tal como estas
são antecipadas nos estudos do IPPC.

8.3 IMPACTOS DO PROJECTO SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Na análise da evolução de parâmetros de base no âmbito das alterações climáticas foram tidos por
referência, entre os diversos estudos existentes, os estudos oficiais publicados, nomeadamente o Estudo
“Impactos das Alterações Climáticas no Risco de Calamidades em Moçambique” conduzido de Maio de
2008 a Janeiro de 2009 pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

Face às propostas coligidas no documento de trabalho referido foram particularmente desenvolvidas


análises comportamentais referentes aos cenários resultantes das previsíveis alterações climáticas.

Nestes cenários foram consideradas as alterações espectáveis

 (1) ao nível médio da água do mar (NMM) e

 (2) ao nível das precipitações.

Tendo em consideração as propostas já apresentadas e as recomendações constantes em diversa


documentação técnica que foi consultada, no que respeita às precipitações e até ao horizonte de projecto
em análise de 25 anos, poderá vir a verificar-se um agravamento médio da ordem dos 18,5%.

Tendo igualmente em consideração as propostas concretas estabelecidas para a região em estudo, no


que respeita ao nível médio da água do mar e até ao mesmo horizonte de projecto, poderá vir a
apresentar um acréscimo da ordem os 13,5 cm. Este valor é compatível com o valor utilizado pela CES
nos seus estudos, de uma subida de 10 cm até 2030, e de 25 cm até ao ano 2050.

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 78 – Cenários de elevação do nível médio da água do mar devido às


alterações climáticas (BM, 2010)
A partir destes dados e das séries de referência anteriormente apresentadas foram geradas novas séries
sintéticas com que se pretende reflectir os agravamentos considerados para cada um dos parâmetros em
apreço. De salientar que ambos se afiguram pertinentemente críticos para o sistema de drenagem da
Cidade da Beira, quer de uma forma isolada, quer particularmente a sua interligação relativa.

Estes dados relativos às Alterações Climáticas (AC) foram introduzidos nos diferentes modelos
hidrodinâmicos utilizados, e a partir dos mesmos foram realizadas sistemáticas simulações
comportamentais.

Nas figuras seguintes apresenta-se a simulação da situação actual com alteração climáticas e a simulação
da situação futura após a implementação do projecto.

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Figura 79 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) à esquerda e 1ª Fase (T = 10


anos, com AC) à direita - Mancha de inundação gerada pelo extravasamento dos
canais.
Conforme se pode observar nas figuras anteriores a implementação do projecto irá permitir uma diminuição da área
inundada e como consequência uma melhoria da adaptação da cidade da Beira às alterações climáticas.

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9 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

9.1 INTRODUÇÃO

A análise que se segue tem como objectivo a identificação dos potenciais impactos que poderão surgir
durante a implementação do projecto "Estudo Prévio, Projecto de Execução, Gestão e Supervisão da Obra
da Reabilitação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira”, nas fases de construção e
operação. Este estudo inclui a análise dos impactos sobre o meio biofísico (Quadro 19) e o meio
socioeconómico.

9.2 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO

A avaliação dos impactos ambientais assenta sobre a comparação de cenários, nomeadamente o


existente antes da implementação do projecto (situação de referência) e o esperado em consequência da
implementação do mesmo. A avaliação de impactos é efectuada com base em técnicas apropriadas e
interactivas tomando em consideração a predição da intensidade, a significância, as medidas de mitigação
e os impactos residuais, isto é, os impactos após mitigação. Os critérios pré estabelecidos estão
apresentados no quadro seguinte.

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Quadro 17 - Critérios de avaliação dos potenciais impactos ambientais do projecto.

9.3 AVALIAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA

Para o presente EIA, foi adoptada a seguinte definição: "Um impacto é significativo se, isoladamente ou
em combinação com outros impactos, dever ser tido em conta no processo de tomada de decisão".

É geralmente aceite que a significância é uma função da magnitude do impacto (intensidade) e da


probabilidade de ocorrência do mesmo. É amplamente aceite que a magnitude do impacto (ou gravidade)
é uma função da extensão e duração do impacto.

Os critérios utilizados para determinar a significância estão resumidos no Quadro 18.

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Quadro 18 – Matriz de Classificação de Significância.

CLASSIFICAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA

Altamente
PROBABILIDADE Improvável Provável Definitiva
Provável

Pouco Pouco
Baixa Significativo Significativo
Significativo Significativo
INTENSIDADE

Pouco Muito
Media Significativo Significativo
Significativo Significativo

Muito Muito
Alta Significativo Significativo
Significativo Significativo

9.4 DEFINIÇÕES DE SIGNIFICÂNCIA

POUCO SIGNIFICATIVO

Um impacto pouco significativo ocorre quando um recurso ou receptor não serão afectados de forma
alguma por uma determinada actividade, ou o efeito previsto é considerado imperceptível ou é
indistinguível dos níveis naturais, ou quando o seu efeito será sentido, mas a sua intensidade é
suficientemente pequena e bem dentro dos padrões aceitáveis, e/ou o receptor é de baixa
sensibilidade/valor/vulnerabilidade/importância.

SIGNIFICATIVO

Um impacto significativo situa-se dentro dos limites e padrões aceites. A ênfase para impactos
significativos situa-se na demonstração de que o impacto foi reduzido para um nível que é tão baixo
quanto razoavelmente possível.

MUITO SIGNIFICATIVO

Um impacto muito significativo é aquele em que um limite ou padrão aceitável pode ser ultrapassado, ou
ocorrem em recursos/receptores altamente valorizados/sensíveis.

Um dos objectivos do processo de AIA é atingir uma posição em que o Projecto não tenha qualquer
impacto residual alto, e certamente não aqueles com duração a longo prazo ou extensão sobre uma
grande área.

Assim que a significância do impacto tenha sido determinada, é importante qualificar o grau de confiança
na avaliação. A confiança nas estimativas está associada a quaisquer incertezas, por exemplo, onde a
informação é insuficiente para avaliar o impacto. O grau de confiança pode ser expresso como Baixo,
Médio ou Alto.

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9.5 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS ACÇÕES GERADORAS DE IMPACTOS

Como referido nos capítulos anteriores, a Fase 1 deste projecto consiste na reabilitação de valas de
drenagem existentes e operacionais. Contudo, a manutenção das mesmas é deficitária ou inexistente,
provocando, em alguns casos, diminuição da eficiência no escoamento das águas, em geral, acumulação
de resíduos sólidos de vária natureza. Adicionalmente a falta de limpeza das valas permitiu o crescimento
de vegetação invasiva e o surgimento de espécies animais oportunistas. Assim, a avaliação dos impactos
das actividades da fase 1 deste projecto deve ser encarada na perspectiva de restituir a funcionalidade
das valas e a restituição da condição ideal das mesmas.

No Quadro seguinte apresentam-se as principais acções geradoras de efeitos ambientais sobre o meio
biofísico.

Quadro 19 – Identificação das Principais Acções Geradoras de Impactos


Fase do Projecto Acções Geradoras de Impactos Impacto Ambiental no Meio Biofísico

- Destruição de cobertura vegetal;


- Obstrução da rede de drenagem natural;
Construção Desmatação e limpeza dos canais
- Obstrução de acessos e/ou áreas de interesse
comunitário.

Limpeza do terreno, escavações nos


Construção/ passeios, e à execução de terraplenagens. - Poluição visual;
Operação A deposição inadequada dos resíduos de - Modificação do valor estético.
construção e doméstico na área do projecto.

- Alteração da qualidade das águas superficiais e


Construção subterrâneas devido à deposição de sedimentos nos
Produção de sedimentos cursos de água com consequente alteração das
comunidades aquáticas e comunidades
dependentes dos cursos de água
- Possível morte de espécies da fauna;
Alteração da qualidade de ar devido à
emissão de poeiras. - Alteração da composição das comunidades
faunísticas;
Construção Poluição do ar devido à emissão de fumos e
gases provenientes de veículos e maquinaria - Alteração da qualidade das águas superficiais com
de construção. consequente alteração das comunidades aquáticas
e comunidades dependentes dos cursos de água.

Produção de ruído, vibrações durante as


Construção escavações e movimentação de terras - Compactação e contaminação dos solos.
associadas às obras.

Poluição química ou orgânica dos solos - Contaminação dos solos, por deposição directa
devido ao derramamento acidental durante a despejos voluntários ou involuntários de detritos
Construção/Operação
construção (veículos, máquinas, sólidos e líquidos poluidores (óleos de
acampamentos e locais de construção) esvaziamento, hidrocarbonetos, produtos químicos).

- Potencial degradação da qualidade das águas nos


cursos locais;
Estabelecimento de estaleiros e parques de
Construção - Potencial contaminação das águas superficiais por
materiais.
derrames;
- Produção de ruído e vibração.

Melhoria da drenagem de águas pluviais de - Aumento de interacções entre humanos e animais


Operação forma mais segura e sustentável. nas residências.

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9.6 IMPACTOS NA FASE DE CONSTRUÇÃO

É importante começar por referir que o projecto consiste na reabilitação de valas de drenagem já
existentes e que visa fundamentalmente restabelecer a funcionalidade dos mesmos. Adicionalmente, o
projecto insere-se numa área urbana aonde o ecossistema foi profundamente alterado pela acção
antropogénica

Durante a fase de reabilitação e/ou construção do sistema de drenagem pluvial da cidade da Beira, está
prevista a remoção da cobertura vegetal que cobre o leito e margens das valas, e na área em estudo
serão afectadas: a área de influência directa constituída pelas valas de drenagem designadas por A0, A2,
e A4 e uma zona de retenção artificial (Bacia de Armazenamento da Maraza). Durante esta fase, a zona
de retenção natural não será afectada.

A remoção da vegetação poderá conduzir à perturbação ou à perda de habitats para a fauna local e
algumas espécies de flora que entretanto cresceram durante o período de inoperância das valas. No troço
da vala próximo ao mar (A0), o revestimento da vegetação típica do mangal e algumas espécies
associadas será retirado durante as obras, perturbando o habitat de algumas espécies de peixes,
camarão, moluscos e aves.

A movimentação da terra através de escavações, principalmente decorrente do funcionamento das


máquinas (escavadoras, gruas, britadeiras, compressores, etc.) e da movimentação de veículos pesados
envolvidos na construção das infra-estruturas, irão aumentar a compactação do solo, alterando os padrões
de infiltração das águas pluviais, em algumas secções das valas de drenagem. Em geral, ao longo de
todas as valas, as espécies de flora e de fauna predominantes são tolerantes às perturbações e não se
lhes reconhece valor de conservação excepcional. As poucas espécies de animais aqui existentes
poderão abandonar a área ou, sendo sésseis, poderão sofrer perturbações diversas.

Porém, os grupos generalistas, resilientes e adaptáveis à presença humana permanecerão e irão adaptar-
se às novas condições do local.

No presente capítulo pretende-se fazer a identificação dos potenciais impactos do projecto nas distintas
componentes, biofísica e socioeconómica e propor medidas de mitigação.

Os potenciais impactos negativos deste projecto acontecem durante a fase de reabilitação/construção das
valas de drenagem. Eles são na sua maioria reversíveis e de pequena dimensão e ocorrem quase todos
durante as obras apenas.

Os principais impactos associados ao empreendimento em estudo na fase de construção estão


relacionados com as seguintes actividades inerentes à realização do empreendimento ou por ele
induzidos:

 Remoção e deposição da vegetação, limpeza e modelação do terreno nas zonas de intervenção,


acessos, áreas para depósito de materiais sobrantes, estaleiros e acessos provisórios à obra;

 Remoção e deposição de lamas resultantes da limpeza das valas de drenagem e da escavação da


bacia da Maraza;

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 Realização de terraplenagens, com destruição do solo e potencial alteração do nível freático;

 Movimentação de maquinaria, veículos pesados e de pessoas nas zonas de intervenção;

 Aumento dos níveis de ruído;

 Emissão de poeiras pela circulação de veículos e remoção da vegetação.

9.6.1 Meio Biofísico

IMPACTOS NEGATIVOS:

1. Impactos resultantes da recolha, transporte e deposição dos materiais a remover dos canais (lixo,
lamas, solo resultante do reperfilamento dos canais, vegetação rasteira, outros resíduos, destroços de
construções removidas, etc.).

O longo período de operação das valas de drenagem sem manutenção, permitiu a acumulação de
materiais de diversa natureza nas valas e áreas adjacentes. Embora a limpeza e reperfilamento dos
canais per si, seja uma actividade importante e necessária, irá gerir, contudo, resíduos sólidos, na grande
maioria constituída por resíduos domésticos e lamas com alta carga orgânica. A gestão inadequada
desses materiais durante o processo de recolha, transporte
e deposição, poderá conduzir a uma potencial
contaminação do solo e das águas superficiais e
subterrâneas.

Um deficiente manuseamento dos materiais a remover dos


canais poderá representar também uma fonte de poluição
visual e até poderá causar um impacto negativo na saúde
dos trabalhadores bem como das populações na
envolvente. O impacto descrito anteriormente pode ser
minimizado com a escolha de um local adequado para o
armazenamento intermédio dos sedimentos escavados e
outros resíduos, até transporte para os locais de destino final (aterro sanitário e locais indicados pelo
Conselho Municipal da Beira no caso dos materiais retirados do canal A0, A2 e A4).

Tratando-se de resíduos domésticos eles serão preferencialmente depositados no aterro sanitário em uso
pelo Conselho Municipal da Cidade da Beira.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Definitiva
Extensão Na Área envolvente
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

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MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Implementar o Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (cujas


especificações técnicas gerais a observar durante a obra se encontram explanadas no Volume IV
do EIA);

 Selecção e preparação de um local adequado para o armazenamento intermédio dos sedimentos


escavados (protegidos da água, vento e interacção humana);

 Reduzir o tempo de armazenamento intermédio;

 Os materiais/resíduos resultantes da implementação do projecto deverão ser triados, depositados


segundo a sua tipologia e de acordo com a classificação de resíduos, prevista no Regulamento
sobre a Gestão de Resíduos (Decreto 13/2006):

 Os RCD (Resíduos de Construção e Demolição), considerando a grande procura de materiais de


aterro, ficarão temporariamente depositados no estaleiro do empreiteiro (madeiras, escombros
de betão e alvenaria para inertes, etc.);
 A água existente nos canais será desviada de modo a criar ensecadeiras provisórias por
secções nas zonas em intervenção;
 Os resíduos equiparados a RSU removidos dos canais serão conduzidos para o aterro sanitário
de RSU do CMB (Concelho Municipal da Beira);
 As lamas dos canais A0, A2 e A4, ficarão depositados no Local indicado na Figura 16. Após a
confirmação da sua conformidade no que respeita aos microorganismos patogénicos
(Salmonella spp. e Eschericia coli), o Conselho Municipal da Cidade da Beira poderá oferecer ou
vende-las aos Munícipes que necessitem de aterrar as suas parcelas;
 As terras sobrantes resultantes da escavação dos canais serão conduzidas a depósito (cujo local
se identifica na Figura 16). Após a confirmação da sua conformidade no que respeita aos
microorganismos patogénicos (Salmonella spp. e Eschericia coli), o Conselho Municipal da
Cidade da Beira poderá oferecer ou vender estes solos para os Munícipes que necessitem de
aterrar as suas parcelas;
 As terras sobrantes resultantes da escavação da bacia da Maraza serão conduzidas a depósito
(cujo local se identifica na Figura 16). O Conselho Municipal da Cidade da Beira poderá oferecer
ou vender estes solos para os Munícipes que necessitem de aterrar as suas parcelas;
 No caso em que subsista contaminação dos materiais depositados (com microorganismos
patogénicos - Salmonella spp. e Eschericia coli) e não se vislumbre que o problema possa ser
resolvido por via da compostagem os materiais devem ser transportados para depósito em local
adequado, nomeadamente para o depósito previsto para as lamas do Chiveve;
 As lamas do Canal A4 caso se comprove a sua contaminação por metais pesados e
hidrocarbonetos deverão ser encaminhadas para um operador licenciado que as deverá
conduzir a destino final apropriado.

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 Os veículos que serão usados para transportar materiais a remover dos canais nas vias públicas e
com potencial para emissões visíveis, deverão ser providos de cobertura adequada;

 Não se deve queimar, enterrar ou abandonar os


materiais a remover dos canais de forma indiscriminada.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

2. Aumento dos níveis de ruído e vibrações devido às


operações de construção.

As diversas acções características da fase de construção são


responsáveis pelo aumento de ruído, uma vez que implicam a
utilização de maquinaria pesada em operações de demolição,
escavação, terraplenagem e betonagem e a circulação de
veículos pesados para transporte de materiais e equipamentos,
e outros veículos ligeiros para deslocação de pessoas afectas à obra.

Durante a fase de construção verifica-se um incremento dos níveis sonoros contínuos e pontuais nas
zonas envolventes às áreas directamente afectas às obras e estaleiro, e ao longo dos caminhos de acesso
a utilizar.

Foram identificados como principais receptores de ruído na área adjacente ao local do projecto, algumas
casas junto aos canais de drenagem e algumas bancas de comércio informal (principalmente junto da vala
A2).

Os percursos que irão ser utilizadas pelos empreiteiros para o transporte de materiais dos locais de
compra até aos locais de reabilitação dos canais, os percursos de circulação de veículos/equipamentos a
utilizar no âmbito da obra, o local do estaleiro(s), irão depender de vários factores, pelo que não se
encontram, nesta fase definidos. Salienta-se no entanto que o presente REIA e o PGA já contém medidas
necessárias para assegurar a optimização das condições de instalação e funcionamento dos estaleiros em
termos ambientais, da optimização de percursos, e medidas a aplicar à manutenção de
veículos/equipamentos de obra. No entanto, na figura seguinte são identificados as estradas junto dos
canais a reabilitar, as zonas povoadas e os locais dos principais serviços públicos.

