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ANÁLISE DE UM EIA/RIMA

UNIDADE DE RECUPERAÇÃO
ENERGÉTICA (URE) MAUÁ
Trabalho realizado como
requisito da Disciplina de
Avaliação de Impactos
Ambientais, do curso de Elaborado por:
Engenharia Ambiental e Sanitária
do Instituto Federal de Goiás, no Amanda Alves Carvalho
semestre 2020/1, ministrada pela Ana Karoliny Antunes Ribeiro
Prof. Dra. Rosângela Mendanha
Geovana de Lima Ribeiro
da Veiga.
Werischely de Paiva Rezende
O que é a URE Mauá?

Trata-se de uma unidade industrial capaz de realizar a

queima do lixo urbano proveniente da coleta comum

(porta a porta), de forma segura e ambientalmente

adequada, possibilitando aproveitar o poder calorífico

da queima para gerar energia elétrica por meio de

turbinas movimentadas a vapor.


Localização da URE
Layout do Projeto
Como era a Central de Tratamento de Resíduo Lara
Como será a Lara com a URE
O Projeto da URE Mauá
Planta da URE Mauá

Portaria e balanças de controle de recebimento;

Área de apoio;

Biofiltros;

Acesso ao aterro sanitário;Pátio de manobra de caminhões e baias de

descarregamento;

Fosso de recebimento (bunker)/Funil de alimentação;

Unidade de Tratamento Mecânico Biológico (TMB);

Forno e Caldeira;

Sistema de Tratamento de Gases;

Chaminé;Sistema de tubulação;

Casa de turbina;

Torre de Resfriamento (Condensado a ar);

Subestação
Funcionamento

A URE Mauá deverá funcionar 24 horas por dia em três turnos de 8 horas cada,

por aproximadamente 340 dias do ano;

O sistema de geração de energia da URE Mauá terá duas linhas de

aproveitamento do calor com potência instalada total de 77 MW;

Os resíduos são encaminhados para o tratamento mecânico e biológico, onde

haverá o processo de separação, compostagem e auto secagem do material.

Após esses processos, os resíduos são encaminhados para queima, onde o calor

será aproveitado para a produção de vapor, e geração de eletricidade em

turbinas. O biogás gerado no aterro sanitário será aproveitado nesse processo

de queima;

Os gases gerados no tratamento mecânico e biológico e no processo de queima

serão tratados e limpos antes da liberação para o ambiente.


A proposta pode causar impactos
ambientais significativos? SIM
Os critérios adotados para a caracterização dos impactos ambientais incluem a

fase de ocorrência, abrangência, natureza, origem, duração, temporalidade,

espacialização, reversibilidade, cumulatividade, magnitude, relevância e

significância. A significância é um critério síntese que considera o impacto avaliado

em relação aos outros impactos do empreendimento, à qualidade ambiental atual e

o cenário futuro previsto, sendo classificada baixa, média e alta.

Serão analisados até o fim dessa apresentação...


Vantagens e Desvantagens
Pressões Ambientais X Meio Físico
Clima: As velocidades dos ventos médias mensais mais elevadas são observadas

durante os meses de setembro a janeiro com valores entre 7,8 km/h e 8,4 km/h;

enquanto as menores velocidades médias mensais são observadas durante os

meses de abril a agosto com valores entre 6,2 km/h e 6,8 km/h. Independente

da época do ano, as velocidades médias mensais são consideradas baixas o que

tende a dificultar a dispersão de poluentes. As direções predominantemente são

para os ventos provenientes dos setores SE e SSE.

Qualidade do Ar: Durante as obras, devido às emissões de poeiras fugitivas e

de gases de combustão decorrentes da movimentação de veículos, máquinas e

equipamentos, podem ocorrer alterações nos parâmetros de qualidade do ar. Já

na operação, a queima de resíduos gera emissões de substâncias

potencialmente poluidoras, que podem alterar os parâmetros da qualidade do

ar.
Pressões Ambientais X Meio Físico
Níveis de Ruídos e Vibrações: Devido à circulação de máquinas e veículos que

geram ruídos, espera-se o aumento dos níveis de ruído durante a implantação do

empreendimento. Durante a operação, a circulação de veículos retornará à

situação atual, mas as turbinas de geração de energia podem contribuir para a

alteração dos níveis de ruídos;

