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SUBPROGRAMA TERRESTRE
COMPONENTE FLORESTAL
TUCURUÍ/PA
2022
SUMÁRIO
1. Introdução/Contextualização..............................................................2
2. Objetivos.............................................................................................11
7. ReferenciasBibliográficas.................................................................31
8. 31
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1. Introdução/Contextualização
Figura 1.
A área possui 55.834,24 hectares com predominância de Floresta Ombrofila Densa Aluvial,
e Floresta Ombrofila Densa das Terras Baixas (IBGE, 2021). De acordo com o MapBiomas
44.208 hectares (79,24%) são Formações Florestais, 1.854 hectares (3,32%) são Formação
Natural Não Florestal e 9.084 hectares são Agropecuária (Figura 2) (MapBiomas, 2022). A Resex
Insere-se no Bioma Amazônia e localiza-se na ecorregião Florestas Úmidas do Xingu-Tocantis-
Araguaia, na bacia amazônica oriental (Figura 3).
Figura 2.
2
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. As unidades de conservação incluem a Reserva
Biológica do Tapirapé e a Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri.
.
Contudo, a REBIO Jaru encontra-se praticamente isolada de outras áreas protegidas.
Para estabelecer uma efetiva conexão com outras áreas protegidas torna- se importante a
conservação das áreas do seu entorno, identificadas como prioritárias para a conservação da
biodiversidade (conforme Portaria MMA nº. 463, de 18 de dezembro de 2018).
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Figura 01. Localização da Reserva Biológica do Jaru.
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As unidades de conservação (UC) são áreas chave para a conservação da natureza
em diversas escalas e perspectivas. Entre outros elementos da
biodiversidade, essas áreas protegem habitats, espécies, processos ecológicos e serviços
ecossistêmicos. Considerando as suas importâncias estratégicas, o monitoramento de sua
biodiversidade constitui uma atividade essencial para a gestão. O monitoramento da
biodiversidade realizado a partir de levantamentos em campo (in situ) fornece a base de
informações biológicas necessárias para subsidiar a gestão e a proposição de medidas
adequadas para a conservação dos ambientes monitorados. As informações obtidas nesses
programas são úteis em múltiplas escalas, auxiliando tanto a gestão de uma pequena
unidade de conservação (perspectiva local), como orientando um conjunto específico de
áreas protegidas (perspectiva regional) ou ainda subsidiando a formulação das políticas
e metas
nacionais de conservação (perspectivas nacional/global).
Neste sentido, o Projeto de Monitoramento da Biodiversidade com relevância para o
clima em nível de UC, executado em cooperação com o Ministério do Meio
Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas (MMA/SBF), o Instituto Chico Mendes de
Conservação de Biodiversidade-ICMBio e com apoio técnico da Deutsche Gesellschaft für
Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, apoiou no desenvolvimento e na
implementação de um sistema de monitoramento in situ da biodiversidade com diretrizes,
indicadores e estratégias para o monitoramento em diferentes UCs dos biomas Amazônia,
Cerrado e Mata Atlântica.
Com o objetivo principal de produzir informações relevantes para subsidiar as tomadas
de decisões referentes à conservação da biodiversidade frente às mudanças climáticas em
curso, além do fortalecimento das iniciativas de monitoramento da biodiversidade na agenda
ambiental e avaliar a efetividade de conservação das UCs e do Sistema Nacional de Unidades
de Conservação. Este projeto selecionou quatro grupos de indicadores biológicos como
módulo mínimo: plantas lenhosas, grupos selecionados de aves, mamíferos de médio e grande
porte e borboletas frugívoras com amostragem em ambientes florestais. Pois, esses grupos
desempenham papéis fundamentais dentro dos ecossistemas e correspondem a uma parcela
importante da biodiversidade, respondendo a diversas pressões em múltiplas escalas. Além
disso, a literatura científica mostra que estes grupos selecionados representam outros
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componentes da biodiversidade, possibilitando o monitoramento indireto deles. As diretrizes
que norteiam as ações do projeto são: Poucos indicadores; Protocolos simplificados (níveis de
capacitação de menor complexidade); Participação de agentes locais (Comunitários e AAs); e
Custos reduzidos (menor aporte de recursos financeiros).
O referido programa foi institucionalizado no ICMBio através da Instrução Normativa
ICMBio n.º 3/2017, e, reformulado pela Instrução Normativa ICMBio n.º 2/2022 recebendo o
nome de “Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade - Programa
MONITORA”. Atualmente, conta com uma estrutura que engloba três subprogramas -
Terrestre, Aquático e Continental e o Marinho e Costeiro
- com participação de mais de 100 Unidades de Conservação Federais nos diferentes biomas
brasileiros.
Neste contexto, a REBIO Jaru iniciou sua participação no Programa MONITORA no
ano de 2015, após receber o Memorando Circular 03/2015–
COMOB/CGPEQ/DIBIO/ICMBio de 13/02/2015, o qual convidava UC’s federais a aderir ao
Programa. Tendo em vista que, o Programa ARPA havia adotado os alvos e protocolos do
MONITORA como seu protocolo padrão de monitoramento. Logo, o referido memorando foi
respondido através do MEMO nº 19/2015- REBIOJARU/CR1/ICMBio de 09/04/2015, no
qual a chefia da UC manifestou interesse de adesão e implantação do programa MONITORA
nesta unidade que é atendida com recursos do ARPA.
