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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
MONALISA XAVIER
THAMARA GABRIELA
SUZZAN KARLA GOMES
YARA CRISTINA DA SILVA
BIOMA CAATINGA
JACAREZINHO
2023
1. INTRODUÇÃO
Fonte: IBGE
Fonte: EMBRAPA
2. GEOGRAFIA
Esse bioma é caracterizado por ter um clima semiárido, que é famoso por
possuir altas temperaturas, poucas chuvas e, consequentemente, climas muito
secos, com zonas de alta pressão e poucas nuvens. Os períodos mais chuvosos
duram de três a cinco meses, entre os meses de janeiro a maio, sendo assim o
período de estiagem pode durar até nove meses. Dessa forma, a Caatinga é
considerada uma das regiões mais secas do mundo. Segundo o site Associação
Caatinga (2019), as precipitações nessas áreas podem variar de 800 a 1000
milímetros em períodos mais chuvosos ou alcançar 200 milímetros em períodos
menos chuvosos.
Devido ao clima semiárido da caatinga, a rede hidrográfica é pequena, a
maioria dos rios é intermitente, ou seja, têm curtos cursos de água que secam
durante o período de estiagem. Os rios São Francisco e o Parnaíba, são muito
importantes para a região pois possuem cursos de água permanentes ao longo de
todo o ano, mesmo em períodos de estiagem e por isso são denominados perenes.
O rio São Francisco é o principal da região, ele é muito importante não só
para o nordeste, mas para todo o país, ele é considerado um dos rios mais
importantes da América do Sul, além de ser o maior rio localizado totalmente no
Brasil. Ele é utilizado para a irrigação e geração de energia, a umidade advinda do
rio origina um microclima local ao longo do percurso e possibilita práticas agrícolas.
O rio Parnaíba é muito importante por atender a centenas de municípios inseridos
em uma bacia hidrográfica de 333 mil km2, para o consumo de água de mais de 4 mil
habitantes, em especial no norte da Caatinga.
A Caatinga é uma região onde cerca de metade do terreno é de origem
cristalina, uma rocha dura e antiga que não retém água, e a outra metade é
composta por terrenos sedimentares, que armazenam águas subterrâneas. O relevo
na Caatinga é diversificado e foi moldado ao longo de milhões de anos pelo clima da
região, incluindo temperatura, chuvas, vento e umidade, resultando em várias
formações, como serras, chapadas, planaltos e depressões sertanejas.
Os solos mais comuns da região da Caatinga são o raso e pedregoso, onde
estão presentes plantas de baixo porte (arbustos) e cactáceas. Os tipos de solos
variam de rasos a profundos, com alta a baixa fertilidade e texturas argilosas e
arenosas. É possível encontrar na Caatinga uma variedade de paisagens e
vegetação, por conta de sua diversidade de solos e relevo.
Nas depressões sertanejas que é mais plana o solo mais comum é o raso e
pedregoso, nas serras e chapadas que são compostas por porções de relevo mais
altas com clima ameno e maior umidade em virtude das chuvas, possibilitando o
desenvolvimento de matas maiores e mais fechadas. Já em certas regiões, é
possível encontrar afloramentos rochosos conhecidos como 'lajedos', que
desempenham um papel ecológico semelhante ao de desertos, abrigando o
crescimento de plantas suculentas, tais como cactos e bromélias (Associação
Caatinga).
3. FLORA
3.1. PRINCIPAIS
VEGETAÇÕES
Segundo a Associação
Caatinga, a região abriga cerca de
5.311 espécies de plantas, das
quais pelo menos 1.547 são exclusivas (endêmicas), de acordo com dados do IBGE.
A Caatinga não apresenta homogeneidade; pelo contrário, exibe uma
diversidade de paisagens vegetativas categorizadas como diferentes fitofisionomias,
daí a denominação comum 'caatingas', no plural que descreve a diversidade de
formas, estruturas e padrões de vegetação em um ecossistema específico. Ou seja,
fito=planta e fisionomia=referente a aparência, significando, o aspecto visual da
vegetação devido às diferenças de clima.
Como dito acima, como a Caatinga não apresenta uma homogeneidade e por
ter diferentes fitofisionomias, se refere a esse bioma no plural, sendo assim, será
falado a respeito de “algumas Caatingas”:
A Caatinga arbórea é composta por árvores de porte médio a alto com
árvores que chegam a 20m de altura, que na estação chuvosa formam uma copa
contínua e uma mata sombreada em seu interior. Estas árvores estão adaptadas
para sobreviver a longos períodos de seca e, geralmente, possuem folhas pequenas
e/ou caducas, que caem durante as secas para economizar água. Durante a estação
chuvosa a Caatinga arbórea revive com o verde das folhas retornando e as plantas
florescendo. Mas durante a estação seca, as folhas podem cair e a vegetação ter um
aspecto árido, sendo a verdadeira Caatinga do tupi-guaranis.
