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Discentes:
Cheila Beque Joaquim
Elisabeth Ângela C. André
Manuel João Macaque
Rosário Julião Bandesse
Yula Viviana Laísse
Docente:
Eng.º Alfredo Santos Duvane, Msc.
I. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
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I. INTRODUÇÃO
Para avaliar o efeito que teria qualquer perturbação numa bacia hidrográfica, é necessário
antes conhecer bem as características hidrológicas do ecossistema natural, para
posteriormente fazer a comparação com aqueles em que houve intervenções antrópicas. A
análise desses aspectos do ecossistema envolve características de clima, geomorfologia,
solo, vegetação, deflúvio e evapotranspiração, com o que se pode quantificar os processos
hidrológicos da bacia e correlacioná-los com as diferentes variáveis relacionada à
quantidade e qualidade da água, assim como sua dinâmica (CARDOSO et al., 2006).
1.1. Objetivos
1.1.1. Gerais
• Abordar sobre vazão dos cursos de água e o regime de águas subterrâneas sob
influência de ecossistemas florestais.
1.1.2. Específicos
• Relacionar as florestas com a agua;
• Classificar os sistemas de drenagem;
• Descrever o Regime da água subterrânea sob influência de ecossistema
florestal;
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.Conceitos
Água subterrânea é toda a água que ocorre abaixo da superfície da terra, preenchendo os
poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das
rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade)
desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios,
lagos e brejos. As águas cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez que constituem
uma parcela da água da chuva (Borghetti, 2004).
Bacia hidrográfica é uma área da superfície terrestre que drena água e sedimentos para
uma saída comum, num determinado ponto de um canal fluvial.
A água e a floresta são considerados recursos naturais renováveis. Isto porque os seres
humanos tem acesso a eles, os utilizam para suas mais diversas necessidades e, ao mesmo
tempo, a natureza os repõe, dando aos mesmos o caráter de renovabilidade. Os recursos
hídricos são de usos múltiplos. Embora o abastecimento público seja mundialmente
reconhecido como prioritário diante das demais demandas, a água também é utilizada para
abastecimento industrial, irrigação, dessedentação de animais, lazer, aquacultura, geração
de energia elétrica, navegação, conservação da biota aquática e até recepção de efluentes
tratados. Por sua vez, a floresta também se apresenta como de usos múltiplos pelo ser
humano ao longo da sua história (Braga et al, 2002).
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2.3.A Relação entre a Floresta e a Água
Para (Braga et al, 2002). Existe um sentimento comum entre ambientalistas, acadêmicos e
até mesmo em setores sociais não diretamente envolvidos com o tema, de que a floresta e a
água se completam, e que a ausência de uma perturba profundamente a existência da outra.
A maneira mais fácil de entender a relação floresta-água é conhecendo o ciclo hidrológico
na floresta. A água de chuva que se precipita sobre uma mata segue diversos caminhos. A
interceptação da água acima do solo pelas folhas participa na formação de novas massas
atmosféricas úmidas, enquanto os pingos de água que atravessam a copa ou escoam pelo
tronco, atingem o solo e o seu folhedo. De toda a água que chega ao solo, uma parte tem
escoamento superficial, chegando de alguma forma aos cursos d água ou aos reservatórios
de superfície. A outra parte sofre armazenamento temporário por infiltração no solo,
podendo ser liberada para a atmosfera através da evapotranspiração, manter-se armazenada
por mais algum tempo ou percolar como água subterrânea. A água no solo que não for
evapotranspirada, ou que não migrar para camadas profundas, termina por escoar da
floresta paulatinamente, compondo o chamado deflúvio, que alimenta os mananciais e
possibilita os seus usos múltiplos. Uma apresentação esquemática desses fluxos encontra-se
na Figura 1.
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Figura 1. Processos hidrológicos quantitativos (esquerda) e qualitativos (direita) em uma
bacia hidrográfica (adaptado de WALLING, 1980).