Assim, a primeira atividade da UC no MONITORA foi a participação do seu ponto
focal, João Paulo de Oliveira Gomes (Coordenador de Pesquisa, Manejo e Monitoramento da
Biodiversidade da REBIO Jaru, conforme Ordem de Serviço nº 02 de 28/02/2013), no IV
Curso de Capacitação de Ponto Focal realizado na RESEX Tapajós-Arapiuns (PA), no
período de 17 a 24 de maio de 2015. Durante o curso, foi verificada junto com a equipe da
COMOB, a vocação da UC para a execução do monitoramento do Componente Florestal
(alvos globais) do subprograma Terrestre. A razão dessa vocação é a predominância de
ambientes florestais majoritariamente em excelentes condições de preservação. Além da
região da UC ser identificada como prioritária para a Conservação da Biodiversidade,
conforme Portaria MMA nº. 463, de 18 de dezembro de 2018.
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É importante ressaltar que, posteriormente a REBIO Jaru também teve
indicação/vocação para implementar os Protocolos do Componente Igarapés, do subprograma
Aquático Continental em sinergia com o Componente Florestal. Contudo, o histórico e demais
assuntos relacionados ao monitoramento aquático, serão tratados oportunamente no Projeto de
Amostragem para Adesão da REBIO Jaru ao Subprograma Aquático Continental -
Componente Igarapés.
Ainda no ano de 2015, o referido ponto focal realizou o planejamento para implantação
do monitoramento nesta UC, com o auxílio e orientação da equipe da COMOB, onde
realizou-se a definição espacial (desenho amostral) das três primeiras estações amostrais
(EA’s) e suas respectivas unidades amostrais (UA’s) a serem implantadas no ano seguinte.
Bem como, solicitou a autorização para as coletas no SISBIO, cuja autorização recebeu o
número protolocar 51796-1.
Assim, no ano de 2016, se iniciou as atividades do Programa MONITORA na REBIO
Jaru de fato, através da primeira expedição de campo, no período de 15 a 29 de março, para a
implantação/abertura das três primeiras Estações Amostrais (EA’s 1, 2 e 3), compostas por
trilhas de 5Km de extensão para coleta de dados de Mamíferos e Aves na área de
referência/elegível selecionada no interior da UC, próxima as margens do rio Tarumã.
Detalhes e maiores informações da expedição no documento SEI 1363325.
Posteriormente, foi realizado entre os dias 18 e 22 de abril de 2016, no auditório da sede
administrativa da REBIO Jaru em Ji-Paraná/RO, o “1º Curso de Capacitação do Protocolo
Mínimo do Programa de Monitoramento In Situ da Biodiversidade da REBIO Jaru e FLONA
Jamari”. O evento foi realizado pela equipe da REBIO Jaru em conjunto com a equipe do
programa de monitoramento da FLONA Jamari e promoveu a capacitação de 16 monitores, na
coleta de dados dos grupos alvos de indicadores, para atuarem nas duas UC’s.
Após a capacitação dos monitores, foi realizada a primeira expedição de campo para a
implantação das Unidades Amostrais UA’s de borboletas frugívoras e por conseguinte a
coleta de dados nas EA’s 1, 2 e 3, na área de referência no rio Tarumã. Em cada EA (1, 2 e 3)
foram implantadas quatro UA’s de borboletas frugívoras compostas de quatro armadilhas
cada, totalizando 16 armadilhas por EA e 48 armadilhas ao todo, conforme metodologia
descrita a seguir neste documento. A
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expedição ocorreu entre os dias 26/04 à 05/05 de 2016 e concomitantemente também foi
realizada a finalização da limpeza e destocamento das trilhas de 5Km de extensão, abertas em
março/2016, para serem utilizadas posteriormente na coleta de dados de mamíferos e aves no
ano de 2016. Detalhes e maiores informações das demais expedições do ano de 2016 nos
documentos SEI 1364713, 1364893 e 1364963.
No ano de 2017, foram realizadas as expedições de campo para coleta de dados de
borboletas frugívoras e masto/aves, cujas informações e detalhes estão descritas nos
documentos SEI 1402099 e 1413617. Posteriormente, na expedição de campo para segunda
coleta de dados de mamíferos e aves cinergéticas – 2017, ocorrida entre os dias 10/08 e 24/08
de 2017 nas EA’s 1, 2 e 3, foi realizada concomitantemente a implantação/instalação das três
UA’s de Plantas Lenhosas e coleta de dados. Esse trabalho do alvo Plantas Lenhosas foi
realizado pela equipe da REBIO Jaru em conjunto com 4 (quatro) consultores especializados
em identificação de espécies da flora amazônica, vinculados ao Jardim Botânico do Rio de
Janeiro e Jardim Botânico de Nova Iorque, contratados com recursos do Programa ARPA.
Logo, nesta primeira coleta de dados de plantas lenhosas, além do protocolo básico, foi
realizado também o módulo avançado, com a identificação das espécies das plantas lenhosas
amostradas. Foi realizado neste período a coleta de dados de 935 plantas e realizada a coleta
de material botânico (folhas e frutos) de 346 destas para posterior identificação e confirmação
das espécies.
Aproveitando-se a oportunidade destes 4 consultores especialistas na UC, colocou-se
em prática a instalação/implantação da quarta Estação Amostral da REBIO Jaru, em uma área
próxima da Base de Fiscalização Boca do Jaru. Com o intuito de ser uma EA de fácil
acesso/amostragem e que devido à proximidade com áreas degradadas, poderia servir com
uma área contraste em relação as áreas preservadas do rio Tarumã. Assim, neste período
foi instalada/implantada a quarta UA de plantas lenhosas (cruz de malta) da REBIO Jaru e
coletado seus dados em campo.
