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ACADEMIA NAVAL

DIRECÇÃO DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE


COMBUSTÍVEL DE ACCIONAMENTO AUTOMÁTICO NOS NAVIOS
DA CLASSE NGOLA KILUANGE.

101028656- GMAR- CLÁUDIO JOSÉ LANDA

LUANDA – 2022
ACADEMIA NAVAL

DIRECÇÃO DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE


COMBUSTÍVEL DE ACCIONAMENTO AUTOMÁTICO NOS NAVIOS
DA CLASSE NGOLA KILUANGE.

Trabalho de Fim de Curso para a obtenção do grau académico de Licenciado em Ciências


Militares Navais na especialidade de Engenharia Naval, ramo Mecânica.

101028656- GMAR- CLÁUDIO JOSÉ LANDA

Orientador: TTN EN - AEL Reginaldo Vasco

Co- Orientador: TTN EN - MEC João Nicolau

LUANDA – 2022
II
101028656- GMAR- CLÁUDIO JOSÉ LANDA

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE


COMBUSTÍVEL DE ACCIONAMENTO AUTOMÁTICO NOS NAVIOS
DA CLASSE NGOLA KILUANGE.

Aprovado em luanda, aos de de 2022

Banca Examinadora

Presidente

_______________________________________________________

1ºVogal (Arguente)

Graduação, nome, instituição

________________________________________________________

2ºVogal (Arguente)

Graduação, nome, instituição

___________________________________________________________________________

Vogal

________________________________________________________
Vogal

__________________________________________________________________________________
DEDICATÓRIA

Á Deus pelo folego da vida.

A minha família, minha Mãe Adelina Inácio, meus irmãos e às memórias de Comprido
Landa e Constância Inácio.

III
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço ao soberano pai celestial criador do céu e da terra, o qual sem
ele nada seria possível, porque a minha formação, assim como o meu trabalho, sempre
dependeram dele. Agradeço por tudo que tem feito, e por proporcionar essa realização em
minha vida.

Para a concretização de uma monografia é necessário o apoio directo ou indirecto de


muita gente e instituições, todos em volta de mim, foram importantes para que cá chegasse.
Nenhum dos meus próximos é definitivamente mais importante do que outro, pois sempre
digo que vocês fizeram parte de um propósito maior. Mas, é importante referir algumas
pessoas e entidades não mais importantes que as outras, mas cuja colaboração e apoio foram
indispensáveis e por essa razão, dirijo-me a estas para exprimir os meus agradecimentos:

Agradeço aos meus pais, em especial minha mãe Adelina Inácio, por assegurar e
garantir a minha educação e integração no sistema de ensino, mesmo em momentos difíceis
abdicou das suas necessidades para apoiar-me nas necessidades escolares e não só, pelos
valores morais que me incutiu e que tem marcado toda a minha existência.

De seguida, também agradeço ao meu orientador TTN EN-AEL Reginaldo Vasco pela
paciência, pelo incentivo, apoio, cooperação e supervisão, pela convicção transmitida sobre as
minhas capacidades. Sem a sua determinação, julgamento analítico e raciocínio crítico as
pedras deste trilho não seriam transpostas.

Ao meu Co-orientador TTN EN-MEC João Nicolau Chefe de máquinas do navio Zinga
Mbande, pela paciência e dedicação, pelos ensinamentos passados durante a elaboração deste
trabalho, o meu muito obrigado.

Ao TTF EN-MEC Nilton Alberto, pela persistência e subsídios prestados durante o


desenvolvimento do presente trabalho de fim de curso.

Ao Instituto Médio Técnico 17 de Dezembro pelo apoio e a disponibilidade de um


laboratório.

Para mim é um motivo de grande satisfação e alegria, compartilhar este momento tao
importante com todos presentes, e agradecer ao corpo docente da Academia Naval, em
particular aos oficiais e professores do departamento de Engenharia Naval no ramo de
Mecânica, pela forma sábia como transmitiram e a disponibilidade evidenciada no percurso da
formação, desenvolvimento académico e profissional. Aos Guardas- Marinha António Zau,
IV
Suana Pedro, Marília António, Geovani Brás e aos demais colegas que tanto contribuíram
para o desenvolvimento deste TFC. Antes que me esqueça ao Corpo de Cadetes pelos
ensinamentos passados e pela disciplina militar, ao Serviço de Saúde que muitas vezes esteve
presente em momentos difíceis, a Secretária Escolar em particular o Sr. TTN Adilson Maquita
por acreditar em mim, a Reprografia Escolar, a todos os cadetes mais antigos e mais
modernos, trabalhadores militares e civis que fizeram e fazem parte da minha caminhada.

Por fim, mas não menos importante, a todas as pessoas que contribuíram directa e
indirectamente para a realização deste trabalho que não tenham sido mencionadas, os meus
humildes agradecimentos, tendo consciência de que sozinho nada disto teria sido possível,
mas que pelo limite de palavras não é possível citá-las a todas individualmente. O meu muito
obrigado por tudo.

V
EPÍGRAFE

“A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nas actividades


é que a automação aplicada a uma operação eficiente
aumentará a eficiência. A segunda é que
a automação aplicada a uma operação
ineficiente aumentará a ineficiência.”

Bill Gates

VI
RESUMO

O presente trabalho de fim de curso tem como objectivo elaborar um sistema de combustível
de accionamento automático para os navios da classe Ngola Kiluange. Para tal, foi necessário
analisar o funcionamento do sistema de combustível dos navios da classe Ngola Kiluange,
realizar a modelagem do protótipo, elaborar etapas para a criação do sistema de combustível
de accionamento automático e analisar o custo da implementação do protótipo. Quanto a
metodologia, fez-se uma abordagem qualitativa, aplicativa e exploratória, empregando o
método indutivo, tendo como base as técnicas de análise de documentos, realização de
entrevistas e observações que permitiram obter informações sobre estado atual do sistema de
combustível dos navios em estudo. Assim sendo, verificou-se que o actual método de controlo
do sistema de combustível nos navios da classe Ngola Kiluange não permite o seu
accionamento automático. O protótipo ora proposto permite o accionamento automático do
sistema de combustível, possibilitando operador de máquinas ter informações relativamente
ao nível do tanque de combustível e a sua quantidade consumida, bem como ligar a bomba e
abrir as válvulas sem se locomover do DC-5 (sala de controlo).

Palavras-chaves: Automação, optimizar, Combustível, Sistema, Controlo.

VII
ABSTRACT

The present end of course work aims to elaborate an automatic drive fuel system for the
Ngola Kiluange class ships. To this end, it was necessary to analyze the operation of the fuel
system of the Ngola Kiluange class ships, perform the modeling of the prototype, elaborate
steps for the creation of the automatic drive fuel system and analyze the cost of implementing
the prototype. As for the methodology, a qualitative, applicative and exploratory approach
was made, employing the inductive method, based on the techniques of document analysis,
conducting interviews and observations that allowed obtaining information on the current
state of the fuel system of the ships under study. Thus, it was verified that the current method
of control of the fuel system in the Ngola Kiluange class ships does not allow its automatic
activation. The proposed prototype allows the automatic operation of the fuel system,
enabling the engine operator to have information about the level of the fuel tank and its
amount consumed, as well as to start the pump and open the valves without moving from the
DC-5 (control room).

Keywords: Automation, optimize, Fuel, System, Control.

VIII
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Controlo manual de um sistema térmico ..................................................................... 8


Figura 2. Controlo automático de um sistema térmico............................................................... 9
Figura 3. Sistema de controlo de malha aberta ......................................................................... 10
Figura 4. Sistema de controlo de malha fechada ...................................................................... 10
Figura 5. Tanque com régua graduado ..................................................................................... 12
Figura 6. Tanque com visor de nível ........................................................................................ 13
Figura 7. Tanque com sensor de ultrassom .............................................................................. 14
Figura 8. Sistema de gestão de plataforma ............................................................................... 16
Figura 9. Circuito de sistema de alimentação de combustível dos navios ............................... 17
Figura 10. Bomba trasfega combustível ................................................................................... 19
Figura 11. Circuito de encanamento e válvulas ........................................................................ 19
Figura 12. Centrifugador de combustível ................................................................................. 20
Figura 13. Bomba elevadora de combustível sem revestimento .............................................. 20
Figura 14. Filtro de combustível .............................................................................................. 20
Figura 15. Bombas injectoras de combustível .......................................................................... 21
Figura 16. Diagrama de blocos de sistema electrónico ............................................................ 21
Figura 17. Arduíno Uno ........................................................................................................... 22
Figura 18. Tipos de Arduíno .................................................................................................... 23
Figura 19. Placa Arduíno Uno R3 ............................................................................................ 23
Figura 20. Interface do Arduíno IDE ....................................................................................... 25
Figura 21. Display (LCD-20X4) .............................................................................................. 26
Figura 22. Buzina electrónica ................................................................................................... 26
Figura 23. Válvula selenóide .................................................................................................... 27
Figura 24. Bomba de corrente contínua (CC)........................................................................... 28
Figura 25. Cálculo da distância entre o sensor e o objecto....................................................... 30
Figura 26. Pinos do sensor Ultrassónico HC-SR04.................................................................. 30
Figura 27. Sensor de fluxo de combustível .............................................................................. 32
Figura 28. Placa de ensaio (protocolar) .................................................................................... 32
Figura 29. Resistor .................................................................................................................... 33
Figura 30. Led (Diodo Emissor de Luz) ................................................................................... 33
Figura 31. Sala de controlo das máquinas (DC-5).................................................................... 36
Figura 32. Casa das máquinas .................................................................................................. 37
IX
Figura 33. Esquema em blocos do sistema de combustível de accionamento automático. ...... 41
Figura 34. Fluxograma de código ............................................................................................. 42
Figura 35. Esquema Eléctrico do Sistema. ............................................................................... 43
Figura 36. Verificação da placa Arduíno.................................................................................. 44
Figura 37. Protótipo montado ................................................................................................... 45

X
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ................................................................................................................................... 28

Quadro 2 ................................................................................................................................... 29

Quadro 3 ................................................................................................................................... 31

Quadro 4 ................................................................................................................................... 34

Quadro 5 ................................................................................................................................... 40

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 .................................................................................................................................... 38

XI
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AcN Academia Naval

GMAR Guarda Marinha

MGA Marinha de Guerra Angolana

TTF Tenente de Fragata

TTN Tenente de Navio

EN Engenheiro

MEC Mecânico

AEL Armas electrónica

n.d Sem data

CLP Controlador Lógico Programável

MCR Sala de controlo de máquinas

BB Bombordo

SGP Sistemas de gestão de plataforma

SICONTA MK II Sistema de Controlo Táctico e Armas

SCMPA Sistema de Controlo de Máquinas principais e Auxiliares

FCN Fragatas da classe Niterói

NAUTOS Naval Automation System

IPMS Integrated Platform Marine System

Swetch interruptor

IDE Integrated Development Enviroment

ADC Conversor interno analógico-digital

D0 Bit 0 do dado a ser escrito no LCD (ou lido dele)

CA Corrente alternada

CPU Unidade Central de Processamento

USB Universal Serial Bus

DDP Diferença de potencial


XII
DC Corrente Continua

DC-5 Sala de Controlo de Máquinas

EB Estibordo

EEPROM Electricaly Erasable Programable Read Only Memory

ETNA Escola de Tecnologia Navais

FLASH Armazenamento de dados sem corrente eléctrica

GND Ground (Terra)

