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FACULDADE MATER DEI

Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo

Isadora A. Cantu
Ketlyn Kindel
Daiane Mara Arenhart

TRABALHO DE PESQUISA
Pesquisa sobre as unidades de conservação da APA de Guaratuba (PR) e da
estação ecológica da Ilha do mel (PR).

Relatório de pesquisa acadêmica realizado


para a disciplina de Paisagismo 4, da Faculdade
Mater Dei, sobre unidades de conservação e
planos de manejo, solicitado como requisito
avaliativo parcial para o 1º bimestre.
Professora: Constança Lacerda Camargo.

Pato Branco
2018
1 INTRODUÇÃO

Após a lei federal nº 9.985/200, foram estabelecidos objetivos e critérios para


elaboração e gestão de unidades de conservação federais, estaduais e municipais. A
lei prevê a definição e a regulamentação das UC’s em diferentes categorias, as quais
podem ser classificadas como unidades de proteção integral ou de uso sustentável,
de acordo com as suas características e potencialidades.
As unidades de proteção integral admitem apenas o uso indireto de seus
recursos, os quais não envolvem consumo, coleta ou qualquer atividade que ofereça
dano aos recursos naturais locais. Neste caso, as visitações são controladas ou até
mesmo vetadas.
Já as unidades de uso sustentável preveem a exploração dos recursos
ambientais locais e diferentes graus de interferência humana para fins econômicos,
mas desde que ocorra a renovação destes recursos.
O objetivo deste trabalho é então levantar informações acerca da legislação e
exploração de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável,
para poder compreender e comparar as diferentes classificações.
Para isso, foram elaboradas pesquisas gerais sobre o planejamento e gestão
da unidade de uso sustentável da Área de Proteção ambiental de Guaratuba – Paraná
e da unidade de proteção ambiental da Ilha do Mel – Paraná.
Como subsidio para a pesquisa, foram realizados levantamentos nos sites das
prefeituras das cidades que abrigam as unidades e no plano de manejo de cada uma,
principalmente.
2 O QUE É PLANO DE MANEJO?

O Plano de Manejo é um documento que reúne um conjunto de atividades, que


visa planejar a gestão e o uso sustentável de uma Unidade de Conservação, sendo
assim, as UC’s poderão cumprir sua principal função, que é proteger os importantes
ecossistemas que abrigam. O plano estabelece diretrizes básicas para o manejo das
unidades, sempre tentando se manter atualizado e ajustado para as mudanças que
ocorrem ao decorrer da vivência. Porém, ele não se aplica somente às UC’s, como
também para seus arredores, como as vizinhanças, a sociedade em geral, moradores
e trabalhadores, com o objetivo de manter a proteção ambiental destas áreas.
Este plano visa a orientar a gestão das unidades, para assim definir os objetivos
do manejo. Com isso, é possível promover a integração da UC à vida econômica e
social das comunidades vizinhas, como também regras para visitação.
3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA APA DE GUARATUBA

Guaratuba é uma cidade do estado do Paraná que segundo o IBGE, tem uma
população 32.088 habitantes (dado de 2010). Por ser uma cidade localizada no litoral,
ela mostra grande potencial para turismo, com os rios, cachoeiras, represas, baías,
sítios arqueológicos, além de abrigar dois parques de grande importância à região:
Parque Estadual do Boguaçu (6.052 hectares) e o Parque Nacional Saint Lange
(24.267,914 hectares), e ambos não possuem um Plano de Manejo.

3.2 CLIMA

O clima mesotérmico temperado, do tipo chuvoso tropical (sempre úmido), é o


clima que predomina nesta APA. Sua temperatura é média de 21,1° C por causa do
seu rápido aquecimento do solo com o nascer do sol. Devido a este fator do
aquecimento, a umidade relativa do ar está, na maior parte do tempo maior que 85%.

3.3 HIDROGRAFIA

Os rios que estão localizados dentro do perímetro de abrangência da APA


pertencem à bacia do Atlântico Leste, que possui cerca de 242km², quase 2,8% do
total nacional. A maioria das fontes que abastecem os rios são provenientes de lençóis
subterrâneos, fornecidos pelas águas pluviais. A composição dos vales é o resultado
de erosões constantes dos agentes exógenos durante milhões de anos. Como os
leitos dos rios são cortados por terrenos rochosos e cristalinos, ocorre muitas vezes o
aparecimento de cascatas ou os chamados “véus-de-noiva”.

3.4 RELEVO

Esta região se situa na Serra do Mar que tem uma caracterização de um


acidentado relevo, falhas marcadas por paredes rochosas, com as drenagens
apresentando vales profundos e estreitos e vertentes íngremes. No interior da planície
costeira Atlântica, ao Leste, é mais caracterizada por um suave relevo, com planícies
aluvionares fluviais e com contribuição marinha.
3.5 FAUNA E FLORA

Existem poucos estudos na região sobre a fauna em consideração à


integridade biológica, porém nota-se que a APA de Guaratuba abriga uma muito
diversificada, com inúmeras espécies diferentes. Na planície, existem mais de 64
espécies de mamíferos confirmados, cinco deles endêmicas da Floresta Atlântica e
11 consideradas ameaçadas de extinção no Paraná.

