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Bacias hidrográficas:

aspectos teóricos
e conceituais
Letícia Roberta Trombeta

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Explicar o conceito de bacias hidrográficas e suas classificações.


>> Conceituar a análise topológica das redes fluviais.
>> Descrever os aspectos morfométricos das bacias hidrográficas.

Introdução
A bacia hidrográfica é uma unidade territorial muito importante nos estudos
ambientais, sobretudo os que envolvem questões hidrológicas. É sobre a bacia
que desenvolvemos nossas atividades e que transformamos os espaços, os quais
refletem diretamente na condição ambiental da bacia e, consequentemente, de
seus rios.
Neste capítulo, vamos explicar as características e a importância das bacias
hidrográficas para os estudos que envolvem os recursos hídricos e sua dinâmica
hidrológica. Além disso, vamos apresentar os tipos de rios e seus aspectos tipo-
lógicos, bem como os aspectos morfométricos, como os padrões de drenagem, a
hierarquia fluvial, a forma da bacia, etc.
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Bacia hidrográfica: conceito e classificações


A análise de uma bacia hidrográfica deve partir de uma visão sistêmica,
capaz de medir a dinâmica e a interação entre os elementos, pois se trata
de uma unidade complexa, de um espaço onde tudo está conectado por
seu fluxo.
De forma resumida, as bacias hidrográficas são unidades territoriais defini-
das por componentes do meio físico, essencialmente o relevo e a hidrografia,
o que as diferencia das unidades administrativas, que são delimitadas por
critérios políticos, administrativos, econômicos, etc. (Figura 1).

Figura 1. Bacias hidrográficas são separadas pelo divisor de águas.


Fonte: Grotzinger e Jordan (2013, p. 510).

Conforme Grotzinger e Jordan (2013), toda elevação entre dois rios,


quer meça poucos metros ou milhares, forma um divisor de águas, uma
crista ou terreno alto de onde toda a água da chuva escoa, para um ou
outro lado. Assim, uma bacia hidrográfica é uma área do terreno limitada
por divisores que vertem toda sua água para a rede de rios que a drenam.
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Complementarmente, Borsato e Martoni (2004) definem bacia hidrográfica


como uma área limitada por um divisor de águas, que a separa de outras
bacias limítrofes e serve de captação natural da água de precipitações
por meio de superfícies vertentes, que, por uma rede de drenagem, fazem
convergir os escoamentos para a seção de exutório, ou foz, seu único
ponto de saída.
Por sua vez, Christofoletti (1980, p. 19) afirma que a bacia hidrográ-
fica é entendida como “[...] uma área drenada por um determinado rio
ou por um sistema fluvial, funcionando como um sistema aberto, em
que ocorre a entrada e saída de energia e matéria”. Lima e Zakia (2000)
também consideram as bacias hidrográficas sistemas abertos, que re-
cebem energia por meio de agentes climáticos e perdem energia por
meio do deflúvio, de forma que qualquer modificação no recebimento
ou na liberação de energia pode acarretar uma mudança compensatória
que tende a minimizar o efeito da modificação e restaurar o estado de
equilíbrio dinâmico.
As bacias hidrográficas são classificadas em quatro tipos, de acordo com
o escoamento global, ou seja, com base no lugar onde deságuam (CHRISTO-
FOLETTI, 1980).

1. Exorreicas: quando o escoamento da bacia hidrográfica se dá direta-


mente no mar.
2. Endorreicas: quando o escoamento da bacia hidrográfica se dá inter-
namente, desaguando em lagos, por exemplo.
3. Arreicas: quando não há qualquer estrutura de bacia hidrográfica ou
padrão de drenagem, como ocorre em áreas desérticas.
4. Criptorreicas: quando as bacias hidrográficas são subterrâneas, como
nas áreas cársicas.

É comum encontrarmos o termo sub-bacias, o qual se refere a bacias


hidrográficas dentro de bacias maiores. Um exemplo é a bacia hidrográfica
do Alto Tietê, cujas sub-bacias servem para definir unidades de plane-
jamento, já que tratar da bacia inteira seria bastante complexo, por seu
tamanho (Figura 2).
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Figura 2. Bacia hidrográfica do Alto Tietê e suas sub-bacias.


