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Sumário
1. Introdução
2. Barragens
2.1. Elementos de uma barragem
2.2 .Tipos de Barragens
3. Comportas
3.1. Elementos das Comportas
3.2. Aplicação das Comportas
3.3. Classificação das Comportas
3.4. Exemplo de Comportas
3.4.1. Comportas de Serviço
4. Vertedouros
4.1. Fatores que Influenciam na Vazão de um Vertedor
4.2. Os fatores que influem na seleção do tipo de vertedor
4.3. Classificação dos vertedouros
4.3.1. Quanto a largura
4.3.2. Quanto a espessura da parede
4.3.3. Quanto a forma
4.3.4. Quanto a altura da soleira
4.4. Outras classificações
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5. Conclusão
Introdução

1. Reservatório ou lago
2. Barragem
3. Vertedouro
4. Tomada d’água
5. Conduto Forçado
6. Casa de Força
7. Canal de Fuga
8. Subestação
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2. Barragens
• Barragens são obras da engenharia construídas
transversalmente a um curso d’água com o
objetivo de represa-la, criando um reservatório à
sua montante.

• Finalidade:
- Possibilita um melhor aproveitamento energético;
- Criar artificialmente um desnível local;
- Captação de águas para irrigação ou abastecimento d’agua;
- Regularização de níveis para navegação fluvial;
- Controle de inundações.

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2.1 Elementos de uma barragem

• Paramentos – As superfícies mais ou menos verticais que


limitam o corpo da barragem: o paramento de montante,
em contato com a água e o paramento de jusante;
• Encontros – As superfícies laterais de contato com as
margens do vale;
• Fundação – A superfície inferior de contato com o fundo
do vale;
• Descarregador de fundo – órgão hidráulico para
esvaziamento da albufeira ou manutenção do caudal
ecológico a jusante da barragem;

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2.1 Elementos de uma barragem
• Tomadas de água – Estrutura que permite a extração da
água do reservatório para adução das turbinas;
• Vertedouro – Serve para escoar a água em excesso que
chega ao reservatório durante o período de chuvas;
• Eclusas – órgão hidráulico que permite à navegação fluvial
vencer o desnível imposto pela barragem;
• Escada de peixes – Permite os peixes vencer o desnível
imposto pela barragem.

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2.2 Tipos de Barragens
• Ensecadeira
Construída com a finalidade de desviar o rio para
que a obra permanente possa ser realizada.

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2.2 Tipos de Barragens
• Barragem à gravidade
Sua estrutura resiste aos esforços de
tombamento, deslizamento, esmagamento e
cisalhamento devido ao peso próprio da estrutura.

Figura Figura
de–gravidade
Usina Hidrelétrica de três gargantas, China.
Figura- –Barragem de concreto
Usina Hidrelétrica de Tucuruí, - Krasnoyarsk,
Pará . localizada na Rússia
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2.2 Tipos de Barragens

• Barragem de gravidade aliviada

Usina Hidrelétrica de Itaipu

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2.2 Tipos de Barragens
• Barragem em arco
Geometria da estrutura é em arco de concreto
constituída por uma só peça ou por várias vigas
superpostas horizontal ou verticalmente, sempre
engastada nas margens e no fundo do rio.

Figura – Usina Hidrelétrica de


Verzasca, na Suiça.

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Figura – Represa de Monticello (EUA).
2.2 Tipos de Barragens
• Barragens com contrafortes

- Possui estrutura semelhante à barragem de gravidade,


porém com o uso de contrafortes para suavizar a estrutura.
- Exige um maior tratamento das fundações devido ao
aumento de compressão na mesma.
- Possibilita uma maior economia de concreto, mas
necessita controle geológico maior.

Figura – Barragem
da pedra, BA.
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2.2 Tipos de Barragens
• Barragem de Terra
- Construída com terra compactada possuindo um núcleo
de material impermeável com um filtro de drenagem a
jusante;
- Seus paramentos são recobertos por revestimento
protetor;
- Água não pode passar por sua crista devido ao risco de
erosão.