KB Kilo Byte

LCD Display de cristal líquido

LED Díodo Emissor de Luz

mA Mil Ampére

MCR Sala de Controlo de Máquinas

MHz Mega Hertz

KHz Kilo Hertz

𝑚3 Metro cúbico

𝑙 Litro

TFC Trabalho de fim de curso

XIII
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Enquadramento do Tema ...................................................................................................... 1

1.2 Problemática ......................................................................................................................... 1

3 Objectivos ................................................................................................................................ 2

1.3.1 Objectivo Geral.................................................................................................................. 2

1.3.2 Objectivos Específicos ...................................................................................................... 3

1.4 Justificativa ........................................................................................................................... 3

1.5 Metodologia .......................................................................................................................... 3

1.6 Estrutura da Monografia ....................................................................................................... 4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 6

2.1 Accionamento Automático ................................................................................................... 6

2.1.1 Automação e Mão de Obra ................................................................................................ 7

2.1.2 Automação e Controlo ....................................................................................................... 7

2.2 Controlo ................................................................................................................................ 7

2.2.1 Tipos de Controlo .............................................................................................................. 8

2.2.1.1 Controlo Manual ............................................................................................................. 8

2.2.1.2 Controlo Automático ...................................................................................................... 8

2.3 Sistema ................................................................................................................................. 9

2.3.1 Sistema de Controlo ........................................................................................................ 10

2.3.1.1 Sistema de Controlo em Malha Aberta ........................................................................ 10

2.3.1.2 Sistema de Controlo em Malha Fechada ...................................................................... 10

2.4 Medições de Nível .............................................................................................................. 11

2.4.1 Classificação e Tipo de Medidores de Nível ................................................................... 12

2.4.1.1 Medição Directa ........................................................................................................... 12

2.4.1.1.1 Medidor de Nível Tipo Régua ................................................................................... 12


XIV
2.4.1.1.2 Visor de Nível ............................................................................................................ 13

2.4.1.2 Medição Indirecta ......................................................................................................... 13

2.4.1.2.1 Ultrassónico ............................................................................................................... 13

2.4.1.3 Medição Descontínua ................................................................................................... 14

2.5 Sensores .............................................................................................................................. 14

2.6 Medições e Erros ................................................................................................................ 15

2.6.1 Erros Sistemáticos ........................................................................................................... 15

2.6.2 Erros Fortuitos ou Acidentais ......................................................................................... 15

2.6.3 Erros por Negligência ...................................................................................................... 16

2.7 Sistemas de Controlo Usado em Marinhas Internacionais ................................................. 16

2.8 Sistema de Combustível ..................................................................................................... 17

2.8.1 Tanques de Combustível .................................................................................................. 17

2.8.1.1 Tipos de Tanques de Combustíveis ............................................................................... 18

2.9 Diagrama de Blocos............................................................................................................ 21

2.10 Descrição dos Componentes a Serem Utilizados na Elaboração do Projecto .................. 21

2.10.1 Arduíno .......................................................................................................................... 22

2.10.1.1 Arduíno IDE ............................................................................................................... 24

2.10.2 LCD (Display) ............................................................................................................... 25

2.10.3 Buzina Electrónica ........................................................................................................ 26

2.10.4 Válvula Selenóide .......................................................................................................... 26

2.10.5.1 Tipo de Operação das Válvulas Solenóides ............................................................... 26

2.10.3 Bomba de Corrente Continua (cc)................................................................................. 27

2.10.5 Sensor Ultrassónico....................................................................................................... 29

2.10.4.1 Pinagem do Sensor Ultrassónico HC-SR04 ............................................................... 30

2.10.6 Sensor de Fluxo /Vasão ................................................................................................. 31

2.10.7 Placa de Ensaio (Protoboard)....................................................................................... 32

2.10.8 Resistência Eléctrica ..................................................................................................... 32

XV
2.10.9 Led (Díodo Emissor de Luz) .......................................................................................... 33

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 34

3.1 Formas de Controlo do Sistema de Combustível Actual nos Navios da Classe Ngola
Kiluange ................................................................................................................................... 36

3.2 Custo da Implementação do Protótipo................................................................................ 37

3.3 Desenvolvimento do Protótipo do Sistema de Combustível de Accionamento Automático


nos Navios da Classe Ngola Kiluange ...................................................................................... 38

3.3.1 Características do Sistema de Combustível de Accionamento Automático .................... 38

3.3.2 Medidas Para a Mitigação de Riscos do Sistema Proposto............................................ 39

3.3.3 Etapas Para Desenvolvimento do Protótipo do Sistema de Combustível de


Accionamento Automático ........................................................................................................ 39

3.3.3.1. Descrição Funcional do protótipo ............................................................................... 39

3.3.3.1.1 Fluxograma de Código e Esquema Eléctrico do Sistema .......................................... 41

3.3.3.3 Montagem do Protótipo ................................................................................................ 43

3.3.4 Vantagem da Solução Proposta ...................................................................................... 45

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 46

4.1 Dificuldades Encontradas ................................................................................................... 46

4.2 Sugestão para os Trabalhos Futuros ................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 47

APÊNDICE .............................................................................................................................. 50

Apêndice A - Lista dos materiais Utilizados para a Montagem do Protótipo .......................... 50

Apêndice B - Código Fonte do Sistema ................................................................................... 51

Apêndice C – Resumo dos Componentes Para a Construção do Protótipo ............................. 55

ANEXO .................................................................................................................................... 60

Anexo A – Actualização do Sistema NAUTOS Para IPMS .................................................... 60

Anexo E – Factura dos Componentes Usados na Constituição do protótipo ........................... 61

XVI
1 INTRODUÇÃO

1.1 Enquadramento do Tema

Os navios da Marinha de Guerra Angolana (MGA) são destinados para o cumprimento


das missões de defesa dos espaços marítimos nacionais. Portanto é necessário manter a
operacionalidade dos navios para que possam cumprir com eficiência o seu papel. Sendo
navios militares, o controlo e o consumo de combustível são parâmetros fundamentais para
eficiência operacional das missões que lhes são atribuídas.

Segundo Correia (n.d.), acompanhando a tendência de um mundo globalizado, com


avanços consideráveis da tecnologia, muitas empresas dos sectores navais têm empregado a
automação em seus navios, a fim de alcançar os níveis de qualificação e padronização
exigidos pela nova sociedade. De acordo com Vianello (n.d.), guerras são dependentes da
tecnologia. Nesta ordem de ideia, um importante e estratégico segmento tecnológico de defesa
e segurança é o de sistemas electrónicos e de comando e controlo, conforme um ditado
romano, preservar a paz é se preparar para guerra.

Pretende-se, com a elaboração deste trabalho, implementar um monitor no DC-5 que


vai auxiliar no accionamento do sistema de combustível dos navios da classe Ngola Kiluange,
para que o operador de máquinas consiga controlar o nível do combustível, o funcionamento
da válvula e da bomba durante a passagem de combustível do tanque de reserva para o tanque
de serviço sem se deslocar do DC-5.

1.2 Problemática

Actualmente vivemos em uma sociedade onde as tecnologias vêm dar resposta a quase
todos tipos de problemas, dentre os quais estão os relacionados ao foro naval. Nesta
conformidade, desenvolveu-se a automação naval que viabiliza a implementação, por parte
das marinhas a nível mundial, de sistemas automáticos e automatizados a bordo dos seus
navios com a finalidade de melhorar o seu nível de prontidão. Estes sistemas encontram-se em
actualização constante, acompanhando o desenvolvimento dinâmico e contínuo do cenário
global.

A automação dos sistemas que constituem os navios da classe Ngola Kiluange está a
um ritmo que não acompanha as dinâmicas globais, pois observou-se que a partir do DC-5

1
não é possível visualizar o nível de combustível do tanque, bem como encher e esvaziar o
tanque de combustível. Para executar tais procedimentos é necessário que o operador se
desloque ao compartimento de máquinas. Essa situação condiciona o accionamento do
sistema de combustíveis a partir do DC-5 na sua totalidade.

Verificou-se que o método usado para o accionamento deste sistema causa um enorme
desgaste ao operador de máquina, pois o compartimento de máquinas apresenta temperaturas
elevadas e uma acentuada poluição sonora proveniente do funcionamento das máquinas. Tal
situação é prejudicial à saúde dos operadores e condiciona o cumprimento normal da escala
de serviço de operadores (maquinista e condutor) no compartimento de máquinas e,
consequentemente compromete a organização diária e de combate do navio de maneira geral e
do DC-5 em particular.

Nesta conformidade, na presente investigação assume-se como via para contribuir na


mitigação da situação vivida no DC-5, a automação do accionamento do sistema de
combustível do navio, pois possibilita a redução do tempo de permanência dos operadores no
compartimento de máquinas, o esforço humano e a influência dos factores prejudiciais à
saúde já mencionados, aumentando assim o cumprimento dos factores de higiene e segurança
do trabalho, uma vez que já não haverá necessidade do operador de deslocar-se
constantemente do DC-5.

As ideias expostas acima permitiram realizar as indagações que se seguem:

QP: Como optimizar o controlo do sistema de combustível nos navios da classe Ngola
Kiluange?

QD1: Como é realizado actualmente o controlo do sistema de combustível nos navios


da classe Ngola Kiluange?

QD2: Que custos acarreta a montagem do protótipo do sistema proposto?

QD3: Como desenvolver a proposta do sistema de combustível de accionamento


automático nos navios da classe Ngola Kiluange?

3 Objectivos

1.3.1 Objectivo Geral

Elaborar um sistema de combustível de accionamento automático para os navios da


classe Ngola Kiluange.
2
1.3.2 Objectivos Específicos

➢ Descrever a actual forma de controlo do sistema de combustível nos navios da classe


Ngola Kiluange;

➢ Analisar o custo da montagem do protótipo do sistema de combustível de


accionamento automático nos navios da classe Ngola Kiluange;

➢ Desenvolver o protótipo do sistema de combustível de accionamento automático nos


navios da classe Ngola Kiluange.

1.4 Justificativa
A escolha do tema surgiu durante algumas pesquisas e estudos feitos a partir de livros
e artigos da internet sobre o controlo do sistema de combustível dos navios da Marinha
Portuguesa e Brasileira, onde notou-se que os operadores de máquinas nem sempre se
deslocam do DC-5 (Sala de controlo de Máquina) ou MCR (sala de controlo das máquinas)
para chegar até a casa de máquinas a fim de ligar o sistema de combustível (bomba e válvula)
e verificar o nível de combustível, uma vez que é utilizado um sistema de controlo que lhes
possibilita fazer a leitura destes dados e efectuar comandos de accionamento a partir do DC-5
ou MCR.

Neste caso, o presente trabalho justifica-se pela grande importância que o tema
acarreta, no que concerne ao accionamento automático do sistema de combustível dos navios
da classe Ngola Kiluange. Deste modo, o trabalho de fim do curso vai procurar implementar
um sistema no DC-5 (Sala de controlo de Máquina) de modo a accionar automaticamente o
sistema de combustível, para que os operadores de máquinas do navio não se desloquem do
DC-5 (Sala de controlo de Máquina) até a casa de máquina para dar partida ao sistema de
combustível (ligar bomba, abrir a válvula e ver o nível) e fazer a leitura da quantidade de
combustível existente nos tanques.

1.5 Metodologia

O presente trabalho de pesquisa foi elaborado segundo um conjunto de procedimentos


e técnicas ligadas a metodologia científica.