Posteriormente, no período entre os dias 24 à 27 de outubro de 2017, foi realizada a
instalação/implantação da quarta UA (trilha de 5Km de extensão) para a coleta de dados de
mamíferos e aves nesta área próxima da Base de Fiscalização Boca do Jaru, conforme descrito
no documentos SEI 2328675.
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Conseguinte, continuaram sendo realizadas as expedições de campo anuais (2018, 2019,
2020, 2021 e 2022) para as coletas de dados do Programa MONITORA da REBIO Jaru,
conforme informações, relatórios das expedições de campo, cópia das fichas de campo,
planilhas de resultados, etc., inseridos no Processo SEI 02119.001022/2017-41. Os relatórios
das expedições de campo são descritos na tabela 01 e as planilhas anuais de resultados do
Programa MONITORA da REBIO Jaru são descritos na tabela 02.
Tabela 01. Relatórios das expedições de campo do Programa MONITORA da REBIO Jaru,
inseridos no Processo SEI 02119.001022/2017-41:
Nº
Descrição da atividade documento
SEI
Relatório da Implantação das 3 EA’s de 5Km - Mamíferos e Aves - 2016 1363325
Relatório 1º Curso de Capacitação MONITORA da REBIO Jaru - 2016 1363345
Relatório 1ª Coleta de Borboletas Frugívoras – 2016 1364713
Relatório 2ª Coleta de Borboletas Frugívoras e 1ª de Mamíferos e Aves – 2016 1364893
Relatório 2ª Coleta de Mamíferos e Aves – 2016 1364963
Relatório 1ª Coleta de Borboletas Frugívoras – 2017 1402099
Relatório 2ª Coleta de Borboletas Frugívoras e 1ª de Mamíferos e Aves – 2017 1413617
Relatório 2ª Coleta de Mamíferos e Ave e 1ª Coleta de Plantas – 2017 1792423
Relatório da Implantação da 4ª UA de 5Km - Mamíferos e Aves – 2017 2328675
Relatório 1ª Coleta de Borboletas Frugívoras – 2018 3351468
Relatório 2ª Coleta de Borboletas Frugívoras e 1ª de Mamíferos e Aves – 2018 3351604
Relatório 2ª Coletas de Borboletas Frugívoras e 1ª Mamíferos e Aves T-04 – 2018 3506476
Relatório 2ª Coleta de Mamíferos e Aves - 2018 3788921
Relatório 1ª Coleta de Borboletas Frugívoras - 2019 5136242
Relatório 2ª Coleta de Borboletas Frugívoras e 1ª de Mamíferos e Aves – 2019 5136266
Relatório 2ª Coleta de Mamíferos e Aves - 2019 5746260
Relatório 1ª Coleta de Borboletas Frugívoras - 2022 11013152
Relatório 2ªColeta de Borboletas Frugívoras e 1ª de Mamíferos e Aves - 2022 11278376
Relatório 2ª Coleta de Mamíferos e Aves e Coleta de Plantas - 2022 12192062
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Tabela 02. Planilhas Anuais de Resultados do Programa MONITORA da REBIO Jaru,
inseridos no Processo SEI 02119.001022/2017-41:
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2. Objetivos
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3. Descrição da área de monitoramento
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Submontana assume diversas fácies, principalmente entre suas formações, Densa e Aberta,
conforme ocorrem fatores de sitio que limitam ou proporcionam tais formações, como
gradientes altitudionais e ripários. As Florestas Ombrófilas Densa e Aberta são classificadas
como Submontanas por situar-se entre os 4º de latitude Norte e os 16º de latitude Sul, e entre
100 e 600m de altitude. Em menor extensão, encontram-se Formações Pioneiras sob
influência Rupestre e Formações Pioneiras sob influência Fluvial. A Formação Pioneira
Rupestre ocorre nos afloramentos rochosos que culminam em locais como a serra do Moquém
e a serra da Providência, onde a impermeabilidade do substrato e a ondulação do terreno
influenciam a retenção de água e a fisionomia da vegetação. As espécies que compõem a
comunidade são adaptadas a estas condições ambientais adversas, apresentando alguns
aspectos xerofíticos como casca espessa e fissura, caules tortuosos e com folhas decíduas, o
que as tornam semelhantes às plantas do cerrado.
Em locais que variam de encharcados a alagados ocorrem as Formações Pioneiras sob
Influência Fluvial ou Lacustre, as quais podem ser florestais ou arbustivas. Em alguns locais
pantanosos, principalmente nas nascentes, podem ocorrer manchas mono-específicas de
buritis, os chamados buritizais, com densidade aproximada de 300 palmeiras por hectare.
Além dessas tipologias vegetais, ocorrem também áreas de Contato ou Ecotones, no geral
localizadas no limite de formações geomorfológicas ou nas transições climáticas onde duas ou
mais formações ocorrem em mosaico. Os contrastes são maiores quando as transições se dão
entre formações savânicas e florestais, o que é comum no Estado de Rondônia.
A extensa área de Floresta Ombrófila praticamente intocada da REBIO Jaru é
praticamente o único maciço florestal com considerável nível de preservação na região leste
de Rondônia, com grande diversidade biológica, peculiaridades que a definem como um dos
mais importantes refúgios para a fauna silvestre do estado e de toda a região. A ocorrência de
endemismos, espécies raras, vulneráveis ou ameaçadas de extinção fazem da REBIO Jaru uma
área de extrema importância para a realização de pesquisas mais detalhadas sobre o bioma
amazônico.