Essa Caatinga tem um papel vital na conservação da biodiversidade e na
manutenção do equilíbrio ecológico da região, como também serve como habitat
para muitas espécies de animais, incluindo espécies endêmicas. No entanto, essa
região enfrenta desafios ambientais, como por exemplo, desmatamentos, pastoreio
excessivo e mudanças climáticas, o que pode afetar a sua capacidade de comportar
a vida selvagem e a biodiversidade desse ecossistema.
A aroeira, ou aroeira do Sertão (Myracrodruon urundeuva) é uma árvore
encontrada na Caatinga e no Cerrado, com até 20 metros de altura e longa vida.
Suas flores amareladas têm forma de estrela. O nome "aroeira" vem de "araroeira",
pois as araras frequentemente vivem nela. Seus frutos são consumidos por
periquitos e papagaios e suas sementes aladas são dispersadas pelo vento. A
madeira é extremamente resistente e é considerada a mais resistente do Brasil.
Devido à exploração excessiva, a aroeira agora está em perigo de extinção, listada
oficialmente como uma espécie ameaçada da flora brasileira.
Fonte: RuraltecTV
Fonte: InfoEscola
Fonte: Focadoemvocê
Fonte: Pinterest
4. Fauna
4.1. INVERTEBRADOS
4.2. VERTEBRADOS:
Na Caatinga, encontramos um grupo surpreendente de animais, os peixes,
que incluem 386 espécies. Dentre essas espécies, aproximadamente 203 são
endêmicas, ou seja, são exclusivas da Caatinga e não são encontradas em outros
lugares, enquanto 371 são nativas da região. Notavelmente, apenas 15 espécies de
peixes foram introduzidas na Caatinga a partir de outras áreas. Esses peixes
desenvolveram adaptações para adiar a postura de ovos até a época das chuvas
devido às condições climáticas específicas da região.
A piaba, também conhecida como lambari (Astyanax bimaculatus) é um
pequeno peixe de escamas da Caatinga. Tem um corpo alongado e comprimido,
com coloração prateada e nadadeiras em tons de amarelo, vermelho e preto.
Apresenta duas manchas, uma próxima à nadadeira peitoral, oval e horizontal, e
outra em forma de clava perto da cauda. Geralmente, mede de 10 a 15 cm de
comprimento e é comum na região, sendo apenas uma das várias espécies
chamadas de piaba na Caatinga.
Fonte: Wikipédia
4.3. ANFÍBIOS
Segundo o site Laboratório de Anfíbios e Répteis da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, na Caatinga foram encontradas 7 espécies de anfíbios da
família Bufonidae, 4 espécies da família Caeciliidae, 2 espécies da família
Ceratophryidae, 4 espécies da família Craugastoridae, 2 espécies da família
Eleutherodactylidae, 40 espécies da família Hylidae, 1 espécies da família
Hylodidae, 27 espécies da família Leptodactylidae, 4 espécies da família
Microhylidae, 7 espécies da família Odontophrynidae, 2 espécies da família Pipidae
e 1 espécie da família Ranidae.
Os anfíbios têm sido bem-sucedidos na Caatinga por esses animais
precisarem de condições úmidas para a pele e dependem da água para reprodução
e desenvolvimento. Os anfíbios da Caatinga desenvolveram algumas adaptações
devido ao ambiente como longos períodos de estivação durante a estação seca,
reprodução apenas durante o período chuvoso, proteção dos ovos e girinos em
ninhos de espuma para evitar a dessecação e uma metamorfose rápida dos girinos
para enfrentar a evaporação da água. Muitos anfíbios habitam os brejos, áreas de
maior altitude com matas úmidas cercadas pela Caatinga.
Os anfíbios são bioindicadores devido ao seu habitat aquático e terrestre. Sua
presença ou ausência pode indicar mudanças no ambiente. No entanto, eles são
altamente vulneráveis a essas mudanças e frequentemente são os primeiros a
serem afetados por fatores como poluição, agrotóxicos, desmatamento,
desertificação e aquecimento global. Essas são as principais ameaças que
enfrentam (referência livro)
Dito isso, um casal de pesquisadores do Instituto Butantan estiveram na
Caatinga do Rio Grande do Norte em 1992, e depois de uma chuva fraca
presenciaram sapos brotando do solo arenoso dando a impressão de que estavam à
procura de poças de água para se alimentar e acasalar, e diante dessa observação
começaram uma pesquisa sobre o comportamento animal no período de estivagem.