O método utilizado, no presente trabalho, é o indutivo, porque foi dada solução à um


problema levantado a partir de um caso particular. Fez-se um estudo genérico no âmbito de
controlo e consumo do sistema de combustível nos navios da Marinha de Guerra Angolana
(MGA) da classe Ngola Kiluange, por meio de guia de observações e revisão documental.
3
Verificou-se que os navios da classe Ngola Kiluange não utilizam sistema de accionamento
automático para o controlo.

Para desenvolver a proposta de um sistema de combustível de accionamento


automático nos navios da classe Ngola Kiluange, elaborou-se diagramas em blocos, usou-se
uma ferramenta computacional (Arduino IDE) e fez-se a simulação e consequente montagem
prática e testes.

No que concerne aos tipos de pesquisa, neste Trabalho de Fim de Curso observou-se
os seguintes tipos:

Quanto á sua abordagem, a pesquisa é qualitativa, porque os dados obtidos sobre á


proposta de implementação de um sistema de combustível de accionamento automático nos
navios da classe Ngola Kiluange, consistiram no estudo sobre a forma actual de controlo do
sistema de combustível e das variantes para a sua optimização.

Quanto a sua natureza, a pesquisa é aplicativa, visto que a finalidade deste estudo é de
implementar um sistema de combustível de accionamento automático nos navios da classe
Ngola Kiluange, com o objectivo de gerar conhecimentos para a solução da problemática,
visto que a solução proposta é de possível implementação no navio em causa.

Quanto ao objectivo, a pesquisa é exploratória, porque foi feita a procura dos


elementos necessários á implementação de um sistema de combustível de accionamento
automático nos navios da classe Ngola Kiluange, foi necessário fazer levantamento
bibliográfico a fim de poder encontrar casos similares ao estudo em causa. Sendo um deles, os
navios da Marinha de Guerra Portuguesa e Brasileira.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa é bibliográfica e documental, porque foi feita


através de manuais da Marinha de Guerra da República Portuguesa e Brasileira, livros e
dissertações que analisam assuntos inerentes a utilização de sistemas de controlo de
combustível.

1.6 Estrutura da Monografia


Este Trabalho de Fim de Curso está dividido em quatro capítulos:

O primeiro, INTRODUÇÃO, centra-se na problemática, define os objectivos do


estudo, e justifica-se o tema. Neste capítulo, apresentam-se ainda os aspectos metodológicos
que orientaram o trabalho.

4
O segundo capítulo, REFERENCIAL TÉORICO, aborda o estudo teórico necessário
para melhor compreensão e desenvolvimento do protótipo, como definições de automação,
controlo, sistema e medições.

O terceiro capítulo, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, é onde são


apresentados os resultados para a solução do problema levantado, contém simulações que têm
como finalidade observar o desempenho de todas as funcionalidades do protótipo, assim
como os problemas encontrados.

Por fim, o quarto capítulo é a CONCLUSÃO, na conclusão é onde foi respondida a


questão de partida e onde se alcançou os objectivos definidos no presente trabalho de forma
satisfatória e eficaz, e as sugestões para trabalhos futuros e recomendações.

5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Accionamento Automático

Accionamento é o efeito de accionar, ligar ou de fazer com que um dado dispositivo


ou sistema funcione. (Ribeiro, 2017).

De acordo Neres (2017), existem três tipos de accionamentos a citar:

➢ Eléctrico;

➢ Hidráulico;

➢ Pneumático.

O accionamento eléctrico pode ser manual ou automático. (Neres, 2017).

O presente trabalho estará abancado no conceito do accionamento automático, o que


remete a entender o que é a automação.

Pode-se definir automação como qualquer sistema apoiado em computador ou


equipamento programável, que elimina trabalho de tarefas repetitivas e que busca soluções
rápidas e económica de forma a atingir os seus objectivos. (Casillo, 2011).

De acordo com Silva (2011), é de opinião que o simples uso de máquinas para
substituir o trabalho manual, não é automação, isto é pura mecanização. Deve-se ter mais
cautela no que diz respeito ao conceito de automação. Salienta ainda o mesmo autor que, para
que um processo industrial seja automatizado é necessário que ocorram interacções de três
agentes, a citar:

• Processo flexível: Quanto mais flexível é a produção, maior o grau de


inteligência da automação.

• Sistema de controlo: É formado por uma série de dispositivos eléctricos,


electrónicos, capazes de gerenciar o comportamento de um processo industrial.

• Sistema mecanizado: É “fácil” projectar um braço mecânico capaz de pegar


uma peça de uma posição X e levar posição Y, o difícil é fazer com que o
braço seja inteligente e perceba a peça, verifique o seu tamanho, coloque-a na
posição adequada é um pouco mais complicada, mas isto sim é automação.

Ainda segundo Silva (2011), se à um sistema mecanizado agregar-se um sistema de


controlo ou inteligência ter-se-á então, um sistema automatizado.
6
De acordo com Riberiro (2001), apresenta uma outra definição de automação,
afirmando que consiste na operação de máquinas ou de sistemas de controlo de processos
automáticos, com a mínima interferência do operador humano.

2.1.1 Automação e Mão de Obra

Actualmente, pode-se dedicar o computador para realizar tarefas simples e


complicadas, de modo económico. A automação pode reduzir a mão de obra empregada,
porém ainda requer operadores, para o controlo da máquina que realiza a tarefa. Assim, a
dona de casa deve aprender a manusear a máquina de lavar roupa, assim como conhecer as
suas limitações. (Riberiro, 2001).

Compreende-se que a automação ganhou um papel importantíssimo no controlo de


processos deixando o homem apenas na posição de supervisor de tais invenções. (Ferrarez,
2013)

2.1.2 Automação e Controlo

A automação relacciona-se à instrumentação, uma vez que para a sua realização


geralmente são necessários vários instrumentos. Inicialmente a automação era referida como
controlo automático de processos; este termo era usado para se referir ao uso de instrumentos
com as funções de medir, transmitir, comparar e actuar em processos, com o intuito de se
conseguir um produto desejado com a mínima ou mesmo nenhuma intervenção humana.
(Riberiro, 2001).

As imposições de produtividade, segurança e de protecção do meio ambiente deram


lugar à necessidade de se realizar a monitorização dos sistemas de controlo automático. O
termo automação surgiu da implementação das funções de monitorização, alarme e
intertravamento. (Riberiro, 2001). Como se pode notar, a automação constitui um factor que
reduz a intervenção humana no controlo de sistemas.

2.2 Controlo

Controlar, para a engenharia, consiste em conseguir que um dado sistema realize uma
tarefa que se pretende. (Silva, 2013).

Porém, de acordo com Domingues (2007), o controlo é o ato de comandar, dirigir,


manipular uma determinada variável de um sistema.

7
2.2.1 Tipos de Controlo

2.2.1.1 Controlo Manual

Segundo Oliveira (2013), o controlo manual pode ser considerado como o tipo mais
simples de controlo. Onde operador aplica a energia ao processo através do atuador. O
processo usa esta energia e produz uma saída em consequência.

Para ilustrar o conceito de controlo manual e automático, utiliza-se como processo


típico o sistema térmico da Figura 1. Inicialmente considere o caso em que um operador
detém a função de manter a temperatura da água quente em um dado valor. Neste caso, um
termómetro está acoplado na saída do sistema, medindo a temperatura da água quente. O
operador observa a indicação do termómetro e baseado nela, efectua o fechamento ou abertura
da válvula de controlo de vapor para que a temperatura desejada seja mantida. (Senai, 1999).

Este é um exemplo típico de controlo manual, pois o operador participa tanto no


controlo do sistema, através da observação da variação da sua variável (temperatura da água
quente), bem como na sua operação (abrir e fechar a vávula).

Ambos autores convergem no facto de que o controlo manual constata-se a


intervenção humana tanto na monitorização do sistema bem como na sua operação.

Figura 1. Controlo manual de um sistema térmico


Fonte: Oliveira (2013).

2.2.1.2 Controlo Automático

Segundo Oliveira (2013), para a correta compreensão do controlo automático, deve-se


apresentar o conceito de realimentação.

Realimentação é o procedimento em que a informação na saída de um sistema torna a


ser utilizada na sua entrada. Controlo automático significa utilizar a realimentação em um
8
sistema, permitindo assim que um controlador introduzido no sistema possa comparar o valor
da saída, com o valor da entrada de referência (SP) para gerar o sinal de controlo e assim
ajustar o valor do sistema para o valor desejado. Com a realimentação, todos os sistemas de
controlo automático possuem os mesmos elementos básicos, nomeadamente: medição,
comparação e actuação. (Oliveira, 2013).

Na Figura 2 apresenta-se um caso modificado da Figura 1, onde no lugar do operador


foi instalado um instrumento capaz de substituí-lo no trabalho de manter a temperatura da
água quente em um valor desejado. Neste caso, este sistema atua de modo similar ao
operador, tendo então um detector de erro, uma unidade de controlo e um atuador junto à
válvula, que substituem respectivamente os olhos do operador, seu cérebro e seus músculos.
(Senai, 1999).

Desse modo, o controle da temperatura da água quente é feito sem a interferência


directa do homem, actuando então de maneira automática.

Figura 2. Controlo automático de um sistema térmico


Fonte: Oliveira (2013).
2.3 Sistema

É um conjunto de componentes que atuam conjuntamente e realizam um certo


objectivo. Assim um sistema é um arranjo de partes ou componentes, sem limitações de
quantidade ou qualidade. Um sistema pode ter qualquer tamanho ou de quaisquer proporções
dimensionais. O conceito de sistema também pode ser aplicado para fenómenos dinâmicos
abstractos como aqueles encontrados em economia. (Domingues, 2007)

Segundo Oliveira (2013, p. 9), “Pode-se definir um sistema como uma combinação de
componentes que atuam conjuntamente para atingir um objectivo comum. Por exemplo:

9
sistema de controlo, sistema de alarme, etc. Um sistema é caracterizado por possuir uma
relação bem definida de Entrada – Saída”.

2.3.1 Sistema de Controlo

Os sistemas de controlo são classificados em dois tipos: sistemas de controlo em


malha aberta e sistemas de controlo em malha fechada. A diferença entre eles é determinada
pela forma que será controlada a variável do sistema. (Ferracioli, 2021).

2.3.1.1 Sistema de Controlo em Malha Aberta

É aquele sistema em que a acção de controlo não depende da saída, logo a saída não
tem influência na acção de controlo. Neste caso, conforme mostrado na Figura 3, a saída não é
medida e nem comparada com a entrada. (Ferracioli, 2021).

Figura 3. Sistema de controlo de malha aberta


Fonte: Autor (2022)
2.3.1.2 Sistema de Controlo em Malha Fechada

É aquele em que a acção de controlo depende da saída. Portanto, a saída influência


directamente na acção de controlo. Neste caso, conforme vemos na Figura 4, a saída é sempre
medida e comparada com a entrada a fim de diminuir o erro e manter a saída do sistema em
um valor desejado. (Ferracioli, 2021).

Figura 4. Sistema de controlo de malha fechada


Fonte: Autor (2022).