Figura – Barragem Manuel Moreno Torres


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Dam - México
2.2 Tipos de Barragens
• Barragens de enrocamento
- Construída com pedras lançadas e pedras arrumadas cujas
seções transversais possuem forma intermediária entre a
barragem à gravidade e a de terra.
- Possuem uma membrana impermeabilizante ligada a um
diafragma colocado nas fundações.

Figura – Barragem da Usina Hidroelétrica de


Irapé, MG.
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3. Comportas

• Sistema construído que é usado seção.


para controlar o nível e o fluxo de • Funcionam como um meio de
água em um rio ou lago será reduzir o nível de água da seção de
equipado com algum tipo de um rio ou lago que se encontra
atrás de uma represa ou
comporta de acionamento vertedouro.
automático.

Funções:
• Dirigir o fluxo de água de uma
seção do sistema hídrico para outra
Fonte: engenhariacivil.com
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3.1. Elementos das Comportas

• Tabuleiro: É a parte que suporta a carga hidrostática. Ele é móvel que


serve de anteparo à passagem da água.
• Peças Fixas: têm a função de apoiar e guiar a comporta, transmitir e
distribuir adequadamente as cargas ao concreto, apoiando a
vedação.
• Acionamento: tem por função promover a abertura e fechamento da
comporta nas velocidades e leis de manobras estabelecidas.

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3.2. Aplicações das Comportas

• Obras de proteção contra enchentes (regularização de


vazões);
• Proteção e manutenção de equipamentos (turbinas);
• Controle de nível nos reservatórios;
• Limpeza de reservatórios (descarga de fundo);
• Regularização de vazões;
• Manutenção de equipamentos (comportas ensecadeiras);
• Fechamento de obras de desvio de rio;
• Tomadas d’água e tubos de descarga de aproveitamentos
hidrelétricos;
• Obras de irrigação;
• Eclusas de navegação;
• Escadas de peixes, entre outros.
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3.3. Classificação das Comportas

• Quanto a função:
• de serviço: regulação permanente de vazões ou níveis.
• de emergência: como o nome indica, são comportas utilizadas apenas em
situações de emergência.
• Manutenção.

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3.3. Classificação das Comportas

• Quanto a movimentação:
• Translação:
• Deslizamento: (gaveta, ensecadeira e cilíndrica)
• Rolamento:(vagão, lagarta e stoney).
• Rotação: ( basculante, mitra, segmento, setor, tambor, telhado e visor).
• Translo-rotação.

• Quanto a forma do paramento:


• Planas (gaveta, lagarta, vagão, Stoney, ensecadeira e telhado).
• Radiais (segmento, setor, tambor, visor, cilíndrica e rolante).

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3.3. Classificação das Comportas

• Quanto a descarga:
• por cima do tabuleiro: comporta basculante.
• por baixo do tabuleiro: gaveta / lagarta / segmento / vagão.
• Mista: vagão dupla, vagão ou segmento com basculante.
• Quanto a localização:
• baixa pressão (até 15m),
• média (de 15 a 30m)
• alta pressão(mais de 30m).

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3.4. Exemplo de Comportas

• Comporta Basculante: Comporta classificada como descarga por


cima do tabuleiro, e movimentação de rotação.

Foto: Comporta Basculante no Rio Tietê Barragem Móvel

Fonte: NBR 7259:2001


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3.4. Exemplo de Comportas

• Comporta Segmento : Classificada como comporta de movimentação


de rotação, forma de paramento radial, descarga por debaixo do
tabuleiro.

Foto: UHE Barra do Brauna

Fonte: Denge
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3.4. Exemplo de Comportas

• Comporta Cilíndrica: Classificada de movimentação de translação


deslizamento e forma do paramento radial.

Fonte: NBR 7259:2001

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3.4. Exemplo de Comportas

• Comporta Ensecadeira: Classificada de movimentação de translação


deslizamento e paramento de forma plana.