Tremberth (1999) menciona que, em uma extensão de 500 km, apenas cerca de 8,9% da
precipitação total sobre a superfície terrestre são provenientes de evapotranspiração dentro
da mesma região. Geralmente, a água evaporada precipita em algum local distante de onde
evaporou ou até mesmo nos oceanos ou em qualquer outro lugar do planeta, que dependerá
da movimentação das massas de ar em escala global (Tremberth 1999, Ellison et al.2012).
Entretanto, neste artigo, não tratamos da influência da vegetação sobre o ciclo da água em
escala planetária. Conforme afirmamos anteriormente, nesse artigo abordaremos aspectos
relativos à microbacia, escala em que é possível aplicar o conceito de manejo integrado de
vegetação, água e solo e identificar os efeitos decorrentes dos tratamentos aplicados.
Para entender as relações entre a cobertura vegetal e a quantidade de água da chuva que
fará parte dos recursos hídricos é preciso, primeiramente, saber que essas relações se
estabelecem no espaço territorial de uma bacia hidrográfica, sendo mais fácil quantificar,
compreender ou manejar a produção de água em bacias de pequenas dimensões - as
microbacias hidrográficas.
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2.5.Morfologia fluvial
Para Silva (1999), A resistência relativa das rochas determina o padrão de drenagem e
arranjo das encostas e vales, mas os processos geomorfológicos frequentemente alteram a
configuração da rocha mãe abaixo da superfície. Em consequência, pequenas bacias de
drenagem são difíceis de serem mapeadas, enquanto que os cursos d’água são mais
facilmente plotáveis:
Dendrítico: ocorrem em terras altas nas quais o regolito e a rocha mãe oferecem uma
resistência relativamente uniforme à erosão. As encostas não têm orientação dominante:
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Treliça: em áreas onde rochas de resistência desigual estão dispostas em dobras ou
colinas longas ou em áreas de topografia pouco acentuada e resistência relativamente
uniforme (planícies costeiras):
Os cursos sem ramificação são os de 1ª ordem; cursos que recebem apenas outros de 1ª
ordem são os de 2ª ordem; cursos que recebem apenas outros de 2ª ordem são de
terceira ordem; e assim por diante:
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Em várias estruturas geológicas, os divisores de água superficial e subsuperficial não
são coincidentes, o que dificulta o balanço de água porque não se pode determinar
satisfatoriamente que área está contribuindo para o fluxo de base (Lima, 2019)..
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Figura 2: Ocorrência de água do solo e água subterrânea na crosta terrestre (Lee, 1980).
Conforme pode ser observado na Figura 2 a parte superficial da camada intemperizada que
se encontra acima do lençol freático é referida como zona de aeração. Nesta zona os
interstícios estão cheios de ar e de água. Esta água contida na zona de aeração é referida
como água do solo; esta zona de aeração caracteriza-se, pelo predomínio de forças capilares
e a pressão num ponto qualquer da água no solo é menor do que a pressão atmosférica. A
espessura da zona de aeração varia de local para local, de acordo com as condições de
profundidade do lençol freático. Em áreas alagadicas, por exemplo, chega a ser
virtualmente ausente. Já em regiões montanhosas pode alcançar algumas centenas de
metros de profundidade. Em termos médios, esta espessura não ultrapassa 30 metros
(Walton, 1970).
A zona de aeração pode, ainda, ser subdividida em três camadas: zona das raízes, onde
subsiste a água do solo propriamente dita, zona intermediária, e franja capilar.
A zona intermediária existe onde o lençol freático é de profundidade tal que a água do solo
não se estende, normalmente, até a franja capilar. Esta zona consiste, então, na camada que
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vai desde o limite inferior da zona radicular até o limite superior da franja capilar. Sua
espessura pode variar, sendo mínima quando o lençol freático é superficial. Contém,
normalmente, alguma umidade capilar. A franja capilar é formada pela ascensão capilar da
água subterrânea. É, assim, normalmente mais pronunciada em solos de textura mais fina.