Segundo Oliveira (2013), para melhor compreensão do sistema de controlo é


importante que se conheça conceitos básicos sobre sistema de controlo, nomeadamente:

10
➢ Processo: é qualquer operação a ser controlada. Ex: processos químicos, económicos
biológicos.
➢ Realimentação: É a característica do sistema de malha fechada que permite a saída
ser comparada com a entrada. Geralmente a realimentação é produzida num sistema,
quando existe uma sequência fechada de relações de causa e efeito entre variáveis do
sistema.
➢ Diagrama em bloco: Diagrama de blocos de um sistema é uma representação das
funções desempenhadas por cada componente e do fluxo de sinais.
➢ Perturbação: Também conhecido como distúrbio, é qualquer sinal, ruído, ou
alteração que afecte adversamente o valor de alguma das variáveis do sistema. Na
maioria dos casos, a perturbação afecta a variável controlada (saída do processo), mas
pode também, em alguns casos, afectar a variável manipulada (entrada do processo).
No exemplo de controlo de nível, a perturbação pode ser um fluxo de entrada
adicional, que altera de forma inesperada o nível do tanque.
➢ Erro: Também conhecido como Desvio, é a diferença entre o valor desejado e o valor
da variável controlada. Em outras palavras, indica o quão diferente está a variável de
processo (PV) em relação ao valor desejado (SP). Geralmente o Erro serve como
entrada para o controlador.
➢ Ganho: Representa o quanto a saída de um processo aumenta em relação a um
aumento na entrada deste mesmo processo. Por exemplo, considere um resistor em
que a variação da sua corrente dobra o valor da sua tensão. Neste caso, o ganho obtido
entre entrada (corrente) e saída (tensão) é de duas vezes (2x).

2.4 Medições de Nível

De acordo com Nidejelski (2018), a medição e controlo de nível é o processo


elementar no gerenciamento de combustíveis. É possível medir a quantidade de produto em
um tanque de armazenamento de combustível, podendo assim prever o quanto de combustível
vai se consumir antes de solicitar novamente o enchimento desse tanque, medir a quantidade
de combustível que está sendo utilizado em um determinado período, medir a quantidade de
combustível armazenado que será consumido, em medições de segurança de processos
evitando transbordamento de combustível ou quebra de equipamento.

Existem diversas técnicas de medição de nível que podem ser aplicadas, dependendo
da necessidade do processo, pertencendo a organização e a equipe responsável definir em

11
consenso qual o melhor equipamento a ser utilizado e a precisão que se almeja. (Nidejelski,
2018).

2.4.1 Classificação e Tipo de Medidores de Nível

Existem três métodos de medição, entretanto a medição de nível de combustível em


um equipamento ou tanque é efectuado de maneira a manter a variável em um valor fixo,
entre valores pré-determinados ou para determinar a quantidade de massa ou volume.
(Nidejelski, 2018).

2.4.1.1 Medição Directa

Segundo Nidejelski (2018), é a tomada de medida que permite o contacto directo da


substância medida com o componente de medição, é a medição que tem como referência a
posição do plano superior do produto medido, sendo elas:

➢ Bóia ou flutuadores;
➢ Réguas ou gabaritos;
➢ Visores de nível.

2.4.1.1.1 Medidor de Nível Tipo Régua

Consiste em uma régua graduada com comprimento específico relacionado ao


tamanho do tanque, que será colocado no interior do reservatório para efectuar a medição do
nível, conforme a figura 5. (Junior, 2017).

Figura 5. Tanque com régua graduado


Fonte: Extraído de http://portalinstrumentacao.blogspot.com/2017/11/medicao-de-nivel-medidores-diretos.html

12
2.4.1.1.2 Visor de Nível
Medidores que trabalham com o princípio de vasos comunicantes. Uma conduta
transparente é alocada a partir de uma base até um topo, permitindo a leitura do nível
combustível. O nível é observado através de um visor especial, possibilitando haver uma
escala graduada que acompanha o visor, conforme mostra a figura 6. (Junior, 2017).

Figura 6. Tanque com visor de nível


Fonte: Extraída de http://docente.ifsc.edu.br/sergio.brockveld

2.4.1.2 Medição Indirecta

Segundo Nidejelski (2018), é a resultante de medida determinada, em função de uma


segunda variável, sendo obtida por meio de grandezas físicas ligadas à substância mesurada,
Exemplos:

➢ Ultrassónico;
➢ Borbulhador;
➢ Pressão diferencial;
➢ Capacitivo;
➢ Por peso (células de carga);
➢ Empuxo;
➢ Radar;
➢ Radioactivo.

2.4.1.2.1 Ultrassónico

Sensores ultrassónico são usados para medição contínua de nível sem contacto em
tanques. Os sensores Ultrassónico são compostos por dois componentes básicos, são eles: O
ultrassom é uma onda sonora com frequência acima da faixa audível humana, que se situa
entre 20Hz a 20kHz e o emissor Ultrassónico cuja função é de gerar a onda sonora e o

13
receptor de ultrassom responsável por detectar a onda reflectida (eco), conforme mostra a
Figura 7. (Fialho, 2010).

Figura 7. Tanque com sensor de ultrassom


Fonte: Extraído de https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/190176/001088673.pdf?sequence=1

O método referido será utilizado no protótipo e no desenvolvimento da presente


investigação para monitoramento dos níveis de combustíveis nos tanques de armazenamento.

2.4.1.3 Medição Descontínua


Segundo Nidejelski (2018), métodos de medição selectiva usando sensores que não
podem medir continuamente. São normalmente usados em verificações de segurança porque
trabalham em um limite de desempenho máximo até ocorrer uma falha. Alguns exemplos são:

➢ Chave de nível tipo bóia magnética;


➢ Chave de nível por eléctrodo;
➢ Chave de nível capacitiva;
➢ Chave de nível vibratória;
➢ Chave de nível tipo bóia lateral;
➢ Chave de nível tipo pêra;
➢ Chave de nível tipo pá rotativa.

As medições, no âmbito da automação, são realizadas com o emprego de sensores.


Assim sendo surge a necessidade, nesta investigação, de fazer uma abordagem mais exaustiva
sobre os mesmos.

2.5 Sensores

Sensor é um dispositivo que tem a função de detectar e responder com eficiência


algum estímulo como por exemplo: calor, pressão, movimento, luz e outros. Os estímulos
14
recebidos são transformados em sinais que, por sua vez são convertidos e interpretados por
outros dispositivos. (Mattede, 2022).

Os sensores, geralmente, não possuem as características eléctricas necessárias para


serem utilizados em um sistema de controlo. Os sinais, deles provenientes, são anteriormente
convertidos (amplificados, filtrados) para posteriormente serem lidos no sistema de controlo.
Este procedimento é realizado por intermédio de um circuito de interface que produz o sinal
de leitura para o controlador. (Wendling, 2010).

Actualmente, a grande preocupação com o emprego dos sensores consiste no facto de


que deve-se considerar que o sensor pode falhar ou produzir um erro de medição. Nesta
conformidade, torna-se necessário prever medidas de detecção e compensação destes erros.

2.6 Medições e Erros

Segundo Guiamba e Chivambo (2018), os erros, quanto à sua origem podem ser:

➢ Erros Sistemáticos
➢ Erros Fortuitos ou Acidentais
➢ Erros por Negligência

2.6.1 Erros Sistemáticos

Afectam sempre a medida e sempre no mesmo sentido (mesmo sinal) em relação ao


valor da grandeza, é possível prevê-los e eliminá-los.

Podem ser originados por:

➢ Introdução do aparelho de medida;


➢ Método usado;
➢ Deficiências nas escalas;
➢ Má calibração dos aparelhos, etc;
➢ Deficiências individuais (físicas e psicológicas).

2.6.2 Erros Fortuitos ou Acidentais

➢ Surgem sempre e devido a causas desconhecidas;


➢ Variam em valor e sinal em relação ao valor da grandeza;
➢ São impossíveis de eliminar;

15
➢ Atenuam-se através de muito cuidado e aumentando o número de medições paralelas
para efeito de tratamento estatístico.

2.6.3 Erros por Negligência

➢ São erros grosseiros que alteram consideravelmente os resultados;


➢ Os resultados que venham afectados por erros de negligência não devem ser
considerados.

2.7 Sistemas de Controlo Usado em Marinhas Internacionais

Uma boa parte dos navios de guerra modernos dispõem de sistemas de gestão de
plataforma (SGP) que são fundamentalmente computadores ou redes de computadores que
interligam sensores e sistemas de comando e controlo. Estes sistemas substituíram os antigos
sistemas de comando das máquinas. (Parreira, Vairinhos e Lobo, n.d.).

De acordo com Vieira (2007), os projecto SICONTA MK II (Sistema de Controlo


Táctico e Armas), desenvolvido para a modernização das Fragatas da Marinha Brasileira da
classe Niterói (FCN), dentro desses sistemas existem sub-sistemas como no caso do SCMPA
(Sistema de Controlo de Máquinas principais e Auxiliares), que servem para gerenciamento e
controlo de área específica do navio.

Já as fragatas da classe Vasco da Gama, da Marinha Portuguesa, dispõem de um


sistema de gestão de plataforma fabricado pela Siemens designado NAUTOS (Naval
Automation System). Este sistema controla os motores e turbinas de propulsão, assim como
também as máquinas auxiliares (como por exemplo geradores e compressores) e equipamento
de limitação de avarias (como por exemplo sensores de incêndio ou de alagamento).
Conforme mostra a Figura 8. (Parreira, Vairinhos e Lobo, n.d).

Figura 8. Sistema de gestão de plataforma


Fonte: Autor (2022).

16
As fragatas da classe Vasco da Gama, da Marinha Portuguesa, actualmente estão a
passar por um processo de actualização do sistema de gestão de plataforma (SGP),
consequentemente o seu sistema de controlo, que será substituído pelo IPMS (Integrated
Platform Marine System), conforme fixado no anexo C.

2.8 Sistema de Combustível

É um conjunto de equipamentos responsáveis pela divisão do combustível ao longo do


circuito, com a finalidade de prover o combustível as máquinas principais e auxiliares
(geradores). (ETNA, 2005).

Segundo ETNA (2005), um sistema de combustível para o seu funcionamento normal


deve ser composto por tanques de reserva e tanques de serviço, bomba de trasfega de
combustível e centrifugador de combustível, circuito de encanamento de válvulas, bomba
elevadora de combustível, filtro e bomba injectora, conforme mostra a figura 8:

Figura 9. Circuito de sistema de alimentação de combustível dos navios


Fonte: ETNA (2005).

2.8.1 Tanques de Combustível

Em geral tanques de combustíveis são os espaços permanentemente destinados ao


transporte de combustível para o uso do navio. (ETNA , 2005).

De acordo com Reis (2015), os sistemas de combustíveis dos navios têm a função de
armazenar e distribuir uma quantidade apropriada de combustível a uma dada pressão capaz
de satisfazer com a demanda do motor.

17
2.8.1.1 Tipos de Tanques de Combustíveis

Segundo ETNA (2005), os tipos de tanques de combustível (gasóleo) encontrado abordo de


um navio são:

Tanques de Reserva - são destinados para armazenamento de combustível, que vai sendo
trasfegado, através de bombas e encanamentos, para tanques de serviço, á medida das
necessidades. Encontram-se situados junto ao fundo, na zona de lastro, para efeito de
segurança e da estabilidade do navio. Os acessórios dos tanques de reserva são:

➢ Portas de visita: destinam-se á inspecção e limpeza dos tanques;


➢ Respiradores: órgãos que permitem a entrada e a saída do ar e dos gases,
especialmente durante as operações de desembarque de combustível. Devem
encontrar-se sempre em boas condições de funcionamento;
➢ Tubos de sonda: estão equipados com tampões adequados, destinam-se a permitir a
sondagem dos tanques através de sondas metálicas articuladas;
➢ Circuito de encanamentos e válvulas: conjunto de órgãos destinados a alimentação dos
motores de bordo, trasfega do combustível de um tanque para outro, e ainda ao seu
embarque e desembarque.

