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Ciências Ambientais
Brasília
2018
Universidade de Brasília
Brasília, 2018
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RESUMO
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CO - Centro Olímpico
DF - Distrito Federal
RA - Região Administrativa
UC - Unidade de Conservação
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LISTA DE FIGURAS
Figura 5: Análise visual multitemporal do polígono da ARIE Centro Olímpico e das
suas fronteiras (Lago Paranoá, Centro Olímpico, IBAMA e SMIN).………………....25
Figura 7: Mapa de identificação das trilhas da ARIE Centro Olímpico. …………….30
Figura 14: Placa para a ARIE Centro Olímpico com base no modelo do IBRAM. .. 42
Figura 15: Modelo de placa sugerido pelo grupo, por apresentar informação das
restrições da ARIE Centro Olímpico. O design foi retirado do modelo das placas do
ICMBio. ………………………………………………………………………………........ 42
4
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………... 7
5
7.1.6 Zona para Sinalização ..………………………………………………………...40
ANEXO ..…………………………………………………………………………………....47
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1. INTRODUÇÃO
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entanto, somente o Setor Península apresenta um número considerado de espécies
nativas da vegetação e fauna do cerrado, sendo uma das razões para a criação da
UC de Uso Sustentável, ARIE Centro Olímpico, a partir do Decreto nº 33.537, de 14
de fevereiro de 2012.
. Objetivo específicos
2. HISTÓRICO DA ÁREA
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crescimento de 277,27% ao longo 2000 e 2013, períodos analisados pelo estudo, e
a tendência geral diagnosticada para os cenários futuros para esta área foi de
estagnação.
Devido a APA do Lago Paranoá estar inserida em uma área com alto grau de
urbanização, a biodiversidade natural já sofreu grandes modificações, como a
supressão de vegetação e mudanças de hábitos da vida silvestre remanescente
(TERRACAP, 2011). Por essa razão o foco maior do plano de manejo da APA do
Lago Paranoá foi em criação de medidas para manutenção de áreas que ainda
possuem funções ecológicas significativas (TERRACAP, 2011). A partir da
publicação do plano de manejo da APA do Lago Paranoá foi gerado o Decreto nº
33.537 de 14/02/2012, o qual dispõe sobre o zoneamento ambiental da APA do
Lago Paranoá (BRASIL, 2012).
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alojamentos estudantis, porém acabou-se por não se concretizar, sendo a única
construção da área o departamento de Educação Física.
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vegetação nativa e seus arredores (E.E. UNB 2). Entretanto nenhuma das ações
propostas foram concretizadas e não chegou a sair do papel.
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X - Setor Estação Experimental – ESE
A taxa de ocupação máxima, relação entre a área que pode ser ocupada (em
planta) e a área total da unidade física, para as áreas que sobrepões a ARIE Centro
Olímpico são de 50% para Setor Centro Olímpico e para a área do Setor Península
é de 0,01% (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2016). Atualmente, a área da ARIE
Centro Olímpico que está sobreposta ou Setor Península apresenta maior
conservação da vegetação nativa, devido a sua restrição de uso e ocupação.
3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
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mantendo assim biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, de forma socialmente
justa e economicamente viável (BRASIL, 2000).
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CAPÍTULO IV – DA CRIAÇÃO DE ÁREAS ESPECIALMENTE
PROTEGIDAS
Art. 19. Por este ato, ficam criadas as seguintes Unidades de Conservação,
que deverão ter seus limites e objetivos de conservação definidos por atos
específicos do Distrito Federal, no prazo de até 90 (noventa) dias:
[...]
Figura 1: Mapa de localização das áreas especialmente criadas e modificadas da APA do Paranoá
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especificadas no Art. 6º incisos I, II, III, IV, V do Decreto 33.537 de 14 de fevereiro
de 2012, às atividades proibidas são delimitadas no parágrafo único do Art. 6º.
[...]
II - fracionamento de lotes;
4.1. Localização
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Figura 2: Mapa de localização da ARIE Centro Olímpico.
A ARIE Centro Olímpico possui uma área total de 77,5 hectares e sobrepõem
às áreas do Setor Península e do Setor CO, pertencentes a Gleba B do Campus
Universitário Darcy Ribeiro da UnB, delimitadas pela Resolução do Conselho Diretor
007/2016.
4.2.1. Clima
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4.2.2 Relevo
4.2.3 Solo
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O tipo de solo presente na ARIE Centro Olímpico é o Latossolo vermelho.
Condição representativa do tipo de solo presente no Cerrado, além de ser o
representativo de aproximadamente 38,65% dos solos presentes no Distrito Federal
(ASSUNÇÃO et al, 2004).