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Figura 80 - Localização das estradas junto dos canais a reabilitar, das zonas
povoadas e dos principais serviços públicos.
Assim, considera-se que os impactos poderão ser convenientemente mitigados pela aplicação de boas
práticas de gestão dos estaleiros e frentes de obra.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Implementar o Plano de Gestão Ambiental;

 Garantir que os trabalhos que possam gerar maiores níveis de ruído sejam realizados durante a luz
do dia;

 Controlo dos níveis de ruídos na obra (não mais de 80 dB(A) por mais de 8 horas);

 Efectuar a manutenção regular da maquinaria, veículos e equipamentos, de forma a garantir que


todas as máquinas estão em boas condições de funcionamento e a sua utilização não gera excesso
de ruído/vibração;

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 Informar as comunidades locais sobre o cronograma de actividades da obra;

 No caso de actividades potenciais geradoras de altos níveis de ruído e vibrações devem-se criar
mecanismos de alerta para os receptores sensíveis mais próximos;

 Fornecimento de equipamento supressor de ruído aos trabalhadores;

 Deverão ser adoptadas velocidades reduzidas nos acessos à obra, em particular no atravessamento
de zonas povoadas, de forma a minimizar a emissão de ruídos.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

3. Perda de Habitat
O projecto de reabilitação e/ou construção do sistema de drenagem
inicia-se com a limpeza que inclui a remoção de vegetação ao longo
das valas de drenagem, zona de retenção artificial e natural.

A cobertura vegetal ao longo das valas de drenagem é constituída


sobretudo por espécies comuns de capim. A fauna associada a esta
cobertura vegetal inclui na sua maioria espécies oportunistas sem
elevado valor ecológico, como é o caso de algumas espécies de
aves, roedores, anfíbios, peixes e répteis, em resposta aos longos
anos de degradação das valas.

As zonas de retenção apresentam sistemas de terras húmidas locais que propiciam a existência de uma
maior abundância de diversidade de fauna e flora local. Esses ecossistemas são de importantes para a
fauna e abrigam espécies originárias das áreas circundantes, tanto terrestres como aquáticas. As espécies
de fauna de potencial ocorrência compreendem peixes, répteis, anfíbios e aves, que no entanto, não
possuem qualquer estatuto de espécies protegidas.

Face à reduzida área a afectar, à reduzida importância florística da área e à escassez de habitats naturais
bem como de espécies animais com estatuto de conservação, consideram-se os impactos sobre as
comunidades vegetais e animais decorrentes da implementação do projecto, negativos mas pouco
significativos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Localizada
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Pouco Significativo

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4. Alteração da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas.


A construção de valas de drenagem, canais de escoamento das águas pluviais e da bacia da Maraza,
escavações, terraplanagens da obra são actividades que poderão afectar a rede de drenagem natural e
água próximas, podendo conduzir à modificação na drenagem natural, através da diminuição da qualidade
das águas superficiais e subterrâneas pelo despejo voluntário ou involuntário de detritos sólidos e líquidos
poluidores (óleos de esvaziamento, hidrocarbonetos, produtos químicos, etc.).

O potencial contacto das águas com hidrocarbonetos resultantes de combustíveis e lubrificantes


derramados pode afectar a qualidade das águas, levando a perda das suas propriedades e capacidade de
uso, assim com afectar os animais e plantas do ecossistema.

As acções de reabilitação dos canais, nomeadamente reperfilamento e limpeza dos canais, reconstrução
de passagens hidráulicas, reabilitação de pontes e pontões e construção da bacia da Maraza, irão
potenciar o aumento temporário dos sólidos em suspensão nos canais levando a um aumento da turvação
da água nos troços dos canais intervencionados potenciando o risco de poluição difusa nos troços
intervencionados. O aumento de sólidos transportados em suspensão pelas águas superficiais, por
arrastamento ao longo dos canais, durante a fase de construção, poderá ocasionalmente criar a
necessidade de proceder à limpeza e desobstrução de determinados troços.

O aumento da matéria orgânica retida na Bacia da Maraza poderá conduzir a alterações nas condições
químicas e físicas das águas (qualidade da água) – temperatura, oxigénio dissolvido, pH (por acidificação),
nutrientes (por eutrofização).

Refere-se ainda que durante a fase de construção, caso ocorram derrames acidentais, dependendo do
local e das quantidades derramadas, o risco de poluição poderá passar de pouco significativo a muito
significativo. No entanto, estes impactos estarão directamente dependentes do comportamento do
empreiteiro em obra, pelo que poderão ser evitados caso sejam tomadas as devidas medidas de boa
gestão ambiental em obra.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Pouco Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Se for impreterível que o abastecimento se faça no local da obra, proceder a colocação de


protectores (lonas) no solo;

 Ter sempre disponível no local equipamento de resposta a derrames;

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 Inspecção de máquinas envolvidas nas escavações e aterros em relação aos seus parâmetros
operacionais e níveis de combustível;

 Implementar acções de formação sobre a gestão de resíduos e procedimento de reabastecimento;

 O armazenamento dos materiais perigosos, produtos químicos, combustíveis, óleos e lubrificantes


deverá ser efectuado em áreas cobertas, pavimentadas e afastado das linhas de água e dos canais
de drenagem;

 Realizar acções de sensibilização ambiental dos trabalhadores e encarregados envolvidos na acção


das obras de modo a depositarem todos os resíduos nos locais que estarão disponíveis para tal;

 Para o lixo doméstico sólido, deverão ser colocados contentores para a recolha e posterior
transporte para o aterro sanitário municipal;

 O empreiteiro deverá estabelecer e implementar normas rigorosas e guias de instrução claros para
o devido armazenamento e localização de materiais perigosos na área do projecto, de acordo com a
legislação Moçambicana e internacional de gestão e armazenamento dos materiais perigosos;

 Não será permitida a descarga de água resultante da operação de esvaziamento das valas de
drenagem em qualquer corpo de água ou terras húmidas.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

5. Diminuição da qualidade do solo


Na fase de construção são várias as actividades que, potencialmente, originarão impactos ambientais
sobre o solo, nomeadamente as resultantes da ocupação do solo com as instalações provisórias de obra
(estaleiro e acessos de obra), da desmatação, limpeza e reperfilamento dos canais de drenagem, da
compactação dos terrenos nas zonas de movimentação e operação de máquinas e viaturas, da deposição
temporária de resíduos e da contaminação dos solos por eventuais descargas acidentais de betões, óleos
e combustíveis ou de outro tipo de contaminantes.

Como consequência destas acções, verifica-se uma perda integral ou gradual de solos. As zonas
ocupadas pelos estaleiros e depósito temporários de resíduos, corresponde a áreas afectadas
temporariamente pela execução da obra, serão no final da obra sujeitas à necessária recuperação,
envolvendo operações como descompactação do solo, de modo a readquirir as suas anteriores
potencialidades, minimizando o referido impacte negativo e nestes locais poderão ser retomados os usos
do solo.

O local de construção da bacia da Maraza encontra-se actualmente ocupado por machambas, pelo que irá
ocorrer uma perda permanente desses solos agrícolas (cerca de 22 ha). Salienta-se no entanto que a
envolvente ao local de construção da bacia apresenta características em tudo semelhantes às que irão ser
intervencionadas (em mais de 100 ha).

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Conforme referido, a ocorrência de derrames acidentais de óleos, combustíveis e produtos afins


decorrentes da utilização de máquinas e veículos afectos às obras, a rejeição de diversos tipos de
resíduos sólidos (embalagens de cartão, plásticos, metais e vidros) e efluentes domésticos responsáveis
por situações de poluição pontual do solo, que são impactos directamente dependentes do
comportamento do empreiteiro e respectivos trabalhadores em obra.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Dimensão adequada dos locais de depósito temporário dos resíduos;

 Ter sempre disponível no local equipamento de resposta a derrames;

 Restringir o reabastecimento de máquinas a áreas com superfície impermeáveis;

 Atribuição de novas áreas de cultivo aos detentores de machambas na área da bacia da Maraza.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

6. Criação de corpos de águas estagnadas em depressões resultantes de escavação, favoráveis à


reprodução de mosquitos.

Durante as actividades de escavação das novas


secções dos canais e da bacia da Maraza, poderão
surgir situações de ocorrência de água na base das
escavações que se não forem drenadas poderão
conduzir a situações de águas estagnadas, o que irá
potenciar a reprodução dos mosquitos que
transmitem a malária.

Durante a fase de construção poderão surgir


situações de precipitação elevada, levando a uma
acumulação de água nos canais que estão a ser
intervencionados.

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 A água existente nos canais será desviada de modo a criar ensecadeiras provisórias por secções
nas zonas em intervenção;

 O fundo da escavação deve ser mantido livre de água por intermédio de bombagem ou outro meio;

 As principais obras associadas à reabilitação dos canais deverão ser realizadas fora do período de
maior ocorrência de precipitação.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

7. Impactos na qualidade do ar devido à emissão de poeiras, principalmente de veículos e maquinaria de


transporte e construção.

Durante a fase de construção poderão ocorrer alterações na qualidade do ar local decorrentes do aumento
da concentração de partículas na atmosfera e da formação de poeiras, fundamentalmente devidas a
operações e circulação de veículos e máquinas nas áreas de construção e vias de acesso e a operações
de demolição, escavação e movimentação geral de
terras.

A quantificação e significância destes impactos


dependem de vários factores como o tipo de solo, o
vento, a humidade, a vegetação envolvente, a própria
velocidade e fluxo dos veículos, o correcto
acondicionamento dos materiais pulverulentos nos
camiões que os transportam, a frequência de aspersão
dos caminhos de acesso e a afectação da vegetação
envolvente.

Os principais poluentes a serem emitidos durante as


obras de construção são as partículas inaláveis (PM10)
e as partículas inaláveis finas (PM2.5), os quais poderão causar efeitos à saúde, tais como, irritação dos
olhos e da garganta, redução da resistência às infecções, doenças crónicas respiratórias e outros efeitos
relacionados com a redução da visibilidade.

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

As valas de drenagem são na sua maioria cobertas por capim e por espécies oportunistas, e são
circundadas por estradas pavimentadas e um pequeno troço é coberto por betão. As áreas de retenção
natural e artificial, são caracterizadas por áreas pantanosas e albergam uma diversidade razoável de
espécies de aves, anfíbios, répteis e peixes.

Alterações na qualidade de ar podem reduzir a produção vegetal e, por consequência, reduzir a


persistência das espécies de flora e fauna. Para o caso da fauna, a abundância de espécies de aves,
principalmente insectívoros poderá ser afectada devido à redução na quantidade de insectos adjacentes
às estradas que são uma importante fonte alimentar para as aves.

Os impactos sobre a qualidade do ar poderão ser minimizados pela implementação de medidas de modo a
reduzir as emissões de poeiras resultantes das actividades construtivas.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Implementar o Plano de Gestão Ambiental;

 Recomenda-se a aspersão diária de água no solo, nos locais que constituam os principais focos de
poeiras, de modo a minimizar a sua dispersão – para este efeito deve-se, contudo, racionalizar o
uso da água destinada a usos nobres. Recorrendo-se, de forma alternativa, ao reaproveitamento de
águas pluviais;

 Dever-se-á limitar a velocidade dos veículos até 20


km/h nos locais que constituam os principais focos
de poeiras;

 Os veículos que serão usados para transportar


materiais de construção nas vias públicas e com
potencial para emissões visíveis, deverão ser
providos de cobertura adequada ou, no caso de
transporte de areia, o material deverá ser
suficientemente humedecido;

 Proibir a queima de quaisquer resíduos no local;

 O solo superficial, subsolo e material resultante das escavações e terraplenagem, devem ser
adequadamente manejados para reduzir o risco de dispersão de poeiras pelo vento.

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Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

8. Compactação do solo, pisoteio e erosão.


Na fase de construção, para além da remoção da vegetação que ocorre, certos troços dos canais irão ser
reperfilados e intervencionados para além da área que actualmente ocupam, o que inclui o aterro do solo e
a sua consequente compactação.

A compactação do solo reduz a sua porosidade e permeabilidade, particularmente nas áreas de manobra
de maquinaria e veículos envolvidos na construção; reduz a capacidade de infiltração das águas pluviais,
conduzindo à alteração dos padrões naturais de escoamento e consequentemente, a erosão.

A fauna da área ao longo das valas de drenagem é caracterizada por uma baixa diversidade em relação à
área de retenção artificial, e inclui espécies de mobilidade maior e as sésseis com baixa mobilidade.
Durante a compactação do solo as espécies de maior mobilidade tendem facilmente a moverem-se para
áreas não afectadas, enquanto que as de mobilidade reduzida tendem a ficar presas no solo ou cobertas
por este. Deste modo, tanto a compactação do solo, pisoteio e erosão podem resultar na morte directa ou
indirecta da fauna por alteração das propriedades do solo. Por exemplo, na área da Bacia de
Armazenamento da Maraza o peixe Nothobranchius rachovii enterra-se no lodo durante a época seca ou
quando a água é escassa. Durante as escavações, ela poderá dar à superfície, aumentando assim a
probabilidade de morte por pisoteio. O Habitat natural desta espécie são as lagoas existentes nas áreas
húmidas utilizadas para o cultivo do arroz e ocorre entre os Rios Púnguè e Zambeze.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Pouco Significativo

9. Obstrução temporária de acessos e/ou áreas


de interesse comunitário.

Durante a fase de reabilitação dos canais, prevê-


se um aumento significativo do tráfego de
veículos pesados e maquinaria associada nas
vias de acesso à área do projecto. As vias de
acesso na envolvente dos canais de drenagem
são usadas por tráfego veículos ligeiros e
pesados, sendo comum também a circulação de
bicicletas e peões nestas vias.

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Os veículos pesados poderão obstruir temporariamente os acessos utilizados pelos comerciantes


impedindo a carga e descarga dos seus produtos nas bancas de comércio existentes na envolvente dos
canais de drenagem.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Os locais de obra deverão estar devidamente sinalizados tendo em consideração a segurança e a


minimização das perturbações na actividade das populações;

 Os camiões afectos às obras deverão estacionar de modo a não perturbar as actividades das
populações e a possibilitar o acesso destas às suas actividades comerciais ou às suas habitações;

 Os veículos afectos às obras deverão circular com os faróis de médios ligados, mesmo durante o
dia;

 Deverá ser divulgado o programa de execução das obras às populações interessadas na área
envolvente. A informação disponibilizada deve incluir o objectivo, a natureza, a localização da obra,
as principais acções a realizar, a calendarização e eventuais afectações à população,
designadamente a afectação das acessibilidades.

 Instalação de vedações provisórias em áreas específicas expostas à poluição, por exemplo nos
mercados locais.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

10. Perturbação do trânsito e segurança ferroviária pelas


máquinas e camiões da obra de reabilitação.

O canal A4 atravessa a linha de caminho-de-ferro pelo que os


trabalhos de limpeza, reconstrução e de beneficiação previstos
para este canal poderão causar interferências na circulação
ferroviária.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local

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Duração Curto-prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Os motoristas dos veículos afectos à obra deverão ter conhecimento do horário de circulação dos
comboios;

 Deverá ser disponibilizado o programa de execução das obras aos responsáveis pela circulação
ferroviária.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

9.6.2 Meio Socioeconómico

Como foi referido, as valas de drenagem foram construídas na década de 60. Nos últimos anos, foi feito
pouco trabalho de manutenção. Consequentemente, as populações que por diversas razões, incluindo a
guerra civil e a migração normal do campo para a Cidade, foram ocupando os terrenos adjacentes as
valas de drenagem. Neste espaço foram construídas habitações e seus anexos e infra-estruturas mais ou
menos precárias para o seu sustento. Assim, ao longo das valas de drenagem é possível encontrar
pequenos estaleiros de venda de material de construção tradicional, barracas e pequenos quiosques para
venda de produto de vária natureza incluindo comida. É comum, também, como aliás, de forma
generalizada na Cidade da Beira, encontrar latrinas á céu aberto neste mesmo espaço, que ladeia as
valas de drenagem.

Estas áreas, adjacentes as valas, servirão, nuns casos para a expansão das mesmas e noutros,
servitudes de construção e zona de operação das máquinas envolvidas na reabilitação da Fase 1 das
valas de drenagem. Assim, o Projecto de Reabilitação da Rede de Drenagem da Cidade da Beira, não
apresentam, em regra, impactos muito severos para as comunidades. Contudo, o irá requerer o
reassentamento de 21 famílias e a remoção ou translocação de algumas infra-estruturas de suporte de
negócio de 19 famílias que ai se estabeleceram. A construção da Bacia de Retenção da Maraza, a ser
implantada numa área sem habitações, a montante do Canal A2, ocupará 609 parcelas (vulgo
“machambas”), com uma dimensão média entre os 0,4 – 0,5 hectares, cultivadas por 489 pessoas,
maioritariamente mulheres.

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Foi preparado um Plano de Acção e Reassentamento independente do REIA com as principais etapas e
actividades do processo de reassentamento, aonde se prevê os impactos esperados do processo de
Reassentamento. No Anexo 6 foi incluída informação sobre o Reassentamento, nomeadamente, a
localização das infra-estruturas a reassentar, o local de reassentamento e a tipologia das novas infra-
estruturas.

As famílias abrangidas pelo projecto consideram o reassentamento como oportunidade de melhorar as


suas condições de habitação.