Em condições onde a franja capilar encontra-se a pouca profundidade, o sistema radicular
das plantas pode normalmente alcançá-la, e a transpiração proporciona uma contínua
movimentação desta ascensão capilar da água do lençol freático. Finalmente, na zona de
saturação a água lá existente é referida como água subterrânea. Esta zona caracteriza-se
pelo fato de que os poros, na sua quase totalidade, encontram se completamente cheios de
água. Observa-se, também, ausência de forças capilares, e a pressão num ponto qualquer é
sempre igual ou maior do que a pressão atmosférica.
Água subterrânea, juntamente com a água do solo, perfaz a fase do ciclo hidrológico
referida como "água sub-superficial". Esta água sub-superficial constitui a maior reserva de
água doce disponível, muitas vezes maior do que todos os rios, lagos e reservatórios. Desta
forma, é um recurso natural renovável cujo manejo adequado é de elevada importância do
ponto de vista de abastecimento de água para uso do homem. A água subterrânea ocorre em
formações geológicas permeáveis cujas características são tais que permitem o
abastecimento e a liberação de quantidades apreciáveis de água. Esta formação geológica
recebe o nome de aquífero. Toda a água subterrânea faz, essencialmente, parte do ciclo
hidrológico, isto é, a água dos aquíferos é água da chuva que se infiltrou no solo e percolou
até o lençol subterrâneo (água meteórica). Pequenas quantidades de água de outra origem,
todavia, podem, eventualmente, ser adicionadas ao ciclo: água conata (ou água aprisionada
nos interstícios de rochas sedimentares por ocasião de sua formação) e água juvenil (de
origem magmática ou vulcânica), (Lima, 2019).
A idéia de aquífero, como acima exposta, bem como a terminologia relativa ao estudo de
água subterrânea, podem melhor ser entendidas através da análise da Figura 3.
Referindo-se à Figura 3, os aquíferos podem ser de dois tipos: não confinados e confinados,
dependendo da presença ou ausencia do lençol freático livre.
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Figura 3: Terminologia relativa à água subterrânea.
Aquífero suspenso é um caso particular do tipo não confinado. Aquífero não confinado é
aquele em que a água subterrânea apresenta uma superfície livre ligada à atmosfera através
de formações porosas. Esta superfície livre, que é o limite superior da zona de saturação,
recebe o nome de lençol freático. Aquífero confinado, por outro lado, é aquele no qual a
água está confinada sob pressão maior que a atmosférica por camadas impermeáveis
suprajacentes. Recebe também o nome de aquífero artesiano. A linha imaginária que une o
nível de água em uma série de poços que penetram um aquífero artesiano denomina-se
nível piezométrico. O nível piezométrico de um aquífero artesiano coincide com o nível de
pressão hidrostática da água no aquífero. O nível da água em um poço artesiano define a
elevação da superfície piezométrica naquele ponto. Quando a superfície piezométrica se
encontra acima da superfície do terreno, o poço será jorrante. O movimento da água
subterrânea se dá tanto no sentido vertical descendente, quanto lateralmente. O movimento
horizontal é, em geral, muito lento, dependendo do gradiente hidráulico e das
características do aquífero. A declividade do lençol freático determina a direção do fluxo da
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água subterrânea, a qual pode variar dependendo da quantidade de recarga e de descarga do
aquífero (ASCE, 1957).
O lençol freático geralmente emerge no canal de um curso de água. Nestas condições, isto
é, quando o curso de água é alimentado pela água subterrânea, o rio é chamado efluente.
Por outro lado, pode ocorrer de o rio perder água para o aquífero, quando recebe, então, o
nome de influente. O lençol freático pode, ainda, atingir a superfície do terreno em outras
situações: em áreas alagadiças, em lagos, em nascentes. Em locais onde o lençol freático é
superficial, a água pode subir até a superfície do terreno, ou até a zona das raízes, através da
franja capilar, tornando-se, neste caso, em fonte de água para a evapotranspiração. Em
determinadas situações, como nas regiões desérticas, o lençol freático é profundo. De uma
maneira geral, o lençol freático acompanha a topografia da superfície, mas de forma bem
menos irregular do que esta (Gilluly et al., 1968).