4.3.1 Flora
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mineração irregulares, é responsável pelo desmatamento de áreas sensíveis,
causando assoreamento de cursos d’água. Desta forma, Paparelli e Henkes (2013)
apontam como as áreas mais críticas: as Áreas de Proteção Ambiental (APA) do
Paranoá, do São Bartolomeu, do Descoberto e da Cafuringa.
19
4.3.2 Fauna
A partir do estudo realizado pelo Projeto Fauna-DF, que têm por objetivo listar
espécies de fauna endêmicas ou não endêmicas do DF, foi possível identificar que o
DF possui 833 registros de espécies de vertebrados, ou seja, 21,3% do total de
vertebrados conhecidos para Bioma Cerrado (IBRAM, 2018). Foram identificadas
duas espécies de roedores endêmicas do DF e no grupo de peixes foram
identificadas 11 espécies endêmicas catalogadas como nova no ano de 2008
(IBRAM, 2018). Dentre as espécies ameaçadas no DF são listadas duas espécies
de peixes, treze de aves e onze de mamíferos (IBRAM, 2018).
Tabela 2: Tabela com famílias de aves, lagarto e anfíbio listadas na Resolução da Reitoria nº 097/94.
O número de família registradas de aves (35) foi superior ao do lagarto (7) e anfíbio (3). A quantidade
de espécies identificadas foram 124 para aves, 7 para anfíbios e 9 para lagarto.
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Fonte: Resolução da Reitoria nº 097/94.
21
5. METODOLOGIA
O levantamento dos dados da área foram obtidos por meio de quatro saídas
de campo realizadas em dias distintos. Toda a área foi percorrida pelo grupo a pé e
acompanhado da Divisão de Segurança (DISEG) da Universidade de Brasília (UnB).
A dinâmica foi feita da seguinte maneira:
● A primeira saída de campo foi realizada dia 24/09 das 15h às 17h.
● A segunda saída de campo foi realizada dia 27/10 das 08h30min ao meio-dia.
● A terceira saída de campo foi realizada dia 03/11 das 08h30min ao meio-dia.
● A quarta saída de campo foi realizada dia 10/11 das 10h ao meio-dia.
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primeiras estreitas e apenas para passagem de pedestres, e as últimas permitindo o
trânsito de carros e outros veículos. A delimitação das trilhas foi possível a partir da
coleta de coordenadas geográficas, utilizando-se GPS portátil Garmim eTrex 20x, e
definição das áreas de zoneamento da ARIE Centro Olímpico através do aplicativo
Avenza Maps - visualizador de mapas offline.
6. DIAGNÓSTICO DA ÁREA
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definido pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (2007), o
que indica que a UC de estudo está inserida em uma matriz da paisagem urbana.
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do território e da população do DF, é possível observar que houveram modificações
na paisagem em escala local na área e nas áreas limites da ARIE Centro Olímpico
nos períodos de 1975-2018.
Figura 5: Análise visual multitemporal do polígono da ARIE Centro Olímpico e das suas fronteiras
(Lago Paranoá, Centro Olímpico, IBAMA e SMIN).
25
Fonte: Autores, 2018.
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pisoteamento das espécies nativas ao longo de trilhas variadas.Tais ações não são
compatíveis com o uso sustentável previsto para esta unidade de conservação
distrital, além de demonstrarem a intensa pressão antrópica externa, proveniente
das ocupações limítrofes à área, e a pressão interna gerada pelo público que utiliza
a área para moradia irregular, pesca ou atividades recreativas não regulamentadas
pela proprietária da unidade, a Universidade de Brasília.
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por gramíneas de origem africana e a erosão dos solos. Estas três ameaças estão
presentes na ARIE Centro Olímpico e se apresentam interconectadas, pois, foi
comumente visto nas saídas de campo que as áreas mais utilizadas por transeuntes
e carroçáveis - margens do lago paranoá - são as mais invadidas por gramíneas
exóticas, a exemplo da Brachiaria decumbens (brachiaria), do Melinis minutiflora
(capim gordura) e do H apim jaraguá), possuem processos
yparrhenia rufa (c
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6.3 Trilhas existentes na ARIE Centro Olímpico
29
trafegabilidade em trilhas também pode ser relacionado com a presença de lixo e a
ASSOLD, 2002).
danos à vegetação. (FIGUEIRÓ e COELHO NETO, 2009, apud P
30
Fonte: Autores, 2018.
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da região em que está inserida a Unidade de Conservação, em sua interação social,
econômica, política e cultural com as áreas limítrofes (GREENTEC, 2012).
A ARIE Centro Olímpico não consiste mais em uma paisagem natural, pois
estando cercada de áreas altamente modificadas (zona urbana) sofreu e sofre
constante influência antrópica. Diante desta complexa interação, a UC deve ser
tratada como uma paisagem cultural ou geográfica, o que aumenta os desafios da
conservação deste fragmento de cerrado.