Fonte: Militantes... (2015, documento on-line).

Conforme Santos (2004, p. 40):

[...] a adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento é de acei-


tação universal. O critério de bacia hidrográfica é comumente usado porque
constitui um sistema natural bem delimitado no espaço, composto por um
conjunto de terras topograficamente drenadas por um curso d’água e seus
afluentes, onde as interações, pelo menos f ísicas, são integradas e, assim,
mais facilmente interpretadas. Esta unidade territorial é entendida como uma
caixa preta, onde os fenômenos e interações podem ser interpretados, a priori,
pelo input e output. Nesse sentido, são tratadas como unidades geográficas,
onde os recursos naturais se integram. Além disso, constitui-se numa unidade
espacial de fácil reconhecimento e caracterização. Sendo assim, é um limite
nítido para ordenação territorial.

De acordo com Botelho e Silva (2004), a partir da década de 1990, a bacia


hidrográfica passou a ter um maior significado como unidade de análise
de planejamento ambiental, sendo possível avaliar, de forma integrada, as
ações antrópicas no ambiente e as consequências disso para o equilíbrio
hidrológico. Nesse contexto, as bacias hidrográficas são células básicas
da análise ambiental, nas quais a visão sistêmica e integrada do ambiente
está implícita:
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O fato é que a qualidade das águas superficiais tem sido afetada em muito pelas
atividades produtivas ou por seus reflexos (poluição por esgotos, derramamentos
acidentais de produtos tóxicos em vias de transporte, disposição inadequada de
rejeitos sólidos, etc.). A bacia hidrográfica é justamente o palco dessas ações e
degradações, refletindo sistemicamente todos os efeitos. A identificação da bacia
como unificadora dos processos ambientais e das interferências humanas tem
conduzido à aplicação do conceito de gestão de bacias hidrográficas, dando ao
recorte destas um novo significado (LIMA, 2005, p. 179).

Embora a bacia hidrográfica seja um sistema natural no qual o refe-


rencial é a água, não é um sistema ambiental único, pois leva em conta
demais componentes da natureza, como o relevo, solo, fauna, flora, etc., e
os componentes sociais, quando se considera as atividades econômicas e
político-administrativas (ROSS; PRETTE, 1998). A própria Política Nacional
de Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997,
reconhece, no art. 1º, a bacia hidrográfica como uma unidade territorial,
que deve ser utilizada para os trabalhos que envolvem a temática dos
recursos hídricos.

O previsto pela Lei nº 9.433/1997 (BRASIL, 1997) visa preservar as ca-


racterísticas físicas, econômicas e sociais de cada bacia hidrográfica
para que possam ser utilizadas no gerenciamento dos recursos hídricos entre
os órgãos federais e estaduais envolvidos.

Com isso, é fundamental saber delimitar uma bacia hidrográfica, identifi-


cando o fluxo que a água percorre. Para delimitar uma bacia, deve-se seguir
as etapas abaixo (SPERLING, 2007):

1. Definir o ponto inicial (exutório) a partir do qual será feita a delimitação


da bacia. O exutório está situado na parte mais baixa do trecho do
curso d’água principal.
2. Realizar a marcação do curso d’água principal e dos tributários (os
quais cruzam as curvas de nível, das mais altas para as mais baixas,
para a definição dos fundos de vale).
3. Iniciar a delimitação da bacia hidrográfica a partir do exutório,
conectando os pontos mais elevados, com base nas curvas de nível.
O limite da bacia circunda o curso d’água e as nascentes de seus
tributários.
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4. Verificar, nos topos dos morros, se a chuva que cai do lado de dentro
do limite realmente escoará sobre o terreno rumo às partes baixas,
cruzando perpendicularmente as curvas de nível em direção ao curso
da água em estudo. Se a inclinação do terreno estiver voltada para a
direção oposta das drenagens, é porque pertence a outra bacia. Dentro
da bacia, poderá haver locais com cotas mais altas do que as cotas
dos pontos que definem o divisor de águas da bacia.
5. Diferenciar os talvegues dos divisores de águas (Figura 3). Os talvegues
são depressões (vales), representadas graficamente, onde as curvas
de nível apresentam a curvatura contrária ao sentido da inclinação do
terreno, indicando que, nesses locais, ocorre concentração de esco-
amento. Os divisores de água são representados pelo inverso de um
talvegue, no qual as curvas de nível apresentam curvatura voltada para
o sentido da inclinação do terreno, sobre a qual as águas escoam no
sentido ortogonal às curvas em direção aos talvegues.