O casal Carlos Jared e Marta Maria Antoniazzi concluíram que durante a
seca, os anuros para se defender da desidratação se enterram ou buscam micro-
habitats onde encontram umidade e temperatura que os mantenham mais frios em
relação ao meio ambiente e quando esses animais percebem mudanças na umidade
do ambiente eles migram para lugares mais favoráveis (SILVEIRA, 2018).
O sapo-guardinha, Rhinella granulosa, é uma espécie encontrada em todo o
território brasileiro, sendo especialmente adaptada para a Caatinga. É notável por
sua capacidade de resistência a altas temperaturas, sendo capaz de permanecer
ativo mesmo em condições próximas ao limite extremo de suportabilidade, com
temperaturas chegando a até 40°C.
4.4. MAMÍFEROS
4.5. AVES
As caatingas abrigam aproximadamente 510 espécies de aves, das quais 23
são consideradas endêmicas, especialmente nas matas secas e outras formações
decíduas, incluindo as florestas estacionais das áreas de contato. Notáveis gêneros
endêmicos incluem Cyanopsitta, Anopetia, Gyalophylax, Megaxenops e Rhopornis.
Esse grupo sofre com a captura ilegal para o comércio em feiras, mercados
ou mesmo para viver em cativeiros domésticos. Além disso, o desmatamento de
áreas florestadas também têm influenciado fortemente na avifauna da Caatinga.
Segundo o Instituto Chico Mendes, a Caatinga tem sido apontada como uma
importante área de endemismo para as aves sul-americanas, porém a distribuição, a
evolução e a ecologia da avifauna da região continuam pouco investigadas,
refletindo, consequentemente, na política e ações de conservação.
O Bico-virado-da-Caatinga
(Megaxenops parnaguae) é uma ave que
possui uma plumagem de cor ferrugem
intensa, com a ponta do bico curvada para
cima, ele habita os bosques de caatinga e
diferente de outros bico-virados, não
escala troncos ou usa sua cauda como
suporte. E ele frequentemente acompanha
bandos mistos.
Fonte: G1
A Tem-farinha-ai (Myrmorchilus
strigilatus strigilatus) mas também conhecido
como formigueiro-pintalgado, tovaca, tem-
farinha-aí, piu-piu, farinheiro e farinha-seca.
Mede entre 15 e 16 centímetros e pesa entre
23 e 26 gramas de peso. Na Caatinga,
procuram ativamente por insetos que ficam
entre a serrapilheira nas matas. É encontrado
em habitats essencialmente secos e
geralmente aos pares, raramente está
associado com bandos mistos, pulando sobre
ou perto do chão em vegetação densa. Fonte: G1
Fonte: G1
4.6. RÉPTEIS
Os répteis são animais pecilotérmicos, o que significa que eles regulam sua
temperatura corporal usando a temperatura ambiente. Na Caatinga, é comum
encontrá-los em rochas durante o dia, expondo-se ao sol para aumentar sua
temperatura corporal. Quando está mais frio, esses animais procuram abrigo sob as
rochas ou em covas para se manterem aquecidos. Portanto, a diversidade de répteis
é maior em locais de clima quente do que em locais de clima frio, e a temperatura
extrema é um fator limitante para sua existência.
Segundo o site Laboratório de Anfíbios e Répteis da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, na Caatinga foram encontradas 81 espécies endêmicas de
lagartos, 118 espécies endêmicas de serpentes, 5 espécies endêmicas de quelônios
e 3 espécies endêmicas de crocodilianos.
Na Caatinga, há várias espécies
de lagartos, Calango-Liso,
cientificamente conhecido como
Diploglossus lessonae. Este lagarto é
reconhecido por seu corpo cilíndrico e
alongado, além de membros muito
pequenos, e é caracterizado por sua
coloração atraente, com listras brancas
e pretas. Pode alcançar cerca de 30 cm
de comprimento (NUROF-UFC, 2012).
Fonte: Herpetofauna da Caatinga.