Para ilustrar tamanha riqueza, destacam-se espécies arbóreas como: castanheira
Bertholletia excelsa, mogno Swietenia macrophylla, cerejeira Amburana acreana e
cedro Cedrela odorata, além dos elementos faunísticos que também
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refletem a diversidade e conseqüente importância para conservação, como a mãe-de- taoca-
papuda Rhegmathorhina hoffmanns, endêmica do interflúvio Madeira-tapajós, choca-de-
garganta-preta Clytotantes atrogularis, além do bicudo encarnado Peryporohyrus
erythromelas, urutau-de-asa-branca Nyctibius leucopterus, sapo-de- chifres Ceratophrys
cornuta, surucucu-do-pantanal Hydrodynastes gigas e zogue- zogue Callicebus benhardi,
raras em nível estadual. Além de apresentar três espécies presentes na Lista de espécies
ameaçadas de extinção: Gato-do-mato - Leopardus tigrinus, Onça-pintada -Panthera
onca e Ariranha - Pteronura brasiliensis.
Segundo os levantamentos realizados para a revisão do Plano de Manejo de 2010, foram
registradas, no interior da REBIO Jaru, 73 espécies de mamíferos: sendo 43 espécies de
grandes e médios e 30 espécies de pequenos marsupiais, roedores e morcegos. Considerando
as citações na bibliografia é provável a ocorrência de um total de 89 espécies de médio e
grande porte. Este total de espécies representa mais de 1/4 das espécies de mamíferos
esperados para o Estado de Rondônia.
O registro de 13 das 17 espécies de carnívoros descritas para Rondônia é relevante, pois
são considerados essenciais para a manutenção da estabilidade do ecossistema, principalmente
por ocuparem o topo da cadeia alimentar, além de serem muito sensíveis à perda e
fragmentação do habitat, o que faz com que estejam sob algum grau de ameaça. Os registros
mais relevantes foram os grandes felinos, onça- pintada Panthera onca, sussuarana Puma
concolor, e outros como a ariranha Pteronura brasiliensis, o cachorro-do-mato-vinagre
Speothos venaticus e o cachorro- do-mato-de-orelhas-curtas Atelocynus microtis. Este
último é uma das espécies de canídeos menos conhecida no mundo e entre os conhecidos, um
dos mais raros.
A ocorrência de 12 das 14 espécies de primatas esperadas para a região leste do rio
Machado (do total de 24 espécies em Rondônia) é expressiva, considerando principalmente
que foram registrados todos os gêneros esperados para a região. Três espécies desse grupo
merecem atenção especial: os zogue-zogues Callicebus brunneus e Callicebus benhardi e
o sauim-branco Mico emiliae.
Em relação as aves, nos levantamentos do Plano de Manejo de 2010, foram identificadas
401 espécies de aves e considerando as espécies citadas em bibliografia pode-se chegar a um
total de 538 espécies. Entre estas, cerca de 60 são endêmicas
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da Amazônia Meridional, e pelo menos 39 delas têm sua distribuição restrita ao interflúvio
Madeira-Tapajós.
Para répteis foram identificadas 60 espécies e 60 espécies de anfíbios. É provável a
ocorrência de uma espécie nova de Leptodactylus do grupo fuscus, provavelmente restrita e
limitada à área de afloramento rochoso com formação pioneira rupestre (Lajedo).
A ictiofauna também é diversa na região com a identificação de 179 espécies de peixes,
pertencentes a 102 gêneros, 31 famílias e 07 ordens. O mais alto índice de diversidade íctica
foi registrado na Ilha Sete de Setembro e no rio Machado, próximo da sede da REBIO Jaru e
em alguns trechos do rio Tarumã.
Para o estabelecimento das diferentes zonas de uso da Reserva Biológica do Jaru,
durante a revisão do Plano de Manejo de 2010, foram utilizados como critérios a variabilidade
ambiental, o grau de conservação da vegetação, a representatividade, a riqueza e a diversidade
de espécies, a fragilidade ambiental, o potencial para educação ambiental, a presença de
infraestrutura, áreas críticas que necessitam de recuperação, a presença de população e as
pressões externas. Assim, a REBIO Jaru foi subdividida em diferentes Zonas de Uso
conforme demostra a Figura 02.
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4. Detalhamento dos critérios e métodos utilizados para
A escolha das Áreas Elegíveis para Amostragem ocorreu por ocasião do IV Curso de
Capacitação de Ponto Focal realizado na RESEX Tapajós-Arapiuns (PA), no período de 17 a
24 de maio de 2015. Durante o curso, foi levantado junto com a equipe da COMOB e o
conhecimento do ponto focal da unidade de conservação (UC), as áreas da UC com maior
potencial para implantação das Estações de Amostragem, levando-se em consideração: a
predominância de vegetação florestal altamente conservada, em regiões de terra-firme, sem
influência direta do pulso de inundação dos rios da região e também a logística de acesso que
oferecesse condições de execução, no longo prazo, dadas as características climáticas e
hidrológicas regionais. Para isso foram utilizadas imagens de satélite, modelos digitais de
elevação, shapefiles de hidrografia, estradas, vegetação, pontos de interesse da UC, pontos da
Grade Nacional de Pontos Amostrais do Inventário Nacional Florestal, limites da UC, etc.
Para visualização destas informações foi utilizado o Software de Geoprocessamento ARCGIS
9.2. Bem como, foram utilizados os critérios pré- estabelecidos no ‘Roteiro metodológico de
aplicação do Monitoramento da Biodiversidade’ (Nobre et al., 2014).