9.6.2.1 Aspectos Importantes a ter em Conta Face à Previsão de Impacto


Socioeconómicos e de Desigualdade do Género.
Grande parte da população das áreas peri-urbanas da cidade da Beira habita em casa própria, mas em
16
terreno sem título . Isto significa que a população potencialmente afectada pelo Projecto que ocupa áreas
tanto de cultivo como de implantação de estruturas de comércio ou habitação, principalmente nas áreas
contíguas das valas de drenagem não possui direito sobre o uso e aproveitamento da terra ou licença de
construção. A ocupação da terra por parte destas famílias é feita com base no direito costumeiro, em
alguns casos através da herança familiar. Este padrão de ocupação, é reconhecido pela Lei, pelo que a
ausência de títulos de uso e aproveitamento de terra (DUAT) não invalida os direitos adquiridos dos
residentes.

IMPACTOS NEGATIVOS

11. Impactos socioeconómicos pela perda de terra agrícola, perda de árvores e infra-estruturas
acessórias da habitação.

A reabilitação das valas de drenagem e a criação


da bacia da Maraza, conduzirá a perda de áreas
agrícolas (machambas) e de árvores.

Foram identificadas, 170 árvores de rendimento, 2


árvores de sombra e 7 espécies de plantas
hortícolas em 24 campos de cultivo, pertencentes
as 21 famílias afectadas pelo projecto.

Dado que o formato deste Projecto não prevê a


atribuição de compensações monetárias às PIA’s
e considerando-se como mais acertada a
estratégia de atribuição de bens de substituição, o empreiteiro em coordenação coma Direcção Provincial
de Agricultura de Sofala, fornecerão “mudas” de substituição.

16
Título – De acordo com a Lei de Terras (Lei 19/97, de 1 de Outubro, alterada pelo Decreto 66/98, de 1 de Outubro, e Decreto
1/2003

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Para esse efeito, os técnicos da Direcção Provincial de Agricultura estão a trabalhar com a área social do
Projecto, na verificação de todas as árvores que deverão ser abatidas, calcular o seu valor de acordo com
o “Compasso” (área ocupada); rendimento médio; anos de produção esperados.

Quanto às famílias que exploram parcelas de terreno (machambas) no local onde se prevê a construção
da bacia da Maraza, o Plano de Acção e Reassentamento prevê que serão compensadas por troca com
outras parcelas agrícolas que serão identificadas e acordadas entre as partes e o CMB. A identificação
das famílias que cultivam a área foi acompanhada pelas autoridades locais do Bairro e os técnicos
responsáveis pela implementação do Processo de Reassentamento. Ao todo será ocupada uma área de
22 hectares e serão afectadas 609 “machambas”, envolvendo 489 pessoas. Todos os utilizadores destas
“machambas” terão novas parcelas de terreno de cultivo atribuídas pelo CMB, a título de compensação,
nas zonas de Inhamizua e Mungassa.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Verifica-se que as famílias afectadas possuem no local de residência pequenas hortas cuja
produção serve especialmente para alimentação da família. Estas deverão ser substituídas por terra
de igual valor ou superior pois servem de suporte alimentar das famílias;

 Deverá ser seguida a estratégia de substituição da terra ("land-for-land"), atribuindo-se, no novo


local de residência, área destinada ao cultivo para cada família, pelo menos com a mesma área que
detinham anteriormente, dando-se a possibilidade de escolha das culturas a explorar numa
perspectiva de melhorar a sua qualidade de vida;

 Dada a sua relevância para a economia local de subsistência, as árvores deverão ser substituídas
durante as obras de reabilitação dos Canais.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

12. Impactos da Implementação do Projecto ao nível de desigualdade do género.


No que se refere às questões de género, o Banco Mundial reconhece que a desigualdade entre homens e
mulheres pode constituir um constrangimento significativo ao crescimento económico e redução da
pobreza, daí que deverá ser dada uma atenção especial aos designados grupos vulneráveis e onde as
mulheres se enquadram, principalmente as que são solteiras com filhos a cargo e as viúvas. Mesmo as

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

que são casadas e estão inseridas num contexto familiar estável, dentro dos padrões sociais e culturais da
comunidade, deverão ser alvo de preocupação específica por parte dos técnicos do Projecto que irão ser
responsáveis pela implementação do Plano de Reassentamento, pois as mulheres continuam a ter menos
influência política e a ser mais pobres do que os homens e, não obstante os avanços em sectores sociais
como a educação e saúde, estão ainda bastante atrás dos homens em praticamente todas as áreas.

A vida urbana desencadeou modificações na estrutura cultural original, mas ainda se verifica que os
homens continuam a assumir um conjunto de poderes principalmente ao nível das decisões financeiras da
família que acabam por pôr em causa algumas das necessidades desta e a influência positiva que o papel
social da mulher poderia assumir para a promoção da vida do seu agregado familiar.

Ao nível deste Projecto, o Recenseamento da totalidade das famílias inicialmente previstas serem
afectadas confirmou a existência de 6 famílias chefiadas por mulheres, encarando sozinhas as
responsabilidades dos filhos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Deverá ser feito um levantamento exaustivo das necessidades das mulheres que tenham à sua
responsabilidade exclusiva os seus filhos, criando esquemas específicos de apoio que lhes permita
no novo local de reassentamento melhorar as suas fontes de rendimento, o que poderá acontecer
através da concessão de subsídio para o desenvolvimento de um microprojecto e promover outras
formas de capacitação que levem a que a mulher sozinha se possa tornar autónoma em termos de
subsistência;

 No que se refere à atribuição e legalização da nova habitação a ser atribuída, o título de


propriedade deverá pertencer ao casal e não apenas a um dos cônjuges.

 Nos casos das famílias poligâmicas, as compensações deverão também ser entregues ao
representante feminino da família, considerando-se uma unidade familiar, nestes casos, a mulher e
as respectivas crianças.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

13. Risco de saúde e segurança devido a exposição dos trabalhadores a quedas, resíduos, ruídos
poeiras e maus cheiros.

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As actividades de construção no geral comportam certos riscos de acidentes que consoante a sua
gravidade poderão conduzir a impactos muito significativos (incapacitação permanente e fatalidades).

Poderá ocorrer a queda dos trabalhadores dentro dos canais que estão a reabilitar/escavar ou ainda
poderá ocorrer o desmoronamento dos taludes dos canais, conduzindo a ferimentos ou fatalidades.

O risco da exposição dos trabalhadores a altos níveis de ruído pode resultar em lesões, que poderão ter
como consequências dores de cabeça, nervosismo, incapacidade de concentração e no outro extremo
levar à perda auditiva induzida por ruído.

A Inalação de poeiras pode ser nociva aos órgãos do sistema respiratório e causar doenças respiratórias.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média / Alta
Significância Significativo / Muito significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Inclusão de planos de resgate e/ou recuperação, e equipamento para acudir aos trabalhadores em
caso de acidente;

 Assegurar que os trabalhadores são treinados e equipados para responder a acidentes;

 Deverão ser fornecidos aos trabalhadores dispositivos de protecção auditiva, sempre que estes
estejam expostos a níveis elevados de ruído;

 O empreiteiro deverá fornecer equipamento protector incluindo: luvas, botas, capacetes, máscaras e
uniformes;

 Recomenda-se a aspersão diária de água no solo, nos locais que constituam os principais focos de
poeiras, de modo a minimizar a sua dispersão – para este efeito deve-se, contudo, racionalizar o
uso da água destinada a usos nobres. Recorrendo-se, de forma alternativa, ao reaproveitamento de
águas pluviais.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

14. Potencial impacto resultante de Doenças Ocupacionais e outras.


O estaleiro de construção poderá tornar-se uma zona de “risco de infecção” se não forem desenvolvidas
medidas de contenção e minimização de riscos em consonância com as metodologias de trabalho a
implementar, bem como a tipologia de equipamentos a utilizar.

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Salienta-se também que os trabalhadores com HIV/SIDA estão vulneráveis às chamadas infecções
oportunistas (como tuberculose, pneumonia, malária, herpes) numa proporção muito mais elevada do que
as pessoas não-infectadas, e também levam mais tempo a recuperar, pelo que deverão ser mais
protegidas contra estes riscos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo / Médio- Prazo
Intensidade Alta
Significância Muito significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Implementar o Plano de Segurança e Saúde (cujas especificações técnicas gerais a observar


durante a obra se encontram explanadas no Volume V do EIA);

 Implementar o Plano de Prevenção ao HIV (cujas especificações técnicas gerais a observar durante
a obra se encontram explanadas no Volume V do EIA) levando em consideração a lei moçambicana
(Lei n.º 05/2002, de 5 de Fevereiro), através da criação de medidas de redução de riscos de
contágio, e contenção da doença, nomeadamente:

 Realizar campanhas de sensibilização para os trabalhadores sobre as formas de transmissão


de DTS e HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco;
 Recrutar uma organização especializada para implementar actividades de conscientização
sobre DTS e HIV/SIDA a nível da comunidade. Especial atenção deve ser dada às
trabalhadoras de sexo, mulheres e meninas locais;
 Fornecer preservativos gratuitos na área do projecto;
 Incentivar, durante a sensibilização, os funcionários a passar por testes de HIV/SIDA (fora do
âmbito do contrato de trabalho);
 Incentivar os funcionários a submeterem-se a tratamento de DTS, em fase inicial de infecção /
diagnóstico, para minimizar o risco de infecção pelo HIV/SIDA e criar condições para este fim
- Tais condições incluem a concessão de licença para a qual o trabalhador pode passar para
a unidade sanitária e criação de mecanismos internos para permitir que os trabalhadores não
se absterão de procurar cuidados de saúde devido à falta de fundos;
 Encaminhar trabalhadores para clínicas para o tratamento precoce e monitoramento de
infecções secundárias / oportunistas, tais como tosse, gripe e pneumonia;

 Avaliar a aptidão física e psicológica dos trabalhadores.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco Significativo

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15. Incremento do risco de acidentes, como resultado do aumento da circulação rodoviária na área do
projecto.

O trafego pedonal poderá aumentar como consequência da movimentação dos trabalhadores envolvidos
na obra, reflectindo-se principalmente nos cruzamentos que dão acesso directo aos locais da obra. Esse
aumento de tráfego poderá levar à ocorrência de acidentes na área do projecto.

Por outro lado o aumento da circulação de viaturas afectas à obra em estradas onde a circulação
rodoviária é partilhada com a circulação de pessoas e de bicicletas, poderá conduzir a um aumento do
risco de atropelamento e possível fatalidade.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Definição de rotas e horários específicos para a circulação dos veículos pesados, envolvidos nas
obras de construção;

 Estabelecer limites de velocidade, normas e procedimentos de operação das máquinas utilizadas


em obra;

 Garantir a existência de passadeiras adequadas nas rotas dos veículos;

 Os operadores dos veículos industriais devem ser treinados e habilitados na operação segura de
veículos especializados;

 Devem ser implementadas, e claramente demarcadas, áreas de acesso restrito ao público e outros
trabalhadores;

 Coordenar com a equipa de emergência para garantir que, em caso de acidente, os primeiros
socorros sejam sempre prestados aos acidentados;

 Empregar medidas de controlo de segurança do tráfego, incluindo sinalização para alertar de


condições perigosas.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco significativo

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

16. Degradação das condições das vias de circulação (pavimento, infra-estruturas de drenagem, pontes,
etc.) como resultado da circulação de camiões de máquinas de grande tonelagem durante o transporte
de material (matéria-prima, entulho, resíduos sólidos, sedimentos, etc.).

Durante a fase de construção prevê-se um aumento do tráfego de veículos pesados e maquinaria


associada nas vias de acesso à área do projecto. Salienta-se que algumas dessas vias já se encontra
actualmente degradadas, pelo que a intensificação do tráfego poderá levar ao agravamento dessa
situação.

No âmbito do projecto está prevista a reabilitação da via paralela ao


canal A2 montante que se encontra em mau estado.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Definição de rotas específicas para a circulação dos veículos


pesados, envolvidos nas obras de construção;

 Assegurar que os caminhos ou acessos nas imediações da área do projecto não fiquem obstruídos
ou em más condições, possibilitando a sua normal utilização por parte da população local;

 Reposição do estado inicial das vias que forem afectadas;

 Sempre que se preveja a necessidade de efectuar desvios de tráfego, submeter previamente os


respectivos planos de alteração à entidade competente, para autorização.
Impactos pós mitigação
Significância Pouco significativo

IMPACTOS POSITIVOS

17. Ao nível da habitação as famílias afectadas sairão beneficiadas com a atribuição de melhores
instalações, incluindo condições de drenagem, abastecimento de água, etc.

Na perspectiva de que a nova implantação das suas habitações seja feita no Bairro Manga Mascarenha –
Mutondo localizado a cerca de 7km do centro da Cidade, onde actualmente já existem arruamentos e
algumas infra-estruturas, nomeadamente Escola EPC e um Posto de Saúde, as condições de vida serão
certamente melhores tanto na qualidade construtiva da habitação, quer ao nível do espaço disponível para
cada família, quer nas condições de abastecimento de água e de saneamento, o que trará, também,

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 199


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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

melhorias nos níveis de saúde pública, designadamente na diminuição das doenças diarreicas e da
malária.

É de salientar que a maioria das famílias que hoje vivem junto dos Canais de Drenagem, se fixaram
nestes espaços por não terem outra alternativa. São locais mal situados, quase sempre sem espaço para
a construção de uma latrina e que alagam com facilidade, no tempo das chuvas. Algumas das famílias que
vivem nestes locais vieram para fugir aos efeitos da guerra e ai permaneceram.

Outras famílias são as que se caracterizam por serem vulneráveis e não terem conseguido um talhão para
a sua fixação, principalmente em zonas urbanizadas ou mesmo semi-urbanizadas, que são as que
apresentam altas densidades populacionais e onde já não existe espaço disponível para novas fixações.

De acordo com a pesquisa de informação no Relatório dos "Indicadores Sociais da Cidade da Beira -
2012, publicado pelo INE, mais de 40% de famílias com mais de 4 elementos/família que têm uma área
2
habitacional por pessoa inferior a 4 m , o que é manifestamente insuficiente para uma vivência saudável.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Definitivo
Extensão Na Área Envolvente
Duração Permanente
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:
17
Seguindo as orientações do Centre for Human Settlements das Nações Unidas (HABITAT) , "cada
2
indivíduo deve ter, no mínimo, 10 m de “área vital”.

De acordo com as políticas do Banco Mundial e documentos apensos no âmbito da operacionalização


destas políticas, o tamanho das habitações num processo de reassentamento convencional, deverão ter
as seguintes áreas:

 Agregados familiares com o máximo de 5 elementos e cujas crianças sejam do mesmo sexo -
2
habitação com área de 54 m com 2 quartos, sala e cozinha;

 Agregados familiares com o máximo de 7 elementos e cujas crianças sejam de diferentes sexos -
habitação com área de 65 m2 com 3 quartos, sala e cozinha;

 Agregados familiares com 8 ou mais elementos - habitação com uma área de 72 m com 3 ou 4
2

quartos, sala e cozinha.

17
In “Human Settlements Interventions adressing crowding and health issues”, UN-HABITAT, Nairobi, 1995

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Também o Decreto 31/2012, de 8 de Agosto que regula o Processo de Reassentamento em Moçambique


resultante de Actividades Económicas define que as habitações para reassentamento deverão ter no
2
mínimo 70 m de área (art.º 16. Ponto 1- alínea b).

 Compatibilização das obras com os passos previstos para o reassentamento e coordenação


atempada entre o Dono de Obra e a Equipa de Reassentamento.

Impactos pós potenciação


Significância Muito significativo

18. Ao nível da transferência física dos locais de culto.


Os locais sagrados, como sejam os cemitérios, os locais onde são realizadas as cerimónias aos
antepassados e as igrejas constituem símbolos da actividade cultural das populações e, pela sua
importância para o bom funcionamento social e a coesão comunitária deverão ser devidamente
preservados e, se possível, não serem alvo de qualquer deslocalização.

No caso em presença, irão ser parcialmente afectadas duas pequenas igrejas localizadas junto ao Canal
A2.

A opção preferencial discutida com os líderes religiosos foi de reconstruir os edifícios no mesmo local. Se
tal não for possível proceder a transferência para um bairro tão próximo quanto possível, Este princípio
resultou de um acordo entre as igrejas afectadas e o CMB.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Definitivo
Extensão Local
Duração Permanente
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 A reconstrução e ou relocação das igrejas será feita de comum acordo (líder e CMB) para um local
adequado e que o processo de legalização do DUAT e as respectivas licenças de construção será
facilitado.
Impactos pós potenciação
Significância Muito Significativo

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19. Ao nível da transferência física das infra-estruturas privadas de comércio e de serviços.