3.6 SOCIOECONOMIA

O conjunto da APA vai de São José dos Pinhais, até Tijucas do Sul, onde 85%
total da população é do meio rural. Ao analisar Matinhos e Guaratuba, cidades que a
situação de vizinhança importante área portuária de Paranaguá, alia a condição de
balneários, determinando a população e a economia que combina com a multiplicação
de residentes em busca de trabalho e renda, com atração de uma população flutuante
nas temporadas de veraneio. Segundo os dados obtidos pelo Conselho do Litoral
(2004), o município de Pontal do Paraná possui o maior fluxo turístico de todo litoral
do estado. O município recebe 33% dos turistas que vêm ao litoral, seguido por
Matinhos com 21%, Paranaguá com 15%, Guaratuba com 12%, Morretes com 8%,
Antonina e Ilha do Mel com 5% e Guaraqueçaba com 1%.

3.7 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

3.7.1 Sobre o solo urbano:


Paranaguá, São José dos Pinhais, Guaratuba e Matinhos têm uma taxa de
urbanização um pouco superior a 75%, sendo considerados de média dimensão. Já
Morretes e Tijucas do Sul são classificados como municípios rurais de pequena
dimensão e menor diversidade de funções.

3.7.2 Sobre o solo rural:


É mais conhecida a cultura do plantio de milho, feijão, mandioca, cana de
açúcar, batata-salsa, abóbora, arroz e palmito, sendo para este agro comércio, 28,3%
do solo faz parte de lavouras temporárias. São principalmente lavouras de
subsistência, com excedente comercializado via atravessadores e no pequeno
comércio de beira de estrada. A maior participação de área de lavoura permanente,
ocupa-se 11,1%, mas as áreas com lavouras permanentes, ocupa-se 3,5%. A banana,
principal produto comercial, tem praticamente toda sua produção com base em
insumos químicos. Igualmente o gengibre. Este fato condiciona a qualidade dos rios:
segundo moradores, quase todos apresentando contaminação pelo uso dos
agrotóxicos. Na região da APA, 16,8% do seu perímetro consta florestas plantadas,
um dado que é de suma importância para casos de reflorestamento da área.
Segundo pesquisas publicadas pelo IBGE em 2002, existe predominância da
categoria proprietários sobre as demais, seguida pela do ocupante/posseiro. As
informações colhidas junto aos técnicos que atuam na região apontam posseiros
como categoria predominante. Fica o registro da necessidade de aprofundar o
conhecimento das questões da titulação das terras e a dupla apropriação dos lotes.

3.8 LEGISLAÇÃO BÁSICA DAS APAS

As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são unidades de conservação que


pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para a
preservação em longo prazo da diversidade biológica, mantendo o sistema baseado
numa linha fundamental conservacionista, alcançando desta maneira a sua
consolidação in situ, ou seja, no próprio lugar (SNUC, 2004).
As APA’s são caracterizadas como Unidades de Uso Sustentável, que têm
como meta principal “compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável
de parcela dos seus recursos naturais”. Estas UC’s geralmente englobam terras
ambas públicas e privadas, assim não há restrições para anular o direito de
propriedade ou impedir o seu exercício, neste ponto é notado uma das principais
dificuldades na elaboração de seu zoneamento ecológico, econômico e na sua
administração. Segundo Marchesan (2006): a proteção, preservação e recuperação
do patrimônio cultural brasileiro constituem princípios que deverão ser observados por
todos os Estados e Municípios na feitura de suas legislações, através de normas
específicas e particularizantes.
Existem orientações simples para compor o Zoneamento Ecológico Econômico
da APA, que estão inclusas na Resolução 10, de 14 de dezembro de 1988 do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Segundo a Resolução, o
zoneamento tem a obrigação de determinar normas de uso de acordo com as
condições locais bióticas, geológicas, urbanísticas, agro-pastoris, extrativistas,
culturais e outras. Através disso, a prática da instituição da APA foi reforçada, na
medida que ela necessita uma licença especial que deve ser concedida pela entidade
administradora da APA, para qualquer projeto de urbanização ou loteamento rural a
ser implantado em seu território. Várias atividades que antes eram legais, agora são
ilegais, como: terraplanagem, mineração, dragagem e escavação que venham a
causar danos ou degradação do meio ambiente ou perigo para pessoas.