Uma vez definidas as áreas elegíveis na região do Rio Tarumã durante o referido curso,
procedeu-se no escritório da UC com a escolha dos locais de implantação das Estações
Amostrais. Para isso, foi utilizada a grade de pontos equidistantes de 5 x 5 km sobre a
Unidade de Conservação, com base na Grade Nacional de Pontos Amostrais – GNPA,
estabelecida para o Inventário Florestal Nacional – IFN. Na sequência, foram enumerados
todos os pontos que caíram dentro dos limites das áreas elegíveis identificadas, de modo que
cada um deles tivesse identidade única. Após, foi impresso numa folha de papel todos os
números, recortados individualmente e dispostos num recipiente, onde foi realizado o sorteio
manual dos pontos das três primeiras EA’s a serem implementadas na região do Rio Tarumã.
Assim, o ponto sorteado (ponto central da Unidade Amostral (UA) de plantas lenhosas –
cruz de malta) foi definido como base para escolha e delimitação do restante das UA’s dentro
da EA. A disposição das quatro subunidades de plantas
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lenhosas seguiu a disposição dos quatro pontos cardeais, sendo a nomeação de cada uma delas
referentes a posição Norte, Leste, Sul e Oeste. A direção das UA’s (trilhas) para a amostragem
de aves, mamíferos e borboletas frugívoras foi definida, seguindo- se os mesmos critérios
estabelecidos para definição das áreas elegíveis, levando-se em consideração a topografia da
área, evitando variações íngremes no terreno, bem como a presença de corpos d’água
cruzando a trilha, o que demandaria a construção de pontes ou pinguelas e dificultaria a
manutenção destas. Além de respeitar-se um distanciamento/buffer de 5 Km entre uma trilha e
outra, para manter a independência entre estas. Ressaltasse que, a validação final dos locais de
instalação das EA’s foi realizada em campo, realizando-se algumas pequenas adequações nas
localizações de entrada, início e final das trilhas de 5Km, bem como das sub-trilhas de
borboletas frugívoras. Em relação a definição e implantação da EA-4, próxima da Base de
Fiscalização Boca do Jaru, informa-se que foram utilizados os mesmos critérios e
procedimentos descritos paras as outras estações amostrais.
Logo, cada EA ficou composta por: uma unidade amostral (UA) de cada um dos alvos
indicadores biológicos: mamíferos/aves (uma transecção linear – trilha de 5Km); borboletas
frugívoras (4 baterias de armadilhas com atração por isca, perpendiculares a trilha principal de
5Km e respeitando-se a distância de independência conforme o protocolo - maior do que
500m), plantas arbóreas e arborescentes (uma cruz de malta) (figura 03). Nas figuras 04 e 05
estão presentes os mapas demonstrando as localizações das quatro EA’s implantadas no
interior da REBIO Jaru. E na tabela 03, está descrita as localizações dos pontos de
implantação das UA’s (pontos materializados) de plantas lenhosas, masto/aves e borboletas
frugívoras das quatro EA’s da REBIO Jaru e que foram repassados a COMOB.
Figura 03. Esquema de uma Estação de Amostragem e suas Unidades Amostrais de todos os
grupos de indicadores de biodiversidade selecionados.
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Tabela 03. Localização dos pontos de implantação das UA’s de plantas lenhosas, masto/aves e
borboletas frugívoras das quatro EA’s da REBIO Jaru:
EA UA Pontos Coordenadas Geográficas
EA-1 Masto/aves Ponto Inicial -09 35' 42,17112'' -61 38' 49,96975''
EA-1 Masto/aves Ponto Final -09 33' 03,00421'' -61 38' 21,84679''
EA-1 Cruz de malta Ponto Central -09 35' 26,23920'' -61 39' 00,18360''
EA-1 Cruz de malta Ponto inicial N -09 35' 24,71280'' -61 39' 00,32040''
EA-1 Cruz de malta Ponto final N -09 35' 23,01360'' -61 39' 00,39240''
EA-1 Cruz de malta Ponto inicial L -09 35' 25,79280'' -61 38' 58,39080''
EA-1 Cruz de malta Ponto final L -09 35' 25,24920'' -61 38' 56,50080''