A maior parte das infra-estruturas privadas
com potencialidade de serem afectadas
localizam-se junto a Canais de Drenagem
e assumem carácter informal. São
"barracas" de pequenos negociantes que
vendem comida, bebida, material de
construção, vestuário e calçado. Havendo
a sua deslocalização, não se prevê
desvantagens assinaláveis relativamente à
quebra do negócio, desde que a sua
relocalização possa ser feita em áreas
perto do local original, o que se afigura como possível. Os donos destas estruturas poderão vir a ser
beneficiados, por três ordens de razões:

a) A construção do seu novo local de actividade económica, mesmo que obedeça à área e tipo de
desenho do original será edificado em material convencional, sendo, assim, mais duradouro o que
acrescenta uma mais-valia ao seu valor patrimonial;
b) Durante a fase da reabilitação dos canais de drenagem, o movimento comercial destas infra-
estruturas será certamente maior, quer para estas estruturas comerciais, quer mesmo para outras
que se encontrem na zona de influência ou outras que venham a ser criadas para dar resposta às
necessidades dos operários (especificamente em alimentos e bebidas).
c) A deslocalização dos comerciantes terá de ser feita em conjugação directa com o Conselho
Municipal, no sentido de este órgão encontrar um novo espaço para a continuidade das
actividades económicas destas pessoas. Poderá ser também uma oportunidade para a
legalização do seu negócio, o que trará benefícios ao próprio e ao Conselho Municipal.
Neste âmbito, o Conselho Municipal está a avaliar a possibilidade da transferência dos 7
comerciantes formalmente afectados pelas obras de reabilitação dos Canais de Drenagem para
mercados municipais.
d) As condições de habitação deverão melhorar para o conjunto das famílias, se forem observados
os cuidados na construção e localização da nova habitação, de acordo com as orientações da
Política Operacional do Banco Mundial (OP 4.12) e também alguns dos cuidados já referidos em
passo anterior deste capítulo, como sejam o tipo de material da construção, que deve ser
duradouro e com todas as infra-estruturas em redor (abastecimento de água e sistema de
saneamento melhorado); acesso a serviços públicos de saúde e de educação, e com uma
tipologia habitacional adequada ao número de membros de cada agregado familiar.

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CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Definitivo
Extensão Na Área envolvente
Duração Permanente
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 A transferência deverá obedecer a critérios de coesão da comunidade, procedendo-se á partida a


realojamentos conjuntos de famílias que partilhem laços de parentesco, sociabilidades e afectos;

 Instalação de vedações em áreas expostas à poluição, por exemplo junto ao comércio informal.
Impactos pós potenciação
Significância Muito Significativo

20. Possibilidade de criação de novos postos de trabalho, principalmente para a população sem
qualificações profissionais, durante a fase de construção e consequente melhoria da qualidade de vida
dos trabalhadores e das suas famílias.

Na fase de construção serão criados postos de trabalho temporário, sendo que a maioria corresponderá a
tarefas não especializadas. Considerando a taxa de desemprego na Beira considera-se este impacto
como positivo. Salienta-se no entanto, que o número de postos de trabalho a serem disponibilizados
dependerá de vários factores, entre os quais a necessidade de pessoal adicional por parte do empreiteiro,
uma vez que este poderá possuir um quadro de pessoal próprio para o projecto.

Para atenuar a desigualdade de oportunidades de emprego entre homens e mulheres, deverão ser criadas
possibilidades de recrutamento de mulheres para tarefas compatíveis com as suas características físicas e
as suas habilidades profissionais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Contratação preferencial de força de trabalho local nas ofertas de trabalho;

 Contratação de trabalhadores com experiência particularmente condutores e operadores de


maquinaria;

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 Contratação de pelo menos 40% de mulheres dentro da totalidade da mão-de-obra não qualificada
local a recrutar.
Impactos pós potenciação
Significância Muito Significativo

21. Criação de oportunidades para pequenos negócios para vendedores informais.


Na fase de construção o comércio informal poderá assumir alguma expressão devido ao aumento na
procura de serviços diversos, contribuindo para um aumento nas receitas dos vendedores informais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Local
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Fomentar a compra de produtos alimentares por parte dos trabalhadores em locais perto do
Estaleiro de Obra.

Impactos pós potenciação


Significância Muito Significativo

22. Oportunidades para pequenas empresas e serviços locais.


As pequenas empresas locais devido à sua localização de proximidade com a área do projecto poderão
beneficiar de oportunidades de procura de serviços.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Local / Na Área envolvente
Duração Curto-prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 204


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MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Promover o recurso a pequenos empreiteiros locais para a reconstrução de infra-estruturas


existentes no Corredor de Impacto dos Canais em reabilitação, como sejam: novas latrinas; muros
de vedação,

 Sempre que possível, contratar empresas locais qualificadas para a realização de trabalhos de
manutenção e reparação de veículos e maquinaria;

 Sempre que possível, o empreiteiro deverá subcontratar empresas locais, para o fornecimento de
bens e serviços. Contudo, a decisão de subcontratar dependerá do custo, da qualidade, da
segurança e da capacidade de efectuar o fornecimento numa base regular e satisfazer prazos
rigorosos, cabendo às empresas locais garantir a satisfação destas exigências.

Impactos pós potenciação


Significância Muito Significativo

23. Transferência de competências para os trabalhadores locais que possam aplicar em actividades
similares futuras.

O projecto de reabilitação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira irá ser desenvolvido por
fases, pelo que os trabalhadores que fizerem parte das obras da primeira fase, poderão mais facilmente
voltar a ser chamados para os trabalhos a realizar nas fases seguintes do projecto.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Longo-Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Administração de formação aos trabalhadores em obra.


Impactos pós potenciação
Significância Muito Significativo

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9.7 IMPACTOS NA FASE DE OPERAÇÃO

9.7.1 Meio Biofísico

Na fase de operação, parte dos impactos da fase de construção irão diminuir ou desaparecer, em
particular os níveis de perturbação devidos ao ruído; remoção da vegetação; movimentações de terras e
passagem de máquinas. Assim, nesta fase, os impactos no meio biofísico dever-se-ão sobretudo à
presença e funcionamento pleno das valas e das zonas de retenção, à presença de pessoas na área do
projecto e à eventual contaminação do meio hídrico. Os impactos dever-se-ão essencialmente ao
prolongamento de algumas acções iniciadas na fase anterior nomeadamente, a perda de habitat bem
como o escoamento das águas através das valas na fase de operação.

IMPACTOS NEGATIVOS:

24. Alteração da Qualidade das Água nas zonas das descargas.


A qualidade de água e volumes de descargas são dependentes do funcionamento pleno das valas de
drenagem. A descarga da vala A0 por exemplo, permite que em maré alta, quando as valas de drenagem
funcionam em pleno a água do mar entre na vala A0 carregada de algumas espécies marinhas e circule
até A3. Em maré baixa, há um movimento de retorno de água ao mar, e a água leva consigo tudo que nela
tiver sido depositado. Nesta fase em que as valas não funcionam como o deviam, a circulação é limitada e
a qualidade de água é disso dependente. A quantidade de nutrientes influencia a composição e
abundância de fauna, sobretudo aquática. A descarga de águas pluviais com altos níveis de contaminação
vai alterar a qualidade das águas e, consequentemente a qualidade do ecossistema aquático, incluindo o
meio marinho.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Local
Duração Curto - Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Todas as actividades de operação que possam colocar em risco a qualidade das águas devem ser
evitadas e supervisionadas pelo operador do sistema, incluindo as descargas de águas residuais
não tratadas, descargas de efluentes, ligações com fossas sépticas com o sistema de drenagem,
resíduos perigosos e outros;

 Sensibilização da população para evitar depósito de resíduos sólidos no sistema de drenagem;

 Monitorização periódica dos parâmetros de qualidade da água e do solo;

 Limpeza regular do leito dos canais de drenagem e das suas margens.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 206


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Impactos pós mitigação


Significância Pouco Significativo

25. Contaminação do meio receptor por disfunção do sistema.


A má utilização, bem como a falta de manutenção adequada
das infra-estruturas poderão conduzir ao mau funcionamento do
sistema, contaminando o meio receptor. O despejo de matérias
impróprias (resíduos, produtos químicos, matérias flutuantes ou
precipitáveis, gorduras, óleos) na rede de drenagem pode
entupir ou danificar as condutas estabelecidas.

O aumento da matéria orgânica retida na bacia da Maraza,


poderá levar a uma contaminação das águas armazenadas na
bacia, favorecendo a proliferação de doenças transmitidas por
vectores aquáticos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Capacitação institucional do futuro operador em termos de recursos humanos, materiais, financeiros


e gestão da actividade. Portanto o futuro operador do sistema deverá demonstrar experiência e/ou
capacidade na gestão de sistemas do tipo proposto de modo a assegurar o desempenho adequado
da rede pluvial;

 Manutenção regular dos canais de drenagem e remoção de resíduos sólidos e de outros materiais;

 Sensibilização das populações no sentido de evitar a deposição de resíduos sólidos e outros


materiais na rede de colectores das águas pluviais.

Impactos pós mitigação


Significância Pouco Significativo

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DA CIDADE DA BEIRA
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26. Aumento de interacções entre humanos e animais nas residências.


As valas de drenagem permaneceram durante muitos anos inoperacionais. Em algumas secções, habitats
novos consolidaram-se bem como a fauna a eles associada se estabeleceu. Nas áreas de retenção
artificial e natural, há muito que a água que para lá escoava era reduzida e por isso, muitas espécies de
fauna que poderiam ser prejudiciais aos humanos se mantiveram no seu meio natural. Embora não
tenham sido reportados casos de invasão nos domicílios por animais como por exemplo cobras ao longo
das valas, informantes-chave nas áreas de retenção fizeram notar que no passado, enchentes de água
nestas áreas terão recrudescido casos de mordeduras por cobras.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Negativo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Curto-Prazo
Intensidade Baixa
Significância Significativo

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO:

 Manter, sempre que possível, as áreas de vegetação contínua à volta destas áreas para servirem
de refúgio;

 Considerar o isolamento de sítios críticos identificados através de redes-tubarão;

 Reforçar e melhorar os mecanismos para novos assentamentos mais seguros.


Impactos pós mitigação
Significância Pouco Significativo

IMPACTOS POSITIVOS

27. Melhoria da resiliência da cidade da Beira às


mudanças climáticas.

A cidade da Beira enfrenta já hoje as ameaças


decorrentes das alterações climáticas,
nomeadamente episódios de cheias com perda de
vidas humanas. A melhoria da infra-estrutura de
drenagem da cidade irá permitir uma melhoria do
escoamento das águas pluviais, levando a um menor
alagamento das áreas habitacionais e comerciais e como consequência a uma diminuição do número de
vítimas provocadas pelas cheias.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 208


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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Longo-Prazo
Intensidade Alta
Significância Muito significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Para as situações de probabilidades hidrológicas inferiores às do Projecto poderão ser


implementadas medidas de controlo tais como: implementação de sistemas de alerta de cheia, com
o aviso às populações da subida do nível das águas, implementação de sistemas físicos amovíveis
de impedimento do alastramento da cheia, com a sectorização das zonas e assim a preservação de
locais públicos prioritários, tais como hospitais, escolas entre outros, e históricos;

 Manutenção regular das valas de drenagem e remoção dos resíduos sólidos e outros materiais.
Impactos pós potenciação
Significância Muito significativo

28. Melhoria da drenagem de águas pluviais.


A melhoria da drenagem da drenagem de águas pluviais terá como consequência uma melhoria da
qualidade da água e do ambiente em geral (resultado da redução da duração e frequência das situações
de águas estagnadas – contaminadas e / ou com mau cheiro).

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:
Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Longo-prazo
Intensidade Alta
Significância Muito Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Manutenção regular das valas de drenagem e remoção dos resíduos sólidos e outros materiais;

 Manutenção regular de equipamento e infra-estruturas da válvula de maré incluindo a limpeza das


grelhas de resíduos sólidos e controlo das operações das portas de maré;

 Criação do manual de Operação e manutenção da válvula de maré e treinamento dos operadores;

 Estabelecimento com regularidade do fluxo de água nos dois sentidos, permitindo a renovação das
águas;

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Limpeza regular do leito das valas de drenagem e das margens;

 Monitorização contínua do nível do caudal e volume de água;

 Monitorização da funcionalidade dos canais;

 Coordenação do projecto com os agentes relevantes e outros interlocutores relacionados com a


promoção de usos compatíveis e de valor acrescentado dos canais.
Impactos pós potenciação
Significância Muito significativo

29. Criação da Bacia da Maraza


A bacia da Maraza foi projectada de modo a ter uma capacidade para reter temporariamente os caudais
pluviais afluentes ao sistema de drenagem e impedidos de descarregar no Oceano Índico pelos níveis
altos de maré, evitando o alagamento da Munhava e em toda a zona baixa da Chota. A sua construção irá
assim permitir uma melhoria do escoamento das águas pluviais, levando a um menor alagamento das
áreas habitacionais e comerciais e uma diminuição das águas estagnadas.

O local onde se irá implantar a bacia da Maraza actualmente encontra-se inundado durante toda a época
das chuvas. A bacia de armazenamento da Maraza está dotada de infra-estruturas de controlo (comporta
e ensecadeiras) necessárias à gestão da entrada e saída dos caudais. Com estes equipamentos poderá
ser regulada a altura de água na bacia, incluindo o seu total esvaziamento, durante a época seca,
prevenindo-se assim os riscos para a saúde pública identificados.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Longo-Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Remoção de sólidos à entrada da bacia da Maraza (e sua limpeza regular) e manutenção em


condições salubres.

 Possibilidade de esvaziamento da bacia da Maraza durante a época seca.

30. Melhoria de qualidade de Ecossistemas Aquáticos nas valas de drenagem e na Bacia de Retenção
da Maraza.

As valas de drenagem permaneceram durante muitos anos inoperacionais. O escoamento de água para
as áreas de retenção artificial e natural baixou e, como resultado estas zonas experimentam hoje uma
diversidade e abundância moderadas de espécies. Ainda assim, as duas áreas de retenção apresentam
boas características para zonas húmidas. Um funcionamento pleno de valas, implicaria maior escoamento

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RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

de água e, em seu lugar espécies de flora aquáticas e


faunísticas (peixes, anfíbios e sobretudo aves) iriam ser
atraídas para estas zonas. Sendo que o peixe e algumas
aves são fonte de proteína para a população local.

A gestão ambiental, junto com a prevenção e uma gestão


de resíduos adequada constituem aspectos importantes
para a garantia da sustentabilidade do projecto durante a
fase de operação do sistema.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Longo-Prazo
Intensidade Alta
Significância Muito significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Já na fase de operação, iniciar um programa de educação ambiental formal e não formal dirigido às
escolas e às comunidades locais, respectivamente.

IMPACTO RESIDUAL: DESENVOLVIMENTO DE PARQUES ECOLÓGICOS NA ZONA DE RETENÇÃO

Todo o delta do Zambeze é caracteristicamente rico em biodiversidade. A cidade da Beira está situada em
uma área húmida e, em alguns bairros como Chota e a área húmida a caminho de Savane a riqueza em
aves, peixes e anfíbios ainda pode ser observada. A zona de retenção por sua vez, reúne condições de vir
a constituir atractivos para muitas espécies aquáticas caso venha a constituir reservatório permanente de
água. Esse facto poderá constituir por um lado motivo para aproximar a natureza às comunidades, mas
por outro lado, motivos de conflitos pela exploração de algumas espécies de interesse para humanos.

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Propor a transformação das zonas de retenção em áreas urbanas de conservação assentes em


Planos de Maneio Específicos.
Impactos pós potenciação
Significância Muito significativo

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9.7.2 Meio Socioeconómico

IMPACTOS POSITIVOS

31. Impacto directo na melhoria das condições de vida (económicas e sociais) para cerca de 35% da
população e impacto indirecto na melhoria das condições de vida para 100% da população da cidade
da Beira. A melhoria far-se-á sentir com incidência particular nos domínios da salubridade e conforto.

A actual situação dos canais de drenagem mostra um certo grau de poluição e contaminação das águas
em resultado do fecalismo a céu aberto, depósito de lixo e do escoamento superficial que pode transportar
substâncias nocivas (óleos, tintas, etc.) como resíduos sólidos mal conservados e águas negras (de
latrinas ou colectores). A reabilitação dos canais irá melhorar a circulação da água criando condições para
a limpeza e redução da poluição dos canais, e associada a medidas com vista a impedir a emissão de
resíduos sólidos para os canais irá contribuir para a diminuição da poluição e consequentemente para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem na envolvente desses canais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Definitivo
Extensão Local / Na Área envolvente
Duração Longo-Prazo
Intensidade Alta
Significância Muito significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Fazer manutenção regular dos canais;

 Sensibilizar a comunidade para não colocar lixo nos canais;

 Desenvolvimento de programas educativos na forma de debates, campanhas, etc., no sentido de


aumentar o nível de conscientização, estimulando o envolvimento nas questões ambientais e
modificando padrões de conduta da comunidade;

 Envolver as crianças em idade escolar em programas de educação ambiental com o envolvimento


das instituições de ensino.

Impactos pós potenciação


Significância Muito significativo

32. Redução de inundações durante a estação chuvosa e consequentemente redução de doenças


relacionadas a água, tais como: malária, cólera, etc.

A melhoria da infra-estrutura de drenagem da cidade irá permitir uma melhoria do escoamento das águas
pluviais, levando a um menor alagamento das áreas habitacionais e comerciais o que terá como

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 212


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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

consequência uma diminuição do número de vítimas provocadas pelas cheias e uma redução de doenças
relacionadas com a água (malária, cólera, etc.).

O funcionamento normal do desaguadouro das palmeiras através das suas comportas poderá regular o
fluxo normal das águas permitindo a retenção ou libertação da água segundo as necessidades do
dispositivo e da Cidade da Beira. Através deste meio será garantida a regulação do caudal sobretudo
durante os eventos extremos, condição importante para a prevenção e mitigação de inundações e cheias,
quer provenientes de grandes precipitações atmosféricas, como de marés equinociais.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Altamente Provável
Extensão Local
Duração Médio- Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Desenvolvimento de acções de informação junto da população sobre a importância em manter os


Canais de Drenagem limpos;

 Envolver os Serviços Públicos de Saúde na organização de campanhas de comunicação e de


palestras nas Unidades Sanitárias sobre os benefícios para a saúde pública que as obras nos
Canais de Drenagem propiciam para todos os grupos etários, mas com especial ênfase nas
crianças.
Impactos pós potenciação
Significância Muito significativo

33. Criação da Bacia da Maraza e Áreas destinadas a fins recreativos na sua envolvente
Na área aonde se irá construir a bacia da Maraza
somente existem machambas de arroz. As famílias
detentoras destas parcelas receberão outras de igual
dimensão, em áreas identificadas pelo Conselho
Municipal, nas zonas de Inhamizua e Mungassa. Este
trabalho está em curso, com a participação dos líderes
locais, da especialista em reassentamentos e questões
sociais do projecto e com o envolvimento do CMB. Se
este processo for concluído no espirito de abertura e
colaboração que tem caracterizado a relação do CMB
com os utentes da bacia da Maraza, não trará
impactos negativos sobre os agricultores na fase de

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 213


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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

operação já que estes terão outros terrenos para cultivar, com uma dimensão média entre os 0,4 – 0,5
hectares.