Topografia do Terreno: As alterações decorrentes das atividades de

terraplenagem durante a implantação do empreendimento, necessárias para a

regularização da topografia e implantação da planta industrial implicam em

movimentação de solo e alteração da topografia do terreno;

Qualidade do Solo: execução de obras civis e a disposição inadequada de

resíduos e efluentes podem implicar na alteração da qualidade do solo local,

por meio de eventuais derramamentos de substâncias poluentes provenientes de

máquinas e materiais de construção;


Pressões Ambientais X Meio Físico

Recursos Hídricos Superficiais: A execução da terraplenagem e obras civis

poderá acarretar o carreamento de solo e eventuais substâncias poluentes,

afetando a qualidade dos recursos hídricos superficiais, que também podem ser

afetados pela impermeabilização do solo e alterações no escoamento

superficial;

Recursos Hídricos Subterrâneos: Pelo risco de contaminação por poluentes

que eventualmente venham a atingir o solo.


Conceito e a Concepção de Ambiente

Segundo a Lei Federal n º º


6.938 de 31 de agosto de 1981, artigo 3 , inciso I,

entende-se por meio ambiente:

“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,

química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas

formas."

Existem basicamente três tipos de concepções de ambiente:

• Objetiva;

• Subjetiva;

• Tecnocêntrica.
Concepção Tecnocêntrica

O estudo apresenta uma concepção Tecnocêntrica de meio ambiente, onde

a relação das sociedades contemporâneas com seu ambiente é medida pelo

emprego de técnicas cada vez mais sofisticadas. A sociedade gerencia o

meio ambiente, ordenando e reordenando constantemente a relação entre a

sociedade e o mundo natural.

Apesar de o projeto da URE pontuar medidas minimizadoras dos impactos

gerados pela unidade, sempre colocam os benefícios do empreendimento

como maiores a qualquer impacto gerado.


O Escopo do EIA/RIMA

Estrutura:

Destinação dos resíduos para aterro sanitário – Escopo 1;

Destinação de Resíduos para Aterro Sanitário - Escopo 2;

Destinação de Resíduos para Aterro Sanitário e Unidade de

Recuperação de Energia (URE) - Escopo 3.


Escopo 1 - Destinação dos resíduos para aterro sanitário
Escopo 1 - Resultados

Conforme proposta do Plano Municipal de Resíduos Sólidos, o Escopo 1 tem como

base o Cenário 2 do Estudo de Geração de Resíduos que tem como taxa de

crescimento 2,14% (média dos últimos 6 anos). Como o Escopo 1 é baseado no

serviço executado atualmente, os custos consideraram a geração de resíduos pela

população, subtraindo os materiais recuperados por meio da coleta seletiva (em

torno de 0,5%) e somando-se aos rejeitos das centrais (em torno de 12%) e aos

rejeitos dos Ecopontos (em torno de 15%). Plano Municipal de Resíduos Sólidos de

Mauá 167 Portanto, neste cenário, o Município de Mauá terá ao longo de 30 anos um

total de geração de cerca de 4.472.260,29 toneladas a um custo por tonelada de

R$ 67,71 (ano base 2012), totalizando R$ 302.816.744,41.


Escopo 2 - Destinação dos resíduos para aterro sanitário
Escopo 2 - Resultados

Diferentemente do Escopo 1, o Escopo 2 incorpora as diretrizes de minimização de

resíduos, considerando o crescimento de geração de 1% (Cenário 1 do Estudo de

Geração de Resíduos). Além de contar com a diminuição de geração per capita,

para esse Escopo são propostos programas de minimização e aproveitamento de

resíduos.

Dessa forma, para a composição dos custos somam-se os seguintes resíduos:

resíduos domiciliares (subtraídos os materiais recuperados pela Coleta Seletiva e a

fração orgânica enviada à compostagem) somados aos rejeitos das Centrais, dos

Ecopontos e parte dos Resíduos Volumosos. Para o Escopo 2, portanto, somam-se

cerca de 3.124.737,15 toneladas de resíduos no período de 30 anos. Comparando

com os dados do Escopo 1 (4.472.260,29), tem-se uma redução de 30% de resíduos

enviados ao aterro sanitário nesse período, com aplicação de programas de

minimização e reaproveitamento de materiais.


Escopo 3 - Destinação de Resíduos para Aterro Sanitário
e Unidade de Recuperação de Energia (URE)
Estudos Realizados

Os estudos e levantamentos realizados para o diagnóstico dos meios físico, biótico

e socioeconômico seguiram as diretrizes constantes do Termo de Referência emitido

pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).