4 PLANO DE MANEJO DA APA DE GUARATUBA

O Plano de Manejo de Guaratuba é um utensílio de planejamento que ajuda a


orientar a administração que conserve os recursos naturais da região, bem como
melhorias na qualidade de vida, visando melhorias para um futuro sustentável para o
planeta e também para as próximas gerações, buscando orientar programas, projetos
e ações que venham a ser realizados na região pelos diferentes grupos de interesses.
Sua meta é conciliar o uso consciente da área, proteger a rede hídrica e os
remanescentes da floresta atlântica, dos manguezais e também gerenciar o turismo
desordenado.
O consórcio GFA/Terra Systems-Silviconsult Engenharia criou um documento
com recursos provenientes do Programa Pró-Atlântica que foi revisado pelo IAP,
conforme a solicitação dos representantes organizadores, e posteriormente feita
devidas alterações. Na reunião do GAP em 2006, foi finalmente aprovada a versão
atual do Plano de Manejo da APA de GUARATUBA.
O plano está estruturado em três partes: uma caracterização geral,
compreendendo os aspectos relacionados ao seu contexto físico, legal, diretrizes
metodológicas bem como os diagnósticos e recomendações setoriais; o zoneamento
ecológico-econômico com a descrição de cada zona com as suas respectivas
peculiaridades e propostas de normas; e o sistema de gestão composto pela estrutura
de gestão participativa e os programas prioritários.
A APA de Guaratuba em cerca de 200 mil ha abrange parte dos Municípios de
Guaratuba (65,61% da APA), São José dos Pinhais (11,25%), Tijucas do Sul (9,24%),
Morretes (6,43%), Paranaguá (5,69%) e Matinhos (1,78%). Do ponto de vista
territorial, os maiores municípios que compõem a APA são Guaratuba (o maior de
todos e também aquele que tem a maior porção de seu território na APA), São José
dos Pinhais, Tijucas do Sul e Morretes. Os três juntos representam 85% da área total
da APA de Guaratuba.
Em consequência as questões ambientais, culturais, sociais e econômicas,
foram divididas em três unidades ambientais de gestão: Unidade Baía de Guaratuba
(áreas como a Lagoa do Parado e mais duas UC’s de proteção integral: o Parque
Nacional Saint-Hilaire/Lange, o Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange e o Parque
Estadual do Boguaçúl), a Unidade Limeira-Cubatão (caracterizada pelo forte uso
agrícola) e a Unidade BR-376 (região serrana, incluindo a represa Guaricana,
Chaminé e Vossoroca).
As unidades estão locadas em ambientes que incluem desde o relevo
acidentado da Serra do Mar, que é marcada por vários paredões rochosos e
drenagens em vales fundos, até um relevo suave, constituído por planícies
aluvionares fluviais, com alguma contribuição marinha, na porção leste. Já na região
do planalto, parte dos municípios de Tijucas do Sul e São José dos Pinhais, observa-
se um relevo constituído por colinas alongadas.
Levando em consideração o estado recente da APA de Guaratuba, o Conselho
traçou a meta de solucionar problemas que prejudicam o balanço entre os objetivos
socioeconômicos para com os ecológicos, como a pressão sobre a infraestrutura da
cidade que fica sobrecarregada devido a população flutuante que acaba por adensar
áreas sensíveis, checagem de ocupações ilegais em loteamentos sensíveis,
reflorestamento responsável sem o uso de espécies exóticas invasoras e por fim o
turismo sem planejamento, que acaba por ser um dos principais problemas para a
economia da cidade.
Existe uma questão muito preocupante nesta APA, que é o crescimento
populacional ocorrido devido a especulação imobiliária, por causa da localização da
região próxima à orla marítima, sendo os principais focos as praias de Guaratuba,
Matinhos e Caiobá, uma vez que a intensificação do turismo resulta no aumento de
vendas de apartamentos, casas e loteamentos.

Existem certos programas que são recomendados para a APA, como:


 Paraná Doze Meses
Projeto governamental para o setor agrícola, constituído com instrumentos de
apoio à política agrícola. Está em de implantação em algumas cidades do Paraná e
todas da APA de Guaratuba. Tem como meta aliviar a situação da pobreza rural,
capacitando os pequenos produtores usando a modernização tecnológica, gerando
novos empregos, proteção ambiental, melhoria das condições de habitação e
saneamento básico.

 Plantando Palmito
O Projeto Plantando Palmito tem como objetivo distribuir o plantio de palmito
entre as comunidades litorâneas que sobrevivem da extração do palmito de forma que
os palmiteiros saiam da clandestinidade e passem a atuar com responsabilidade
dentro da cadeia produtiva do palmito. A meta do projeto é de plantar de 6 milhões de
palmeiras. Economicamente falando, o projeto prevê a criação de receita permanente
através da exploração dos reflorestamentos de palmito, contribuindo para o aumento
da economia do litoral paranaense. Do ponto de vista ambiental, prevê a preservação
do palmito Euterpe edulis e manutenção da biodiversidade da Floresta Atlântica. Já
do ponto de vista social, prevê o envolvimento da comunidade no processo produtivo,
promovendo a distribuição de renda a melhorar a qualidade de vida da população
envolvida.

 Mata Ciliar
O objetivo é recuperar a floresta do Estado do Paraná, através de três
componentes básicos: o reflorestamento conservacionista, o reflorestamento
produtivo e a educação ambiental. Atualmente, mais de 248 municípios participam
deste programa, produzindo em média 25 milhões de mudas ao ano.

 Programa ICMS Ecológico


Desde 1991 o programa foi implantado, através da Lei Complementar no 59/91.
Esta lei estabelece o pagamento de ICMS ecológico (5% do total) aos municípios que
abrigam em seu território unidades de conservação ou mananciais de abastecimento
público.
Atualmente, todos os municípios da APA de Guaratuba participam do Programa
do ICMS
Ecológico com impacto sobre a receita total do ICMS variando entre 6,33%,
Paranaguá; e 40,88%, em Morretes (dados de 1999/CONSELHO DO LITORAL).

 Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado dos Municípios de Matinhos


e Guaratuba.

 Polo Agroecologia
Iniciado em 1999, tem o objetivo de ordenar, capacitar e apoiar às ações de
agroecologia feitas no Litoral do Paraná. Com a ajuda do programa Paraná 12 Meses,
foi realizado durante o ano de 2002 a capacitação dos empreendedores
agroecológicos regionais com vistas à qualificação de suas atividades,
competitividade e produtividade. Em fóruns regulares, articula hoje quase 20
instituições, incluindo todas as prefeituras municipais do litoral e suas respectivas
secretarias de agricultura e ambiente, o CEAO (coordenação), EMATER, IAPAR, IAP,
SEAB, SENAR, SEBRAE, e associações de produtores.

 Gerenciamento Costeiro
É um programa de Gestão Integrada da Zona Costeira do Paraná voltada para
a região marinha, como procedimento para integração e complementação da gestão
da faixa terrestre, a qual vem sendo proativa no âmbito dos planos diretores
municipais e as suas respectivas leis de uso e ocupação do solo.

Sendo assim, conforme a evolução das técnicas e modelos simples da faixa


marinha da zona costeira, feita através da construção dessa proposta de
disciplinamento, demanda por um lado a complementação de informações e novas
pesquisas e, de outro lado, o envolvimento de atores como a Marinha do Brasil
(capitania dos portos), a Secretaria do Patrimônio da União, o IBAMA, o Ministério da
Agricultura e do Abastecimento, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(EMATER), o Instituto Ambiental do Paraná (IAP),além de organismos de âmbito local,
que têm assento nas Câmaras Técnicas do Conselho do Litoral.
5 ZONEAMENTO DA APA DE GUARATUBA

Em resumo, o zoneamento é a divisão territorial parcelada com algumas


condições de ocupação similares. Este é um instrumento considerado permanente do
processo de planejamento, com objetivo de fazer a organização do uso do solo,
também como facilitar a gestão. O território da APA foi dividido em 32 zonas, sendo
elas:
Zonas de Proteção Ambiental (total de 5) – Para esta área a principal política é
preservar espaços que tenham a função principal de proteger a biodiversidade,
patrimônios culturais, com normas de controle bastante rigorosas;
Zonas de Conservação Ambiental (total de 13) – Nestas zonas, pode-se
ocupar o território sob condições adequadas de manejo e de utilização sustentável
dos recursos naturais. Nelas predominam recursos e fatores ambientais alterados pelo
processo de uso e ocupação do solo, mostrando níveis diferenciados de fragilidade,
conservação e de mudanças, portanto devem ser planejado juntamente com os
objetivos e necessidades específicas de conservação ambiental. As normas de uso e
ocupação do solo devem estabelecer condições de manejo dos recursos e fatores
ambientais para as atividades socioeconômicas. Devem também refletir medidas
rigorosas de conservação aplicadas às peculiaridades ambientais frágeis ou de valor
relevante, presentes na área;
Zonas de Uso Agropecuário (Resolução 010/88 CONAMA) (total de duas)–
São áreas que já têm uma atividade sendo desenvolvida, porém deve existir uma
permanente busca de tecnologias que compatibilizem a competitividade no mercado
com o uso racional dos recursos naturais e a diminuição no uso de defensivos
químicos;
Zonas de Usos Especiais (total de duas) – são as unidades de conservação
existentes no perímetro da APA de Guaratuba: o Parque Nacional de Saint-
Hilaire/Lange e o Parque Estadual do Boguaçú. Estas unidades são regidas por
normas próprias que são apresentadas em seus planos de manejo, devido ao seu alto
nível de restrição;
Áreas de Proteção Especial – Em número de doze (11). São áreas de grande
fragilidade ambiental;
Baía de Guaratuba – Área cujo zoneamento será feito posteriormente pela
equipe SEMA, através do Programa Nacional do Meio Ambiente – PNMAII;
6 PLANO DE MANEJO DA ESEC ILHA DO MEL

A Ilha do Mel está localizada na parte central do litoral do estado do Paraná,


ocupando uma área de aproximadamente 2.760 ha (Figueiredo, 1954). Seu relevo e
sua vegetação proporcionaram a formação de diversas praias. As praias inseridas na
Estação Ecológica da Ilha do Mel são: Praia da Fortaleza, Praia da Ponta do Bicho,
Praia do Farol do Cassual, Praia da Ponta do Hospital, Praia da Ponta Oeste/
Coroazinha e Praia do Cedro. Já as praias inseridas no seu entorno são: Encantadas
ou Prainha, Praia do Miguel, Praia Grande e Praia do Belo. As praias do Farol, do
Istmo, do Limoeiro, Nova Brasília e de Fora encontram-se na região central da ilha,
também na região do entorno (SEMA, 2004)
A ilha do mel é uma formação geológica coberta pela Mata Atlântica, dividindo-
se em 2 categorias de unidades de conservação, sendo elas de proteção integral da
diversidade biológica. Cerca de 95% da superfície da ilha constitui uma estação
ecológica, que tem como objetivo a preservação e reconstituição de manguezais,
restingas, brejos litorâneos e caxetais. JÁ os 5% restantes constituem um parque, que
tem como objetivo a preservação e reconstituição dos seus ambientes naturais de
praia, costões rochosos, importantes remanescentes da floresta ombrófila e de terras
baixas associada à floresta da restinga.
A ilha do mel é um dos pontos turísticos mais visitados do paraná. As áreas de
preservação possuem como entorno belíssimas praias e atrativos turísticos, como a
Fortaleza de Nossa Sra. Dos Prazeres, o Morro do Farol e a Gruta das Encantadas.
O PARQUE oferece além da preservação, a visitação pública, educação
ambiental, lazer de forma conscientizada e ordenada, e a pesquisa científica.
Já a ESTAÇÃO ECOLÓGICA, mais restritiva, prioriza a preservação e a
pesquisa científica, sendo que a visitação pública só será permitida mediante a
autorização do IAP e com fins educativos.
Para a elaboração de um Plano de Manejo, é necessário entender as
características ambientais e socioeconômicas do local, o que é levantado a seguir.

