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4o Ano, I Semestre
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Todavia, Polignano (2002) adverte para o fato de que a concepção de bacia hidrográfica não
pode ser resumida apenas na conceituação proposta pela Geografia. É fundamental entender a
bacia como um sistema ecológico no qual existe uma série de complexas relações entre espécies
diversas, entre a parte biótica e abiótica, entre o homem e todo esse ecossistema.
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
Abordar sobre a Caracterização física de bacias hidrográficas a partir de parâmetros
fisiograficos
1.1.2.Específicos
Descrever as características físicas das bacias hidrográficas;
Indicar os principais parâmetros fisiograficos das bacias hidrográficas;
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Exorreicas: quando o escoamento da água se faz de modo contínuo até o mar, isto é, quando as
bacias desaguam diretamente no mar;
Endorreicas: quando as drenagens são internas e não possuem escoamento até o mar,
desembocando em lagos, ou dissipando-se nas areias do deserto, ou perdendo-se nas depressões
cársicas;
Arreicas: quando não há qualquer estruturação em bacias, como nas áreas desérticas;
Da mesma forma como as bacias, também os cursos de água podem, individualmente, ser objeto
de classificação. De acordo com o período de tempo durante o qual o fluxo ocorre, distinguem-se
os seguintes tipos de rios:
Perenes: há fluxo o ano todo, ou pelo menos em 90% do ano, em canal bem definido;
Efêmero: só há fluxo durante chuvas ou períodos chuvosos; os canais não são bem definidos.
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Dentro da bacia, a forma da rede de drenagem também apresenta variações. Em geral, predomina
na natureza a forma dendrítica, a qual deriva da interação clima-geologia em regiões de litologia
homogênea. Num certo sentido, considerando-se a fase terrestre do ciclo da água, pode-se dizer
que a água procura evadir-se da terra para o mar. Assim fazendo, torna-se organizada em
sistemas de drenagem, os quais refletem principalmente a estrutura geológica local
(LIMA,2008).
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complexa dinâmica da bacia hidrográfica, a qual inclusive tem magnitude temporal
(LIMA,2008).
2.2.1. Área
ANDERSON (1957) denominou a área como a "variável do diabo", porque a maioria das
características da bacia está, de alguma forma, correlacionada com sua área.. A área deve ser
definida em relação a um dado ponto ao longo do canal, ou à própria saída ou confluência da
bacia. A área total inclui todos os pontos situados a altitudes superiores à da saída da bacia e
dentro do divisor topográfico que separa duas bacias adjacentes. A determinação da área deve ser
feita com muito rigor, a partir de fotografias aéreas, mapas topográficos, ou levantamento de
campo, e se possível com auxílio de computadores.
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Figura 1: Ilustração do método de ordenação dos canais de STHRALER (1957).
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Baixa DD: 5.0 km/km2
Média DD: 5,0 - 13,5 km/km2
Alta DD: 13,5 - 155,5 km/km2
Muito alta DD:>> 155,5 km/km2
A forma é uma das características físicas mais difíceis de ser expressas em termos quantitativos.
A forma da bacia, bem como a forma do sistema de drenagem, pode ser influênciada por
algumas outras características da bacia, principalmente pela geologia.
A forma pode, também, atuar sobre alguns dos processos hidrológicos, ou sobre o
comportamento hidrológico da bacia. Inúmeros métodos de descrição da forma da bacia foram
apresentados, conforme explicado com detalhes na literatura (MORISAWA, 1968), (GREGORY
& WALLING, 1973).
Onde:
F = fator de forma
A = área da bacia
L = comprimento do eixo da bacia (da foz ao ponto extremo mais longínquo no espigão)
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Este índice de forma pode,dar alguma indicação sobre a tendencia a inundações, conforme
ilustrado na Figura 2.
Figura 2.: Ilustração da determinação do fator de forma para duas bacias de mesma área.
S = (D x L / A) x 100
onde:
Pelo método acima, verifica-se que o material necessário compreende um mapa planialtimétrico,
um curvímetro para a medição de distâncias no mapa, e um planímetro para a determinação da
área.