Estudos Realizados

Os estudos e levantamentos realizados para o diagnóstico dos meios físico, biótico

e socioeconômico seguiram as diretrizes constantes do Termo de Referência emitido

pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).


Instrumentos Legais

Legislação e Normas Federais

Constituição Federal de 1988, por meio do Art. 225 (proteção ao meio

ambiente), Art. 23, inciso VI, que dispõe sobre a competência comum à União,

aos Estados e aos Municípios na proteção do meio ambiente e o Art. 24, inciso

VI que dispõe sobre a competência concorrente de legislar sobre os recursos

naturais onde, explicitamente, enquadra-se o solo;

Lei Federal n º 6.938/1981 que institui a Política Nacional de Meio Ambiente foi

recepcionada pela CF de 1988 e regulamentada pelo Decreto º


n 99.274/90,

dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de

formulação e aplicação e regula a estrutura administrativa de proteção e de

planejamento ambiental – o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA);


Legislação e Normas Federais

Lei Federal n º 9.605/1998 dispõe sobre as sanções penais e administrativas

relativas a condutas e atividade lesivas ao meio ambiente (Lei dos Crimes

Ambientais) A Seção IV – A Lei prevê penas de reclusão de até 5 anos na Seção

IV ("Da Poluição e outros Crimes Ambientais"), conforme mencionado no Art. 54;

Lei Federal n º 12.305/2010, altera a Lei no 9.605/1998, e institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos dispondo sobre seus princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades

dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis;

Resolução CONAMA n º 357/2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de

água e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água

superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes
Legislação e Normas Estaduais

Lei Estadual n º 13.577 de 08/07/2009, regulamentada pelo Decreto Estadual n º


59.263 de 05/06/2013; Página: 1361 ID CPEA 2320– EIA RIMA-URE LARA -

Avaliação Ambiental Preliminar 11;

Decreto Estadual n º 59.263 de 05/06/2013 que dispõe sobre Diretrizes e

Procedimentos para a Proteção da Qualidade do Solo e Gerenciamento de

Áreas Contaminadas, e dá providências correlatas;

DD n º 38/2017/C, Dispõe sobre a aprovação do “Procedimento para a Proteção

da Qualidade do solo e das Águas Subterrâneas”, da revisão do “Procedimento

para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas” e estabelece “Diretrizes para

Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do Licenciamento Ambiental”

em função da publicação da Lei Estadual 13.577/2009 e seu Regulamento,

aprovado por meio do Decreto 59.263/2013, e das outras providências;


Legislação e Normas Estaduais

DD n º 256/2016/E, de 22 de novembro de 2016, Dispõe sobre a aprovação dos

“Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo

– 2016” e dá outras providências.

Legislação e Normas Municipais

Lei n º 4.153/2007, de 26 de março de 2018, aprova o plano diretor do município

de Mauá.
Normas Técnicas

ABNT NBR 15515-1/2007 – Passivo Ambiental em Solo e Água Subterrânea – Parte

1: Avaliação Preliminar;

ABNT NBR 16210/2013 – Modelo Conceitual no Gerenciamento de áreas

contaminadas – Procedimento;

ASTM E1527-13 - American Society for Testing and Materials - Standard Practice

for Environmental Site Assessment: Phase I – Environmental Site Assessment

Process.
Objetivos do Estudo

• Verificar e analisar os Impactos Ambientais;

• Analisar os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos na URE Mauá;

• Avaliar a viabilidade Ambiental;

• Fazer o licenciamento Ambiental;

• Utilizar o uso do biogás para diminuir a quantidade de lixo no Aterro Sanitário;

• Formas do tratamento dos Resíduos Sólidos na URE Mauá;

• Verificar o sistema de Tratamento de gases de combustão e Biofiltros no Aterro

Sanitário;

• Realizar o diagnóstico ambiental;

• Implementação do estudo ambiental.


Processo de Avaliação de Impacto Ambiental
Abordagem
O estudo ambiental deverá atender à legislação e à análise das alternativas

tecnológicas e localização para a implantação do empreendimento e os aspectos

que levaram a escolha e tecnologia da área com propostas e vantagens e

hipótese de empreendimento analisando relação quantitativa e qualitativa na

URE Mauá.