Figura 3. Delimitação de uma bacia hidrográfica.


Fonte: Adaptada de Sperling (2007).
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Para a geografia, é fundamental analisar a bacia hidrográfica de forma


sistêmica, a partir de uma concepção geográfica, que possibilite entender não
só o sistema hidrológico, mas como as formas de apropriação dos espaços
influencia diretamente a qualidade ambiental da bacia.

Características das redes fluviais


As redes fluviais podem ser classificadas de diferentes formas, de acordo
com o padrão de drenagem, o comportamento das drenagens em relação ao
substrato e a forma dos canais.
Os padrões de drenagem são bastante característicos, tendo relação
direta com o tipo de rocha e com a estrutura geológica do substrato em que
se insere. Podem ser caracterizados por imagens de satélite, fotografia aéreas
ou cartas topográficas. De acordo com Riccomini et al. (2009), os padrões de
drenagem podem ser os seguintes (Figura 4).

„„ Dendrítico: é o mais comum, assemelhando-se à distribuição dos


galhos de uma árvore. Ocorre quando a rocha do substrato é homogê-
nea, formada apenas por granito, por exemplo, ou no caso de rochas
sedimentares com estratos horizontais.
„„ Paralelo: encontrado em regiões com fortes declividades, onde
as estruturas do substrato orientam-se segundo a inclinação do
terreno.
„„ Radial: a drenagem se distribui em todas as direções com origem em
um ponto central, como os de um cone vulcânico.
„„ Treliça: quando a drenagem tem um arranjo retangular, mas os afluentes
são paralelos entre si. Ocorre em regiões com substrato rochoso com
alternância de rochas mais ou menos resistentes em faixas paralelas,
com planos de fraqueza ortogonais.
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Figura 4. Padrões de drenagem


Fonte: Riccomini et al. (2009, p. 310).

As rochas também têm papel fundamental na determinação do sentido


do fluxo das águas dos rios, como os instalados em terrenos de rochas se-
dimentares (RICCOMINI et al., 2009).

„„ Rios consequentes: seu fluxo segue a declividade do terreno. Por


exemplo: rio Tietê no trecho sobre terrenos sedimentares da bacia
do Paraná.
„„ Rios subsequentes: seu fluxo é controlado por descontinuidades do
substrato, como falhas, juntas e presença de rochas menos resistentes.
Por exemplo: rio Passa Cinco na região de Itirapina e Ipeúna (estado
de São Paulo).
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„„ Rios obsequentes: seu fluxo é no sentido oposto da inclinação das


camadas. Na maioria dos casos, são de pequena extensão. Por exemplo:
drenagens que descem as serras de Botucatu, São Pedro e São Carlos,
no interior paulista.
„„ Rios insequentes: não apresentam controle geológico reconhecível,
sendo relacionados à presença de rochas homogêneas ou de camadas
sedimentares horizontais. Por exemplo: rios meandrantes, como o baixo
curso do Ribeira de Iguape, no estado de São Paulo.

Há, também, os padrões dos canais de drenagem, classificados de acordo


com seus parâmetros morfométricos, como sinuosidade, grau de entrelaça-
mento e relação entre largura e profundidade (RICCOMINI et al., 2009). Podem
ser retílineo, meandrante, anastomosado ou entrelaçado (Figura 5).

Figura 5. Tipos de canais fluviais.


