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Princípios sobre recomposição de áreas degradadas

Biólogo Ingo Isernhagen e colaboradores - Embrapa Agrossilvipastoril


Sinop, MT – dez/2014
LEI
Acordos multilaterais
Organizações Órgão
civis Agricultor ambiental

Problema: recompor
APP ou RL
Financiadores Cientistas
Infraestrutura

Técnicos Sociedade /
Mercado
Funções da vegetação nativa
- Conservação da água e do solo
- Regulação do microclima
- Conservação da biodiversidade regional - endemismos
- Renda complementar na propriedade rural

SERVIÇOS AMBIENTAIS, DE GRAÇA!!!


A árvore e a vegetação nativa na paisagem rural

APP
Plantios Reserva Legal
comerciais
Sistemas
SAFs integrados

Fruticultura
Carbono

Outros usos
Mudas e (arborização,
sementes cercas vivas etc.)
Importante manter BOAS
PRÁTICAS também
fora da APP e RL!
- Manejo do solo
- Uso racional dos recursos hídricos e de
energia
- Sanidade animal e vegetal
-Diversificação da produção – iLPF,
piscicultura, apicultura, arborização de
pastagens, etc
Tendências multilaterais em estimular a gestão e diversificação
da paisagem rural
“Pé no chão”!

O que é adequação
ambiental? Um processo!
- Diagnóstico das regularidades e
irregularidades legais (APPs e RLs)

- Planejamento considerando
bacia hidrográfica / paisagem /
áreas protegidas por lei (Unidades
de Conservação, Terras Indígenas
– corredores ecológicos)

- Cadastro Ambiental Rural (CAR)


 Programas de Regularização
Ambiental (PRAs)
O que levar em conta para recomposição de APP e RL?

COLETA E
ARMAZENAMENTO DE PRODUÇÃO DE
SEMENTES MUDAS

ESTRATÉGIAS DE
RESTAURAÇÃO
FLORESTAL

Em cada parte do processo há várias perguntas a serem


respondidas e cuidados a serem tomados!
É possível recompor
uma área degradada?

SIM!!
Mas nem sempre é fácil e barato,
e é praticamente impossível
retornar à situação original!

Conservar sai bem mais barato!!

Fonte: Manual para recuperação do Rio São Lourenço, TNC, 2008.


Premissas para recomposição
Potencial de dispersão das
comunidades do entorno para
a área degradada

Funções diferenciadas das


espécies na área degradada

Capacidade de sustentação
da área degradada
As principais estratégias
Aproveitar ao máximo o potencial de auto-regeneração local!

Fonte: Manual para recuperação do Rio São Lourenço, TNC, 2008.


Estratégia 1:
Aproveitamento da
regeneração natural

Avaliar histórico de uso


da área e proximidade de
fragmentos bem
conservados de
vegetação nativa

Fonte: Manual para recuperação do Rio São Lourenço, TNC, 2008.


Baixo potencial de regeneração natural e
de chegada de propágulos – uso histórico intensivo
Alto potencial de regeneração natural e
de chegada de propágulos – degradação recente e fonte próxima
Estratégia 2: Adensamento e enriquecimento

Fonte: Manual para recuperação do Rio São Lourenço, TNC, 2008.


Estratégia 3 -
Implantação de espécies em área total
Plantio de mudas

Canarana, 18 meses
Semeadura direta mecanizada
Área antes da implantação
Semeadura direta (em linha) de preenchimento
(Araras, SP)
2 anos e 9 meses após implantação
Semeadura direta (em linha) de preenchimento
(Araras, SP)
Semeadura direta (em linha) de preenchimento 6 anos após implantação
(Araras, SP)
Implantação e manutenção:
quais as “melhores”
tecnologias?

Avaliação caso a caso


Manutenção é crucial!
Mato- Formigas, cupins
competição e afins

Fogo

Adubação? Outros manejos?


Monitoramento  Indicadores para retroalimentar modelos
Cada vez mais pesquisas sobre como “usar” a biodiversidade
Projeto “Recomposição de Reservas Legais como sistemas
de conservação e produção na região de transição
Amazônia/Cerrado e no Cerrado – Fase 2” (Embrapa)

Objetivo geral:
Desenvolver estratégias técnico-científicas e econômicas
para a recomposição de Reservas Legais em ecorregiões de
transição dos biomas Amazônia e Cerrado e Cerrado, nos
estados de Mato Grosso e Rondônia.
Tratamento Descrição
T1 Plantio de mudas de eucalipto + nativas
T2 Plantio de mudas de espécie comercial 2 + nativas
T3 Plantio de mudas nativas
T4 Semeadura direta em área total
T5 Semeadura direta em linha
T6 Condução de regeneração natural
T7 Plantio de mudas nativas (sem exploração econômica futura)
Locais dos experimentos