As alternativas são avaliadas com base nos elementos que fundamentam e

justificam a técnica , econômica e ambientalmente a escolha tecnológica para o

empreendimento proposto, que são:

• Aterro Sanitário;

• Compostagem ;

• Uso do biogás como combustível para a geração de energia ;

• Tratamento Térmico e recuperação de energia ;

• Alternativas locais no entorno imediato do Aterro LARA.


Área de Estudo
Município de Mauá - SP / área de 62,87 km ²
Municípios limítrofes: Norte: São Paulo e Ferraz Vasconcelos;

Sul e Leste: Ribeirão Pires;

Oeste: Santo André.


Área de Influência
A área de influência de um empreendimento refere-se aos espaços físico, biótico e de relações

sociais, políticas e econômicas em que suas atividades possuam potencial para consequências

dos espaços citados, em decorrência dos processos de: planejamento, implantação e operação.

Nesse sentido, é de extrema importância o conhecimento das características do

empreendimento, bem como sua abrangência, para que seja estabelecido intervenções com

suas devidas especificações de ambientes que podem ser afetados, sendo de forma direta,

indireta ou imediata. Para definição das áreas de influência foi utilizado o Termo de Referência

expedido pela CETESB, em conformidade com o Parecer Técnico n º 078/15/IPSR relativo ao

Processo n º 01/00089/15.

As escalas de abrangência são:

Área de Influência Indireta (AII); Área de Influência Direta (AID); Área Diretamente Afetada

(ADA). As escalas supracitadas, são definidas para a realização do Diagnóstico Ambiental e

Análises de Impacto Ambiental.


Área Diretamente Afetada (ADA)
Refere-se a área em que o empreendimento irá ocupar ou que terá o uso exclusivo nos

processos de implantação e operação. Nesse segmento, é considerado ADA o local em que

será implementado a Unidade de Recuperação Energética (URE), unidades de apoio e demais

atividades complementares. A ADA localiza-se no bairro Sertãozinho - Município de Mauá.


Área de Influência Direta (AID)
Corresponde a área de abrangência local, que por conta do empreendimento foi afetada de

forma direta no decorrer das fases de implantação e operação (CETESB, 2014). É necessário

que a AID seja delimitada conforme a tipologia do empreendimento e atividades que serão

realizadas durante todo o processo de planejamento, implantação e operação. A delimitação é

aplicada de maneira específica para cada meio, são eles:

Meio Físico: A AID estabelecida para o meio físico refere-se a área ligada à ADA, que

engloba possibilidades de interferências em corpos d’água e dinâmicas superficiais

prováveis que podem ocorrer durante o processo de instalação do empreendimento, bem

como, sua futura operação. Entende-se que uma poligonal abrange a microbacia

hidrográfica do Córrego Serrinha.

Meio biótico: Esta etapa refere-se a influência que o empreendimento possui diretamente a

áreas que são recobertas por vegetação. Nesse sentido, foi delimitado áreas estratégicas

que compõem barreiras com a biota e bairros próximos.

Meio Socioeconômico: Trata-se do local onde o empreendimento se localiza, nesse caso,

Município de Mauá - SP.


Área de Influência Indireta (AII)

São as áreas regionais que sofrem de efeitos indiretos, em decorrência da implantação e

operação do empreendimento. A delimitação é aplicada de maneira específica para cada meio,

são eles:

Meio Físico: Em relação à AII no que diz respeito ao meio físico, ela se encontra ao norte da

Bacia do Rio Tiête, na sub-bacia hidrográfica Billings - Tamanduateí. Os limites condizem

aos afluentes do Córrego Taboão, tão só a confluência com o Rio Tamanduateí.

Meio Biótico: Na AII, este meio refere-se às áreas vegetadas que crescem das margens da

Represa Billings até as contiguidades das áreas urbanas do empreendimento.

Meio Socioeconômico: Refere-se aos limites administrativos dos municípios de: Mauá,

Ribeirão Pires e Santo André.


Delimitação Temporal do Projeto

Data de início: 03/11/2015

Previsão de término: 31/07/2019


Estudo de Base

Os estudos de base realizados de acordo com os meios específicos, foram:

Meio Físico: Climatologia, Ruídos, Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Susceptibilidade a

Processos de Dinâmica Superficial, Recursos Hídricos Superficiais, Qualidade das águas

superficiais, Qualidade das águas subterrâneas, Áreas Contaminadas.