EA-1 Cruz de malta Ponto inicial S -09 35' 27,63600'' -61 38' 59,78760''
EA-1 Cruz de malta Ponto final S -09 35' 28,94640'' -61 38' 59,13240''
EA-1 Cruz de malta Ponto inicial O -09 35' 26,59920'' -61 39' 01,51920''
EA-1 Cruz de malta Ponto final O -09 35' 26,91240'' -61 39' 02,76480''
EA-1 Borboletas Bateria 1 -09 35' 35,87816'' -61 38' 49,23499''
EA-1 Borboletas Arm. 1 -09 35' 35,91980'' -61 38' 49,51411''
EA-1 Borboletas Arm. 2 -09 35' 36,11442'' -61 38' 50,53583''
EA-1 Borboletas Arm. 3 -09 35' 35,77767'' -61 38' 52,33636''
EA-1 Borboletas Arm. 4 -09 35' 34,98106'' -61 38' 54,29079''
EA-1 Borboletas Bateria 2 -09 35' 19,68603'' -61 38' 45,72596''
EA-1 Borboletas Arm. 5 -09 35' 19,58343'' -61 38' 45,34454''
EA-1 Borboletas Arm. 6 -09 35' 19,35772'' -61 38' 44,05336''
EA-1 Borboletas Arm. 7 -09 35' 20,61692'' -61 38' 43,22265''
EA-1 Borboletas Arm. 8 -09 35' 20,89031'' -61 38' 40,41246''
EA-1 Borboletas Bateria 3 -09 35' 03,69517'' -61 38' 43,07449''
EA-1 Borboletas Arm. 9 -09 35' 03,68008'' -61 38' 43,29567''
EA-1 Borboletas Arm. 10 -09 35' 03,43144'' -61 38' 45,18643''
EA-1 Borboletas Arm. 11 -09 35' 03,08926'' -61 38' 46,75582''
EA-1 Borboletas Arm. 12 -09 35' 03,10102'' -61 38' 48,43898''
EA-1 Borboletas Bateria 4 -09 34' 47,64758'' -61 38' 39,97584''
EA-1 Borboletas Arm. 13 -09 34' 47,67353'' -61 38' 39,54675''
EA-1 Borboletas Arm. 14 -09 34' 48,28035'' -61 38' 37,77398''
EA-1 Borboletas Arm. 15 -09 34' 48,29724'' -61 38' 36,28877''
EA-1 Borboletas Arm. 16 -09 34' 47,96502'' -61 38' 34,68860''
EA-2 Masto/aves Ponto Inicial -09 37' 29,32956'' -61 39' 24,69648''
EA-2 Masto/aves Ponto Final -09 39' 12,47173'' -61 37' 17,61298''
EA-2 Cruz de malta Ponto Central -09 38' 08,16360'' -61 38' 39,73560''
EA-2 Cruz de malta Ponto inicial N -09 38' 06,67320'' -61 38' 40,17480''
EA-2 Cruz de malta Ponto final N -09 38' 05,26268'' -61 38' 40,60089''
EA-2 Cruz de malta Ponto inicial L -09 38' 08,48040'' -61 38' 41,62200''
EA-2 Cruz de malta Ponto final L -09 38' 08,94120'' -61 38' 42,75600''
EA-2 Cruz de malta Ponto inicial S -09 38' 09,79080'' -61 38' 39,17040''
18
EA-2 Cruz de malta Ponto final S -09 38' 11,25960'' -61 38' 39,08760''
EA-2 Cruz de malta Ponto inicial O -09 38' 07,79640'' -61 38' 38,04720''
EA-2 Cruz de malta Ponto final O -09 38' 07,55880'' -61 38' 36,67560''
EA-2 Borboletas Bateria 1 -09 37' 33,81596'' -61 39' 19,73935''
EA-2 Borboletas Arm. 1 -09 37' 33,69164'' -61 39' 19,64430''
EA-2 Borboletas Arm. 2 -09 37' 32,57396'' -61 39' 18,52602''
EA-2 Borboletas Arm. 3 -09 37' 31,52297'' -61 39' 17,14522''
EA-2 Borboletas Arm. 4 -09 37' 29,78037'' -61 39' 16,36489''
EA-2 Borboletas Bateria 2 -09 37' 43,98790'' -61 39' 07,23972''
EA-2 Borboletas Arm. 5 -09 37' 44,66502'' -61 39' 07,66669''
EA-2 Borboletas Arm. 6 -09 37' 45,83189'' -61 39' 08,82782''
EA-2 Borboletas Arm. 7 -09 37' 46,62398'' -61 39' 10,14858''
EA-2 Borboletas Arm. 8 -09 37' 49,05275'' -61 39' 11,68779''
EA-2 Borboletas Bateria 3 -09 37' 54,78627'' -61 38' 54,78807''
EA-2 Borboletas Arm. 9 -09 37' 54,67644'' -61 38' 54,49507''
EA-2 Borboletas Arm. 10 -09 37' 53,56238'' -61 38' 53,63901''
EA-2 Borboletas Arm. 11 -09 37' 52,70662'' -61 38' 52,52888''
EA-2 Borboletas Arm. 12 -09 37' 51,31073'' -61 38' 51,30106''
EA-2 Borboletas Bateria 4 -09 38' 05,62357'' -61 38' 42,67437''
EA-2 Borboletas Arm. 13 -09 38' 06,01947'' -61 38' 43,01716''
EA-2 Borboletas Arm. 14 -09 38' 06,83811'' -61 38' 44,18553''
EA-2 Borboletas Arm. 15 -09 38' 08,02791'' -61 38' 45,18915''
EA-2 Borboletas Arm. 16 -09 38' 09,14769'' -61 38' 45,39192''
19
20
Cruz de
malta
Cruz de
malta
Cruz de
malta
Figura 04. Localização das Estações Amostrais EA-1 e EA-2 EA-3, na região elegível do rio
Tarumã.
21
Figura 05. Localização da Estação Amostral EA-4, na região elegível próxima da Base de
Fiscalização Boca do Jaru.