Na época seca o local onde será implementada a bacia da Maraza é utilizado para fins recreativos (Jogos
de futebol, passeios, etc.), pelo que o projecto previu a construção de áreas para fins recreativos na
envolvente da bacia da Maraza.

Salienta-se que as áreas para fins recreativos que irão ser colocadas na envolvente da Bacia da Maraza
bem como a própria Bacia da Maraza serão vedadas, pelo que não se espera impactos negativos sobre a
sua implementação, desde que sejam cumpridas as normas de segurança a que todos esses espaços
estão sujeitos.

CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO:

Estatuto Positivo
Probabilidade de ocorrência Provável
Extensão Na Área envolvente
Duração Longo-Prazo
Intensidade Média
Significância Significativo

MEDIDAS DE POTENCIAÇÃO:

 Verificação da atribuição das novas áreas de cultivo aos detentores de machambas na área da
bacia da Maraza;

 Manutenção das áreas destinadas a fins recreativos.

9.8 MATRIZ SÍNTESE DE IMPACTOS

Para uma mais fácil e directa compreensão dos impactes expectáveis, apresenta-se em seguida uma
matriz síntese de impactes com indicações das acções que geram impactes versus os impactos
ambientais provocados, nas várias fases de desenvolvimento do projecto.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 214


Fase de construção Fase do Projecto

obras
acessos

Maraza,

arranjos
Impacto

áreas de
de terras
materiais

limpeza e

tubagens,

acessórios
Criação ou

exteriores,
parques de

câmaras de

pavimentos
intervenção

empréstimo
DA CIDADE DA BEIRA

incluindo de
Aspectos de

Execução de
aquedutos e
Desmatação,

colocação de
Escavações e

associadas às

Escavações de

Construção de
de estaleiros e

movimentação
reabilitação de

decapagem das

valas e bacia da
Estabelecimento
Actividades e/ou

x
x
x
x
x
x
x
Intrusão na qualidade visual e estética da paisagem urbana

x
x
Instabilidade de solos e perda de usos

x
x
x
x
x
x
Deturpação da rede de drenagem natural das escorrências

x
x
x
Potencial aumento de escoamento superficial das águas

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira


x
x
x
x
x
x
Potencial degradação da qualidade das águas nos cursos locais

x
x
x
Potencial contaminação das águas superficiais por derrames

x
Diminuição de fontes de captação de águas subterrâneas

x
x
Potencial contaminação de águas subterrâneas por derrames

x
x
x
Potencial contaminação do solo e degradação da sua qualidade

x
Inviabilização e/ou perturbação de habitats e de espécies
ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)

x
x
x
x
x
x
Incómodo do ruído e vibração
Fase de Construção

x
x
x
x
x
x
Incomodidade de poeiras e gases poluentes do ar

x
x
x
x
x
Obstrução de acessos e/ou áreas de interesse comunitário
Perturbação do trânsito e segurança rodoviária

x
x
x
x
x
x
Perturbação de serviços privados e públicos
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

x
x
x
x
x
x
x
Identificação dos Potenciais Impactos

Possibilidade de criação de novos postos de trabalho

x
x
x
x
x
x
x
Destruição de coberto vegetal

x
x
x
x
x
x
x Dificuldades acrescidas de sanidade por lixo de construção

Criação de mais oportunidades de emprego


Quadro 20 - Matriz de Avaliação dos Impactos Causa/Efeito

Alteração permanente da percepção visual da paisagem

Melhoria da qualidade ambiental e saúde pública da região

Melhoria da situação de erosão dos solos


Diminuição de inundações e águas estagnadas
Fase de Operação
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL

215
Fase de Operação Fase do Projecto

de

rede de
Impacto

descarga
veículos e

drenagem
a projectos
materiais e

maquinaria

Controle da

Capacitação
Escoamento
DA CIDADE DA BEIRA

Aspectos de

institucional
Execução de

nos locais de
orientado de
circulação de

qualidade das
águas pluviais
águas pluviais
Transporte de

Actividades de
manutenção da
Expropriação de

reassentamento

obras associadas

complementares
Actividades e/ou

terras e situações

x
Intrusão na qualidade visual e estética da paisagem urbana

x
Instabilidade de solos e perda de usos

x
Deturpação da rede de drenagem natural das escorrências

x
Potencial aumento de escoamento superficial das águas

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira


x
x
Potencial degradação da qualidade das águas nos cursos locais

x
Potencial contaminação das águas superficiais por derrames

Diminuição de fontes de captação de águas subterrâneas

x
Potencial contaminação de águas subterrâneas por derrames

Potencial contaminação do solo e degradação da sua qualidade

x
Inviabilização e/ou perturbação de habitats e de espécies
ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)

x
x
x
Incómodo do ruído e vibração
Fase de Construção

x
x
x
Incomodidade de poeiras e gases poluentes do ar

x
Obstrução de acessos e/ou áreas de interesse comunitário

x
x
Perturbação do trânsito e segurança rodoviária

x
x
x
Perturbação de serviços privados e públicos
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

x
x
x
x
Identificação dos Potenciais Impactos

Possibilidade de criação de novos postos de trabalho

x
Destruição de coberto vegetal
Dificuldades acrescidas de sanidade por lixo de construção

x
x
x
Criação de mais oportunidades de emprego

x
Alteração permanente da percepção visual da paisagem

x
x
Melhoria da qualidade ambiental e saúde pública da região

x
x
Melhoria da situação de erosão dos solos

x
x
Diminuição de inundações e águas estagnadas
Fase de Operação
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL

216
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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 21 – Resumo dos Impactos Sobre a Componente Biofísica


Fase de Construção/Reabilitação Fase de Operação
Componente
Ambiental
Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância
Qualidade do ar (-) Pr L CP Me PS - - - - - -
Níveis sonoros (-) AP L CP Bx S - - - - - -
Destruição/erosão
(-) AP L CP Bx PS - - - - - -
dos solos
Poluição dos solos (-) Im A CP Bx PS - - - - - -
Águas superficiais (-) Im A CP Bx PS (-) Pr L CP Me PS
Águas subterrâneas (-) Im A CP Bx PS (-) Pr L CP Me PS
Aguas marinhas
(-) Im A CP Bx PS (-) Pr L CP Me PS
costeiras
Ecossistema e flora
(-) Im L CP Bx PS (+) Pr L LP Al S
terrestre
Ecossistema e flora
(-) Im L CP Me PS (+) Pr L LP Al S
aquática
Fauna terrestre (-) Im L CP Bx PS (+) Pr L LP Al S
Fauna aquática (-) Im L CP Me PS (+) Pr L LP Al S
Paisagens naturais (-) Pr L CP Bx PS - - - - - -


Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância
(+) Positivo Im - Improvável L - Localizada CP – Curto prazo Bx - Baixa PS – Pouco Significativo
(-) Negativo Pr – provável A – Na área envolvente MP – Médio Prazo Me - Média S - Significativo
AP – altamente Provável R - Regional LP – Longo Prazo Al - Alta MS – Muito Significativo
D - Definitiva N - Nacional PT - Permanente
I - Internacional

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 217


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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 22 – Resumo dos Impactos Sobre a Componente Socioeconómica


Componente Construção/Reabilitação Fase de Operação
Socioeconómica
Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância

Perda de terra Agrícola,


(-) AP L CP Me S - - - - - -
árvores e infra-estruturas
Degradação da Qualidade
de vida das pessoas
(-) AP L CP Al MS - - - - - -
resultantes dos trabalhos
das obras
Criação de Postos de
trabalho
(+) AP L CP Me S - - - - - -
Criação de Oportunidades
de Negócios para
vendedores informais e
(+) AP L CP Me S - - - - - -
pequenas empresas
Risco de Saúde e
Segurança dos (-) AP L CP Me/Al S/MS - - - - - -
Trabalhadores
Risco de Doenças
(-) AP L CP/MP Al MS - - - - - -
Ocupacionais
Risco de Acidentes
(-) AP L CP Me S - - - - - -
Rodoviários e Ferroviários
Melhoria das condições
de vida (económicas e - - - - - - (+) D L/A LP Al MS
sociais)
Redução de doenças
- - - - - - (+) AP L MP Me S
relacionadas a água

Estatuto Probabilidade Extensão Duração Intensidade Significância
(+) Positivo Im - Improvável L - Localizada CP – Curto prazo Bx - Baixa PS – Pouco Significativo
Pr – provável A – Na área envolvente MP – Médio Prazo Me - Média S - Significativo
AP – altamente Provável R – Regional LP – Longo Prazo Al -Alta MS – Muito Significativo
D - Definitiva N - Nacional PT - Permanente
I - Internacional

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DA CIDADE DA BEIRA
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10 O PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA

O processo de consulta pública é uma componente intrínseca do processo de Avaliação de Impacto


Ambiental e tem os seguintes objectivos principais:

 Manter as Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s) informadas sobre o projecto;


 Obter opiniões sugestões e as preocupações das pessoas afectadas e interessadas no projecto;
 Obter contribuições/opiniões dos PIA’s sobre a maneira de evitar / minimizar possíveis impactos
negativos e maximizar os impactos positivos do projecto;
 Por último, permitir o diálogo e inclusão social que podem contribuir para o planeamento das
actividades e uma comunicação eficaz a fim de minimizar os impactos do projecto.

O processo de Consulta Pública, esta previsto no Decreto lei n.º 45/2004 de 29 de Setembro e foi
concebida de acordo com a Directiva Geral para Elaboração da Participação Pública, publicada no
Diploma Ministerial n.º 130/2006, de 19 de Julho.

As principais etapas deste proicesso estão sumarizadas na Figura 81.

Figura 81 – Processo de Participação Pública Moçambicano


Para garantir que o processo de consulta pública seja eficaz, o mesmo foi concebido baseado nas
características especificas do projecto de reabilitação de valas de drenagem existentes e para satisfazer
os requisitos do financiador e do proponente da actividade, a Administração de Infra-estruturas de Água e
Saneamento (AIAS).

De acordo com os regulamentos e directrizes acima mencionados, o processo da Avaliação do Impacto


Ambiental realça a necessidade evidente de uma frequente interacção e comunicação entre o público em

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 219


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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

geral, as partes afectadas pelo Projecto proposto, organizações externas interessadas e afectadas, assim
como o dono do Projecto e os projectistas (engenheiros) do Projecto.

Cada aspecto das investigações técnicas inclui geralmente uma fase de recolha e verificação de dados,
seguida de análise e avaliação e, por fim, pela síntese e conclusões

O presente processo de consulta pública foi conduzido em 3 (três) fases:

i) Primeira Fase, durante o trabalho de campo de recolha de dados socioeconómicos aonde


foram efectuados questionários e reuniões de grupo focais. As ferramentas utilizadas para
recolha de informação encontram-se em anexo (anexo 7).
ii) Segunda fase com grupos alvos específicos (famílias com infra-estruturas potencialmente
afectadas) que poderão sofrer reassentamento físico ou económico, e
iii) Terceira fase, para a apresentação formal do rascunho do Estudo de Impacto ambiental.

REUNIÃO PÚBLICA PARA A APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

A sociedade Civil foi convidada a participar na Reunião Pública marcada para o dia 28 de Maio, no Hotel
Moçambique, na Cidade da Beira através de anúncios públicos publicados, nos dois jornais de maior
circulação na Cidade da Beira: o Jornal Noticias e o Diário de Moçambique. Assim, e de acordo com a
legislação, os anúncios para a reunião no Hotel Moçambique, foram publicitados com 15 dias de
antecedência, ou seja no dia 15 de Maio e constam dos anexos 7.1 e 7.2 respectivamente.

Foram igualmente convidadas todas as famílias afectadas pelas obras de reabilitação das valas de
drenagem, os secretários do Bairro por onde passam as referidas valas, os líderes comunitários, o
Governo Provincial de Sofala, o Conselho Municipal e a imprensa.

Na reunião marcada para o Hotel Moçambique, dia 28, compareceram o Presidente do Conselho
Municipal, os vereadores do Conselho Municipal e alguns técnicos da mesma Instituição e um professor
da Universidade Piaget. Face ao reduzido número de participantes e considerando que os colaboradores
do Conselho Municipal far-se-iam presentes na reunião do dia seguinte, foi consensualmente decidido
efectuar somente a reunião pública no dia 29 de Maio na sala de grandes eventos do Conselho Municipal.

No dia 29 de Maio, estiveram presentes na reunião do Conselho Municipal 89 participantes. A abertura da


reunião foi feita pelo Sr. Majoi, Vereador para a área Institucional em representação do Sr. Presidente do
Conselho e contou com a presença da Directora Provincial da Coordenação da Acção Ambiental, Dra.
Ermelinda Xavier Maquenze, de membros da Comissão Provincial de Reassentamento, de técnicos da
DINAPOT e DINAIA do MICOA.

O Dr. Hassane Abechande, responsável pela área de ambiente na Administração de Infra-estruturas de


Água e Saneamento, foi o moderador da reunião. O Relatório do Estudo de Impacto Ambiental foi
apresentado pelo Dr. Paulo Oliveira e o Projecto pelo Eng. Pedro Serra, ambos do Consorcio liderado pela
TPF Moçambique contratado pela AIAS. O Plano de Reassentamento foi apresentado pela Dra. Alice
Silva, também consultora do consórcio acima referido.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 220


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DA CIDADE DA BEIRA
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Figura 82 – Abertura da Reunião Pública.

Figura 83 - Segunda parte da reunião, sessão de perguntas e respostas.


As listas de presenças nas duas reuniões referidas (dia 28 e dia 29) encontram-se incluídas nos anexos
7.3 e 7.4.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 221


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A segunda parte da reunião, foi reservada para apresentação de perguntas, preocupações das partes
interessadas e afectadas (PIA’s) e do público em geral.

Figura 84 – Participantes na Reunião Pública.

AS PRINCIPAIS QUESTÕES APRESENTADAS NA REUNIÃO PÚBLICA

Foi referido no presente Estudo de Impacto Ambiental que a primeira fase deste projecto, consiste na
reabilitação de valas de drenagem existentes que irão melhorar de forma significativa a drenagem de
águas pluviais na Cidade da Beira. Salientando-se ao longo do EIA que o ambiente onde se inserem as
valas foi fortemente alterado pela acção antropogénica pelo que, os impactos mais relevantes da
implantação do Projecto seriam de caracter social. Este pressuposto foi confirmado durante a Reunião
Pública, já que as questões levantadas durante a reunião, tal como esperado, relacionaram-se com o
reassentamento das famílias, das infra-estruturas socias (igrejas) e de negócios.

Todas as questões levantadas estão sumarizadas no Relatório de Perguntas e Respostas que constitui o
anexo 7.5. todas as questões referentes ao reassentamento serão tratadas com mais detalhe no relatório
que será parte integrante do Plano de Acção de Reassentamento.

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11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O Projecto de "Estudo Prévio, Projecto de Execução, Gestão e Supervisão da Obra da Reabilitação do


Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade da Beira” consiste na reabilitação de canais já existentes e em
grande medida, a flora e fauna existentes são resultado na falta de manutenção dos mesmos. Numa
situação de normal funcionamento dos mesmos, alguns elementos da flora e fauna não deveriam existir
nos canais. Outrossim, o normal funcionamento dos canais criará um habitat que permitirá o povoamento
de flora e fauna específica deste ambiente. O Estudo de Impacto Ambiental não aponta, obstáculos fatais
que possam conduzir à inviabilização das suas actividades. Pelo contrário, as obras de reabilitação dos
canais de drenagem irão melhorar de forma significativa a drenagem de águas pluviais nos bairros
abrangidos pelas valas a serem reabilitadas. Outrossim este projecto visa aumentar a resiliência da
Cidade da Beira às mudanças climáticas.

Assim, esta actividade considera-se sustentável tanto do ponto de vista de impactos biofísicos como
socioeconómicos, já que os impactos ambientais adversos previstos com a implementação do projecto,
farão sentir-se quase todos apenas durante a fase de construção e na sua maioria serão reversíveis e de
pequena dimensão. Salienta-se que o cabal cumprimento do Plano de Gestão Ambiental, preconizado no
estudo, irá contribuir para a mitigação dos impactos.

A implementação do projecto irá conduzir a uma redução de inundações durante a estação chuvosa e
consequentemente uma redução de doenças relacionadas com a água, uma redução dos custos na
reabilitação de habitações, bancas de comércio e infra-estruturas afectadas pelas inundações, ficando
também facilitada a deslocação das pessoas entre os locais de trabalho e os locais de habitação
resultante da não inundação das estradas.

Durante a fase de obra são também esperados impactes significativos resultantes do fomento do emprego
de pessoas locais, em especial das mulheres, da comercialização de bens e produtos locais.

Também é esperada uma melhoria das condições de habitação e económica das pessoas reassentadas
no âmbito do presente projecto, contribuindo para tal um processo de reassentamento bem conduzido.