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Figura 8: Mapa de Zoneamento da ARIE Centro Olímpico.
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distintos graus de degradação na área, situação que exigirá uma posterior avaliação
de quais os processos deverão ser aplicados. Nas regiões em que forem exigidas
maiores intervenções, será aplicada a restauração ambiental. Enquanto que, nos
locais onde forem exigidas intervenções menores, será aplicado o processo de
recuperação ambiental.
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abordagens possuem como objetivo central a reabilitação de ecossistemas e
paisagens destruídas ou fragmentadas (SER, 2004).
35
Figura 9: As aspectos de degradação da ARIE Centro Olímpico
36
7.1.2 Zona de Conservação Ambiental e Pesquisa Científica
Figura 10: Campo úmido da ARIE Centro Olímpico presente na zona primitiva delimitada pelo
zoneamento.
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conservação e preservação da área protegida. Possui como objetivo buscar
soluções provisórias a situação existente, estabelecendo métodos que minimizem os
impactos sobre a ARIE (IBAMA, 2002).
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proibições estabelecidas no Decreto 33.537, pois no parágrafo único do Art. 6º inciso
I, II diz respeito ao fracionamento de lotes e ocupação de novas áreas que são
proibidos nas ZCVS, referente a área da ARIE Centro Olímpico.
A zona de uso extensivo tem por objetivo manter um ambiente natural com
impactos humanos mínimos, mas com acesso ao público para fins de recreação e
educação (IBAMA, 2002).
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Desta forma, o que se pretende para esta zona é que seja constituída em sua
maior parte por área natural, apresentando pouca intervenção humana, e que
ofereça acesso ao público com facilidade, para fins educativos e recreativos
(GREENTEC, 2012).
Figura 12: Atividades observadas que são realizadas na zona de uso extensivo atualmente.
A zona de acesso tem por objetivo delimitar áreas prioritárias para instalação
de portões de acessos para o controle da entrada do público externo na ARIE
Centro Olímpico.
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O outra porteira metálica (figura 13), cujo fim é impedir o acesso de veículos
sem autorização da Universidade de Brasília, deverá ser instalada na divisa entre a
ARIE Centro Olímpico e o Centro Olímpico (CO/Unb). Neste ponto de acesso,
haverá livre passagem de pedestres e acesso restrito de veículos.
Fonte: Desconhecida
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sinalização que indique o regulamento de criação da ARIE Centro Olímpico e suas
proibições.
Tabela 3: Coordenadas dos 8 pontos de sinalização sugeridos para a ARIE Centro Olímpico..
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placa para a ARIE Centro Olímpico siga o design das placas do ICMBio, contendo
informações das restrições delimitadas pelo Decreto 33.537 de 14/02/2012 (figura
15).
Figura 14: Placa para a ARIE Centro Olímpico com base em modelo extraído do site do IBRAM.
Figura 15: Modelo de placa sugerido, por apresentar informação das restrições da ARIE Centro
Olímpico. O design foi retirado do modelo das placas do ICMBio.
43
Fonte: Autores, 2018.
44
Fonte: Autores, 2018.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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(2004), oito anos antes da implementação da ARIE Centro Olímpico através do
Decreto nº 33.537 de 2012, já se demonstrava preocupação com a velocidade em
que o Cerrado vem sendo degradado no Distrito Federal e o reconhecimento da alta
diversidade e riqueza de espécies nativas presentes na área de estudo.
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46
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15.
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Revista de Geografia da UFC, 2009.
ANEXO
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Fonte: Autores, 2018.
Trilha carroçável que se estende até às margens do Lago Paranoá.Observou-se o efeito de borda e presença
massiva de gramíneas exóticas em torno das trilhas existentes.
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Fonte: Autores, 2018.
50
Gramíneas exóticas substituem a vegetação de Cerrado Restrito em área próxima ao principal acesso irregular
da ARIE Centro Olímpico.Áreas como esta serão destinadas à Recuperação, segundo Zoneamento Ambiental.
A supressão da vegetação nativa (com três extratos: graminoso, arbustivo e arbóreo) resulta em exposição do
solo. As raízes das gramíneas invasoras, a exemplo da Urochloa decumbens ( Braquiária), não são profundas o
suficiente para evitar processos erosivos.
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A ARIE também possui áreas onde a vegetação nativa mistura-se às exóticas, mantendo o estrato arbóreo. As
intervenções nessas áreas podem ser menores caracterizando um processo de recuperação ambiental.
As margens do Lago Paranoá são importantes áreas para o processo de restauração e recuperação ambientais.
A colocação de placas, nas margens, faz-se importante para que o público que acessa a ARIE Centro Olímpico
em barcos, lanchas, caiaques e pranchas de surf , possa estar informado sobre as atividades permitidas.
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