6.1 CLIMA

Para caracterização climática da Estação Ecológica foram utilizados os dados


disponíveis para a Ilha do Mel, disponibilizados na internet pela empresa Somar
Meteorologia1, referentes ao período entre 1961 e 1990. O clima é de transição entre
o tropical e o subtropical, super-úmido, sem estação seca e sem ocorrência de geadas
Segundo a empresa, as médias mensais de temperaturas mínimas no período
variam entre 12oC em julho e 19,4oC em janeiro, enquanto que as médias mensais
de temperaturas máximas variam entre 20,2oC em setembro e 28,2oC em janeiro
(Figura 3.04). Por sua vez, ainda conforme a Somar (2011), a precipitação média
mensal na Ilha do Mel apresenta variação entre 67,2 mm em julho e 293,9 mm em
fevereiro, o que representa uma amplitude significativa de 226,7 mm ou 340% entre o
mês mais seco e o mais chuvoso

6.2 HIDROGRAFIA

A Estação Ecológica da Ilha do Mel está situado, segundo a Superintendência


de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do Paraná, na
Bacia Litorânea, região também denominada por Bacia Atlântica ou Bacia Costeira do
Sul e Sudeste. A Bacia Litorânea é formada por rios e riachos que compõem um
conjunto de subbacias relativamente pequenas que nascem na vertente leste da Serra
do Mar e escoam para o Oceano Atlântico. Os rios são de pequeno porte, baixa vazão,
porém com aumentos de vazão durante curtos períodos, devido às chuvas, tornando
esses ambientes caracteristicamente instáveis.

6.3 RELEVO

Há cem mil anos, o nível do mar estava aproximadamente a 120 metros acima
do atual. Nesta época, os morros da Ilha formavam um arquipélago. De lá para cá, o
mar recuou e avançou várias vezes. Essa sucessão de eventos formou a Ilha do Mel
como é vista hoje, com formação de terraços, cordões litorâneos e dunas. A areia
marrom que se observa nas praias do Farol e de Nova Brasília tem cinco mil anos e
sua coloração deve-se à presença de matéria orgânica. O ponto mais alto da Ilha do
Mel localiza-se no Morro do Miguel (Morro Bento Alves), com 151 metros.
6.4 FAUNA E FLORA

A tipologia de vegetação mais representativa na Ilha do Mel é a Floresta


Ombrófila Densa das Terras Baixas que recobre a planície litorânea, abrangendo uma
área aproximada de 1.341,89 ha, cerca de 50% da cobertura vegetacional da Ilha.
Desse total, é importante ressaltar que, 1.339,07 ha estão preservados e protegidos
pelas Unidades de Conservação existentes na Ilha.
No Parque estão registrados 122 espécies de mamíferos, representando 66%
da diversidade do Estado do Paraná, como tatus, cachorro do mato, quati, mão-
pelada, caleto, veado, capivara, cutias e outros. Ali também vivem cerca de 177
espécies de aves.

6.5 SOCIOECONOMIA

O conjunto da APA vai de São José dos Pinhais, até Tijucas do Sul, onde 85%
total da população é do meio rural. Ao analisar Matinhos e Guaratuba, cidades que a
situação de vizinhança importante área portuária de Paranaguá, alia a condição de
balneários, determinando a população e a economia que combina com a multiplicação
de residentes em busca de trabalho e renda, com atração de uma população flutuante
nas temporadas de veraneio. Segundo os dados obtidos pelo Conselho do Litoral
(2004), o município de Pontal do Paraná possui o maior fluxo turístico de todo litoral
do estado. O município recebe 33% dos turistas que vêm ao litoral, seguido por
Matinhos com 21%, Paranaguá com 15%, Guaratuba com 12%, Morretes com 8%,
Antonina e Ilha do Mel com 5% e Guaraqueçaba com 1%.