Fonte: Adaptada de Riccomini et al. (2009).

A vegetação também é um elemento que tem forte influência na forma que


terá o canal de drenagem. Rios com vegetação em suas margens costumam ter
padrões meandrantes e anastomosados, uma vez que as raízes fixam o solo
e diminuem a ação dos processos erosivos. Já nas margens sem vegetação,
há predomínio de rios entrelaçados.
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Aspectos morfométricos das bacias


hidrográficas
A forma da bacia hidrográfica tem um papel importante em seu comporta-
mento hidrológico. Algumas metodologias, listadas abaixo, são destacadas por
Christofoletti (1980) para a determinação da forma de uma bacia hidrográfica.

„„ Índice de circularidade: estabelece uma relação entre a área da bacia


hidrográfica e a área do círculo de mesmo perímetro empregando a
fórmula Ic = A/Ac, onde Ic é o índice de circularidade, A é a área da
bacia considerada e Ac é a área do círculo de perímetro igual ao da
bacia hidrográfica considerada. O valor máximo do índice a ser obtido
é igual a 1,0; quanto maior for o valor, mais circularidade terá a bacia
hidrográfica.
„„ Índice de forma: após a delimitação da bacia hidrográfica, traça-se uma
figura geométrica, como um círculo, um retângulo, um quadrado ou um
triângulo, que cubra, da melhor maneira possível, a bacia hidrográfica
(Figura 6). Em seguida, relaciona-se a área englobada simultaneamente
pelas duas com a área total, que pode pertencer à bacia ou à figura
geométrica, aplicando-se o índice de forma If = 1 – (área K ∪ L)/(área
K ∩ L), onde If é o índice de forma, K é a área da bacia e L é a área da
figura geométrica. Quanto menor for o índice, mais próxima a figura
geométrica estará da forma da bacia hidrográfica.

Figura 6. Mensuração da forma de bacias hidrográficas.


Fonte: Christofoletti (1980, p. 114).
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Estudos realizados por Villella e Mattos (1975), a partir da comparação de


bacias hidrográficas semelhantes, demonstraram que as bacias com forma
mais circular apresentam uma tendência de gerar picos de enchentes mais
elevados em relação às bacias mais arredondadas.
Se as bacias circulares apresentarem drenagens com compimentos se-
melhantes, o percurso dos escoamentos é mais curto, gerando respostas
mais rápidas e concentradas a eventos de chuva. As bacias mais alongadas
apresentam um rio principal, com diversos tributários menores, onde as águas
percorrem um caminho mais longo até o exutório, tendendo a apresentar
cheias mais distribuídas com menor vazão de pico (VILLELLA; MATTOS, 1975).
A densidade de drenagem é outro fator dos aspectos morfométricos da
bacia hidrográfica. Segundo Christofoletti (1980, p. 115), “[...] correlaciona-
-se o comprimento total dos canais de escoamento com a área da bacia
hidrográfica”. Ela pode ser calculada pela fórmula Dd = Lt/A, onde Dd é a
densidade de drenagem, Lt é o comprimento total dos canais e A é a área da
bacia hidrográfica.
É importante destacar que o cálculo da densidade de drenagem apre-
senta relação inversa com o comprimento dos rios; quando se aumenta o
valor numérico da densidade, há diminuição proporcional do tamanho dos
componentes fluviais da bacia hidrográfica:

Em um mesmo ambiente climático, o comportamento hidrológico das rochas


repercute na densidade de drenagem. Nas rochas onde a infiltração encontra
maior dificuldade há condições melhores para o escoamento superficial, gerando
possibilidades para a esculturação de canais, como entre as rochas clásticas de
granulação fina e, como consequência, densidade de drenagem mais elevada.
O contrário ocorre com as rochas de granulometria grossa (CHRISTOFOLETTI,
1980, p. 116).