22
Em relação aos protocolos/metodologias para coleta de dados, estão sendo seguidos
todos os critérios básicos de amostragem descritos no ‘Roteiro metodológico de aplicação do
Monitoramento da Biodiversidade’ (Nobre et al., 2014) (figura 05):
Plantas lenhosas: As unidades amostrais de plantas lenhosas são compostas por
quatro subunidades retangulares de 20 x 50 metros, dispostas num arranjo comumente
denominado de cruz de malta, com seus vértices alinhados seguindo os pontos cardeais
(Norte, Sul, Leste e Oeste), seguindo-se metodologia adaptada do Inventário Florestal
Nacional do Serviço Florestal Brasileiro - SFB. Cada subunidade foi subdividida em 10
parcelas de 10x10m, delimitadas por canos de PVC e barbantes. No módulo básico do
monitoramento de plantas lenhosas, a métrica escolhida para o monitoramento é a biomassa
vegetal. Para isso, coletaram-se os dados de diâmetro
– DAP (diâmetro na altura do peito = 1,30 m) e altura estimada de todas as plantas lenhosas
(arvores, palmeiras e cipós) que apresentara um DAP maior ou igual a 10 (circunferência de
31 cm). Todos os indivíduos selecionados receberam placas de alumínio, numeradas
previamente, fixadas a uma altura de 10 cm acima do local da medida do DAP. Na REBIO
Jaru, além do protocolo básico, foi realizado também o módulo avançado, com a identificação
das espécies das plantas lenhosas amostradas por consultores especializados em identificação
de espécies da flora amazônica, vinculados ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Jardim
Botânico de Nova Iorque e que foram contratados com recursos do Programa ARPA em 2017.
Mamíferos diurnos de médio e grande porte e Aves cinegéticas: O módulo
básico para os grupos de mamíferos considera os animais passíveis de amostragem pelo
método de transecção linear. Para aves, são consideradas apenas as famílias Tinamidae,
Cradidae, Rheidae, Cariamidae, Psophiidae e Odontophoridae. Ambos os alvos são avaliados
pelo método de transecção linear (Burham et al., 1980), que é um método de amostragem
baseado na visualização dos espécimes e obtenção da distância entre o animal e a trilha
(Williams et al., 2002). As transecções são realizadas pela manhã e em dupla, que percorrem
os transectos de forma cuidadosa (entre 1km/h e 1,5km/h), permitindo a visualização de todos
os estratos da floresta e registrando as ocorrências dos animais até 50m de distância das
trilhas. Após a observação dos animais, são anotados em fichas de campo: a espécie
observada, o número de indivíduos, o horário da observação, o intervalo na transecção (as
trilhas são
23
demarcadas em intervalos de 50 m através de canos de PVC e placas) e a distância do animal
até a trilha principal. Todas as transecções/trilhas implantadas na REBIO Jaru possuem 5 Km
de extensão.
Borboletas frugívoras: As amostragens estão sendo efetuadas no nível de Tribo no
intuito de diminuir a dependência de taxonomistas, ou seja, está sendo realizado o protocolo
básico. As tribos de borboletas frugívoras consideradas, integram a família Nymphalidae.
Para a captura são utilizadas armadilhas do tipo Van Someren-Rydon (VSR), de 100 x 40 cm.
As armadilhas são dispostas em quatro baterías/linhas perpendiculares a transecção principal
de masto/aves e distantes entre elas em pelo menos 500 m. Cada linha está composta por
quatro armadilhas separadas de 30 a 50 m. A primeira armadilha está a uma distância de
aproximadamente 10 m do inicio da trilha. Cada armadilha foi instalada em galhos que
permitiram sua suspensão. As iscas utilizadas, são compostas de banana e caldo de cana, que
são acondicionadas em pote específico (copo de café de 50ml) na parte inferior da armadilha.
As revisões são realizadas a cada 48 horas. A cada revisão as iscas são trocadas. Todos os
indivíduos encontrados na armadilha são identificados quanto a Tribo, marcados utilizando
caneta de marcação permanente, fotografados e liberados no local de captura. Para a
identificação a nivel de tribo são utilizados os guias de campo, bem como, todos os dados são
registrados nas fichas de campo próprias do programa.
Tendo em vista que a logística de deslocamento e permanência nas diferentes bases de
campo são mais ou menos complexas e se relacionam diretamente com o ciclo hidrológico da
região da UC, o Programa MONITORA da REBIO Jaru está sendo desenvolvido em 3
expedições anuais para coleta de dados nas EA’s do rio Tarumã:
- 1ª expedição de coleta de dados de borboletas frugívoras e limpeza concomitante das trilhas
de 5Km para masto/aves com aproximadamente 10 dias de duração. Geralmente na última
quinzena do mês de Abril de cada ano.
- 2ª expedição de coleta de dados de borboletas frugívoras e 1ª coleta de dados de masto/aves
com aproximadamente 12 dias de duração. Geralmente 20 a 30 dias após a 1ª expedição, ou
seja, na última quinzena do mês de Maio de cada ano.
- 2ª expedição de coleta de dados de masto/aves com aproximadamente 12 dias de duração.
Geralmente na última quinzena do mês de Agosto de cada ano.
24
- A Expedição de coleta de dados de plantas lenhosas ocorre concomitantemente a 2ª
expedição de coleta de dados de masto/aves com aproximadamente 12 a 15 dias de duração.
Geralmente na última quinzena do mês de Agosto e tem periodicidade de 5 em 5 anos.
Em relação as coletas de dados dos diferentes alvos monitorados na EA-4, próxima a
Base de Fiscalização Boca do Jaru, informamos que as coletas são realizadas simultaneamente
nos mesmos períodos das expedições para as coletas das EA’s do rio Tarumã. Pois, estas
coletas da EA-4 são realizadas pelos servidores e ATA’s que participam dos plantões
semanais desta base que funciona os 365 dias do ano.
As primeiras análises e interpretações dos resultados dos dados coletados pela REBIO
Jaru no Programa MONITORA estão apresentadas nos documentos: Subprograma
Terrestre Componente Florestal - Relatório triênio 2014 – 2016 disponível no
endereço/link: https://www.gov.br/icmbio/pt-
br/assuntos/monitoramento/conteudo/relatorios/monitora_subprograma_terrestre_co
mponente_florestal_relatorio_trienio_2014_2016.pdf. Bem como, no documento
Subprograma Terrestre Componente Florestal - Relatório Florestal 2014 - 2018 disponível
no endereço/link: https://www.gov.br/icmbio/pt-
br/assuntos/monitoramento/conteudo/relatorios/RelatorioFlorestal2014_2018.pdf.