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Para bacias maiores, ou muito acidentadas, pode-se ampliar o intervalo entre duas curvas de
nível, isto é, pode-se, por exemplo, medir apenas o comprimento de curvas alternadas. Apesar de
a declividade influir na relação entre a precipitação e o deflúvio, principalmente devido ao
aumento da velociade de escoamento superficial, o que reduz, em consequência, a possibilidade
de infiltração da água no solo, não se deve desprezar a influência secundária da direção geral da
declividade, ou seja, da orientação da bacia (LIMA,2008).
A orientação define, então, a direção geral para a qual a declividade está exposta. Assim, bacia
de orientação norte drena para o norte. O fator orientação afeta as perdas por evapotranspiração,
devido a sua influência sobre a quantidade de radiação solar recebida pela bacia. Esta pode, sem
dúvida, afetar as relações entre a precipitação e o deflúvio. Por exemplo, na Estação Experimetal
Hidrológica de Coweeta, nos Estados Unidos, foi verificado que bacias de orientação norte e
orientação sul respondem diferentemente ao mesmo tratamento experimental aplicado, conforme
pode ser observado no gráfico da Figura 3., a qual mostra a relação entre o corte raso da floresta
e o consequente aumento do deflúvio nas bacias hidrográficas.
Figura 3: Efeito do corte raso da floresta sobre o aumento do deflúvio em bacias de orientação
norte e sul (SWIFT JR., 1965).
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encontram dentro da área da bacia (deve haver no mínimo 100 interseções para o sucesso do
método).
Onde:
n = número de interseções
Uma análise mais completa das características de altitude de uma bacia pode ser feita pela
medição, em mapa topográfico conveniente, das sub-áreas compreendidas entre pares sucessivos
de curvas de nível. Avalia-se, então, a porcentagem correspondente a cada uma destas sub-áreas,
em relação à área total da bacia. Por simples soma, obtémse, a seguir, a porcentagem da área
total que fica acima ou abaixo de uma dada altitude (LIMA,2008).
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O valor médio dos Rb individuais da bacia representa a razão de bifurcação média para a bacia.
HORTON verificou que o número de canais diminui com o aumento da ordem dos canais de
forma regular, ou seja, existe uma relação geométrica simples entre o número e a ordem dos
canais. De fato, plotando-se a ordem dos canais (W) com o logarítmo do número de canais (log
NW), os pontos alinham-se em linha reta, conforme ilustrado na Figura 4.
Esta relação é denominada "Lei do Número de Canais". A tangente da curva da Figura 4 tem o
mesmo valor da razão de bifurcação média, ou seja, no exemplo considerado (Rb média = tg a =
∆y/∆x = 3,2). Neste caso, a Lei do Número de Canais permite dizer que para cada canal de 4ª
ordem existem em média 3,2 canais de 3ª ordem, e assim sucessivamente (LIMA,2008).
Nu
Onde:
k = ordem da bacia
u = ordem dada
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A maioria das bacias segue, em geral, a Lei de Horton, mas existem exceções (MORISAWA,
1968).
∑
Lu
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III. CONCLUSÃO
A bacia hidrográfica pode ser considerada como um bom exemplo de um sistema
geomorfológico: o geossistema. Define-se sistema como um conjunto de elementos, seus
atributos, e as relações entre si. De acordo com o critério funcional, os sistemas podem ser
classificados em sistemas fechados e sistemas abertos.
Diz-se que um sistema é fechado quando apresenta limites bem definidos, através dos quais não
ocorre nem importação nem exportação de matéria. Um sistema fechado desenvolve-se a partir
de um fornecimento inicial de energia, ao passo que um sistema do tipo aberto requer suprimento
contínuo de energia, funcionando pelo recebimento e pela perda contínua de energia.
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IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
HORTON, R.E., 1932. Drainage Basin Characteristics. Trans. American Geophysical Union.
MORISAWA, M., 1968. Streams: their Dynamics and Morphology. McGraw-Hill Book Co.,
New York.
POLIGNANO, M. V. (Coord.). Saúde e ambiente: bacia do rio das Velhas. Belo Horizonte:
UFMG, Projeto Manuelzão, 2002.
TUCCI, C. E. M. (Org.). Hidrologia: ciência e aplicação. 2. ed. Porto Alegre: ABRH, 1997.
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