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Ecologia de Populações e

Comunidades
Profa. Isabel Belloni Schmidt
Dept. Ecologia – UnB
isabels@unb.br

Condições Ambientais
História de vida
Determinantes do Clima e produ1vidade primária

Incidência da luz é espacialmente


heterogênea 2
Incidência da luz é espacialmente heterogênea

3
Pirâmides tróficas
Por que pirâmides de
energia/biomassa são
invertidas nos sistemas
aquáticos?

Altas taxas de
produtividade/consumo
da base da cadeia trófica
(fito e zooplâncton)

Ecologia 1 01/23 - Energia no ecossistema


Eficiência ecológica

Fonte: Cain et al 3ª ed. P. 478 Ecologia 1 01/23 - Energia no ecossistema


(Cap. 20)
Fundamentos em Ecologia – Colin R. Townsend, Michael Begon e John L. Harper
Onde está a biodiversidade?
O que influencia padrões de biodiversidade?

• Quantidade de recursos (luz, água, temperatura,


nutrientes);
• Heterogeneidade espacial (topografia, geologia,
microhabitats);
• Heterogeneidade climática (diária e anual);
• Interações biológicas
Onde está a biodiversidade?
(ambientes aquáticos)
Heterogeneidade de recursos - luz

Quantidade de luz (energia) nos trópicos é > que em ambientes temperados

Inclinação da Terra – estações do ano

Maior área conBnental no hemisfério norte → variação anual de temperatura


Luz e temperatura – ventos e umidade
Ar quente pode reter mais pressão de água do que ar frio

Quantidade de vapor de água na atmosfera


30º laKd.: ar resfriado (< umidade) →
torna-se denso e desce

Equador: ar quente (> umidade) →


expande e sobe

30º latid.: ar resfriado (< umidade) →


torna-se denso e desce
Cinturões de alta pressão subtropicais – ar seco desce e
captura umidade próximo aos trópicos
Ventos alísios também influenciam correntes marí@mas
Circulação termoalina
Altitude também influencia precipitação e clima
Escala regional e local
Cadeias montanhosas – sombras de chuva
Efeito da altitude e latitude no clima e nos
biomas
Mountain
Ice and snow

Tundra (herbs,
lichens,
mosses)

Altitude
Coniferous
Forest

Deciduous
Forest

Tropical
Forest
Latitude

Tropical Deciduous Coniferous Tundra (herbs, Polar ice


Forest Forest Forest lichens, mosses) and snow

O que mais tem nos Trópicos além de Florestas?


19
Temperatura

20
Precipitação

21
Determinantes
de vegetação/
biomas

22
23
Precipitação e Temperatura afeta os biomas

C o ld Polar

Tundra

Subpolar

Temperate
Coniferous forest
te
m
pe

Desert
ra
tu
re

Deciduous Grassland
De

forest Tropical
c re

Chaparral
asi
ng

Desert
Hot

We Savanna
t Rain forest
Dr
Tropical y
seasonal Scrubland
forest
Decreas
ing precipi
tation

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Onde está a biodiversidade?
Nicho ecológico
Hutchinson (1957): Nicho é o hiper volume com n-
dimenções de fatores ambientais que uma espécie
requer para sobreviver e se reproduzir;
Nicho ecológico é moldado pela evolução
“Mudanças na frequência alélica em uma população
de uma geração para outra”

Evolução é fortemente influenciada pelo


sucesso reproduHvo dos organismos,
que é determinada pela capacidade destes
organismos de sobreviver e se reproduzir com as
condições e recursos que encontram.
História de vida
Investimento de recursos (energia)

Taxas vitais:
sobrevivência, crescimento e reprodução
História de vida
Adaptações comportamentais e fisiológicas dos
organismos (tempo de vida, reprodução, etc)

Influenciada por:
- Filogenia (processo evolutivo);
- Condições físicas;
- Suprimento de recursos;
- Predadores
História de vida
Investimentos ‘conflitantes’ em:
- alimentação, reprodução, proteção

Seleção natural favorece indivíduos que usam


melhor o tempo e os recursos limitados, tendo
maior sucesso reprodutivo
Trade-offs

Relação negativa entre duas características de


história de vida:
↓ uma característica ↔ ↑ outra
Trade-offs

↑ qtid. Sementes ↔
↓ crescim. anual

Begon, et al. 2006


Número de ovos vs. sucesso de recrutamento
Inves?mento reprodu?vo vs.
sobrevivência de adultos
Variações nas características de história
de vida entre organismos
– Proporção de tamanho entre mães e filhotes;
– Número de filhotes ao longo da vida;
– Variações de invesEmento em cuidado parental...