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Fonte: (a) NBR 7259:2001 e (b) Alstom
3.4. Exemplo de Comportas

• Comporta Setor : Classificada “escoe sobre a comporta”


de comporta de rotação com quando da sua abertura.
paramento curvo. Se
diferencia da segmento por a
comporta segmento ter
apenas sua face de contato
com a água fechada,
enquanto a comporta tipo
setor apresenta seu
paramento superior
igualmente fechado,
permitindo assim que a água
Fonte: NBR 7259:2001

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3.4.1. Comportas de Serviço

• Comportas para Vertedores:


• São comportas que permitem acumular água nos reservatórios, permitindo
uma descarga pelo vertedouro, quando as chuvas intensas elevam o nível das
águas.

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3.4.1. Comportas de Serviço

• Comportas para Tomada D'água


• Nas tomadas de água para acesso à tubulação que alimenta a turbina é
colocada uma comporta, geralmente plana, podem ser manuais, para
pequenas instalações, ou acionadas por guinchos, servomecanismos ou
pontes rolantes, quando em grandes instalações.

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3.4.1. Comportas de Serviço

• Comportas de Fundo
• São comportas destinadas ao esvaziamento do reservatório, ou à
remoção de sedimentos acumulados no fundo.

Foto: Comporta Radial de Fundo

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4. Vertedouros
Estruturas hidráulicas utilizadas para controlar a vazão de condutos livres e o
escoamento
Para hidrelétricas:
• Controle do nível d’água;
• Medição de vazão.
Demais funções:
• Decantadores e ETA;
• Tomada d’água em canais;
• Elevação de nível de canais;
• Escoamento em galerias;

Vertedores devem ser projetados de modo a possibilitar


capacidade suficiente, sem que as cotas permitidas sejam
excedidas e sem por em risco a estrutura própria e as demais que
os integram.
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Vertedor de Itaipu. Fonte: www.hoteltarobafoz.com.br
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4.1. Fatores que influenciam
na Vazão de um Vertedor
 Forma do Vertedor
 Espessura da Soleira
 Rugosidade das Paredes
 Altura do Vertedor ( P )
 Carga ( H )
 Nível d’água a jusante ( P1 )
 Forma da lâmina vertente

• Em barragens de acumulação (ou em aproveitamentos hidrelétricos), as grandes


vazões passam pelas turbinas e os vertedores são utilizados para pequenas descargas.
• Já em barragens de derivação, se a vazão de desvio é pequena comparada ao fluxo
total, os vertedores operam continuamente. As vazões de projeto são um ponto crítico
a ser determinado. Os vertedores geram escoamentos em altas velocidades e devem
ser acompanhados por estruturas de dissipação de energia.
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4.2. Os fatores que
influem na seleção do
tipo de vertedor
 Funcionais:
Capacidade de acomodação da vazão de projeto;
Compatibilidade com o tipo de barragem;
Satisfação das exigências do projeto;
Adequação às condições topográficas e geológicas;
Adoção de elementos econômicos;
𝑄𝑐𝑝 = 𝑘𝑒𝑥 ∙ 𝐿𝑒𝑥 ∙ ℎ1,5
𝑒𝑥
Consideração da quantidade e duração dos eventos.

• 𝑄𝑐𝑝 - Vazão vertida;


 Segurança:
Grande segurança na operação; • 𝐿𝑒𝑥 - Comprimento útil da
Estruturalmente seguro para um grande intervalo de soleira
descargas; • 𝑘𝑒𝑥 - Coeficiente referente a
Estruturas de saída que não alterem as condições da
barragem; forma da crista e da parede;
Risco à jusante avaliado corretamente; • ℎ𝑒𝑥 - Altura da lâmina d’água
Segurança e precisão nas estimativas de vazões. em cheia.
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4.3. Classificação dos
vertedores
• Vertedores contraídos ou com constrição lateral
(comprimento soleira < largura do canal);
Largura • Vertedores sem constrição lateral (comprimento
soleira = largura do canal).