26
cerca de 4 horas. Uma segunda possibilidade é seguir-se de veículo de Ji-Paraná/RO pela BR
364 até Ouro Preto do Oeste, depois percorre-se a RO 470 até Vale do Paraíso e
posteriormente a Linha 614 até o distrito de Santa Rosa. Deste segue-se pela Linha 613 até a
confluência do Rio Jaru com o Rio Machado onde fica a Base de Fiscalização Boca do Jaru –
percurso terrestre de cerca de 2,5 horas. Uma terceira alternativa é de helicóptero, saindo de
Ji-Paraná/RO, chegando-se à referida base em cerca de 30 minutos. Da Base de Fiscalização
Boca do Jaru até o acampamento do Programa MONITORA no rio Tarumã são
aproximadamente de 3 horas de navegação fluvial pelo rio Machado até a foz do Rio Tarumã
e depois adentrasse este rio e navegasse por cerca de 3 a 5 horas até chegar-se ao
acampamento. No período da seca, julho a outubro, chegasse a gastar entre 10 e 12 horas de
navegação.
Do referido acampamento MONITORA até as três estações amostrais no rio Tarumã, os
deslocamentos são feitos por via fluvial com voadeiras e motor de popa, sendo 20 minutos de
navegação para a EA-1, 5 minutos para a EA-2 e 40 minutos para a EA-3. Já o acesso da Base
de Fiscalização Boca do Jaru até a EA-4 é feito por via terrestre em motos ou quadriciclo
levando-se 10 minutos de deslocamento.
A REBIO Jaru é uma unidade da categoria de proteção integral, ou seja, não possui
moradores/comunitários residentes em seu interior. Além disso, está UC não possui um bom
relacionamento com as comunidades do entorno, tendo em vista o longo/antigo problema de
tentativas de invasão/grilagem de suas áreas. Bem como, ressaltasse que as comunidades do
entorno são voltadas para a agropecuária, sendo composta por diversos Assentamentos do
INCRA. Além disso, a REBIO Jaru fica sediada no interior do estado de Rondônia, aonde as
instituições de ensino e pesquisa são mais escassas quanto a cursos voltados a temática
ambiental.
Considerando estes fatores citados acima, o Programa MONITORA da REBIO Jaru,
vem desde o início em 2016, funcionando através da contratação de prestadores de serviço
ARPA/auxiliares de campo (cozinheira, mateiros, pilotos fluviais, monitores etc.) para
apoiarem na implantação, manutenção e coletas de dados nas unidades amostrais. Sendo
assim, a REBIO Jaru depende intrinsecamente de recursos financeiros para contratação de
prestadores de serviço através do Programa ARPA para poder funcionar o MONITORA.
Ressaltasse, que o local de instalação das 3 Estações Amostrais da REBIO Jaru, interior do
Rio Tarumã, local de referência/mais
27
preservado da UC, é de difícil acesso, o que demanda viagens longas de voadeiras e logística
complicada com acampamento no interior da UC de forma ininterrupta por 10 a 15 dias. O
que aumenta muito os custos e dificulta a mobilização de pessoas.
A REBIO Jaru é participante do Programa ARPA desde o seu início e a partir de 2015
passou a receber recursos para a execução/manutenção do Marco Referencial:
Monitoramento da Biodiversidade. Contudo, a cada novo planejamento bianual, os
recursos deste marco referencial vêm diminuindo de forma a não serem suficientes atualmente
para o atendimento mínimo de recursos necessários (tabela 04).
Tabela 04. Recursos do Programa ARPA recebidos pela REBIO Jaru de 2014 a 2023:
Recursos Programa ARPA – REBIO Jaru
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REBIO Jaru nos próximos anos. Abaixo, segue uma tabela com os gastos das três campanhas
de campo do Programa MONITORA da REBIO Jaru no ano de 2022:
Abaixo segue a tabela demonstrando os recursos do POA 22-23 que sobraram (após o
remanejamento de R$ 40 mil do Marco referencial Conselho da UC) para serem executados
nas campanhas do próximo ano de 2023. Ressaltasse que o valor atual restante no POA 22-23
R$ 32.044,00, necessitará de um aporte, principalmente no insumo Autónomo, para que a
REBIO Jaru possa realizar todas campanhas previstas para 2023.
Tabela 06. Recursos atuais do POA 22-23 da REBIO Jaru no Marco referencial
Monitoramento da Biodiversidade.
29
6. Cronograma de atividades realizadas e planejadas para 2022 e
2023
Tabela 07. Cronograma de atividades do Programa MONITORA na REBIO Jaru para o ano
de 2023.
Descrição Período Estação Amostral
1ª Expedição de campo para coleta de 17 à 30/04/2023 EA-1, EA-2, EA-3 e
dados de borboletas frugívoras - 2023 EA-4
2ª Expedição de campo para coleta de 22/04 à 04/06/2023 EA-1, EA-2, EA-3 e
dados de borboletas frugívoras e 1ª coleta EA-4
de dados Masto/Aves - 2023
2ª Expedição de campo para coleta de 14 à 27/08/2023 EA-1, EA-2, EA-3 e
dados Masto/Aves - 2023 EA-4
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7. ReferenciasBibliográficas
8.
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