De acordo com ETNA (2005), válvulas que constituem o circuito de combustível dos
tanques de reserva, são as seguintes:

➢ Válvulas de embarque e desembarque de combustível;


➢ Válvulas interruptoras, situadas ao longo do circuito;
➢ Válvulas de aspiração e compressão, estão situadas junto a bomba de trasfega;
➢ Válvulas de aspiração/enchimento, situados juntos dos tanques.

Tanques de serviço - são os que alimentam directamente as bombas das máquinas/motores


para o seu funcionamento. Devem situar-se em zonas que favoreçam a missão das bombas de
alimentação, pelo que geralmente se encontram a curtas distâncias das máquinas e em planos
idênticos ou superiores a elas. O combustível deste tanque deve estar sempre em carga sobre
as ditas bombas, isto é, deve chegar até elas por gravidade.

Segundo ETNA (2005), bombas trasfega de combustível tem a função de aspirando de


um tanque para outro. As bombas trasfega de combustível geralmente são do tipo
electrobombas, conforme mostra a Figura 10.

18
Figura 10. Bomba trasfega combustível
Fonte: Extraído de https://www.hidraulicart.pt/loja-online/bombas-12v-24v/bomba-trasfega-gasoleo-12-v-24-v-
tellarini/

O circuito de tubulações e válvulas é um conjunto de órgãos destinados à transferência


de combustível de um tanque para outro e para carga e descarga de combustível. Conforme
mostra a Figura 11. (ETNA, 2005).

Figura 11. Circuito de encanamento e válvulas


Fonte: ETNA (2005).

Centrifugador de combustível são dispositivos empregados no sistema de combustível para a


separação das partículas sólidas ou matérias estranhas contidas no combustível, conforme
mostra a Figura 12. (ETNA, 2005).

19
Figura 12. Centrifugador de combustível
Fonte: Extraído de https://www.gea.com/pt/products/separators-marine.jsp

De acordo com Peça (2012), as bombas elevadoras de combustível em geral são


utilizadas para elevar a baixa pressão de combustível no circuito. E estas bombas podem ser
de accionamento eléctrico ou mecânico, conforme mostra a Figura 13.

Figura 13. Bomba elevadora de combustível sem revestimento


Fonte: Extraído de https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-bomba-de-elevador-do- combus

Segundo Peça (2012), os dispositivos de filtragem mais utilizados são os filtros de


combustível, e podem ser colocados em vários pontos dos sistemas, para o bom
funcionamento do motor é necessário eliminar as impurezas e a água que contaminam o
combustível (o gasóleo), função esta realizada por filtros. A Figura 14 apresenta um filtro de
combustível.

Figura 14. Filtro de combustível


Fonte: Extraído de https://www.donaldson.com/pt-br/engine/filters/products/lube/replacement-filters/donaldson-
filters/

20
Segundo Peça (2012), bombas injectoras são utilizados nos sistemas de combustível,
para elevar ou aumenta a altas pressões do combustível no interior de cada cilindro do motor,
conforme mostra a Figura 15.

Figura 15. Bombas injectoras de combustível


Fonte: Extraído de https://londrinabombasdiesel.com.br/produtos/

2.9 Diagrama de Blocos

Um diagrama de blocos é uma forma de representação visual de um circuito


mostrando a construção geral de um dispositivo ou sistema eletrônico. Além disso, também
usasse diagramas de blocos para observarmos uma versão simplificada de um circuito,
conforme mostra a Figura 16. (Reis, 2018).

Figura 16. Diagrama de blocos de sistema electrónico


Fonte: Extraído de https://www.researchgate.net/Diagrama-de-blocos-do-sistema

2.10 Descrição dos Componentes a Serem Utilizados na Elaboração do Projecto

Neste ponto será abordado os componentes que faram parte da elaboração e concepção
do projecto para concepção do protótipo, como características e outras funções que os
componentes apresentam. Componentes esses que são: Arduíno, LCD (Display), bomba DC
(corrente continua), sensor Ultrassónico, condutores, switch (interruptor), válvula selenóide,

21
Placa de ensaio (Protoboard), Balde graduado e Fonte de alimentação, conforme fixado no
anexo D.

Os principais componentes ou equipamentos são: Arduíno, LCD (Display), Placa de


ensaio (Protoboard), Resistências, potenciómetro, Bóia, Balde graduado e Fonte de
alimentação.

2.10.1 Arduíno

O Arduíno é uma plataforma desenvolvida em hardware 1 e software 2 de simples


utilização. Tem como objectivo facilitar a construção de protótipos electrónicos e
desenvolvimento de projectos académicos, sem a necessidade do profundo conhecimento
técnica de programação e electrónica. Com esta plataforma é possível controlar diversos
sensores, motores, leds, e outros componentes electrónicos. O Projecto Arduíno uno, resulta
em uma plataforma de fácil desenvolvimento utilizando um microcontrolador 3 , conforme
mostra a Figura 17. (Eletrogate, 2022).

Figura 17. Arduíno Uno


Fonte: Extraído de https://tudosobreprodutos.com.br/tudo-sobre-arduino-uno-r#sobre

Segundo ARDUINO (2020), o Arduíno é, actualmente, a porta de entrada para muitas


pessoas na área de programação e montagem de projecto electroeletrónicos, devido ao seu
custo baixo e facilidade de manuseio. Por isso é de grande valia aprender sobre esse tipo de
hardware para o futuro na área académica e de trabalho. Para facilitar ainda mais a utilização
foi criada uma família de Arduíno diferentes para diferentes tipos de aplicações, onde cada
um tem sua particularidade, conforme mostra a Figura 18.

1
Hardware: é a parte física de um computador, é formado pêlos componentes electrónicos.
2
Software: é a parte lógica do computador, e é uma sequência de instruções escritas para serem interpretadas
por um computador na execução das tarefas específicas
3
Microcontrolador: é um C.I (Circuito Integrado) com várias funcionalidades. E são utilizados em vários
sistemas embarcados tais como: carros, electrodomésticos, aviões, automação residencial.
22
Figura 18. Tipos de Arduíno
Fonte: https://www.blogdarobotica.com

Segundo ARDUINO (2020), será apresentado o hardware do Arduíno Uno R3,


sabendo onde fica cada parte e para o que ela serve, conforme mostra a Figura 19:

Figura 19. Placa Arduíno Uno R3


Fonte: ARDUINO (2020)

➢ Microcontrolador (1) - Atmel ATMEGA328P: É um pequeno computador em um


único circuito integrado, constituído por processador, memória e periféricos de entrada
e saída. Esse microcontrolador opera como “CPU” do Arduíno e tem o desempenho de
20 mil instruções por segundo com uma frequência de 20MHz. Ele também protege a
placa de curtos circuitos.
➢ Porta USB (2): É a principal porta do Arduíno usada tanto para alimentação da placa
quanto para programação e comunicação com a IDE. É uma entrada USB.
23
➢ Botão Reset (3): Serve para reiniciar a placa durante a ocorrência de possíveis erros.
➢ Conector P4 (4): Outra forma de alimentar a placa, utilizando uma fonte de corrente
continua entre 7V e 12V com conector do tipo P4.
➢ Pinos de Alimentação e Referência (5): IOREF - Este pino na placa Arduíno fornece
a referência de tensão com que o microcontrolador está operando. Um determinado
circuito configurado correctamente pode habilitar tradutores de tensão nas saídas para
trabalhar com o 5Vou 3.3V. RESET - Entrada para criar um botão de reset externo, no
momento que uma tensão é aplicada à essa porta, o Arduíno é reiniciado de forma
semelhante ao do botão de reset. GND - Também conhecido como ground, é a
referência negativa do circuito, costuma ser adoptado como 0V. Vin - É outra forma
para alimentação da placa, caso as portas USB e P4 não sejam viáveis no momento
pode-se alimentar seu Arduíno por esse pino.
➢ Pinos Analógicos (6): Estes pinos são de entradas analógicas e podem ler valores
analógicos variando de 0 a 5V. Possuem resolução de 10 bits. Para medir os valores de
entrada o Arduíno utiliza um conversor interno analógico-digital (ADC), que
transforma o valor analógico lido em um valor digital entre 0 e 1023, de acordo com o
valor de referência da placa.
➢ Pinos Digitais (7): Todos os pinos digitais podem ser configurados como entradas ou
saídas. Em geral, podem fornecer no máximo 40mA para outro circuito, e possuem 8
bits. São de fácil entendimento pois possuem apenas dois estados:
HIGH (ou ON) – representa o valor de 5V.
LOW (ou OFF) – representa o valor de 0V.
➢ Led ON (8): Led que fica acesso quando o mesmo se encontra alimentado com
corrente eléctrica.
➢ Capacitores (9): Quando descarregamos algum código na placa, esse por sua vez fica
salvo na memória do Arduíno, sendo executado toda vez que ele for ligado. Esses
capacitores conservam o mínimo de energia necessária para que essas informações não
sejam perdidas.

2.10.1.1 Arduíno IDE

O software de código aberto do Arduíno (IDE) torna fácil escrever códigos, compilar e
os enviar directamente para a placa. Ele funciona nos sistemas operacionais Windows, Mac
OS X e Linux. A interface do software Arduíno IDE (Integrated Development Enviroment) é

24
um ambiente que permite a criação de programa para a placa Arduíno, assim como compilar e
fazer upload do código para a placa, conforme mostra a figura 20. ARDUINO (2020).

Figura 20. Interface do Arduíno IDE


Fonte: ARDUINO (2020).

É importante salientar que a partir do momento que o programa é gravado na placa


Arduíno, não há necessidade de conexão com o computador. Dessa forma, é possível utilizar
o Arduíno apenas alimentando a placa através da porta P4.

2.10.2 LCD (Display)

Segundo Eletrogate (2022), os Displays LCD são dispositivos usados para desenvolver
uma aplicação, conforme mostra a Figura 21. Eles permitem uma interface visual entre
homem e máquina. No LCD você pode enviar textos, números, símbolos e até imagens que
podem dar uma indicação do que o Microcontrolador (Arduíno) está fazendo, dos dados que
podem estar sendo colectados ou transmitidos. LCD significa em inglês – Liquid Crystal
Display – ou mostrador de cristal líquido.

25
Figura 21. Display (LCD-20X4)
Fonte: Extraído de https://www.botnroll.com/en/lcds-displays/3152-20x4-i2c-lcd-module-blue.html

2.10.3 Buzina Electrónica

Buzina é um dispositivo que está conectada a uma fonte de alimentação. Ao ser


acionada, o campo magnético produzido pela eletricidade puxa um pino de metal que desliga
um pequeno contato cortando a corrente elétrica e fazendo com que esse processo se repita.
Isso faz com que uma bobina acoplada em um diafragma de metal vibre e gere o som
característico da buzina. Magnetron (2018).

Figura 22. Buzina electrónica


Fonte: Extraído de https://cdn.awsli.com.br/600x1000/653/653859/produto/69803349/b107c3b6f1.jpg

2.10.4 Válvula Selenóide

Actualmente, nos processos industriais onde são manipulados fluidos, sejam líquidos,
vapores ou gases, existe uma válvula selenóide como dispositivo de segurança. A válvula
solenóide é uma válvula electromecânica controlada. O nome de solenóide devido ao seu
componente principal ser uma bobina eléctrica com um núcleo ferromagnético móvel no
centro, sendo este núcleo chamado de êmbolo. Silveira (2017).