Guarantã do Norte, MT
Transição
Cerrado/Amazônia

Sinop, MT
Transição
Cerrado/Amazônia

Canarana, MT
Cerrado

Campo Novo do
Parecis, MT
Cerrado

Vilhena, RO (Cerrado): a ser implantado nas chuvas 2014-2015


41 espécies nativas utilizadas até o momento
Sinop - Transição Guarantã do Norte Campo Novo do
Canarana -
Família Nome científico Nome popular "Função" principal Cerrado / - Floresta Parecis -
Cerrado
Amazônia Amazônica Cerrado
Anacardiaceae Anacardium nanum A.St.-Hil. Caju-do-cerrado Fruto x
Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Caju Fruto x x
Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Schott Guaritá Madeira x
Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Madeira x x
Anacardiaceae Spondias mombin L. Cajazinho Fruto x
Apocynaceae Aspidosperma cf. discolor A.DC. Peroba Madeira x
Arecaceae Euterpe oleracea Mart. Açaí Fruto x x
Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Ipê-roxo Madeira x x
Bignoniaceae Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose Ipê-amarelo Madeira x x x
Bixaceae Bixa orellana L. Urucum Condimento x
Boraginaceae Cordia cf. glabrata (Mart.) A.DC. Louro-Preto Madeira x
Burseraceae Trattinickia rhoifolia Willd. Amescla Madeira x
Calophyllaceae Calophyllum brasiliense Cambess. Guanandi Madeira x
Caryocaraceae Caryocar brasiliense A.St.-Hil. Pequi Fruto x
Combretaceae Buchenavia cf. tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard Mirindiba Madeira x
Euphorbiaceae Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll.Arg. Seringueira Látex x
Euphorbiaceae Mabea fistulifera Mart. Mamoninha Preenchimento x x
Fabaceae – Caesalpinioideae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Garapeira Madeira x
Fabaceae – Caesalpinioideae Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Óleo, madeira x x x
Fabaceae – Caesalpinioideae Hymenaea courbaril L. Jatobá Fruto, madeira x x x
Fabaceae – Caesalpinioideae Hymenaea stigonocarpa Hayne Jatobá Madeira, fruto x
Fabaceae – Caesalpinioideae Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby Paricá, pinho-cuiabano Madeira x
Fabaceae – Caesalpinioideae Tachigali vulgaris L.F. Gomes da Silva & H.C. Lima Carvoeiro, tachi, justa-conta Preenchimento x
Fabaceae - Faboideae Dipteryx alata Vogel Baru Fruto x x
Fabaceae - Faboideae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Champanha, cumaru Madeira x x
Fabaceae - Mimosoideae Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul Angico Madeira x
Fabaceae - Mimosoideae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Tamboril, timboril Preenchimento x x
Fabaceae - Mimosoideae Enterolobium cf. schomburgkii (Benth.) Benth. Faveira, sucupira-amarela Preenchimento x
Fabaceae - Mimosoideae Enterolobium timbouva Mart. Tamboril Preenchimento x
Lauraceae Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez Itaúba Madeira x
Lecythidaceae Bertholletia excelsa Bonpl. Castanheira Fruto x
Lecythidaceae Cariniana cf. estrellensis (Raddi) Kuntze Jequitibá Madeira x
Malvaceae Ceiba pentandra (L.) Gaertn. Sumaúma, paineira Madeira x
Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. Mutambo Preenchimento x x
Malvaceae Sterculia apetala (Jacq.) H.Karst. Chichá Fruto x x
Melastomataceae Bellucia grossularioides (L.) Triana Jambo-da-mata Preenchimento x
Meliaceae Cedrela odorata L. Cedro Madeira x
Rubiaceae Genipa americana L. Genipapo Fruto x x
Sapindaceae Magonia pubescens A.St.-Hil. Tingui Madeira x
Urticaceae Cecropia sp. Embaúba Preenchimento x x
Exóticas
Fabaceae - Mimosoideae Acacia mangium Acácia Madeira, melífera x
Malvaceae Ochroma pyramidale Pau-de-balsa Madeira x
Meliaceae Khaya ivorensis Mogno Madeira x x
Myrtaceae Eucalyptus var. urograndis (clones H13 e I144) Eucalipto Madeira x x x x
Instalação das áreas experimentais

Canarana – dez/2011 Sinop – dez/2012

Guarantã do Norte – jan/2013 Campo Novo do Parecis – jan/14


Canarana, MT (Fazenda Angaiá)
Guarantã do Norte, MT (Fazenda Sinuelo)
Campo Novo do Parecis, MT (Fazenda S.J. Membeca)
Sinop, MT (CPAMT)
Dias de campo

Canarana (3) Guarantã do Norte (3)

Primeiro ciclo de palestras e dia de campo no CPAMT – 10/12/2014


Parceria com Rede de Sementes do Cerrado (Semeando o Bioma Cerrado)
A ideia do projeto é dar muitos frutos!
E madeiras, óleos, polpas, resinas, sementes, serviços ambientais...

Obrigado

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