A nível socioeconómico a questão mais sensível prende-se com a necessidade de reassentar cerca de 21
famílias, repor as infra-estruturas danificadas de outras 19 famílias, restabelecer a funcionalidade de duas
igrejas e a necessidade de realocação de negócios precários que se localizam nas margens das valas ou
nas suas servitudes. A construção da Bacia de Retenção da Maraza, a ser implantada numa área sem
habitações, a montante do Canal A2, ocupará 609 parcelas (vulgo “machambas”), com uma dimensão
média entre os 0,4 – 0,5 hectares, cultivadas por 489 pessoas, maioritariamente mulheres. Quer o Plano
de Gestão Ambiental quer o Plano de Acção de Reassentamento endereçam cuidadosamente cada uma
destas questões.

Qualquer intervenção em áreas não previstas inicialmente deverá ser alvo de aprovação pelo Ministério
para a Coordenação da Acção Ambiental.

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 Schneider, M. F., Buramuge, V. A.. Aliasse, V. & Serfontein, F. (2005). ‘Checklist’ de Vertebrados de
Moçambique. UEM. Maputo. Moçambique.
 Seureca, (2005). Relatório do Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental – Versão Preliminar.
Reabilitação da Rede de Saneamento da Cidade da Beira. Gabinete do Ordenador nacional para a
Cooperação Moçambique / EU. República de Moçambique.
 J.T. Houghton, Y. Ding, D.J. Griggs, M. Noguer, P.J. van der Linden, X. Dai, K. Maskell, C.A.
Johnson, Contribution of Working Group I to the Third Assessment Report of the Intergovernmental
Panel on Climate Change, CAMBRIDGE UNIVERSITY(2001). Climate Change 2001: The Scientific
Basis. PUBLISHED BY THE PRESS SYNDICATE OF THE UNIVERSITY OF CAMBRIDGE.
 Hidroprojecto, Sanaqua, Engidro, (1987). Abastecimento de Água e Redes de Esgoto da Cidade da
Beira. Volume V – Drenagem de Águas Pluviais.
 Emanuel, K., Sundararajan, R. and Williams, J. 2008. Hurricanes and global warming: Results from
downscaling IPCC AR4 simulations. Bulletin of the American Meteorological Society. Vol.89 (3), 347.
 Mavume, A and Brundrit, G. 2009. Main Report: INGC Climate Change Report. [Asante, K., Brito, R.,
Brundrit, G., Epstein, P., Fernandes, A., Marques, M.R., Mavume, A , Metzger, M., Patt, A., Queface,
A., Sanchez del Valle, R., Tadross, M., Rui (eds.)]. INGC, Mozambique.
 Asante, K. 2009. Main report: INGC Climate Change Report: Study on the impact of climate change
on disaster risk in Mozambique. [Asante, K., Brito, R., Brundrit, G., Epstein, P., Fernandes, A.,
Marques, M.R., Mavume, A , Metzger, M., Patt, A., Queface, A., Sanchez del Valle, R., Tadross, M.,
Brito, R. (eds.)]. INGC, Mozambique.
 Church, J.A., White, N.J., Coleman, R., Lambeck K. and Mitrovica J.X. 2004. Estimates of the
regional distribution of sea level rise over the 1050-2000 period. Journal of Climate. Vol.17: 2609-
2624.

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 226


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

 CES / Inros Lackner, (2013). Storm Water Drainage System Beira/Mozambique, Consulting Services
for Feasibility Study, Report – Final Draft. Ministério das Obras Públicas e Habitação/KFW –
Adaptation to Climate Changes in Beira.
 Ministério das Obras Públicas e Habitação, República de Moçambique, (2011). Estratégia Nacional
de Água e Saneamento Urbano 2011-2025, Aprovada na 42.ª Sessão do Conselho de Ministros, 22
de Novembro de 2011.
 Lei das Águas (Lei n.º 16/91, de 3 de Agosto de 1991).
 Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais
(Decreto 30/03 de 01 de Julho de 2003).
 Política de Águas (Agosto de 2007).
 Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos.

Maputo, 10 de Novembro de 2014

Mário Jorge Rassul


(Biólogo)

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 227


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 228


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXOS

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 229


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXO 1 - CATEGORIZAÇÃO DO PROJECTO


PELA DPCCA

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 231


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 233


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 234


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXO 2 - PARECER DO MICOA AO EDPA

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 235


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 237


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 241


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 242


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXO 3 - MODELAÇÃO HIDRÁULICA

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 243


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Resultados – Situação Existente

Nas Figura 85 a Figura 87 apresentam-se os perfis longitudinais dos principais canais assinalando-se as
zonas de galgamento para os sistema existente sujeitos às condições externas de precipitação associada
ao período de retorno de dois anos.

Nas Figura 88 a Figura 91 apresentam-se os perfis longitudinais dos canais principais da rede de
drenagem. Nestes perfis evidencia-se a linha piezométrica quando acima da cota do terreno adjacente,
agora para a situação de simulação de um período de retorno de 10 anos com o agravamento das
alterações climáticas.

1ª Fase de Intervenção

Os perfis longitudinais dos principais canais com a linha piezométrica no instante mais desfavorável para a
simulação da rede de drenagem para o período de retorno de 10 anos com agravamento das alterações
climáticas, encontram-se representados nas Figura 92 a Figura 95.

No ao canal A4, a simulação do comportamento hidráulico desta estrutura de drenagem realizou-se para
um período de retorno de 50 anos. De modo a melhor avaliar a influência de uma estrutura de controlo na
descarga neste canal foram realizadas as simulações com e sem comporta na descarga, que se
apresentam nas Figura 96 e Figura 97.

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 245


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL DA
CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 85 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A2 e A0

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 246


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 86 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A1 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 247


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 87 – Situação Existente (T = 2 anos) - Perfil hidráulicos dos canais A3 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 248


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 88 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A2 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 249


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 89 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A1 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 250


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 90 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A3 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 251


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 91 – Situação Existente (T =10 anos, com AC) - Perfil hidráulico do canal A4

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 252


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL DA CIDADE DA BEIRA
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 92 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A2 e A0

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 253


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 93 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico do canal A4

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 254


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 94 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A1 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 255


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 95 – 1ª Fase (T = 10 anos, com AC) - Perfil hidráulico dos canais A3 e A0

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 256


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 96 – 1ª Fase (T = 50 anos) - Perfil hidráulico do canal A4, com Comporta de Maré

20141204_REIA_Reabilitacao de Canais de Drenagem na Beira_R1.docx 257


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 97 – 1ª Fase (T = 50 anos) – Perfil hidráulico do canal A4, sem Comporta de Maré

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 258


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXO 4 - ECOLOGIA

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 259


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro I – Pontos de Amostragem durante a visita de campo.

Coordenadas
Tipo de Habitat
X Y
695231 7804058 Dunas
695231 7804058 Dunas
695231 7804058 Dunas
695231 7804058 Dunas
695231 7804058 Dunas
696307 7807950 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
696478 7808117 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
696229 7807951 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695163 7808181 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
694817 7808919 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699460 7807423 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699782 7807181 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699213 7806396 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699780 7807178 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699689 7807161 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699404 7807771 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
698886 7807784 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695039 7808308 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
692819 7805773 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
692899 7806365 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
694820 7808913 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
694820 7808913 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
694820 7808913 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695255 7816214 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695253 7816196 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695247 7816127 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
695189 7804053 Mosaico de pântanos de água doce, caniçais e arrozais
699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 261


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Coordenadas
Tipo de Habitat
X Y
699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

699610 7813624 Planícies pantanosas

699780 7813868 Planícies pantanosas

699816 7813665 Planícies pantanosas

699852 7813679 Planícies pantanosas

700205 7813810 Planícies pantanosas

700205 7813810 Planícies pantanosas

700205 7813810 Planícies pantanosas

700205 7813810 Planícies pantanosas

700365 7813882 Planícies pantanosas

700774 7814048 Planícies pantanosas

700774 7814048 Planícies pantanosas

700774 7814048 Planícies pantanosas

700774 7814048 Planícies pantanosas

700774 7814048 Planícies pantanosas

700891 7814093 Planícies pantanosas

699620 7813629 Planícies pantanosas

699620 7813629 Planícies pantanosas

699620 7813629 Planícies pantanosas

699764 7813660 Planícies pantanosas

699785 7813664 Planícies pantanosas

699886 7813688 Planícies pantanosas

700042 7813725 Planícies pantanosas

700093 7813651 Planícies pantanosas

700170 7813591 Planícies pantanosas

700254 7813475 Planícies pantanosas

700242 7813245 Planícies pantanosas

700195 7813139 Planícies pantanosas

700115 7813046 Planícies pantanosas

700288 7812882 Planícies pantanosas


695286 7804637 A0: Faixa de rodagem à esquerda
695286 7804637 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695338 7805161 A0: Faixa de rodagem à esquerda

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 262


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Coordenadas
Tipo de Habitat
X Y
694368 7805856 A0: Faixa de rodagem à esquerda

694368 7805856 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695263 7804561 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695315 7804805 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695315 7804805 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695356 7804984 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695356 7804984 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695356 7804984 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695349 7805140 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695349 7805140 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695349 7805140 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695099 7805239 A0: Faixa de rodagem à esquerda

695099 7805239 A0: Faixa de rodagem à esquerda

694702 7805313 A0: Faixa de rodagem à esquerda

694429 7806378 A2: Faixa de rodagem à direita


694429 7806378 A2: Faixa de rodagem à direita

694475 7806624 A2: Faixa de rodagem à direita

694475 7806624 A2: Faixa de rodagem à direita

694499 7806803 A2: Faixa de rodagem à direita

694499 7806803 A2: Faixa de rodagem à direita

69507 7806885 A2: Faixa de rodagem à direita

69507 7806885 A2: Faixa de rodagem à direita

69507 7806885 A2: Faixa de rodagem à direita

694515 7806980 A2: Faixa de rodagem à direita

694515 7806980 A2: Faixa de rodagem à direita

694515 7806980 A2: Faixa de rodagem à direita

694515 7806980 A2: Faixa de rodagem à direita

694658 7807459 A2: Faixa de rodagem à direita

694658 7807459 A2: Faixa de rodagem à direita

694658 7807459 A2: Faixa de rodagem à direita

694658 7807459 A2: Faixa de rodagem à direita

694525 7805347 A2: Faixa de rodagem à esquerda

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 263


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Coordenadas
Tipo de Habitat
X Y
694322 7805503 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694322 7805503 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694357 7805809 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694357 7805809 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694357 7805809 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694382 7806127 A2: Faixa de rodagem à esquerda

694382 7806127 A2: Faixa de rodagem à esquerda

693839 7809095 A4: Faixa de rodagem à direita


692970 7809653 A4: Faixa de rodagem à direita

692970 7809653 A4: Faixa de rodagem à direita

692970 7809653 A4: Faixa de rodagem à direita

693368 7809430 A4: Faixa de rodagem à direita

693368 7809430 A4: Faixa de rodagem à direita

693368 7809430 A4: Faixa de rodagem à direita

693368 7809430 A4: Faixa de rodagem à direita

692712 7809827 A4: Faixa de rodagem à direita

692711 7809828 A4: Faixa de rodagem à direita

694631 7880748 A4: Faixa de rodagem à direita

694545 7807148 A4: Faixa de rodagem à direita

694545 7807148 A4: Faixa de rodagem à direita

694463 7806484 A4: Faixa de rodagem à direita

694424 7806149 A4: Faixa de rodagem à direita

694424 7806149 A4: Faixa de rodagem à direita

694424 7806149 A4: Faixa de rodagem à direita

694458 7805356 A4: Faixa de rodagem à direita

694458 7805356 A4: Faixa de rodagem à direita

694458 7805356 A4: Faixa de rodagem à direita

694900 7805276 A4: Faixa de rodagem à direita

694900 7805276 A4: Faixa de rodagem à direita

694900 7805276 A4: Faixa de rodagem à direita

695365 7805126 A4: Faixa de rodagem à direita

695252 7804533 A4: Faixa de rodagem à direita

695108 7808280 A4: Faixa de rodagem à direita

694032 7808968 A4: Faixa de rodagem à direita

694032 7808968 A4: Faixa de rodagem à direita

694032 7808968 A4: Faixa de rodagem à direita

694032 7808968 A4: Faixa de rodagem à direita

REIA_Reabilitação de Canais de Drenagem na Beira 264


ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Coordenadas
Tipo de Habitat
X Y
693823 7809099 A4: Faixa de rodagem à direita

693603 7809243 A4: Faixa de rodagem à direita

693603 7809243 A4: Faixa de rodagem à direita

693308 7809437 A4: Faixa de rodagem à direita

692705 7809822 A4: Faixa de rodagem à direita

692705 7809822 A4: Faixa de rodagem à direita

692705 7809822 A4: Faixa de rodagem à direita

692705 7809822 A4: Faixa de rodagem à direita

695205 7804104 A4: Faixa de rodagem à direita

695205 7804104 A4: Faixa de rodagem à direita

695205 7804104 A4: Faixa de rodagem à direita

695257 7804527 A4: Faixa de rodagem à direita

694447 7806392 A4: Faixa de rodagem à direita

694166 7808869 A4: Faixa de rodagem à direita

692504 7806249 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)


692504 7806249 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692504 7806249 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692504 7806249 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692504 7806249 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692842 7805897 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692819 7805773 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692819 7805773 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692819 7805773 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692819 7805773 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692731 7805402 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692731 7805402 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692731 7805402 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

693021 7805220 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

693343 7804918 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

693489 7804788 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

694268 7804291 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

692209 7806104 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

691890 7806375 Áreas contíguas às valas (Zona de Cimento)

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro II - Espécies de Flora observadas na área de influência directa e indirecta do projecto.

Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Bosques

Mangal
Dunas
A0

A2

A4
Gramíneas

Pennisetum purpureum * * *
Alloteropsis semialata *
Andropogon gayanus * * *
Brachiaria marlothi *
Brachiaria serrata *
Chloris gayana *
Chloris mossambicensis * *
Cymbopogon plurinodes * * * *
Cynodon dactylon * *
Cyperus javanicus
Cyperus polystachyos * *
Cyperus spp *
Dactyloctenium aegyptium * *
Echinochloa colona *
Echinochloa crus-galli * *
Eleusine coracana *
Eleusine indica *
Eragrostis capensis *
Eragrostis chloromelas * *
Eragrostis ciliaris * *
Eragrostis curvula * *
Eragrostis echinochloidea
Eragrostis lehmanniana *
Eragrostis pilosa * * *
Eragrostis rigidior * *
Eriochloa stapfiana *
Hyparrhenia filipendula *
Imperata cylindrica * *
Panicum dichotomiflorum *
Panicum sp * *

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Bosques

Mangal
Dunas
A0

A2

A4
Gramíneas

Paspalum dilatatum * *
Phragmites australis * * * * *
Sporobolus stapfianus *
Sporobolus virginicus *
Thichoneura grandiglumis * *
Typha latifólia * *
Urochloa panicoides *
Eragrostis rigidior
PLANTAS INVASIVAS
Pistia stratiotes *
Myriophyllum aquaticum *
Eichhornia crassipes *
Nymphaea alba *
Nymphaea Nouchali *
Ipomoea carnea * *
OUTRAS PLANTAS
Ipoamea pes-capre *
Canavalia marítima *
Hibiscus tiliaceus rubra * *
Hibiscus allenii * *
Hibiscus rosa-sinensis *
Euphorbia ammak * *
Vernonia sp * *
Ricinus communis * *
Diospyros sp *
Hyphaene coriácea * * * * *
Acacia xanthophloea * *
Casuarina equisetifolia * * *
Ziziphus mauritiana *
Phoenix reclinata * * * *
Avicennia marina *
Sonneratia alba *
Hierita littorali *

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Bosques

Mangal
Dunas
A0

A2

A4
Gramíneas

Rhizophora mucronata *
Lumnitzera racemosa *
Peltophorum pterocapum *
Pluchea sp. *
Paniceae sp. * *
Ximenia americana * *
Euphorbia sp * *
Salvadora pérsia * *
Kadaba kirkii * *
Thylacium africanum * *
Epaltes alata * *
Milletia stuhlmanii *
Tabernaemontana elegans *
Afzelia quanzensis *

Quadro III - Espécies de fauna observadas na área de influência directa e indirecta do projecto.
Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Zona de cimentada

Bosques
Dunas

Estado de
A0

A2

A4

Nome Científico
Conservação

AVES

Cegonha de bico-aberto Anastomus lamelligerus * §

Alvéola-preta-e-branca Motacilla aguimp * Baixa Preocupação

Pica-peixe-pigmeu Ispidina picta * Baixa Preocupação

Andorinhas do mar Sterna sp * Baixa Preocupação

Águia-bailarina Terathopius ecaudatus * * §, CITES II, CMS

Toutinegra Pycnonotus barbatus * * * * * * Baixa Preocupação

Garça-de-cabeça-preta Ardea melanocephala * * §

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Zona de cimentada

Bosques
Dunas
Estado de

A0

A2

A4
Nome Científico
Conservação

AVES
Pica-peixe-de-barrete-
castanho Halcyon albiventris * Baixa Preocupação

Pato-trombeteiro Anas smithii * end. CMS II

Passer melanurus * * * Baixa Preocupação

Rola do Cabo Streptopelia capicola * * * Baixa Preocupação

Carraceira Bubulcus ibis * §

Maçarico-das-rochas Actitis hypoleucos * CMS II

Cinnyris fuscus * * Baixa Preocupação

Abelharuco-europeu Merops apiaster * CMS II

Rolieiro-europeu Coracias garrulus * * Baixa Preocupação

Pombo-doméstico Columba livia * *

Garça-branca-grande Egretta alba * * * * §, CMS II

Rola-esmeraldina Turtur chalcospilos * Baixa Preocupação

Garça-real Ardea cinerea * §

Galinha-do-mato Numida meleaeagris * Baixa Preocupação

Corvo-indiano Corvus splendens * * * * Baixa Preocupação

Pardal-comum Passer domesticus * * * * * *

Garça-branca-pequena Egretta garzetta * * * * * * §

Rola-gemedora Streptopelia decipiens * Baixa Preocupação

Rola-rabilonga Oena capensis * Baixa Preocupação

Seminarista Corvus albus * * * * * * Baixa Preocupação

Pica-peixe-malhado Ceryle rudis * Baixa Preocupação

Viuvinha Vidua macroura * Baixa Preocupação

Garça-vermelha Ardea purpurea * §, CMS II

Quelea-de-bico-vermelho Quelea quelea * Baixa Preocupação

Rola-de-olhos-vermelhos Streptopelia semitorquata * Baixa Preocupação

Ibis-sagrado Threskiornis aethiopicus * CMS II


Ephippiorhynchus
Jabiru senegalensis * §

Tadorna cana * Baixa Preocupação

Tecelão-de-máscara Ploceus velatus * Baixa Preocupação

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Planícies Pantanosas
Mosaico de pântanos

Zona de cimentada

Bosques
Dunas
Estado de

A0

A2

A4
Nome Científico
Conservação

AVES

Cardeal-tecelão-vermelho Euplectes orix * Baixa Preocupação

Águia-fulvax Aquila rapax * §, CITES II, CMS II

Cegonha-branca Ciconia ciconia * §, CMS II

Colius colius * Baixa Preocupação

Felosa-musical Phylloscopus trochilus * Baixa Preocupação

Milhafre-de-bico-amarelo Milvus aegyptius * §, CITES II, CMS II

Cegonha-de-bico-amarelo Mycteria ibis * CMS II

PEIXES

Gobião Periophthalmus kalolo *

Tilápia Oreochromis Sp * * Baixa Preocupação

Enguia-gigante Anguilla marmorata * Baixa Preocupação

MAMIFEROS

Rato-pequeno-das-canas Thryonomys gregorianus * Baixa Preocupação

Rato-da-casa Mus musculus * * *?