Soluções evolutivas em resposta a pressões seletivas

Evolução é contingente...
Estratégia r
- Flutuações populacionais amplas
- Mortalidade independentes da densidade
- Seleção para maturação/reprodução precoces e rápidas
- Ciclos de vida + curtos
Estratégia K
- Poucas flutuações populacionais
- Mortalidade dependente da densidade (competição intra-específica)
- Seleção para reprodução tardia, com alto investimento
- Ciclos de vida + longos

Extremos de um contínuo
Adaptado de Reznick et al. 1996
Trade-offs – condições variáveis

Adaptado de Reznick et al. 1996


Adaptado de Reznick et al. 1996
Padrões variam ao longo da vida

riverbendnaturecenter.wordpress.com
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT78qOHN3MBXL3xExyXEK3lxqMIVkDs9trfsOJ9LbDCS_IFTxj6Zw
Padrões variam ao longo da vida

www.discoverlife.org
Padrões variam entre sexos, castas, etc

http://gtresearchnews.gatech.edu/wp-content/uploads/2011/09/Fire-Ant-Castes-Sexes-Dev-Stages_hires.jpg
Lei dos retornos decrescentes
Seleção natural favorece histórias de vida que
maximizam o sucesso reprodutivo total
(reprodução presente e futura)

Investimento ótimo teórico


F = SNSR + SoB
[contribuição para população futura] =
[sobrevivência adulta] + [recrutamento de filhotes]
Semélparas vs. Iteróparas
(monocárpicas vs.policárpicas)
• Custo reprodutivo;
• Maximização da reprodução;
• Maximização da sobrevivência de filhotes
(saciedade de predadores);
• Sincronia é importante – sinais ambientais.
Estratégia r e K
visão geral de um contínuum
r K
Tipo de ambiente instável estável
Crescimento populacional Independente da densidade Dependente da densidade

Tamanho do organismo pequeno grande


Energia investida em cada baixa alta
filhote
N de filhotes produzidos muitos poucos
Tempo de maturidade curto Tardio com muito cuidado
parental
Expectativa de vida curta longa
N de eventos reprodutivos Uma ou poucas Mais de uma (em geral)
Curva de sobrevivência Tipo III Tipo I ou II
Curvas de sobrevivência

Classe de idade ou tamanho


Dormência, hibernação
• Ambientes com disponibilidade de recursos
variável;
• Armazenamento de energia impede aquisição de
recursos e investimento em reprodução;
• Preparação fisiológica em animais.

Por que um organismo estoca recursos?


Dormência, hibernação
• Saída da dormência – sinais ambientais
• Fotoperíodo – indicação de diversas mudanças
• Mudanças ambientais – mudanças em
condições ambientais sem mudar os sinais
usados pelos organismos (ex. fotoperiodo ) →
descompasso entre sinais e condições,
mudanças e inadequação das respostas dos
organismos
Forrageamento ótimo
• Forregear = busca de alimento para
crescimento/sobrevivência e reprodução
• Mas acarreta riscos de predação (própria e dos
filhotes)
Determinantes de biomas terrestres

Produtividade primária
Produtividade primária
• Plantas, algas e cianobatérias
Fotosintese –
6 CO2 + 6 H20 + fótons → C6H1206 + 6 O2

Recursos: Luz, água, CO2 e nutrientes

Abertura de estômatos – Trocas gasosas


Pressão nega5va, potencial osmó5co
>100g H2O transpirada
para 1g de matéria seca
fixada
Abertura de estômatos nas folhas
+ sistema vasular – pressão
negativa que gera fluxo de água
do solo para as folhas permitindo
troca gasosa para entrada de CO2
nas folhas

Mecanismo de coesão- tensão


Complexo estomático

Células guarda – arranjo de


microfibras de celulose
permitem expansão das
células-guarda e abertura
de estômatos para
ocorrência de trocas gasosas
Obtenção de Água
Estrutura do solo – areia, silte e argila
Diferenças de potencial osmóKco – concentração de íons
Produtividade primária
Recursos: Luz, água, CO2 e nutrientes

Água se move através de membranas celulares semi-permeáveis

De uma área com: Para uma área com:


1. Maior 1.Menor
potencial de água potencial de água
2. Menor concentração 2.Maior concentração
de solutos de solutos
3. Maior potencial 3.Menor potencial
osmótico osmóKco
Obtenção de Água - raízes
Obtenção de Água - raízes

• Ascenso hidráulico:
raízes transferem água
para solo para reduzir
potencial osmótico e
possibilitar obtenção
de nutrientes de
camadas superficiais
do solo
• Maior [ ] nutrientes
Água – controle de perda

• Modificações foliares –
espinhos, ceras, pêlos…
• Quantidade e distribuição
de estômatos
• Mecanismos de fotosíntese
Água – controle de perda
• Sistemas de fotossíntese
– C3
– C4
– CAM
Água – controle de perda
• Sistemas de fotossíntese
– C3
– C4
– CAM

Diferenças anatômicas e fisiológicas que


alteram uso de água pelas plantas
Rubisco
↓ afinidade
por CO2

(carbosilase e
oxigenase)

Fotorespiração
CICLO DE CALVIN-BENSON
Separação física
• fotosíntese
ocorre nas
células da
bainha

• PEP: ↑
afinidade
por CO2
• ↑ gasto
Energia
•↓ tecido
fotosint.
Absorvem Co2
à noite,
convertem em
Malato
Ciclo de Calvin
de dia

~ C4 (separação espacial) +
Separação temporal
Consequências ecológicas
• Disponibilidade de água influencia forma e
crescimento de plantas;
• Ambientes diferentes favorecem estrátegias de
vida diferentes;
• Formações vegetais dependem do ambiente.

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