6.6 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A ESEC da Ilha do Mel está localizada dentro do perímetro delimitado pelo


Ministério do Meio Ambiente - MMA como área de extrema importância e de muito alta
prioridade para a conservação. Além disso, a unidade de conservação é significativa
também em termos da conservação do remanescente de Mata Atlântica do Estado do
Paraná
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica inclui diferentes formações florestais
e ecossistemas terrestres e marinhos que compõem o Domínio Mata Atlântica,
envolvendo inclusive unidades de conservação. Esta estruturada em três tipos de
zonas: Núcleo, Amortecimento e Transição. A zona Núcleo é uma área legalmente
protegida e claramente delimitada no território, possuindo o objetivo de conservar a
biodiversidade e os demais recursos naturais. Já a zona Tampão possui o objetivo de
minimizar os impactos ambientais negativos sobre as zonas núcleo e promover a
qualidade de vida das populações que nela habitam, especialmente as comunidades
tradicionais. Por fim, a zona de Transição abrange toda a zona de Amortecimento e,
por consequência, toda a zona Núcleo da Reserva (Conselho Nacional Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica, sem ano). A zona de transição destina-se prioritariamente
ao monitoramento, à educação ambiental e à integração da Reserva e seu entorno,
onde (no entorno) predominam áreas urbanas, agrícolas e industriais de uso e
ocupação intensos (Lino, 2007). A Estação Ecológica da Ilha do Mel insere-se na
Zona Núcleo da Reserva.

6.7 LEGISLAÇÃO BÁSICA ESECs

A categoria Estação Ecológica (ESEC) foi instituída pela Lei Federal nº 6.902
de 27 de abril de 1981. Em seu art. 1º, § 1º e 2º noventa por cento (90%) ou mais da
área da ESEC será destinada, em caráter permanente, e definida em ato do Poder
Executivo, à preservação integral da biota. E na área restante, desde que haja um
plano de zoneamento aprovado, segundo se dispuser em regulamento, poderá ser
autorizada a realização de pesquisas ecológicas que venham a acarretar
modificações no ambiente natural. Já o § 1º do art. 7º dispõe sobre as proibições na
área da Estação Ecológica: presença de rebanho de animais domésticos de
propriedade particular; exploração de recursos naturais, exceto para fins
experimentais, que não importem em prejuízo para a manutenção da biota nativa,
ressalvado o disposto no § 2º do art. 1º; porte e uso de armas de qualquer tipo; porte
e uso de instrumento de corte de árvores; e porte e uso de redes de apanha de animais
e outros artefatos de captura.
7 PLANO DE MANEJO DA ILHA DO MEL

O interesse pela proteção do patrimônio histórico e cultural da Ilha do Mel é


antigo, sendo que em 1955 a Ilha foi tombada como Patrimônio Histórico, Artístico e
Natural do Paraná (Lei 1.211/1953), com o objetivo de proteger a fauna, flora e
sambaquis existentes na Ilha. Mais tarde, no início dos anos 80, com a criação da
Comissão Especial para Estudos das ilhas do Litoral Paranaense, buscou-se estudar,
adotar providencias e normatizar as atividades desenvolvidas nas Ilhas do Estado, em
especial a de Superagui e do Mel. Esses estudos apontaram a necessidade de pensar
com especial atenção os moradores permanentes (pescadores) da Ilha. Dessa forma,
foram realizados estudos mais detalhados culminando na proposição de ações
ambientais como recomposição das encostas, produção de mudas e sensibilização
das comunidades sobre o ambiente natural da Ilha. Como ação posterior, foi instituído
em 1981 o Plano de Uso da Ilha do Mel (Figura 3.03), com o objetivo de preservar o
meio ambiente e os bens culturais definindo a ocupação do seu solo e promover a
melhoria da qualidade de vida dos ilhéus (IAP, 1996). Nele, a área que atualmente
compõe a UC foi destinada como Estação Ecológica

8 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA ILHA DO MEL

A avaliação estratégica da Estação Ecológica da Ilha do Mel tem por objetivo


analisar a situação geral da Unidade de Conservação, em relação a fatores internos
e externos que condicionam o manejo e o cumprimento dos objetivos de criação da
Unidade.
Com os dados obtidos a partir do diagnóstico ambiental e da Oficina de
Pesquisadores, foi preenchida uma Matriz de Avaliação Estratégica, por meio da qual
foi possível identificar os pontos fortes e pontos fracos da Estação, assim como, as
oportunidades e ameaças que exercem influência no mesmo.
A análise da matriz consiste numa atividade sistemática que visa orientar a
organização e o manejo da UC. Ela é feita cruzando-se os pontos fortes com as
oportunidades, quando se obtém, para o manejo adequado da área, as forças
impulsionadoras que redundaram nas principais premissas ofensivas ou de avanço.
O mesmo é feito com os pontos fracos e as ameaças, quando se obtém as forças
restritivas que resultam nas principais premissas defensivas ou de recuperação, que
serão objeto das ações mais urgentes por parte do Órgão Gestor da Estação
Com base nessas prerrogativas citadas, na contextualização local, regional,
federal e internacional; assim como, nos conhecimentos obtidos a partir do diagnóstico
socioambiental, relacionam-se a seguir, os objetivos específicos da Estação Ecológica
da Ilha do Mel:
Preservar a biodiversidade representada nos diferentes ecossistemas
existentes na Estação;
Incentivar a realização de pesquisa científica, visando o maior conhecimento
biótico e abiótico, com ênfase nos ecossistemas litorâneos;
Realizar pesquisas sobre a flora e a fauna de manguezais e de Florestas
Ombrófilas de Terras Baixas.
Incentivar estudos sobre a dinâmica dos ecossistemas litorâneos e sobre a
biota de ilhas;
Proteger e estudar os sítios arqueológicos existentes na Estação Ecológica;
Proteger espécies da fauna e da flora da Estação Ecológica;
Preservar amostras de várias unidades ambientais presentes na planície
costeira; − Proteger as espécies de populações emblemáticas de fauna, como o
papagaio-de-cararoxa e o jacaré-de-papo-amarelo;
Conservar a cobertura vegetal original da área, como forma de proteção do solo
e do ecossistema instalado;
Proteger o patrimônio genético particular de herpetofauna, ictiofauna e flora
insular; − Contribuir para a implementação dos objetivos da reserva da biosfera
Iguape-CananéiaParanaguá, do Corredor Ecológico da Mata Atlântica e também do
Mosaico de Unidades de Conservação LAGAMAR;
Permitir o desenvolvimento de visitas técnicas e atividades de educação
científica referente ao patrimônio natural e cultural.
9 ZONEAMENTO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA ILHA DO MEL