O nível do lençol freático, assim como o nível piezométrico, pode sofrer flutuações devidas
a várias causas (TODD, 1964):
Efeitos cíclicos: produzidos pela alternância secular de anos úmidos e anos secos,
nos quais a precipitação anual é maior ou menor do que a normal. Existe correlação
entre a variação da precipitação anual e a do nível do lençol freático;
Evapotranspiração: lençóis freáticos superficiais frequentemente apresentam
flutuações diurnas em decorrência da evapotranspiração. Em lençóis freáticos com
profundidade superior a 1 m este efeito torna-se insignificante;
Pressão atmosférica: variações na pressão atmosférica não tem qualquer influência
sobre o lençol freático, mas produzem, por outro lado, significativas flutuações em
aquíferos confinados;
Marés: lençóis freáticos de aquíferos litorâneos apresentam flutuações de acordo
com o fenômeno da maré.
Pelo fato de que o solo florestal apresenta, normalmente, boas condições de infiltração,
as áreas florestadas constituem importantes fontes de abastecimento de água para os
aquíferos. Em locais onde o lençol freático é superficial (zona ripária, planícies
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costeiras, áreas alagadiças etc.) a cobertura florestal provoca, pela evapotranspiração,
um rebaixamento do lençol freático. Nestas mesmas áreas, o corte da floresta pode,
frequentemente, resultar na subida do lençol freático (HEWLETT & NUTTER, 1969),
(WILDE et al., 1953), TROUSDELL & HOOVER, 1955), (ADAMS et al., 1972),
(URIE, 1971), (BIRYUKOV, 1968)
Desde que o rebaixamento do lençol freático pela floresta (em regiões de lençol freático
superficial) é consequência principalmente do efeito do sistema radicular e da
densidade da floresta, diferentes métodos de manejo florestal podem afetar a água
subterrânea de forma também diferente. Outro aspecto interessante relativo ao efeito da
floresta sobre a água subterrânea é a possível influência sobre o comportamento de
nascentes. Tampouco neste caso seria possível alguma conclusão genérica, uma vez que
os fatores envolvidos na origem e no funcionamento de uma nascente são complexos
(BRYAN, 1919), (CURTIS, 1963).
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vegetação (arbustos e árvores) existentes num raio de 30 metros ao seu redor. Estes
mesmos autores, por outro lado, conduziram um trabalho semelhante, verificando o
efeito do corte da vegetação sobre a vazão de 10 nascentes. Os resultados indicaram que
algumas delas apresentaram aumento da vazão imediatamente após o corte.
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III. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
Balbinot, R., Oliveira, N. K., Vanzetto, S. C., Pedroso, K., & Valerio, Á. F. (2007). O
papel da floresta no ciclo hidrológico em bacias hidrográfica.
COLVILLE, J.S. & J.W. HOLMES, 1972. Water table fluctuations under forest and
pasture in a karstic region of southern Australia. Journal of Hydrology
GILLULY, J.; A.C. WATERS; A.O. WOODFORD, (1968). Principles of Geology. W.H.
Freeman, San Francisco.
HEWLETT, J.D. & W.L. NUTTER, (1969). An Outline of Forest Hydrology. University
of Georgia Press.
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LIMA, W. DE P. (2008). Hidrologia Florestal Aplicada ao manejo de bacias
hidrográficas. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, Universidade de
São Paulo.
MOLCHANOV, A.A., (1963). The Hydrological Role of Forests. Israel Program for
Scientific Translations.
TODD, D.K., (1964). Groundwater. In: Handbook of Applied Hydrology. V.T.Chow (Ed.).
McGraw-Hill.
TROUSDELL, K.B. & M.D. HOOVER, (1955). A change in groundwater level after
clearcutting of loblolly pine in the Coastal Plain. Journal of Forestry,
URIE, D.H., (1971). Estimated groundwater yield following strip cutting in pine
plantations. Water Resources Research,
WALTON, W.C., (1970). The World of Water. Taplinger Publishing Co., New York.
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