Rato-de-dentes-canelados Pelomys fallax * Baixa Preocupação

ANFÍBIOS

Rela-sarapintada Hyperolius marmoratus * Baixa Preocupação

Sapo-de-costas-castanhas Leptopelis mossambicus * Baixa Preocupação

Bufo sp Bufo sp * * Baixa Preocupação

Onde:
* Espécie introduzida
? Ocorrência duvidosa
Nt- Quase Ameaçado
CITES I e II – constante no Anexo I ou II da CITES, o que significa que o comércio internacional desta
espécie deve ser monitorizado e controlado com precaução.
§ - Espécie protegida em Moçambique, de acordo com a Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia
(2002).
EN – em perigo
end. – Espécie endémica (apenas avaliados Mamíferos, Aves e Répteis)

CMS I, II – espécies listadas no Apêndice II da Convenção de Espécies Migratórias (CMS, 2002)

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro IV - Espécies de fauna mencionadas pelos informantes-chave como sendo as de


ocorrência potencial.

Retenção artificial
Retenção Natural
Pantanosas

Mungassa
Planícies
(Maraza)

Chota
Estado de
Nome Comum Nome Cientifico
Conservação

AVES
Cegonha-de-barriga-branca Ciconia abdimii * * §
Ostraceiro-preto-africano Haematopus moquini * end.LR/nt
Anhinga rufa * * Baixa Preocupação
Cegonha de bico aberto Anastomus lamelligerus * * * Baixa Preocupação
Papa-moscas do Paraíso Terpsiphone viridis * CMS II
Toutinegra Pycnonotus barbatus * Baixa Preocupação
Colhereiro-africano Platalea alba * * CMS II
Cuco-preto Cuculus clamosus * Baixa Preocupação
Abetarda-de-barriga-preta Eupodotis melanogaster * CITES II
Tchagra senegalus * Baixa Preocupação
Toutinegra Pycnonotus barbatus * * Baixa Preocupação
Garça-de-cabeça-preta Ardea melanocephala * * §
Tarambola-preta-e-branca Vanellus armatus * * CMS II
Tarambola-de-asa-negra-pequena Vanellus lugubris * * CMS II
Perna-longa Himantopus himantopus * CMS II
Rouxinol-pequeno-dos-pântanos Acrocephalus gracilirostris * Baixa Preocupação
Melro-das-rochas do Cabo Monticola rupestris * end.
Rola do Cabo Streptopelia capicola * Baixa Preocupação
Carraceira Bubulcus ibis * * * * §
Garça-caranguejeira Ardeola ralloides * * §
Perna-verde-comum Tringa nebularia * CMS II
Tarambola-coroada Vanellus coronatus * * CMS II
Pilrito-de-bico-comprido Calidris ferruginea * CMS II
Papa-figos-de-cabeça-preta Oriolus larvatus * Baixa Preocupação
Ganso do Egipto Alopochen aegyptiacus * CMS II
Rolieiro-europeu Coracias garrulus * * Baixa Preocupação
Drongo-de-cauda-forcada Dicrurus adsimilis * Baixa Preocupação
Pica-peixe-gigante Megaceryle maxima * Baixa Preocupação
Ibis-preto Plegadis falcinellus * CMS II
Escrevedeira-de-peito-dourado Emberiza flaviventris * Baixa Preocupação

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Retenção artificial
Retenção Natural
Pantanosas

Mungassa
Planícies
(Maraza)

Chota
Estado de
Nome Comum Nome Cientifico
Conservação

Garça-gigante Ardea goliath * * * * * §


Petinha-do-capim Anthus cinnamomeus * * Baixa Preocupação
Cuco-rabilongo Clamator glandarius * Baixa Preocupação
Garça-branca-grande Egretta alba * * * * §
Flamingo-comum Phoenicopterus ruber * §. CITES II. CMS I
Indicador-grande Indicator indicator * Baixa Preocupação
Rola-esmeraldina Turtur chalcospilos * Baixa Preocupação
Felosa-de-dorso-verde Camaroptera brachyura * Baixa Preocupação
Garça-real Ardea cinerea * * * §
Picanço-de-cabeça-cinzenta Malaconotus blanchoti * Baixa Preocupação
Chroicocephalus cirrocephalus * Baixa Preocupação
Tarambola-cinzenta Pluvialis squatarola * CMS II
Singanga Bostrychia hagedash * Baixa Preocupação
Pássaro-martelo Scopus umbretta * end.
Galinha-do-mato Numida meleaeagris * Baixa Preocupação
Pardal-comum Passer domesticus *
Borrelho de Kittlitz Charadrius pecuarius * * CMS II
Indicador-pequeno Indicator minor * * Baixa Preocupação
Rolieiro-de-peito-lilás Coracias caudata * * * Baixa Preocupação
Garça-branca-pequena Egretta garzetta * * * * §
Perna-verde-fino Tringa stagnatilis * CMS II
Rola-rabilonga Oena capensis * Baixa Preocupação
Picanço-de-peito-laranja Telophorus sulfureopectus * * Baixa Preocupação
Viúva-do-paraiso-de-rabo-largo Vidua obtusa * Baixa Preocupação
Seminarista Corvus albus * Baixa Preocupação
Pica-peixe-malhado Ceryle rudis * Baixa Preocupação
Viuvinha Vidua macroura * * Baixa Preocupação
Garça-vermelha Ardea purpurea * * * §. CMSII
Pato-orelhudo Nettapus auritus * CMS II
Fuinha-chocalheira Cisticola chiniana * Baixa Preocupação
Quelea-cardinal Quelea quelea * Baixa Preocupação
Rola-de-olhos-vermelhos Streptopelia semitorquata * Baixa Preocupação
Pica-pau-cardeal Dendropicos fuscescens * Baixa Preocupação

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Retenção artificial
Retenção Natural
Pantanosas

Mungassa
Planícies
(Maraza)

Chota
Estado de
Nome Comum Nome Cientifico
Conservação

Corvo-marinho-africano Phalacrocorax africanus * Baixa Preocupação


Rola-do-mar Arenaria interpres * * CMS II

Ibis-sagrado Threskiornis aethiopicus * * CMS II


Beija-flor-de-peito-escarlate Nectarinia senegalensis * Baixa Preocupação
Grou-corodao-austral Balearica regulorum * CITES II
Zarro-africano Netta erythrophthalma * CMS II
Cardeal-tecelão-vermelho Euplectes orix * Baixa Preocupação
Papa-moscas-cinzento Muscicapa caerulescens * CMS II
Tecelão-malhado Ploceus cucullatus * Baixa Preocupação
Pato-ferrão Plectropterus gambensis * CMS II
Gaivina-de-bico-amarelo Sterna bergii * §
Corredor de Temminck Cursorius temminckii * * Baixa Preocupação
Borrelho-de-três-golas Charadrius tricollaris * CMS II
Picanço-assobiador Tchagra australis * Baixa Preocupação
Alcaravão-de-água Burhinus vermiculatus * Baixa Preocupação
Maçario-glaego Numenius phaeopus * CMS II
Cegonha-branca Ciconia ciconia * * §. CMS II
Phalacrocorax lucidus * Baixa Preocupação
Tecelão-de-sobrancelha-branca Plocepasser mahali * Baixa Preocupação
Pato-assobiador-de-faces-brancas Dendrocygna viduata * * CMS II
Borrelho-fe-fronte-branca Charadrius marginatus * CMS II
Felosa-musical Phylloscopus trochilus * Baixa Preocupação
Andorinha-cauda-de-arame Hirundo smithii * Baixa Preocupação
Cegonha-de-bico-amarelo Mycteria ibis * * CMS II
Viúva-de-rabadilha-amarela Euplectes capensis * Baixa Preocupação
Petinha de unha-longa-amarelo Macronyx croceus * Baixa Preocupação
REPTEIS
Víbora-da-noite Causus rhombeatus * Baixa Preocupação
Come-ovos Dasypeltis scabra * Baixa Preocupação
Mamba-verde Dendroaspis angusticeps * * * * Baixa Preocupação
Cobra-das-árvores Dispholidus typus * Baixa Preocupação
Cobra-com-liga Elapsoidea sundevallii * end
Cobra-cuspideira Naja mossambica * * * Baixa Preocupação

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DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Retenção artificial
Retenção Natural
Pantanosas

Mungassa
Planícies
(Maraza)

Chota
Estado de
Nome Comum Nome Cientifico
Conservação

Cobra-do-mato-variegada Philothamnus semivariegatus * Baixa Preocupação


Víbora-dos-pântanos Proatheris superciliaris * * * Baixa Preocupação
ANFÍBIOS
Sapo-das-folhas-gigante Afrixalus fornasini * * * Baixa Preocupação
Breviceps sp * * * * Baixa Preocupação
Sapo-gutural Bufo gutturalis * * Baixa Preocupação
Bufo sp * Baixa Preocupação
Hemisus sp * * * Baixa Preocupação
Rã-ornada Hildebrandtia ornata * Baixa Preocupação
Rela de Argus Hyperolius argus * Baixa Preocupação
Rela-sarapintada Hyperolius marmoratus * * * Baixa Preocupação
Rela-vermelho Hyperolius tuberilinguis * * Baixa Preocupação
Sapo de Senegal Kassina senegalensis * Baixa Preocupação
Sapo-de-costas-castanhas Leptopelis mossambicus * * Baixa Preocupação
Rã-dos-charcos Phrynobatrachus natalensis * Baixa Preocupação
Sapo-de-duas-listas Phrynomantis bifasciatus * Baixa Preocupação
Rã-da-erva Ptychadena anchietae * Baixa Preocupação
Rã-de-listas-largas Ptychadena mossambica * * Baixa Preocupação
Sapo-vermelho Schismaderma carens * Baixa Preocupação
Platanas Xenopus sp * * * Baixa Preocupação
Tomopterna sp * Baixa Preocupação
Sapo-de-ninho-de-espuma Chiromantis xerampelina * Baixa Preocupação
PEIXES
Peixe-gato-de-dentes-finos Clarias gariepinus * * Baixa Preocupação
Tilápia Oreochromis sp * * * * Baixa Preocupação
Bagre Arius dussumieri * Baixa Preocupação
Guinchador-castanho Synodontis zambezensis * * * Baixa Preocupação
Enguia-gigante Anguilla marmorata * * * Baixa Preocupação
Sugador-de-barbatanas-detadas Chiloglanis paratus * * Baixa Preocupação
Peixe-bastardo da Beira Nothobranchius kuhntae * Baixa Preocupação
Peixe-bastardo-arco-iris Nothobranchius rachovii * Baixa Preocupação
Onde:
* Espécie introduzida
? Ocorrência duvidosa

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Nt- Quase Ameaçado


CITES I e II – constante no Anexo I ou II da CITES, o que significa que o comércio internacional desta
espécie deve ser monitorizado e controlado com precaução.
§ - Espécie protegida em Moçambique, de acordo com a Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia
(2002).
EN – em perigo
end. – Espécie endémica (apenas avaliados Mamíferos, Aves e Répteis)
CMS I, II – espécies listadas no Apêndice II da Convenção de Espécies Migratórias (CMS, 2002).

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ANEXO 5 - SOCIOECONOMIA

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Anexo 5.1 – Modelo do inquérito Aplicado

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Anexo 5.2 – Grelha de variáveis a serem cruzadas para obtenção do diagnóstico socio-
económico, cultural e de saúde da população-alvo.

INQUÉRITO RELATIVO A CARACTERIZAÇÃO SOCIO-ECONOMICA E SAÚDE

EM 5 BAIRROS PERIFÉRICOS DA CIDADE DA BEIRA

Indicação dos resultados a serem obtidos nos inquéritos através da elaboração de tabelas simples
e com cruzamento de informação

1. Introdução

Tendo em conta os objectivos do Estudo, as conclusões que se pretendem apurar e o modelo de inquérito
aplicado à população, torna-se necessário que os dados recolhidos sejam úteis para a obtenção da
caracterização, socio-económica, situação ambiental, comportamento sanitário e possibilidades potenciais
para levar ao melhoramento do seu estilo de vida no que concerne ao abastecimento de água,
saneamento, disposição de resíduos sólidos.

2. Desenvolvimento

Assim, os dados importantes a extrair são os seguintes:

A- Dados demográficos

1 - Nº de famílias/bairro

2 - Nº médio de pessoas/família

3 - Nº de adultos por sexo: Nº de Homens/ Nº de Mulheres

4 - Nº de crianças abaixo e acima dos 5 anos

5 - Nº de Chefes de agregado familiar de acordo com o sexo: Nº H / Nº M

B- Dados socio-culturais

1 - Principal língua falada

2 - Religião da família: Nº de cristãos; Nº de muçulmanos; ambas; nenhuma religião perfilhada

3 - Religião da família/ material usado na limpeza após necessidades maiores

4 - Práticas cerimónias tradicionais: Nº de famílias- Sim e Não

4.1. Dos que praticam, que tipo de rituais?

- iniciação;

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- agradecimento antepassados;

- relacionados com a agricultura

C - Abastecimento de Água

1- Tipo de sistema de abastecimento de água

2 - Valores do pagamento da água: média

3 - Formas de pagamento da água: Diário; Mensal; Não paga

3.1. - Dos que pagam:

- Até 2 MT

- Entre 3 e 5 MT

- Entre 6 e 10 MT

- Mais de 11 MT

(Cruzar o valor pago com a temporalidade: por dia / por mês)

D - Sistema de Saneamento

1 - Tem sistema de saneamento/ Não tem sistema de saneamento (Nº de famílias)

2- Se tem sistema de saneamento:

2.1. - Tipo de sistema

2.2. - Teve problemas com o sistema (Sim / Não) por Tipo de sistema

2.3. - Problemas havidos com o sistema (elencar nº por categoria de problemas)

2.4. - Qual o sistema pretendido no futuro/ tipo de sistema actual

(objectivo: perceber se há o desejo de um "upgrade")

2.5. - Nº de famílias dispostas a pagar o esvaziamento da latrina e Nº de famílias que não estão dispostas
ou não podem pagar

2.5.1. - Das que dizem estar dispostas a pagar:

Nº de famílias, de acordo com os intervalos seguintes:

a) até 5,00 MT/mês

b) entre 6 e 10 MT/mês

c) entre 11 e 20 MT/mês

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d) acima de 20 MT/mês

3. Não tem sistema de saneamento:

3.1. - Razões invocadas para não ter (elencar)

3.2. - Razões invocadas para querer ter um sistema de saneamento

3.3. - Que tipo de sistema gostaria de ter? - (elencar)

3.4. - Quanto poderia pagar / Tipo de sistema que pretenderia ter

E - Remoção de resíduos sólidos

1. - Onde o lixo é despejado? (Elencar o nº das situações de acordo com as categorias previstas no
inquérito)

2. - Nº de famílias dispostas a pagar taxa para remoção do lixo (Taxa de Saneamento) e Nº de famílias
que não estão dispostas ou não podem pagar

3. - Das que dizem estar dispostas a pagar:

Nº de famílias, de acordo com os intervalos seguintes:

a) até 5,00 MT/mês

b) entre 6 e 10 MT/mês

c) entre 11 e 20 MT/mês

d) acima de 20 MT/mês

F - Acesso à energia eléctrica

1- Fonte de iluminação utilizada em casa (elencar nº de famílias por categoria apresentada no inquérito)

2 - Se possível:

Elencar nº de famílias de acordo com o sistema de abastecimento de água; fonte de energia eléctrica e
sistema de saneamento.