A elaboração do zoneamento da Estação Ecológica da Ilha do Mel baseou-se


no Plano de Manejo de 1996, na legislação atual e no “Roteiro Metodológico de
Planejamento: Parque Nacional, Reserva Biológica e Estação Ecológica” (IBAMA,
2002), tendo um maior aprofundamento devido a maior quantidade de informações
técnicas adquiridas durante o processo de revisão. Baseados nesses critérios e nos
objetivos de manejo da Estação foram definidas as seguintes zonas: Intangível,
Primitiva, Histórico-cultural, Uso Especial e Uso Conflitante. A Tabela 4.03 e Figura
4.03 apresentam as zonas definidas para a Estação e suas respectivas áreas:
Zona intangível: onde a natureza permanece o mair preservada possível, sem
tolerar alterações humanas, mas permitindo atividades humanas regulamentadas.
Zona dedicada à proteção integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao
monitoramento ambiental.
Zona primitiva: Esta zona é onde pode ter ocorrido pequena ou mínima
intervenção humana, contendo espécies de flora e fauna ou fenômenos de grande
valor científico. O objetivo geral do manejo é preservar o ambiente natural e ao
mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa científica e educação ambiental
permitindo-se formas criativas de recreação.
Zona Histórico-cultural: É a zona onde são encontradas amostras do patrimônio
gistórico/cultural ou arqueopaleontológico. Tem o objetivo geral de proteger os sítios
históricos ou arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente.
Zona de uso especial: Contém áreas necessárias para a administração da UC.
São áreas escolhidas e controladas, com o objetivo de minimizar o impacto da
implantação de estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural ou cultural da
Unidade.
Zona de uso conflitante: São os espaços dentro da unidade de conservação
que foram implantados antes da criação da UC, dessa forma conflitando com o
zoneamento proposto. O planejamento para essas áreas é de administra-las de forma
a minimizar os impactos para o ambiente natural.
Zona de amortecimento: é o a borda da unidade de conservação, como um anel
que serve como uma barreira para minimizar o conflito entre uma UC e o seu entorno.
10 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA

 Fiscalização
As atividades de fiscalização são realizadas pela gestão da Ilha do Mel,
também vinculada ao IAP, por meio de circulação pelas comunidades e locais da
Unidade. Não há um esquema de frequência de rondas e de área é vistoriada para o
Parque, bem como um posto de fiscalização avançado e instrumentos de controle.
 Pesquisas
Apesar de suas diferentes oportunidades de pesquisa, para a Estação
Ecológica são registradas no cadastro do IAP apenas 1 solicitação de pesquisa e 3
apresentações de resultados. Nesse cadastro constam as entradas apresentadas na
Tabela 3.25 e as pesquisas que apresentaram os respectivos resultados na Tabela
3.26

 Educação ambiental
Não há qualquer atividade de educação ambiental sistemática vinculada a
Unidade de Conservação
 Pessoal
Até o momento da construção desse Plano de Manejo não havia pessoal
lotado na Unidade de Conservação, nem pessoal cedido por outras instituições ou
contratado.
Infraestrutura, equipamentos e serviços;
Não há infraestrutura, equipamento ou serviço na Estação Ecológica da Ilha do
Mel. Existe apenas a Trilha denominada Caminho da Luz ou dos Postes que cruza o
trecho da Estação entre Nova Brasilia e Fortaleza.