Meio Biótico: Flora, Fauna, Unidades de Conservação e outros espaços protegidos.

Meio Socioeconômico: Histórico, Uso do Solo, Perfil Demográfico e Socioeconômico,

Infraestrutura, Estrutura Produtiva, Comunidades Tradicionais, Patrimônio Histórico e

Arqueológico.
Ferramentas utilizadas para AIA

Os procedimentos de análise dos impactos ambientais visaram sistematizar a identificação e a

avaliação – qualitativa e quantitativa – dos impactos relacionados ao empreendimento, sendo estes

procedimentos desenvolvidos em três etapas:

Identificação dos fatores geradores de impactos inerentes às atividades e processos que se

desenvolvem no planejamento, implantação e operação do empreendimento e que são

potencialmente modificadores dos componentes ambientais;

Identificação e determinação dos componentes ambientais, isto é, dos atributos dos meios físico,

biótico e socioeconômico passíveis de sofrerem alterações como decorrência das atividades e

processos geradores e impactos relacionados;

Identificação, análise, classificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes do

empreendimento, considerando as soluções de projeto e a adoção das medidas mitigadoras

indicadas.
Fatores geradores de Impactos Ambientais

Os fatores geradores foram discriminados de acordo com as etapas em que ocorrem, a saber:

Planejamento: etapa em que se desenvolvem os estudos preliminares de viabilidade técnica,

econômica e ambiental do empreendimento, sua concepção geral, estudos e levantamentos

de campo preliminares e as primeiras ações de divulgação;

Implantação: etapa de realização das obras civis e demais intervenções físicas na área a ser

diretamente afetada pelo empreendimento, visando fornecer as condições necessárias para

a futura operação;

Operação: etapa em que o empreendimento passa a “funcionar”, mediante o recebimento

de resíduos sólidos, movimentação de máquinas e veículos, operação da área de secagem

biológica e operação da URE e seus sistemas auxiliares.


Tabela: Fatores Geradores de Impacto por Fase do Empreendimento. Fonte: Elaboração CPEA.
Diagnóstico Ambiental
O diagnóstico ambiental é definido como a caracterização da qualidade ambiental que atual

na área de abrangência do Estudo Ambiental, no qual fornecer informações da avaliação,

identificação, e monitoramento dos impactos ambientais nos meios físico, biológico e

socioeconômico.

Meio Físico
O meio físico e um conjunto das condições físicas de uma área caracterizada pelo solo, ar,

clima e água. Sendo que podem ser consideradas como passivo ou ativo, estudando os

processos dos impactos ambientais no determinado empreendimento. O estudo do meio físico

podem ser:

Climatologia: Têm como características estuda os fenômenos e os parâmetros

meteorológicos dos locais que influencia o projeto e a construção e as operações das

instalações.

Qualidade do ar: A caracterização do ar e importante pois permite auxilia na avaliação do

impacto na qualidade do ar , no qual avalia a concentração de poluentes atmosféricos do

futuro empreendimento.
Meio Físico
Ruídos e Vibrações: Fontes sonoras emitir simultaneamente não apenas duas vibrações

distintas, mas muitas vibrações de diferentes frequências e amplitudes. Quando esses

diversos movimentos oscilatórios se combinam e produzem um movimento resultante, cuja

oscilação é chamado de ruído.

Geologia: É o estudo da crosta terrestre, para poder analisar e verificar seu mecanismo de

formação e as alterações que ocorrem da sua origem até a estrutura da superfície.

Geomorfologia: Foi desenvolvida com base no Mapa Geomorfológico do Estado de São

Paulo. Sendo que tem como objetivo identificar e analisar os relevos nos aspectos

cronológicos, morfológicos e dinâmicos.

Pedologia: A caracterização dos solos realizada por meio do estudo do Mapa Pedológico

Estado de São Paulo, elaborado pela Embrapa em 1999, na escala de 1:500.000.

Recursos Hídricos Superficiais: Que são as águas superficiais que não penetram no solo,

e acumulam-se na superfície escoando na origem dos lagos, rios e córregos.


Meio Físico
Qualidade das águas superficiais: Que são analisadas por meio das amostras da água

superficial , no qual os resultados das amostras coletadas mostra como está a qualidade

física, química e biológica da água.

Área Contaminada: É a parte do processo de identificação de áreas contaminadas e tem

como objetivo levantar evidências da existência ou não de passivos ambientais na área de

estudo.