2.10.5.1 Tipo de Operação das Válvulas Solenóides

De acordo com Silveira (2017), as válvulas solenóides podem ser classificadas em


diferentes grupos de operação:
26
➢ Operação directa: O princípio de funcionamento mais simples se comparado com
outros tipos de operação. Neste tipo, o fluido flui através de um pequeno orifício que
pode ser fechado por um êmbolo com uma junta de borracha na parte inferior.
➢ Operação indirecta: A válvula solenóide operada indirectamente usa a pressão
diferencial do meio incidente nas portas da válvula para abrir e fechar. Normalmente,
essas válvulas precisam de um diferencial de pressão mínimo de cerca de 0,5 bar.

A Figura 23 ilustrara o tipo de operação das válvulas selenóides

Figura 23. Válvula selenóide


Fonte: Autor (2022).

2.10.3 Bomba de Corrente Continua (cc)

Segundo Ramos (2008), a motobomba pode ser compreendida como o conjunto de um


motor eléctrico acoplado a uma bomba mecânica. Para sistemas de pequeno porte é comum o
uso de motores CC acoplados a bombas centrífugas. Já em sistemas com maior capacidade, há
a necessidade do emprego de conversores CC-CA entre o painel e o motor CA acoplado a
bomba centrífuga.

Existem diversos tipos de bombas utilizadas para o bombeamento de fluído: bombas


centrífugas, bombas hidráulicas, bombas de deslocamento positivo, etc. De um modo geral,
não existe uma regra universal que seja indicada para ser usada em qualquer situação. Quanto
ao tipo de motor utilizado para o accionamento da bomba temos: os motores CC com escovas,
os motores CC sem escovas e os motores CA. Um resumo das principais vantagens e
desvantagens desses tipos de motores é apresentado no Quadro 1. (Ramos, 2008).

27
Quadro 1
Vantagens e desvantagens dos motores CC e CA.
Tipo de motor Vantagens Desvantagens

CA • Ampla aplicação em • Necessidade de uso


grande potência; do inversor;
• Mais baratos que os • Maior custo;
motores CC. • Menos eficiente que
o motor CC;

CC com escovas • Simples e eficiente, • Necessidade de


principalmente em troca periódica das
pequenas potências. escova.

CC sem escovas • Mais eficiente; • Mecanismo


• Pouca manutenção. electrónico aumenta
custo e risco a falha.

Fonte: (Ramos, 2008).

A bomba utilizada no presente trabalho é de corrente continua (CC), ela estará


acoplada a um motor de corrente contínua, conforme mostra a Figura 24.

Figura 24. Bomba de corrente contínua (CC)


Fonte: Extraído de https://pt.aliexpress.com/item
Os motores de corrente contínua (motor CC) são máquinas de corrente contínua.
Como o próprio nome indica, os motores CC são accionados por uma fonte de corrente
contínua. São motores constituídos por imãs permanentes ou então têm campo e armadura,
neste caso não possuem ímãs permanentes. Vamos observar no Quadro 2 os dados
característicos da bomba que será usada na elaboração do protótipo. (Mattede , 2022).

28
Quadro 2
Dados característicos da bomba de corrente continua (CC)

Marca: TOPSFLO Pressão: taxa de fluxo


16L,18L,22L
Número do TL-C01 Estrutura: Bomba de Estágio
Modelo: Único
Lugar de China Tamanho da 9.4mm
origem: saída:
Aplicação: Eletrodoméstico Tensão: 12v 24v
Fonte de Elétrica
energia:
Fonte: Autor (2022)

2.10.5 Sensor Ultrassónico

De acordo com (BSH Automação, 2018), os sensores, de proximidade, ultrassónicos são


dispositivos de detecção sem contacto. Possibilitam detectar de forma precisa e confiável,
objectos de materiais, cores, texturas e formas diferentes. São diversas as aplicações para os
sensores ultrassónico, tais como:

➢ Detecção de nível e altura;


➢ Medida de diâmetro em bobinas;
➢ Detecção e contagem de objectos, não importando a cor, inclusive em ambientes com
poeira ou vapor;
➢ Detecção de posição;
➢ Medição de distância;
➢ Detecção de sólidos, pó ou líquidos;
➢ Detectam objectos de quase todos os materiais (inclusive materiais que absorvem o
som) líquidos, granulados, pós (directamente).

No presente trabalho foi definido um modelo de sensor ultrassónico específico, pois foi o
modelo usado no protótipo, ultrassónico HC-SR04.

Segundo USINAINFO (2022), o módulo sensor ultrassónico HC-SR04 tem o seguinte


princípio de funcionamento, emite ondas sonoras a 40.000 Hz (40kHz) que percorre pelo ar e
quando bate em determinado objecto ou obstáculo, ele retomará ao módulo. Considerando a
velocidade do som e o tempo de viagem, será possível calcular o deslocamento.

Mas de acordo com Fagundes (n.d.), para encontrarmos a distância entre o objecto e o
sensor basta usar a fórmula 1 de acordo com a Figura 25:
29
∆t
∆S = ∆V (1)
2

Onde:

∆S: Variação de distância. Distância entre o objecto e o sensor

∆t: Tempo em que a onda ultrassônica leva para incidir no objecto e ser refletida para o sensor

∆V: Velocidade da onda ultrassônica (V = 1540 m⁄s)

Figura 25. Cálculo da distância entre o sensor e o objecto


Fonte: https://www.ccrei.com.br/web3gestor/arquivos/200/%20Sensor%20ultrassonico.pdf

2.10.4.1 Pinagem do Sensor Ultrassónico HC-SR04

Na Figura 26 será apresentado os pinos do sensor HC-SR04, para melhor compreender a sua
interface com o Arduíno. (USINAINFO, 2022).

Figura 26. Pinos do sensor Ultrassónico HC-SR04


Fonte: https://www.ccrei.com.br/web3gestor/arquivos/200/%20Sensor%20ultrassonico.pdf
➢ VCC: é a fonte de alimentação para o sensor ao qual conectamos o pino 5V no
Arduíno;
➢ Trig: pino usado para disparar os pulsos de som ultrassónico;
➢ Eco: pino que produz um pulso quando o sinal reflectido é recebido. A duração do
pulso é proporcional ao tempo que levou para o sinal transmitido ser detectado;
➢ GND: deve ser conectado ao aterramento do Arduíno.

30
2.10.6 Sensor de Fluxo /Vasão

Segundo Cassiolato (2018), a medição de vazão (Q) consiste essencialmente em


determinar o volume de líquidos, gases e sólidos que escoam por um determinado local por
unidade de tempo, podendo também incluir instrumentos que indicam o volume total
movimentado em um intervalo de tempo. A unidade de vazão volumétrica no Sistema
Internacional (SI) é m3/s. Podem ser classificados conforme mostrado no quadro 3.

Quadro 3
Classificação dos medidores de vazão.

Medidores indirectos Perda de carga variável • Tubo Pitot


(área constante) • Tubo de Venturi
• Tubo de Cali
• Annabar
• Placa de orifício

Área variável (perda de • Rotâmetro


carga constante)

Medidores diretos Deslocamento positivo do • Disco Nutante


fluido • Pistão flutuante
• Rodas ovais
• Roots

Velocidade pelo impacto • Tipo Hélice


do fluido • Tipo Turbina

Medidores especiais • Eletromagnético


• Vortex
• Ultrassônico
• Calhas Parshall
• Coriolis

Fonte: Autor (2022).

De acordo com USINAINFO (2022), sensor de Fluxo/Vasão ele é instalado em linha


com o cano para medir a quantidade de fluido que circula por ele, enviando pulsos PWM para
seu Arduíno. Funciona da seguinte forma: em sua estrutura há uma válvula em formato de
31
hélice com um imã acoplado que trabalha em conjunto com um sensor hall para enviar um
sinal PWM. Através destes pulsos é possível medir a vazão do fluido, conforme mostra a
Figura 27.

Figura 27. Sensor de fluxo de combustível


Fonte: https://www.google.com/search?q=sensor+de+fluxo+de+combustivel

2.10.7 Placa de Ensaio (Protoboard)

Segundo Sousa (2018), placa de ensaio é uma placa que permite a construção do
circuito electrónico, inclusive para fins didácticos. Ela é constituída por uma base plástica
com orifícios destinados ao encaixe de componentes electrónicos. Uma vez que isto pode ser
realizado apenas com encaixes, dispensando soldagem, e possibilitando montagem de novos
circuitos. Podemos visualizar na Figura 28 uma placa de ensaio.

Figura 28. Placa de ensaio (protocolar)


Fonte: Extraído de https://pt.aliexpress.com/item/32218752562

2.10.8 Resistência Eléctrica


Segundo (Sousa,2018), a resistência eléctrica surge da necessidade de uma ddp
(diferença de potencial) para que exista uma corrente eléctrica. Isso faz com que cada material
precise de certa quantidade de potencial para a movimentação de cargas. De acordo com
Georg Simon Ohm a resistência eléctrica é obtida pela razão da ddp pela corrente eléctrica.

32
Resistor é um dispositivo que transforma energia eléctrica em energia térmica por
meio do efeito joule (energia térmica) e com isso oferece uma oposição à passagem de
corrente eléctrica. Conforme mostra a Figura 29. (Sousa, 2018).

Figura 29. Resistor


Fonte: https://geekelectronics.io/shop/100r-resistor-pack-10/

2.10.9 Led (Díodo Emissor de Luz)


Segundo Reis (2019), Led é um dispositivo semicondutor que emite luz em resposta à
passagem de corrente eléctrica. Trata-se de um dispositivo electrónico semicondutor, que só
permite a passagem da corrente eléctrica num único sentido, amplamente empregado para
sinalização em circuitos electrónicos, por exemplo, para indicar se há energia aplicada a um
equipamento ou se ele está ligado / desligado, conforme mostrado na Figura 30.

Figura 30. Led (Diodo Emissor de Luz)


Fonte: Reis (2019).

33
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através de testes e ensaios para
chegar à solução do problema apresentado, abrangendo os objectivos propostos.

Antes de começar a abordar sobre os resultados obtidos, sintetizar-se-á algumas


características do sistema de combustível dos navios da classe Ngola Kiluange: dispõem de
tanques; válvula e encanamento; centrifugador; bombas de combustível; filtros de
combustível e bombas injectoras. Cada tanque de combustível dos navios da classe Ngola
Kiluange tem a sua capacidade de armazenamento, suas funções e suas unidades, conforme
mostra o Quadro 4 (TTN João Nicolau, comunicação pessoal 26 de Abril de 2022).