Espessura da • Vertedor de Soleira delgada;


parede • Vertedor de Soleira espessa (e > 0,66 H).

• Simples;
Forma • Compostas.

• Livres ou Completos: nível de água a jusante


Altura da inferior a crista (P>P1);
Soleira • Incompletos ou Afogados: nível de água a
jusante acima da crista (P< P1 ).
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4.3.1.Quanto a largura
(a) Sem constrição;
(b) Uma constrição;
(c) Duas constrição;

PCH na índia. Fonte: minihydro.co Micro hidrelétrica em Mormura - Japão. Fonte: 34


http://colors-and-grays.blogspot.com
4.3.2. Quanto a
espessura da parede

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4.3.3. Quanto a forma

(1) (2)

1. Simples Retangular;
2. Simples Triangular;
3. Calhas Parshal.

Compostos: Possuem seções


combinadas. 36
(3)
4.3.4.Quanto a altura
da soleira
Livres ou Completos: nível de água a jusante inferior a crista (𝑃 > 𝑃1);
• Lâmina livre
• Lâmina deprimida
• Lâmina aderente

Incompletos ou Afogados: nível de água a jusante acima da crista (𝑃 < 𝑃1 )


• Lâmina ondulada
• Lâmina submersa

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4.4. Outras classificações

Tipo sifão Tipo labirinto

Tipo tulipa Com degraus


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4.4. Outras classificações

Tipo crista de barragem

Tipo Ogee 39
40
4.5. Problemas
relativos a vertedouros
Dependendo da vazão volumétrica, queda, tamanho da
barragem são necessários dissipadores de energia

Ressalto hidráulico

Reabilitação de vertedouros
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4.5. Problemas
relativos a vertedouros

Alguns casos:
•Ilha Solteira-Cavitação;;
•Porto Colômbia-Cavitação
•Paulo Afonso IV-Ausência do Dissipador;
•Moxotó: Formação de vórtices muito intensos junto às comportas;
•Itutinga-Ausência do dissipador e do canal de restituição.

UHE – ilha solteira


UHE – Paulo Afonso IV 42
Conclusão

A caracterização dos elementos geológicos disponíveis


e determinação da queda e vazão que será operada a
hidrelétrica são de extrema importância para a
otimização do aproveitamento energético. O
dimensionamento correto das comportas, barragens e
vertedouros são relevantes para a eficiência da
operação e vida útil da hidrelétrica. É necessário
supervisão constante e manutenção de tais recursos.

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REFERÊNCIAS

• Disponível em:<www.cepa.if.usp.br>. Último acesso em: 06/11/2018.


• Profra Dra Yvone de Faria Lemos De Lucca. Disponível em: <www.progestao.ana.gov.br>.
Último acesso em: 06/11/2018
• Disponível em: <www.manutencaoesuprimentos.com. br>. Último acesso em:
06/11/2018.
• Prof. José Carlos Cesar Amorim. Disponível em:
<capacitacao.ead.unesp.br>.Ultimoacesso:06/11/2018
• SOUZA, Zulcy de; SANTOS, Afonso Henriques Moreira; BORTONI, Edson da Costa. Centrais
hidrelétricas: implantação e comissionamento. Rio de Janeiro: Interciência, v. 483, p.
B2767, 2009.
• Figura Itaipu. Disponível em: <www.hoteltarobafoz.com.br>. Ultimo acesso: 07/11/2018.
• PCH na índia. Disponível em: < minihydro.co >. Ultimo acesso: 07/11/2018.
• Micro hidrelétrica em Mormura - Japão. Disponível em: < http://colors-and-
grays.blogspot.com >. Ultimo acesso: 07/11/2018.
• MARTINS, José Rodolfo Sacarati. Barragens e estruturas hidráulicas, 2016. Disponível
• em: www.pha.poli.usp.br/LeArq.aspx?id_arq=11766>.

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Agradecemos a atenção!

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