Fonte: Focadoemvocê
A Caninana, Spilotes pullatus, é uma
cobra de grande porte que pode chegar a
medir até 3 metros de comprimento. Ela tem
uma coloração predominantemente negra em
seu dorso, com manchas amarelas de grande
tamanho em sua parte inferior. É comum na
região Nordeste e pode ser encontrada em
diversos ambientes. Embora não seja
venenosa, pode morder, causando apenas
ferimentos. Sua dieta inclui aves, roedores e
até pequenos lagartos.
Fonte: Pinterest
O cágado-de-barbicha (Phrynops
geoffroanus) é uma espécie de
quelônio adaptável a diversos
habitats aquáticos, incluindo
grandes rios com correnteza e
canais poluídos em áreas
urbanas. As fêmeas podem
chegar a 35 cm de comprimento
de carapaça, enquanto os
machos com cerca de 22 cm. Suas características
distintivas incluem linhas escuras na cabeça e pescoço,
sendo carnívoros e se alimentando principalmente de
artrópodes, moluscos e peixes. São mais ativos durante os
meses quentes e secos (SILVEIRA, 2018).
Foto: Gabriel Horta via Flickr
O Jacaré-Coroa (Paleosuchus palpebrosus), é o menor entre os crocodilianos
medindo de 1,45 a 1,70 metros de comprimento, é conhecido por habitar rios e lagos
de águas limpas e cristalinas. Sua dieta consiste em peixes, pequenos mamíferos e
aves, e durante o dia, procura
abrigo em tocas. A fêmea põe seus
ovos em um ninho de terra, e após
três meses, os ovos eclodem.
Infelizmente, esta espécie
encontra-se ameaçada de extinção.
O Mocó (Kerodon rupestris) é um roedor grande que pode atingir até 40cm de
comprimento, tem pêlos densos e macios com uma coloração que varia do amarelo-
acinzentado ao alaranjado, com a parte inferior de tonalidades brancas. Esse roedor
habita áreas onde a escassez de alimentos torna-o alvo da caça. Sua principal fonte
de alimentação é a casca de árvores
como mofumbo, faveleira e parreira
brava. Mas, quando não as encontram
busca por gramíneas.
invertebrados e frutos.
Fonte: UOL
Fonte: UFRGS
Pardal (Passer domesticus)
Desloca espécies nativas em função de competição por recursos do
ambiente. Tem comportamento agressivo e desloca outras aves que
tentam nidificar em seu território.
6. CONCLUSÃO
Visto isso, fica claro uma das importâncias da conservação deste bioma, a
economia gerada por ele é muito grande, deste modo muitas famílias dependem de
seus recursos para a sobrevivência. Maia, et al (2017), cita que o além do
extrativismo, a mbém uma questão de subsistência, pois a população que reside na
região da caatinga também faz uso da biodiversidade para a obtenção de
alimentação, remédios, forragem para os mais variados tipos de rebanhos, madeira
para construções, entre outros, além disso a lenha da caatinga corresponde a pelo
menos 30% do abastecimento energético da região.
Deste modo conclui-se então que se faz necessário um olhar mais apurado,
pelos governantes, em relação a conservação do bioma caatinga, garantindo
fiscalização adequada e projetos políticos que apoiem o extrativismos sustentável, o
Embrapa (2007) sugere uma série de estratégias que podem garantir a
sobrevivência desse bioma como aumentar o número de unidades de conservação,
aumentar o número incentivos fiscais para a preservação, realização de campanhas
com o intuito de conscientização ambiental a população, com destaque nas
comunidades que estão próximas às áreas de preservação, deste modo, garantindo
uma reeducação ambiental, trazendo uma novas culturas de uso de práticas de
agricultura sustentáveis e o aumento e garantia de fiscalização.
REFERÊNCIAS
https://www.cpt.com.br/cursos-agricultura/artigos/formigas-cortadeiras-
especies-manejo-integrado-e-metodos-de-combate-a-praga
imagem formiga
https://globorural.globo.com/Noticias/Sustentabilidade/noticia/2019/10/
conheca-abelha-responsavel-pela-polinizacao-da-caatinga-do-pantanal-
e-da-mata-atlantica.html
Imagem abelha
https://en.wikipedia.org/wiki/Astyanax_bimaculatus
imagem lambari
https://www.portal.zoo.bio.br/media246
https://focadoemvoce.com/caroa-da-caatinga/
foto caroa
https://www.cerratinga.org.br/especies/mandacaru/
foto mandacaru
https://sites.google.com/site/larufrn/home
https://blogdonurof.wordpress.com/2012/07/24/o-raro-e-pouco-
conhecido-calango-liso-da-caatinga-diploglossus-lessonae/