11 AÇÕES GERENCIAIS GERAIS DEFINIDAS PELO PLANO DE MANEJO DA


UNIDADE

Por definição, áreas de atuação são espaços específicos que visam o


gerenciamento da Unidade de Conservação. O planejamento por áreas de atuação,
no contexto do zoneamento definido para a Estação Ecológica da Ilha do Mel, insere
a especialização das ações gerenciais gerais internas, de acordo com os diferentes
temas: Operacionalização, Proteção e Manejo; Pesquisa e Monitoramento, Educação
Ambiental e Integração Externa. Para a Zona de Amortecimento, são definidas as
ações gerenciais gerais externas, contextualizadas no tema Integração Externa.
Para a Estação Ecológica da Ilha do Mel são propostos os seguintes programas
temáticos:
a) Programa de Operacionalização; o qual defina e planeja as principais ações
necessárias a coreta operação das Unidades de Conservação. Esse programa tem
subprogramas de administração, edificações e infraestrutura, consolidação dos limites
da estação e subprograma de fiscalização. Apesar de a esec não possuir uma
infraestutura adequada, esse programa de operacionalização define algumas
estruturas básicas que a UC deve possuir.
b) Programa de Proteção e Manejo; esse diz respeito às ações e atividades
necessárias para proporcionar a melhoria da qualidade ambiental da Estação
Ecológica e do Parque Estadual, disponibilizar recursos suficientes para o
restabelecimento e manutenção da biodiversidade, por meio de ações de manejo.
Este é constituído pelos subprogramas de gestão de resíduos sólidos, e subprograma
de prevenção e combate a incêndios.
c) Programa de Pesquisa e Monitoramento;
O presente programa objetiva a obtenção de informações práticas sobre as
condições ambientais da Estação Ecológica, inclusive com vistas a propiciar melhorias
contínuas no processo de gestão. Tais programas foram concebidos em conformidade
com os objetivos gerais preconizados no SNUC para Unidades de Conservação na
categoria “Estação Ecológica”.
d) Programa de Educação Ambiental; Este Programa trata da organização de
atividades que oportunizem a população local, conhecimentos e valores do patrimônio
natural e cultural da área. Tem como objetivo promover a valorização e compreensão
do patrimônio natural da Estação e de suas inter-relações com o patrimônio cultural
no cotidiano das comunidades estabelecidas no entorno, bem como desenvolver no
visitante e nas comunidades do entorno o entendimento sobre os principais valores
de conservação da natureza, além da consciência socioambiental acerca da
relevância da Estação como patrimônio natural e cultural da comunidade local.
e) Programa de Integração Externa
O Programa de Integração Externa apresenta as linhas de ações específicas
para serem realizadas junto à comunidade residente no entorno das Unidades de
Conservação (Parque e Estação Ecológica). Tal programa tem como objetivo de
Integrar as comunidades com a Estação Ecológica e com o Parque Estadual da Ilha
do Mel.
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS | COMPARATIVO

Tanto a APA de Guaratuba, quanto a Ilha do Mel, são regiões litorâneas do


estado Paraná e ambas as unidades de conservação possuem seus respectivos
planos de manejo, os quais orientam projetos e ações para que se façam usos
conscientes dessas áreas de modo a garantir a conservação dos recursos naturais de
cada uma.
Após análise de seus planos e diretrizes de gestão, pode-se observar que cada
uma engloba diferentes níveis de exploração e atividades. Enquanto a APA de
Guaratuba se trata de uma unidade de conservação de uso sustentável e, portanto,
possui um zoneamento mais flexível que vai das zonas de proteção e conservação
até o uso agropecuário, a Ilha do Mel, que é uma unidade de conservação de proteção
integral, é bem mais restritiva em sua legislação de ordenamento territorial.
Mas, apesar de diferentes em suas tipologias conservacionistas, elas possuem
características semelhantes no que se relaciona a ameaças externas, tais como o
turismo e a especulação imobiliária.
O incentivo a preservação e educação ambiental é uma realidade que se faz
presente nas duas unidades, mas por se tratarem de regiões praianas turísticas, deve-
se haver um maior rigor em relação a fiscalização da efetivação das suas propostas
de gestão, uma vez que o turismo desornado, aliado a intensificação da oferta de
locação de casas, hotéis, pousadas (...) pode acabar desencadeando um crescimento
urbano e populacional que compromete a preservação dessas unidades.
13 REFERÊNCIAS

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ (Paraná). Secretaria do Estado do Meio


Ambiente e Recursos Hídricos (Org.). Plano de Manejo: Estação Ecológica Ilha do
Mel. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/pagina-1369.html>. Acesso em: 15 set.
2018.
ESTADO DO PARANÁ, Área de Proteção Ambiental de Guaratuba. Disponível
em:
<http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=121
>. Acesso em: 10 de set. de 2018.
IAP, ESTADO DO PARANÁ. Plano de Manejo. Disponível em:
<http://www.iap.pr.gov.br/.Acessado em: 10 de setembro de 2018>. Acesso em: 10 de
set. 2018
CONSELHO DO LITORAL. Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado.
Disponível em: < http://www.colit.pr.gov.br/arquivos/File/pontal_diagnostico.pdf>.
Acesso em: 08 de set. de 2018.
MARCHESAN, Ana Maria Moreira. O estatuto da cidade e os novos
instrumentos urbanísticos de proteção ao patrimônio cultural. Disponível em:
<http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/9/docs/doutrina_estatuto_da_cidade_
patr._cult..pdf>.Acesso em 11 de set. 2018.
DA SILVEIRA, Claudinei Taborda. Estudo Das Unidades Ecodinâmicas Da
Paisagem Na
Apa De Guaratuba / Pr: Subsídios Para O Planejamento Ambiental. Disponível
em: <
https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/1911/Estudo%20das%20Uni
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uaratuba-PR.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 11 de set. de 2018

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