Caso tal não seja possível, IMPORTANTE elencar nº de famílias que não têm energia eléctrica; não têm
sistema de saneamento e não têm uma fonte de abastecimento de água potável própria ou pública

G - Características da habitação

1 - Tamanho dos talhões: média; valor mínimo e máximo

2 - Dimensão das habitações: média; valor mínimo e máximo

3 - Caracter da posse: Nº de famílias que têm casa própria; alugada; emprestada

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4 - Divisões da casa principal: média; valor mínimo e máximo

5 - Dimensão da casa principal / número de membros do agregado familiar

6 - Principal material das paredes da habitação: nº de casas de acordo com as categorias elencadas no
inquérito; média; valores mínimo e máximo

7 - Material da cobertura das casas: nº de casas de acordo com as categorias elencadas no inquérito;
média; valores mínimo e máximo

8 - Nº de habitações consideradas em bom, razoável e mau estado

H - Práticas sanitárias

1 - Formas de Limpeza dos adultos após utilização da latrina:

Necessidades maiores - Nº de famílias por categoria elencada no inquérito

Necessidades menores - Nº de famílias por categoria elencada no inquérito

2 - Utilização da latrina:

2.1. Nº de famílias em que a latrina é utilizada por todos; por todos e pelos vizinhos

3 - Local onde as crianças fazem as necessidades:

a)- Necessidades Maiores - Nº de casos de acordo com as categorias elencadas no inquérito

b)- Necessidades Menores - Nº de casos de acordo com as categorias elencadas no inquérito

3 - Lavagem das mãos, após usar a latrina (juntar necessidades maiores e menores):

- Nº de famílias em que as pessoas lavam as mãos e com que materiais

4 - Responsabilidade da limpeza da latrina:

- Quem limpa a latrina? (Nº de famílias de acordo com as categorias elencadas no inquérito)

I - Situação de saúde da família

1. Doenças ocorridas com os adultos:

(elencar nº de famílias de acordo com as categorias elencadas no inquérito)

2. Doenças ocorridas com as crianças:

- Nº de famílias com crianças abaixo dos 5 anos (elencar nº de famílias de acordo com as categorias
elencadas no inquérito)

- Nº de famílias com crianças acima dos 5 anos (elencar nº de famílias de acordo com as categorias
elencadas no inquérito)

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DA CIDADE DA BEIRA
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3. Local de tratamento das doenças:

- Locais onde foram tratadas a malária: nº de casos

- Locais onde foram tratadas as diarreias: nº de casos

J - Situação económica das famílias

1. Rendimentos mensais das famílias:

Nº de famílias de acordo com os seguintes intervalos:

- nenhum rendimento

- Até 1000 MT

- Entre 1001 MT - 2500 MT

- Entre 2501 MT - 3000 MT

- Entre 3001 MT - 5000 MT

- Acima de 5001 MT

2. Valor disponível por elemento do agregado em função do rendimento global da família

K - Bens possuídos pela família

Listar as 5 categorias mais importantes (em termos numéricos) para todas as famílias

L - CAMPO DE OBSERVAÇÕES

Criar uma tabela com um campo para colocar, de forma sintética, as observações dos inquiridores.

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DA CIDADE DA BEIRA
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Anexo 5.3 – Estrutura do Guião das Reuniões de "Focus Group"

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
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ANEXO 6 - INFORMAÇÃO SOBRE O


REASSENTAMENTO

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ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL
DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Chama-se à atenção que o texto completo do Plano de Acção de Reassentamento (PAR) segue as
etapas de aprovação previstas no Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante
de Actividades Económicas – Decreto n.º 31/2012, de 8 de Agosto, tendo sido copiladas para o
presente anexo do REIA a informação necessária para compreensão do PAR.

Anexo 6.1 - Lista das Infra-estruturas afectadas pelo projecto e sua localização.

No Quadro 23 listam-se as 21 infra-estruturas afectadas que foram consideradas para reassentamento,


dada a impossibilidade de reabilitação no próprio talhão ou por estarem muito próximas dos canais actuais
e por isso dentro da zona das obras.

As situações em que se identificaram afectações do corredor de impacto em construções acessórias, tais


como anexos, alpendres, latrinas e vedações, é proposta a manutenção da casa principal com
compensações correspondentes a melhoramentos e reconstrução das construções acessórias afectadas.
Assim, no Quadro 24 são indicadas as infra-estruturas propostas para manutenção no local com
compensações.

Quadro 23 – Levantamento das Infra-estruturas Afectadas pelas Obras.


HABITAÇÕES A REASSENTAR NO BAIRRO VAZ
Infraestrutura Bairro Material de construção de paredes e cobertura Área da habit m2) OBSERVAÇÕES
afectada
1 Ma ra za Casa pau-a-pique maticado; telhado zinco (degradada) 18,91
2 Ma ra za Casa pau-a-pique maticado; telhado zinco (mtº degradada) 24
3e 4 Ma ra za casa de blocos não maticada c/latrina precária 59,62
5 Ma ra za casa de blocos maticada c/pequena varanda 55,54
6 Ma ra za casa pau-a-pique maticada 82,04
9 Ma ra za casa pau-a-pique maticada ( mtº degradada) 36,26
11 Ma ra za casa pau-a-pique maticada c/telhado de zinco 38,54
13 Ma ra za casa de pau-a-pique não maticada c/ telhado de zinco 81,13
14 Ma ra za casa de pau-a-pique maticada c/ telhado zinco ( mtº degradada) 42,7
17 Ma ra za casa pau-a-pique maticado e latrina com blocos e plástico 73,58
18 Ma ra za casa pau-a-pique maticado c/ telhado zinco ( estado razoavel) 30,38
23 Ma ra za Casa pau-a-pique maticada c/ telhas luzalite (mau estado) 74,46
24 Ma ra za Casa pau-a-pique maticada c/ telhado zinco ( mau estado) 35,4
26 Ma ra za ca s a em pa u-a -pi que ma tica do ( mui to degra da da ) 104,4
Casa de habitação usada também
28 Ma ra za cons truçã o mi s ta ( pa rte em bl ocos e ma teri a i s di vers os ) 31,2 para reparação de automóveis
Munha va
41 Centra l Casa pau-a-pique maticada c/telhado zinco muito degradado 35,75
Casas geminadas mas que se
Munha va constituem como uma única.
42 e 43 Centra l Casa de blocos c/ telhado de zinco 36,5 Pertencem ao mesmo dono
Munha va
48 Centra l Casa de blocos c/ telhado de zinco 40,96
54 Es turro Casa de blocos muito degradada ( cor amarela) 68,55
Munha va
72 Centra l Casa de blocos e telhado de zinco 42
Munha va
74 Centra l Casa de blocos e telhado de zinco 131,14

TOTAL: 21 HABITAÇÕES

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Quadro 24 – Infra-estruturas acessórias (anexos de habitações; latrinas; vedações)


que serão reabilitadas ou reconstruídas na sua localização actual
INFRAESTRUTURAS A REABILITAR
Infraestrutura Bairro Tipo de infraestrutura Material de construção de paredes e cobertura OBSERVAÇÕES
afectada
7 Maraza anexo hab principal pau-a-pique maticado ( mtº degradado)
10 Maraza latrina precária material vegetal e bambus
Não está no COI mas deve ser escorada durante
12 Maraza casa (muito mau estado) paredes de blocos c/ telhado de zinco a construção, pois há perigo de ruir
15 Maraza casa e latrina paredes rebocadas e latrina de blocos
15-A Maraza anexo hab principal parede blocos e telhado lusalite
Casa não está no COI mas deve ser escorada
16 Maraza latrina precária revestimento de zinco durante a construção,pois há perigo de ruir
20 Maraza Anexo de habitação pau-a-pique maticado ( mtº degradado)
27 Maraza latrina paredes de blocos
Munhava
29 Central curral de cabritos vedação em material precário
Munhava
30 Central Anexo de hab principal pau-a-pique não maticado
Munhava
31 Central Latrina paredes pau-a-pique maticado e telhado de zinco
Munhava
34 Central Latrina e vedação paredes blocos e vedação material vegetal
Munhava Fazer recuar a vedação do local actual; reabilitar
38 Central casa e vedação paredes de blocos e vedação em material vegetal casa
55 Matacuane varanda de habit material precário
56 Matacuane varanda de habit mat precário ( lona e sacos)
57 Chipangara latrina material precário
casa blocos
Não está no COI mas em obra deve haver
58 Chipangara (muito mau estado) atenção pois a construção está muito degradada
Munhava e poderá ruir
73 Central
Munhava Anexo de habit principal Construção de blocos e telhado de zinco
73-A Central Anexo de hab principal Construção de blocos e telhado de zinco

TOTAL: 19 situações de reparações/reabilitações de infraestruturas dentro do mesmo talhão

Nas figuras seguintes estão localizadas as infra-estruturas a reassentar, bem como as infra-estruturas
propostas para manutenção no local com compensação.

Salienta-se que ao longo dos Canais A4 e A2 não existe a necessidade de reassentar nenhuma infra-
estrutura.

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Figura 98 - Localização das infra-estruturas a Reassentar e propostas para


manutenção no local com compensação.

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ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE ÁGUAS E SANEAMENTO (AIAS)
ESTUDO PRÉVIO, PROJECTO DE EXECUÇÃO, GESTÃO E SUPERVISÃO DA OBRA DA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL DA CIDADE DA BEIRA
RELATÓRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 25 – Matriz de Direitos do Plano de Acção de Reassentamento

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Anexo 6.2 - Local do Reassentamento das famílias.

O local escolhido para os reassentamentos é o Bairro Manga Mascarenha – Mutondo localizado a cerca
de 7 km do centro da Cidade (Figura 99). Este Bairro já possui arruamentos e algumas infra-estruturas de
apoio, nomeadamente uma Escola EPC e um Posto de Saúde.

O projecto geral compreende o desenvolvimento num loteamento das habitações tipo inseridas em lotes
individuais, bem como das infra-estruturas gerais exteriores ao lote, tais como os arruamentos e acessos
pedonais.

Figura 99 – Planta de localização da Área de Reassentamento.

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Anexo 6.3 – Habitações Tipo para o reassentamento das famílias.

Os talhões considerados para o reassentamento das famílias têm 20m de frente por 30m de profundidade.

Todos os talhões são servidos por arruamentos que lhes dão acesso.

As habitações propostas são modulares, no sentido em que têm como base as mesmas dimensões dos
compartimentos, com ligeiras adaptações.

As habitações são constituídas por um espaço amplo designado como Sala, um sanitário interior (somente
nos modelos a) e uma área de cozinha exterior coberta, onde se poderá lavar/ preparar os alimentos para
serem cozinhados. Esta área inclui uma bancada e uma área devidamente protegida para cozinhar a
carvão.

Dentro das habitações, e como o espaço da cozinha é exterior foi indicado um local específico para
colocação de um frigorífico.

As tipologias designadas como modelo b, contemplam no exterior um apoio de sanitário, designado como
latrina sendo que nestas tipologias não existe a instalação sanitária no interior da habitação.

Esta construção é autónoma da habitação principal e localiza-se num dos extremos do talhão. É um
espaço aberto que inclui uma área para um chuveiro e um espaço individualizado designado como latrina
com uma sanita tipo turca. É proposto também para este espaço um lavatório.

A escolha da tipologia – modelo a ou b – passará a ser da responsabilidade de cada família.

Os talhões propostos possuem vedações no seu perímetro e permitem o estacionamento de veículos no


seu interior, quer sejam automóveis, motociclos ou bicicletas.
2
Está também previsto um espaço para cultivo de uma horta com cerca de 50m , localizada no fundo de
cada talhão.

A instalação eléctrica será também proveniente da rede pública exterior, não se prevendo a alimentação
dos blocos autónomos de sanitários.

Cada lote terá uma fossa individual fechada com poço absorvente.

As infra-estruturas exteriores contemplam os arruamentos, sendo as novas redes de águas e


electricidade, iluminação pública e drenagem de pluviais dos arruamentos ligadas às redes já existentes
do loteamento.

Nas figuras seguintes apresentam-se os modelos de habitação propostos.

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Figura 100 – Habitação Tipo T2 – Modelo A. Planta de Piso

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Figura 101 – Habitação Tipo T2 – Modelo B. Planta de Piso

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Figura 102 – Habitação Tipo T3 – Modelo A. Planta de Piso

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Figura 103 – Habitação Tipo T3 – Modelo B. Planta de Piso

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ANEXO 7 - ANÚNCIO PARA A REUNIÃO DA


CONSULTA PÚBLICA

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Anexo 7.1 - Anuncio publicado no Jornal Noticias

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Anexo 7.2 - Anuncio publicado no Jornal Diário de Moçambique

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Anexo 7.3 - Lista de presenças da reunião do Hotel Moçambique

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Anexo 7.4 - Lista de Presenças da Reunião no Conselho Municipal da Cidade da Beira

P.S. – As duas actas anteriores apesar de no cabeçalho estar indicado o dia 28, referem-se a presenças do dia 29.

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Anexo 7.5 - Relatório de Perguntas e Respostas.


RELATÓRIO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

Pergunta Resposta Comentários

José Rodrigues Simões - Qual é a largura do corredor de impacto, O corredor de impacto é a servitude de trabalho e área de
isto é, qual é a distância entre as valas de drenagem e as infra- circulação das máquinas. A sua largura varia de modo a
1
estruturas. mitigar os impactos socias e o dano nas infra-estruturas
existentes. Em média possui 7 metros de largura.
Se considerando os 7 metros, significará que a minha residência As suas propriedades estão registadas. A análise até hoje
será afectada. Se assim for, como será feita a compensação e efectuada, indica que a mesma não será afectada. No
tenho um projecto para aquele terreno ? residência esta em entanto, a equipa técnica irá revisitar o local e obter as
construção. conclusões finais.
Simão Fernandes (Representante da Igreja Velha Apostólica) - A Concordamos em considerar a relocação da Igreja como
Igreja possui duas capelas, uma no Bairro de Macurungo e outra última alternativa. No entanto deverá também ser avaliado
no Bairro Muxatazine (?). Com um total de 300 crentes. Propõe o custo de reassentar famílias em talhões próximos para
2 que não seja reconstruida as capelas no local de reassentamento acomodar a Igreja. Acreditamos que em diálogo
mas que mantenha no local aonde se encontra ou em um local permanente, já iniciado antes desta reunião,
próximo, pois a maior parte dos crentes não serão reassentados. encontraremos a solução que satisfaça ambas as partes.

Orlando Francisco Luis - A casa localiza-se entre a linha férrea e a Comentário Notado
Estrada Nacional 6. Sofrem com efeitos da poeira levantada pelos
camiões que passam da estrada transportando carvão do local de
3
armazenamento para o embarque navios no Porto. E também
devido a poluição sonora provocada pelo tráfego e buzinas dos
comboios na passagem de nível.
João Manuel Guava - possui um negocio de Mobílias que será O negocio não será realocado.
4 afectado pelo projecto. Gostaria de propor que não fosse
reassentado pois o mercado depende da localização.
João António Mutemba - Gostaria de saber se a sua casa será ou Não será afectada. A marcação que existe foi efectuada
não afectada. A pergunta tem a ver com a marcação existente na pelo CMB num trabalho prévio. O Vereador afirma que ele
5 casa. não será afectado por este projecto e qualquer discussão
deverá ter lugar em contacto directo com o CMB.

Pastor Nhemba - Representa a Igreja Evangélica Assembleia de A igreja possui uma nova ala, recentemente construída
Deus - Gostaria de saber se a Igreja situada na Munhava Central, aonde funciona um escritório. Esta ala será destruída e
6 será afectada. Ele propõe que a mesma tiver que ser removida, reconstruida no local original, no mesmo edifício. A equipa
que seja para o mais próximo possível, sendo o Bairro Pioneiros do projecto irá no terreno discutir consigo as opções que
ou Vaz os locais mais distantes aceitáveis. satisfaçam a Igreja.
Rita Mausse - Possui um negócio de cabritos e o curral será o curral não será removido.
7 afectado pelo Projecto. Considerando que o negocio depende da
localização, propõe que não seja relocado para outro local.
Elias Viegas Siluane - Como é que ficarão a saber se serão ou não Esta não é a primeira reunião entre a equipa do projecto a
afectados pelo projecto ? comunidade e não será a última. Outras reuniões terão
8 lugar para se concluir o processo de reassentamento.
Quando o acordo for obtido, serão assinadas actas com a
presença de testemunhas e das estruturas de Bairro.
Paulo Bene, MICOA - 1. E reconfortante notar que as famílias Comentário Notado. A equipa do projecto
afectadas já foram identificadas e notificadas. Sugere, no agradece o reconhecimento do trabalho já
9
entanto que este trabalho seja concluído e que haja formal efectuado.
notificação a cada uma das famílias afectadas.
2. A acta das consultas publicas deverão ser assinadas pela A equipa do projecto concorda com a recomendação, que é
Comissão técnica de reassentamento. alias um requisito legal. As actas serão assinadas pelos
participantes.
3. Uma vez que na mesma reunião foram abordados o EIA e PAR, A equipa do projecto concorda e irá produzir duas actas,
deverão ser produzidas duas actas. nos formatos específicos de cada um dos processos: EIA e
PAR.
4. Propõe que seja divulgada o cronograma do projecto; A cronograma foi verbalmente divulgado na
reunião e será formalmente entregue as
entidades competentes e dado a conhecer
as partes interessadas e afectadas

5. Propõe igualmente que seja partilhado o orçamento do O orçamento do projecto é conhecido. O


projecto. orçamento especifico da cada uma das
componentes será dado a conhecer sempre
que tal for relevante.
6. quando começará a implementação do projecto. No primeiro trimestre de 2015, as obras deverão começar.
Para tal, o processo de reassentamento deverá estar
concluído.

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ANEXO 8 - PEÇAS DESENHADAS DO


PROJECTO

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