Quadro 4
Capacidade de armazenamento de cada tanque e suas funções

Função e Numeração dos Tanques Capacidade de Armazenamento e sua


Unidade
TQ de Reserva Nº 4 localizado na proa à Sua Capacidade de Armazenamento é de
BB 26,752 metros cúbicos (𝑚3 )
do navio (tem a função de transportar o
combustível para o uso do navio)

TQ de Reserva Nº 5 localizado na proa à Sua Capacidade de Armazenamento é de


EB 26,752 metros cúbicos (𝑚3 )
do navio (tem a função de transportar o
combustível para o uso do navio)

TQ de Reserva Nº 22 localizado na popa Sua Capacidade de Armazenamento é de


à BB 36,841 metros cúbicos (𝑚3 )
do navio (tem a função de transportar o
combustível para o uso do navio)

TQ de Reserva Nº 23 localizado na proa Sua Capacidade de Armazenamento é de


à EB do navio (tem a função de 36,841 metros cúbicos (𝑚3 )
transportar o combustível para o uso do
navio)

TQ de Decantação Nº 21 localizado no Sua Capacidade de Armazenamento é de


meio 26,889 metros cúbicos (𝑚3 )
navio proa à BB do navio (CL) do navio
(tem
a função de abastecer os tanques de
serviço do
navio, o 24 e o 25)

34
TQ de Reembolso (retorno) Nº 20 Sua Capacidade de Armazenamento é de
localizado 6,177 metros cúbicos (𝑚3 )
no meio navio (tem a função de colectar
o
combustível de todos os tanques para
que não
derrame combustível fora ou dentro da
casa de máquina em situações diversa)

TQ de Serviço Nº 24 localizado na popa Sua Capacidade de Armazenamento é de


à BB 15,397 metros cúbicos (𝑚3 )
do navio (as que alimentam directamente
as
bombas das máquinas/motores para o seu
funcionamento)
TQ de Serviço Nº 25 localizado na popa Sua Capacidade de Armazenamento é de
à EB 15,397
do navio (as que alimentam directamente metros cúbicos (𝑚3 )
as
bombas das máquinas/motores para o seu
funcionamento)

TQ de Serviço Nº 30 localizado na popa Sua Capacidade de Armazenamento é de


à BB 1,058 metros cúbicos (𝑚3 )
do navio (o que alimenta o gerador de
emergência)

Fonte: Autor (2022)

Em resumo o navio Ngola Kiluange apresenta 9 tanques de combustíveis, dos quais, 5


tanques de reservas (tanques 04, 05, 22, 23 e o tanque 21), um tanque de decantação (tanque
20), 2 tanques de serviço (tanques 24 e o 25) e tanque 30.

No capítulo anterior foram definidos e estudados os equipamentos principais que


compõem um sistema de combustível, fez-se ainda o estudo de dois tipos de controlo
(controlo manual e controlo automático) e verificou-se que esses sistemas são definidos pelo
seu modo de accionamento. Com base nos estudos dessas formas de controlo, surgiu a ideia
para a criação do sistema proposto.

O sistema proposto tem como objectivo, gerenciar e controlar o sistema de


combustível por intermédio de accionamento automática de modo a aumentar a eficiência do
sistema e reduzir os riscos. Para se conseguir tal feito utilizou-se circuitos electrónicos
programáveis (baseado na plataforma Arduíno IDE), um Display (LCD) para visualização e
leitura do sistema, ou seja, painel de controlo, um sensor Ultrassónico para medição do nível
35
do combustível, um sensor de fluxo para o registo de combustível que será consumido, usou-
se sinais luminosos (leds) e sonoro (buzina) para sinalização do sistema, Arduíno
(microcontrolador) que vai determinar como será controlado os dois distintos tipos de
dispositivo (carga) sendo uma bomba e uma válvula, conforme mostrado no Apêndice C .

A ideia da implementação de um sistema de combustível automatizado nos navios da


classe Ngola Kiluange, não é que seja igual aos sistemas apresentado pelos navios da Marinha
Portuguesa ou pelos navios da Marinha Brasileira, mas sim, que o sistema apresente valor
semelhastes ou melhores aos sistemas dos navios citados.

Com o intuito de melhorar o sistema existente, pensou-se em projectar um sistema de


combustível de accionamento automático, que fosse possível receber ordem de comando sem
se locomover da sala de controlo de máquinas (DC5), para a realização desta tarefa usa-se um
Arduíno como microcontrolador.

Primeiramente será apresentado o local que se deseja implementar o sistema de


combustível de accionamento automático e como o actual sistema de combustível funciona,
para melhor nos situarmos.

3.1 Formas de Controlo do Sistema de Combustível Actual nos Navios da Classe Ngola
Kiluange

Nos navios da classe Ngola Kiluange existe uma forma de controlo do sistema de
combustível que é o controlo manual, conforme a Figura 31.

Figura 31. Sala de controlo das máquinas (DC-5)


Fonte: Autor (2022).

Nos navios da classe Ngola Kiluange o sistema de controlo actualmente é controlado


de forma manual, uma vez que o operador ou maquinista antes de ligar a bomba ou abrir a
36
válvula, para alimentação do sistema de combustível, tem que visualizar o nível de
combustível no tanque, por intermédio de um dispositivo de medida (régua de nível ou
sonda). Depois de visualizar o nível e se ter a certeza de que o nível do tanque de serviço está
baixo, é dada a ordem para ligar a bomba para a abertura da válvula para que seja abastecido o
tanque de combustível. No sistema de combustível em referência existe uma enorme
dificuldade em operar só com um operador, porque para a visualização do nível de
combustível ou por em funcionamento um dos dispositivos do sistema é necessário que o
operador se locomova da sala de controlo (DC5) para a casa de máquinas. A mesma situação
se verifica ao se fazer o registo da quantidade de combustível consumido. A presença
constante dos operadores na casa de máquinas não é benéfica para a sua própria saúde devido
ao elevado ruído sonoro e à quantidade de ar quente produzido pelas máquinas, conforme
mostra a Figura 32

Figura 32. Casa das máquinas


Fonte: Autor (2022)

A situação constatada justifica a necessidade de tornar automático o accionamento de


sistema de combustível dos navios da classe Ngola Kiluange.

3.2 Custo da Implementação do Protótipo

Na presente investigação faz-se menção aos custos de montagem prática do protótipo


do sistema, pois para sua implementação nos navios dever-se-ia empregar componentes
electrónicos com capacidades superiores aos utilizados no protótipo. A tabela 1 apresenta em
síntese os custos de implementação do protótipo.

37
Como se pode notar, o protótipo possui um custo total, a nível de materiais de 88.700
(oitenta e oito mil e setecentos) Kzs, onde o componente com maior preço é o Arduino com
um preço de 17 000 (dezassete mil) kzs, seguido da bomba, vávula e sensor de fluxo com
9000 (nove mil) Kzs. Os preços foram obtidos mediante a factura, ilustrada no anexo B.

Tabela 1
Orçamento dos itens utilizados para o desenvolvimento do projecto.
Itens Quantidade Preço unitário Preço total (KZ)
Módulo Relé 1 3000 3.000
Arduíno 1 17000 17.000
LED 6 100 600
Bomba 1 9000 9.000
Válvula 1 9000 9.000
LCD (Display) 1 7000 7.000
Sensor de Fluxo 1 9000 9.000
Sensor ultrassónico 2 4000 8.000
Fonte de 3 4000 12.000
Alimentação
Botão (Interruptor) 3 500 1.500
Resistor 6 100 600
Placa de ensaio 1 2000 2.000
Buzina 1 4000 4.000
Balde graduado 2 3000 6.000
Total (KZ) ---------- ----------- 88.700
Fonte: Autor (2022).

3.3 Desenvolvimento do Protótipo do Sistema de Combustível de Accionamento


Automático nos Navios da Classe Ngola Kiluange

Neste tópico é apresentado os seguistes aspectos:


➢ Características do sistema de combustível de accionamento automático;
➢ Medidas para a mitigação de riscos do sistema proposto;
➢ Etapas para o desenvolvimento do protótipo do sistema de accionamento automático.

3.3.1 Características do Sistema de Combustível de Accionamento Automático

O sistema de combustível proposto apresenta as seguintes características:

➢ O sistema actua de um modo autónomo;


➢ O sistema controla a bomba, a válvula, o nível do combustível no tanque e a
quantidade de combustível consumido;
➢ O sistema apresenta um sinal luminoso para os níveis de destaques (alto, médio e
baixo) e um sinal sonoro para falha do sistema.

38
3.3.2 Medidas Para a Mitigação de Riscos do Sistema Proposto

Qualquer dispositivo electrónico é um possível causador de risco, em maior ou menor


escala, condicionando à integridade física de quem o opera. No contexto de um protótipo, a
palavra risco adquire outros sentidos, como possibilidade de falha de operação.

Por tanto, é crucial que durante o desenvolvimento de projectos estes riscos sejam
avaliados e de alguma forma medidos e que existam medidas para a sua mitigação. Nesta
conformidade são elencadas medidas de mitigação de riscos que podem ser originadas no
sistema que se propõe, a citar:

a) Medidas identificadas para a redução da probabilidade de risco:


➢ Inspecções periódicas na fonte de alimentação do sistema;
➢ Manutenção em cada componente do sistema;
➢ Testar a funcionalidade do sistema periodicamente.
b) Medidas identificadas para a redução da vulnerabilidade de risco:
➢ Selecção de material de qualidade para elaboração do protótipo.

3.3.3 Etapas Para Desenvolvimento do Protótipo do Sistema de Combustível de


Accionamento Automático

Neste ponto são descritos os procedimentos necessários para o desenvolvimento do


protótipo. Estes procedimentos foram divididos da seguinte forma:

➢ Descrição Funcional do protótipo;


➢ Elaboração do código fonte;
➢ Montagem do protótipo.

3.3.3.1. Descrição Funcional do protótipo

O protótipo em questão tem como papel controlar o sistema de combustível dos navios
da classe Ngola Kiluange por intermédio de accionamento automático, em situação de falta de
combustível no tanque de serviço.

No entanto, o sistema proposto apresenta duas modalidades de funcionamento – modo


manual e automático. O modo manual desabilita o funcionamento do accionamento
automático do sistema e habilita o seu funcionamento manual, que é o funcionamento normal,
porque o sistema proposto não o vem anular.

39
Na modalidade do modo automático o sistema tem o seguinte funcionamento: o
mesmo será accionado automaticamente na falta de combustível no tanque de serviço, por
intermédio de um sensor ultrassónico encarregado de medir o nível de combustível
encontrado no interior do tanque, se o nível estiver baixo o sensor ultrassónico enviará um
sinal ao micro controlador (Arduíno), que vai processar esses sinais e enviar uma ordem de
comando por intermédio do relé para os dispositivos de controlo (bomba, válvula) ligando a
bomba e a válvula. Quando o sensor ultrassónico medir nível alto, enviará novamente um
sinal ao micro controlador, que consequentemente vai enviar ordem de comando por
intermédio do relé para os dispositivos de controlo desligando a bomba e a válvula.

No entanto, o sensor ultrassónico encarrega-se de medir o nível de combustível


encontrado no interior do tanque e o sensor de fluxo regista a quantidade de combustível
consumido, estes dados são apresentados em um painel de controlo Display (LCD).

Além do seu funcionamento automático, o sistema possui interruptores (botoneiras) de


accionamento que permitem a sua ligação e passagem do modo automático ao manual e vice-
versa, assim como a sua reinicialização. Para os sinais de segurança o sistema apresenta três
leds de cores diferentes, que representam os níveis alto, médio e baixo, e uma buzina que
sinaliza a falha no sistema. Estes níveis, bem como as suas equivalências com os níveis dos
tanques reais de serviço dos Navios da Classe Ngola Kiluanje são apresentados em
percentagem no quadro 5.

Quadro 5

Equivalência dos níveis dos tanques de serviço do protótipo e dos tanques de serviço do navio
Ngola Kiluange.

Níveis dos tanques Protótipo Real Real

(𝑚3 ) 𝑙 (𝑚3 ) 𝑙

Alto 90% 0,0035 3,5 25,99 25.990

Médio 60% 0,0025 2,5 17,33 17.330

Baixo 30% 0,0015 1,5 8,666 8.666

Fonte: Autor (2022).

40
Os níveis do tanque de combustível do protótipo foram definidos de acordo com o
valor do volume estabelecido no balde graduado que é de 0,0038 (𝑚3 ) á 100%. Esse valor foi
reduzido a 90% e dividido em três níveis.

Na Figura 33 apresenta-se o diagrama em blocos do sistema de combustível de


accionamento automático proposto, constituído por 10 blocos que são definidos pelas suas
entradas e saídas.

Figura 33. Esquema em blocos do sistema de combustível de accionamento automático.