Meio Biótico

É definido como aqueles que possuem elementos vivos de um ecossistema. Como plantas,

animais e alimentos.

Flora: Têm como objetivo descrever a contextualização regional e local da vegetação

existente nas áreas afetadas e influenciadas pelo empreendimento, sendo a parte integrante

do EIA /RIMA de implantação da Unidade de Recuperação Energética.


Meio Biótico

Fauna: As características da fauna tem como base os hábitos e restrições peculiares para

poder analisar a dispersão de semente , controle populacional através da predação ,

condições de preservação remanescentes florestais e ecossistema da área.

Unidade de Conservação (UC): É um espaço com características naturais relevantes,

instituídas pelo Poder Público, cuja proteção deve ser garantida.

Meio Socioeconômico

Às atividades do município de Mauá é devido a estrada de ferro e o desenvolvimento industrial e

o solo para atividade ceramista que é rico em argila branca que o ideal para a fabricação de

louças de cerâmica e porcelana.


Meio Socioeconômico
Perfil Demográfico e Socieconômico: Têm como objetivo pesquisar, analisar , calcular e

obter dados sobre , área ,densidade demográfica , grau de urbanização , população

residente e faixa etária na Unidade de Recuperação Energética (URE).

Infraestrutura:
- Educação: Verificar e analisar as instituições e o ensino.

- Saúde: Obter dados de como está a situação da população em relação aos atendimentos

e as estruturas do hospital.

-Cultura, Esporte e Lazer: Quais são os equipamentos públicos como biblioteca , museu,

centros culturais e esportivos.

Sistema Viário: O sistema viário existente na área de estudo é composto por vias arteriais

pavimentadas que apresentam bom estado de conservação nas vias circulares , veículos de

carga e de portes variados.

Comunidades Tradicionais: Neste grupo incluem-se as populações indígenas, quilombolas,

pescadores artesanais, caiçaras, ciganos , ribeirinhos , castanheiros, seringueiros e povos.


Prognóstico Ambiental
O prognóstico ambiental é realizado tendo por objetivo antecipar a situação ambiental futura com

a implantação do empreendimento e dos programas necessários à mitigação dos impactos

decorrentes de sua implantação e operação. O estudo indica que não haverá necessidade de

muitas ações mitigadoras.

Na construção, indica que não haverá muitas modificações, já que a URE será construída em uma

área que é utilizada de apoio as operações da LARA Central de Tratamento de Resíduos, não

apresentando os impactos da demolição das construções existentes sob a justificativa de que

estruturas nesta área já se encontram desativadas ou subutilizadas.

Sobre a vegetação, é indicado que haverá uma supressão de uma faixa de 0,1 ha de Floresta

Ombrófila Densa em estágio médio de regeneração (representando 0,13% da área de intervenção),

0,47 ha de reflorestamento com eucaliptos e diversas árvores isoladas, sendo algumas delas

espécies ameaçadas. Como medida mitigadora, essa supressão será compensada pelo plantio de

4,06 ha (0,03 ha devido à supressão de 0,01 ha de vegetação nativa, e 4,03 ha pela supressão de

árvores isoladas nativas), podendo essa compensação ser implantada em outras áreas dentro da

mesma bacia hidrográfica, mas não há indicação de medidas mitigadoras em relação à

recuperação das espécies ameaçadas que são indicadas no estudo.


Prognóstico Ambiental

O estudo enfatiza que a maior preocupação é com a qualidade do ar em decorrência das

emissões atmosféricas associadas à operação da URE. Foi realizado um estudo das

emissões da URE que indicou uma elevação nas concentrações de material particulado,

óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono. Segundo o mesmo, as

concentrações permaneceram abaixo dos limites estabelecidos pela legislação vigente,

porém não indica uma medida mitigadora caso na prática a concentração ultrapasse esse

limite ou pra redução do que já é gerado.

O tópico de Prognóstico Ambiental no EIA visa mais enfatizar os benefícios que a

implantação da URE irá trazer a população do que os impactos que a implantação irá

trazer, além de deixar bem vago as medidas mitigadoras dos possíveis impactos, as vezes

nem apresentando tais medidas.


Plano de Monitoramento
O EIA indica que para a prevenção, controle, mitigação ou compensação dos impactos ambientais

avaliados decorrentes da Unidade de Recuperação Energética – URE Mauá, deverá ser adotado

um conjunto de medidas, organizadas na forma de Programas Ambientais.