Com isso, quanto maior for a densidade de drenagem, maior será a capa-
cidade da bacia hidrográfica de fazer escoamentos rápidos no exutório, bem
como deflúvios de estiagem baixos (TUCCI, 2004).
Outra variável morfométrica importante é a densidade de segmentos
da bacia hidrográfica, ou seja, o número de canais fluviais em relação a sua
área de contribuição. De acordo com Christofoletti (1980), deve-se aplicar o
sistema de ordenação dos canais criado por Strahler e somar a quantidade
de segmentos de todas as ordens da bacia hidrográfica, aplicando a fórmula
Fx = Ʃni/A, onde ni representa o número de segmentos de determinada ordem
e A é a área da bacia hidrográfica.
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A densidade de segmentos e a densidade de drenagem podem variar


de acordo com as características específicas da textura topográfica, cuja
formação envolve a geologia, o clima, a topografia e o uso e a ocupação do
solo da área. Com isso, é possível encontrar bacias com a mesma densidade
de drenagem, mas com frequências diferentes de segmentos, e bacias com
igual densidade de segmentos, mas com densidade de drenagem diferente
(CHRISTOFOLETTI, 1980).
A bacia hidrográfica também apresenta forte relação com o relevo,
considerando o relacionamento entre a amplitude altimétrica máxima
da bacia (variação das altitudes mínima e máxima) e a maior extensão
da referida bacia, medida paralelamente à principal linha de drenagem
(CHRISTOFOLETTI, 1980). A fórmula que expressa a relação do relevo é Rr
= Hm/Lh , onde Hm é a amplitude altimétrica máxima e Lh é o comprimento
da bacia hidrográfica.
O índice de rugosidade também expressa aspectos de análises a par-
tir do relevo, mais especificamente com as variáveis topográficas, como
a declividade, o comprimento das vertentes e a densidade de drenagem,
expressando como um número adimensional, que resulta do produto entre
a amplitude altimétrica (H) e a densidade de drenagem (Dd), com base na
equação Ir = H × Dd.
Com isso, se a densidade de drenagem aumenta e o valor da amplitude
altimétrica permanece constante, a distância horizontal média entre a
divisória e os canais adjacentes será reduzida, acompanhada de aumento
na declividade da vertente. E se o valor da amplitude altimétrica aumenta
enquanto a densidade de drenagem permanece constante, também au-
mentarão as diferenças altimétricas entre o interflúvio e os canais e a
declividade das vertentes.
É fundamental também conhecer o coeficiente de manutenção, um índice
que tem a finalidade de fornecer a área mínima necessária para a manutenção
de um metro de canal de escoamento, sendo um dos valores numéricos mais
importantes para a caracterização do sistema de drenagem. Pode ser calculado
com a fórmula Cm = 1/Dd × 1.000, onde Cm é o coeficiente de manutenção e
Dd é o valor da densidade de drenagem (expresso em metros). Por exemplo,
o km² da bacia hidrográfica representaria a área dessa unidade dividida pela
densidade da drenagem (CHRISTOFOLETTI, 1980).
Os aspectos morfométricos de uma bacia hidrográfica influenciam seu
comportamento hidrológico e os fenômenos, que podem ocorrer com maior
ou menor intensidade, como inundações, enxurradas e processos erosivos,
por exemplo.
Bacias hidrográficas: aspectos teóricos e conceituais 109

Referências
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-inutil-alckmin-oficializar-crise-hidrica-sem-propor-acoes/. Acesso em: 30 out. 2020.
RICCOMINI, C. et al. Processos fluviais e lacustres e seus registros. In: TEIXEIRA, W. et al.
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SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos,
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SPERLING, M. V. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios: princípios do
tratamento biológico de águas residuárias. 1. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. 3. ed. Porto Alegre: ABRH, 2004.
VILLELLA, S. M.; MATTO, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill, 1975.

Leitura recomendada
FINKLER, R. Planejamento, manejo e gestão de bacias: unidade 1: a bacia hidrográfica.
Curitiba: MPPR, [20--]. Disponível em: https://planejamento.mppr.mp.br/arquivos/
File/bacias_hidrograficas/planejamento_manejo_e_gestao_unidade_1.pdf. Acesso
em: 8 out. 2020.
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