Fonte: Autor (2022).

3.3.3.1.1 Fluxograma de Código e Esquema Eléctrico do Sistema

O circuito eléctrico fornece um panorama detalhado da constituição do sistema de


combustível de accionamento automático. É no circuito eléctrico onde se visualiza todos os
componentes do sistema e os seus modos de ligação através de softwares especializados. Os
mesmos são testados em placas de ensaio.

A Figura 34 ilustra fluxograma de Código do sistema de combustível de accionamento


automático.

41
Figura 34. Fluxograma de código
Fonte: Autor (2022).

42
A Figura 35 ilustra o esquema eléctrico do sistema de combustível de accionamento
automático.

Figura 35. Esquema Eléctrico do Sistema.


Fonte: Autor (2022).

3.3.3.2 Elaboração do Código

O código fonte para os protótipos envolvendo o Arduíno são compilados na sua


plataforma de desenvolvimento (IDE Arduíno). É um ambiente que permite a criação de
programas que são executados no Arduíno, onde são realizadas a compilação e o upload do
código para o Arduíno. O código fonte do sistema proposto apresenta-se no Apêndice B.

3.3.3.3 Montagem do Protótipo

Depois de todas as pesquisas feitas, concepção do sistema proposto, a criação do


esquema em bloco, do esquema eléctrico, de igual modo fazendo a programação da
plataforma Arduíno, é chegado o momento mais relevante do trabalho.

Para a montagem do protótipo foi criada uma maquete constituído por um Display
(LCD) como painel de controlo, baldes graduados para simular o tanque de serviço e o tanque

43
de reserva, sensores, Arduíno, bomba, relé, botões e válvula, leds conforme apresentado no
anexo D. Depois fez-se a instalação dos dispositivos do sistema e a ligação do circuito
eléctrico.

Depois da montagem do protótipo foram feitos testes de forma a garantir a boa


funcionalidade do sistema, no intuito de salvaguardar a sua operacionalidade.

Os resultados obtidos nos testes, demonstraram o funcionamento do protótipo da


forma esperada. Em todos os testes o sistema não demonstrou falhas na fase de inicialização
do protótipo até a execução do bloco 1 até o bloco 10, conforme o diagrama em blocos. Em
todos os testes realizados o sistema funcionou como esperado.

Para realização das simulações os componentes foram submetidos a testes. A Figura


35 ilustra o teste do funcionamento do Arduíno e das suas conexões através de seu
accionamento.

Figura 36. Verificação da placa Arduíno


Fonte: Autor (2022).

Na Figura 36, observa-se o protótipo montado

44
Figura 37. Protótipo montado
Fonte: Autor (2022).

3.3.4 Vantagem da Solução Proposta

O trabalho proposto acarreta consigo algumas vantagens que facilitarão a forma de


controlar o sistema de combustível nos navios da classe Ngola Kiluange. Essas vantagens são
citadas abaixo:

➢ Possibilita visualizar o nível do combustível a partir do DC-5 (sala de controlo das


máquinas);
➢ Possibilita registar de forma automática a quantidade de combustível consumido pelas
máquinas;
➢ Possibilita encher o tanque de serviço de forma automática;
➢ Redução da supervisão manual no sistema de combustível;
➢ A existência do sistema de accionamento automático não vai eliminar o sistema
existente (manual).

45
4 CONCLUSÃO

Para culminar, a actual forma de controlo do sistema de combustível dos Navios da


classe Ngola Kiluange é manual e apresenta desvantagem nocivas a saúde de quem a opere,
manifestando a urgente transição para um sistema automático.

A implementação prática deste protótipo nos Navios da Classe Ngola Kiluange, vai
requerer um estudo de viabilidade multilateral.

Apesar das grandes vantagens que podem ser oferecidas pelo sistema automático, não
se deve anular o sistema manual, devido aos riscos que podem advir da sua automação. Os
dois sistemas devem funcionar de forma redundante de modo a optimizar o sistema.

4.1 Dificuldades Encontradas

Diante da metodologia proposta percebe-se que o trabalho de fim de curso poderia ter
sido realizado com os dispositivos mais eficientes possíveis, no caso, sensores de pressão para
medição de nível, uma vez que, no presente Trabalho de Fim de Curso, diante da limitação
geográfica e de tempo, só foi possível empregar o sensor ultrassónico para medição de nível.
Tal facto, dificultou a escolha de materiais para a construção do protótipo.

Devido a escassez de recursos financeiros, tempo e a existência de procedimentos


burocráticos de diversa ordem, não possível encontrar informações sobre o custo de
componentes com caraterísticas próprias para a implementação práctica do sistema que se
propõe nos navios da classe Ngola Kiluange.

4.2 Sugestão para os Trabalhos Futuros

➢ Implementar sensor de pressão em vez de sensor ultrassónico;


➢ Realizar um estudo de viabilidade mais aprofundado para a elaboração do projecto na
base do protótipo do sistema proposto.

46
REFERÊNCIAS

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https://www.feg.unesp.br/Home/PaginasPessoais/ProfMarceloWendling/4sensoresv2.0.p
df

49
APÊNDICE

Apêndice A - Lista dos materiais Utilizados para a Montagem do Protótipo

Quantidade Nome dos Materiais

1 Módulo relé

1 Arduíno UNO

3 LED

1 Bomba

1 Válvula

1 LCD (Display)

1 Sensor de Fluxo

1 Sensor Ultrassónico

3 Fonte de Alimentação

3 Botão (interruptor)

3 Resistência

1 Placa de Ensaio

1 Buzina

2 Balde Graduado

50
Apêndice B - Código Fonte do Sistema

#include <NewPing.h>

#include <Wire.h>
#include <LiquidCrystal_I2C.h>
#define TRIGGER_PIN 7
#define ECHO_PIN 6
#define vermelho 5
#define verdi 10
#define azul 11
#define bomba 9
#define valvula 8
#define PINO_SENSOR 2
#define alarme 12
#define botaoauto 4
#define botaomanual 3
LiquidCrystal_I2C lcd(0x3F,20,4);
NewPing sonar(TRIGGER_PIN, ECHO_PIN);
const int INTERRUPCAO_SENSOR = 0;
unsigned long contador = 0;
const float FATOR_CALIBRACAO = 4.5;
float fluxo = 0;
float volume = 0;
int ligado = 0;
float volume_total = 0;
unsigned long tempo_antes = 0;
float leitura, conversao1, conversao2, conversao3, conversao4;

void setup() {
Serial.begin(9600);
lcd.backlight();
lcd.init();
pinMode(botaoauto, INPUT);
pinMode(botaomanual, INPUT);
pinMode(alarme,OUTPUT);
pinMode(PINO_SENSOR, INPUT_PULLUP);
pinMode(vermelho,OUTPUT);
pinMode(verdi,OUTPUT);
pinMode(bomba,OUTPUT);
pinMode(valvula,OUTPUT);

digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
}

51
void loop()
{
delay(1000);
leitura = sonar.ping_cm();
conversao1 = leitura*434;
lcd.setCursor(0,0);
Serial.print ("NIVEL: ");
conversao2 = (conversao1/1000);
conversao3 = (map(conversao2, 0, 9.6, 9.6, 0));
conversao4 = (conversao3*90);
lcd.setCursor(0,1);
lcd.print (conversao4);
lcd.setCursor(4,1);
lcd.println("%");
if(digitalRead(botaomanual) == HIGH)
{
lcd.setCursor(8,0);
lcd.print("Modo Manual");
if(conversao3==9){
digitalWrite(vermelho,HIGH);
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MAXIMO");
}
else{
digitalWrite(vermelho,LOW);
}
if(conversao3==6){
digitalWrite(verdi,HIGH);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MEDIO");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
}
if(conversao3==3){
digitalWrite(verdi,HIGH);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);

52
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MINIMO");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
}
if(conversao3<2){
digitalWrite(verdi,HIGH);
digitalWrite(vermelho,HIGH);
digitalWrite(azul,HIGH);
digitalWrite(alarme,HIGH);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("FALHA NO SISTEMA");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
}
}
if(digitalRead(botaoauto) == 1){
ligado = !ligado;}
lcd.setCursor(8,0);
lcd.print("Modo Automatico");
if(ligado ==1){
if(conversao3==9){
digitalWrite(vermelho,HIGH);
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MAXIMO");
}
else{
digitalWrite(vermelho,LOW);
}
if(conversao3==6){
digitalWrite(verdi,HIGH);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);

53
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MEDIO");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
}
if(conversao3==3){
digitalWrite(azul,HIGH);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(bomba, HIGH));
digitalWrite(valvula, HIGH));
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("NIVEL MINIMO");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
}
if(conversao3<2){
digitalWrite(verdi,HIGH);
digitalWrite(vermelho,HIGH);
digitalWrite(azul,HIGH);
digitalWrite(alarme,HIGH);
digitalWrite(bomba,LOW);
digitalWrite(valvula,LOW);
lcd.setCursor(0,2);
lcd.println("FALHA NO SISTEMA");
}
else{
digitalWrite(verdi,LOW);
digitalWrite(vermelho,LOW);
digitalWrite(azul,LOW);
}
}
if((millis() - tempo_antes) > 1000){
detachInterrupt(INTERRUPCAO_SENSOR);
fluxo = ((1000.0 / (millis() -
tempo_antes)) * contador) / FATOR_CALIBRACAO;

volume = fluxo / 60;


volume_total += volume;
lcd.setCursor(0,3);
lcd.print("Comb. Consumido: ");

54
lcd.setCursor(20,3);
lcd.print(volume_total);
lcd.setCursor(22,2);
lcd.println(" L");
lcd.println();
contador = 0;
tempo_antes = millis();
attachInterrupt(INTERRUPCAO_SENSOR, contador_pulso, FALLING);
}
}
void contador_pulso() {
contador++;
}

Apêndice C – Resumo dos Componentes Para a Construção do Protótipo

Bomba – Tem a função de trasfegar o combustível


do tanque de reserva para o tanque de serviço.

Fonte de Alimentação de 5v – Tem a função de


fornecer corrente elétrica no Arduíno.

Relé - Tem a função de permitir a interface entre a


carga (bomba e válvula) e o Arduíno.

55
Sensor Ultrassónico – Tem a função de medir o
nível de combustível contido no interior do tanque.

Fonte de Alimentação de 12v – Tem a função de


fornecer corrente elétrica na bomba e na válvula
por intermedio do relé.

Arduíno – Tem a função de processar e controlar


toda a informação do sistema

Válvula Selenóide – Tem a função de bloquear ou


permitir a passagem de combustível.

56
Condutor – Tem a função de permitir a passagem
da corrente elétrica no circuito.

Placa de Ensaio – serve para teste antes da


montagem do projectão.

Sensor de Fluxo – Tem a função de medir a


quantidade de combustível consumido no sistema.

LCD (Display) – Serve para monitorar as


informações do sistema.

57
Modulo I2C – Serve para simplificar as saídas do
LCD (Display).

Balde Graduado - Utilizou-se balde graduado para


simular o tanque de serviço do navio em estudo.

Botão (interruptor) – Tem a função de passar o


sistema no modo automático ou manual

Cabo de conexão do Arduíno – permite a


interface do Arduíno e a fonte de alimentação.

58
LEDs – Tem a função de emitir sinal luminoso.

Buzina - Tem a função de emitir sinal sonoro.

59
ANEXO

Anexo A – Actualização do Sistema NAUTOS Para IPMS

60
Anexo E – Factura dos Componentes Usados na Constituição do protótipo

61

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