Qualidade do Estudo Ambiental
O Livro Avaliação de Impacto Ambiental de Luis Enrique Sánchez, mostra em seu capítulo 15

critérios de qualidade que devem ser observados em uma análise de um Estudo Ambiental. Um dos

métodos mais simples é realizar um check-list de critérios para a avaliação.


Faz-se então uma análise do EIA/RIMA da URE Mauá de acordo com os critérios acima.

Informação: sim, pequenas correções necessárias.

Documentação: sim.

Levantamentos: sim, algumas com exatidão, outra de maneira vaga.

Metodologia: sim, usadas diretamente, porém com algumas falhas como na etapa de

apresentação de medidas mitigadoras.

Coerência: sim, parcialmente.

Quantificação: sim, claramente.

Consistência: sim, aplicação consistente.

Objetividade: sim, mas há abundância de comentários tendenciosos, sempre enfatizando as

vantagens da URE Mauá sobre as desvantagens.

Especificidade: sim e não. Há algumas medidas mitigadoras mencionadas, porém não pra

todos os Impactos mostrados no Estudo e os que são mostrados, é feito de maneira bem vaga.

Auditabilidade: sim, porém somente algumas medidas.


A Equipe técnica responsável pelo estudo é mostrada na tabela abaixo:
Dos 36 membros da equipe há somente 3 Engenhreiros Ambientais, e nenhum deles como

Coordenador de nenhuma área do Estudo, que foram ou Engenheiros Químicos ou Arquitetos e

Urbanistas.

No modo geral, o EIA/RIMA faz várias análises e apresenta muitos dados necessários para

entender o que é o Empreendimento e os Impactos que o Empreendimento irá causar, mas peca

muito na apresentação das medidas mitigadoras desses impactos, mostrando em seu discurso que

o interesse é na construção e não no Meio Ambiente em si, sempre justificando a geração de

emprego e renda para a "população'.


Estágio do Empreendimento

A URE Mauá ainda não foi construida, porém, no dia 29/07/2020, teve seu parecer

favorável na Análise técnica da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e

contou com aprovação do Conselho Estadual de Meio Ambiente.

Não há registros online que sua construção já tenha começado, já que a mesma foi

adiada por razão da Pandemia do COVID - 19.


Considerações Finais
Diante de todo estudo desenvolvido, conclui-se que o Brasil tem uma expressiva produção de resíduos

Sólidos urbanos, que em sua grande totalidade é tratada com descaso pelos órgãos públicos, sendo

que a maior parte desses resíduos possuem destinos inadequados. Trazendo problemas graves e

muitas vezes irreversíveis, como doenças e a poluição do meio ambiente.

É perceptível, que a gestão eficiente dos resíduos sólidos urbanos adjuntos ao seu uso energético

possui uma contribuição imensa para a diminuição do consumo de combustíveis fósseis, e isso claro,

trás um alívio ao meio ambiente. Além do mais, quando dispostos de forma descontrolada nos lixões,

os resíduos sólidos geram metano, contribuindo para o aumento de gases intensificadores do efeito

estufa.

Todos esses enfoques ambientais são de importância para a continuação da espécie humana e tem

motivado debates em todo o mundo, trazendo consigo preocupações para desenvolver uma mudança

global. Alternativas para a destinação destes resíduos com alto potencial energético surgiram e são

relevantes, desde que atendam e contribuam para a melhoria social, econômica e ambiental.
Referências Bibliográficas

CPEA, et al. Estudo de Impacto Ambiental - EIA. Unidade de Recuperação Energética - URE

Mauá. São Paulo, 2019.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de

Textos, 2006.

SIGHR, Unidade de Recuperação Energética - URE Mauá; Apresentação do Projeto. Disponível

em: http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents//CBH-AT/17615/cpea-2320-ure-

maua-14-01-20.pdf. Acesso em: 26 de Outubro de 2020.

TOSSATO, Daniel. Lara projeta início das obras de usina de incineração de lixo até julho.
Diário do Grande ABC, São Paulo, 14/01/2020. Disponível em:

https://www.dgabc.com.br/Noticia/3229141/lara-projeta-inicio-das-obras-de-usina-de-

incineracao-de-lixo-ate-julho. Acesso em: 26 de Outubro de 2020.

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